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UNIVERSIDADE ANTÓNIO AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE DIREITO

CONTROLO DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO


ESTADO: UMA PRÁTICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO
ANGOLANO.

Estudante: Firmino Donga Mbuta Augusto Cangila

Curso: Direito

Cadeira: Finanças Públicas e Direito Financeiro

Luanda, Março de 2023.


UNIVERSIDADE ANTÓNIO AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE DIREITO

CONTROLO DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO


ESTADO: UMA PRÁTICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO
ANGOLANO.

Estudante: Firmino Donga Mbuta Augusto Cangila

Trabalho apresentado como requisito para melhoria


de nota na cadeira de Finanças Públicas e Direito
Financeiro.

Luanda, Março de 2023.


EPÍGRAFE

“O controlo e a avaliação permitem a melhor prestação de contas, evitando que se


permaneça nas trevas, ignorante, e se viva apenas o dia que passa…”

«GOETHE»

i
DEDICATÓRIA

A minha vida acadêmica.

ii

AGRADECIMENTOS
A Deus omnipotente, pelo dom da vida e a graça do conhecimento;

A Faculdade de Direito na pessoa de Sua Excelência Decano da Faculdade;

Aos meus Professores da cadeira de Finanças Públicas e Direito Financeiro, que


transmitiram os conhecimentos que me fazem ser a pessoa que eu sou e pela oportuidade
concedida para poder apresentar este trabalho.

iii

RESUMO
A presente investigação tem como tema: o controlo da execução do Orçamento Geral do
Estado: uma prática no ordenamento jurídico angolano, cujo principal fim é apresentar a
estruturação do controlo da execução do Orçamento Geral do Estado no ordenamento
jurídico angolano, tendo como base a doutrina, a lei e demais fontes de direito, questão
essa que tem se debatido muito a nível das investigações acadêmicas. Apresentamo-lo
com vista a conseguir transmitir a tamanha relevância que um orçamento tem para um
Estado em função da apresentação do seu surgimento histórico e suas caracteristicas e
também para se compreender a partir daí a tamanha responsabilidade que os orgãos e
agentes acarretam aquando da execução do Orçamento, responsabilidade esta que seve
como corolário do controlo orçamental.

Apresentamos a estruturação da fiscalização da execução do Orçamento quanto aos


agentes que praticam, tanto quanto a internalidade ou externalidade do mesmo, tanto
quanro os momentos que os mesmos o fazem, isso para pormos diferenciá-los e
assemelhá-los.

Palavras-chave: Controlo, Orçamento Geral do Estado, ordenamento jurídico.


iv

SUMÁRIO

EPÍGRAFE --------------------------------------------------------------------------------------------- i

DEDICATÓRIA -------------------------------------------------------------------------------------- ii

AGRADECIMENTOS ------------------------------------------------------------------------------ iii

RESUMO --------------------------------------------------------------------------------------------- iv

INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 1

CAPITULO I- FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE O CONTROLO DA


EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO: UMA PRÁTICA NO
ORDENAMENTO JURÍDICO ANGOLANO ---------------------------------------------------- 3

1.1 -Definição de termos e conceitos -------------------------------------------------------------- 3

1.2 – Evolução histórica do conecito de Orçamento --------------------------------------------- 3

1.3 - Controlo da execussão do OGE -------------------------------------------------------------- 5

1.3.1- Controlo interno ------------------------------------------------------------------------------- 6

1.3.2- Controlo externo ------------------------------------------------------------------------------ 8

1.3.2.1- Assembleia Nacional ----------------------------------------------------------------------- 9

1.3.2.2- Tribunal de Contas ------------------------------------------------------------------------ 10

CAPITULO II- METODOLOGIA EMPREGUE E CARACTERIZAÇÃO DA


INVESTIGAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 12

2.1-Tipo de pesquisa ------------------------------------------------------------------------------- 12

2.2-Métodos de investigação ---------------------------------------------------------------------- 12

CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------------- 15


INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema: O controlo da execução do Orçamento Geral do


Estado, uma prática no ordenamento jurídico angolano. Dentre os vários problemas que
afectam o nosso ordenameto jurídico, em matérias de Finanças Públicas consta o
fenómeno do contrlo da execução do Orçamento, que é um fenómeno que também tem se
estado a estudar à nível da doutrina internacional, cujas contribuições tem levado muitos
estudantes e não só a invertigar mais sobre a matéria, como é o nosso caso.

