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Perspectiva Escatológica
por: Pr. Leonardo Teixeira

ESCATOLOGIA BÍBLICA

Aula 1

Perspectiva escatológica e o seu único significado verdadeiro

Nessa aula nós iremos conhecer o significado da Escatologia, em


resposta ao questionamento universal: Por que vale a pena viver?
Vamos também fazer um estudo da Escatologia no Antigo e Novo
Testamento.

ESCATOLOGIA – PARTE 1

Bem vindo ao nosso curso de Escatologia. O termo dessa palavra


vem de eschaton (do grego), que significa “as últimas coisas”. Para
quem ainda não assistiu nosso Curso de Bacharel, nós falamos que
a essência de uma boa Escatologia é produzir esperança. E então
a Escatologia surge, não por um movimento de desconfiança, mas
porque o povo percebe que alguma coisa está quebrada, a vida
está difícil. Por conta disso, agora é preciso ter um combustível,
uma motivação, um empenho, um motor que faça com que esse
povo olhe para frente, mesmo com situações adversas.

A Escatologia, portanto, nasce a partir de uma percepção, de


quando o povo percebe que existe algo difícil atrapalhando o fluxo
da vida. A partir dessa percepção, o povo precisa, então, de um
combustível, de um motor, de algo que o motive, trazendo
esperança para se continuar a viver.

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O povo Israelita começa até a desenvolver uma literatura de crise,
que são os Apocalipses. Não existe apenas o Apocalipse na cultura
judaica. Para cada situação de crise, o povo produzia um
Apocalipse. Trata-se de um livro de crise, criado quando se percebe
que as circunstâncias estão se tornando mais difíceis, a fim de
encontrar motivo de esperança - a partir de uma percepção de que
as coisas não foram muito bem.

A Escatologia é também um olhar para as coisas que estão


acontecendo e que alavanca para o futuro, dando uma expectativa.
De uma certa forma ela tenta responder a uma questão muito
importante do ser humano: “Por que vale a pena viver?”

A Escatologia bíblica, então, nos ensina por que vale a pena viver.
Ela é capaz de nos dar essas respostas, porque fundamenta o
motivo da nossa esperança e a direção da nossa vida, apesar de
qualquer circunstância. Precisamos entender que esse
pensamento escatológico não é uma exclusividade do pensamento
cristão ou judaico. Você irá perceber que existem diversas
correntes de pensamentos, culturas e religiões que desenvolvem
um pensamento ou uma ideia a fim de tentar nortear ou responder
a essa mesma questão – esse motivo de esperança ou a falta dela
-, sempre buscando responder se vale a pena viver e o que motiva
o homem a isso.

Existem três modelos básicos de pensamento em relação às


últimas coisas (eschaton). A partir do momento em que olho para o
fim das coisas, eu reprogramo o meu presente, direcionando-o para
onde quero chegar. Ou seja, é como seu eu estivesse programando
uma viagem para um lugar a onde quero ir. Para isso, são
necessários os preparativos dessa viagem, programando,
organizando, checando as estradas, garantido que tudo isso
realmente me leve ao lugar onde determinei chegar.

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Nesses modelos de olhar para o futuro para saber como acaba e
como vou me posicionar diante desse fim, existem algumas visões
com três diferentes modelos.

1. Grego

A primeira, muito conhecida entre os brasileiros, é a visão dos


gregos, em cujo pensamento a Escatologia é circular. Tem a ideia
de que sempre existe um recomeço, que o homem está sempre
voltando, passando por ciclos. Nessa visão a vida não tem um
propósito último, ela se repete por várias vezes. Alguns filmes de
Hollywood vez ou outra nos apresenta essa ideia de pessoas
presas no temo, que vivem nesse ciclo de repetição, onde a vida é
um eterno ciclo. Nesse modelo, homem não irá, necessariamente,
chegar a lugar algum.

No pensamento brasileiro existe o espiritismo, um desdobramento,


uma subdivisão do pensamento grego, que é tentar atribuir algum
sentido a esse ciclo de vida. Ou seja, enquanto o homem está
fazendo essas voltas intermináveis, ele se aperfeiçoa como
pessoa. Dentro desse pensamento cíclico e, ao mesmo tempo,
religioso, cria-se uma espécie de esperança de que, embora haja
tanta repetição, o homem irá se transformar em algo melhor –
embora a história não chegue a nenhum lugar. A esperança, nesse
modelo escatológico, é que em alguns desses ciclos, as coisas irão
melhorar.

