Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rua Pinto Bandeira, 357 Conj. 67 – Centro - Porto Alegre/RS CEP: 90030-150.
Fone fax: (51) 32 86 33 44 E-mail coopas@coopas.com.br
CNPJ:03.754.795/0001-11 Site: www.coopas.com.br
EDUCADOR(A) SOCIAL
3. Cidadania ................................................................................................................ 18
5. Vulnerabilidade ....................................................................................................... 19
7. Serviços .................................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 51
Educador(a) Social – COOPAS-RS
1. Apresentação institucional
1 Conjunto de práticas organizacionais que buscam distribuir a autoridade, dando clareza de responsabilidades e o
máximo de autonomia a cada integrante da organização. Nesse caso, as pessoas deixam de se reportar a um(a)
superior(a), porém seguem um conjunto de regras e acordos firmados coletivamente. Esses acordos formam uma
estrutura organizacional que não exige que todos(as) tenham o mesmo poder de decisão e autoridade, apenas deixa claro
como isso é feito e busca minimizar relações de subordinação. (https://targetteal.com/pt/blog/o-que-e-autogestao/)
5
ressocialização prisional, não dá conta (e nem tem esse objetivo)2 de explicitar todas as atividades
realizadas por Educadores(as) Sociais no cotidiano de seus trabalhos.
O(a) Educador(a) Social estabelece-se nos espaços de trabalho intervindo por meio de
práticas educativas intencionalizadas com as mais diversas faixas etárias (crianças, adolescentes,
jovens, adultos, idosos) e nos mais diferentes contextos sociais, culturais, educativos e econômicos.
O(a) Educador(a) Social trabalha a partir de realidades concretas, exercendo atividades em diversos
contextos, sejam eles instituições públicas ou privadas de assistência social (CRAS, CREAS, SCFV,
etc.), de educação, de saúde (UBS, CAPS, etc.), estabelecimentos prisionais (FASE, presídios) ou
mesmo em associações comunitárias ou movimentos sociais. Nesses espaços, o(a) Educador(a)
Social realiza intervenções em vários níveis: individuais, em grupos espontâneos, com grupos
criados pelo(a) Educador(a) Social, em comunidades ou grupos sociais inteiros, etc. Em geral, no
Brasil, seus espaços de trabalho estão ligados ao campo social, ou seja, às diversas políticas
públicas (saúde, educação, justiça, arte e cultura, assistência social), em especial, às políticas
públicas de Assistência Social, conforme demonstra a tabela abaixo.
1568 100,0% 476 100,0% 55 100,0% 1421 100,0% 437 100,0% 299 100,0% 4256 100,0%
Totais
36,8% 11,2% 1,3% 33,4% 10,3% 7,0%
Fonte:
Fonte: Produção do autor com Autores(as),
base nas com- Ministério
informações do MDS base nas informaçõesSocial
do Desenvolvimento do Ministério do Desenvolvimento
e Combate à Fome. Social eSocial
Secretaria Nacional de Assistência Combate à Fome
- Censo SUAS (MDS),
2016 (2016).
Secretaria Nacional de Assistência Social - Censo SUAS 2016.
O(a) Educador(a) Social é um(a) agente de transformação social que utiliza estratégias de
intervenção educativa intencionalizadas. Ele(ela) age na inclusão social, nas inadaptações sociais,
no favorecimento de autonomias e do bem-estar social de indivíduos e grupos. Contribui para o
desenvolvimento comunitário, para a construção de projetos de vida, envolve-se nas necessidades
formativas da população em diversos contextos sociais e desenvolve a adaptação sociolaboral.
Atende também a grupos sociais com vivências de riscos pessoais e sociais. Desempenha funções
2 A CBO é um documento normalizador do Ministério do Trabalho. Seu objetivo é identificar e catalogar as ocupações
existentes no mercado de trabalho brasileiro para fins classificatórios (nomeação e codificação dos títulos e conteúdos
das ocupações), a fim de reconhecer juridicamente a atividade laboral como uma ocupação. A CBO não tem a função de
regulamentação profissional das ocupações, mas seu conteúdo serve de guia para orientar as relações formais de
trabalho e pode servir de guia para a elaboração de propostas de regulamentação profissional das ocupações.
6
Educador(a) Social – COOPAS-RS
GRANDE ÁREA DE
COMPETÊNCIAS / ATIVIDADES
COMPETÊNCIA
7
C.1 - Receber denúncias
C.2 - Receber informações sobre violação de direitos
C.3 - Observar necessidades de assistidos/usuários/educandos
C.4 - Dialogar com assistidos/usuários/educandos
C.5 - Dialogar com familiares e/ou vizinhança
C.6 - Levantar dados estatísticos
C - Identificar necessidades / C.7 - Pesquisar histórico familiar
demandas C.8 - Avaliar adesão ao tratamento
C.9 - Monitorar comportamento
C.10 - Participar da elaboração do diagnóstico polidimensional
C.11 - Avaliar a adesão a medida socioeducativa
C.12 - Identificar se os internos estão sendo atendidos
C.13 - Identificar internos em situação de risco
8
Educador(a) Social – COOPAS-RS
9
• Promover, desenvolver e/ou apoiar atividades de caráter cultural, educativa ou
recreativa na ocupação de tempos livres de crianças, adolescentes, jovens e pessoas idosas.
• Dinamizar e/ou apoiar atividades de caráter formativo mediante a realização de cursos
ou campanhas de educação sanitária e formação familiar.
• Assegurar, de acordo com as normatizações definidas, a articulação entre os
equipamentos sociais, as famílias e as outras instituições e serviços da comunidade, dinamizando
e/ou participando em reuniões, programas de promoção ou outras ações desenvolvidas a nível
comunitário.
Ainda, dentre as competências (saber ser, saber fazer, saber estar) que o(a) futuro(a)
Educador(a) Social deve adquirir ao longo do curso, salientam-se capacidades tais como:
Ocupações
São as atividades exercidas pelas pessoas em um emprego ou outro tipo de relação de trabalho
para terceiros (autônomo, por exemplo) e que lhes garantem a possibilidade contínua de
abastecimento (renda) e aquisição (estima social) (WEBER, 1999; CBO, 2018).