 Justificação

Escolhemos a referida temática por se tratar de um problema bastante pertinente, que


temos até então estado a estudar na cadeira de Finanças Públicas e Direito Financeiro.
Aliás, durante o percurso do semestre observamos muitas inquietações, dúvidas e não só
ligadas a temática, as quais levaram-nos a reflectir em torno desta realidade que, até hoje,
não se esgota de contribuições e argumentações por parte dos estudantes e doutrinadores.
A nossa maior preocupação é sustentada por um enquadramento prático do controlo da
execução do Orçamento no ordenamento jurídico angolano.

 Apresentação do problema

A Constituição da república de Angola e as devidas leis complementares apresentam com


bastante precisão a forma de execução do Orçamento Geral do Estado, porém em função
de certas variações no plano material pode em certa medida distanciar-se do plano formal
apresentando variações dentro do sistema de execução, outrossim, para se garantir que a
execução do mesmo se faça em conformidade com a CRA e as devidas leis fundamentais
cria-se por opção juridico-constitucional um instrumento de controlo da execução do
OGE. Com base no que foi apresentado, leva-nos a partir pela seguinte questão:

 Como se apresenta a estruturação do controlo da execução orçamental no


ordenamento jurídico angolano?
 Importância do trabalho

O tra balho é importante porque ao ser interiorizado despertará a mente dos estudantes e
não só do quão importante é o controlo da execução do Orçamento e como o mesmo se
intitucionaliza no ordenamento jurídico angolano, outrossim o mesmo servirá de material
de consulta para os futuros estudantes de Finanças Públicas e Direito Financeiro e não só.
1
Tendo em conta os fenómenos que provocaram a problemática, o presente trabalho tem
os seguintes onjectivos:

 Objectivo geral:
 Apresentar a estruturação do controlo da execução do Orçamento Geral do Estado
no ordenamento jurídico angolano.

Para dar cumprimento ao objectivo geral declarado e transformar favoravelmente o


problema que originou a investigação surgiu outros objectivos que designamos por
específicos;

 Objectivos específicos:

1. Sistematizar a fundamentação teórica que sustenta a problemática do controlo


orçamental.

2. Diagnosticar o estado actual do sistema de controlo do OGE nas instituições do


Direito;

 Estrutura do trabalho

O nosso trabalho está constituido por três partes, a conhecer: Elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais dando suporte ao trabalho e facilitando o seu entendimento.

 Nos elementos pré-textuais vamos encontrar constituídos pela capa, folha de


rosto, epígrafe, dedicatória, agradecimentos e o resumo.
 Nos elementos textuais vamos encontrar a introdução, o primeiro , o segundo
capítulo e a conclusão.
 Nos elementos pós-textuais encontramos as referências bibliográficas e os
apêndices

2
CAPITULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo abordamos os pressupostos teóricos existentes na pesquisa sobre o


controlo da execução do Orçamento Geral do Estado: uma prática no ordenamento
jurídico angolano, pois não somos os únicos a abordá-lo.

1.1- Definição de termos e conceitos

Aristóteles, filósofo grego afirmava sempre que a linguagem torna-se mais clara, graças
ao uso das definições. Eis os termos e conceitos que devem ser definidos no nosso
trabalho:

Controlo: (FRANCO, António de Sousa, 2010, p. 452). “ é uma palavra, importada do


francês (rôle, contre-rôle), onde designa originariamente um segundo registo (ou
verificação) organizado para verificar o primeiro; ou o conjunto das acções destinadas
a confrontar uma acção principal (controlada) com os seus objectivos ou metas e com
os princípios e regras a que deve obedecer.”

Orçamento Geral do Estado: (NUNES, Elisa Rangel, 2015, p. 102). “O documento


onde se prevêem as receitas e as despesas públicas, autorizadas para vigorarem durante o
período financeiro, que em regra é de um ano”.

