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Aula 08

Controle Externo p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental


Professor: Erick Alves

73587648115 - FERNANDO ALDEIA LOUREIRO


Controle Externo p/ AUFC TCU 2015
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 08

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AULA 08

Olá pessoal,

Na última aula do curso vamos estudar duas normas da Organização


Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores – Intosai (uma
espécie de “ONU” dos órgãos de controle externo mundiais), que vêm
sendo cobradas nos últimos concursos para AUFC TCU. São elas:

 Declaração de Lima

 Declaração do México

Seguiremos o seguinte sumário:

Declaração de Lima ........................................................................................................................................................ 3


Declaração do México sobre Independência ................................................................................................ 11
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 28
Questões comentadas ................................................................................................................................................ 29
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 31

É importante destacar que as normas da Intosai, incluindo a


Declaração de Lima e a Declaração do México, contêm apenas diretrizes
a serem observadas pelas EFS do mundo. Tais normas não são de
observância obrigatória, até porque muitas das suas disposições
dependem do ordenamento jurídico do país. Inclusive, um dos objetivos
da Intosai é justamente fornecer elementos para auxiliar a elaboração de 73587648115

leis que garantam a efetividade e a independência dos órgãos de controle


externo.
Relembrando que as Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS)
são os órgãos técnicos de controle externo de maior estatura em cada
país. Normalmente é o órgão que atua na esfera federal. No caso do
Brasil, a EFS é o TCU. Ao estudar as Declarações de Lima e do México
deve-se ter em mente que elas possuem alcance internacional, sendo
direcionadas para as EFS de todos os países filiados à Intosai, ou seja,
não apenas ao TCU.

Enfim, vamos ao estudo!

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DECLARAÇÃO DE LIMA 1

O que é?
A Declaração de Lima é um documento publicado e distribuído pela
Intosai, reconhecido como a Carta Magna do controle da gestão pública
ou, nos termos da norma, da auditoria governamental.
O documento foi aprovado em outubro de 1977, durante um
congresso da Intosai realizado em Lima (Peru).
A Declaração de Lima fornece as bases filosóficas e conceituais
para os trabalhos desenvolvidos pelos membros da Intosai e apresenta
uma lista abrangente de todas as metas e questões relacionadas à
auditoria governamental.

Qual é seu objetivo?


O principal objetivo da Declaração de Lima é exigir uma auditoria
governamental independente. Essa independência deve estar
garantida na legislação e protegida por instituições que lhe confiram
segurança jurídica de forma adequada. Segundo a Declaração de Lima,
instituições dessa natureza só podem ser encontradas em um Estado
Democrático de Direito.
O estado de direito e a democracia são, portanto, premissas
essenciais para uma auditoria governamental efetivamente independente,
além de serem os pilares nos quais a Declaração de Lima se fundamenta.

Quais são seus principais pontos?


Propósito da auditoria
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Estabelece que o propósito da auditoria consiste na identificação


tempestiva de violações aos princípios da legalidade, eficiência, eficácia e
economicidade. Espera-se, com isso, identificar os responsáveis, obter
ressarcimento pelos prejuízos causados e impedir ou dificultar a
ocorrência dessas violações.

Pré-auditoria e pós-auditoria
Considera que uma pré-auditoria - ou controle prévio - eficaz é
indispensável para garantir a adequada gestão dos recursos públicos, uma

1 Você pode encontrar a Declaração de Lima, em português, no site do TCU:


http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais//relacoes_internacionais/organizacoes_in
ternacionais

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vez que pode impedir prejuízos antes de sua ocorrência. Por outro lado,
gera um volume excessivo de trabalho e inviabiliza a definição de
responsabilidades. Por sua vez, a pós-auditoria - ou controle posterior -
enfatiza a responsabilização, sendo uma tarefa indispensável a todas as
EFS, a despeito de realizarem pré-auditorias ou não.

Auditoria Interna e Auditoria Externa


A Declaração de Lima preceitua que as EFS prestam serviços de
auditoria externa, pois não devem fazer parte da estrutura organizacional
das instituições auditadas. Nesse ponto, portanto, a Declaração faz
referência ao conceito de controle externo quanto ao posicionamento do
órgão controlador.
O documento assevera, ainda, que os serviços de auditoria interna -
ou controle interno - devem ser funcional e organizacionalmente
independentes, na maior medida possível, apesar de estarem
subordinados à autoridade do órgão no qual foram estabelecidos. A EFS,
na qualidade de auditoria externa, possui a tarefa de verificar a eficácia da
auditoria interna.

Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria operacional


A Declaração de Lima reconhece que a tarefa tradicional das EFS é
auditar a legalidade e a regularidade. Todavia, atribui igual importância
à auditoria operacional, cuja finalidade é verificar o desempenho, a
economia, a eficiência e a eficácia da administração pública.

Independência das EFS


A Declaração de Lima enfatiza a necessidade de a EFS ser
independente, funcional, organizacional e financeiramente, tanto em
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relação ao governo e à administração como também em relação ao


Parlamento.
Segundo a Declaração, a independência da EFS deve estar prevista
na Constituição do respectivo país, podendo ser detalhada na legislação.
Os membros, ou seja, as pessoas que tomam as decisões pela EFS,
também devem ser independentes, devendo haver garantia para tanto na
Constituição, a qual deve prever a forma de designação e destituição
desses membros.

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A questão da independência é bastante enfatizada na Declaração,


pois assegura que as decisões da EFS sejam imparciais e objetivas, livres
de influências externas.

Poderes das EFS


Os poderes básicos de auditoria da EFS devem estar previstos na
Constituição; detalhes podem ser estabelecidos na legislação.
Todas as operações financeiras públicas, a despeito de estarem ou
não refletidas no orçamento nacional, ficarão sujeitas a auditoria por parte
da EFS. A cobrança de impostos, na maior medida possível, também deve
estar sujeita ao controle da EFS.
Dentre as instituições sujeitas ao controle da EFS, a Declaração de
Lima destaca: autoridades ou instituições públicas estabelecidas no
exterior; empresas regidas pelo direito privado das quais o governo seja
acionista; instituições que recebam subsídios do governo; organizações
internacionais e supranacionais cujas despesas sejam cobertas por
recursos do país da EFS.
O documento recomenda uma auditoria particularmente exaustiva
nos recursos usados nas obras públicas e nas instalações de
processamento de dados, em razão dos consideráveis recursos
dispendidos nessas áreas, estabelecendo que a licitação pública é o
procedimento mais adequado para a obtenção da proposta mais favorável
em termos de preço e qualidade. Sempre que não forem realizadas
licitações públicas, as razões para esse fato devem ser investigadas pela
EFS.
A Declaração de Lima dispõe que a EFS deve ter acesso irrestrito a
informações e documentos necessários à realização de suas atribuições de
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controle. A EFS também deve ter poderes para determinar às


organizações auditadas que adotem as medidas necessárias à correção
dos desvios apurados.

Métodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaboração de relatórios


Estabelece que a EFS deve possuir a prerrogativa de elaborar seu
próprio plano de auditoria, ou seja, de escolher quais órgãos, contratos,
obras etc. serão fiscalizados. Além disso, é adequado que a EFS elabore
manuais de auditoria para orientar seus auditores.
Os resultados das atividades da EFS devem ser apresentados em
relatórios públicos, exceto quando contenham dados protegidos por lei,

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casos em que a EFS deverá ponderar a necessidade dessa proteção contra


os benefícios da divulgação do relatório. Na elaboração dos seus
relatórios, a EFS deve levar em consideração os pontos de vista das
organizações auditadas a respeito dos achados das auditorias.
De acordo com a Declaração de Lima, os membros e funcionários
responsáveis por auditorias devem ter a integridade moral e as
qualificações necessárias para desempenhar suas tarefas.
*****
É isso. Apresentei um resumo dos principais pontos da Declaração de
Lima para facilitar seu estudo, o que não substitui uma leitura atenta do
inteiro teor da norma, que não é grande. Essa leitura é importante, pois
as questões de prova sobre o tema geralmente são literais.
Para finalizar o assunto, cabe registrar que o TCU, como membro da
Intosai, procura sempre seguir os preceitos da Declaração de Lima na
execução de suas atividades de controle, embora a própria Intosai
estabeleça que suas normas não sejam de aplicação compulsória pelas
EFS. Com efeito, o ordenamento jurídico pátrio assegura ao TCU e, por
consequência, aos demais tribunais de contas brasileiros, grande parte
das prerrogativas previstas na Declaração de Lima, como vimos nas
outras aulas do curso.

1. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Consoante a Declaração de Lima de Diretrizes


para Preceitos de Auditoria, é permitido às Entidades Fiscalizadoras Superiores
usar, à sua discrição, os recursos alocados a elas em uma rubrica orçamentária
separada. 73587648115

Comentário: O quesito está correto, nos termos do item 3 da Seção 7 da


Declaração de Lima (Independência financeira de Entidades Fiscalizadoras
Superiores):
3. As Entidades Fiscalizadoras Superiores poderão usar, à sua discrição, os recursos
alocados a elas em uma rubrica orçamentária separada.
Gabarito: Certo

2. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) O fato de órgãos e entidades governamentais


serem objeto do controle exercido por uma EFS não implica subordinação de tal
maneira que eles possam isentar-se de responsabilidades em relação às suas
operações e decisões. Se, entretanto, em vez de recomendações, a EFS emitir

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resoluções ou atos similares, o seu cumprimento se tornará obrigatório.


Comentário: O quesito está correto, em conformidade com a Seção 9 da
Declaração de Lima:
Seção 9. Relação com o governo e a administração
As Entidades Fiscalizadoras Superiores auditam as atividades do governo, suas
autoridades administrativas e outras instituições subordinadas. Isso não significa, no
entanto, que o governo seja subordinado à Entidade Fiscalizadora Superior.
Particularmente, o governo é plena e exclusivamente responsável por suas ações e
omissões e não poderá absolver-se com base em verificações de auditorias--a menos
que as verificações tenham sido emitidas como julgamentos legalmente válidos e
aplicáveis no âmbito da lei--e em opiniões de especialistas da Entidade Fiscalizadora
Superior.

Gabarito: Certo

3. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) As obras públicas, em geral, por envolverem


recursos consideráveis, requerem atenção especial, cabendo à EFS exclusivamente
o controle da regularidade das despesas efetuadas. A avaliação dos resultados e a
qualidade da execução das obras constituem responsabilidade exclusiva dos
próprios contratantes.
Comentário: É certo que as obras públicas requerem especial atenção da
EFS, por envolverem recursos consideráveis, nos termos da Seção 21, item 1
da Declaração de Lima. Todavia, não cabe exclusivamente à EFS o controle da
regularidade das despesas efetuadas, pois tal controle também deve ser
exercido pela própria Administração. Com efeito, segundo a Seção 21, item 2
da Declaração de Lima, “a Entidade Fiscalizadora Superior promoverá o
desenvolvimento de normas adequadas para regular a administração dessas
obras.” Ademais, o quesito também erra ao afirmar que “a avaliação dos
resultados e a qualidade da execução das obras constituem responsabilidade
exclusiva dos próprios contratantes”, pois a EFS também deve fazer esse tipo
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de avaliação, de acordo com a Seção 21, item 4 da Declaração de Lima:


Seção 21. Contratos e obras públicos
4. As auditorias de obras públicas não abrangerão apenas a regularidade dos
pagamentos, mas também a eficiência da gestão da construção e a qualidade da
construção.
Gabarito: Errado

(TCU – AUFC 2010 – Cespe) De acordo com a Declaração de Lima, julgue os


próximos itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situações em
que for utilizada, considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora
superior.

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4. Segundo a declaração em apreço, uma EFS deve gozar de independência


funcional e organizacional necessária para desempenhar suas tarefas. Apesar
disso, entender que tal instituição, como parte do Estado, não pode ser
completamente independente.
Comentário: O principal objetivo da Declaração de Lima é exigir a
independência funcional e organizacional da EFS. O documento também se
refere à necessidade de independência financeira e de independência dos
membros da EFS. Essa independência deve estar assegurada pela
Constituição, podendo ser regulamentada em outras normas. Todavia, na
Seção 5, item 2, a Declaração de Lima reconhece que a EFS não pode ser
completamente independente, por ser parte do Estado. Sua independência,
então, deve ser a necessária para o desempenho de suas tarefas de forma
objetiva e imparcial.
Gabarito: Certo

5. A Declaração de Lima admite que a execução da pré-auditoria seja realizada


por EFS ou por outras instituições de auditoria.
Comentário: A assertiva está correta, sendo objeto da Seção 2, item 2, da
Declaração de Lima. A pré-auditoria - ou controle prévio - tem finalidade
preventiva e é, essencialmente, realizada pela auditoria interna ou controle
interno do órgão, sem prejuízo de que a EFS ou outras instituições de
auditoria também a execute.
Gabarito: Certo

6. EFSs prestam serviços de auditoria externa.


Comentário: Na Seção 3, item 1, parte final, a Declaração de Lima afirma
exatamente isso. Nos termos da Declaração, os conceitos de auditoria externa
e auditoria interna referem-se à classificação do controle quanto ao
posicionamento do órgão controlador. Assim, os serviços de auditoria externa
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não fazem parte da estrutura organizacional das instituições a serem


auditadas, enquanto que os serviços de auditoria interna são estabelecidos
dentro dos órgãos e instituições governamentais. Ao afirmar que a EFS presta
serviço de auditoria externa, a Declaração de Lima reforça a necessidade de
que a EFS seja independente em relação à entidade auditada.
Gabarito: Certo

7. De acordo com a referida declaração, uma EFS deve auditar a legalidade e a


regularidade da gestão financeira e da contabilidade. Essa declaração, entretanto,
não cita como atribuição das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na
Constituição Federal brasileira.
Comentário: A questão é errada, pois a Declaração de Lima, em sua

