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Prof. Erick Alves Aula 06

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AULA 06

Olá pessoal!

Na aula de hoje, falaremos sobre o segundo grande grupo de atividades


que, ao lado do julgamento de contas, caracterizam a atuação do Tribunal
de Contas da União: a fiscalização de atos e contratos.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Fiscalização............................................................................................................................................................................... 3
Instrumentos de fiscalização .......................................................................................................................................... 3
Iniciativa da fiscalização ................................................................................................................................................ 12
Iniciativa do próprio Tribunal .................................................................................................................................... 12
Iniciativa do Congresso Nacional............................................................................................................................... 13
Denúncia .............................................................................................................................................................................. 15
Representação ................................................................................................................................................................... 17
Disposições gerais sobre a fiscalização ................................................................................................................. 26
Objetos da fiscalização ................................................................................................................................................... 32
Apreciação de atos sujeitos a registro ..................................................................................................................... 33
RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 63
Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 65
Gabarito ................................................................................................................................................................................... 74

Preparados? Vamos lá!

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FISCALIZAÇÃO

Como sabemos, o TCU tem competência para exercer a fiscalização


contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União,
compreendendo as entidades da administração direta e indireta.
Essa fiscalização tem como foco aspectos de legalidade, legitimidade,
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de atos, contratos e fatos
administrativos de que resulte receita ou despesa.
A fiscalização a cargo do TCU realiza-se, predominantemente, por meio
de auditorias e inspeções. Mas o conceito de fiscalização é mais amplo, e se
confunde com o próprio controle externo exercido pelo Tribunal. Sempre que
o TCU examina e decide sobre matéria de sua competência está exercendo
fiscalização, como na apreciação de atos sujeitos a registro ou nas respostas
a consulta.
O Tribunal efetua a fiscalização com a finalidade de assegurar a
eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas (RI/TCU,
art. 249). Todavia, as consequências da fiscalização, como a eventual
aplicação de multa, não implicará prejulgamento das contas ordinárias do
responsável, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de
gestão do período envolvido.
Assim como nos processos de contas, o Relator preside a instrução dos
processos de fiscalização, podendo determinar, mediante despacho singular,
por sua ação própria e direta, ou por provocação da unidade de instrução ou
do MPTCU, as providências consideradas necessárias ao saneamento dos
autos, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva
para decisão de mérito.
Nos tópicos seguintes, estudaremos os instrumentos, procedimentos e
demais características da fiscalização exercida pelo TCU.

INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO

Os instrumentos de fiscalização previstos no Regimento Interno são:


✓ Levantamentos

✓ Auditorias

✓ Inspeções
✓ Acompanhamentos
✓ Monitoramentos

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Levantamentos
Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para (RI/TCU, art. 238):
▪ Conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da
administração direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo
fundos e demais instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos
sistemas, programas, projetos e atividades governamentais no que se refere
aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e
patrimoniais;
▪ Identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e

▪ Avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações.

Às vezes, o Tribunal não dispõe de informações confiáveis e atualizadas


sobre a estrutura e as atividades de seus jurisdicionados, de modo que o
planejamento de ações de controle torna-se impraticável. Isso pode
acontecer, por exemplo, em virtude da complexidade do órgão ou programa,
da ausência de trabalhos anteriores do Tribunal, de alterações significativas
promovidas pelo Governo ou mesmo em função da própria falta de
transparência do órgão.
Assim, levantamento é o instrumento utilizado pelo TCU para
conhecer as características específicas de determinado órgão, entidade
ou mesmo de sistemas, programas e outras atividades governamentais
sujeitas a sua jurisdição. Isso é feito por meio de visitas ao órgão,
entrevistas com os gestores, pesquisa na legislação, mapeamento de
processos e outras técnicas de diagnóstico.
Com a realização do levantamento, espera-se identificar áreas que, por
suas características de materialidade, relevância e risco, mereçam ser alvo
de futuras ações de fiscalização mais direcionadas e profundas (uma
auditoria, por exemplo).
O levantamento não tem por finalidade constatar impropriedades ou
irregularidades. Entretanto, se durante a realização do trabalho tais
constatações ocorrerem, o Tribunal deverá adotar as medidas cabíveis, a
exemplo da realização de outra ação de controle com vistas a concluir a
análise dos fatos identificados ou, caso já se tenham elementos suficientes
para caracterizar as irregularidades e os respectivos responsáveis, a
aplicação de sanções no próprio processo de levantamento.

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Auditorias
Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para
(RI/TCU, art. 239):
▪ Examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis
sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e
patrimonial (Auditoria de regularidade);

▪ Avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos


sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos
aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados
(Auditoria operacional);

▪ Subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.

Segundo as Normas de Auditoria do TCU:

Auditoria é o processo sistemático, documentado e independente de se avaliar


objetivamente uma situação ou condição para determinar a extensão na qual critérios
são atendidos, obter evidências quanto a esse atendimento e relatar os resultados
dessa avaliação a um destinatário predeterminado.

Nas auditorias, os AUFC vão a campo em busca de informações e


esclarecimentos para subsidiar a avaliação do Tribunal sobre a legalidade,
legitimidade ou economicidade de determinado ato ou contrato de que
resulte receita ou despesa (a assinatura de um contrato para aquisição de
bens, por exemplo). A formação de convicção do auditor é feita com base
em critérios, ou seja, parâmetros objetivos que demonstram como o ato
deveria ter sido praticado (no nosso exemplo, o critério seria a lei de
licitações). Qualquer discrepância entre o que é e o que deveria ser
configura um achado de auditoria, sobre o qual o Tribunal emite
recomendações, determinações, aplica sanções ou adota outras medidas
cabíveis.
O estabelecimento de critérios busca tornar o exame realizado pelo
auditor o mais objetivo possível, reduzindo interpretações de cunho
meramente pessoal e, com isso, dando credibilidade e força ao trabalho.
No TCU, a classificação das auditorias como de regularidade ou
operacional dependerá do objetivo prevalecente em cada trabalho.
As auditorias de regularidade, voltadas para a legalidade e a
legitimidade, têm como parâmetro, evidentemente, a lei e os
regulamentos. Suas conclusões dão ao TCU elementos para julgar as contas

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suprindo a lacuna de informações, para, em seguida, prosseguir na análise


do mérito das contas.
Além dos processos de contas, as inspeções também podem ser
realizadas para suprir lacunas e esclarecer dúvidas na apuração de
denúncias ou representações.
Em suma, o Tribunal realiza inspeção quando necessita de informações
e documentos que não seriam obtidos de forma satisfatória mediante uma
simples diligência, mas que também não justificariam a realização de uma
auditoria. Assim, inspeção é um instrumento que pode ser classificado como
uma “diligência qualificada” ou uma “auditoria mais simples”. Isso porque
nas inspeções geralmente se vai a campo em busca das informações
desejadas, o que não ocorre nas diligências; mas, por outro lado, nas
inspeções a mobilização de tempo e de pessoal é menor que nas auditorias.
Outra peculiaridade das inspeções é o escopo dos trabalhos, mais pontual e
restrito que nas demais modalidades de fiscalização.

Acompanhamentos
Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para (RI/TCU, art. 241):
▪ Examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a
legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição,
quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e
▪ Avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos
órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas,
projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia dos atos praticados.

Por meio dos acompanhamentos, o Tribunal realiza controle


concomitante, fiscalizando os atos de gestão de forma mais tempestiva, à
medida que ocorrem.
Por exemplo: a realização de uma obra envolve várias etapas: projeto,
licitação, contrato, execução e assim por diante. Em um processo de
acompanhamento, o Tribunal fiscalizaria pari passu a execução de cada
etapa da obra, ao invés de aguardar o término do empreendimento para
desencadear uma auditoria sobre os atos, fatos e contratos já consumados.
As atividades dos órgãos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal serão
acompanhadas de forma seletiva e concomitante, mediante informações
obtidas (RI/TCU, art. 242):

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Monitoramentos
Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados
delas advindos (RI/TCU, art. 243).
Geralmente, o Tribunal, ao deliberar sobre determinada matéria, emite
determinações e recomendações para que os jurisdicionados adotem
providências com vistas a corrigir falhas, deficiências ou irregularidades,
bem como para promover a melhoria da gestão. Nesse contexto, os
monitoramentos são utilizados para verificar as providências adotadas pelos
administradores a partir dessas deliberações e para aferir seus efeitos, a fim
de conferir maior efetividade à atuação da Corte de Contas.

Exemplos de Monitoramento
Acórdão 124/2011 - Plenário
Sumário: Monitoramento. Verificação do cumprimento de determinações constantes
do Acórdão 1.907/2006-TCU-Plenário, com redação dada pelo Acórdão 1.796/2009 -
TCU-Plenário. Cumprimento parcial. Reiteração de determinações. Encaminhamento de
cópia da deliberação à Adplan, para a elaboração de plano de fiscalização sobre a
atuação do controle interno nos casos sob exame e de estudos acerca da metodologia
de processamento de representações com grande quantidade de órgãos envolvidos.

Acórdão 948/2011 Plenário


Sumário: Monitoramento constituído em cumprimento ao Acórdão 1.884/2009-
Plenário. Obras de construção da barragem de Congonhas/MG. Ações implementadas
ainda incapazes de promover alterações na natureza da irregularidade grave com
recomendação de paralisação. Comunicação ao Congresso Nacional. Deferimento do
ingresso do consórcio contratado como parte interessada no processo. Continuidade do
monitoramento.

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INICIATIVA DA FISCALIZAÇÃO

O TCU exerce fiscalização por iniciativa própria ou mediante


provocação externa. Esta última pode vir de solicitação do Congresso
Nacional ou, ainda, de denúncias e representações apresentadas ao Tribunal
pelas pessoas legitimadas.
Vamos estudar essas hipóteses, começando pelos procedimentos
necessários para que o Tribunal realize fiscalizações por iniciativa própria.

INICIATIVA DO PRÓPRIO TRIBUNAL

O TCU, no exercício de suas atribuições, poderá realizar, por iniciativa


própria, fiscalizações nos órgãos e entidades sob sua jurisdição.
Nesse sentido, o Regimento Interno dispõe que as auditorias,
acompanhamentos e monitoramentos devem obedecer ao Plano de
Fiscalização elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores
das listas de unidades jurisdicionadas (RI/TCU, art. 244).
O Plano de Fiscalização deve ser aprovado pelo Plenário em sessão de
caráter reservado (RI/TCU, art. 244). Tal precaução tem por finalidade
assegurar a efetividade dos trabalhos de fiscalização a serem executados
pelo Tribunal, mormente aqueles mais sensíveis em que o fator surpresa é
indispensável. Todavia, informações sobre o Plano de Fiscalização que não
comprometam o sigilo dos trabalhos podem ser divulgadas, com o fim de
dar publicidade à ação fiscalizatória do Tribunal.
Por sua vez, os levantamentos e inspeções não necessitam ser
incluídos no Plano de Fiscalização, vale dizer, podem ser realizados
independentemente de programação, observada a disponibilidade dos
recursos humanos e materiais necessários. Levantamentos e inspeções são
desencadeados a partir de determinação do Plenário, da Câmara, do
Relator ou, ainda, do Presidente, na hipótese de afastamento legal do
Relator sem que haja um substituto disponível (RI/TCU, art. 244, §2º).

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Prestação de informações sobre a fiscalização ▪ Congresso Nacional;


contábil, financeira, orçamentária, operacional e ▪ Senado Federal e Câmara dos
patrimonial e sobre resultados de auditorias e Deputados;
inspeções realizadas;
▪ Comissões do Congresso, Senado ou
Câmara.

Emissão de pronunciamento conclusivo, no prazo ▪ Comissão mista permanente de


de 30 dias, sobre matéria que seja submetida a sua deputados e senadores (CMO);
apreciação;

Realização de auditoria operacional em projetos e ▪ Comissão mista permanente de


programas autorizados na lei orçamentária anual, deputados e senadores (CMO);
avaliando os seus resultados quanto à eficácia, ▪ Comissão técnica de qualquer das
eficiência, efetividade e economicidade. casas do Congresso Nacional.

As solicitações encaminhadas ao TCU em nome do Congresso Nacional,


suas casas e respectivas comissões devem ser subscritas pelos respectivos
presidentes. No caso das comissões, todas as solicitações devem ser por
elas aprovadas antes do envio ao Tribunal (RI/TCU, art. 232).
As solicitações encaminhadas em nome do Congresso Nacional, suas
casas e respectivas comissões que atendam aos requisitos de
admissibilidade serão apreciadas pelo Tribunal em caráter de urgência
(RI/TCU, art. 231), independentemente da gravidade da matéria tratada.
Quando implicarem na realização de auditoria, esta só será realizada após o
Plenário deliberar pela sua inclusão no Plano de Fiscalização (RI/TCU,
art. 233).
Por outro lado, solicitações encaminhadas por não legitimados
não serão conhecidas pelo Plenário ou pelo Relator (RI/TCU, art. 232,
§2º).
Por exemplo: um pedido de auditoria encaminhado por um deputado
federal isolado não será atendido pelo Tribunal, uma vez que o legitimado
para formular tal pedido é o Presidente da Câmara dos Deputados ou um
dos presidentes das comissões daquela Casa, quando por elas aprovadas.
Porém, caso esse mesmo parlamentar tenha conhecimento de alguma
irregularidade em matéria de competência do TCU, poderá efetuar uma
representação que, como veremos adiante, possui rito próprio, sem a
urgência aplicável às solicitações do Poder Legislativo.