Ordenamento jurídico: (ANDRADE, Maria Paula 2011, p. 21). “conjunto de normas


que exprimem a ordem jurídica e que regem uma dada comunidade num determinado
momento histórico”

1.2 – Evolução histórica do conecito de Orçamento

A institucionalização do Orçamento dentro da história está intimamente ligada na sua


génese à afirmação do liberalismo político, pois apesar de muitos dos seus princípios
resultarem já de velhas aspirações populares e das classes médias urbanas, que se foram
impondo aos monarcas, no sentido, por exemplo, da necessidade de procederem à
audição das Cortes antes de lançarem quaisquer impostos.

Este movimento foi-se generalizando ao longo da Idade Média, sofrendo um recuo


formal a partir do século XVI com o absolutismo monárquico. Foi nomeadamente na
Inglaterra que, após as revoluções liberais do século XVII, se foi desenhando a
instituição orçamental. No entanto, ela teria uma consagração mais exacta, pa
3
rticularmente no que diz respeito aos aspectos da autorização política, na França (com a
Revolução Francesa) e nos Estados Unidos (após a sua independência e com base na
Constituição de 1787).

Na sequência da Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão e a Constituição Monárquica de 1791 vieram afirmar a competência
exclusiva do órgão legislativo para fixar as despesas públicas e repartir os
impostos, firmando de uma forma mais precisa o conteúdo do Orçamento. O sistema
anterior, de dispersão e descoordenação por múltiplos centros de decisão das receitas
e das despesas, era vulnerável aos abusos e fraudes, tinha elevados custos de
gestão, não dava informação nem viabilizava o controlo relativamente às
autoridades centrais; com tudo isto perdiam os cidadãos em geral e os
contribuintes em particular, tanto mais que foram sendo afastados da participação
na decisão de imposto, quer consultiva quer decisória, em função da concentração do
poder ao longo da Idade Moderna.

As revoluções do século XVII levaram, em Inglaterra, à criação do Tesouro e do


Fundo Consolidado e a concretização do princípio da autorização financeira pelo
Parlamento ; o mesmo sucedeu em França com a extinção dos fermiers fiscaux.
Todavia, o orçamento é uma criação do século XIX, considerando-se que data de 1815-
1816 (primeiro orçamento da Europa).

Assim, na generalidade das democracias, a partir do século XIX generaliza-se a


instituição orçamental, em regra a partir da autorização parlamentar e do controlo
rigoroso da cobrança das receitas, da efectivação das despesas e da gestão dos
dinheiros públicos. Mesmo nos Estados autoritários estes critérios e regimes se foram
reforçando formalmente, embora sem o conteúdo representativo e com concentração de
competências orçamentais nas mãos dos Governos e da Administração Central.

No contexto jurídico angolano o Orçamento Geral do Estado observou momentos


diferentes em função das ideologias políticas que predominaram na história do país,
porém nos dias de hoje com a institucionalização da democracia vê-se no Orçamento o
plano financeiro do governo carecendo de autotização do Parlamento, que o faz por via
de uma lei ( al. e, art. 161º CRA).

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Quanto ao conecito de Orçameto, a Professora Eliza Rangel Nunes defende que deve se
construir um que comporta consigo todos os elementos do Orçamento, dos quais:
previsão ( elemento que justifica a incerteza do futuro), autorização ( elemento que
justifica a separ ação de poderes e interdependência de funções) e a limitação no tempo (
elemento que justifica a anualidade na previsão e vigência do OGE), com base nisso nos
leva a defi-lo como “documento onde se prevêem as receitas e as despesas públicas
autorizadas para vigorarem durante o período financeiro, que em regra em de um ano”.
Ficando superada a definição apresentada no artigo 19º do Regulamento da
Contabilidade Pública de 31 de Agosto de 1881, que vigorou em Angola.

1.3.- Controlo da execussão do OGE.

O controlo é a fiscalização de actos praticados, emitindo-se juízo de valor a respeito da


fiscalização que pode compreender a inspeção, o exame, a verificação, o
acompanhamento pela própria Administração, dos actos praticados por ela mesma,
de forma a determinar a correção de conduta gerencial, a actuação conforme as
determinações legais e os modelos anteriormente estipulados, de forma sistemática.