Profissões
São ocupações que detêm as seguintes características: processo de formação/preparação para
o trabalho amplo e formalizado; autonomia teórica (saber) e prática (saber fazer) em seu campo
de atuação (controle dos pares); reconhecimento social da importância para o bem-comum, da
qualidade e da eficácia do serviço prestado para a sociedade; e reconhecimento jurídico (CARR-
SAUNDERS e WILSON, 1933).
10
Educador(a) Social – COOPAS-RS
3 Mais sobre os critérios para a profissionalização de ocupações no Brasil em: BRASIL. Congresso. Câmara dos
Deputados. Projeto de Lei nº 2686, de 2007. Dispõe sobre a regulamentação de novas profissões. 2007. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/533924.pdf
11
PROJETO DE LEI DA CÂMARA LEGISLATIVA FEDERAL
Nº 5346 de 2009
Art. 3º - Fica estabelecido o Ensino Médio como o nível de escolarização mínima para o
exercício da atividade.
12
Educador(a) Social – COOPAS-RS
Art. 3º - São atribuições dos profissionais de que trata esta Lei ações de educação e
mediação que envolvam os direitos e deveres humanos, a justiça social e o exercício da cidadania
com pessoas de qualquer classe social, gênero, idade, etnia, cultura, nacionalidade dentre outras
particularidades, por meio da promoção cultural, política e cívica.
Art. 4º Os profissionais de que trata esta Lei serão formados em cursos de educação
superior, em nível de graduação, admitida a escolaridade mínima de nível médio para aqueles
que exercerem a profissão até o início de vigência desta Lei.
13
de Educadoras(es) Sociais brasileiros(as) na busca de uma tomada de consciência e do
desenvolvimento e apropriação de uma identidade como categoria ocupacional/profissional que
compreende a importância e o impacto do seu trabalho na e para a sociedade e busca estratégias
para divulgar publicamente essa importância com o objetivo de reivindicar formação profissional,
melhores condições de trabalho e renda e, principalmente, maior prestígio social do seu trabalho.
São elas: Associação dos Educadores Sociais de Curitiba e Região Metropolitana [2005-06];
Associação Brasileira de Educadores Sociais [2006], que depois torna-se Associação Brasileira de
Pedagogia Social [2010]; Associação dos Educadores e Educadoras Sociais do Estado de São
Paulo [2009]; Associação dos Educadores Sociais de Maringá [2012]; Associação Brasileira de
Educação Social e Pedagogia Social - EdusoBrasil [2017]; Associação Nacional de Educadores e
Educadoras Sociais [2017]; Fórum Municipal de Educadoras e Educadores Sociais de São Leopoldo
[????]; Associação dos(as) Educadores(as) Populares de Porto Alegre (AEPPA) [2000]; Fórum
Municipal de Educadoras e Educadores Sociais de Porto Alegre [2016]; e o Encontro Estadual de
Educação Social do Rio Grande do Sul [2016-2017-2018]4.
4Para saber mais sobre essa história: DIAS, Santiago Pavani. Educadoras e educadores sociais de Porto Alegre em
busca de reconhecimento. 2018. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8164
14
Educador(a) Social – COOPAS-RS
✓ O Educador Social deve desenvolver uma atitude de análise crítica e reflexiva permanente em
relação a si próprio e ao seu desempenho profissional.
✓ O Educador Social não deve praticar e tem o dever de denunciar às entidades competentes
qualquer exercício sócio-educativoanti-ético, prejudicial ou com efeitos nocivos quer para o
utente, para as instituições ou para a sociedade, praticados por Educadores Sociais ou por
outros profissionais.
✓ O Educador Social deve contribuir através da sua ação profissional para a dignificação social
da sua profissão.
✓ O Educador Social deve defender e fazer respeitar os direitos e deveres inerentes à sua
profissão, tal como os constantes neste código.
✓ O Educador Social deve ter para com os seus colegas respeito, consideração e solidariedade
que fortaleçam o bom conceito da categoria.
✓ O Educador Social deve esforçar-se para desenvolver em si qualidades pessoais que otimizem
o seu desempenho profissional, tais como a paciência, a tolerância, o autocontrole, a empatia,
o altruísmo, o equilíbrio.
✓ O Educador Social deve associar-se e prestigiar as associações e órgãos representativos da
profissão, contribuindo para a harmonia e coesão profissional e para o desenvolvimento da
profissão, enriquecendo-a através da investigação e da partilha de resultados.
✓ O Educador Social deve programar e planificar as suas intervenções sócio-educativas não as
deixando ao acaso e à aleatoriedade, recolhendo o maior número possível de informação que
fundamente a sua intervenção.
✓ Deve-se considerar Educador Social o profissional que detém uma formação adequada, de
acordo com os diversos graus formativos previstos e ministrados e a devida comprovação pelas
entidades competentes.
✓ O Educador Social deve gozar de privacidade na sua vida particular, devendo, no entanto ser
coerente com a sua postura profissional durante o seu relacionamento informal, considerando
a pedagogia do exemplo.
✓ O Educador Social tem direito ao exercício autônomo e reconhecido da sua profissão nas
instituições públicas e privadas.
15
expressão pouco utilizada no nosso vocabulário. Um utente é um utilizador, é cada um daqueles que usam
ou desfrutam de alguma coisa coletiva, ligada a um serviço público ou particular.
✓ É dever do Educador Social informar, esclarecer e promover a participação dos utentes nos
diversos momentos do processo pedagógico.
✓ O Educador Social deve procurar desenvolver nos utentes competências que lhes permitam
uma positiva integração social no contexto em que vivem. Deve procurar o desenvolvimento
integral da pessoa sustentado em atitudes de respeito, criatividade, iniciativa, reflexão,
coerência, sensibilidade, autonomia, fomentando a confiança e autoestima.
