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Controle Externo p/ TEFC TCU 2017
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 06
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 06
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Fiscalização............................................................................................................................................................................... 3
Instrumentos de fiscalização .......................................................................................................................................... 3
Iniciativa da fiscalização ................................................................................................................................................ 12
Iniciativa do próprio Tribunal .................................................................................................................................... 12
Iniciativa do Congresso Nacional............................................................................................................................... 13
Denúncia .............................................................................................................................................................................. 15
Representação ................................................................................................................................................................... 17
Disposições gerais sobre a fiscalização ................................................................................................................. 26
Objetos da fiscalização ................................................................................................................................................... 32
Apreciação de atos sujeitos a registro ..................................................................................................................... 33
RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 63
Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 65
Gabarito ................................................................................................................................................................................... 74
FISCALIZAÇÃO
INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO
✓ Auditorias
✓ Inspeções
✓ Acompanhamentos
✓ Monitoramentos
Levantamentos
Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para (RI/TCU, art. 238):
▪ Conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da
administração direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo
fundos e demais instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos
sistemas, programas, projetos e atividades governamentais no que se refere
aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e
patrimoniais;
▪ Identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e
Auditorias
Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para
(RI/TCU, art. 239):
▪ Examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis
sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e
patrimonial (Auditoria de regularidade);
Acompanhamentos
Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para (RI/TCU, art. 241):
▪ Examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a
legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição,
quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e
▪ Avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos
órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas,
projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia dos atos praticados.
Monitoramentos
Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal
para verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados
delas advindos (RI/TCU, art. 243).
Geralmente, o Tribunal, ao deliberar sobre determinada matéria, emite
determinações e recomendações para que os jurisdicionados adotem
providências com vistas a corrigir falhas, deficiências ou irregularidades,
bem como para promover a melhoria da gestão. Nesse contexto, os
monitoramentos são utilizados para verificar as providências adotadas pelos
administradores a partir dessas deliberações e para aferir seus efeitos, a fim
de conferir maior efetividade à atuação da Corte de Contas.
Exemplos de Monitoramento
Acórdão 124/2011 - Plenário
Sumário: Monitoramento. Verificação do cumprimento de determinações constantes
do Acórdão 1.907/2006-TCU-Plenário, com redação dada pelo Acórdão 1.796/2009 -
TCU-Plenário. Cumprimento parcial. Reiteração de determinações. Encaminhamento de
cópia da deliberação à Adplan, para a elaboração de plano de fiscalização sobre a
atuação do controle interno nos casos sob exame e de estudos acerca da metodologia
de processamento de representações com grande quantidade de órgãos envolvidos.
INICIATIVA DA FISCALIZAÇÃO
DENÚNCIA
Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades
perante o Tribunal de Contas da União.
Além de ser apresentada por pessoa legitimada, a denúncia deve
atender aos seguintes requisitos (RI/TCU, art. 235):
▪ tratar sobre matéria de competência do TCU;
▪ referir-se a administrador ou responsável sujeito à jurisdição do TCU;
▪ ser redigida em linguagem clara e objetiva;
▪ conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço;
▪ estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou
ilegalidade denunciada.
Em caso de urgência, admite-se que a denúncia seja encaminhada ao
Tribunal por telegrama, fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com
confirmação de recebimento pelo TCU. Nesse caso, o denunciante tem dez
dias, contados a partir da mencionada confirmação, para remessa da
documentação original (RI/TCU, art. 234, §1º).
Denúncia que não observe os requisitos e formalidades acima
não será conhecida pelo Tribunal ou pelo Relator, devendo o respectivo
processo ser arquivado após comunicação ao denunciante. Por exemplo,
denúncias anônimas ou desacompanhadas de indícios da irregularidade não
são conhecidas.
Por sua vez, a denúncia que preencha os requisitos de
admissibilidade será apurada pelo Tribunal em caráter sigiloso. O caráter
sigiloso será mantido até a decisão definitiva sobre a denúncia, quando
o Tribunal deverá decidir por sua procedência, procedência parcial ou
improcedência. A apuração dos fatos denunciados é feita mediante
diligências, inspeções e análise dos documentos apresentados pelo
denunciante. O respectivo processo só poderá ser arquivado após efetuadas
as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator.
2. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e
entidade sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal.
Comentário: Os legitimados para apresentar denúncia ao Tribunal são:
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §2º;
LO/TCU, art. 53; RI/TCU, art. 234). Portanto, empresa pública federal (pessoa
jurídica) não é legitimada, daí o erro. Autoridades e servidores dessas entidades
podem, contudo, apresentar representação, caso queiram apontar
irregularidades ou ilegalidades ao Tribunal (RI/TCU, 237, III); ou mesmo
apresentar denúncia, mas na qualidade de cidadãos, e não em nome da empresa
pública. Por sua vez, a entidade sindical de âmbito municipal possui
legitimidade para apresentar denúncia. Porém, recorde-se que o Tribunal apenas
conhecerá denúncia que trate de matérias de sua competência, ou seja, que
envolvam a gestão de recursos públicos federais.
