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Dor Crónica
A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define Dor como ‘uma
experiência sensorial e emocional desagradável podendo estar ou não associada com dano
tecidual’. A dor é o principal motivo pelo qual as pessoas procuram ajuda médica, sendo que as
dores crónicas mais comuns são dores de costas, disfunções músculo-esqueléticas e dores de
pescoço. A dor crónica afeta principalmente mulheres, indivíduos de estratos socioeconómicos
mais baixos, veteranos militares e pessoas de zonas rurais (Cohen et al., 2021).
abuso de substâncias e suicídio. De facto fatores como resiliência, suporte emocional e saúde
podem promover a cicatrização e reduzir o prolongamento da dor.(Cohen et al., 2021).
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Catarina Rodrigues 10200177
Francisco Vicente Pinto 10200328
CMC_3ºano_Fisioterapia
Tipos de Dor
Existem 3 tipos principais de Dor: Dor Nociceptiva, Neuropática e Nociplástica, e pode
também ter carater misto.
Dor Neuropática é causada por lesão ou patologia que afeta o sistema nervoso
somatossensorial. Cerca de 15-25% da dor crónica diz respeito a dor neuropática, conduzindo
a um decréscimo acentuado de qualidade vida, sendo as condições mais comuns: neuropatia
diabética, nevralgia pós-herpes e radiculopatia (Cohen et al., 2021; von Gunten, 2011).
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Gestão da dor
Como já foi dito, a dor é uma consequência dinâmica de fatores biológicos, psicológicos
e sociais, como tal recomenda-se um tratamento interdisciplinar e personalizado para o
tratamento do paciente com dor. Deve-se promover o auto-cuidado (estilos de vida saudáveis,
alimentação saudável, exercício, sono adequado, cessação tabágica, e modificações
ergonómicas). Outras modalidades de tratamento são terapia farmacológica (não opioide e
opioide), terapia psicológica, entre outros (Cohen et al., 2021).
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Tratamento opioide: Este tratamento usado como referência padrão na dor aguda, no
entanto não é considerado um tratamento de primeiro recurso na dor crónica, apesar de serem
muito eficazes a curto e médio prazo na dor cronica associada a lesões. Este tipo de tratamento
tem risco de adição (Cohen et al., 2021).
Intervenção não cirúrgica: procedimentos pouco invasivos podem ser usados em dor
neuropática (injeções epidurais de esteroides), em dor nociceptiva (radiofrequência), disfunções
de dor mista (estimulação de medula espinhal) e em condições de dor nociplástica (injeções de
esteroides para disfunções temporomandibulares) (Cohen et al., 2021).
Fisiopatologia da Dor
Após lesão do tecido, inicia-se um processo inflamatório em que há libertação de
prostaglandinas, substância P, serotonina, histamina, acetilcolina e bradicinina. Estes
neurotransmissores aumentam a sensibilidade dos nociceptores aumentado a entrada de Ca 2+
no nociceptor, e também se ligam a recetores pós-sinápticos que estimulam o aumento da
permeabilidade ao Na+ e K+. Daqui resulta a transmissão mais fácil do estímulo de dor e
recrutamento de nociceptores silenciosos, consequentemente a pessoa irá sentir mais dor. A
dor é usada como sinal de alerta para proteger a área afetada e impedir futuras lesões (von
Gunten, 2011).
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Teoria da Comporta da Dor
Teoria de que a transmissão da informação da dor pode ser bloqueada no corno dorsal
da medula espinal pela estimulação dos neurónios aferentes primários de fibras grandes.
(Lundy-Ekman, 2013)
Mais tarde esta teoria foi adaptada para a teoria do contra-irritante, que oferece uma
vista mais atualizada deste fenómeno.
O processamento pode estar alterado por dano tecidular ou atividade neural anormal.
(Lundy-Ekman, 2013)
Apresenta 4 estados:
Sistemas Antinociceptivos
Os sistemas antinociceptivos funcionam ao libertarem endorfinas (como a encefalina,
referida anteriormente), que se ligam aos receptores dos neurónios e diminuem o potencial de
ação nociceptivo (ver vídeo). (Lundy-Ekman, 2013)
• Encefalinas
• Dinorfinas
• Beta-endorfinas (mais poderosas)
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As endorfinas podem ser libertadas através de drogas, mas o nosso corpo também tem
poder sobre a libertação destas substâncias. (Lundy-Ekman, 2013)
Trato cerulospinal
Periaquedutal Cinzento (?) PAG
inibe
estimula
Atividade espinotalâmica
Rosto Ventromedial da Medula
liberta encefalina
Diminuição de atividade
nociceptiva
Sistemas Pronociceptivos
A transmissão da dor pode ser intensificada em vários níveis. Edema e substâncias
químicas endógenas podem sensibilizar terminações nervosas livres na periferia. Por exemplo,
após uma pequena queimadura, estímulos que normalmente seria inócuo pode causar dor
intensa. (Lundy-Ekman, 2013)
A pessoa pode também sentir dor sem qualquer estímulo nociceptivo. As atividades
que ocorrem no córtex pré-frontal e no córtexcingulado anterior sãoas mesmas tanto para a
dor como para o stress social. (Lundy-Ekman, 2013)
Referências Bibliográficas
Cohen, S. P., Vase, L., & Hooten, W. M. (2021). Chronic pain: an update on burden, best
practices, and new advances. Lancet (London, England), 397(10289), 2082–2097.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(21)00393-7
von Gunten, C. F. (2011). Pathophysiology of Pain in Cancer. Journal of Pediatric
Hematology/Oncology, 33. https://journals.lww.com/jpho-
online/Fulltext/2011/04001/Pathophysiology_of_Pain_in_Cancer.3.aspx
Lundy-Ekman, L. (2013). Neuroscience: Fundamentals for Rehabilitation (4th ed.). Elsevier.
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