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Seção 4, cita como atribuição da EFS a auditoria operacional, cuja finalidade é


verificar o desempenho, a economia, a eficiência e a eficácia da administração
pública, colocando esse tipo de auditoria no mesmo patamar de importância
da auditoria de legalidade e regularidade da gestão financeira e da
contabilidade, que tradicionalmente a EFS executa. Cabe observar que a
auditoria operacional, na Constituição Federal brasileira, é prevista no art. 70
e art. 71:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União (...) será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
IV - realizar, (...) inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
Gabarito: Errado

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao
controle externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir.
8. Nos termos da Declaração de Lima, a pré-auditoria, tarefa indispensável de todas
as entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume de
trabalho e tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Público.
Comentário: O quesito está errado. A Declaração de Lima, na Seção 2,
item 4, afirma que a pós-auditoria é uma tarefa indispensável de toda EFS, e
não a pré-auditoria, como está na questão. A realização ou não da pré-
auditoria pela EFS depende da particularidade de cada país.
Além disso, na Seção 2, item 3, a Declaração de Lima dispõe que a pré-
auditoria tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho, e
não a vantagem de reduzir o volume de trabalho, como afirma a questão.
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Gabarito: Errado

9. Na hipótese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres


especializados, inclusive comentários sobre proposições legislativas, as autoridades
administrativas serão obrigadas a acatá-las. Essa tarefa adicional, inclusive, deverá
prevenir futuros achados de auditorias.
Comentário: De acordo com a Seção 12, item 1 da Declaração de Lima, as
autoridades administrativas não são obrigadas a acatar os pareceres
especializados da EFS, daí o erro do item. Além disso, o quesito também erra
ao afirmar que essa tarefa adicional – emissão de pareceres especializados –
deverá prever futuros achados de auditoria, pois o que dispõe a Declaração
de Lima é exatamente o contrário.
Gabarito: Errado

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10. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A INTOSAI é um organismo internacional cujo


objetivo é fomentar o intercâmbio de ideias e experiências entre entidades
fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanças públicas. Entre os
documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declaração de Lima, o
código de ética e normas de auditoria. Na Declaração de Lima, só constam o
controle prévio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, além desses, há o
controle concomitante, por expressa disposição legal.
Comentário: A primeira frase é a definição exata do objetivo da Intosai.
Quantos aos documentos elaborados pela entidade, além da Declaração de
Lima, o código de ética e as normas de auditoria também são muito
importantes, inclusive servem de base para as Normas de Auditoria do TCU.
Em relação aos momentos do controle, a Declaração de Lima só trata do
controle prévio, ou pré-auditoria, e do controle posterior, ou pós-auditoria. A
Declaração de Lima não fala em controle concomitante. No Brasil, essa forma
de controle é prevista expressamente na Lei 4.320/1964:
“Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia,
concomitante e subsequente.”
Ademais, a própria LO/TCU prevê o controle concomitante ao elencar
dentre as competências do Tribunal “acompanhar a arrecadação da receita a
cargo da União (...), mediante inspeções e auditorias, ou por meio de
demonstrativos próprios” (LO/TCU, art. 1º, IV).
Gabarito: Certo

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DECLARAÇÃO DO MÉXICO SOBRE INDEPENDÊNCIA

A Declaração do México foi concebida no XIX Congresso da Intosai,


realizado em 2007. É um reforço dos preceitos da Declaração de Lima –
esta, bem mais antiga, de 1977 – a respeito da importância da
independência das Entidades de Fiscalização Superiores.

Importante ressaltar que não encontrei a Declaração do México


publicada em Português, apenas em Inglês e Espanhol 2 . Dessa forma,
preparei uma tradução livre do documento, a fim de facilitar o estudo de
vocês. Na aula, apresento todos os dispositivos traduzidos, inclusive o
preâmbulo, e faço os devidos comentários logo em seguida. Saliento que
não sou nenhum “expert” nos aludidos idiomas e que não se trata de
tradução oficial: é apenas um auxílio visando à preparação para a prova.
Além disso, procurei adaptar a linguagem do documento à nomenclatura
utilizada no controle externo brasileiro.

Vamos lá!

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2Baixe a Declaração do México em inglês no link:


http://www.intosai.org/fileadmin/downloads/downloads/4_documents/publications/eng_publications/
E_Lima_Mexico_2013.pdf

E em espanhol, no link:
http://www.intosai.org/fileadmin/downloads/downloads/4_documents/publications/span_publications
/S_Lima_Mexico_2013.pdf

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PREÂMBULO
O XIX Congresso da Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras
Superiores (INTOSAI), realizado no México, considerando:
Que o uso regular e eficiente dos fundos e recursos públicos constitui um dos
pré-requisitos essenciais para o tratamento adequado das finanças públicas e para a
eficácia das decisões das autoridades responsáveis;
Que a Declaração de Lima de Diretrizes para Preceitos de Auditoria (Declaração
de Lima) preceitua que as Entidades de Fiscalização Superior (EFS) somente podem
exercer suas atribuições se forem independentes da entidade auditada e protegidas
contra influências externas;
Que, para atingir esse objetivo, é indispensável para uma democracia saudável
que cada país tenha uma EFS cuja independência seja garantida por lei;
Que a Declaração de Lima, ainda que reconheça que as instituições estatais não
podem ser absolutamente independentes, também reconhece que as EFS devem ter
a independência funcional e organizacional necessária para exercer seu mandato;
Que mediante a aplicação dos princípios sobre independência, as EFS podem
alcançar sua independência por diferentes meios, utilizando
diferentes salvaguardas;
Que as disposições para aplicação dos princípios que aqui se incluem servem
para ilustrá-los e são consideradas o ideal para uma EFS independente. Reconhece-se
que atualmente nenhuma EFS cumpre com todas essas disposições e, por isso,
outras boas práticas para alcançar a independência são apresentadas nas orientações
que o acompanham.
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Resolve:
A D M
I

Já no preâmbulo, a Declaração do México ressalta que as EFS


somente podem exercer suas atribuições se forem independentes da
entidade auditada e protegidas contra influências externas. De
fato, sem essa independência, o controle exercido pelas EFS não teria
razão de ser, pois seria apenas pró forma.
A independência em relação à entidade auditada se caracteriza pela
ausência de ligações de qualquer espécie entre o órgão fiscalizador e o

