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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

LICENCIATURA EM ECONOMIA

ECONOMIA DE

Serviços: Portos,
Transportes e
Comunicações
Períodos: Colonial (1498-1974), Transição e Pós- Independência (1974-2018)

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Maputo, 01 de Agosto de 2018
Portos e Transportes e Comunicações no Contexto da
Economia Nacional e Regional

1. Informações Preliminares sobre o tema:


Tal como se pode observar, o tema aborda o sistema de transportes e
comunicações ao nível da economia nacional e regional.

Esta abordagem deve-se ao facto de que não se pode olhar para o


sistema de transporte ao nível nacional sem enquadrá-lo no contexto
regional em particular e com o resto do mundo em geral.

Em termos reais, o sistema integrado de Moçambique (quanto aos


Portos e Caminhos de Ferro) especificamente não data da altura da
criação da SADC. Entretanto, a SADC marcou o início de uma
integração regional coordenada e onde os objectivos eram de consenso.

Como sustentação, importa referir que nesta organização, Moçambique


é responsável pela componente de transportes.

2. O Periodo Colonial
Neste periodo, os dados mais relevantes que importa referir são:
- o desenvolvimento da indústria mineira na RSA, foi o maior
impulsionador do surgimento da primeira linha férrea
moçambicana, ligando Pretória na RSA e o Porto de Loureço
Marques. Essa ligação teve uma importância muito significativa
que foi simultaneamente comemorada em ambos os países no ano
de 1895;
- outra via que importa referir pela importância no contexto em
análise é a ligação ferroviária em 1899 entre a Colónia
Portuguesa e Salisbúria;

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NB: Os estudantes podem identificar outras ligações e focar nas
próximas aulas.

 Portos e Caminhos de Ferro: RSA e Rodésia do Sul;


 Comércio e Desenvolvimento subordinados aos países vizinhos;
 Mercadorias (RSA + Rodésia do Sul) = 94% do total de
mercadorias transportadas por via ferroviária em Moçambique;
 Serviços ferro-portuários: fonte mais importante de divisas.

A Exploração Portuária
Anos Total (mil Loureço Beira (%) Nacala Restantes
toneladas) Marques (%) (%)
(%)
1968 16.189 74.5 21 2.5 2.0
1969 16.337 77.5 17.4 3.0 2.1
1970 17.395 78.6 16.2 3.0 2.2
1971 19.299 77.0 17.6 3.3 2.1
1972 15.661 77.9 16.6 2.9 2.6

AS Estradas Asfaltadas

Anos Total (Kms) Kms construídos


1968 1.624 177
1969 1.818 194
1970 2.220 402
1971 2.879 659
1972 3.355 476

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Rede de estradas classificadas : 25.000 Km, apenas 13% asfaltadas

O Peso dos Serviços no PIB (à preços constantes de 1980,


em milhões de escudos)
Anos Total Serviços (%)
1970 30.751 13.059 42.5
1973 32.791 12.671 38.6
1975 25.837 9.141 35.4

Independência Nacional: 25 de Junho de 1975


 actividade ferro-portuária menos afectada pelas sanções à
Rodésia do Sul (1977-1979);
 política de desvio do Porto de Maputo da importação/exportação;
 1982, volume de tráfego para a RSA menor que 1/3
comparativamente à 1973;
 criação da SADC (Conferência de Coordenação para o
Desenvolvimento da África Austral) e posterior estabelecimento
da SATCC (Comissão de Transportes e Comunicações da África
Austral).
Importação/Exportação sul-africanas através do Porto de Maputo e
sua evolução desde 1973 (em mil toneladas)

Anos (em mil toneladas) (%)


1973 6.823,5 100
1974 5.665,1 83
1975 5.638,5 82,6
1976 4.974,4 72,9
1977 4.248,2 62,3
1978 4.064,8 59,6
1979 4.155,2 60,9
1980 3.428,0 50,2

4
1981 3.023,9 44,3
1982 2.216,8 33,5
1983 1.100,0 16,1
Fonte: Ministério do Plano, 1983

Os Prejuízos do Boicote da RSA à Economia de


Moçambique

 enormes e incalculáveis, considerando a institucionalização da


dependência em relação ao regime do apartheid;
 prejuízos potenciais acumulados no transporte ferroviário e no
manuseamento portuário no periodo de 1974 à 1982, por quebra
de movimentos de carga de e para a África do Sul através do
Porto de Maputo, totalizaram 248 milhões de USD;
 capacidade de manuseamento de carga não utilizada em 1983, no
Porto de Maputo correspondente à cerca de 9 milhões de
toneladas por ano. Esta é a dimensão da enorme dependência da
economia moçambicana criada pelo colonialismo relativamente à
RSA;
 não é possível identificar com precisão os prejuízos por quebra
na produção por falta de escoamento em devido tempo, por não
realização das exportações e por receitas ferro-portuárias não
cobradas em consequência da destruição das infra-estruturas,
equipamentos e viaturas e de assassinato de dirigentes e
trabalhadores;

A Dinâmica do Sector de Transportes e Comunicações


(1975-1983)

 Reabilitação da Linha Férrea Dondo-Inhaminga (RDA);


 Reabilitação da Linha Férrea do Limpopo (Grã-Bretanha);

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 Reabilitação da Linha Férrea Nacala-Malawi (Portugal, Canadá,
França);
 Desenvolvimento do Porto da Beira (Holanda);
 Rede Nacional de Telecomunicações (Itália, França, RDA, Suécia,
Noruega, BAD...);
 Reabilitação dos principais aeroportos (Dinamarca).