✓ Durante a relação educativa o Educador Social não deve manter um relacionamento com o
utente que condicione nocivamente a boa prestação do seu desempenho profissional.
✓ O Educador Social deve consciencializar o utente do problema que ele atravessa e esclarecer
os objetivos e a amplitude da sua atuação profissional.
✓ O Educador Social deve desenvolver com os utentes uma relação educativa ideologicamente
desinteressada que promova o autoconhecimento cultural e o reconhecimento da
multiculturalidade.
✓ O Educador Social deve guardar o sigilo profissional, não utilizando indevidamente as
informações que dispõe sobre os utentes e as famílias, só podendo ser transmitidas em
situação de trabalho multidisciplinar, quando daí advenha benefício para a ação socioeducativa.
✓ O Educador Social não deve usar metodologias que afetem a dignidade dos utentes,
respeitando a sua integridade.
✓ O Educador Social deve ser cauteloso, mas objetivamente crítico nas afirmações que profere
e nos juízos que efetua sobre questões que possam dar azo a generalizações e a
estigmatizações.
✓ O Educador Social não deve na sua prática profissional criar expectativas no utente que não
sejam possíveis de concretizar.
✓ O Educador Social deve respeitar os direitos educativos das famílias com relação aos utentes
numa postura de cooperação entre a família e a equipe socioeducativa, entendendo a família
como agente de socialização essencial ao utente.
✓ O Educador Social deve ser conhecedor do contexto familiar da sua intervenção,
desenvolvendo o contato direto e contínuo de forma coordenada com a família.
✓ O Educador Social tem o direito ao respeito por parte dos utentes e das famílias.
16
Educador(a) Social – COOPAS-RS
17
✓ O Educador Social deve elaborar e planificar em parceria com os outros profissionais da equipa
socioeducativa um projeto educativo que oriente a sua intervenção.
✓ O Educador Social tem direito ao apoio, à informação sobre o trabalho, à participação como
elemento de voz ativa e a ser consultado e informado das decisões, em contexto de trabalho
de equipa.
3. Cidadania
A história da cidadania entrelaça-se em muito com a história das lutas pelos direitos
humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção, é um referencial de conquista da
humanidade, por meio daqueles(as) que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores
garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do
próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressões
e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por
que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, será efetivada.
Ser cidadão(ã) é ter consciência de que se é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade,
à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da
moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O(a) cidadão(ã) tem de ser cônscio(a) das suas
responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a
18
Educador(a) Social – COOPAS-RS
coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos(as) têm de dar sua parcela de
contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais
amplo, ou seja, o bem comum e geral.
4. Direitos Humanos
Os Direitos Humanos são direitos fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são
considerados fundamentais porque sem eles a pessoa não é capaz de se desenvolver e de
participar plenamente da vida.
O direito à vida, à alimentação, à saúde, à moradia, à educação, o direito ao afeto e à livre
expressão da sexualidade estão entre os Direitos Humanos fundamentais.
Não existe um direito mais importante que o outro. Para o pleno exercício da cidadania,
é preciso a garantia do conjunto dos Direitos Humanos. Cada cidadão deve ter garantido todos os
Direitos Humanos, nenhum deve ser esquecido.
Respeitar os Direitos Humanos é promover a vida em sociedade, sem discriminação de
classe social, de cultura, de religião, de raça, de etnia, de orientação sexual. Para que exista a
igualdade de direitos, é preciso respeito às diferenças.
5. Vulnerabilidades
Vale ressaltar, portanto, que a construção do conceito é resultado da confluência das áreas
de Saúde Pública e das Ciências Humanas preocupadas com as múltiplas dimensões da epidemia,
suas consequências e impacto social (Paulilo e Jeolás, 2000, p.40). Adorno explica o conceito
19
relacionando-o a rede de oportunidades disponíveis e as efetivas possibilidades de acesso por parte
da população.
20
Educador(a) Social – COOPAS-RS
econômicos no país. Na América Latina, indicadores como o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) evidenciam que a
juventude ainda está sujeita a sérias limitações, relacionadas a direitos básicos como: o acesso ao
conhecimento disponível e adequado às modernas necessidades sociais, ou um direito de uma vida
longa e saudável, muitos dos quais percebidos nos déficits educacionais, nas formas e inserção no
mercado de trabalho e nos padrões de mortalidade.
Abramovay (2002) observa que a violência, tendo os jovens como vítimas ou agentes, está
intimamente ligada a condição de vulnerabilidade destes indivíduos.
21
alastramento dos casos para além das periferias urbanas deram ensejo a um discurso que transfere
aos indivíduos a responsabilidade por sua segurança”. Diante da ineficiência dos aparatos de
segurança pública e a ausência do Estado, lança-se a ideia de que “cada um de nós deve fazer sua
parte para se proteger”. É evidente que prudência e cautela sempre foram aconselhadas, sobretudo
no ir e vir das grandes metrópoles, entretanto o que essa máxima esconde é a declaração da
máquina pública da sua dificuldade de combater a violência e promover ainda que, a passos lentos,
a instauração de uma cultura de paz e segurança.
Outro produto sombrio da violência urbana é o endurecimento da atuação das instituições
de segurança pública. Ocorre que diante do caos e do medo o desempenho da polícia é
comprometido. Nesses casos, a passividade dá lugar à efervescência e reabrem-se velhas
questões da área de segurança pública. A mais comum, é a do mito de que o problema é
basicamente a leniência da legislação. Nessa linha de raciocínio o endurecimento penal resolveria
o problema. Entretanto o Brasil é o país onde o número de pessoas mortas pela polícia é
provavelmente o mais alto do mundo. Nesse sentido, a própria reação do poder público, no seu
empenho em “derrotar o inimigo”, tem contribuído para o incremento da insegurança.
A questão da segurança pública é só um exemplo de vulnerabilidade institucional, as
mesmas reflexões e críticas poderiam ser feitas para as áreas de saúde, educação, cultura e lazer
e justiça.