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fiscalizado, em todos os níveis, desde as autoridades máximas até os


servidores mais operacionais. A proteção contra influências externas, por
sua vez, assegura que as EFS tomem decisões por conta própria,
principalmente sobre a escolha dos objetos a serem auditados e sobre os
resultados das fiscalizações; essa proteção é assegurada, dentre outros
meios, pela garantia de estabilidade dos membros das EFS no cargo e
pela autonomia orçamentária e financeira dessas entidades.
Indo além, a Declaração do México salienta que a independência das
EFS, para ser efetiva, deve ser garantida por lei, conferindo maior
segurança jurídica para a atuação dos órgãos fiscalizadores.
Todavia, o preâmbulo reconhece a ressalva presente na Declaração
de Lima de que as instituições estatais – dentre elas, as EFS – não são
totalmente independentes na prática. É só ver, por exemplo, o TCU,
que se insere nos limites do Poder Legislativo para os fins da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Porém, ainda que isso seja verdade, o documento
assevera que as EFS devem ter independência funcional e
organizacional em nível adequado para o bom exercício de suas
atribuições. “Independência funcional e organizacional” significa ausência
de subordinação, liberdade para fiscalizar, decidir e divulgar os resultados,
capacidade de organizar seus quadros de pessoal e meios adequados para
o desempenho de suas funções. Assim, por exemplo, o TCU, embora seja
ligado ao Poder Legislativo para fins de responsabilidade fiscal,
caracteriza-se por ser um órgão autônomo e independente em relação a
esse Poder.
Outro ponto destacado no preâmbulo é que independência das EFS
pode ser alcançada por diferentes meios e utilizando
diferentes salvaguardas. Dessa forma, percebe-se que o documento
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não pretende ser exaustivo, servindo mais como uma orientação ou guia.
Por fim, no preâmbulo se reconhece que, atualmente, nenhuma EFS
cumpre plenamente todos os princípios expostos do documento.
Por isso, além dos princípios, a Declaração do México apresenta exemplos
de boas práticas para que as EFS alcancem a independência desejada.

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GERAL
As Entidades Fiscalizadoras Superiores geralmente reconhecem oito princípios
básicos, derivados da Declaração de Lima e das decisões adotadas no XVII Congresso
da Intosai (em Seoul, Korea), como requisitos essenciais para uma adequada
fiscalização do setor público.

A Declaração do México, em si, constitui-se de oito princípios


básicos, derivados da Declaração de Lima, cuja observância é
considerada essencial para uma adequada fiscalização do setor público,
pois visam assegurar a independência das EFS.
Como dito, na Declaração do México os princípios são acompanhados
de exemplos de medidas práticas que buscam ilustrar como tais princípios
podem ser aplicados. Considera-se que a completa implementação dessas
medidas represente o “mundo ideal” para uma EFS independente.
A seguir, vamos estudar cada um dos oito princípios (destacados em
negrito) e as respectivas orientações de aplicação, buscando avaliar em
que medida o Brasil e o TCU estão aderentes às disposições da
Declaração.

PRINCÍPIO 1

A existência de um marco constitucional/regulamentar/legal apropriado e


eficaz, assim como de disposições para que esse marco seja aplicado de fato.

Requer-se uma legislação que estabeleça, de maneira detalhada, o alcance da


independência da EFS.
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A Declaração do México requer que a independência das EFS seja


garantida no ordenamento jurídico do respectivo país, inclusive em nível
constitucional.
Para tanto, a legislação deve detalhar o alcance da independência
das EFS, ou seja, não pode deixar dúvidas em relação a esse ponto,
inclusive estabelecendo mecanismos para assegurar que as prerrogativas
das EFS sejam obedecidas e tenham força no dia-a-dia.
No Brasil, pode-se dizer que a Constituição Federal, em seus art. 70 e
71, assim como a LO/TCU, cumpre adequadamente esse papel, eis que
definem de forma clara as competências e a jurisdição do TCU, além de
prever meios para a execução das suas decisões (ex: eficácia de título

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executivo das decisões que imputem débito e multa; possibilidade de


aplicação de sanções e medidas cautelares).

PRINCÍPIO 2

A independência da autoridade máxima da EFS e de seus membros (para o


caso de instituições colegiadas), incluindo a segurança no cargo e a imunidade
legal no desempenho normal de suas funções.

A legislação em vigor define as condições para as designações, reconduções,


contratação, destituição e aposentadoria da autoridade máxima da EFS e dos
membros do colegiado, que são:

 designados, reconduzidos ou destituídos mediante processo que assegure sua


independência em relação ao Poder Executivo (ver ISSAI-11 Diretrizes e Boas
Práticas relativas à independência das EFS);

 designados por períodos suficientemente longos e fixos, para permitir-lhes


desempenhar seus mandatos sem medo de retaliação; e

 imunes a qualquer processo por qualquer ato, passado ou presente, resultante


do normal cumprimento de suas obrigações, conforme o caso requeira.

A independência das EFS começa pela independência de sua


autoridade máxima (no caso de Controladorias/Auditorias-Gerais) ou de
seus membros (no caso de Tribunais de Contas), visto que são os
responsáveis pelas decisões finais do órgão de controle.
Para tanto, a Declaração do México orienta que a legislação em vigor
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deve garantir a essas autoridades a segurança no cargo e a imunidade


legal no desempenho normal de suas funções.
Quanto à segurança no cargo, a Declaração do México orienta que os
membros das EFS devem ser designados ou destituídos, aí incluindo
eventuais reconduções ou aposentadoria, por meio de processo que
assegure sua independência em relação ao Poder Executivo. A
referência ao Executivo deve-se ao fato de que esse Poder é o alvo da
maioria das ações de controle promovidas pelas EFS. Assim, segundo a
Declaração, o Poder Executivo não pode ter ingerência tamanha sobre o
provimento dos cargos decisórios das EFS a ponto de comprometer a

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independência dos respectivos indicados, inibindo assim a possibilidade de


eventuais trocas de favores.
No Brasil, a Constituição Federal prevê o processo de nomeação dos
membros do TCU, segundo o qual parte da composição da Corte é
escolhida pelo Presidente da República e parte pelo Congresso Nacional.
Pode-se dizer que esse processo observa, em boa medida, as orientações
da Declaração do México, eis que o Chefe do Executivo escolhe apenas
um terço dos membros do TCU, sendo que, desses, apenas um é de sua
livre escolha.
Ademais, a CF garante a segurança no cargo ao comparar os
Ministros do TCU aos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aos quais
se asseguram a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
vencimentos. Ainda, em relação à aposentadoria, os Ministros do TCU se
enquadram na regra geral de aposentadoria dos servidores públicos, cujas
diretrizes estão definidas no art. 40 da CF, podendo também ser
aposentados ou postos em disponibilidade por motivo de interesse
público, mediante o voto da maioria absoluta dos Ministros titulares do
próprio TCU, assegurada a ampla defesa (RI/TCU, art. 50).
Em relação à imunidade legal no desempenho normal de suas
funções, a Declaração do México requer que a legislação proteja as
autoridades e membros das EFS de eventuais processos que possam levar
a condenações pessoais em virtude de decisões tomadas no
cumprimento de suas obrigações como membro da EFS.
Com isso, o documento não quer dizer que as decisões da EFS não
possam ser contestadas, administrativa ou judicialmente, e sim que as
respectivas autoridades e membros não venham a responder
pessoalmente pelas decisões que adotem, desde que o façam no exercício
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normal de suas funções, na proporção que o caso requeira.


No Brasil, os atributos da vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de vencimentos, de certa forma, também conferem
liberdade para que os membros do TCU decidam sem receio de retaliações
ou consequências pessoais. Outro exemplo de aplicação do princípio no
Brasil é o disposto no Estatuto da Magistratura, aplicável aos Ministros do
STJ e, por analogia, aos Ministros do TCU, pelo qual o magistrado
responderá por perdas e danos apenas quando (i) no exercício de suas
funções, proceder com dolo ou fraude; ou (ii) recusar, omitir ou
retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar o ofício, ou a
requerimento das partes.