Analisando este conceito de controlo no contexto da Administração Pública Angolana,


acreditamos ter o objectivo de “garantir a realização efectiva dos gastos e a prestação
dos serviços para as finalidades previstas, de acordo com as normas de
procedimento vigentes, zelar pela segurança dos fundos e garantir a conformidade com as
regras da “contabilidade pública” ou seja, controlar para que se tenha uma melhor gestão
pública, que se caraterize numa melhor gestão financeira dos dinheiros públicos,
efetivando a boa gestão financeira como dever fundamental, essa “ ideia de que
o controlo e a inspeção de contas públicas são requisitos necessários para a boa
governação, que, como se sabe, tem as suas raízes históricas na Idade Média,
desde a Revolução Liberal, a nova abordagem coloca esse controlo de natureza técnica
na órbita do controlo político e na ação do Poder Executivo.”

Para o Professor Sousa Franco o contole assume a forma de fiscalização, isto é, quando
um orgão ou entidade pratica os actos necessários para prevenir, apurar ou corrigir erros
ou irregularidades da execução do orçamento e ajustar aos objectivos. Assume também a
forma de responsabilização, isto é, quando o objectivo do controlo é o apuramento de

5
eventuais erros ou irregularidades, quer para ilibar as entidades controladas, quer para
promover a respectiva efectivação das formas de responsabilidade que ocorram.

Não podemos nos esquecer de que o conceito de controlo é bastante amplo, exigindo
distinção entre o controlo interno e externo, que será feita nas abordagens a seguir.
Porém, importa deixar por assente que, quando se aplica o conceito de controlo da
Administração Pública é, certamente, o controlo da sua componente gestionária, isto
é, a Administração Pública”,é esta Administração Pública que deve pautar-se com maior
“transparência no exercício do poder estatal, sobretudo da Administração, inserida no
executivo.”

1.3.1- Controlo interno

A garantia de fiscalização ou “controlo da actuação Administrativa” pode encontrar-


se, igualmente, dentro da própria Administração Pública.

Para a International Federation of Accountants (IFAC), o controlo interno é “o plano de


organização e todos os métodos e procedimentos adaptados pela Administração de uma
entidade para auxiliar e atingir o objectivo de gestão, de assegurar, tanto quanto for
praticável, a metódica e eficiente conduta dos seus negócios, incluindo a adesão às
políticas da Administração, à salvaguarda dos ativos, à prevenção e detenção de fraude e
erros, à precisão e plenitude dos registos contabilísticos e à atempada preparação
de informação financeira fidedigna.”. Ou, também, podemos definir como um conjunto
de controlos que são concebidos para prevenir ou detetar erros e irregularidades,
especialmente no registo de operações que possam causar demostrações financeiras com
distorções relevantes.

A Administração Pública controla-se a si mesma de forma hierarquizada; a sua actuação


tem influência na vida dos particulares, os seus actos e regulamentos influenciam a vida
dos particulares e podem beliscar certos direitos consagrados constitucionalmente, por
isso é necessário; evitar abusos decorrentes desta actuação e, por essa razão; a
“Administração Pública deve ser a primeira instância de controlo da sua conduta,
assumindo uma postura que garanta a juridicidade”.

É a este poder-dever, exercido pela própria Administração Pública sobre os seus actos,
que decorre dos princípios da hierarquia e da autotutela, que chamamos de controlo

6
administrativo, controlo executivo ou controlo interno que é exercido por: órgão da
Administração, com o objetivo de assegurar a observância do direito e a satisfação das
necessidades coletivas e dos interessados individuas. Podemos dizer que o controlo
administrativo é um controlo interno que corresponde a um duplo controlo: controlo
hierárquico; controlo por órgãos específicos de cada ministério.

 Autocontrolo

Este é um mecanismo de Controlo da Administração Pública que surge com vista a


assegurar o respeito da legalidade, a observância do dever de boa administração e o
respeito pelos direitos subjetivos e interesses legítimos dos particulares. Este controlo é a
fiscalização exercida pela própria autoridade que editou o acto ou adoptou a medida da
sua actuação, entretanto pode ocorrer, espontaneamente ou mediante provocação, na
decorrência de recurso administrativo ou denúncia de ilegalidade.

O princípio de autocontrolo administrativo regista-se não só nas questões de verificação


de ilegalidade, mas também para promover a resolução das mesmas. Desempenha um
importante papel na fiscalização da legalidade, assim como de conveniência e
oportunidade administrativa (mérito) e na garantia dos direitos e interesses dos
particulares, garantias essas que se designam por impugnações, como reação de
uma decisão tomada. É no decorrer dessas reclamações e recursos administrativos
que surge a actividade de órgãos inspetivos.