5Hábito patológico (doença) de consumir doses crescentes de substâncias tóxicas ou estupefacientes (éter,
morfina, cocaína, ópio, por exemplo) por prazer ou dependência química das sensações anômalas que eles
produzem.
22
Educador(a) Social – COOPAS-RS
primeiro é, sobretudo, uma preocupação dos grupos economicamente privilegiados; o segundo uma
preocupação de todos”. Entretanto, para o autor, ambos os fenômenos dizem respeito à ascensão
da lógica individualista a re-hierarquização dos valores morais”.
Pais (2005) ressalta que, para alguns jovens nas condutas de risco, parece ser a
possibilidade que têm de, numa fase de vida em que a maioria dos discursos dominantes lhes utorga
um vazio de poder, se entregarem a atividades cuja visibilidade é incrementada pelos riscos (reais
ou pressentidos) que lhes aparecem associados”. Não raro, no entanto, a busca desesperada pela
dignidade de existir concretiza-se e forma trágica na aniquilação do próprio ser. O risco a que os
jovens se submetem é uma expressão paradoxal de um querer viver.
Assim, trata-se, também, de compreender o sentido social do risco em suas dimensões
objetivas e subjetivas, ou seja, o papel que as situações de risco emodo de enfrentá-las têm no
processo de formação identitária. As situações de vulnerabilidade surgem quando diante do risco,
ocorre uma cisão no processo de formação identitária que pode resultar na adoção do risco como
parte da identidade ou do processo de sua formação. (Peres, 2007, p.138)
Vulnerabilidade é, portanto, conceito que pede recorrência a diversas unidades de análise –
indivíduos, domicílios e comunidades –, além de se recomendar que identifiquem cenários e
contextos. Pede, portanto, olhares para múltiplos planos e, em particular, para estruturas sociais
vulnerabilizantes ou condicionamentos de vulnerabilidades (Castro e Abramovay, 2005, p.55).
Cabe ressaltar que as categorias de vulnerabilidade estabelecidas e definidas na pesquisa
têm como propósito auxiliar a compreensão da pluralidadedo termo e especificar âmbitos e
panoramas. Não há, entretanto, intenção ou mesmo interesse de „engessar‟ a realidade pesquisada
em divisões e conceitos que possam restringir o olhar para a questão. É evidente que embora seja
possível perceber diferenças entre os contextos de violência e vulnerabilidade, fica claro também
que estas realidades se perpassam e dialogam constantemente.
Políticas Públicas são diretrizes (regras, princípios, procedimentos) que norteiam a ação do
poder público nas questões públicas (da sociedade como um
todo); São explicitadas em Leis, Programas, Linhas de
Financiamento que orientam um conjunto de ações e a aplicação
de recursos públicos; São materializadas num CONJUNTO DE
AÇÕES que devem ser desenvolvidas pelo Município, Estado e
União para atender necessidades básicas da sociedade, com os
bens e serviços que garantam uma vida digna.
23
Políticas Sociais são as Políticas que asseguram à população o exercício de direito de
cidadania: Educação, Saúde, Trabalho, Assistência Social, Previdência Social, Justiça, Agricultura,
Saneamento, Habitação Popular e Meio Ambiente.
A assistência social, política pública não contributiva, é dever do Estado e direto de todo
cidadão que dela necessitar. Entre os principais pilares da assistência social no Brasil estão
a Constituição Federal de 1988, que dá as diretrizes para a gestão das políticas públicas, e a Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS), de 1993, que estabelece os objetivos, princípios e diretrizes
das ações.
A LOAS determina que a assistência social seja organizada em um sistema descentralizado
e participativo, composto pelo poder público e pela sociedade civil. A IV Conferência Nacional de
Assistência Social deliberou, então, a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Cumprindo essa deliberação, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
implantou o Suas, que passou a articular meios, esforços e recursos para a execução dos
programas, serviços e benefícios socio assistenciais.
O SUAS organiza a oferta da assistência social em todo o Brasil, promovendo bem-estar e
proteção social a famílias, crianças, adolescentes e jovens, pessoas com deficiência, idosos –
enfim, a todos que dela necessitarem. As ações são baseadas nas orientações da nova Política
Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) em 2004.
A gestão das ações sócio assistenciais segue o previsto na Norma Operacional Básica do
Suas (NOB/Suas), que disciplina a descentralização administrativa do Sistema, a relação entre as
três esferas do Governo e as formas de aplicação dos recursos públicos. Entre outras
determinações, a NOB reforça o papel dos fundos de assistência social como as principais
instâncias para o financiamento da PNAS.
A gestão da assistência social brasileira é acompanhada e avaliada tanto pelo poder público
quanto pela sociedade civil, igualmente representados nos conselhos nacional do Distrito Federal,
estaduais e municipais de assistência social. Esse controle social consolida um modelo de gestão
transparente em relação às estratégias e à execução da política.
A transparência e a universalização dos acessos aos programas, serviços e benefícios sócio
assistenciais, promovidas por esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem
consolidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado brasileiro no enfrentamento da pobreza
e da desigualdade, com a participação complementar da sociedade civil organizada, através de
movimentos sociais e entidades de assistência social.
24
Educador(a) Social – COOPAS-RS
25
vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de entidades e organizações de assistência social
ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência
Social e concedendo certificação a entidades beneficentes, quando é o caso.
A gestão das ações e a aplicação de recursos do SUAS são negociadas e pactuadas nas
Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Esses
procedimentos são acompanhados e aprovados pelo Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) e seus pares locais, que desempenham um importante trabalho de controle social. As
transações financeiras e gerenciais do SUAS contam, ainda, com o suporte da Rede SUAS, sistema
que auxilia na gestão, no monitoramento e na avaliação das atividades.
O Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS foi instituído pela Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS (Lei 8742, de 07 de dezembro de 1993), como órgão superior de
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da Administração Pública Federal
responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social (atualmente, o Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome), cujos membros, nomeados pelo Presidente da
República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual período.