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PRINCÍPIO 3

Competências suficientemente amplas e total discricionariedade no


cumprimento das funções das EFS.

As EFS devem ter competência para auditar:

 a utilização dos dinheiros, recursos ou bens públicos por parte de um


destinatário ou beneficiário, independentemente da sua natureza jurídica;

 a arrecadação de receitas devidas ao governo ou a entidades públicas;

 a legalidade e a regularidade das contas do governo ou das entidades públicas;

 a qualidade da administração e da informação financeira;

 a economicidade, eficiência e eficácia das operações do governo ou das


entidades públicas.

Exceto quando especificamente requerido pela legislação, as EFS não fiscalizam as


políticas do governo ou das entidades públicas, mas limitam-se a auditar a execução
das políticas.

Embora devam respeitar as leis aprovadas pelo Poder Legislativo que lhes sejam
aplicáveis, as EFS são livres da direção ou interferência dos Poderes Legislativo e
Executivo no que concerne a:

 seleção dos assuntos a serem auditados;

 planejamento, programação, execução, elaboração de relatórios e


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monitoramento de suas auditorias;

 organização e gestão de sua secretaria;

 cumprimento de suas decisões, inclusive a aplicação de sanções, que faz parte


de suas competências;

As EFS não devem se envolver, ou parecer se envolver, de qualquer forma, na gestão


das organizações que fiscalizam.

As EFS devem assegurar que seu pessoal não desenvolva relações muito próximas
com as organizações que fiscalizam, a fim de que sejam, e aparentem ser, objetivos.

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As EFS devem ter total liberdade no exercício de suas funções; elas devem cooperar
com os governos ou entidades públicas que procuram melhorar a utilização e a
gestão dos recursos públicos.

As EFS devem utilizar normas apropriadas de trabalho e de auditoria, e um código de


ética, baseados nos documentos oficiais da Intosai, da Federação Internacional de
Contadores (IFAC) e outras entidades reguladoras reconhecidas.

As EFS devem submeter um relatório anual de atividades ao Poder Legislativo e a


outros órgãos do Estado conforme requerido pela Constituição, regulamentos ou
legislação o qual deve ser posto a disposição do público.

Esse princípio refere-se à autonomia das EFS no que tange ao


exercício de suas atividades finalísticas, ou seja, o planejamento e a
execução das ações de controle da arrecadação e aplicação dos recursos
públicos.
Destaque para as áreas que, segundo a Declaração do México, as EFS
devem ter competência para auditar, dentre elas a utilização de recursos
públicos por qualquer beneficiário, independentemente de sua
natureza jurídica, incluindo, portanto, pessoas físicas e entidades
privadas; e a qualidade da administração e das informações financeiras,
indo além do mero exame de conformidade. Verifica-se que as
competências constitucionais do TCU lhe atribuem tais prerrogativas.
Cabe observar que, pela Declaração do México, as EFS, como regra,
não devem fiscalizar a definição das políticas de governo, mas apenas sua
execução. Porém, o documento reconhece que a legislação do país pode
estender a competência da EFS para também fiscalizar a definição das
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políticas. O TCU, nesse ponto, fiscaliza apenas a execução das políticas,


notadamente por meio de auditorias operacionais.
Para que a autonomia das EFS seja assegurada, a Declaração do
México dispõe ainda que os órgãos de controle devem ser livres da
direção ou interferência dos Poderes Legislativo e Executivo no que
concerne às atividades de controle (seleção dos assuntos a serem
auditados; planejamento e execução de auditorias; cumprimento de suas
decisões, inclusive a aplicação de sanções) e às atividades de organização
interna (organização e gestão de sua secretaria). Nesse ponto, o TCU
também é aderente ao princípio, pois, como sabemos, possui prerrogativa
constitucional para realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria,
para aplicar sanções e para organizar sua Secretaria. Vale destacar que,

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mesmo nas auditorias realizadas por solicitação do Parlamento, o TCU


possui total liberdade para planejar o trabalho e decidir conforme sua
convicção sobre o assunto fiscalizado.
Outro ponto levantado pela Declaração do México é a necessidade de
que as EFS, incluindo autoridades e servidores, não mantenham relações
próximas ou interfiram na gestão das unidades que fiscalizam. E tal
afastamento não basta ser apenas de fato: deve ser também na
aparência! Isso é para assegurar a objetividade e a imparcialidade – real
e presumida – dos trabalhos e das decisões das EFS.
A Declaração do México também assevera que os trabalhos das EFS
devem se guiar por normas de auditoria e códigos de ética que sigam
os padrões da própria Intosai ou de outras instituições congêneres. A
observância a essas normas e códigos contribui para a autonomia das EFS
visto que elas conduzem ao aperfeiçoamento dos processos de trabalho, à
correta evidenciação dos achados e à objetividade dos resultados, além de
que prescrevem padrões de independência em relação às entidades
auditadas. As normas de auditoria do TCU, bem como seu código de ética,
foram elaborados com base nas orientações da Intosai.
Por fim, a Declaração do México preceitua que as EFS devem
submeter um relatório anual de atividades ao Poder Legislativo e a
outros órgãos do Estado, o qual deve ser posto à disposição do público
para consulta. Esse relatório, mais que uma ferramenta de transparência,
é também um meio de assegurar a autonomia das EFS, na medida em
que, ao tornar públicos os resultados de seus trabalhos, possibilita a
identificação, pela sociedade em geral, de eventuais ingerências externas
nas atividades de controle. No Brasil, a CF determina que o TCU deve
encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório
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de suas atividades, o qual fica disponível no site do Tribunal para consulta


pública.

PRINCÍPIO 4

Acesso irrestrito à informação.

As EFS devem possuir poderes adequados para ter acesso tempestivo, ilimitado,
direto e livre a toda documentação e informação necessária para o apropriado
cumprimento de suas responsabilidades regulamentares.

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Outro princípio exposto na Declaração do México é o acesso


irrestrito à informação. Para tanto, a Declaração orienta que as EFS
devem ter acesso tempestivo, ilimitado, direto e livre a toda e
qualquer documentação ou informação necessária para o desempenho de
suas funções.
“Tempestivo” refere-se à disponibilização das informações no prazo
solicitado; “ilimitado” significa que toda documentação ou informação
solicitada deve ser disponibilizada, e de forma completa e autêntica;
“direto” quer dizer que a EFS pode requisitar a informação diretamente,
sem necessidade de intermediários; e “livre” para que a informação seja
analisada sem obstáculos, ingerências ou pressões de qualquer natureza.
A Lei Orgânica do TCU garante ao Tribunal acesso irrestrito à
informação ao estabelecer, em seu art. 42, que “nenhum processo,
documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suas
inspeções e auditorias, sob qualquer pretexto”. Todavia, lembre-se de que
o TCU não tem poderes para acessar diretamente informações protegidas
pelo sigilo bancário.

PRINCÍPIO 5

O direito e a obrigação de informar sobre seu trabalho.

