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FAVELA

1. Como definem hoje?


Favela (português brasileiro), bairro de lata (português europeu)
ou musseque (português angolano)
, tal como definido pela
agência das Nações Unidas UN-HABITAT, é uma área degradada de uma determinada cidade
caracterizada por moradias precárias, falta de infraestrutura e sem regularização fundiária. De
acordo com dados das Nações Unidas, cerca de um bilhão de pessoas vivem em favelas no mundo.
Essas regiões urbanas possuem baixa qualidade de vida, infraestrutura precária e seus moradores
possuem limitado poder aquisitivo — áreas com edificações inadequadas, muitas vezes apertadas
aos morros onde é difícil construir edifícios estáveis e com os materiais tradicionais.
O termo tem sido tradicionalmente referido a áreas de habitação que já foram respeitáveis, mas que
se deterioraram quando os habitantes originais foram deslocados para novas e melhores partes da
cidade, porém o termo também é aplicado aos vastos assentamentos informais encontrados nas
cidades do mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento.
Embora suas características geográficas variem entre as diferentes regiões, geralmente essas áreas
são muito habitadas por pobres ou socialmente desfavorecidos. Edifícios de favelas variam desde
simples barracos a estruturas permanentes e bem-estruturadas. Na maioria das favelas ocorre a falta
de água potável, eletricidade, saneamento e outros serviços básicos.

2. Brasil – Etimologia
A origem do termo se encontra no episódio histórico conhecido por Guerra de Canudos. A cidadela
de Canudos foi construída junto a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim batizado em
virtude de uma planta (chamada de favela) que encobria a região. Alguns dos soldados que foram
para a guerra, ao regressarem ao Rio de Janeiro em 1897, deixaram de receber o soldo, instalando-se
em construções provisórias erigidas sobre o Morro da Providência. O local passou então a ser
designado popularmente Morro da Favela, em referência à "favela" original. O nome favela ficou
conhecido e na década de 20, as habitações improvisadas, sem infra-estrutura, que ocupavam os
morros passaram a ser chamadas de favelas.
As reformas urbanas promovidas pelo então prefeito da cidade Pereira Passos entre 1902 e 1906,
período conhecido como "Bota-abaixo", destruiram cerca de 1.600 velhos prédios residenciais, a
maioria composta de habitações coletivas insalubres (cortiços) que existiam nas áreas centrais do Rio
de Janeiro. Estas pessoas são expulsas para o subúrbio da cidade que, no caso, consiste basicamente
de morros; o que também contribuiu para o aspecto atual das favelas.
3. Projetos sociais
Algumas organizações (em geral não governamentais), promovem projetos nas favelas para a
valorização da vida e da cultura da favela. Visam afastar os jovens do tráfico, o desenvolvimento de
cooperativas, entre outros projetos beneficentes. O Governo Federal, através do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) destinou R$ 3,88 bilhões para regiões carentes do Rio de Janeiro. [17]
Em outro exemplo de ação social ocorreu em Campo Grande, que foi a primeira capital do Brasil a
eliminar todas as sua favelas.[18]
Entre os movimentos nascidos nas favelas, um dos mais populares foi o hip-hop reforçado na década
de 1980 por grupos de rappers como os Racionais MC's.

3.1.Projeto VIVA FAVELA


Criado em julho de 2001 pelo Viva Rio, o projeto Viva Favela tem como metas a inclusão digital, a
democratização da informação e a redução da desigualdade social. Como uma ponte virtual entre o
"asfalto" e a favela, conta com uma equipe de jornalistas e correspondentes comunitários.
Os correspondentes são moradores de favelas que atuam como repórteres, fotógrafos e produtores
de conteúdo multimídia. O trabalho é feito em parceria, e o resultado mostra que há muito mais para
se contar sobre as favelas do que histórias de violência e narcotráfico.
Com um olhar "de dentro", o site mostra a cultura, a criatividade das estratégias para vencer os
desafios diários, o potencial para propor e operar mudanças sociais positivas. A violência também
aparece, mas pela perspectiva do morador, que raramente é ouvido pela mídia tradicional.
Ao estimular que moradores de favelas e periferias se tornem comunicadores e produzam conteúdo
retratando essas regiões de forma não estigmatizada, o Viva Favela provoca uma visão crítica sobre a
realidade vivenciada por cada um.
Ao participar da reunião de pauta, o correspondente passa a se perguntar o que existe na sua
comunidade para ser valorizado e o que deve ser denunciado, como isso pode ser feito, a quem esta
informação deveria ser direcionada, que impacto ela pode ter e que desdobramentos podem ser
esperados.
O Viva Favela é tema do livro “Notícias da Favela”, de Cristiane Ramalho, (Editora Aeroplano 2007), e
possui um livro de fotografias homônimo lançado em 2009 em parceria com a Editora Olhares.

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