Gabarito: Errado
3. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica
realize alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao
qual, então, caberá determinar a realização do trabalho.
Mas existe outro erro que macula mais claramente o quesito. Nos termos do
art. 15, I, b, do RI/TCU, compete ao Plenário deliberar sobre pedido de
informação ou solicitação encaminhado pelo Congresso Nacional. Ademais, o
art. 233 do RI/TCU informa que, se a solicitação do Congresso implicar a
realização de auditoria, o Relator deve submeter à deliberação do Plenário sua
inclusão no Plano de Fiscalização. Ou seja, nessa hipótese, não pode o Relator
arquivar de pronto o processo; a decisão deve ser do Plenário. O Relator só
pode determinar o arquivamento do processo, mediante decisão monocrática, se
a solicitação for encaminhada ao Tribunal por quem não seja legitimado (RI/TCU,
art. 232, §2º).
Gabarito: Errado
8. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a
denúncia de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta.
a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções
administrativas, cíveis ou penais.
b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que não
tem fundamento.
c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser
cientificado após a conclusão do processo.
d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos fatos
apurados.
e) O sigilo acerca das denúncias em apuração deve ser quebrado se o denunciado já
estiver sob investigação de iniciativa do próprio TCU.
Comentário: Vamos ver cada alternativa:
(a) certo, nos termos do RI/TCU, art. 236, §2º. Tal dispositivo do Regimento
é um estímulo para que os legitimados levem ao Tribunal as irregularidades de
que tenham conhecimento, pois somente estarão sujeitos a sanções em caso de
má-fé, ainda que a denúncia se mostre improcedente;
(b) errado, pois a denúncia somente será arquivada após efetuadas as
diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator, e não
“sumariamente” (RI/TCU, art. 234, §2º);
(c) errado, pois nos processos do Tribunal devem ser assegurados o
contraditório e a ampla defesa. Assim, caracterizada a irregularidade ou a
ilegalidade denunciada, o Tribunal deverá determinar a audiência do
responsável para apresentar suas razões de justificativa, ainda no curso do
processo (RI/TCU, art. 250, IV). Em caso de irregularidade da qual resultou dano
ao erário, o processo deverá ser convertido em TCE para citação do responsável
a apresentar suas alegações de defesa (LO/TCU, art. 47);
(d) errado, pois o Tribunal, caso requerido, deverá fornecer, ao
denunciante, certidão dos despachos e dos fatos apurados na denúncia, desde
que: (i) o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado;
10. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em
caso que envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer
inspeção e auditoria ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade
da gestão governamental.
Comentário: O TCU realiza fiscalização por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional (CF, art. 71, IV). Portanto, o Poder Judiciário
não possui legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção e
auditoria, ainda que sobre matéria de competência da Corte de Contas. Por isso,
o quesito está errado. Recorde-se, contudo, que os integrantes do Poder
Judiciário, enquanto autoridades no exercício do dever funcional, possuem
legitimidade para representar ao TCU (RI/TCU, art. 237, III). A apuração da
representação, se conhecida, será feita de acordo com os critérios do próprio
TCU, o qual, conforme o caso, poderá concluir pela necessidade ou não da
realização de auditoria ou inspeção.
Gabarito: Errado
OBJETOS DA FISCALIZAÇÃO
13. (TCE/PR – Auditor 2016 – Cespe) Sabendo que os tribunais de contas podem
aplicar sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e
apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, assinale a opção correta à luz do
entendimento majoritário do STF a respeito da observância do direito ao contraditório e
à ampla defesa nos casos em que o tribunal de contas realiza esse controle externo.
A) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
B) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
C) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos
casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão e de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o
interessado, mas será indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao
interessado.
D) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla
defesa apenas quando da decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo
esse direito assegurado nos casos de simples anulação ou revogação de ato
administrativo, ainda que essa medida beneficie o administrado.
E) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla
defesa, o qual será facultativo nos casos de simples anulação ou revogação de ato
administrativo concessório de benefício.
Comentário: A questão aborda o verbete da Súmula Vinculante nº 3 do STF,
o qual é reproduzido ipsis literis na alternativa “a”. Veja:
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.
Todas as demais alternativas fazem alterações na redação da Súmula que
modificam o seu sentido original, por isso estão erradas.
Gabarito: alternativa “a”
14. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) A fiscalização da renúncia de receitas não depende
das prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode
ocorrer no final do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.