As EFS não devem ser impedidas de informar os resultados de seu trabalho de


auditoria. Devem estar obrigadas por lei a informar, pelo menos uma vez por ano, os
resultados de seu trabalho de auditoria.

O Princípio 5 remete à necessidade de se dar publicidade e


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transparência aos resultados dos trabalhos de auditoria das EFS. E, a


título de orientação, assevera que as EFS devem ser obrigadas por lei a
informar os resultados de seus trabalhos de auditoria pelo menos uma
vez por ano.
A Declaração do México trata essa necessidade de informar
resultados de auditorias como um direito e uma obrigação das EFS.
Como um direito, pois contribui para aumentar a independência dos
órgãos de controle, na medida em que inibe eventuais ingerências sobre
os resultados das fiscalizações. E como uma obrigação, porque dá
transparência às atividades exercidas pelas EFS.
Pode-se dizer que o TCU também está aderente ao Princípio 5. As
decisões do Tribunal são publicadas no Diário Oficial da União e podem ser

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facilmente consultadas na internet, no site da Corte. Além disso, os


resultados dos prinicipais trabalhos de fiscalização são divulgados nos
relatórios trimestrais e anuais encaminhados ao Congresso Nacional e
também disponibilizados no site do TCU.

PRINCÍPIO 6

Liberdade para decidir o conteúdo e a oportunidade (momento) dos


relatórios de auditoria, assim como para publicá-los e divulgá-los.

As EFS são livres para decidir o conteúdo dos seus relatórios de auditoria.

As EFS são livres para fazer observações e recomendações em seus relatórios de


auditoria, levando em consideração, se for o caso, a opinião da entidade auditada.

A legislação especifica os requisitos mínimos dos relatórios de auditoria das EFS e,


quando apropriado, as questões específicas que devem ser objeto de um parecer
formal de auditoria ou certificação.

As EFS são livres para decidir sobre o momento de divulgação de seus relatórios de
auditoria, exceto quando a lei estabelece requisitos específicos a respeito.

As EFS podem atender a solicitações específicas de investigação ou auditorias


encaminhadas pelo Poder Legislativo, como um todo (plenário), ou por uma de suas
comissões, ou pelo governo.

As EFS são livres para publicar e divulgar seus relatórios, uma vez formalmente
apresentados ou remetidos à autoridade respectiva, como exigido por lei.

O sexto princípio refere-se à liberdade que as EFS devem possuir


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para decidir o conteúdo e a oportunidade (momento) dos relatórios de


auditoria, bem como sobre sua publicação e divulgação.
A Declaração do México orienta que os requisitos mínimos dos
relatórios de auditoria sejam estabelecidos pela legislação, assim como
assuntos específicos que devem ser objeto de um parecer formal de
auditoria (no Brasil, por exemplo, as contas do Presidente da República e
os editais de processos de desestatização).
Pela Declaração, as EFS podem decidir livremente o momento no qual
seus relatórios de auditoria serão divulgados, mas também admite que a
legislação pode definir critérios a respeito desse momento. No Brasil,
existem algumas disposições normativas a respeito, para casos pontuais,

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a exemplo do prazo para emissão do parecer prévio sobre as contas do


Presidente da República.
Outro ponto abordado pela Declaração do México é que as EFS
podem realizar trabalhos de auditoria por solicitação dos colegiados do
Poder Legislativo (plenário ou comissões) ou do “governo”
(Poder Executivo). No Brasil, a CF estabelece que o TCU realiza
fiscalizações por solicitação do Congresso Nacional, suas Casas ou
comissões, mas não por solicitação do governo.
Por fim, a Declaração do México orienta que as EFS devem ser
livres para publicar e divulgar seus relatórios, desde que tenham sido
formalmente apreciados pela autoridade competente (por exemplo,
Plenário ou Câmaras dos Tribunais de Contas). O TCU segue
integralmente essa orientação, pois não existem restrições ou censuras à
publicação e divulgação das decisões adotadas pela Corte. Ainda alinhado
com o princípio, o Código de Ética dos servidores do TCU veda a
divulgação de relatórios de auditoria ainda não apreciados pelo Tribunal.

PRINCÍPIO 7

A existência de mecanismos eficazes de monitoramento das recomendações


das EFS.

As EFS apresentam seus relatórios de auditoria ao Poder Legislativo, a uma de suas


comissões ou à direção da entidade auditada, conforme o caso, para análise e
monitoramento das recomendações específicas que visem à adoção de ações
corretivas.
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As EFS têm seu próprio sistema interno de monitoramento para assegurar que as
entidades auditadas sigam adequadamente suas observações e recomendações, bem
como aquelas feitas pelo Poder Legislativo, uma de suas comissões, ou direção da
entidade auditada, conforme o caso.

As EFS apresentam seus relatórios de monitoramento ao Poder Legislativo, uma de


suas comissões, ou à direção da entidade auditada, conforme o caso, para apreciação
e para que adotem as medidas pertinentes, mesmo quando as EFS tenham seu
próprio poder legal para monitoramento e aplicação de sanções.

Esse princípio prega a necessidade da existência de mecanismos


eficazes de monitoramento das recomendações das EFS.

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Nas orientações, a Declaração do México destaca que os relatórios de


auditoria devem ser encaminhados ao Poder Legislativo, a uma de
suas comissões ou à direção da entidade auditada, dependendo de
quem for o responsável por implementar as recomendações emanadas
pela EFS. Esta, por sua vez, deve possuir mecanismos capazes de
monitorar o efetivo cumprimento das providências recomendadas,
inclusive aplicando sanções, caso haja previsão legal.
Também aqui o TCU está aderente à Declaração do México, pois seu
Regimento Interno prevê um instrumento de fiscalização específico para
verificar o cumprimento das determinações e recomendações
emanadas pela Corte: o monitoramento. Cabe destacar que o TCU
monitora tanto recomendações como determinações (a Declaração do
México só faz alusão a recomendações), advindas de qualquer tipo de
processo (auditorias operacionais, de conformidade, processos de contas,
denúncias etc).
Detalhe é que a Declaração do México orienta que as EFS também
devem monitorar as observações e recomendações feitas pelo Poder
Legislativo, uma de suas comissões ou direção da entidade auditada.
Não existe previsão para o TCU fazer esse tipo de monitoramento.

PRINCÍPIO 8

Autonomia financeira e gerencial/administrativa, assim como disponibilidade


adequada de recursos humanos, materiais e econômicos.

As EFS devem dispor de recursos humanos, materiais e financeiros necessários e


razoáveis; o Poder Executivo não deve controlar ou direcionar o acesso a esses
recursos. As EFS administram seu próprio orçamento e o alocam de forma
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apropriada.

O Poder Legislativo ou uma de suas comissões é responsável por assegurar que as EFS
tenham os recursos adequados para o desempenho de suas funções.

As EFS têm o direito de apelar diretamente ao Poder Legislativo caso os recursos que
lhes tenham sido destinados forem insuficientes para o desempenho de suas
funções.