2. À deriva

O segundo modelo de pensamento sobre a forma de olhar o futuro


é muito presente entre os ateus ou no pensamento pós-moderno.
É a sensação de que a história não caminha para lugar nenhum,
não tem um propósito, um desdobramento, não existe um final da
história, a vida é um filme que não tem fim. Ou seja, não existe um

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propósito na existência e, por causa disso, cada um vive a sua vida
da maneira que julgar melhor. Nesse modelo, ao olhar para o fim,
a resposta à pergunta “por que vale a pena viver?” é totalmente
pessoal, pois, já que a vida não tem nenhum propósito, cabe a cada
um inventar o seu. A história, nesse modelo, não levará o homem
a lugar algum, não existe um dono da história, não existe um agente
na história para que ela chegue a algum lugar.

3. Bíblico

O terceiro é o modelo bíblico. Dentro desse modelo, a história se


caminha para um desfecho final, para uma conclusão. Existe um
plano, um propósito, e, apesar de tudo o que acontece -
acontecimentos que não sabemos explicar como catástrofes,
coisas ruins, coisas boas -, nosso juízo da história tem que ser
provisório. Mas, por que provisório? Porque, por vezes, coisas
terríveis vão ajudar no fluxo para a história chegar aonde tem que
chegar.

Isso significa que devemos ter cuidado de olhar para a história,


pois, como não temos competência para administrá-la, precisamos
entender que existem personagens fazendo coisas boas e ruins,
existem forças malignas, enfim, existe muita gente trabalhando
nessa história. No entanto, apesar de todas essas ações, existe
alguém que tem total controle e que está acima de todas essas
ações. Ou seja, apesar de toda essa bagunça, nessa história com
tantos agentes, por cima dessa “caixa” existe um Dono que é capaz
de fazer com que cada uma dessas ações chegue a um objetivo
final. E então, dessa forma, a história caminha para um fim que foi
determinado por Deus.

Seja como for, se você estiver dentro ou fora da igreja, você ou


qualquer outra pessoa irá se encaixar dentro de uma dessas três
perspectivas escatológicas. Voltamos à mesma pergunta: Como é

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o fim e como esse fim determina o tipo de vida que eu levo? Ora,
se a vida tem um propósito que vai além de mim, meu senso de
missão se torna cada vez mais urgente.

No segundo modelo que vimos, o senso de propósito é totalmente


pessoal, não consegue alcançar um número maior de pessoas.
Posso até ter direito a não ter nenhum propósito, visto que a história
não caminha para nenhuma direção, portanto, não ter propósito é
um direito que a pessoa tem. Voltando ao pensamento grego, a
questão é que o homem ficará indefinidamente em ciclos, porque a
história não vai levar a nenhum lugar específico.

Já o pensamento bíblico é o único pensamento filosófico religioso


que diz que a história está caminhando para alguma direção. Por
mais confuso que seja todo esse processo histórico, existe um
ponto de chegada. E se existe esse ponto de chegada, o homem
precisa se ajustar, se adequar. Entendendo essa proposta cristã,
começamos a olhar para o fim com condições de responder à
pergunta inicial, pois, já que a vida tem um propósito, quanto mais
eu souber a respeito desse propósito, mais condições eu terei de
responder satisfatoriamente por que vale a pena continuar vivendo.
A Escatologia, portanto, nos dá essa resposta.

Diante de tudo isso, trago em meu coração e em minha mente os


motivos que me trazem esperança, e que me fazem a cada manhã
levantar da cama, estes são o meu motor. Por incrível que pareça,
a Escatologia é motivacional, não no sentido piegas ou superficial
da palavra, mas no sentido de que ela é propulsora, motivadora.
Isso quer dizer que a sua Escatologia motiva a sua energia de vida.
Portanto, se a vida começa a falhar, é preciso olhar o motor da sua
Escatologia.

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Nota pastoral

Pensando em pessoas que estão com problemas graves de


depressão, por exemplo, pode-se dizer que elas estão com
problemas escatológicos, pois não estão tendo condições de
enxergar com uma perspectiva de presente e fim. É quando se
olha para o presente ou para o fim e não se tem mais esse motor.
Independente de a pessoa ser cristã ou não, todo processo
depressivo passa necessariamente por uma revisão de
percepção Escatológica.

ONDE ENCONTRAMOS A ESCATOLOGIA NA BÍBLIA

Será que é somente no livro de Apocalipse que encontramos a


Escatologia? Precisamos nos desarmar dessa tendência de
procurar essa percepção apenas em Apocalipse. Conforme vimos,
a Escatologia nasce da percepção de que, se as coisas estão ruins,
precisamos continuar vivendo, precisamos de motivos sólidos que
nos movam em nossa existência. Onde, então, podemos encontrar
a motivação para continuar vivendo, apesar das dificuldades?