Comentário: Embora confusa, a assertiva está correta. A fiscalização da
renúncia de receitas pode ser feita a qualquer momento, mediante auditorias,
inspeções, acompanhamentos etc., assim como na ocasião do julgamento das
contas dos órgãos responsáveis. Eis o que diz o RI/TCU:
Art. 257. A fiscalização pelo Tribunal da renúncia de receitas será feita, preferentemente,
mediante auditorias, inspeções ou acompanhamentos nos órgãos supervisores, bancos
operadores e fundos que tenham atribuição administrativa de conceder, gerenciar ou
utilizar os recursos decorrentes das aludidas renúncias, sem prejuízo do julgamento das
tomadas e prestações de contas apresentadas pelos referidos órgãos, entidades e
fundos, quando couber, na forma estabelecida em ato normativo.
Lembre-se dos momentos do controle: prévio, concomitante ou posterior
ao ato fiscalizado. Assim, uma inspeção ou auditoria para verificar o
planejamento das renúncias de receitas a serem empreendidas no exercício
seguinte constituiria um exemplo de controle prévio. Já a autuação de um
processo de acompanhamento para fiscalizar as renúncias no decorrer do
exercício seria um exemplo de controle concomitante, enquanto o exame das
renúncias no julgamento da prestação de contas do órgão seria uma hipótese de
controle posterior. Raciocínio semelhante pode ser estendido para qualquer ato
sujeito à fiscalização do TCU.
Gabarito: Certo
15. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) As atividades de controle externo estão vinculadas
e restritas aos casos de denúncias identificadas no âmbito do sistema de controle
interno do Poder Executivo.
Comentário: O item está errado, pois qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para apresentar denúncia perante o
Tribunal de Contas. Ademais, agentes políticos e autoridades, além dos órgãos
de controle interno também podem representar ao Tribunal. A Corte de Contas
pode, ainda, realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional. Portanto, as atividades de controle externo
são desencadeadas por um sem número de situações, e não apenas por
denúncias identificadas pelo sistema de controle interno do Poder Executivo.
Gabarito: Errado
19. (TCU – ACE 2008 – Cespe) A fiscalização do TCU não se limita à realização da
despesa; compreende também a arrecadação da receita e as próprias renúncias de
receitas, inclusive a verificação do real benefício socioeconômico dessas renúncias.
Comentário: A arrecadação e a renúncia de receitas estão dentre os objetos
da fiscalização exercida pelo TCU. Ao fiscalizar a arrecadação da receita, o
Tribunal avalia todas as etapas envolvidas, incluindo a análise de
demonstrativos próprios, com a identificação dos respectivos responsáveis
(RI/TCU, art. 256). Já a fiscalização da renúncia de receitas tem como objetivo
verificar a atuação dos órgãos responsáveis, bem como o real benefício
socioeconômico dessas renúncias (RI/TCU, art. 257, parágrafo único).
Gabarito: Certo
21. (TCU – ACE 2004 – Cespe) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado
pelo TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder
Executivo no prazo de noventa dias, contados da comunicação do fato.
Comentário: A questão está errada. Quando verifica ilegalidade de ato ou
contrato em execução, o Tribunal assina prazo, de até 15 dias, para que o
responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
com indicação expressa dos dispositivos a serem observados. Se não atendido,
caso de trate de ato, o Tribunal susta sua execução diretamente. Caso o objeto
22. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nenhum documento ou informação poderá ser
negado ao analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a
justificativa de resguardo à segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos
públicos feita por entidades privadas beneficiárias de transferências governamentais.
Comentário: O Auditor Federal de Controle Externo (AUFC, nomenclatura
atual do antigo cargo de Analista de Controle Externo, denominação que
vigorava na aplicação da prova em 2004) quando credenciado pelo Presidente
do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da
Secretaria, terá acesso a todas as informações e documentos necessários à
realização de seu trabalho, os quais não poderão ser sonegados, sob qualquer
pretexto, ainda que de natureza sigilosa ou estratégica para o órgão (RI/TCU,
art. 245, II). Obviamente, o servidor deve guardar sigilo sobre as informações
obtidas em decorrência do exercício de suas funções (LO/TCU, art. 85, IV).
No caso de sonegação, o Tribunal ou o Relator assinará prazo
improrrogável de até 15 dias para que o responsável apresente os documentos,
informações e os esclarecimentos julgados necessários, e comunicará o fato ao
Ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico
equivalente, para as medidas cabíveis. Vencido o prazo e não cumprida a
exigência, o Tribunal aplicará multa, representará ao Presidente do Congresso
Nacional sobre o fato, podendo, ainda, adotar a medida cautelar de afastamento
temporário do responsável (RI/TCU, art. 245).
Gabarito: Certo
23. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Ratificando disposições dos anos anteriores, a lei
de diretrizes orçamentárias de 2009 prevê a suspensão de obras e serviços com
indícios de irregularidades graves, que devem ser apontados em informação prestada
pelo TCU. Esses indícios são caracterizados por situações que constituam graves
desvios em relação a princípios tais como a publicidade e a eficiência, aplicáveis à
administração pública.