O CNAS é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos nomes são
indicados ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política
Nacional de Assistência Social, de acordo com os critérios seguintes:
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um)
dos Municípios;
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usuários ou de
organizações de usuários, das entidades e organizações de assistência social e dos trabalhadores
do setor, escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal.
O CNAS é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato
de 1 (um) ano, permitida uma única recondução por igual período, e conta também com uma
Secretaria Executiva, com sua estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo (vide
organograma).
As principais competências do Conselho Nacional de Assistência Social são: aprovar a
Política Nacional de Assistência Social; normatizar as ações e regular a prestação de serviços de
natureza pública e privada no campo da assistência social; zelar pela efetivação do sistema
descentralizado e participativo de assistência social; convocar ordinariamente a Conferência
Nacional de Assistência Social; apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social a
ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da
Política Nacional de Assistência Social; divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões,
26
Educador(a) Social – COOPAS-RS
bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres
emitidos.
27
IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas
e projetos.
A Política Pública de Assistência Social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais,
considerando as desigualdades socioterritoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos
mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à
universalização dos direitos sociais. Sob essa perspectiva, objetiva:
• Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou,
especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem;
• Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando
o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural;
• Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família,
e que garantam a convivência familiar e comunitária.
Constitui o público usuário da Política de Assistência Social, cidadãos e grupos que se
encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou
fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades
estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências;
exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias
psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção
precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas
diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social.
28
Educador(a) Social – COOPAS-RS
Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e
gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, conforme rege o artigo 195 da Constituição. Fazem parte do Sistema
Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos - incluindo os universitários,
os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância
Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e
científica, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - e o Instituto Vital Brasil.
6.3 Educação
29
Título I - Da educação
Título II - Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Título III - Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Título IV - Da Organização da Educação Nacional
Título V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capítulo I - Da Composição dos Níveis Escolares
Capítulo II - Da Educação Básica
Seção I - Das Disposições Gerais
Seção II - Da Educação Infantil
Seção III - Do Ensino Fundamental
Seção IV - Do Ensino Médio
Seção V - Da Educação de Jovens e Adultos
Capítulo III - Da Educação Profissional
Capítulo IV - Da Educação Superior
Capítulo V - Da Educação Especial
Título VI - Dos Profissionais da Educação
Título VII - Dos Recursos Financeiros
Título VIII - Das Disposições Gerais
Título IX - Das Disposições Transitórias
No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) estabelecida pela Lei No. 6.938 de
31 de agosto de 1981 e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de1990 define meio
ambiente como "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas".
Educação ambiental é um processo de educação responsável por formar indivíduos
preocupados com os problemas ambientais que busquem a conservação e preservação dos
recursos naturais e a sustentabilidade, considerando a temática de forma holística, ou seja,
abordando os aspectos econômicos, sociais, políticos, ecológicos e éticos. Dessa forma, ela não
deve ser confundida com Ecologia, sendo essa área apenas um aspecto da questão ambiental.
A educação ambiental tenta despertar em todos, a consciência de que o ser humano é parte
do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse
sempre o centro de tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante. Desde
muito cedo na história humana para sobreviver em sociedade, todos os indivíduos precisavam
conhecer seu ambiente. O início da civilização coincidiu com o uso do fogo e outros instrumentos
30
Educador(a) Social – COOPAS-RS
para modificar o ambiente. Com os avanços tecnológicos, esquecemos que nossa dependência da
natureza continua.
Os problemas causados pelo crescimento populacional, urbanização,
industrialização, desmatamento, erosão, poluição atmosférica, aquecimento
global, destruição da camada de ozônio, dentre outros, obrigaram o mundo
a refletir sobre a necessidade de impulsionar a educação ambiental. O
cenário é muito preocupante e deve ser levado a sério, pois as
consequências vão atingir a todos, sem distinção.
Muitos países já possuem leis que regulamentam a Educação Ambiental. No Brasil, a
Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) foi proposta em 27 de abril de 1999, pela Lei nº
9.795. Essa lei, em seu Art. 2° afirma: "A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis
e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.
De acordo com os fundamentos da Educação Ambiental e da PNEA, a Educação Ambiental
deve ser abordada de forma interdisciplinar, abrangendo todas as áreas do conhecimento, não
devendo se restringir a uma disciplina específica no currículo. Apenas nos cursos de pós-
graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental é que
é facultada a criação de disciplina específica, se for necessário. Os Parâmetros Curriculares
Nacionais - PCN - sugerem que o tema meio ambiente seja de cunho transversal.
Deve ocorrer como um processo pedagógico participativo permanente para incutir uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental, estendendo à sociedade a capacidade de captar
a gênese e a evolução de problemas ambientais. Não deve ficar restrita a ações pontuais, apenas
em datas comemorativas.
No Brasil, a Educação Ambiental assume uma perspectiva mais abrangente, não
restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de recursos naturais, mas incorporando
fortemente a proposta de construção de sociedades sustentáveis.
É uma metodologia de análise que surge a partir do crescente interesse do ser humano em
assuntos como o ambiente devido às grandes catástrofes naturais que têm assolado o mundo nas
últimas décadas.
"A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa
têm a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os seres humanos
estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas
profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade,
valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa
realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as
habilidades e atitudes necessárias para dita transformação."
31
A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o ser humano é parte
do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse
sempre o centro de tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante. Desde
muito cedo na história humana para sobreviver em sociedade, todos os indivíduos precisavam
conhecer seu ambiente. O início da civilização coincidiu com o uso do fogo e outros instrumentos
para modificar o ambiente, devido aos avanços tecnológicos, esquecemos que nossa dependência
da natureza continua.
"A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de
conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao
meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus
meios biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de
decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida.”
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade."
7. Serviços
Cada uma das situações de fragilidade enfrentadas pelos cidadãos deve receber um tipo de
atenção diferenciada, de acordo com as necessidades de cada um. Além disso, as potencialidades
das famílias devem ser ponto de partida para a organização dos serviços de proteção básica de
assistência social, que estimulam a participação social.