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Recorde-se que compete ao Plenário deliberar originariamente sobre


pedido de informação ou solicitação enviado pelo Congresso Nacional, suas
Casas e respectivas comissões, bem como sobre relatórios de fiscalizações
realizadas em virtude de solicitação do Parlamento (RI/TCU, art. 15, I,
alíneas “b”, “c” e “n”).

DENÚNCIA

Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades
perante o Tribunal de Contas da União.
Além de ser apresentada por pessoa legitimada, a denúncia deve
atender aos seguintes requisitos (RI/TCU, art. 235):
▪ tratar sobre matéria de competência do TCU;
▪ referir-se a administrador ou responsável sujeito à jurisdição do TCU;
▪ ser redigida em linguagem clara e objetiva;
▪ conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço;
▪ estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou
ilegalidade denunciada.
Em caso de urgência, admite-se que a denúncia seja encaminhada ao
Tribunal por telegrama, fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com
confirmação de recebimento pelo TCU. Nesse caso, o denunciante tem dez
dias, contados a partir da mencionada confirmação, para remessa da
documentação original (RI/TCU, art. 234, §1º).
Denúncia que não observe os requisitos e formalidades acima
não será conhecida pelo Tribunal ou pelo Relator, devendo o respectivo
processo ser arquivado após comunicação ao denunciante. Por exemplo,
denúncias anônimas ou desacompanhadas de indícios da irregularidade não
são conhecidas.
Por sua vez, a denúncia que preencha os requisitos de
admissibilidade será apurada pelo Tribunal em caráter sigiloso. O caráter
sigiloso será mantido até a decisão definitiva sobre a denúncia, quando
o Tribunal deverá decidir por sua procedência, procedência parcial ou
improcedência. A apuração dos fatos denunciados é feita mediante
diligências, inspeções e análise dos documentos apresentados pelo
denunciante. O respectivo processo só poderá ser arquivado após efetuadas
as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator.

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O denunciante poderá requerer ao Tribunal certidão dos despachos e


dos fatos apurados, a qual deverá ser fornecida no prazo máximo de
15 dias, desde que o respectivo processo de apuração tenha sido concluído
ou arquivado. Mas caso tenham se passado 90 dias da data em que a
denúncia deu entrada no Tribunal, a certidão deverá ser obrigatoriamente
fornecida, ainda que não estejam concluídas as apurações (RI/TCU,
art. 182).
A LO/TCU previa que o Tribunal, ao decidir sobre denúncia, poderia
optar por manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia
(art. 55. §1º). O objeto compreende a irregularidade ou ilegalidade
denunciada, bem como o responsável por praticá-la. Ocorre que o STF, nos
autos do MS 24.405-4/DF, declarou inconstitucional o sigilo quanto ao
objeto e à autoria da denúncia. Em consequência, o Senado Federal,
exercendo a competência que lhe confere o inciso X do art. 52 da CF 1 ,
aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a execução da expressão
“manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia” constante
do art. 55, §1º da LO/TCU. Dessa forma, salvo expressa manifestação em
contrário, o Tribunal, após decidir sobre a matéria, não pode mais manter
o sigilo de denúncia que lhe tenha sido oferecida, tanto em relação ao
objeto quanto à autoria. Nesse sentido dispõe o art. 236, §1º do RI/TCU:

Art. 236. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal dará


tratamento sigiloso às denúncias formuladas, até decisão definitiva sobre a matéria.
§ 1º Salvo expressa manifestação em contrário, o processo de denúncia tornar-se-
á público após a decisão definitiva sobre a matéria.

Após decidir sobre denúncia que lhe tenha sido


apresentada, o Tribunal não pode manter sigilo
quanto ao objeto, nem quanto à autoria da denúncia.

Não obstante, se em qualquer etapa do processo ficar comprovada a


existência da irregularidade ou da ilegalidade denunciada, os demais
atos do processo serão públicos, salvo expressa manifestação em
contrário, observando-se, em qualquer caso, o resguardo dos direitos e
garantias individuais e assegurando-se oportunidade de ampla defesa aos
acusados (RI/TCU, art. 234, §3º).
Por fim, a LO/TCU dispõe que o denunciante não se sujeitará a
nenhuma sanção administrativa, cível ou penal em decorrência da denúncia,
1Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

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1. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Comissão permanente do Senado Federal tem


legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção.
Comentário: Compete ao TCU realizar, por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou das respectivas
comissões, auditorias, inspeções ou acompanhamentos de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demais órgãos
e entidades sujeitos à sua jurisdição (CF, art. 71, IV; LO/TCU, art. 1º, II; RI/TCU,
art. 1º, II). Portanto, comissão permanente do Senado Federal, assim como
qualquer comissão do Parlamento, possui legitimidade para requerer ao TCU a
realização de inspeção. Tal solicitação deve ser previamente aprovada no âmbito
da comissão e ser encaminhada pelo respectivo Presidente (RI/TCU, art. 232, III).
Embora a CF, a LO/TCU e o RI/TCU se refiram apenas a auditorias,
inspeções ou acompanhamentos, entenda que o Congresso Nacional solicita
fiscalização, em sentido amplo, ao TCU; este é que define o instrumento
apropriado para atender ao pedido (auditoria, inspeção, acompanhamento,
levantamento ou monitoramento).
Gabarito: Certo

2. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e
entidade sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal.
Comentário: Os legitimados para apresentar denúncia ao Tribunal são:
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §2º;
LO/TCU, art. 53; RI/TCU, art. 234). Portanto, empresa pública federal (pessoa
jurídica) não é legitimada, daí o erro. Autoridades e servidores dessas entidades
podem, contudo, apresentar representação, caso queiram apontar
irregularidades ou ilegalidades ao Tribunal (RI/TCU, 237, III); ou mesmo
apresentar denúncia, mas na qualidade de cidadãos, e não em nome da empresa
pública. Por sua vez, a entidade sindical de âmbito municipal possui
legitimidade para apresentar denúncia. Porém, recorde-se que o Tribunal apenas
conhecerá denúncia que trate de matérias de sua competência, ou seja, que
envolvam a gestão de recursos públicos federais.
Gabarito: Errado

3. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica
realize alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao
qual, então, caberá determinar a realização do trabalho.

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Comentário: Auditorias, acompanhamentos e monitoramentos realizados


por iniciativa do Tribunal devem obedecer ao Plano de Fiscalização, o qual é
elaborado pela Presidência e aprovado pelo Plenário (RI/TCU, art. 244), e não
pelo Presidente do Tribunal, daí o erro da questão
Por sua vez, lembre-se que levantamentos e inspeções podem ser autorizados
pelos próprios Relatores, independentemente de programação, à exceção dos
realizados nas unidades do Poder Legislativo, do STF, dos Tribunais Superiores,
da Presidência da República, do TCU, do CNJ, do CNMP, do MPU e da AGU, que
requerem aprovação do Plenário (RI/TCU, art. 15, I, alínea “j”).
Gabarito: Errado

4. (TCU – ACE 2007 – Cespe) O regimento interno do TCU define cinco


instrumentos de fiscalização: levantamento, auditoria, inspeção, acompanhamento e
monitoramento; a fiscalização poderá ser exercida por iniciativa do próprio TCU ou
atendendo a solicitação do Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou
respectivas comissões. Diante desses dados e das disposições gerais sobre a
fiscalização de atos e contratos, considere que o Congresso Nacional tenha solicitado
ao TCU inteirar-se sobre os procedimentos a serem adotados para apurar a
responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão, por
funcionário de empresa pública federal. Nessa situação, não compete ao TCU a
fiscalização de atos administrativos que não resultem em receitas ou despesas,
podendo, nesse caso, o relator determinar o arquivamento do processo.
Comentário: Nos termos do Regimento Interno (art. 249), compete ao TCU
efetuar fiscalizações dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados
pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdição. A fiscalização de “atos de que
resulte receita ou despesa” deve ser entendida em sentido amplo. Vou explicar.
Determinados atos de gestão não geram receita ou despesa diretamente, mas
apenas indiretamente. É o caso, por exemplo, da desobediência da lei das filas
por um banco público, ato que não envolve o dispêndio direto de recursos, mas
que pode gerar despesas com o pagamento de indenizações. Nesse caso, a
irregularidade poderia ser apreciada pelo TCU, sem prejuízo da atuação das
demais instâncias no âmbito das respectivas esferas de competência.
Na situação trazida pelo comando do quesito, a apuração sobre eventual
responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão por
funcionário de empresa pública federal, em princípio, não se situa na
competência do controle externo, mas sim das esferas administrativa interna e
judicial. Porém, seguindo o raciocínio apresentado acima, não haveria
impedimento para que o TCU apurasse a situação que lhe foi levada pelo
Congresso Nacional, desde que o foco da apuração se restringisse às possíveis
despesas que seriam suportadas pelo erário em consequência da irregularidade
praticada pelo agente público.

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Mas existe outro erro que macula mais claramente o quesito. Nos termos do
art. 15, I, b, do RI/TCU, compete ao Plenário deliberar sobre pedido de
informação ou solicitação encaminhado pelo Congresso Nacional. Ademais, o
art. 233 do RI/TCU informa que, se a solicitação do Congresso implicar a
realização de auditoria, o Relator deve submeter à deliberação do Plenário sua
inclusão no Plano de Fiscalização. Ou seja, nessa hipótese, não pode o Relator
arquivar de pronto o processo; a decisão deve ser do Plenário. O Relator só
pode determinar o arquivamento do processo, mediante decisão monocrática, se
a solicitação for encaminhada ao Tribunal por quem não seja legitimado (RI/TCU,
art. 232, §2º).
Gabarito: Errado

5. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) A verificação do cumprimento, pelos entes


fiscalizados, das deliberações do TCU é realizada por meio de monitoramento.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 243 do Regimento
Interno:
Art. 243. Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para
verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados delas advindos.
Gabarito: Certo

6. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Para avaliar se a execução de uma fiscalização


será viável, o TCU realiza levantamentos.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 238, III do RI/TCU:
Art. 238. Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para:
I – conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da administração
direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo fundos e demais
instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas,
projetos e atividades governamentais no que se refere aos aspectos contábeis,
financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais;
II – identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e
III – avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações.
Gabarito: Certo

7. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) A inspeção é o instrumento de fiscalização


destinado a avaliar aspectos relativos à economicidade, efetividade e eficácia dos atos
praticados no exercício das atividades governamentais.
Comentário: A inspeção é utilizada para suprir omissões e lacunas de
informações, esclarecer dúvidas ou para apurar denúncias ou representações. O
erro é que o instrumento de fiscalização destinado a avaliar os aspectos

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tratados no enunciado é a auditoria, nos termos do art. 239, II do RI/TCU, da:


Art. 239. Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para:
I – examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos
a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial;
II – avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos
sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de
economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados;
III – subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.
Gabarito: Errado

8. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a
denúncia de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta.
a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções
administrativas, cíveis ou penais.
b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que não
tem fundamento.
c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser
cientificado após a conclusão do processo.
d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos fatos
apurados.
e) O sigilo acerca das denúncias em apuração deve ser quebrado se o denunciado já
estiver sob investigação de iniciativa do próprio TCU.
Comentário: Vamos ver cada alternativa:
(a) certo, nos termos do RI/TCU, art. 236, §2º. Tal dispositivo do Regimento
é um estímulo para que os legitimados levem ao Tribunal as irregularidades de
que tenham conhecimento, pois somente estarão sujeitos a sanções em caso de
má-fé, ainda que a denúncia se mostre improcedente;
(b) errado, pois a denúncia somente será arquivada após efetuadas as
diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator, e não
“sumariamente” (RI/TCU, art. 234, §2º);
(c) errado, pois nos processos do Tribunal devem ser assegurados o
contraditório e a ampla defesa. Assim, caracterizada a irregularidade ou a
ilegalidade denunciada, o Tribunal deverá determinar a audiência do
responsável para apresentar suas razões de justificativa, ainda no curso do
processo (RI/TCU, art. 250, IV). Em caso de irregularidade da qual resultou dano
ao erário, o processo deverá ser convertido em TCE para citação do responsável
a apresentar suas alegações de defesa (LO/TCU, art. 47);
(d) errado, pois o Tribunal, caso requerido, deverá fornecer, ao
denunciante, certidão dos despachos e dos fatos apurados na denúncia, desde
que: (i) o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado;

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ou (ii) tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da data em que a denúncia


deu entrada no Tribunal, ainda que não estejam concluídas as apurações
(RI/TCU, art. 182);
(e) errado, pois, em qualquer caso, a denúncia que preencha os requisitos
de admissibilidade será apurada em caráter sigiloso, até decisão definitiva sobre
a matéria. A partir de então, serão públicos os demais atos do processo (RI/TCU,
art. 234, §§ 2º e 3º e art. 236).
Gabarito: alternativa “a”

9. (TCE/AC ACE 2009 Cespe) No intuito de fomentar a segurança dos autores


de denúncias de fatos ilícitos praticados no âmbito da administração, os tribunais de
contas podem preservar o sigilo do informante.
Comentário: O Tribunal de Contas, após decidir sobre a denúncia, não pode
mais preservar o sigilo em relação ao objeto ou à identidade do denunciante,
uma vez que o Senado Federal aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a
execução da expressão “manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da
denúncia” que constava no art. 55, §1º da LO/TCU, em virtude de declaração de
inconstitucionalidade em decisão definitiva do STF. Por causa disso, o texto do
art. 236, §1º do RI/TCU, que reproduzia o enunciado suspenso da LO/TCU,
passou a ter a seguinte redação: “Salvo expressa manifestação em contrário, o
processo de denúncia tornar-se-á público após decisão definitiva sobre a
matéria.”
Gabarito: Errado

10. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em
caso que envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer
inspeção e auditoria ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade
da gestão governamental.
Comentário: O TCU realiza fiscalização por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional (CF, art. 71, IV). Portanto, o Poder Judiciário
não possui legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção e
auditoria, ainda que sobre matéria de competência da Corte de Contas. Por isso,
o quesito está errado. Recorde-se, contudo, que os integrantes do Poder
Judiciário, enquanto autoridades no exercício do dever funcional, possuem
legitimidade para representar ao TCU (RI/TCU, art. 237, III). A apuração da
representação, se conhecida, será feita de acordo com os critérios do próprio
TCU, o qual, conforme o caso, poderá concluir pela necessidade ou não da
realização de auditoria ou inspeção.
Gabarito: Errado

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11. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) O Tribunal de Contas da


União (TCU) poderá realizar por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito — inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Comentário: O quesito está correto. Trata-se da transcrição do inciso IV do
art. 71 da CF, que é o fundamento constitucional da função fiscalizatória do
Tribunal de Contas da União.
Gabarito: Certo

12. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Caso um indivíduo pertencente a


determinada entidade sindical tenha tomado conhecimento de irregularidades na
gestão contábil e financeira de determinado Ministério, tanto ele quanto a entidade
sindical poderão denunciar tais irregularidades ao TCU.
Comentários: Assertiva correta, nos termos do art. 74, §2º da CF:
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para,
na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
da União.
Gabarito: Certo

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A FISCALIZAÇÃO

Execução das fiscalizações


A fiscalização exercida pelo TCU ocorre em todos os níveis, desde a
aquisição de materiais de expediente pelas repartições públicas até a
programação e execução orçamentária pelos escalões mais altos do Governo
Federal.
Os critérios utilizados nas diversas ações de fiscalização variam em
função da realidade e das peculiaridades da unidade auditada. Por exemplo:
ao fiscalizar uma sociedade de economia mista, o Tribunal considera, além
da legislação e regulamentação aplicáveis ao setor público, as normas
inerentes ao mercado em que a unidade está inserida, o que não ocorreria
numa fiscalização executada sobre um órgão da administração direta. Assim,
a análise de uma situação semelhante ocorrida nas duas auditorias, como
impropriedades na licitação de um bem, poderiam gerar posicionamentos
distintos do Tribunal, face à distinção de critérios utilizados.
As fiscalizações são planejadas e executadas, em regra, pelos AUFC
lotados nas Secretarias de Controle Externo. Como sabemos, o servidor do

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TCU, quando oficialmente designado pelo Presidente do Tribunal, ou por


delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da Secretaria, para
desempenhar funções de fiscalização, possui a prerrogativa de ingressar
livremente nos órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal, assim
como de requerer e ter acesso a documentos e informações
necessários à execução do seu trabalho.
Nenhum processo, documento ou informação pode ser sonegado ao
Tribunal em suas atividades de fiscalização, sob qualquer pretexto (LO/TCU,
art. 42). No caso de obstrução ao livre exercício de auditorias e inspeções,
ou de sonegação de processo, documento ou informação, o Tribunal ou o
Relator (RI/TCU, art. 245):
1. Assinará prazo improrrogável de até 15 dias para apresentação
dos documentos, informações e esclarecimentos julgados
necessários, fazendo-se a comunicação do fato ao Ministro de
Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico
equivalente, para as medidas cabíveis.
2. Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal:
a) Aplicará multa, a qual prescinde de audiência prévia dos
responsáveis, desde que a possibilidade de sua aplicação tenha
sido previamente comunicada;
b) Representará ao Presidente do Congresso Nacional sobre o
fato, para adoção das medidas cabíveis;
c) Poderá, ainda, adotar a medida cautelar de afastamento
temporário do responsável, quando existirem indícios
suficientes de que o responsável, prosseguindo no exercício de
suas funções, possa retardar ou dificultar a realização dos
trabalhos, causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu
ressarcimento.

Se, no curso de fiscalização, a equipe de auditores do TCU identificar


procedimento de que possa resultar dano ao erário ou irregularidade
grave e que, por isso, requeira providências imediatas do Tribunal, as
seguintes medidas devem ser adotadas (RI/TCU, art. 246):
1. A equipe do Tribunal representará, desde logo, ao dirigente da
unidade técnica, com suporte em elementos concretos e
convincentes;

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unidade técnica competente para que promova o monitoramento do


cumprimento das recomendações;
➢ Audiência do responsável para, no prazo de 15 dias, apresentar
razões de justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades
decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como
infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária ou patrimonial;
o Se o fundamento da impugnação não for elidido, o Tribunal, em
regra, aplicará multa ao responsável, no próprio processo de
fiscalização e determinará o apensamento dos autos ao processo
de contas ordinárias da unidade.
➢ Conversão do processo em tomada de contas especial, para fins de
citação, quando configurada ocorrência de desfalque, desvio de bens
ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;
➢ Oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no
prazo de 15 dias, manifestarem-se sobre os fatos que possam resultar
em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo
administrativo ou alterar contrato em seu desfavor.
➢ Fixação de prazo para que o responsável adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, de até 15 dias, com
indicação expressa dos dispositivos a serem observados, quando
verificada ilegalidade de ato ou contrato em execução. Se não
atendido, o Tribunal:
o aplicará multa ao responsável, no próprio processo de
fiscalização;
o sustará a execução do ato impugnado ou, no caso de contrato,
comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar
a sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas
cabíveis, podendo o TCU decidir a respeito da sustação do contrato
caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90
dias, não adotarem providências para regularizá-lo.

A diferença entre determinação e recomendação é que, quando o


TCU determina, o gestor fica obrigado a acatar a deliberação, sob pena de
multa (LO/TCU, art. 58, §1º). A determinação visa a corrigir aspectos
vinculados do ato administrativo. Por sua vez, as recomendações
formuladas pelo TCU têm caráter colaborativo e não coercitivo, nas ocasiões
em que o Tribunal vislumbre oportunidades de melhoria, respeitando-se ao

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jurisdicionado avaliar a oportunidade e a conveniência de adotá-las. O


descumprimento de recomendação não é razão para aplicação de multa,
razão pela qual não cabe recurso contra recomendação expedida pelo TCU.
Na hipótese de audiência do responsável, se as razões de
justificativa forem acolhidas, total ou parcialmente, ocorrerá, conforme o
caso, o arquivamento do processo, com ou sem a emissão de determinações
ou recomendações, mas sem aplicação de multa. Já se as razões de
justificativa forem rejeitadas, o Tribunal, em regra, aplicará multa ao
responsável, no próprio processo de fiscalização. Mas há uma exceção,
lembram? Se a matéria que motivou a multa já tiver sido examinada de
forma expressa e conclusiva em processo de tomada ou prestação de
contas ordinária, na qual o Tribunal já tenha proferido decisão definitiva
sem condenação, a multa não poderá ser aplicada no processo de
fiscalização. Nesse caso, qualquer sanção dependerá de reabertura das
contas via recurso de revisão interposto pelo MPTCU (RI/TCU, art. 206 c/c
250, §2º).
Por outro lado, para imputação de débito, o processo de
fiscalização deve ser convertido em processo de contas (tomada de
contas especial), quando então se faz a citação do responsável para
apresentar alegações de defesa. Não há possibilidade de o Tribunal exigir
ressarcimento ao erário no âmbito de processo de fiscalização.
Já em relação à oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado
nos processos em que decisão do Tribunal possa desconstituir ato ou
processo administrativo ou, ainda, alterar contrato em seu desfavor, vale
ressaltar que constitui hipótese incluída na nova versão do RI/TCU. A oitiva
é aplicável, por exemplo, caso o Tribunal constate que determinado contrato
de prestação de serviços foi celebrado pela Administração com sobrepreço.
Na decisão de mérito, o TCU poderá determinar que o gestor anule o
contrato ou, ainda, que repactue o ajuste a preços razoáveis. Em ambos os
casos, a empresa contratada será afetada, pois deixará de receber ou
receberá menos pelos serviços prestados. Portanto, antes de decidir, o
Tribunal deverá promover a oitiva da empresa, para que se manifeste a
respeito da situação.
O Regimento estabelece prioridade de instrução processual no âmbito
da unidade técnica para as matérias objeto dessa oitiva, desde que
demandem urgente decisão de mérito. Nesse caso, propostas de
determinação e recomendação de providências e audiência de responsável

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deverão ser apresentadas após deliberação do Tribunal sobre aquelas


matérias (RI/TCU, art. 250, V, §§ 6º e 7º). Veja o texto do RI/TCU:

Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator


ou o Tribunal:
V – determinará a oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no
prazo de quinze dias, manifestarem-se sobre fatos que possam resultar em
decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou
alterar contrato em seu desfavor.
§ 6º Caso as matérias objeto da oitiva de que trata o inciso V demandem urgente
decisão de mérito, a unidade técnica responsável pela fiscalização dará a elas
prioridade na instrução processual, deixando para propor as medidas constantes
dos incisos II, III e IV em momento posterior à deliberação do Tribunal sobre
aquelas questões.

7º Observar-se-ão em relação à oitiva prevista no inciso V as normas aplicáveis à


audiência, no que couber.

Vamos prosseguir. Havendo mais de um responsável pelo mesmo


fato, a defesa apresentada por um deles, em resposta a citação, audiência
ou oitiva, aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às
circunstâncias objetivas, e não aproveitará no tocante aos fundamentos
de natureza exclusivamente pessoal (RI/TCU, art. 161). Uma
circunstância objetiva, por exemplo, é a não ocorrência do dano. Se um dos
responsáveis conseguir demonstrar que não houve o prejuízo, por óbvio,
todos os demais deverão ser liberados da responsabilidade quanto ao dano
inexistente. Agora, se um dos responsáveis demonstrar apenas que,
pessoalmente, não contribuiu para o prejuízo, a responsabilidade dos demais
permanece.
Quando verifica ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal,
na prática, quase nunca chega ao extremo de adotar medidas com vistas à
sustação definitiva do ato (diretamente) ou do contrato (por meio do
Congresso Nacional). Nesses casos, o Tribunal geralmente adota a
suspensão cautelar da execução do ato ou contrato, medida que
perdurará até que se corrija a irregularidade ou até que o mérito da matéria
seja apreciado pelo Tribunal (RI/TCU, art. 276).
O Tribunal comunicará às autoridades competentes o resultado das
fiscalizações que realizar, para as medidas saneadoras das impropriedades e
faltas identificadas (RI/TCU, art. 248).

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OBJETOS DA FISCALIZAÇÃO

A seguir, vamos ver as características específicas da fiscalização


exercida pelo TCU sobre alguns objetos, conforme previsão do Regimento
Interno.

Fiscalização de transferências voluntárias


A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal, a Município e a qualquer outra pessoa, física ou
jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal (RI/TCU, art. 254):
✓ por meio dos instrumentos de fiscalização (levantamentos,
auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos);
✓ por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações
de contas da unidade ou entidade transferidora dos recursos.

Nesses casos, como já sabemos, o beneficiário das transferências, em


regra, não presta contas diretamente ao TCU, mas sim ao órgão ou entidade
que lhe transferiu os recursos. Este, por sua vez, é que presta contas ao
TCU quanto aos repasses realizados. Não obstante, o Tribunal pode efetuar
ações de fiscalização diretamente nos beneficiários das transferências, a
fim de avaliar a regularidade da aplicação dos recursos federais.
Na fiscalização das transferências voluntárias, o Tribunal verifica o
atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação dos recursos,
a observância às normas legais e regulamentares e às cláusulas pactuadas,
dentre outros aspectos.
Gestores omissos na prestação de contas de recursos anteriormente
recebidos ou que tenham provocado dano ao erário ainda não ressarcido são
proibidos de receber novas transferências. A autoridade administrativa que
repassar recursos federais a esses gestores ficará sujeita a multa.
Ademais, como também já sabemos, a autoridade administrativa da
unidade transferidora dos recursos deverá instaurar TCE no caso de omissão
na prestação de contas ou quando constatar irregularidade na aplicação dos
recursos federais transferidos, sob pena de responsabilidade solidária.

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Fiscalização da aplicação de subvenções, auxílios e contribuições


O Tribunal fiscaliza a aplicação de recursos transferidos sob as
modalidades de subvenção, auxílio e contribuição em qualquer das fases da
transferência: concessão, utilização e prestação de contas. No que
couber, a fiscalização é feita da mesma forma que nos convênios e outros
instrumentos congêneres (RI/TCU, art. 255).

Fiscalização da arrecadação e da renúncia da receita


A fiscalização da arrecadação e da renúncia de receitas é feita sobre os
órgãos da União que tenham atribuição administrativa relacionada a essas
atividades (órgãos supervisores, bancos operadores, fundos etc.), sem
prejuízo do julgamento das respectivas prestações de contas. A fiscalização
atinge todas as etapas da receita (RI/TCU, art. 256 e 257).

APRECIAÇÃO DE ATOS SUJEITOS A REGISTRO

Recorde-se que o Tribunal aprecia a legalidade, para fins de registro,


dos seguintes atos (CF, art. 71, III):
✓ Admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder
público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão.
✓ Concessão de aposentadorias, reformas e pensões a servidores
públicos federais civis e militares ou a seus beneficiários, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório inicial.