Comentário: Em relação às obras públicas, as Leis de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) dos últimos anos têm trazido determinações ao TCU para
que informe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo a relação de
empreendimentos financiados com recursos federais que apresentem indícios
24. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Quando a União repassa recursos aos demais
entes da Federação mediante convênios ou instrumentos congêneres, o TCU examina
as prestações de contas dos órgãos ou das entidades repassadores, mas não pode
examinar as contas de entes beneficiários dos recursos relativos àquelas
transferências em obediência ao princípio da autonomia federativa.
Comentário: A primeira parte do quesito (TCU examina as contas dos
órgãos repassadores) está correta. É o que acontece em regra, caso a prestação
de contas do convênio for feita corretamente ao órgão repassador dos recursos,
comprovando a boa e regular aplicação dos recursos.
Por outro lado, a parte final do quesito está errada, pois o TCU pode sim
examinar as contas dos entes beneficiários, notadamente nas situações que
ensejam instauração de tomada de contas especial, previstas no art. 8º da
LO/TCU. Nesse caso, o TCU julga diretamente as contas dos beneficiários dos
recursos do convênio. Além disso, independentemente do julgamento das
contas, o Tribunal poderá realizar fiscalizações, como auditorias, inspeções e
acompanhamentos, para verificar, diretamente nos beneficiários das
transferências, o atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação
dos recursos, a observância às normas legais e às cláusulas pactuadas, entre
outros aspectos (RI/TCU, art. 254). Isso em nada fere o princípio da autonomia
federativa, uma vez que os recursos oriundos de transferências voluntárias são
federais, de modo que eventuais prejuízos serão suportados pelos cofres da
União, ainda que a administração dos recursos seja estadual ou municipal.
Gabarito: Errado
25. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) O STF, mediante controle concentrado, exercido
por meio de ação direta de inconstitucionalidade, declarou inconstitucionais, por
ferirem direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal,
dispositivos legais e regimentais que permitiam ao TCU manter o sigilo do autor da
denúncia, mesmo após a decisão definitiva sobre a matéria.
Comentário: Para responder ao quesito, vamos relembrar um pouco de
Direito Constitucional. Quando exerce controle concentrado, por meio de ADI,
29. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Considere que um servidor
público federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e
que, em 2010, o TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação
hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a que estava
vinculado o servidor.
Comentário: Na visão do STF, compartilhada pelo Cespe, os atos de
pessoal sujeitos a registro – tanto admissões como aposentadorias, reformas e
pensões – são atos administrativos complexos, que somente se aperfeiçoam
com o respectivo registro no Tribunal de Contas. Portanto, correta a questão.
Gabarito: Certo
30. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) As decisões finais do TCU podem constituir-se em
atos administrativos complexos.
Comentário: Embora a maioria das decisões finais do TCU constitua atos
administrativos simples, como o julgamento de contas, aplicação de sanções,
expedição de determinações, no caso das decisões que promovem o registro de
atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e
pensões, as decisões da Corte de Contas são atos administrativos complexos,
em consonância com o entendimento do STF.
Gabarito: Certo
32. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O tribunal de contas pode reexaminar ato judicial
transitado em julgado concessivo de vantagem funcional a servidor público por
ocasião da sua aposentadoria, por não se sujeitar à coisa julgada em razão de não
haver participado como parte do processo.
Comentário: O item está errado. Se alguma vantagem pecuniária for
incluída nos proventos de aposentadoria de servidor por força de decisão
judicial, o TCU, caso considere tal vantagem indevida, não poderá impor à
autoridade administrativa a suspensão do respectivo pagamento, em respeito à
decisão da Justiça, daí o erro do quesito. Todavia, o TCU poderá negar registro
ao ato, exercendo sua competência própria e privativa, mas abstendo-se de
determinar a suspensão do pagamento.
Gabarito: Errado
33. (TJ/PI – Juiz de Direito Substituto 2007 – Cespe, adaptada) Maria teve o seu
pedido de aposentadoria no serviço público federal acatado pelo seu órgão de origem,
com base em parecer jurídico. No entanto, o TCU, no exercício da sua competência de
apreciar tal ato, para fins de registro, entendeu pela sua ilegalidade. Com base nessa
administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Portanto, a alternativa “d” está de acordo com o inciso III acima.
(e) Errada, pois os responsáveis pelo controle interno responderão por
responsabilidade solidária – e não subsidiária – caso deixem de comunicar
irregularidade de que tenham conhecimento ao TCU. Nos termos do art. 74, §1º
da CF:
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Gabarito: alternativa “d”
35. (CGU – AFC 2008 – ESAF) Assinale a única opção incorreta relativa à
fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
a) Deve prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado,
são finalidades do sistema de controle interno que devem ser mantidos de forma
integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis,
em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário.
d) O Tribunal de Contas da União não possui competência para realizar, por iniciativa
própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário.
e) O ato de sustar a execução de contrato ilegal não é de competência do Tribunal de
Contas da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, à luz da CF, buscando a única
alternativa incorreta:
(a) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 70, parágrafo único da CF;
(b) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 74, caput c/c inciso II do
mesmo artigo, da CF.