 Héterocontrolo

A fiscalização do poder central sobre entidades descentralizadas surgiu com o nome


de tutela administrativa, contudo, a tutela ou supervisão de entidade da
administração indireta não significa que, juridicamente, exista subordinação
hierárquica.

Existem órgãos administrativos que, detendo uma posição de supremacia, exercem


poderes intra-administrativos de controlo ou fiscalização, sobre a actuação de outros
órgãos, cuja designação é: princípio de heterocontrolo administrativo.

Dentro da finalidade deste controlo, o objetivo centra-se em assegurar a execução


dos servições especializados de modo compatível aos fins. Esta fiscalização é de
competência do Presidente da Republica, porém a desconcentra a Inspecção Geral
7
da Administração do Estado (IGAE), que é é um auxiliar do Titular do Poder
Executivo, que coordena o Sistema de Controlo Interno da Administração Pública
Angolana, dotada de autonomia funcional, administrativa e patrimonial como previsto
no nº1 do art. 1º do Decreto Presidencial nº 242/20, de 28 de Setembro.

A IGAE tem a responsabilidade de assumir a missão de inspecionar, auditar,


controlar e fiscalizar a atividade dos organismos e serviços da administração
direta, indireta, autónoma e independentes. Acresce o facto de abranger os domínios
orçamentais, económico financeiro e patrimonial, visto que o objeto de todo e qualquer
controlo interno estratégico, “consiste na verificação, acompanhamento e informação,
perspetivados, preferencialmente, sobre a avaliação do controlo operacional e
controlo setorial, bem como sobre a realização das metas traçadas nos instrumentos
provisionais, designadamente, o Programa do Governo, as Grandes Opções do Plano e o
Orçamento do Estado.

1.3.2- Controlo externo

O controlo externo é exercido por um Poder ou órgão distinto, apartado da


estrutura do órgão controlado, (latu senso) é externo o controlo desempenhado pelo Poder
Judiciário sobre os demais poderes, bem como o cumprido pela Administração
direta sobre as entidades da Administração indireta.374 Em sentido (estrito) o controlo
externo é tão-só aquele exercido pelo Poder Legislativo (controle político) e pelo TC
(controlo financeiro) sobre Administração direita e indireta dos demais Poderes.

Deixamos claro que o controlo financeiro externo consubstancia uma função


autónoma do Estado moderno democrático, não só pela sua total independência e
autonomia que revela face à gestão financeira pública ao alto nível, mas também porque é
no exercício do controlo externo que constitui o núcleo central e funciona como motor do
sistema nacional público de controlo financeiro.

O controlo externo é a fiscalização realizada por um organismo externo,


independente da entidade fiscalizadora.377 Externo em relação ao Executivo é exercido
por entidade independente num primeiro e lato sentido, órgãos, entidades ou
instituiçõesindependentes do Governo e da Administração Pública.

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1.3.2.1- Assembleia Nacional

A Assembleia Nacional de Angola é um órgão de soberania (Art. 105.º CRA) dotada


de competências, tais como, receber e analisar a conta geral do Estado e de outras
instituições públicas que a lei obrigar, podendo as mesmas serem acompanhadas do
relatório e parecer do Tribunal de Contas(Art. 162.º alínea b) CRA.). Cabe-lhe,
também, a fiscalização orçamental, financeira, patrimonial e operacional da
Administração do Estado e dos órgãos que dele dependem (Art. 63.º n.º 1 Lei n.º
15/10 de 14 de julho).

É a Assembleia Nacional que faz, não só o controlo político-financeiro, também


conhecido como controlo orçamental. Este controlo externo financeiro, feito pela
Assembleia Nacional, não deixa de ser também um controlo político de natureza
financeira, até porque o orçamento tem uma natureza contabilística e financeira, embora
seja independente dos demais órgãos de soberania, outorgada pela Constituição da
Républica de Angola.

Analisando o nosso ordenamento jurídico, vemos logo a primeira vista que o controlo
exercido pela Assembleia Nacional reveste-se em três momentos:

 Controlo a priori: A Assembleia Nacional realiza-o a quando da aprovação do


Orçamento Geral do Estado ( al. e) do art.161º ), pois o elemento autorização é a
fundamentação desta forma de controlo.

