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Aula 1

Tema: 2

TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA


E as falhas do Governo

O papel do Estado na economia, a forma como utiliza os meios que lhe são
colocados à disposição e as motivações que estão na base das ações e
atitudes dos políticos são aspetos muitas vezes postos em causa pelas mais
diversas razões e nas mais diversas circunstâncias.

Até meados do século XX não existia, pelo menos de forma sistemática e


organizada, um estudo integrado sobre esse tipo de aspetos associados à
atuação dos governos e dos políticos na economia. Essa lacuna foi
preenchida pela denominada teoria da escolha pública, surgida por
intermédio fundamentalmente dos esforços de dois economistas norte-
americanos, James Buchanan e Gordon Tullock.

Base da Teoria da Escolha Pública

O principal sustentáculo da teoria da escolha pública é o de que o


funcionamento de todo o processo político (eleições, tomadas de decisão,
legislação, etc.) assenta na busca por parte dos indivíduos envolvidos
principalmente do seu interesse próprio, podendo falar-se no chamado
mercado político.

Deste pressuposto deriva a possibilidade de o processo político poder


implicar a ocorrência de falhas dos governos, eventualmente graves,
aquando da escolha entre os vários programas alternativos de governo
que possam existir.
Segundo esta teoria, aplicada fundamentalmente no contexto político e
económico norte-americanos, o referido mercado político é constituído por
vários tipos de elementos:

1. Eleitores;
2. Políticos (legisladores);
3. Elementos de lobbies; e
4. Burocratas do governo.

Papel dos diferentes elementos no processo da escolha pública:

Quanto aos ELEITORES:


Relativamente ao papel dos eleitores, esta teoria salienta o facto de,
dada a incapacidade individual de afetar uma eleição, se verificar um
elevado desinteresse destas entidades sobre os assuntos políticos.

Este desinteresse é contrário ao interesse que os mesmos eleitores


demonstram na tomada de decisões de consumo individual.

Quanto aos POLÍTICOS E LEGISLADORES:

Quanto aos políticos e legisladores, esta teoria preconiza que, pelo


facto
de no exercício das suas funções estarem a lidar com os recursos de
outras pessoas e não dos seus próprios diretamente, o incentivo para
que tomem decisões eficientes e de acordo com o interesse
público é reduzido.

Quanto aos LOBBIES


Olhando para os aspectos anteriores abre-se para a criação e
influência de lobbies no processo político, que acabam por ser
capazes de influenciar os legisladores e os próprios burocratas do
governo nas suas decisões, fazendo-as naturalmente pender para o
lado dos seus interesses.

Nota:
Meus caros:
Os lobbies são assim grupos de interesses de vária
ordem (industriais, comerciais, religiosos, etc.) que acabam
por desempenhar um papel fundamental na ordem
económica de acordo com a teoria da escolha pública.

Para além do ênfase dado às falhas dos governos, a teoria da escolha


pública também centrou a sua atenção na proposta de medidas para corrigir
os problemas, salientando designadamente as vantagens de uma
intervenção do  Estado  ao nível mais local possível e propondo formas
de limitação da despesa pública.

Tendo em conta o referido, a teoria da escolha pública entra em parte em


colisão com a visão keynesiana da intervenção do Estado na economia,
segundo a qual este desempenha um papel fundamental na correção de
falhas de mercado.

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