O oitavo e último princípio da Declaração do México ressalta a


importância de se assegurar a autonomia orçamentária, financeira e
administrativa das EFS, conferindo-lhes capacidade plena para gerir os

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recursos postos à sua disposição, sem qualquer ingerência do Poder


Executivo.
Aliás, o documento chama a atenção para que as EFS sejam dotadas
de recursos humanos, materiais e financeiros na quantidade e
qualidade necessárias para o desempenho das competências que lhe
tenham sido atribuídas pela legislação.
Como sabemos, o TCU possui a autonomia requerida pela Declaração
do México, garantida pela Constituição Federal e por sua Lei Orgânica.
O Tribunal elabora sua proposta orçamentária e a submete ao Poder
Legislativo, que possui competência para aprová-la no bojo das leis
orçamentárias anuais. A partir de então, o Tribunal, por conta própria,
organiza sua Secretaria, contrata e remunera seu pessoal, adquire
suprimentos materiais e tecnológicos, e executa as demais ações
administrativas necessárias ao seu funcionamento.

*****
Enfim pessoal, é só isso. Viram que o assunto não é nada complicado,
né? Com feito, a Declaração do México é bem simples e intuitiva, até
mais que a Declaração de Lima.
Antes de terminar, bolei algumas questões pra vocês treinarem.
Embora o assunto tenha sido exigido pela primeira vez no concurso para
AUFC de 2013, não foi cobrado em nenhuma questão da prova. Portanto,
todas as questões abaixo são de elaboração própria. Vamos lá:

11. (Inédita/2013) As Entidades Fiscalizadoras Superiores só podem desempenhar


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suas tarefas objetiva e eficazmente quando são independentes da entidade


auditada e protegidas contra influências externas. Segundo a Declaração do
México, é importante que um supremo tribunal garanta uma proteção jurídica
adequada contra qualquer interferência na independência e mandato de auditoria
de uma Entidade Fiscalizadora Superior.
Comentário: Uma pegadinha de muito mau gosto que a banca pode fazer
é tomar dispositivos da Declaração de Lima como se fossem da Declaração
do México e vice-versa. Portanto, sugiro que façam uma leitura atenta das
duas normas para evitar cair numa eventual questão dessas. No caso, a
necessidade de a proteção jurídica da EFS ser garantida por um supremo
tribunal está prevista na Declaração de Lima (seção II, item 3) e não na

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Declaração do México, daí o erro.


Gabarito: Errado

12. (Inédita/2013) A independência das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS)


está inseparavelmente vinculada à independência de seus membros, os quais
devem desempenhar seus mandatos sem medo de retaliação. Para tanto, a
Declaração do México orienta que os membros das EFS devem ser designados por
períodos suficientemente longos e fixos, mediante processo que assegure sua
independência em relação ao Poder Executivo.
Comentário: A assertiva está correta, em consonância com o Princípio 2
da Declaração do México.
Gabarito: Certo

13. (Inédita/2013) Segundo a Declaração do México, as EFS não devem se


envolver na gestão das organizações que fiscalizam, inclusive mediante a
elaboração de recomendações em seus relatórios de auditoria.
Comentário: De fato, o Princípio 3 da Declaração do México orienta que
as EFS não se envolvam, ou pareçam se envolver, na gestão das entidades
fiscalizadas. Isso significa que as EFS não devem procurar substituir o gestor,
ou seja, dizer o que ele deveria fazer no caso concreto, como se fosse uma
espécie de consultoria. Porém, as EFS podem fazer recomendações ou
determinações corretivas em seus relatórios de auditoria, para evitar que
novas irregularidades sejam cometidas, conforme previsto nas orientações do
Princípio 6 da Declaração do México, daí o erro.
Gabarito: Errado

14. (Inédita/2013) O TCU, ao realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria


ou por solicitação do Congresso Nacional, suas casas e respectivas comissões,
está completamente aderente às orientações da Declaração do México.
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Comentário: A questão está errada, pois as orientações do Princípio 6 da


Declaração do México dizem que as EFS podem atender a “solicitações
específicas de investigação ou auditorias encaminhadas pelo Poder
Legislativo, como um todo (plenário), ou por uma de suas comissões, ou pelo
governo.” Como sabemos, o TCU não realiza investigações ou auditorias por
solicitação do governo, daí o erro.
Gabarito: Errado

15. (Inédita/2013) A Declaração do México preceitua que as EFS possuem


liberdade para decidir o momento de publicar seus relatórios de auditoria, mas limita
essa divulgação a uma vez por ano.

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Comentário: O Princípio 5 não restringe, mas diz “pelo menos” uma vez
por ano.
Gabarito: Errado

16. (Inédita/2013) A Declaração do México orienta que as EFS devem possuir


sistema para monitorar o cumprimento das observações e recomendações
emanadas não só por elas, mas também pelo Poder Legislativo, suas comissões ou
pela direção da entidade auditada.
Comentário: A assertiva está em conformidade com as orientações do
Princípio 7 da Declaração do México.
Gabarito: Certo

17. (Inédita/2013) Segundo a Declaração do México, as EFS devem ser


plenamente livres para formular observações em seus relatórios de auditoria, mas
sempre devem levar em consideração a opinião da entidade auditada.
Comentário: Nas orientações do Princípio 6, a Declaração do México
ressalta que as opiniões da entidade auditada devem ser levadas em
consideração “quando for o caso”, ou seja, nem sempre, daí o erro. Com
efeito, nem sempre é desejável colher a opinião da entidade auditada,
notadamente em situações mais delicadas em que o conhecimento prévio do
relatório possa prejudicar a eficácia da decisão posterior da EFS.
Gabarito: Errado

18. (Inédita/2013) De acordo com a Declaração do México, embora o Poder


Legislativo tenha a responsabilidade de assegurar os recursos necessários ao
desempenho das funções das EFS, a gestão do respectivo orçamento cumpre às
próprias EFS.
Comentário: A assertiva está em consonância com o Princípio 8 da
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Declaração do México, que trata da autonomia orçamentária, financeira e


administrativa das EFS, conferindo-lhes capacidade plena para gerir os
recursos postos à sua disposição pelo Poder Legislativo, sem qualquer
ingerência do Poder Executivo.
Gabarito: Certo

19. (Inédita) Segundo a Declaração do México, um dos aspectos necessários para


a independência das EFS é o acesso irrestrito à informação.
Comentário: O quesito está plenamente de acordo com o Princípio 4 da
Declaração do México.
Gabarito: Certo

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*****
Pronto, terminamos a aula aqui.
Com isso, cobrimos todo o conteúdo exigido nos últimos concursos
para AUFC TCU.
Espero que você tenha gostado e realmente aprendido a matéria. A
partir da posse na Corte de Contas, controle externo passará a fazer parte
do seu dia-a-dia como Auditor.
Para o estudo ficar completo, recomendo pelo menos uma leitura
completa da Lei Orgânica, do Regimento Interno e dos artigos 70 a 75 da
Constituição Federal. Acredite, isso pode fazer diferença.

Qualquer dúvida, poste lá no fórum, ok?

As dificuldades são passageiras, e somente alcança o sucesso


quem persiste confiante até o fim. Treinamento difícil, combate
fácil!