(c) Certa, eis que reproduz, literalmente, o art. 71, VIII, da CF.
(d) Errada, pois o art. 71, IV, da CF, confere competência ao TCU para
realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria. Além das fiscalizações
realizadas de ofício, as atividades de fiscalização também podem originar-se por
solicitação do Congresso Nacional, suas Casas ou Comissões.
(e) Certa. Na hipótese de contrato administrativo, de que trata o item em
questão, compete primariamente ao Congresso Nacional adotar, diretamente, o
ato de sustação, solicitando, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas
cabíveis (CF, art. 71, §1º). O TCU apenas poderá decidir sobre a sustação se,
após 90 dias da comunicação do Tribunal informando a ilegalidade, o Congresso
ainda não tiver sustado o contrato ou o Poder Executivo não tiver adotado as
medidas saneadoras cabíveis. Assim, o TCU somente poderá decidir pela
sustação ou não do contrato diante da inércia do Congresso e do Poder
Executivo.
Gabarito: alternativa “d”
(b) Errada, pois inspeções e auditorias podem ser feitas por iniciativa
própria ou por solicitação do Poder Legislativo, conforme dispositivo acima; ou
seja, a restrição “só podem ser feitas se advindas de inspeção não anônima”,
não possui amparo na Constituição Estadual.
(c) Errada, pois não há previsão legal de que “inspeções em procedimentos
licitatórios só podem ser realizadas juntamente com a documentação da
prestação de contas”.
(d) Certa, nos termos do dispositivo da Constituição Estadual anteriormente
transcrito;
(e) Errada, pois o TCE/SE possui competência para realizar inspeções e
auditorias por iniciativa própria, ou seja, considerando seus próprios critérios e
convicções; portanto, se o Tribunal entender que as notícias veiculadas na
imprensa possuem algum fundamento, pode sim deflagrar a inspeção, com
amparo na Constituição.
Gabarito: alternativa “d”
38. (TCU – TCE 2007 – Cespe) A Constituição Federal estabelece que qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU.
Comentário: A questão está correta, pois transcreve exatamente o disposto
no art. 74, §2º da CF.
Gabarito: Certo
competência para apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal restrita aos
entes da administração direta
d) As ações de controle externo do TCU obedecerão ao plano de controle externo,
proposto pela sua presidência e elaborado em consulta aos relatores das listas de
unidades jurisdicionadas e das contas do governo, e deverão ser aprovadas em
plenário em sessão de caráter reservado.
e) Nas auditorias de desempenho, instrumento de controle utilizado pelo TCU,
examina-se a efetividade de programas, políticas e projetos governamentais,
avaliando-se a medida em que estes produziram os efeitos desejados.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA, nos termos do art. 113 da Lei de Licitações e Contratos
(Lei 8.666/1993):
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos
regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da
legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis
pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da
Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao
Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle
interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data
de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de
medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas.
b) ERRADA. Ao contrário do que afirma o quesito, a fiscalização exercida
pelo TCU leva em consideração o critério de economicidade, a teor do que
dispõe o art. 70, caput da CF:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
40. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O TCDF, no exercício do controle externo, não
pode determinar a suspensão dos benefícios garantidos por decisão judicial transitada
em julgado, ainda que o direito reconhecido pelo judiciário esteja em desconformidade
com jurisprudência dominante do STF.
Comentário: A meu ver, o quesito também está correto, nos termos do
Enunciado 20 da Súmula de Jurisprudência do TCDF:
Cabe ao Tribunal de Contas verificar se o ato de aposentadoria, reforma ou pensão e se
o cálculo do respectivo provento ou benefício guardam conformidade com a decisão
judicial, passada em julgado, de que eventualmente resultem.
A princípio, o fato de determinada decisão judicial estar em
desconformidade com jurisprudência dominante do STF não a desautoriza,
muito menos afasta a aplicação da Súmula, que não possui nenhuma restrição
nesse sentido. Isso porque, apesar de usual, não há obrigatoriedade de o juiz
decidir conforme dita a jurisprudência. A menos, é claro, que se trate de Súmula
Vinculante ou de decisão com efeito erga omnes, mas não é o caso da questão.
Embora o TCU não possua Súmula com teor semelhante, o mesmo
raciocínio se aplica a ele.
Gabarito: Certo
Gabarito: Certo
43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) A concessão de pensão por morte
de servidor do governo federal e os reajustes de seu valor, ainda que não alterem o
fundamento legal do ato concessório, deverão ser apreciados pelo TCU.
Comentário: O item está errado. As alterações posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório de aposentadoria e pensão não são
apreciadas para fins de registro pelo Tribunal de Contas (CF, art. 71, III).
