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A noção de modernidade

Ref.: LYON, David. A Modernidade e suas insatisfações. In Pós-Modernidade. SP: Paulus, 1998.
O que é a modernidade?
Modernidade
Abrange todas as mudanças significativas que aconteceram em
muitos níveis, desde o século XVI em diante

Questiona todos os modos convencionais de fazer as coisas,


substituindo autoridades tradicionais por outras baseadas na
ciência, no crescimento econômico, na democracia e na lei
Tradição
Conjunto de regras
estabelecidas pela
comunidade da
Aldeia, pela vida
religiosa e litúrgica,
ou pelos anciãos
ou reis que
estavam no poder
Antecedentes históricos da Modernidade
A Reforma Protestante (século 16) e o surgimento da consciência
individual (o livre exame)

A crença de que a razão é capaz de captar a dinâmica do mundo


material  empirismo, racionalismo cartesiano, o avanço das
ciências experimentais

O Iluminismo e a Revolução Francesa (século 18) A ideia de


liberdade passou a representar a emancipação do indivíduo em
relação à autoridade social e religiosa, a conquista de direitos, e a
autonomia frente às instituições
As realizações da modernidade
Karl Marx (1818 – 1883)
As transformações tecnológicas alteraram o mundo de forma
inédita e irreversível

Cada inovação tecnológica envolve mudanças sociais


profundas
Aspectos da produção industrial como a especialização,
uniformidade e a padronização se tornaram características
comuns da vida moderna
Émile Durkheim (1858 – 1917)
A sociedade industrial se caracteriza por uma divisão do trabalho
constante em que as tarefas se tornavam progressivamente mais
especializadas

O processo de diferenciação (especialização) estava por trás de


um novo princípio de integração social
Max Weber (1864 – 1920)

Racionalização = adoção gradual de uma atitude calculista com


relação a um número cada vez maior de aspectos da vida social

A autoridade deriva cada vez mais dessa racionalidade calculista e


cada vez menos da tradição

Observar, calcular, planejar, medir: essas são as marcas


características da modernidade. O método de laboratório do
cientista, o livro razão de lucros e perdas do capitalista, as regras e
as distinções do burocrata dentro da organização
A burocracia
O auge da organização
eficiente e produtiva

Quer para aumentar o


rendimento das colheitas,
desenvolver a precisão militar,
automatizar as tarefas
domésticas ou para coordenar
os horários das linhas aéreas,
a racionalização se tornou um
tema central da modernidade
durante o século XX
A crítica da modernidade
Alienação e exploração (Marx) – os trabalhadores estavam
alienados de sua própria humanidade e o trabalho, entendido
como atividade livre e com propósito, passa a ser explorado. O
mundo estava dominado por um sistema de relações objetivas e
impessoais

Anomia e perda de direção (Durkheim) – laços tradicionais de


família, de parentesco e de vizinhança, rompidos pela nova
mobilidade e pela falta de regulamentação convencional, foram
substituídos por uma sensação de incerteza e de que indivíduos
passavam a ter uma vida independente (“mentes sem lar”)
A jaula de ferro (Weber) – a racionalidade aplicada tanto ao
ambiente social quanto ao natural produziria o desencanto do
mundo. As pessoas ficaram escravizadas a técnicas e tecnologias
presumivelmente neutras

A sociedade de estranhos (Baudelaire) – a modernidade é o


transitório, o fugaz, o superficial (a realidade momentânea). As
pessoas vivem no anonimato (um estranho entre estranhos)

(Jane Jacobs) – embora o espaço urbano fosse


limpo e organizado, ele estava morto social e
espiritualmente, menos onde a vida era
mantida, paradoxalmente, pelo ruído, pelo
congestionamento e pelo caos
A promessa de liberdade
do Iluminismo como um
produto da racionalidade
era vazia. Os indivíduos,
supostamente autônomos,
liberados das autoridades
da tradição para forjar seu
próprio destino,
transformaram-se em
escárnios dos sistemas
mecânicos da modernidade

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