Em razão disso, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistencias que institui, na Proteção Básica, quatro
serviços de convivência e fortalecimento de vínculos. Eles são organizados por faixa etária e têm
como objetivo prevenir possíveis situações de risco da população em geral, visando à melhoria da
qualidade de vida.
32
Educador(a) Social – COOPAS-RS
A Proteção Social Básica tem como objetivo a prevenção de situações de risco por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários. Destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza,
ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos
afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).
Essa Proteção prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de
acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identificação da
situação de vulnerabilidade apresentada. Esses serviços e programas deverão incluir as pessoas
com deficiência e ser organizados em rede, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas. Os
Benefícios Eventuais e os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) compõem a Proteção Social
Básica, dada a natureza de sua realização.
Os programas qualificam e incentivam os benefícios e serviços socioassistencias, como
o Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho -
ACESSUAS/TRABALHO, que busca a autonomia das famílias usuárias da politica de assistência
social, por meio do incentivo e da mobilização à integração ao mundo do trabalho.
A Proteção Social Básica atua por intermédio de diferentes unidades. Dentre elas, destacam-
se os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e a rede de serviços socioeducativos
direcionados para grupos específicos, dentre eles, os Centros de Convivência para crianças, jovens
e idosos.
33
Além de ofertar serviços e ações de proteção básica, o CRAS possui a função de gestão
territorial da rede de assistência social básica, promovendo a organização e a articulação das
unidades a ele referenciadas e o gerenciamento dos processos nele envolvidos.
34
Educador(a) Social – COOPAS-RS
35
7.2.1 Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
36
Educador(a) Social – COOPAS-RS
37
O CAPS apoia usuários e famílias na busca de independência e responsabilidade para com
seu tratamento.
Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca
da rede de suporte social, que possam garantir o sucesso de suas ações, preocupando-se com a
pessoa, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
Dispõe de equipe multiprofissional composta por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos,
dentre outros.
8.1 Famílias
38
Educador(a) Social – COOPAS-RS
reprodutivas, a presença cada vez mais forte da mulher no mercado formal de trabalho, a união
entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por esses casais, além dos constantes
rompimentos de laços conjugais, resultaram em novas formas de ser família. Diante dessa
complexidade, definir, mesmo que precariamente, essa que continua sendo vista como a primeira
e mais importante referência social do indivíduo tem merecido dos estudiosos certo cuidado. De um
lado, é necessário diferenciá-la de outros agrupamentos humanos e, de outro, é importante não
restringi-la ao parentesco e à coabitação.
Para Sarti (2005), a família é um grupo social que concretiza vínculos de parentesco (de
consanguinidade entre irmãos, de descendência entre pai e filho e mãe e filho, e de afinidade, por
meio do casamento). Acrescente-se a isso o compartilhamento de um mesmo cotidiano, da união
por afeto e com objetivos de vida comuns, as trocas intersubjetivas e de experiências de cuidado
mútuo, além da transmissão de tradições de um indivíduo para outro (SZYMANSKI, 2002). Também
são assumidas como instituições sociais, construídas a partir da dialética que se processa entre as
pessoas que vivem em grupo e a estrutura social na qual estão inseridas (MIOTO, 1997).
É preciso ressaltar, ainda, que lidar com famílias significa superar preconceitos, desmistificar
a ideologia de família como núcleo natural e padronizado e aprofundar o conhecimento de sua
realidade social, adentrando suas vicissitudes, vulnerabilidades e potencialidades.
39
O ECA resgata o valor da criança e do adolescente como seres humanos – sujeitos de
direitos – que devem receber o máximo de dedicação, em virtude de sua condição peculiar de
pessoas em desenvolvimento.
A criança e o adolescente passam a ser percebidos como seres em desenvolvimento, tanto
do ponto de vista físico quanto psicológico e social, com necessidades que precisam ser supridas
nestas três esferas.
O Estatuto da Criança e do Adolescente exige um tratamento especial, prioritário, e, para
garanti-lo, obriga o conjunto da política, da economia e da organização social a operar um
reordenamento; a revisar prioridades políticas e de investimentos; a colocar em questão o modelo
de desenvolvimento e respectivo projeto da sociedade, excludente e perverso, que desconhece, na
prática, estes seres sujeitos de direitos: a criança e o adolescente.
Esse reordenamento tem uma configuração legal, formal, que deve expressar-se ao longo
de um processo em todos os campos da vida social: das organizações governamentais e não
governamentais, das políticas sociais básicas e da organização familiar.
Para o cumprimento do chamado Sistema de Garantia de Direitos, introduzido pelo Estatuto,
o art. 86 desta Lei propõe uma nova gestão desses direitos, “através de um conjunto articulado de
ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios”.
Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é composto por cinco membros, eleitos pela comunidade para
acompanharem as crianças e adolescentes e decidirem em conjunto sobre qual medida de proteção
para cada caso. Devido ao seu trabalho de fiscalização a todos os entes de proteção (Estado,
sociedade e família), o Conselho goza de autonomia funcional, não tendo nenhuma relação
de subordinação com qualquer outro órgão do Estado. O primeiro conselho tutelar foi criado pelo
ex-prefeito de Maringá no Paraná Ricardo Barros em sua gestão.
Importante esclarecer que a autonomia do Conselheiro funcional não é absoluta. No tocante
às decisões, estas devem ser tomadas de forma colegiada por no mínimo três Conselheiros.
No tocante a questões funcionais: fiscalização do cumprimento de horário de trabalho e
demais questões administrativas o Conselheiro tem o dever da publicidade ao órgão administrativo
ao qual vincula o Conselho Tutelar, assim como é dever e função do CMDCA - Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente - fiscalizar a permanência dos pré-requisitos exigidos
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - aos Conselheiros Tutelares; Claro em
observância a autonomia do Conselho Tutelar que não se sujeita a fiscalização do CMDCA em
sentido amplo, pois visto ser um órgão autônomo é regido no aspecto funcional pelo seu próprio
40
Educador(a) Social – COOPAS-RS
estatuto , o qual deve conter os critérios de punição inclusive o critério para perca de mandato de
Conselheiro Tutelar.