A apreciação do Tribunal é realizada mediante procedimentos de


fiscalização ou em processo específico de registro de ato (RI/TCU,
art. 259).
Para tanto, a autoridade administrativa responsável por ato de
admissão de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão
deve submeter os dados e informações necessários ao respectivo órgão de
controle interno, o qual emite parecer sobre a legalidade dos referidos
atos e os encaminha para apreciação do TCU. Às vezes, esse procedimento
não ocorre de forma tão linear, podendo existir atos já cadastrados nos
sistemas informatizados do TCU sem manifestação do controle interno. Se
for identificada irregularidade em algum desses atos, o Tribunal poderá
proceder ao exame, dispensando a manifestação do órgão de controle

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interno respectivo. Frise-se, porém, que o Regimento só prevê


expressamente a dispensa de manifestação do controle interno na hipótese
de ato de concessão já cadastrado nos sistemas do TCU, e não de ato de
admissão (RI/TCU, art. 260, §3º).
O TCU determinará o registro dos atos que considerar legais e
recusará o registro dos atos considerados ilegais.
Caso conceda o registro, o Tribunal poderá rever de ofício sua
decisão, no prazo de 5 anos a partir do respectivo Acórdão, se constatar
posteriormente que o ato registrado foi produzido a partir de violação da
ordem jurídica. Porém, se ficar comprovada má-fé na produção do ato
ilegal, o prazo de 5 anos não se aplica, isto é, a revisão poderá ocorrer a
qualquer tempo. Em qualquer hipótese, a revisão necessita das oitivas
prévias do MPTCU e do beneficiário do ato, que são obrigatórias. Por
conta dessa possibilidade de revisão do registro efetuado, o Regimento
Interno dispõe que “o acórdão que considerar legal o ato e determinar o seu
registro não faz coisa julgada administrativa” (RI/TCU, art. 260, §2º).
Caso o Tribunal não conceda o registro, o órgão de origem deverá
cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no
prazo de 15 dias, sob pena de multa e responsabilização solidária da
autoridade administrativa omissa. Além disso, se houver indício de
procedimento culposo ou doloso – tanto do beneficiário quanto da
autoridade administrativa responsável -, ou se o pagamento não for
suspenso, o Tribunal determinará a instauração ou conversão do processo
em tomada de contas especial, para apurar responsabilidades e promover
o ressarcimento das despesas irregularmente efetuadas.
Recusado o registro do ato, a autoridade administrativa responsável
poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades
verificadas.
Os atos que, a despeito de apresentarem algum tipo de inconsistência
em sua versão submetida a exame do Tribunal, não estiverem dando ensejo,
no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos irregulares, serão
considerados legais, para fins de registro, devendo ser consignada na
decisão do Tribunal a ressalva em relação à falha que deixou de existir.
Ademais, o Tribunal poderá considerar prejudicado, por perda de
objeto, o exame dos atos de admissão e concessão cujos efeitos
financeiros tenham se exaurido antes de sua apreciação. Ou seja,
quando da apreciação pelo TCU, os atos não estão dando ensejo a qualquer
tipo de pagamentos, regulares ou irregulares. Nesse caso, o Tribunal poderá

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– facultativo – deixar de apreciar a legalidade do ato para fins de registro,


sendo o respectivo processo arquivado (RI/TCU, art. 260, §5º).
Por outro lado, o Tribunal deverá – obrigatório – considerar
prejudicado, por inépcia, o ato de admissão ou concessão que apresentar
inconsistências nas informações prestadas pelo órgão de pessoal que
impossibilitem sua análise. Nesse caso, porém, a solução não é o
arquivamento do processo; o TCU deverá determinar o encaminhamento
de novo ato, livre de falhas (RI/TCU, art. 260, §6º).
Ao apreciar o ato para concessão de registro, o Tribunal verifica tanto
se não estão sendo concedidos benefícios indevidos quanto se todas as
vantagens devidas estão sendo pagas. A constatação de omissão total ou
parcial de vantagens não impede que o Tribunal considere o ato legal,
independentemente das comunicações que entender oportunas para cada
caso (RI/TCU, art. 262, §3º).
O interessado não pode requerer diretamente ao TCU a obtenção
de quaisquer benefícios ou vantagens de caráter pessoal que se
relacionem aos atos de admissão ou concessão. Não pode, por exemplo,
requerer ao Tribunal que determinada vantagem seja incorporada aos
proventos de sua aposentadoria. Se o fizer, o Relator ou o Tribunal não
conhecerá do requerimento, e arquivará a solicitação após comunicação ao
requerente (RI/TCU, art. 263).
Frise-se que as exceções à apreciação para fins de registro pelo
TCU, quais sejam, os atos de nomeação para cargos de provimento em
comissão e os atos posteriores que mantenham inalterados os fundamentos
para as concessões iniciais das aposentadorias, reformas e pensões, ainda
que não sejam submetidos a registro, continuam sujeitos às demais
formas de fiscalização do TCU, como auditorias e inspeções, pois tais
atos devem observância aos ditames constitucionais e legais.
Por exemplo: é vedada a nomeação para cargo em comissão de
parentes até 3º grau da autoridade nomeante (Súmula Vinculante nº 13 do
STF). Além disso, as nomeações para cargo em comissão devem
observância aos limites da LRF para gastos com pessoal. Assim, o TCU pode
realizar uma auditoria em determinado órgão e verificar se as nomeações
para cargos de provimento em comissão estão ou não de acordo com essas
regras.

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13. (TCE/PR – Auditor 2016 – Cespe) Sabendo que os tribunais de contas podem
aplicar sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e
apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, assinale a opção correta à luz do
entendimento majoritário do STF a respeito da observância do direito ao contraditório e
à ampla defesa nos casos em que o tribunal de contas realiza esse controle externo.
A) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
B) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
C) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos
casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão e de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o
interessado, mas será indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao
interessado.
D) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla
defesa apenas quando da decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo
esse direito assegurado nos casos de simples anulação ou revogação de ato
administrativo, ainda que essa medida beneficie o administrado.
E) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla
defesa, o qual será facultativo nos casos de simples anulação ou revogação de ato
administrativo concessório de benefício.
Comentário: A questão aborda o verbete da Súmula Vinculante nº 3 do STF,
o qual é reproduzido ipsis literis na alternativa “a”. Veja:
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Todas as demais alternativas fazem alterações na redação da Súmula que
modificam o seu sentido original, por isso estão erradas.
Gabarito: alternativa “a”

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14. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) A fiscalização da renúncia de receitas não depende
das prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode
ocorrer no final do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.
Comentário: Embora confusa, a assertiva está correta. A fiscalização da
renúncia de receitas pode ser feita a qualquer momento, mediante auditorias,
inspeções, acompanhamentos etc., assim como na ocasião do julgamento das
contas dos órgãos responsáveis. Eis o que diz o RI/TCU:
Art. 257. A fiscalização pelo Tribunal da renúncia de receitas será feita, preferentemente,
mediante auditorias, inspeções ou acompanhamentos nos órgãos supervisores, bancos
operadores e fundos que tenham atribuição administrativa de conceder, gerenciar ou
utilizar os recursos decorrentes das aludidas renúncias, sem prejuízo do julgamento das
tomadas e prestações de contas apresentadas pelos referidos órgãos, entidades e
fundos, quando couber, na forma estabelecida em ato normativo.
Lembre-se dos momentos do controle: prévio, concomitante ou posterior
ao ato fiscalizado. Assim, uma inspeção ou auditoria para verificar o
planejamento das renúncias de receitas a serem empreendidas no exercício
seguinte constituiria um exemplo de controle prévio. Já a autuação de um
processo de acompanhamento para fiscalizar as renúncias no decorrer do
exercício seria um exemplo de controle concomitante, enquanto o exame das
renúncias no julgamento da prestação de contas do órgão seria uma hipótese de
controle posterior. Raciocínio semelhante pode ser estendido para qualquer ato
sujeito à fiscalização do TCU.
Gabarito: Certo

15. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) As atividades de controle externo estão vinculadas
e restritas aos casos de denúncias identificadas no âmbito do sistema de controle
interno do Poder Executivo.
Comentário: O item está errado, pois qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para apresentar denúncia perante o
Tribunal de Contas. Ademais, agentes políticos e autoridades, além dos órgãos
de controle interno também podem representar ao Tribunal. A Corte de Contas
pode, ainda, realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional. Portanto, as atividades de controle externo
são desencadeadas por um sem número de situações, e não apenas por
denúncias identificadas pelo sistema de controle interno do Poder Executivo.
Gabarito: Errado

16. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) A fim de evitar eventuais


perseguições contra pessoas que queiram encaminhar denúncias ao TCU, o
denunciante poderá conservar seu anonimato e não se identificar na denúncia.

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Comentário: O item está errado. Segundo o art. 235 do RI/TCU, “A denúncia


sobre matéria de competência do Tribunal deverá referir se a administrador ou
responsável sujeito à sua jurisdição, ser redigida em linguagem clara e objetiva,
conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço, e estar
acompanhada de indício concernente à irregularidade ou ilegalidade
denunciada.” Não obstante, a LO/TCU busca preservar o denunciante de
eventuais perseguições ao dispor que ele “não se sujeitará a qualquer sanção
administrativa, cível ou penal, em decorrência da denúncia, salvo em caso de
comprovada má-fé” (LO/TCU, art. 55, §2º).
Gabarito: Errado

17. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Qualquer cidadão possui


competência para formular consulta ao TCU. As decisões do tribunal em resposta a
consultas terão caráter normativo, mas não constituirão pré-julgamento das situações
concretas que venham a ser submetidas a exame do tribunal em processos
específicos.
Comentário: Qualquer cidadão possui competência para apresentar
denúncia do TCU, mas não consulta, daí o erro do quesito. Consultas somente
podem ser formuladas pelas autoridades competentes, que são (RI/TCU,
art. 264):
▪ presidentes da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
Supremo Tribunal Federal;
▪ Procurador-Geral da República
▪ Advogado-Geral da União
▪ presidente de comissão do Congresso Nacional ou de suas casas
▪ presidentes de tribunais superiores
▪ ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível
hierárquico equivalente
▪ comandantes das Forças Armadas
Por sua vez, está correta a segunda frase do comando da questão, visto
que, segundo a LO/TCU, art. 1º, §2º, a resposta à consulta terá caráter normativo
e constituirá prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto.
Gabarito: Errado

18. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Por iniciativa própria ou a


requerimento do Ministério Público, o TCU deverá realizar auditorias em órgãos ou
entidades sujeitas à sua jurisdição.
Comentário: O TCU realiza auditorias e inspeções por iniciativa própria ou
por solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou de suas comissões
(RI/TCU, art. 1º, II). Portanto, o Ministério Público, tanto o de Contas quanto o

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comum, não possui legitimidade para requerer ao Tribunal que realize


fiscalização em algum órgão ou entidade, daí o erro da questão.
Perceba que quando se diz que o Congresso Nacional pode solicitar ao
Tribunal que realize uma auditoria ou inspeção, caso o respectivo requerimento
preencha os requisitos de admissibilidade (em suma, ser institucional e tratar de
matéria da competência do TCU), o Tribunal não tem escolha, deve realizar a
fiscalização, e ainda com prioridade. Na verdade, a solicitação é quase uma
determinação. O MP comum ou o MP/TCU não possuem legitimidade para fazer
esse tipo de requisição de caráter “compulsório”. Porém, podem representar ao
Tribunal sobre irregularidade de que tenham conhecimento. Nesse caso, a forma
de apuração fica a critério do Tribunal e pode ser mediante a realização de
auditoria ou inspeção, ou ainda pelo simples encaminhamento de diligências.
Gabarito: Errado

19. (TCU – ACE 2008 – Cespe) A fiscalização do TCU não se limita à realização da
despesa; compreende também a arrecadação da receita e as próprias renúncias de
receitas, inclusive a verificação do real benefício socioeconômico dessas renúncias.
Comentário: A arrecadação e a renúncia de receitas estão dentre os objetos
da fiscalização exercida pelo TCU. Ao fiscalizar a arrecadação da receita, o
Tribunal avalia todas as etapas envolvidas, incluindo a análise de
demonstrativos próprios, com a identificação dos respectivos responsáveis
(RI/TCU, art. 256). Já a fiscalização da renúncia de receitas tem como objetivo
verificar a atuação dos órgãos responsáveis, bem como o real benefício
socioeconômico dessas renúncias (RI/TCU, art. 257, parágrafo único).
Gabarito: Certo

20. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética. No


processo de fiscalização para apuração da denúncia de desvio de recursos da União
repassados à prefeitura do município X para a elaboração de cartilha contra o uso de
drogas, constatou-se que a prefeitura antecipou o pagamento à empresa contratada
sem que tivesse havido a execução do serviço. O TCU determinou a conversão da
fiscalização em tomada de contas especial e citou os responsáveis, que alegaram
defesa sem recolher o débito. O TCU não acatou a defesa, nem reconheceu boa-fé e
julgou as contas do convênio irregulares pelo fato de ter havido prática de ato de
gestão ilegal, que causou danos ao erário. Nessa situação, o TCU deverá
responsabilizar solidariamente o agente público e o terceiro que concorreu com o
cometimento do dano, podendo aplicar multa de até 100% do valor atualizado do dano
causado ao erário, e, mesmo que haja o pagamento integral do débito e(ou) da multa,
persistirá o julgamento quanto à irregularidade das contas.
Comentário: A questão está perfeita. A seguir, vejamos os dispositivos