 Controlo concomitante: Durante a execução do orçamento a Assembleia


Nacional exerce a sua função de controlo , quando tem de apreciar oa relatórios e
balancetes trimestrais ( nº 3 do art. 63º da LQOGE) que segundo o regimento (Lei
nº 13/12, de 2 de Maio) o PR deve remeté-lo até 45 dias após o termo de cada
trimestre; Quando lhe cabe autorizar a contratação e concessão de emprestimos
públicos e estabelecer condicões gerais destes emprestimos.( al. d, art. 162º CRA).

 Controlo a posteriori: Configura-se com a aprovação da Conta Geral do Estado,


podendo ou ser precedida do parecer do Tribunal de Contas ( nº2 do art. 63º da
LQOGE)- que nós observamos como uma forma de ir contra a autonomia do TC.

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1.3.2.2- Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas é o orgão supremo de fiscalização da legalidade das finanças


públicas e de julgamento das contas que a lei sujeitar a sua jurisdição, o mesmo é sujeito
de competências institucionais com finalidade de desempenhar as tarefas e funções
constitucionais definidas, daí se justifica a sua caracterização como órgão de
soberania porque lhe são constitucionalmente atribuídos “poderes soberanos.”

Analisando o nosso ordenamento jurídico, vemos logo a primeira vista que o controlo
exercido pelo Tribunal de Contas reveste-se também em três momentos

 Controlo a priori ou preventivo: relativamente a concessão de vistos, a sua


recusa ou a declaração de conformidade dos contratos(art. 8º da LOPTC).

A Fiscalização preventiva do TC tem por fim verificar se os atos e contratos e


outros instrumentos geradores de despesa ou representativos de responsabilidade
financeira estão em conformidade com as leis e tem cabimento orçamental.447
Esta fiscalização preventiva é um tipo de revisão de atividades administrativas ou
financeiras que é realizada antes da ocorrência do facto. Mas não são todos os atos e
contratos geradores de despesa que devem ser submetidos ao TC, “acresce o facto de
ser impossível sujeitar a um controlo prévio, todos os actos da Administração que
envolvam a realização de despesa pública ou que impliquem a assunção de
compromissos financeiros”449 conforme a (LOPTC), para efeitos de fiscalização
preventiva, só podem ser submetidos para fiscalização preventiva os contratos que
constam no (artigo 8.º n.º 3), porém, o artigo (8.º n.º 4 LOPTC ) deixa claro,
quais os actos que não estão sujeitos à fiscalização preventiva do Tribunal de Contas
Angolano.

 Controlo concomitante: ocorre nos termos do artigo 9ºA da LOPTC;

 Controlo a posteriori ou sucessivo: O Tribunal de Contas julga as contas das


entidades ou organismos sujeitos à sua jurisdição, com o fim de apreciar a
legalidade e regularidade da arrecadação das receitas e da realização das despesas,
bem como, tratando se de contratos, verificar ainda se as suas condições foram as
mais vantajosas no momento da sua celebração ( art.9 da LOPTC).
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Repare-se que, sendo a posteriori, ocorre após o facto, que em nosso entender e em sede
do mesmo, o “Tribunal aprecia também a gestão económica, financeira e
patrimonial” em razão desta mesma apreciação este “consubstancia-se na apreciação da
execução do Orçamento Geral do Estado, com base na Conta Geral do Estado e
destina-se analisar atividade financeira do Estado, abrangendo receitas, as despesas
, a tesouraria, o recurso ao credito público e o património dando origem a relatório e
parecer, com juízo de legalidade e correção financeira sobre economia, eficiência,
eficácia da gestão e sobre fiabilidade dos sistema de controlo interno”.

O Tribunal pode, por sua iniciativa ou por solicitação da Assembleia Nacional, realizar
inquéritos e auditorias a determinados aspetos da gestão das entidades sujeitas à sua
jurisdição.455 Pode realizar auditorias das contas e “esta auditoria de contas tem, por fim,
apreciar a fidedignidade e a integridade das contas e das demonstrações financeiras, bem
como a situação financeira e patrimonial da entidade, podendo, além de se
pronunciar sobre a legalidade e irregularidade de operações subjacentes, apreciar, a
chamada boa gestão financeira”.

