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O processo penal é dominado por um conjunto de princípios ou regras gerais que dão
significado as normas que constituem, fazendo delas um todo orgânico orientado para
determinada direcção e sentido.
Na base destas premissas, não podem coexistir na mesma ordem jurídica normas de condutas
opostas e com igual aplicação sob pena de seus destinatários ficarem sem alternativa de acção
lícita.
Os princípios têm caracteristicas mais ecléticas, uma vez que o mesmo ordenamento jurídico
coexistem diferentes princípios, podendo ainda surgir uma colisão ou oposição entre estes.
Na esteira do Doutor Henriques Eiras, o estudo dos princípios gerais do processo penal é
essencial a compreensão deste, porque permite captar os seus valores fundamentais.
Por outro lado, os princípios do processo penal exercem um papel fundamental na aplicação
do direito processual penal. Assim, se existirem casos omissos neste ramo de direito que não
possam ser integrados mediante a aplicação analógica das disposições do código de processo
penal nem com recurso ao processo civil, aplicar-se-ão os princípios gerais do processo penal,
único do artigo 1 do código de processo penal de 1929.
Alguns destes princípios dominam uma fase ou um aspecto particular do processo, mas por
razões de exposição iremos estudá-los sem perder de vista a perspectiva do processo como um
todo.
Para razões de ordem prática, nós iremos adaptar a arrumação que nos é proposta pelo
Professor Grandão Ramos com as actualizações realizadas pelo Professor Paulo de Sousa
Mendes.