Ao longo de toda a Bíblia nós podemos nos alimentar de uma


perspectiva escatológica, porque toda a Bíblia contém uma
expectativa de redenção, de olhar para o futuro e saber se
posicionar no presente. A Escatologia, portanto, é o nosso
combustível.

É a partir de Gênesis 3 que nós vamos encontrar mais desse


combustível. Com a queda do homem no Jardim do Éden, podemos
perceber que existe uma promessa - a mãe de todas as promessas.
Depois que o problema do pecado acontece, pecado esse que
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separa o homem de Deus, existe uma promessa que garante a
vinda de um Redentor. Assim sendo, quando se fala em um
Redentor, se pensa em um futuro onde começamos a aguardar. A
Escatologia é justamente sobre esse "aguardar", é sobre a
existência de uma expectativa.

É a partir dessa promessa mãe, que encontramos no livro de


gênesis, que nascem todas as outras promessas bíblicas. E na
promessa que temos em Gênesis 3, Deus promete enviar um
Redentor que resolverá esse problema entre o homem e o pecado,
o homem e a serpente. A isso chamamos de Escatologia
inaugurada, que é diferente da Escatologia do futuro.

Quando pensamos, então, em Escatologia, pensamos em duas


direções:

1. Escatologia futura, que nos ajuda a olhar para o futuro e, a


partir desse futuro, nos posicionarmos em pé.
2. Escatologia inaugurada, que está no passado, que já está
acabada, realizada e completa.

A partir de Gênesis começamos a ter munição escatológica sobre


essa promessa de um Redentor. Entendendo que o primeiro passo
da Escatologia é uma Escatologia inaugurada, precisamos olhar
para ela no Antigo Testamento.

ESCATOLOGIA NO ANTIGO TESTAMENTO

A seguir, vamos ver o eixo do pensamento escatológico do Antigo


Testamento.

a. Redentor (Gênesis 3)

A partir de Gênesis, já começamos a falar sobre o Redentor, que é


o nosso Libertador, Aquele que vai nos resgatar, nos tirar do

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problema e do sofrimento. O pensamento do Antigo Testamento,
portanto, já nos traz a ideia de um Redentor, alguém que vai nos
resgatar do sofrimento.

b. Reino (Daniel 2:44)

Um dos textos mais claros sobre esse assunto está em Daniel 2:44,
onde Daniel fala de um Reino que tem um governo perfeito, onde
Deus cuida de Seu povo de uma forma perfeita. Existe, então, uma
expectativa de um Reino futuro. De forma que, esse povo, que vive
agora sem experimentar essa situação perfeita, pode olhar para o
futuro e entende que esse futuro tem uma perfeição. O presente
não é perfeito. E assim aprendemos a lidar com as imperfeições,
entendendo que aqui não é lugar da perfeição e, por isso,
continuamos nos movendo.

Portanto, existe uma expectativa de que vai haver um tempo e um


lugar onde esse Reino perfeito existe, mas também uma
consciência realista de que esse lugar não é aqui e, a partir desse
esforço, passar a perceber a imperfeição de um reino e a perfeição
de outro, se esforçando para que esse reino seja a cópia mais
aproximada possível daquele que há de vir. Ou seja, existe uma
consciência e um trabalho.

Assim sendo, a boa Escatologia não desassocia o trabalho de


consciência de realidade. Ou seja, minha consciência diz que a
realidade é precária ou provisória. E isso me faz trabalhar, e não
deixar de qualquer jeito. Então a expectativa de um reino perfeito
me faz trabalhar por um reino melhor possível no dia de hoje. No
pensamento judaico, o judeu trabalha para que, no dia de hoje, as
coisas sejam as melhores possíveis - apesar de não viverem o
Reino do Messias de maneira completa.

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c. Restauração (Ezequiel, Isaías)

Porque os judeus têm essa perspectiva de um Reino perfeito,


aguardam a restauração de Israel. Podemos ver isso em Ezequiel,
que fala sobre a restauração do Templo e também em Isaías, que
na primeira parte fala sobre o juízo e, no final, fala sobre as bênçãos
de restauração sobre o povo de Israel.