Gabarito: Errado
44. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Acerca do exercício da auditoria pelo TCU, dada a
singularidade constitucional de que o órgão se reveste, é correto afirmar que:
a) por serem soberanas, suas normas de auditoria não são passíveis de aplicação
conjunta com outras normas profissionais.
b) para além da legalidade, o objetivo da auditoria avança sobre a eficiência e a
eficácia de programas e atividades governamentais.
45. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Segundo ensinamento do TCU, acerca da auditoria
operacional, é correto afirmar que:
a) seu escopo se limita à verificação dos pressupostos de economicidade, eficiência,
eficácia e efetividade da ação pública.
b) auditoria operacional e auditoria de desempenho são conceitos distintos, embora
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Erick Alves
1. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Comissão permanente do Senado Federal tem legitimidade
para requerer ao TCU a realização de inspeção.
2. (TCU – ACE 2005 – Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e entidade
sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal.
3. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica realize
alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao qual, então,
caberá determinar a realização do trabalho.
4. (TCU – ACE 2007 – Cespe) O regimento interno do TCU define cinco instrumentos de
fiscalização: levantamento, auditoria, inspeção, acompanhamento e monitoramento; a
fiscalização poderá ser exercida por iniciativa do próprio TCU ou atendendo a solicitação do
Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou respectivas comissões. Diante desses
dados e das disposições gerais sobre a fiscalização de atos e contratos, considere que o
Congresso Nacional tenha solicitado ao TCU inteirar-se sobre os procedimentos a serem
adotados para apurar a responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado
cidadão, por funcionário de empresa pública federal. Nessa situação, não compete ao TCU a
fiscalização de atos administrativos que não resultem em receitas ou despesas, podendo,
nesse caso, o relator determinar o arquivamento do processo.
5. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) A verificação do cumprimento, pelos entes fiscalizados, das
deliberações do TCU é realizada por meio de monitoramento.
6. (TCU – TEFC 2015 – Cespe) Para avaliar se a execução de uma fiscalização será viável,
o TCU realiza levantamentos.
8. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a denúncia
de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta.
a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções
administrativas, cíveis ou penais.
b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que não tem
fundamento.
c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser cientificado
após a conclusão do processo.
d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos fatos
apurados.
10. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em caso que
envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria
ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade da gestão governamental.
11. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) O Tribunal de Contas da União
(TCU) poderá realizar — por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
de comissão técnica ou de inquérito — inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário.
13. (TCE/PR – Auditor 2016 – Cespe) Sabendo que os tribunais de contas podem aplicar
sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e apreciar, para fins de registro,
a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, assinale a opção correta à luz do entendimento majoritário do STF a respeito da
observância do direito ao contraditório e à ampla defesa nos casos em que o tribunal de contas
realiza esse controle externo.
A) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
B) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
C) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos casos de
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão e de
anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado, mas será
indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao interessado.
D) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa apenas quando da
decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo esse direito assegurado nos casos
de simples anulação ou revogação de ato administrativo, ainda que essa medida beneficie o
administrado.
E) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, o qual será
14. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) A fiscalização da renúncia de receitas não depende das
prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode ocorrer no final
do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.
15. (TCU - AUFC 2011 - Cespe) As atividades de controle externo estão vinculadas e
restritas aos casos de denúncias identificadas no âmbito do sistema de controle interno do
Poder Executivo.
16. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) A fim de evitar eventuais perseguições
contra pessoas que queiram encaminhar denúncias ao TCU, o denunciante poderá conservar
seu anonimato e não se identificar na denúncia.
17. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Qualquer cidadão possui competência para
formular consulta ao TCU. As decisões do tribunal em resposta a consultas terão caráter
normativo, mas não constituirão pré-julgamento das situações concretas que venham a ser
submetidas a exame do tribunal em processos específicos.
18. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe, adaptada) Por iniciativa própria ou a requerimento do
Ministério Público, o TCU deverá realizar auditorias em órgãos ou entidades sujeitas à sua
jurisdição.
19. (TCU – ACE 2008 – Cespe) A fiscalização do TCU não se limita à realização da
despesa; compreende também a arrecadação da receita e as próprias renúncias de receitas,
inclusive a verificação do real benefício socioeconômico dessas renúncias.
20. (TCU – ACE 2007 – Cespe) Considere a seguinte situação hipotética. No processo de
fiscalização para apuração da denúncia de desvio de recursos da União repassados à
prefeitura do município X para a elaboração de cartilha contra o uso de drogas, constatou-se
que a prefeitura antecipou o pagamento à empresa contratada sem que tivesse havido a
execução do serviço. O TCU determinou a conversão da fiscalização em tomada de contas
especial e citou os responsáveis, que alegaram defesa sem recolher o débito. O TCU não
acatou a defesa, nem reconheceu boa-fé e julgou as contas do convênio irregulares pelo fato
de ter havido prática de ato de gestão ilegal, que causou danos ao erário. Nessa situação, o
TCU deverá responsabilizar solidariamente o agente público e o terceiro que concorreu com o
cometimento do dano, podendo aplicar multa de até 100% do valor atualizado do dano
causado ao erário, e, mesmo que haja o pagamento integral do débito e(ou) da multa, persistirá
o julgamento quanto à irregularidade das contas.