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correspondentes, todos da LO/TCU:


Art. 47. Ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de
bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário, o Tribunal ordenará, desde
logo, a conversão do processo em tomada de contas especial (...)
Art. 16. As contas serão julgadas:
III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências:
c) dano ao Erário decorrente de ato de ge tão ilegítimo ao antieconômico;
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, ao julg ar
irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária:
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de
qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado.
Art. 19. Quando julgar as contas irregulares, havendo débito, o Tribunal condenará o
responsável ao pagamento da dívida atualizada monetariamente, acrescida dos juros de
mora devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe a multa prevista no art. 57 desta Lei, sendo o
instrumento da decisão considerado título executivo para fundamentar a respectiva ação
de execução.
Art. 57. Quando o responsável for julgado em débito, poderá ainda o Tribunal aplicar-lhe
multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao Erário.
E, por fim, nos termos do art. 218 do RITCU, temos que:
Art. 218. Provado o pagamento integral, o Tribunal expedirá quitação do débito ou da
multa ao responsável, desde que o processo não tenha sido remetido para cobrança
judicial.
Parágrafo único. O pagamento integral do débito ou da multa não importa em
modificação do julgamento quanto à irregularidade das contas.
Além disso, frise-se que, ao analisar as alegações de defesa do responsável
(em resposta à citação), caso o Tribunal não reconheça a boa-fé, proferirá desde
logo o julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas, afastando
o benefício do julgamento pela regularidade com ressalvas no caso da
ocorrência de débito (RI/TCU, art. 202, §6º).
Gabarito: Certo

21. (TCU – ACE 2004 – Cespe) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado
pelo TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder
Executivo no prazo de noventa dias, contados da comunicação do fato.
Comentário: A questão está errada. Quando verifica ilegalidade de ato ou
contrato em execução, o Tribunal assina prazo, de até 15 dias, para que o
responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
com indicação expressa dos dispositivos a serem observados. Se não atendido,
caso de trate de ato, o Tribunal susta sua execução diretamente. Caso o objeto

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impugnado seja um contrato, como a situação trazida pelo comando da questão,


o TCU comunica o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar a
sustação e solicitar as medidas cabíveis ao Poder Executivo. Se o Congresso
Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivarem as
providências para exigir a observância da lei, o TCU decidirá a respeito da
sustação do contrato, independentemente de qualquer autorização.
Gabarito: Errado

22. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nenhum documento ou informação poderá ser
negado ao analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a
justificativa de resguardo à segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos
públicos feita por entidades privadas beneficiárias de transferências governamentais.
Comentário: O Auditor Federal de Controle Externo (AUFC, nomenclatura
atual do antigo cargo de Analista de Controle Externo, denominação que
vigorava na aplicação da prova em 2004) quando credenciado pelo Presidente
do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da
Secretaria, terá acesso a todas as informações e documentos necessários à
realização de seu trabalho, os quais não poderão ser sonegados, sob qualquer
pretexto, ainda que de natureza sigilosa ou estratégica para o órgão (RI/TCU,
art. 245, II). Obviamente, o servidor deve guardar sigilo sobre as informações
obtidas em decorrência do exercício de suas funções (LO/TCU, art. 85, IV).
No caso de sonegação, o Tribunal ou o Relator assinará prazo
improrrogável de até 15 dias para que o responsável apresente os documentos,
informações e os esclarecimentos julgados necessários, e comunicará o fato ao
Ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico
equivalente, para as medidas cabíveis. Vencido o prazo e não cumprida a
exigência, o Tribunal aplicará multa, representará ao Presidente do Congresso
Nacional sobre o fato, podendo, ainda, adotar a medida cautelar de afastamento
temporário do responsável (RI/TCU, art. 245).
Gabarito: Certo

23. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Ratificando disposições dos anos anteriores, a lei
de diretrizes orçamentárias de 2009 prevê a suspensão de obras e serviços com
indícios de irregularidades graves, que devem ser apontados em informação prestada
pelo TCU. Esses indícios são caracterizados por situações que constituam graves
desvios em relação a princípios tais como a publicidade e a eficiência, aplicáveis à
administração pública.
Comentário: Em relação às obras públicas, as Leis de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) dos últimos anos têm trazido determinações ao TCU para
que informe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo a relação de
empreendimentos financiados com recursos federais que apresentem indícios

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de irregularidades graves. A CMO deliberará pela continuação ou não das obras,


até que a Corte de Contas chegue a conclusões definitivas.
A LDO para 2014 (Lei 12.919/2013) manteve essa sistemática, e classifica
como indícios de irregularidades graves os atos e fatos materialmente
relevantes que possam ocasionar prejuízos ao erário ou a terceiros e que
(i) possam ensejar nulidade de procedimento licitatório ou de contrato; ou
(ii) configurem graves desvios em relação aos princípios constitucionais a que
está submetida a administração pública.
Gabarito: Certo

24. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Quando a União repassa recursos aos demais
entes da Federação mediante convênios ou instrumentos congêneres, o TCU examina
as prestações de contas dos órgãos ou das entidades repassadores, mas não pode
examinar as contas de entes beneficiários dos recursos relativos àquelas
transferências em obediência ao princípio da autonomia federativa.
Comentário: A primeira parte do quesito (TCU examina as contas dos
órgãos repassadores) está correta. É o que acontece em regra, caso a prestação
de contas do convênio for feita corretamente ao órgão repassador dos recursos,
comprovando a boa e regular aplicação dos recursos.
Por outro lado, a parte final do quesito está errada, pois o TCU pode sim
examinar as contas dos entes beneficiários, notadamente nas situações que
ensejam instauração de tomada de contas especial, previstas no art. 8º da
LO/TCU. Nesse caso, o TCU julga diretamente as contas dos beneficiários dos
recursos do convênio. Além disso, independentemente do julgamento das
contas, o Tribunal poderá realizar fiscalizações, como auditorias, inspeções e
acompanhamentos, para verificar, diretamente nos beneficiários das
transferências, o atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação
dos recursos, a observância às normas legais e às cláusulas pactuadas, entre
outros aspectos (RI/TCU, art. 254). Isso em nada fere o princípio da autonomia
federativa, uma vez que os recursos oriundos de transferências voluntárias são
federais, de modo que eventuais prejuízos serão suportados pelos cofres da
União, ainda que a administração dos recursos seja estadual ou municipal.
Gabarito: Errado

25. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) O STF, mediante controle concentrado, exercido
por meio de ação direta de inconstitucionalidade, declarou inconstitucionais, por
ferirem direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal,
dispositivos legais e regimentais que permitiam ao TCU manter o sigilo do autor da
denúncia, mesmo após a decisão definitiva sobre a matéria.
Comentário: Para responder ao quesito, vamos relembrar um pouco de
Direito Constitucional. Quando exerce controle concentrado, por meio de ADI,

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ADC, ADPF e ADI por Omissão, o STF declara a inconstitucionalidade ou


constitucionalidade das leis federais, estaduais e, excepcionalmente,
municipais, com efeitos que ultrapassam as partes e vinculam terceiros que não
participaram do processo principal. Já no controle difuso ou incidental, em sede
de mandado de segurança e recursos extraordinários, a decisão do STF
costuma restringir-se às partes. Para que eventual inconstitucionalidade
ultrapasse o processo é necessária a manifestação do Senado Federal.
Quanto à situação tratada no comando da questão, o STF declarou
inconstitucional o §1º do art. 55 da Lei Orgânica do TCU por decisão definitiva
no MS 24.405, ou seja, em sede de controle difuso e não concentrado como
afirma o quesito, daí sua incorreção. Acrescentamos que, a partir da Resolução
16/2006, o Senado suspendeu a execução da expressão “manter ou não o sigilo
quanto ao objeto e à autoria da denúncia”, constante do art. 55, §1º da Lei
Orgânica do TCU, assim como da antiga redação do art. 236, §1º do Regimento
Interno do Tribunal, quanto à manutenção do sigilo em relação à autoria da
denúncia. Em consequência, a redação do art. 236, §1º foi alterada na nova
versão do RI/TCU, para a seguinte: “Salvo expressa manifestação em contrário,
o processo de denúncia tornar-se-á público após a decisão definitiva sobre a
matéria”.
Gabarito: Errado

26. (TCU – Auditor 2006 – Cespe, adaptada) No resguardo de direitos e garantias


individuais, o TCU deve assegurar tratamento sigiloso ao processo de denúncia, não
cabendo ao próprio TCU, ao decidir, manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à
autoria da denúncia.
Comentário: O item está perfeito. Nos termos do RI/TCU, a denúncia que
preencha os requisitos de admissibilidade deverá ser apurada em caráter
sigiloso, até decisão definitiva sobre a matéria. O STF declarou inconstitucional
o §1º do art. 55 da LO/TCU (MS 24.405), por ferir direitos e garantias
fundamentais, como, por exemplo, vedação ao anonimato. Essa decisão, no
entanto, estava restrita às partes, de tal sorte que o TCU, em outros processos
posteriores à decisão, vinha decidindo por manter o sigilo. Diante disso, o
Senado Federal, a partir da Resolução 16/2006, suspendeu a execução da
expressão “manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia”,
dando efeito erga omnes e vinculante. Dessa forma, o TCU, ao decidir, não
poderá mais manter o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia.
Gabarito: Certo

27. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Inspeções e


auditorias são tipos ou formas de fiscalização comumente utilizados para que o órgão
de contas atinja o fim de suas atividades, previstas constitucionalmente. A esse

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respeito, assinale a opção correta.


a) A realização de inspeções e auditorias eliminou a necessidade de atuação prévia ou
concomitante do órgão de controle.
b) A ação preventiva dos TCs é caracterizada pela realização de inspeções ordinárias
a que alguns órgãos devem ser submetidos periodicamente.
c) O exame e julgamento das tomadas e prestações de contas constitui o controle
concomitante.
d) O acompanhamento da realização das obras e da execução dos contratos é o que
caracteriza o controle a posteriori.
e) O monitoramento é a atividade desenvolvida com o objetivo de verificar o
cumprimento das recomendações e sanções aplicadas com o objetivo de assegurar a
efetividade das decisões.
Comentário: Vamos ver cada alternativa:
(a) errado, pois uma coisa (realização de inspeções e auditorias) não
elimina a outra (necessidade de atuação prévia e concomitante). Inspeções e
auditorias caracterizam, na maioria das vezes, controle posterior, embora
também possam ser utilizadas para controle prévio ou concomitante, o que
também não exclui a necessidade da realização de acompanhamentos,
instrumento característico para a realização de controle concomitante, ou dos
demais instrumentos de fiscalização;
(b) errado, pois as normas do Tribunal não preveem inspeções ordinárias
em alguns órgãos. No TCU, as fiscalizações são programadas anualmente no
Plano de Fiscalização, aprovado pelo Plenário, ou realizadas quando situações
específicas exigirem, como por solicitação do Congresso Nacional ou para
apurar denúncias e representações;
(c) errado, pois o exame e julgamento das tomadas e prestações de contas
constitui controle posterior, e não concomitante;
(d) errado, pois o acompanhamento da realização das obras e da execução
dos contratos caracteriza controle concomitante, e não posterior;
(e) certo, pois o monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado
pelo Tribunal para verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados
delas advindos (RI/TCU, art. 243), com o objetivo de assegurar a efetividade das
decisões.
Gabarito: alternativa “e”

28. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Sujeitam-se à fiscalização


do TCU as contas de empreendimento multinacional do qual a União seja sócia, ainda
que esta detenha apenas parcela minoritária das ações ou quotas de participação.

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Comentário: A questão está correta. Segundo o inciso V do at. 71 da CF,


cabe ao TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de
cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo. Veja que o dispositivo constitucional não impõe qualquer
restrição quanto ao percentual de capital nacional na empresa. Assim, não
interessa se o controle é minoritário ou majoritário: havendo recurso público da
União caberá a atuação do TCU. A única restrição, como sabemos, é haver
previsão no tratado constitutivo. Porém, a questão não toca nesse assunto.
Gabarito: Certo

29. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Considere que um servidor
público federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e
que, em 2010, o TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação
hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a que estava
vinculado o servidor.
Comentário: Na visão do STF, compartilhada pelo Cespe, os atos de
pessoal sujeitos a registro – tanto admissões como aposentadorias, reformas e
pensões – são atos administrativos complexos, que somente se aperfeiçoam
com o respectivo registro no Tribunal de Contas. Portanto, correta a questão.
Gabarito: Certo

30. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) As decisões finais do TCU podem constituir-se em
atos administrativos complexos.
Comentário: Embora a maioria das decisões finais do TCU constitua atos
administrativos simples, como o julgamento de contas, aplicação de sanções,
expedição de determinações, no caso das decisões que promovem o registro de
atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e
pensões, as decisões da Corte de Contas são atos administrativos complexos,
em consonância com o entendimento do STF.
Gabarito: Certo

31. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Antônio, filho de agricultores, trabalhou


na atividade rural em regime de economia familiar e foi para a cidade, onde se tornou
servidor público do MAPA, vindo a se aposentar em 2000. O TCU, analisando sua
aposentadoria para fins de registro em 2009, considerou ilegal sua concessão, visto
ter constatado que não houve o recolhimento das contribuições previdenciárias
referentes ao período de atividade rural. Diante disso, o TCU determinou ao MAPA
que providenciasse o cancelamento da aposentadoria de Antônio e o seu retorno ao
serviço público. Com referência a essa situação hipotética e considerando a

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jurisprudência do STF acerca dessa questão, julgue o item que se segue.