Existe uma expectativa de que as coisas serão restauradas e,


então, nós cooperamos com o trabalho de Deus em prol da
restauração. Ou seja, nós não somos expectadores passivos, uma
vez que a Escatologia produz uma ação.

d. Derramar do Espírito (Joel)

A próxima perspectiva escatológica de olhar para o futuro para nos


posicionar no presente está em Joel, em uma perspectiva do
derramar do Espírito. Desde Gênesis 3 o povo de Deus percebe
que as coisas saíram da diretriz, mas existe uma promessa de que,
em algum tempo, esse Espírito de Deus será derramado. E quando
isso acontecer, nossas chances e nosso trabalho irão melhorar,
nossa vida irá entrar em outra dimensão. O derramar do Espírito
Santo, portanto, é uma esperança e nós continuamos nos
movendo, esperando o momento de quando esse Espírito será
derramado.

Observe que estamos falando de milênios de história. Não estamos


falando de 15 ou 20 anos de igreja, mas de um povo que vivia em
uma estrutura pré civilização. Estamos falando, então, de um povo
que está vivendo antes de tudo o que nós conhecemos, antes da
modernidade, antes do cristianismo, antes da cruz. Esse povo
precisa ter um norte, uma perspectiva, pois eles não têm toda essa
estrutura que hoje nós temos. O que fazia esse povo trabalhar era

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olhar para o futuro e saber que o Espírito Santo seria derramado,
para que eles chegassem onde teriam que chegar.

Estamos pensando, portanto, em um povo que era uma pré


civilização de Israel, antes da formação, um povo ainda informe.
Mais para frente, quando Joel traz a profecia, já existe uma nação.
Mas existe essa relação de olhar para o futuro com uma expectativa
de que, se não houver um Espírito divino dentro de nós, corremos
o risco de ficar à deriva, sem saber aonde chegar.

A perspectiva escatológica é necessariamente uma expectativa


para que o Espírito Santo nos guie. Como Paulo diz em Romanos
8, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de
Deus. Essa é a expectativa do derramar do Espírito Santo.

e. Novos céus e nova terra (Isaías)

O profeta Isaías também traz mais uma ideia escatológica de novos


céus, nova terra. Existe aquela ideia de que alguma coisa
aconteceu com essa terra e com esse céu, mas que podemos olhar
para o futuro, sabendo que haverá algo melhor, uma conclusão.

Nota pastoral

A maioria das pessoas hoje acha que essa perspectiva de um


céu perfeito é completamente ingênua. A alternativa deles, então,
é pensar nos ciclos ou então acreditar que estamos à deriva,
onde cada um deve criar o seu propósito pessoal.

Esse pensamento ocorre, pois, afinal de contas, cada vez mais o


homem tem dificuldade de acreditar que chegará nesse lugar,

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voltando ao encontro de Deus. No entanto, quando esse
reencontro acontece, reencontramos a perfeição.

Se formos perceber na cultura e na literatura, ainda existe no ser


humano - ainda que de uma forma menos intensa -, a expectativa
de que as coisas terminem bem, esse conceito de conclusão com
um desfecho que se espera, como o "viveram felizes para sempre".
Da mesma forma a música, se terminamos com um acorde não
esperado, mesmo sem entender nada de música, fica aquela
sensação de que ainda não acabou. E assim também com os
filmes. Enfim, nós temos uma esperança cultural de que as coisas
cheguem a uma perfeição. A questão é: como construímos essa
perfeição?

Biblicamente não temos esse poder, o que temos é a expectativa


pela perfeição, e é essa expectativa que nos move para o dia
seguinte. Dessa forma, a expectativa de novos céus é a nossa
expectativa de perfeição.

Até mesmo os filósofos, sociólogos ou antropólogos ateus


entendem a força que isso tem na cabeça e no coração do ser
humano, pois esse modelo de perfeição nos ajuda para o próximo
dia. Muitos nem acreditam em céu ou em Deus, mas assimilam
essa ideia, pois entendem que esse modelo de perfeição é um
ótimo combustível para a pessoa continuar a viver.

Embora, ao longo da história, muitos tenham usado isso para o


mau, esse conceito continua trazendo para o coração de muitas
pessoas uma convicção de que a perfeição é possível em algum
lugar. E, por conta disso, o homem continua sempre caminhando
na direção da perfeição. No pensamento cristão, a perfeição está
nos novos céus e na nova terra.

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Dentro da mentalidade do povo de Israel já existia um olhar para o
futuro. Eles viviam em um mundo que não estava tão bem
organizado, mas acreditavam na existência de um mundo perfeito
para onde eles estavam caminhando - a Nova Jerusalém.

Para que fique bem sistematizado, reitero que a Escatologia é o


motor que nos move em busca da perfeição, é o propulsor, o
motivador, é a ideia da perfeição, do pleno, do completo, do
perfeito, e é para lá que estamos nos movendo.