A fiscalização sucessiva compreende, também, a fiscalização do modo como


quaisquer entidades dos sectores cooperativo e privado aplicam os montantes obtidos do
Orçamento Geral do Estado ou com intervenção do sector público, designadamente
através de doações, de empréstimos, de subsídios de garantias ou avales.

11
CAPITULO II- METODOLOGIA

Neste capítulo, abordaram-se os métodos, técnicas e instrumentos utilizados para a


obtenção dos dados da temática do presente trabalho: constituída por um conjunto de
questões que contribuem para a descrição da importância do silêncio no recinto escolar,
caso dos estudantes do II ciclo do Complexo Escolar Missionário Santa Maria Goretti.

2.1- Tipo de pesquisa

Neste trabalho, atendendo os seus objectivos utilizaram-se as seguintes pesquisas:

Pesquisa bibliográfica: FAMESC (2012,p. 24) é “quando elaborada a partir de material


já publicado, constituído principalmente de livros, e actualmente com material
disponibilizado na internet.”

2.2- Métodos de investigação

Esses métodos esclarecem os procedimentos lógicos que deverão ser seguidos no


processo de investigação científica dos factos da natureza e da sociedade. São, pois,
métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de abstracção que possibilitará decidir
acerca do alcance de sua investigação, das regras de explicação dos factos e da validade
de suas generalizações. Para a realização deste trabalho foram empregues os seguintes
métodos: indutivo, dedutivo e o analítico-sintétco.
Indutivo: Segundo MARCONI e LAKATOS, (2005, p. 86), “permite estudar o
fenómeno a partir de pontos de vistas simples para planos que alargam para uma visão
com maior amplitude de assunto, em geral o mesmo vem partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal”.

Este método foi utilizado para efectuar análise numa amostra e os seus resultados
generalizar a população, ou seja, usamos este método, como sendo aquele que sai do
particular para o geral.

Dedutivo: segundo MARCONI e LAKATOS, (2008, p. 106), em oposição ao anterior,


“este a partir do prognóstico que fizemos no inicio da investigação ou informações
preliminares, obteve-se a ideia do resultado esperado, no fim do estudo do problema, a
mesma (...) das teorias e leis, prediz a ocorrência dos fenómenos particulares”

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Usamos o método dedutivo como sendo aquele que sai do geral para o particular.
Resumir os dados recolhidos através dos estudos das principais bibliografias, e extrair as
principais ideias que sustentam o trabalho de pesquisa partindo dos aspectos abrangentes
aos particulares.

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CONCLUSÃO

Tendo em conta as pesquisas e estudos elaborados, verificamos no fim deste trablaho que,
há sim consagrado por vias próprias, o controlo da execução do Orçamento no
ordenamento jurídico angolano , onde em primeira instância o controlo é interno a nível
da Administração Pública , que por sua vez é feita pela Inspecção Geral da Administração
do Estado (IGAE), por delegação do Presidente da República e em segunda instância o
controlo externo que é exercido pela Assembleia Nacional de Angola e pelo
Tribunal de Contas, ou seja a fiscalização orçamental, financeira, patrimonial e
operacional da Administração do Estado e dos órgãos que dele dependem, é exercida
pela Assembleia Nacional, que faz um controlo essencialmente político, e pelo
Tribunal de Contas, que faz um controlo técnico, ao nível do controlo externo, e pelo
Presidente da República, através dos seus órgãos especializados, que neste caso é a
Inspecção Geral da Administração do Estado, ao nível do controlo interno.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUSA FRANCO, António Luciano, Finanças Públicas e Direito Financeiro, 2.vols, 4º


edição, Almedina, 1992/93.

TEIXAIRA RIBEIRO, JJ, Lições de Finanças Públicas, Coimbra Editora, 1993.

AVON, H. (2012). Controle Interno e Externo. Curitiba-PR: Instituto Federal do Paraná.

AZEVEDO, M. E. (2018). Manual de Finanças Públicas e Direito Financeiro. Lisboa :

Quid Juris.

FRANCO, A. D. (1974). Manual de Finanças Públicas e Direito Financeiro .Vol.


I. Lisboa: Manuais da Faculdade de Direito de Lisboa.

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