Como transcorreram mais de cinco anos, contados do ato concessório de
aposentadoria até a análise de sua legalidade, a intimação de Antônio para participar
do processo, assegurando-lhe o contraditório e a ampla defesa, é pressuposto de
legitimidade da decisão do TCU.
Comentário: A Súmula Vinculante nº 3 do STF dispensa o contraditório e a
ampla defesa na apreciação, pelo Tribunal de Contas, dos atos de concessão
inicial de aposentadorias, reformas e pensões, visto que, na visão da Suprema
Corte, são atos complexos que se aperfeiçoam com o registro no TCU. Ou seja,
até a manifestação do Tribunal de Contas, não há ato jurídico perfeito ou direito
adquirido. Não obstante, o próprio STF tem reconhecido que o TCU, diante de
constatação que possa levar à negativa de registro, deve assegurar aos
beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal
superior a cinco anos quando da apreciação pela Corte de Contas, como é o
caso da aposentadoria do Antônio, tratada no comando da questão, que foi
concedida em 2000, mas que somente foi apreciada pelo TCU após nove anos.
Assim, o quesito está correto. Ressalte-se que, recentemente, mediante o
Acórdão 587/2011-Plenário, o TCU firmou entendimento de que o prazo de cinco
anos a partir do qual deverá ser observado o contraditório e a ampla defesa na
apreciação de atos sujeitos a registro começa a contar a partir da entrada do ato
no Tribunal.
Gabarito: Certo

32. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O tribunal de contas pode reexaminar ato judicial
transitado em julgado concessivo de vantagem funcional a servidor público por
ocasião da sua aposentadoria, por não se sujeitar à coisa julgada em razão de não
haver participado como parte do processo.
Comentário: O item está errado. Se alguma vantagem pecuniária for
incluída nos proventos de aposentadoria de servidor por força de decisão
judicial, o TCU, caso considere tal vantagem indevida, não poderá impor à
autoridade administrativa a suspensão do respectivo pagamento, em respeito à
decisão da Justiça, daí o erro do quesito. Todavia, o TCU poderá negar registro
ao ato, exercendo sua competência própria e privativa, mas abstendo-se de
determinar a suspensão do pagamento.
Gabarito: Errado

33. (TJ/PI – Juiz de Direito Substituto 2007 – Cespe, adaptada) Maria teve o seu
pedido de aposentadoria no serviço público federal acatado pelo seu órgão de origem,
com base em parecer jurídico. No entanto, o TCU, no exercício da sua competência de
apreciar tal ato, para fins de registro, entendeu pela sua ilegalidade. Com base nessa

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situação hipotética, julgue os itens a seguir, relativos a atos administrativos, processo


administrativo e precedentes do STF
I. O ato de concessão de aposentadoria é composto, uma vez que o TCU apenas
aprecia a legalidade ou não do ato.
II. Na situação considerada, conforme a Lei 9.784/1999, o prazo decadencial para que
o TCU anule o ato de concessão da aposentadoria é de 5 anos, já que houve boa-fé
de Maria e o ato questionado lhe foi favorável;
III. Na hipótese em questão, o TCU não poderia anular o referido ato sem proporcionar
a Maria o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório.

A quantidade de itens certos é igual a:


a) 0;
b) 1;
c) 2;
d) 3.
Comentário: Vamos ver cada item:
(I) errado, pois, embora parte da doutrina considere que o ato de concessão
de aposentadoria é composto, o STF entende que é ato complexo;
(II) errado, pois o TCU não possui competência para anular o ato ilegal,
prerrogativa reservada apenas à própria Administração e ao Judiciário. O que o
Tribunal faz é negar o registro do ato ilegal. Ademais, vale lembrar que o STF
entende que o prazo decadencial de 5 anos constante da Lei 9.784/1999 inicia
sua contagem a partir do registro no TCU, vez que, antes disso, não há ato
jurídico perfeito;
(III) errado, pois, nos termos da Súmula Vinculante nº 3 do STF, o TCU, ao
apreciar, para fins de registro, ato de concessão inicial de aposentadoria, não
precisa assegurar o contraditório e a ampla defesa. Todavia, recorde-se que a
jurisprudência do STF evoluiu no sentido de que o contraditório e a ampla
defesa devem ser assegurados se ocorrer lapso de tempo superior a 5 anos
quando da decisão do TCU, contados a partir da data em que o ato estiver
disponível para que o Tribunal o aprecie.
Gabarito: alternativa “a”

34. (CGU – AFC 2006 – ESAF) Sobre a fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, assinale a única opção correta.
a) O Tribunal de Contas da União só pode realizar inspeções de natureza operacional
nas unidades do Poder Executivo, quando solicitado pela Câmara dos Deputados,

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pelo Senado Federal ou por Comissão Permanente ou Temporária do Congresso


Nacional ou de qualquer de suas Casas
b) As decisões do Tribunal de Contas da União das quais resulte imputação de débito
ou multa terão eficácia de título executivo judicial, quando forem proferidas em sede
de processo de tomada de contas especial.
c) Nos termos da Constituição Federal, é da competência do Tribunal de Contas da
União a avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual.
d) Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos entre brasileiros que,
entre outros requisitos, possuam notórios conhecimentos jurídicos, contábeis ou
financeiros ou de administração pública.
e) Os responsáveis pelo controle interno que deixarem de dar ciência ao Tribunal de
Contas da União de irregularidades que tomarem conhecimento assumirão
responsabilidade subsidiária em relação a eventual prejuízo ao Erário, decorrente
dessa irregularidade.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa à luz da CF, buscando a única
opção correta:
(a) Errada, pois além das auditorias e inspeções realizadas por solicitação
do Congresso Nacional, de suas casas (Câmara dos Deputados e Senado
Federal) ou das respectivas comissões, o TCU também realiza auditorias e
inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial por iniciativa própria (CF, art. 70, IV), o que, diga-se de passagem, é
uma garantia de independência conferida à Corte de Contas pela Constituição.
(b) Errada, pois as decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou
multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). Por ser constituído fora
do Poder Judiciário, tal título executivo é dito extrajudicial e não judicial, daí o
erro do quesito. A imputação de débito somente pode ocorrer em processos de
contas (ordinárias, extraordinárias ou tomadas de contas especiais), jamais em
auditorias, inspeções e demais instrumentos de fiscalização. Já a multa pode ser
imputada tanto em processos de contas quanto em fiscalizações.
(c) Errada. A banca considerou apenas a literalidade da lei. Segundo o art.
74, I da CF, a avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual
compete ao sistema de controle interno, e não ao TCU.
(d) Certa. O TCU é integrado por nove Ministros. Segundo o art. 73, §1º da
CF, os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros (natos ou naturalizados) que satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de

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administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Portanto, a alternativa “d” está de acordo com o inciso III acima.
(e) Errada, pois os responsáveis pelo controle interno responderão por
responsabilidade solidária – e não subsidiária – caso deixem de comunicar
irregularidade de que tenham conhecimento ao TCU. Nos termos do art. 74, §1º
da CF:
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Gabarito: alternativa “d”

35. (CGU – AFC 2008 – ESAF) Assinale a única opção incorreta relativa à
fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
a) Deve prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado,
são finalidades do sistema de controle interno que devem ser mantidos de forma
integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis,
em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário.
d) O Tribunal de Contas da União não possui competência para realizar, por iniciativa
própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário.
e) O ato de sustar a execução de contrato ilegal não é de competência do Tribunal de
Contas da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, à luz da CF, buscando a única
alternativa incorreta:
(a) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 70, parágrafo único da CF;

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(b) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 74, caput c/c inciso II do
mesmo artigo, da CF.
(c) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 71, VIII, da CF.
(d) Errada, pois o art. 71, IV, da CF, confere competência ao TCU para
realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria. Além das fiscalizações
realizadas de ofício, as atividades de fiscalização também podem originar-se por
solicitação do Congresso Nacional, suas Casas ou Comissões.
(e) Certa. Na hipótese de contrato administrativo, de que trata o item em
questão, compete primariamente ao Congresso Nacional adotar, diretamente, o
ato de sustação, solicitando, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas
cabíveis (CF, art. 71, §1º). O TCU apenas poderá decidir sobre a sustação se,
após 90 dias da comunicação do Tribunal informando a ilegalidade, o Congresso
ainda não tiver sustado o contrato ou o Poder Executivo não tiver adotado as
medidas saneadoras cabíveis. Assim, o TCU somente poderá decidir pela
sustação ou não do contrato diante da inércia do Congresso e do Poder
Executivo.
Gabarito: alternativa “d”

36. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) O dirigente de uma autarquia municipal


sergipana recebeu uma equipe de fiscalização do TCE-SE. Ao saber que a inspeção
era extraordinária e que foi motivada por notícias veiculadas nos jornais locais acerca
de suposta irregularidade nos procedimentos licitatórios para aquisição de
combustível, não autorizou a entrada dos servidores do TCE-SE. A decisão tomada
pelo dirigente da autarquia
(A) tem respaldo legal, uma vez que não cabe ao TCE-SE realizar inspeções por
iniciativa própria, devendo ser provocado.
(B) tem respaldo legal, uma vez que as inspeções e auditorias só podem ser feitas se
advindas de inspeção não anônima, o que não é o caso.
(C) não tem respaldo legal, mas inspeções em procedimentos licitatórios só podem ser
realizadas juntamente com a documentação da prestação de contas.
(D) não tem respaldo legal, uma vez que, além da Assembleia Legislativa, de
Comissão Técnica ou de Inquérito, as inspeções e auditorias podem ser realizadas por
iniciativa do próprio TCE-SE.
(E) tem respaldo legal, uma vez que notícias veiculadas na imprensa não têm força
probatória suficiente a suscitar inspeção pelo TCE-SE.
Comentário: De início vale lembrar que o TCE/SE possui competência para
fiscalizar as entidades municipais do Estado visto que Sergipe não possui TC
dos Municípios ou algum TC Municipal. Ademais, por simetria com esfera

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federal, o TCE/SE possui competência para realizar fiscalizações por iniciativa


própria ou por solicitação do Poder Legislativo local. Dito isso, vamos analisar
cada alternativa:
(a) Errada, pois o TCE/SE possui competência para realizar inspeções por
iniciativa própria, nos termos da Constituição Estadual, a qual reproduz, com as
devidas adaptações, o disposto no art. 71, IV da CF:
Art. 68. A Assembléia Legislativa exercerá o controle externo com o auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, ao qual compete:
IV - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de Comissão técnica
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário e demais entidades referidas no inciso II;

(b) Errada, pois inspeções e auditorias podem ser feitas por iniciativa
própria ou por solicitação do Poder Legislativo, conforme dispositivo acima; ou
seja, a restrição “só podem ser feitas se advindas de inspeção não anônima”,
não possui amparo na Constituição Estadual.
(c) Errada, pois não há previsão legal de que “inspeções em procedimentos
licitatórios só podem ser realizadas juntamente com a documentação da
prestação de contas”.
(d) Certa, nos termos do dispositivo da Constituição Estadual anteriormente
transcrito;
(e) Errada, pois o TCE/SE possui competência para realizar inspeções e
auditorias por iniciativa própria, ou seja, considerando seus próprios critérios e
convicções; portanto, se o Tribunal entender que as notícias veiculadas na
imprensa possuem algum fundamento, pode sim deflagrar a inspeção, com
amparo na Constituição.
Gabarito: alternativa “d”

37. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) Sobre as disposições constitucionais


referentes ao controle externo das entidades governamentais, considere:
I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à legitimidade dos atos
praticados pelos gestores.
II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas prestadas anualmente
pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
noventa dias a contar de seu recebimento.
IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob

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pena de responsabilidade solidária.


Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II e IV.
(D) III.
(E) III e IV.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, à luz da CF:
(I) Errada, pois além da legalidade e da legitimidade, o controle externo das
entidades governamentais também abrange a economicidade, a aplicação das
subvenções e a renúncia de receitas, nos termos do art. 70, caput da CF.
(II) Certa, nos exatos termos do art. 74, §2º da CF. Lembrando que, segundo
o mesmo dispositivo, além dos cidadãos, qualquer partido político, associação
ou sindicato também são partes legítimas para apresentar denúncia ao TCU.
(III) Errada, pois o prazo para emissão do parecer prévio é de 60 dias e não
de 90 dias, nos termos do art. 71, I da CF.
(IV) Certa, nos exatos termos do art. 74, §1º da CF.
Portanto, está correto o que se afirma apenas em II e IV.
Gabarito: alternativa “c”

38. (TCU – TCE 2007 – Cespe) A Constituição Federal estabelece que qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU.
Comentário: A questão está correta, pois transcreve exatamente o disposto
no art. 74, §2º da CF.
Gabarito: Certo

39. (TCE/PB – Procurador 2014 – Cespe) Em relação ao controle exercido pelo


TCU, assinale a opção correta.
a) No exercício do controle externo dos atos e contratos administrativos, uma vez
constatada ilegalidade, o TCU poderá solicitar aos licitantes cópia de edital de licitação
já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da administração interessada à
adoção de medidas corretivas pertinentes.
b) No auxílio ao Congresso Nacional, o TCU, ao exercer a fiscalização contábil,
financeira, operacional e patrimonial dos atos da administração pública, não leva em
consideração os critérios de conveniência e economicidade.
c) O TCU, ao exercer o controle externo da administração pública, tem sua

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competência para apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal restrita aos
entes da administração direta
d) As ações de controle externo do TCU obedecerão ao plano de controle externo,
proposto pela sua presidência e elaborado em consulta aos relatores das listas de
unidades jurisdicionadas e das contas do governo, e deverão ser aprovadas em
plenário em sessão de caráter reservado.
e) Nas auditorias de desempenho, instrumento de controle utilizado pelo TCU,
examina-se a efetividade de programas, políticas e projetos governamentais,
avaliando-se a medida em que estes produziram os efeitos desejados.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA, nos termos do art. 113 da Lei de Licitações e Contratos
(Lei 8.666/1993):
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos
regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da
legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis
pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao
Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle
interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data
de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de
medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas.
b) ERRADA. Ao contrário do que afirma o quesito, a fiscalização exercida
pelo TCU leva em consideração o critério de economicidade, a teor do que
dispõe o art. 70, caput da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.