O Dia do Senhor

Temos dois próximos assuntos. O primeiro é o Dia do Senhor como


continuidade da Escatologia do Antigo Testamento, e depois temos
a Escatologia do Novo Testamento. Quando a Bíblia trata do Dia
do Senhor, ela está trabalhando de dois polos opostos: o dia em
que a salvação vai acontecer, mas é também o juízo, o dia onde as
coisas vão se decidir.

Temos uma série de textos no Antigo e Novo Testamento que falam


sobre o dia do Senhor:

Malaquias 4:5;

I Coríntios 5:5;

II Coríntios 1:14;

I Tessalonicenses 5:12;

II Pedro 3:10.

Trata-se de textos que estão na Bíblia que falam sobre o Dia do


Senhor. Observe, no entanto, que temos como pensamento
escatológico uma distinção entre os “últimos dias” e o “último dia”,
que são completamente diferentes.
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Assim sendo, quando se fala em Dia do Senhor, a Bíblia refere-se
ao último dia, e não aos últimos dias – que já começam a partir de
Jesus Cristo. Portanto, existe uma diferença entre "os últimos dias",
"o último dia" e "a última hora". A Bíblia faz essa relação muito
interessante de tempo: os últimos dias são esses que estamos
vivendo; o último dia é quando as coisas irão para o seu lugar, é o
dia da salvação e do juízo.

Temos então a ideia de condensação profética, que é quando um


profeta olha para o futuro e relaciona tempos diferentes dentro de
um só tempo. Alguns exemplos disso nós temos quando o profeta
fala da queda da Babilônia, ao mesmo tempo em que fala do dia do
Juízo; quando Jesus fala da queda de Jerusalém Ele fala da
tribulação; quando o profeta Joel fala do derramar do Espírito, ele
também fala de alguns acontecimentos especiais que acontecem
na criação.

Portanto, existem dois eventos distintos que são ensinados ao


mesmo tempo dentro dessa condensação profética.

E a maioria dos textos bíblicos que fala do Dia do Senhor está


repleta de condensação profética, ou seja, eles juntam dois textos
bíblicos para falar. Portanto, tenha cautela ao ver as expressões do
"Dia do Senhor", porque muitos desses textos estão relatando dois
eventos distintos.

A ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO

Começamos o Novo Testamento com Simeão olhando para o


menino e se satisfazendo, porque viu o Messias. Por causa disso,
ele sabe que já pode morrer em paz, pois a Escatologia está se
cumprindo, e o futuro garantido. Ou seja, o menino nasceu e a
história vai chegar ao seu lugar.
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Ao longo de todo o Novo Testamento nós iremos ver a Primeira
Vinda (Dia D) - que já aconteceu -, e a Segunda vinda (Dia V) de
Jesus. Tudo na história do Novo Testamento é o desdobrar da
relação entre a primeira e a segunda vinda. Ou seja, é a ênfase de
como nos posicionamos, como nossa fé se posiciona, que tipo de
esperança nós realmente temos. Porque precisamos saber qual é
o combustível que nos move, e esse combustível é a esperança.
Assim sendo, quanto menos nós sabemos sobre a nossa
esperança, menos saberemos sobre o combustível que nos
impulsiona a viver.

Conforme já foi falado, a Escatologia do Novo Testamento estará


recebendo uma ênfase menor, pois a partir das próximas aulas nós
não iremos mais falar sobre a Escatologia inaugurada, aquela que
já foi realizada , mas vamos falar a sobre a Escatologia futura,
aquela que aponta para o futuro. Obviamente, como já falamos
sobre a condensação profética de eventos do passado e futuro que
se misturam, a perspectiva agora é de uma Escatologia que aponte
para o futuro.

Para finalizar, precisamos saber que Escatologia é a nossa


resposta ao questionamento "Por que vale a pena continuar
vivendo no mundo que vivemos?" ou "O que nos impulsiona a
continuar tendo esperança?” A resposta, podemos encontrar na
letra de um hino que é muito conhecido por todos nós: “porque Ele
vive, posso crer no amanhã”.

Assim sendo, a Escatologia nos impulsiona a viver o amanhã, não


de forma desordenada, preguiçosa ou alienada, mas, porque eu me
comprometo com o amanhã, nesse dia de hoje eu tenho o
compromisso de fazer o melhor possível. Porque quando eu O
encontrar, eu hei de dar conta de todos os meus atos. Portanto, por
gratidão, por justiça e por fé, o dia de hoje precisa ser o melhor
possível.
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