Conhecer os direitos da criança e do adolescente não é pré-requisito para candidatar-se ao
cargo de Conselheiro Tutelar. Desconhecê-los porém pode ser motivo para não concorrer a eleição,
visto que em muitos municípios Brasileiros, é feito um teste antes da efetiva candidatura para a
eleição popular.
Para ser Conselheiro Tutelar, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) a
pessoa deve ter mais de 21 anos, residir no município e possuir reconhecida idoneidade moral, mas
cada município pode criar outras exigências para a candidatura a Conselheiro, como carteira
nacional de habilitação ou nível superior. Há controvérsia sobre isso, havendo entendimento
majoritário de que o Município não pode acrescentar critérios aos já estabelecidos pelo legislador
federal.
Conforme o art. 133. do ECA:
Art. 133 - Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos: reconhecida idoneidade moral; idade superior a vinte e um anos; e residir no município.
Não há que se exigir formação superior, porque Conselheiro Tutelar não é técnico e não tem
que fazer atendimento técnico, para isto deve requisitar o atendimento necessário. O que o
Conselheiro Tutelar precisa é ter bom senso para se fazer presente onde há violação de direitos ou
indícios e possibilidades de violação, e agir para cessá-la ou eliminar o risco de que ocorra. Para
isto não deve fazer, mas requisitar os meios necessários a que se faça. Conselheiro Tutelar não é
policial, não é técnico, não é Juiz, é apenas o zelador dos direitos da criança e do adolescente e
deve requisitar ações que os garanta ou representar contra sua inobservância ao Ministério Público
e Poder Judiciário para que estes façam os mesmos valer, quando administrativamente não
conseguirem tal intento.
O exercício efetivo da função de Conselheiro Tutelar constitui serviço público relevante e lhe
assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até definitivo julgamento.
✓ Atender crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts.98 e 105, aplicando as
medidas previstas no art. 101, I a VII;
✓ Atender e aconselhar pais ou responsáveis, aplicando as medidas previstas no art.129, I a VII;
✓ Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
✓ Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
✓ Representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações;
41
✓ Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança e do adolescente;
✓ Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
✓ Providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101,
de I a VI, para o adolescente autor do ato infracional;
✓ Expedir notificações;
✓ Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
✓ Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
✓ Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art.
220, §3º, inciso II, da Constituição Federal;
✓ Representar ao Ministério Público, para efeito das ações de perda ou suspensão do pátrio
poder.
A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem
à Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso.
Maria da Penha é biofarmacêutica cearense, e foi casada com o professor universitário
Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983 ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando
levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, gritando por socorro,
alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu
paraplégica A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou
Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.
Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi
apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento
só aconteceu 8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o
julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado há dez anos de reclusão mas
conseguiu recorrer.
Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia
dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha
conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela
primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para
cumprir apenas dois anos de prisão.
O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à
violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação
adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de
42
Educador(a) Social – COOPAS-RS
entidades então reuniu-se para definir um anti-projeto de lei definindo formas de violência doméstica
e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de
violência, como também prestar assistência às vítimas.
Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência
contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menos potencial ofensivo. A lei também
acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física
e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.
8.4 Idosos
O Estatuto da Igualdade Racial é uma lei especial do Brasil, sendo um conjunto de regras e
princípios jurídicos que visam coibir a discriminação racial e estabelecer políticas para diminuir a
desigualdade social existente entre os diferentes grupos raciais.
No Brasil, a Lei nº 12.288/10, de autoria do Senador Paulo Paim, instituiu o Estatuto da
Igualdade Racial. Segundo o artigo 1º, o Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo “combater a
discriminação racial e as desigualdades raciais que atingem os afro-brasileiros, incluindo a
dimensão racial nas políticas públicas desenvolvidas pelo Estado”. Discriminação racial é definida
pelo texto legal como “toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o
reconhecimento, gozo, ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades
fundamentais” (art. 1º, § 1º). Já desigualdades raciais, por sua vez, como sendo “situações
injustificadas de diferenciação de acesso e gozo de bens, serviços e oportunidades, na esfera
pública e privada”.
43
Segundo o autor do projeto:
“Não queremos a cultura afro-brasileira vista, sentida e experimentada somente nas práticas
religiosas, música ou alimentação. Queremos a cultura do negro inserida nas escolas, no mercado de
trabalho, nas universidades, pois o negro faz parte do povo brasileiro. Cultivar as raízes da nossa formação
histórica evidentes na diversificação da composição étnica do povo é o caminho mais seguro para garantirmos
a afirmação de nossa identidade nacional e preservarmos os valores culturais que conferem autenticidade e
singularidade ao nosso país. É imprescindível que haja união entre as pessoas, povos, nacionalidades e
culturas. Todos os esforços para combater as barreiras discriminatórias são subsídios concretos para a
formação de um novo ser humano, capaz de elevar-se à altura de seu destino e evitar destruir a si mesmo.”
No dia 06/07/2015 foi sancionado pela Presidente da Republica a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Destacamos:
CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as
demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou
de violação aos direitos da pessoa com deficiência.
44
Educador(a) Social – COOPAS-RS
45
O cadastramento não significa a inclusão automática em programas sociais. A seleção e o
atendimento da família por esses programas ocorrem de acordo com os critérios e procedimentos
de cada um deles.
Benefícios
46
Educador(a) Social – COOPAS-RS
(renda mensal por pessoa de até R$ 77). Ele possui vários tipos de benefícios, utilizados para
compor a parcela mensal que os beneficiários recebem. Esses benefícios são baseados no perfil
da família registrado no Cadastro Único. Entre as informações consideradas, estão: a renda mensal
por pessoa, o número de integrantes, o total de crianças e adolescentes de até 17 anos, além da
existência de gestantes.
O Peti articula um conjunto de ações para retirar crianças e adolescentes com idade inferior
a 16 anos da prática do trabalho precoce, exceto quando na condição de aprendiz, a partir de 14
anos. O programa compreende transferência de renda – prioritariamente por meio do Programa
Bolsa Família –, acompanhamento familiar e oferta de serviços socioassistenciais, atuando de forma
articulada com estados e municípios e com a participação da sociedade civil.