Quanto ao critério de conveniência, a princípio não é objeto da fiscalização


do TCU, pois é inerente à discricionariedade do gestor, desde que exercido nos
limites da lei. Frise, porém, que o TCU pode atuar se o administrador extrapolar
esses limites e promover escolhas antieconômicas, ilegítimas ou ilegais.
c) ERRADA. O TCU aprecia para fins de registro os atos de admissão da

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administração direta e indireta, daí o erro. Quando aos atos de aposentadoria, o


TCU só aprecia aquelas concedidas sob o regime próprio dos servidores
públicos (administração direta, autarquias e fundações públicas).
d) ERRADA. Questão difícil. O erro é que, nos termos do art. 188-A do
RI/TCU, o “plano de controle externo” é que será aprovado pelo Plenário em
sessão de caráter reservado, e não propriamente as “ações de controle externo”
(auditorias, inspeções, levantamentos, processos de contas etc.), as quais
deverão obedecer as diretrizes do plano, mas serão aprovadas segundo ritos
específicos. Eis o teor do referido dispositivo:
Art. 188-A. As ações de controle externo obedecerão a plano de controle externo,
proposto pela Presidência, de acordo com o plano estratégico e as diretrizes do Tribunal
e das Contas do Presidente da República.
Parágrafo único. O plano será elaborado em consulta aos relatores das listas de
unidades jurisdicionadas e das contas do governo, e será aprovado pelo Plenário em
sessão de caráter reservado.
e) ERRADA. No TCU, não se utiliza a nomenclatura “auditoria de
desempenho” e sim auditoria operacional.
Gabarito: alternativa “a”

40. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O TCDF, no exercício do controle externo, não
pode determinar a suspensão dos benefícios garantidos por decisão judicial transitada
em julgado, ainda que o direito reconhecido pelo judiciário esteja em desconformidade
com jurisprudência dominante do STF.
Comentário: A meu ver, o quesito também está correto, nos termos do
Enunciado 20 da Súmula de Jurisprudência do TCDF:
Cabe ao Tribunal de Contas verificar se o ato de aposentadoria, reforma ou pensão e se
o cálculo do respectivo provento ou benefício guardam conformidade com a decisão
judicial, passada em julgado, de que eventualmente resultem.
A princípio, o fato de determinada decisão judicial estar em
desconformidade com jurisprudência dominante do STF não a desautoriza,
muito menos afasta a aplicação da Súmula, que não possui nenhuma restrição
nesse sentido. Isso porque, apesar de usual, não há obrigatoriedade de o juiz
decidir conforme dita a jurisprudência. A menos, é claro, que se trate de Súmula
Vinculante ou de decisão com efeito erga omnes, mas não é o caso da questão.
Embora o TCU não possua Súmula com teor semelhante, o mesmo
raciocínio se aplica a ele.
Gabarito: Certo

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41. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) Caso constate ilegalidade na execução de


contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das
providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a
execução do referido contrato.
Comentário: Questão errada. No caso de contrato, a sustação deve ser
decretada pelo Poder Legislativo. O TC só atua em caso de inércia do
Legislativo, no prazo de 90 dias.
Gabarito: Errado

42. (TCU – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Um servidor da Secretaria do TCU


poderá propor a aplicação de multas, quando exercer função específica de controle
externo do tribunal.
Comentários: O quesito está correto, nos termos do art. 86, III da LO/TCU:
Art. 86. São obrigações do servidor que exerce funções específicas de controle externo no
Tribunal de Contas da União:
I - manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de independência, serenidade e
imparcialidade;
II - representar à chefia imediata contra os responsáveis pelos órgãos e entidades sob sua
fiscalização, em casos de falhas e/ou irregularidades;
III - propor a aplicação de multas, nos casos previstos no Regimento Interno;
IV - guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em decorrência do exercício de suas
funções e pertinentes aos assuntos sob sua fiscalização, utilizando-os, exclusivamente, para a
elaboração de pareceres e relatórios destinados à chefia imediata.

Gabarito: Certo

43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) A concessão de pensão por morte
de servidor do governo federal e os reajustes de seu valor, ainda que não alterem o
fundamento legal do ato concessório, deverão ser apreciados pelo TCU.
Comentário: O item está errado. As alterações posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório de aposentadoria e pensão não são
apreciadas para fins de registro pelo Tribunal de Contas (CF, art. 71, III).
Gabarito: Errado

44. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Acerca do exercício da auditoria pelo TCU, dada a
singularidade constitucional de que o órgão se reveste, é correto afirmar que:
a) por serem soberanas, suas normas de auditoria não são passíveis de aplicação
conjunta com outras normas profissionais.
b) para além da legalidade, o objetivo da auditoria avança sobre a eficiência e a
eficácia de programas e atividades governamentais.

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c) a realização de auditorias a mando do Poder Legislativo demonstra a subordinação


hierárquica do TCU ao Congresso Nacional.
d) em relação ao Controle Interno dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as
normas de auditoria do TCU são mandatórias.
e) a função judicante do TCU implica uma normatização de procedimentos de auditoria
com natureza mais jurídica do que técnica.
Comentário: Vamos analisar as alternativas à luz das normas de auditoria
(NAT) e do manual de auditoria operacional (Manop) do TCU:
(a) errada; as NAT, em seus itens 7 a 9, tratam da “aplicação conjunta com
outras normas profissionais”, possibilitando, no âmbito do TCU, a observância
das normas de auditoria emanadas por outras entidades, como a Intosai, CFC,
CVM, Bacen etc.
(b) certa, pois o TCU, além das auditorias de regularidade, em que
predomina o exame de legalidade, também realiza auditorias operacionais, cujo
objetivo é o exame da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de
organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de
promover o aperfeiçoamento da gestão pública (Manop, item 1);
(c) errada, pois inexiste relação hierárquica entre o TCU e o Poder
Legislativo. A realização de auditorias contábeis, financeiras, orçamentárias,
operacionais e patrimoniais por solicitação do Congresso Nacional é uma
atribuição do Tribunal extraída da própria Constituição. O exame efetuado pela
Corte de Contas possui caráter técnico, cujas conclusões não se vinculam a
eventuais direcionamentos do Parlamento.
(d) errada, pois as normas de auditoria do TCU são endereçadas aos
Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal (item 3 das NAT), ou seja,
não vinculam os órgãos de controle interno dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, os quais possuem normas próprias.
(e) errada, pois as NAT têm natureza técnica, e não jurídica (item 4 das
NAT). Ademais, o TCU exerce a sua função judicante quando julga as contas dos
responsáveis por bens e dinheiros públicos e dos causadores de dano ao erário,
e não quando normatiza procedimentos.
Gabarito: alternativa “b”

45. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Segundo ensinamento do TCU, acerca da auditoria
operacional, é correto afirmar que:
a) seu escopo se limita à verificação dos pressupostos de economicidade, eficiência,
eficácia e efetividade da ação pública.
b) auditoria operacional e auditoria de desempenho são conceitos distintos, embora

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ambos comunguem de técnicas semelhantes.


c) a eficácia é medida por meio da relação entre bens/serviços providos e recursos
alocados.
d) por não tratar de legalidade, o relatório da auditoria operacional não precisa se ater
à responsabilização dos agentes públicos.
e) uma vez definidos o problema e as questões de auditoria, deve-se elaborar a matriz
de planejamento.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa à luz do Manual de Auditoria
Operacional (Manop) do TCU:
(a) errada; segundo o item 10 do Manop TCU, além das quatro dimensões
de desempenho tradicionais (economicidade, eficiência, eficácia e efetividade),
outras, a elas relacionadas, poderão ser explicitadas em razão de sua relevância
para a delimitação do escopo das auditorias operacionais, a exemplo de
aspectos como a qualidade dos serviços, o grau de adequação dos resultados
dos programas às necessidades das clientelas (geração de valor público) e
equidade na distribuição de bens e serviços;
(b) errada; segundo a nota de rodapé 1 do Manop TCU, auditoria
operacional e auditoria de desempenho são tratadas como sinônimos.
(c) errada; segundo o item 6 do Manop TCU, eficácia é definida como o grau
de alcance das metas programadas (bens e serviços) em um determinado
período de tempo, independentemente dos custos implicados. O conceito
trazido na alternativa refere-se à eficiência.
(d) errada; segundo o item 149 do Manop TCU, a “comunicação dos
resultados da auditoria deve reportar à sociedade sobre o desempenho da
administração pública, contribuindo para a responsabilização dos agentes
públicos pelos resultados da ação de governo, mediante controle parlamentar e
controle social”.
(e) certa, nos exatos termos do item 92 do Manop TCU: “Após definir o
problema e as questões de auditoria, a equipe deverá especificar os critérios de
auditoria e elaborar a matriz de planejamento”.
Gabarito: alternativa “e”

*****

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É isso. Espero que tenha aproveitado mais esta aula.

Qualquer dúvida, poste lá no fórum.

Um forte abraço e até a próxima!

Erick Alves

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Comissão permanente do Senado Federal tem legitimidade
para requerer ao TCU a realização de inspeção.

2. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e entidade
sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal.

3. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica realize
alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao qual, então,
caberá determinar a realização do trabalho.

4. (TCU – ACE 2007 – Cespe) O regimento interno do TCU define cinco instrumentos de
fiscalização: levantamento, auditoria, inspeção, acompanhamento e monitoramento; a
fiscalização poderá ser exercida por iniciativa do próprio TCU ou atendendo a solicitação do
Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou respectivas comissões. Diante desses
dados e das disposições gerais sobre a fiscalização de atos e contratos, considere que o
Congresso Nacional tenha solicitado ao TCU inteirar-se sobre os procedimentos a serem
adotados para apurar a responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado
cidadão, por funcionário de empresa pública federal. Nessa situação, não compete ao TCU a
fiscalização de atos administrativos que não resultem em receitas ou despesas, podendo,
nesse caso, o relator determinar o arquivamento do processo.

5. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) A verificação do cumprimento, pelos entes fiscalizados, das
deliberações do TCU é realizada por meio de monitoramento.

6. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Para avaliar se a execução de uma fiscalização será viável,
o TCU realiza levantamentos.

7. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) A inspeção é o instrumento de fiscalização destinado a


avaliar aspectos relativos à economicidade, efetividade e eficácia dos atos praticados no
exercício das atividades governamentais.

8. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a denúncia
de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta.
a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções
administrativas, cíveis ou penais.
b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que não tem
fundamento.
c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser cientificado
após a conclusão do processo.
d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos fatos
apurados.

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e) O sigilo acerca das denúncias em apuração deve ser quebrado se o denunciado já


estiver sob investigação de iniciativa do próprio TCU.
9. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) No intuito de fomentar a segurança dos autores de
denúncias de fatos ilícitos praticados no âmbito da administração, os tribunais de contas
podem preservar o sigilo do informante.

10. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em caso que
envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria
ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade da gestão governamental.

11. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) O Tribunal de Contas da União
(TCU) poderá realizar — por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
de comissão técnica ou de inquérito — inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário.

12. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Caso um indivíduo pertencente a


determinada entidade sindical tenha tomado conhecimento de irregularidades na gestão
contábil e financeira de determinado Ministério, tanto ele quanto a entidade sindical poderão
denunciar tais irregularidades ao TCU.

13. (TCE/PR – Auditor 2016 – Cespe) Sabendo que os tribunais de contas podem aplicar
sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e apreciar, para fins de registro,
a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, assinale a opção correta à luz do entendimento majoritário do STF a respeito da
observância do direito ao contraditório e à ampla defesa nos casos em que o tribunal de contas
realiza esse controle externo.
A) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
B) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
C) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos casos de
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão e de
anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado, mas será
indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao interessado.
D) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa apenas quando da
decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo esse direito assegurado nos casos
de simples anulação ou revogação de ato administrativo, ainda que essa medida beneficie o
administrado.
E) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, o qual será

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facultativo nos casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo concessório de


benefício.

14. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) A fiscalização da renúncia de receitas não depende das
prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode ocorrer no final
do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.

15. (TCU - AUFC 2011 - Cespe) As atividades de controle externo estão vinculadas e
restritas aos casos de denúncias identificadas no âmbito do sistema de controle interno do
Poder Executivo.

16. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) A fim de evitar eventuais perseguições
contra pessoas que queiram encaminhar denúncias ao TCU, o denunciante poderá conservar
seu anonimato e não se identificar na denúncia.

17. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Qualquer cidadão possui competência para
formular consulta ao TCU. As decisões do tribunal em resposta a consultas terão caráter
normativo, mas não constituirão pré-julgamento das situações concretas que venham a ser
submetidas a exame do tribunal em processos específicos.

18. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Por iniciativa própria ou a requerimento do
Ministério Público, o TCU deverá realizar auditorias em órgãos ou entidades sujeitas à sua
jurisdição.

19. (TCU – ACE 2008 – Cespe) A fiscalização do TCU não se limita à realização da
despesa; compreende também a arrecadação da receita e as próprias renúncias de receitas,
inclusive a verificação do real benefício socioeconômico dessas renúncias.

20. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética. No processo de
fiscalização para apuração da denúncia de desvio de recursos da União repassados à
prefeitura do município X para a elaboração de cartilha contra o uso de drogas, constatou-se
que a prefeitura antecipou o pagamento à empresa contratada sem que tivesse havido a
execução do serviço. O TCU determinou a conversão da fiscalização em tomada de contas
especial e citou os responsáveis, que alegaram defesa sem recolher o débito. O TCU não
acatou a defesa, nem reconheceu boa-fé e julgou as contas do convênio irregulares pelo fato
de ter havido prática de ato de gestão ilegal, que causou danos ao erário. Nessa situação, o
TCU deverá responsabilizar solidariamente o agente público e o terceiro que concorreu com o
cometimento do dano, podendo aplicar multa de até 100% do valor atualizado do dano
causado ao erário, e, mesmo que haja o pagamento integral do débito e(ou) da multa, persistirá
o julgamento quanto à irregularidade das contas.

21. (TCU – ACE 2004 – Cespe) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado pelo
TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder Executivo no prazo
de noventa dias, contados da comunicação do fato.

22. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nenhum documento ou informação poderá ser negado ao
analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a justificativa de resguardo à

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segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos públicos feita por entidades privadas
beneficiárias de transferências governamentais.

23. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Ratificando disposições dos anos anteriores, a lei de
diretrizes orçamentárias de 2009 prevê a suspensão de obras e serviços com indícios de
irregularidades graves, que devem ser apontados em informação prestada pelo TCU. Esses
indícios são caracterizados por situações que constituam graves desvios em relação a
princípios tais como a publicidade e a eficiência, aplicáveis à administração pública.

24. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Quando a União repassa recursos aos demais entes da
Federação mediante convênios ou instrumentos congêneres, o TCU examina as prestações de
contas dos órgãos ou das entidades repassadores, mas não pode examinar as contas de entes
beneficiários dos recursos relativos àquelas transferências em obediência ao princípio da
autonomia federativa.

25. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) O STF, mediante controle concentrado, exercido por
meio de ação direta de inconstitucionalidade, declarou inconstitucionais, por ferirem direitos e
garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal, dispositivos legais e
regimentais que permitiam ao TCU manter o sigilo do autor da denúncia, mesmo após a
decisão definitiva sobre a matéria.

26. (TCU – Auditor 2006 – Cespe, adaptada) No resguardo de direitos e garantias


individuais, o TCU deve assegurar tratamento sigiloso ao processo de denúncia, não cabendo
ao próprio TCU, ao decidir, manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia.

27. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Inspeções e auditorias são
tipos ou formas de fiscalização comumente utilizados para que o órgão de contas atinja o fim
de suas atividades, previstas constitucionalmente. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) A realização de inspeções e auditorias eliminou a necessidade de atuação prévia ou
concomitante do órgão de controle.
b) A ação preventiva dos TCs é caracterizada pela realização de inspeções ordinárias a que
alguns órgãos devem ser submetidos periodicamente.
c) O exame e julgamento das tomadas e prestações de contas constitui o controle
concomitante.
d) O acompanhamento da realização das obras e da execução dos contratos é o que
caracteriza o controle a posteriori.
e) O monitoramento é a atividade desenvolvida com o objetivo de verificar o cumprimento
das recomendações e sanções aplicadas com o objetivo de assegurar a efetividade das
decisões.
28. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Sujeitam-se à fiscalização do TCU
as contas de empreendimento multinacional do qual a União seja sócia, ainda que esta
detenha apenas parcela minoritária das ações ou quotas de participação.

29. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Considere que um servidor público
federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o

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TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato
caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação
do TCU e do órgão público a que estava vinculado o servidor.

30. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) As decisões finais do TCU podem constituir-se em atos
administrativos complexos.

31. (TCE/BA – Procurador 2010 – Cespe) Antônio, filho de agricultores, trabalhou na


atividade rural em regime de economia familiar e foi para a cidade, onde se tornou servidor
público do MAPA, vindo a se aposentar em 2000. O TCU, analisando sua aposentadoria para
fins de registro em 2009, considerou ilegal sua concessão, visto ter constatado que não houve
o recolhimento das contribuições previdenciárias referentes ao período de atividade rural.
Diante disso, o TCU determinou ao MAPA que providenciasse o cancelamento da
aposentadoria de Antônio e o seu retorno ao serviço público. Com referência a essa situação
hipotética e considerando a jurisprudência do STF acerca dessa questão, julgue o item que se
segue.
Como transcorreram mais de cinco anos, contados do ato concessório de aposentadoria até a
análise de sua legalidade, a intimação de Antônio para participar do processo, assegurando-lhe
o contraditório e a ampla defesa, é pressuposto de legitimidade da decisão do TCU.

32. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O tribunal de contas pode reexaminar ato judicial
transitado em julgado concessivo de vantagem funcional a servidor público por ocasião da sua
aposentadoria, por não se sujeitar à coisa julgada em razão de não haver participado como
parte do processo.

33. (TJ/PI – Juiz de Direito Substituto 2007 – Cespe, adaptada) Maria teve o seu pedido
de aposentadoria no serviço público federal acatado pelo seu órgão de origem, com base em
parecer jurídico. No entanto, o TCU, no exercício da sua competência de apreciar tal ato, para
fins de registro, entendeu pela sua ilegalidade. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens a seguir, relativos a atos administrativos, processo administrativo e precedentes do STF.
I. O ato de concessão de aposentadoria é composto, uma vez que o TCU apenas aprecia a
legalidade ou não do ato.
II. Na situação considerada, conforme a Lei 9.784/1999, o prazo decadencial para que o
TCU anule o ato de concessão da aposentadoria é de 5 anos, já que houve boa-fé de
Maria e o ato questionado lhe foi favorável;
III. Na hipótese em questão, o TCU não poderia anular o referido ato sem proporcionar a
Maria o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório.

A quantidade de itens certos é igual a:

a) 0;
b) 1;
c) 2;
d) 3.

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34. (CGU – AFC 2006 – ESAF) Sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, assinale
a única opção correta.
a) O Tribunal de Contas da União só pode realizar inspeções de natureza operacional nas
unidades do Poder Executivo, quando solicitado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado
Federal ou por Comissão Permanente ou Temporária do Congresso Nacional ou de qualquer
de suas Casas.
b) As decisões do Tribunal de Contas da União das quais resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo judicial, quando forem proferidas em sede de processo de
tomada de contas especial.
c) Nos termos da Constituição Federal, é da competência do Tribunal de Contas da União a
avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual.
d) Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos entre brasileiros que, entre
outros requisitos, possuam notórios conhecimentos jurídicos, contábeis ou financeiros ou de
administração pública.
e) Os responsáveis pelo controle interno que deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas da
União de irregularidades que tomarem conhecimento assumirão responsabilidade subsidiária
em relação a eventual prejuízo ao Erário, decorrente dessa irregularidade.

35. (CGU – AFC 2008 – ESAF) Assinale a única opção incorreta relativa à fiscalização
contábil, financeira e orçamentária.
a) Deve prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, são finalidades do
sistema de controle interno que devem ser mantidos de forma integrada pelos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis, em caso
de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
d) O Tribunal de Contas da União não possui competência para realizar, por iniciativa própria,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
e) O ato de sustar a execução de contrato ilegal não é de competência do Tribunal de Contas
da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

36. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) O dirigente de uma autarquia municipal sergipana
recebeu uma equipe de fiscalização do TCE-SE. Ao saber que a inspeção era extraordinária e
que foi motivada por notícias veiculadas nos jornais locais acerca de suposta irregularidade nos

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procedimentos licitatórios para aquisição de combustível, não autorizou a entrada dos


servidores do TCE-SE. A decisão tomada pelo dirigente da autarquia
(A) tem respaldo legal, uma vez que não cabe ao TCE-SE realizar inspeções por iniciativa
própria, devendo ser provocado.
(B) tem respaldo legal, uma vez que as inspeções e auditorias só podem ser feitas se advindas
de inspeção não anônima, o que não é o caso.
(C) não tem respaldo legal, mas inspeções em procedimentos licitatórios só podem ser
realizadas juntamente com a documentação da prestação de contas.
(D) não tem respaldo legal, uma vez que, além da Assembleia Legislativa, de Comissão
Técnica ou de Inquérito, as inspeções e auditorias podem ser realizadas por iniciativa do
próprio TCE-SE.
(E) tem respaldo legal, uma vez que notícias veiculadas na imprensa não têm força probatória
suficiente a suscitar inspeção pelo TCE-SE.

37. (TCE/GO – Analista 2009 – FCC) Sobre as disposições constitucionais referentes ao


controle externo das entidades governamentais, considere:
I. A abrangência dos controles se restringe à legalidade e à legitimidade dos atos praticados
pelos gestores.
II. Qualquer cidadão é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
III. Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em noventa dias a
contar de seu recebimento.
IV. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II e IV.
(D) III.
(E) III e IV.

38. (TCU – TCE 2007 – Cespe) A Constituição Federal estabelece que qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o TCU.

39. (TCE/PB – Procurador 2014 – Cespe) Em relação ao controle exercido pelo TCU,
assinale a opção correta.

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a) No exercício do controle externo dos atos e contratos administrativos, uma vez constatada
ilegalidade, o TCU poderá solicitar aos licitantes cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da administração interessada à adoção de medidas
corretivas pertinentes.
b) No auxílio ao Congresso Nacional, o TCU, ao exercer a fiscalização contábil, financeira,
operacional e patrimonial dos atos da administração pública, não leva em consideração os
critérios de conveniência e economicidade.
c) O TCU, ao exercer o controle externo da administração pública, tem sua competência para
apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal restrita aos entes da administração
direta.
d) As ações de controle externo do TCU obedecerão ao plano de controle externo, proposto
pela sua presidência e elaborado em consulta aos relatores das listas de unidades
jurisdicionadas e das contas do governo, e deverão ser aprovadas em plenário em sessão de
caráter reservado.

e) Nas auditorias de desempenho, instrumento de controle utilizado pelo TCU, examina-se a


efetividade de programas, políticas e projetos governamentais, avaliando-se a medida em que
estes produziram os efeitos desejados.

40. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O TCDF, no exercício do controle externo, não pode
determinar a suspensão dos benefícios garantidos por decisão judicial transitada em julgado,
ainda que o direito reconhecido pelo judiciário esteja em desconformidade com jurisprudência
dominante do STF.

41. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) Caso constate ilegalidade na execução de contrato
administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das providências
necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a execução do referido
contrato.

42. (TCU – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Um servidor da Secretaria do TCU poderá
propor a aplicação de multas, quando exercer função específica de controle externo do tribunal.

43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) A concessão de pensão por morte de
servidor do governo federal e os reajustes de seu valor, ainda que não alterem o fundamento
legal do ato concessório, deverão ser apreciados pelo TCU.

44. (CGU – AFC 2012 –ESAF) Acerca do exercício da auditoria pelo TCU, dada a
singularidade constitucional de que o órgão se reveste, é correto afirmar que:
a) por serem soberanas, suas normas de auditoria não são passíveis de aplicação conjunta
com outras normas profissionais.
b) para além da legalidade, o objetivo da auditoria avança sobre a eficiência e a eficácia de
programas e atividades governamentais.
c) a realização de auditorias a mando do Poder Legislativo demonstra a subordinação
hierárquica do TCU ao Congresso Nacional.

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d) em relação ao Controle Interno dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as normas


de auditoria do TCU são mandatórias.
e) a função judicante do TCU implica uma normatização de procedimentos de auditoria com
natureza mais jurídica do que técnica.

45. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Segundo ensinamento do TCU, acerca da auditoria
operacional, é correto afirmar que:
a) seu escopo se limita à verificação dos pressupostos de economicidade, eficiência, eficácia e
efetividade da ação pública.
b) auditoria operacional e auditoria de desempenho são conceitos distintos, embora ambos
comunguem de técnicas semelhantes.
c) a eficácia é medida por meio da relação entre bens/serviços providos e recursos alocados.
d) por não tratar de legalidade, o relatório da auditoria operacional não precisa se ater à
responsabilização dos agentes públicos.
e) uma vez definidos o problema e as questões de auditoria, deve-se elaborar a matriz de
planejamento.

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Controle Externo p/ TEFC TCU 2017
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 06

GABARITO

2) E 3) E 4) E 5) C
1) C
7) E 8) a 9) E 10) E
6) C
12) C 13) a 14) C 15) E
11) C
17) E 18) E 19) C 20) C
16) E
22) C 23) C 24) E 25) E
21) E
27) e 28) C 29) C 30) C
26) C
32) E 33) a 34) d 35) d
31) C
37) c 38) C 39) a 40) C
36) d
42) C 43) E 44) b 45) e
41) E

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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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