21. (TCU – ACE 2004 – Cespe) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado pelo
TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder Executivo no prazo
de noventa dias, contados da comunicação do fato.
22. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nenhum documento ou informação poderá ser negado ao
analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a justificativa de resguardo à
segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos públicos feita por entidades privadas
beneficiárias de transferências governamentais.
23. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Ratificando disposições dos anos anteriores, a lei de
diretrizes orçamentárias de 2009 prevê a suspensão de obras e serviços com indícios de
irregularidades graves, que devem ser apontados em informação prestada pelo TCU. Esses
indícios são caracterizados por situações que constituam graves desvios em relação a
princípios tais como a publicidade e a eficiência, aplicáveis à administração pública.
24. (TCU – TEFC 2009 – Cespe) Quando a União repassa recursos aos demais entes da
Federação mediante convênios ou instrumentos congêneres, o TCU examina as prestações de
contas dos órgãos ou das entidades repassadores, mas não pode examinar as contas de entes
beneficiários dos recursos relativos àquelas transferências em obediência ao princípio da
autonomia federativa.
25. (TCU – Auditor 2006 – Cespe) O STF, mediante controle concentrado, exercido por
meio de ação direta de inconstitucionalidade, declarou inconstitucionais, por ferirem direitos e
garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal, dispositivos legais e
regimentais que permitiam ao TCU manter o sigilo do autor da denúncia, mesmo após a
decisão definitiva sobre a matéria.
27. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Inspeções e auditorias são
tipos ou formas de fiscalização comumente utilizados para que o órgão de contas atinja o fim
de suas atividades, previstas constitucionalmente. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) A realização de inspeções e auditorias eliminou a necessidade de atuação prévia ou
concomitante do órgão de controle.
b) A ação preventiva dos TCs é caracterizada pela realização de inspeções ordinárias a que
alguns órgãos devem ser submetidos periodicamente.
c) O exame e julgamento das tomadas e prestações de contas constitui o controle
concomitante.
d) O acompanhamento da realização das obras e da execução dos contratos é o que
caracteriza o controle a posteriori.
e) O monitoramento é a atividade desenvolvida com o objetivo de verificar o cumprimento
das recomendações e sanções aplicadas com o objetivo de assegurar a efetividade das
decisões.
28. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Sujeitam-se à fiscalização do TCU
as contas de empreendimento multinacional do qual a União seja sócia, ainda que esta
detenha apenas parcela minoritária das ações ou quotas de participação.
29. (Câmara dos Deputados – Analista 2012 – Cespe) Considere que um servidor público
federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o
TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato
caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação
do TCU e do órgão público a que estava vinculado o servidor.
30. (TCU – TFCE 2012 – Cespe) As decisões finais do TCU podem constituir-se em atos
administrativos complexos.
32. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) O tribunal de contas pode reexaminar ato judicial
transitado em julgado concessivo de vantagem funcional a servidor público por ocasião da sua
aposentadoria, por não se sujeitar à coisa julgada em razão de não haver participado como
parte do processo.
33. (TJ/PI – Juiz de Direito Substituto 2007 – Cespe, adaptada) Maria teve o seu pedido
de aposentadoria no serviço público federal acatado pelo seu órgão de origem, com base em
parecer jurídico. No entanto, o TCU, no exercício da sua competência de apreciar tal ato, para
fins de registro, entendeu pela sua ilegalidade. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens a seguir, relativos a atos administrativos, processo administrativo e precedentes do STF.
I. O ato de concessão de aposentadoria é composto, uma vez que o TCU apenas aprecia a
legalidade ou não do ato.
II. Na situação considerada, conforme a Lei 9.784/1999, o prazo decadencial para que o
TCU anule o ato de concessão da aposentadoria é de 5 anos, já que houve boa-fé de
Maria e o ato questionado lhe foi favorável;
III. Na hipótese em questão, o TCU não poderia anular o referido ato sem proporcionar a
Maria o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório.
a) 0;
b) 1;
c) 2;
d) 3.