O Peti está estruturado estrategicamente em cinco eixos de atuação: informação e
mobilização, com realização de campanhas e audiências públicas; busca ativa e registro no
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal; transferência de renda, inserção das
crianças, adolescentes e suas famílias em serviços socioassistenciais e encaminhamento para
serviços de saúde, educação, cultura, esporte, lazer ou trabalho; reforço das ações de fiscalização,
acompanhamento das famílias com aplicação de medidas protetivas, articuladas com Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselhos Tutelares; e monitoramento.
47
sustento, nem tê-lo provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser inferior a ¼
(um quarto) do salário mínimo vigente.
A gestão do BPC é realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), por intermédio da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), que é responsável pela
implementação, coordenação, regulação, financiamento, monitoramento e avaliação do Benefício.
A operacionalização é realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os recursos para o custeio do BPC provêm da Seguridade Social, sendo administrado pelo
MDS e repassado ao INSS, por meio do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Atualmente
são 3,6 milhões (dados de março de 2012) beneficiários do BPC em todo o Brasil, sendo 1,9 milhões
pessoas com deficiência e 1,7 idosos.
Objetivos Específicos:
✓ Realizar abordagens e acompanhamentos descentralizados no Município, de acordo com a
territorialização prevista;
✓ Propor plano de intervenção individual e familiar;
✓ Incidir no complexo de proteção, visando a construção de processos alternativos junto a
crianças e adolescentes em situação de rua e suas famílias;
✓ Consolidar o atendimento na rede de proteção da região de origem de forma integral,
transversal e com foco na família;
✓ Contribuir para a articulação da rede de serviços sócio-assistenciais de proteção básica e
especial com as demais políticas públicas e instituições que compõem o Sistema de Garantia
de Direitos e Movimentos Sociais, buscando a ampliação e qualificação dos serviços;
✓ Manter atualizado mapa situacional e diagnóstico quantitativo e qualitativo da realidade de
crianças e adolescentes em situação de rua, com vistas a subsidiar propostas de intervenção;
✓ Realizar processos de Mobilização Social, divulgando e sensibilizando a população quanto à
situação de crianças e adolescentes em situação de rua, trabalhando a superação de
48
Educador(a) Social – COOPAS-RS
49
a cidade em suas múltiplas possibilidades educativas. É desejável que os conteúdos da base
nacional curricular, Lei 9.394/96 (LDB), dialoguem organicamente com temas estruturantes e
contemporâneos para a vida em uma sociedade que se afirma como republicana e democrática.
O Programa Mais Educação é coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC),
em parceria com as Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Educação.
Os territórios do Programa foram definidos inicialmente para atender, em caráter prioritário,
as escolas que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas
em capitais e regiões metropolitanas.
As atividades tiveram início em 2008, com a participação de 1.380 escolas, em 55 municípios
nos 26 estados e no Distrito Federal, atendendo 386 mil estudantes. Em 2009, houve a ampliação
para 5 mil escolas, 126 municípios, de todos os estados e no Distrito Federal com o atendimento a
1,5 milhão de estudantes, inscritos pelas escolas e suas respectivas redes de ensino. Em 2010, o
Programa foi implementado em 389 municípios, atendendo cerca de 10 mil escolas e beneficiando
2,3 milhões de alunos a partir dos seguintes critérios: escolas contempladas com PDDE/Integral no
ano de 2008 e 2009; escolas com baixo IDEB e/ou localizadas em zonas de vulnerabilidade social;
escolas situadas nas capitais e nas cidades das nove regiões metropolitanas, bem como naquelas
com mais de 90 mil habitantes.
Em 2011, aderiram ao Programa Mais Educação 14.995 escolas com 3.067.644 estudantes
a partir dos seguintes critérios: escolas estaduais ou municipais de baixo IDEB que foram
contempladas com o PDE/Escola 2009; escolas localizadas em territórios de vulnerabilidade social
e escolas situadas em cidades com população igual ou superior a 18.844 habitantes.
Compreende-se que a educação integral em jornada ampliada no Brasil é uma política
pública em construção e um grande desafio para gestores educacionais, professores e
comunidades que, ao mesmo tempo, amplia o direito à educação básica e colabora para reinventar
a escola.
50
Educador(a) Social – COOPAS-RS
REFERÊNCIAS
ADORNO, Rubens de Camargo Ferreira. Os jovens e sua vulnerabilidade social. 1ª ed. – São
Paulo: AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, 2001. Disponível em:
< http://dspace.fsp.usp.br/xmlui/bitstream/handle/bdfsp/673/ado001.pdf?sequence=1>.
Acesso: http://www.mds.gov.br
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) - LEI
Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
PAULILO, Maria Angela Silveira; JEOLÁS, Leila Solberger. Jovens, drogas, risco e
vulnerabilidade: aproximações teóricas. Serviço Social em Revista, Londrina, v. 3, n. 1, p.39-
60, jul./dez. 2000. Disponível em: < http://www.uel.br/revistas/ssrevista/n1v3.pdf>.
51
Projeto Ação Rua - Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Censo Suas 2016. 2016.
Disponível em:
<https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/dicivip_datain/ckfinder/userfiles/files/Censo_SUAS_2016/Cens
o SUAS>. Acesso em: 06 mar. 2018.
TEIXEIRA, Maria Solange. Família na Política de Assistência Social: avanços e retrocessos com a
matricialidade sociofamiliar. Revista Política Públicas, São Luiz, 2009, v.13, n.2, p.255-264,
jul./dez. 2009.
Trabalho social com famílias na Política de Assistência Social: elementos para sua reconstrução
em bases críticas. Serviço Social em revista, Londrina, v.13, n.1, p. 04- 23, jul./dez/2010. BRASIL.
Constituição Federal. 1988. Disponível em:
http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.p df Acesso
em: 25/07/2015.
52