Um forte abraço!

ERICK ALVES

erickalves@estrategiaconcursos.com.br

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RESUMÃO DA AULA

 Declaração de Lima:
 Carta Magna do controle da gestão pública.
 Fornece bases filosóficas e conceituais.
 Seu principal objetivo é exigir uma auditoria governamental independente, com previsão
constitucional.
 Suas premissas são o estado de direito e a democracia.

Pré-auditoria (controle prévio) e pós-auditoria (controle posterior);


Auditoria interna (controle interno) e Auditoria externa (controle
externo);
Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria
operacional;
Principais pontos da
Declaração de Lima Independência das EFS (funcional, organizacional, financeira e dos
membros);
Poderes das EFS;
Métodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaboração de
relatórios.

 Declaração do México:
 Enuncia oito princípios para assegurar a independência das EFS.
 Ressalta que as EFS somente podem exercer suas atribuições se forem independentes da
entidade auditada e protegidas contra influências externas.
 A independência das EFS, para ser efetiva, deve ser garantida por lei.
 A independência das EFS pode ser alcançada por diferentes meios e utilizando
diferentes salvaguardas.

Princípios da Declaração do México:


1. A existência de um marco constitucional/regulamentar/legal apropriado e eficaz, assim como
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de disposições para que esse marco seja aplicado de fato.


2. A independência da autoridade máxima da EFS e de seus membros (para o caso de
instituições colegiadas), incluindo a segurança no cargo e a imunidade legal no desempenho
normal de suas funções.
3. Competências suficientemente amplas e total discricionariedade no cumprimento das
funções das EFS.
4. Acesso irrestrito à informação.
5. O direito e a obrigação de informar sobre seu trabalho.
6. Liberdade para decidir o conteúdo e a oportunidade (momento) dos relatórios de auditoria,
assim como para publicá-los e divulgá-los.
7. A existência de mecanismos eficazes de monitoramento das recomendações das EFS.
8. Autonomia financeira e gerencial/administrativa, assim como disponibilidade adequada de
recursos humanos, materiais e econômicos.

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Teoria e exercícios comentados
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Consoante a Declaração de Lima de Diretrizes para
Preceitos de Auditoria, é permitido às Entidades Fiscalizadoras Superiores usar, à sua
discrição, os recursos alocados a elas em uma rubrica orçamentária separada.

2. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) O fato de órgãos e entidades governamentais serem objeto
do controle exercido por uma EFS não implica subordinação de tal maneira que eles
possam isentar-se de responsabilidades em relação às suas operações e decisões. Se,
entretanto, em vez de recomendações, a EFS emitir resoluções ou atos similares, o seu
cumprimento se tornará obrigatório.

3. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) As obras públicas, em geral, por envolverem recursos
consideráveis, requerem atenção especial, cabendo à EFS exclusivamente o controle da
regularidade das despesas efetuadas. A avaliação dos resultados e a qualidade da
execução das obras constituem responsabilidade exclusiva dos próprios contratantes.

(TCU – AUFC 2010 – Cespe) De acordo com a Declaração de Lima, julgue os próximos
itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situações em que for utilizada,
considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora superior.
4. Segundo a declaração em apreço, uma EFS deve gozar de independência funcional e
organizacional necessária para desempenhar suas tarefas. Apesar disso, entender que tal
instituição, como parte do Estado, não pode ser completamente independente.

5. A Declaração de Lima admite que a execução da pré-auditoria seja realizada por EFS
ou por outras instituições de auditoria.

6. EFSs prestam serviços de auditoria externa.

7. De acordo com a referida declaração, uma EFS deve auditar a legalidade e a


regularidade da gestão financeira e da contabilidade. Essa declaração, entretanto, não cita
como atribuição das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na Constituição Federal
brasileira. 73587648115

(TCU – ACE 2008 – Cespe) Com relação aos conceitos e à legislação aplicáveis ao controle
externo e às instituições fiscalizadoras, julgue os itens a seguir.
8. Nos termos da Declaração de Lima, a pré-auditoria, tarefa indispensável de todas as
entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume de trabalho e
tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Público.

9. Na hipótese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres especializados,


inclusive comentários sobre proposições legislativas, as autoridades administrativas serão
obrigadas a acatá-las. Essa tarefa adicional, inclusive, deverá prevenir futuros achados de
auditorias.

10. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A INTOSAI é um organismo internacional cujo objetivo é
fomentar o intercâmbio de ideias e experiências entre entidades fiscalizadoras superiores

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quanto ao controle das finanças públicas. Entre os documentos elaborados pela INTOSAI,
destacam-se a Declaração de Lima, o código de ética e normas de auditoria. Na Declaração
de Lima, só constam o controle prévio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, além
desses, há o controle concomitante, por expressa disposição legal.

11. (Inédita/2013) As Entidades Fiscalizadoras Superiores só podem desempenhar suas


tarefas objetiva e eficazmente quando são independentes da entidade auditada e protegidas
contra influências externas. Segundo a Declaração do México, é importante que um
supremo tribunal garanta uma proteção jurídica adequada contra qualquer interferência na
independência e mandato de auditoria de uma Entidade Fiscalizadora Superior.

12. (Inédita/2013) A independência das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) está


inseparavelmente vinculada à independência de seus membros, os quais devem
desempenhar seus mandatos sem medo de retaliação. Para tanto, a Declaração do México
orienta que os membros das EFS devem ser designados por períodos suficientemente
longos e fixos, mediante processo que assegure sua independência em relação ao Poder
Executivo.

13. (Inédita/2013) Segundo a Declaração do México, as EFS não devem se envolver na


gestão das organizações que fiscalizam, inclusive mediante a elaboração de
recomendações em seus relatórios de auditoria.

14. (Inédita/2013) O TCU, ao realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional, suas casas e respectivas comissões, está
completamente aderente às orientações da Declaração do México.

15. (Inédita/2013) A Declaração do México preceitua que as EFS possuem liberdade para
decidir o momento de publicar seus relatórios de auditoria, mas limita essa divulgação a
uma vez por ano.

16. (Inédita/2013) A Declaração do México orienta que as EFS devem possuir sistema para
monitorar o cumprimento das observações e recomendações emanadas não só por elas,
mas também pelo Poder Legislativo, suas comissões ou pela direção da entidade auditada.
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17. (Inédita/2013) Segundo a Declaração do México, as EFS devem ser plenamente livres
para formular observações em seus relatórios de auditoria, mas sempre devem levar em
consideração a opinião da entidade auditada.

18. (Inédita/2013) De acordo com a Declaração do México, embora o Poder Legislativo


tenha a responsabilidade de assegurar os recursos necessários ao desempenho das
funções das EFS, a gestão do respectivo orçamento cumpre às próprias EFS.

19. (Inédita) Segundo a Declaração do México, um dos aspectos necessários para a


independência das EFS é o acesso irrestrito à informação.

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GABARITO

2) C 3) E 4) C
1) C
6) C 7) E 8) E
5) C
10) C 11) E 12) C
9) E
14) E 15) E 16) C
13) E

18) C 19) C
17) E

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