34. (CGU – AFC 2006 – ESAF) Sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, assinale
a única opção correta.
a) O Tribunal de Contas da União só pode realizar inspeções de natureza operacional nas
unidades do Poder Executivo, quando solicitado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado
Federal ou por Comissão Permanente ou Temporária do Congresso Nacional ou de qualquer
de suas Casas.
b) As decisões do Tribunal de Contas da União das quais resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo judicial, quando forem proferidas em sede de processo de
tomada de contas especial.
c) Nos termos da Constituição Federal, é da competência do Tribunal de Contas da União a
avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual.
d) Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos entre brasileiros que, entre
outros requisitos, possuam notórios conhecimentos jurídicos, contábeis ou financeiros ou de
administração pública.
e) Os responsáveis pelo controle interno que deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas da
União de irregularidades que tomarem conhecimento assumirão responsabilidade subsidiária
em relação a eventual prejuízo ao Erário, decorrente dessa irregularidade.
35. (CGU – AFC 2008 – ESAF) Assinale a única opção incorreta relativa à fiscalização
contábil, financeira e orçamentária.
a) Deve prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, são finalidades do
sistema de controle interno que devem ser mantidos de forma integrada pelos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis, em caso
de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
d) O Tribunal de Contas da União não possui competência para realizar, por iniciativa própria,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
e) O ato de sustar a execução de contrato ilegal não é de competência do Tribunal de Contas
da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
36. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC) O dirigente de uma autarquia municipal sergipana
recebeu uma equipe de fiscalização do TCE-SE. Ao saber que a inspeção era extraordinária e
que foi motivada por notícias veiculadas nos jornais locais acerca de suposta irregularidade nos
38. (TCU – TCE 2007 – Cespe) A Constituição Federal estabelece que qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o TCU.
39. (TCE/PB – Procurador 2014 – Cespe) Em relação ao controle exercido pelo TCU,
assinale a opção correta.
a) No exercício do controle externo dos atos e contratos administrativos, uma vez constatada
ilegalidade, o TCU poderá solicitar aos licitantes cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da administração interessada à adoção de medidas
corretivas pertinentes.
b) No auxílio ao Congresso Nacional, o TCU, ao exercer a fiscalização contábil, financeira,
operacional e patrimonial dos atos da administração pública, não leva em consideração os
critérios de conveniência e economicidade.
c) O TCU, ao exercer o controle externo da administração pública, tem sua competência para
apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal restrita aos entes da administração
direta.
d) As ações de controle externo do TCU obedecerão ao plano de controle externo, proposto
pela sua presidência e elaborado em consulta aos relatores das listas de unidades
jurisdicionadas e das contas do governo, e deverão ser aprovadas em plenário em sessão de
caráter reservado.
40. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) O TCDF, no exercício do controle externo, não pode
determinar a suspensão dos benefícios garantidos por decisão judicial transitada em julgado,
ainda que o direito reconhecido pelo judiciário esteja em desconformidade com jurisprudência
dominante do STF.
41. (TCDF – Auditor 2014 – Cespe) Caso constate ilegalidade na execução de contrato
administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das providências
necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a execução do referido
contrato.
42. (TCU – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Um servidor da Secretaria do TCU poderá
propor a aplicação de multas, quando exercer função específica de controle externo do tribunal.
43. (TCDF – Técnico 2014 – Cespe, adaptada) A concessão de pensão por morte de
servidor do governo federal e os reajustes de seu valor, ainda que não alterem o fundamento
legal do ato concessório, deverão ser apreciados pelo TCU.
44. (CGU – AFC 2012 –ESAF) Acerca do exercício da auditoria pelo TCU, dada a
singularidade constitucional de que o órgão se reveste, é correto afirmar que:
a) por serem soberanas, suas normas de auditoria não são passíveis de aplicação conjunta
com outras normas profissionais.
b) para além da legalidade, o objetivo da auditoria avança sobre a eficiência e a eficácia de
programas e atividades governamentais.
c) a realização de auditorias a mando do Poder Legislativo demonstra a subordinação
hierárquica do TCU ao Congresso Nacional.
45. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Segundo ensinamento do TCU, acerca da auditoria
operacional, é correto afirmar que:
a) seu escopo se limita à verificação dos pressupostos de economicidade, eficiência, eficácia e
efetividade da ação pública.
b) auditoria operacional e auditoria de desempenho são conceitos distintos, embora ambos
comunguem de técnicas semelhantes.
c) a eficácia é medida por meio da relação entre bens/serviços providos e recursos alocados.
d) por não tratar de legalidade, o relatório da auditoria operacional não precisa se ater à
responsabilização dos agentes públicos.
e) uma vez definidos o problema e as questões de auditoria, deve-se elaborar a matriz de
planejamento.
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GABARITO
2) E 3) E 4) E 5) C
1) C
7) E 8) a 9) E 10) E
6) C
12) C 13) a 14) C 15) E
11) C
17) E 18) E 19) C 20) C
16) E
22) C 23) C 24) E 25) E
21) E
27) e 28) C 29) C 30) C
26) C
32) E 33) a 34) d 35) d
31) C
37) c 38) C 39) a 40) C
36) d
42) C 43) E 44) b 45) e
41) E
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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Almeida, G. H. de la Roque. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União anotada:
normativos correlatos. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.