O Transporte de Carga (em mil toneladas)

Anos Ferroviário Rodoviári Marítimo Aéreo Manuseamento


o ferro-
portuário
1975 13.413,6 220,8 123,9 6,4 14.875
1976 10.265,2 179,0 113,1 5,1 11.891
1977 8.125,7 156,0 155,9 4,1 10.142
1978 8.649,9 233,0 150,5 5,1 10.938
1979 8.879,6 324,2 177,0 4,9 9.914
1980 7.546,9 357,9 216,1 5,9 8.324
1981 7.776,7 455,9 249,4 7,4 7.684
1982 6.742,2 481,5 300,9 11,8 7.514
1983 4.367.2 517,9 350,8 10,0 5.248
1984 3.698,6 315,7 256,7 9,8 4.621
Fonte: Comissão Nacional do Plano, Direcção Nacional das Estradas, 1985

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Os Caminhos de Ferro de Moçambique

1. Linha de Goba (Maputo- Suazilândia): principais cargas- melaço,


açúcar, palpo e citrinos exportados a partir da Suazilândia. 1994
(subida em 6%) e 1995 (subida em 68%) de mercadorias
exportadas;
2. Linha de Ressano Garcia (Maputo- RSA): principais cargas-
citrinos e carvão. 1994/1995 (descida em 3%) do volume de
mercadorias transportadas. Joint Venture CFM e TRANSET;
3. Linha do Limpopo (Maputo- Zimbábwè. Principais cargas: açúcar,
ferro-cromo, coque (exportação) e Trigo (importação) –
crescimento em 26% em 1994 e 94% em 1995;
4. Linha de Machipanda (Beira- Zimbábwè). Principais cargas:
milho, tabaco, granito, adubos e cobre (Zâmbia). Descida em 12%
no ano de 1994 e crescimento em 5% no ano de 1995;
5. Linha de Nacala (Nacala-Malawi). Principais cargas: tabaco,
combustível, trigo e óleo de palma. Crescimento de 47% entre
1994-1995. Esta linha serve também o mercado interno
(crescimento em 24% entre 1994-1995).

Os Portos Moçambicanos

1. Primários:
- Maputo;
- Beira;
- Nacala.
2. Secundários:
- Inhambane;
- Quelimane;
- Pemba.
3. Terciários:
- Xai-Xai;

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- Maxixe;
- Búzi;
- Chinde;
- Macuse;
- Pebane;
- Angoche;
- Mocímboa da Praia;
- Etc.

ROCS- Roads & Coastal Shipping (Estradas e Cabotagem)


Projecto elaborado em 1991; crédito em 1992:
- portos e cabotagem;
- liberalização/ privatização dos transportes rodoviários;
- melhoramento do funcionamento das alfândegas;
- actualização de toda a legislação inerente e relevante

Moçambique e África Austral no âmbito dos Transportes e


Comunicações
- 1980, Abril- SADC: (9 países- Botswana, Malawi,
Moçambique, Suazilândia, Zâmbia, Angola, Lesoto, Tanzânia
e Zimbábwè);
- 1981, Julho- SATCC;
- 1994, Agosto- SADC (integração da Namíbia, RSA e
Maurícias);
- membros recentes do SATCC: RD Congo e Seycheles

Os Corredores de Transportes (SATCC):


- reabilitação de infra-estruturas;
- reabilitação das frotas dos vários modos de transportes;
- modernização e expansão das redes das telecomunicações;

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- formação profissional, etc.

a) os corredores partem dos portos para o hinterland


ou vice-versa;
b) o transporte ferroviário é o que maior peso
arrecada na avaliação integrada dos factores e
actividades que constituem um corredor de
transportes.

O PPI e Transportes e Comunicações

- ligação entre o sul, centro e norte do país por via férrea;


- promoção da navegação interior e de cabotagem;
- estabelecimento da navegação de longo curso;
- apetrechamento dos pequenos portos de cabotagem ao
longo da costa;
- redimensionamento e alargamento da rede rodoviária de
transportes para assegurar a comunicação rápida entre os
novos centros de produção e terminais ferroviárias e
portuárias;
- desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros
para ligar as grandes cidades e a sua periferia.

Programa do Governo (1995-1999)

- incentivar e melhorar o transporte rodoviário, ferroviário,


marítimo e fluvial, lacustre e aéreo, para assegurar as
trocas internas e internacionais;
- reactivar o transporte colectivo e semi-colectivo de
passageiros, nos centros urbanos e zonas rurais através do
aumento da capacidade e melhoria da qualidade dos
serviços prestados;

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- transformação dos corredores de Nacala, Beira e Maputo
em pólos de desenvolvimento nacional;
- melhorar as condições, os meios e infra-estruturas para a
circulação de mercadorias com particular atenção no
desenvolvimento dos transportes marítimos de cabotagem;
- Desenvolver infra-estruturas ferro-portuárias, no quadro
da criação das zonas francas industriais;
- restabelecer a rede telefónica rural e desenvolver o sector
de telecomunicações;
- reabilitar a rede postal rural, como factor social importante
para a estabilização da população no campo, reactivando o
comércio rural e para a captação de poupança;
- reactivar e modernizar a rede metereológica nacional, com
vista a melhorar as previsões metereológicas e sua
utilização para fins agrícolas e na segurança da navegação
marítima e aérea.

Os Grandes Corredores de Desenvolvimento


1. Corredor de Desenvolvimento de Maputo
- Auto Estrada Maputo –Witbank;
- Posto Alfandegário Multi-modal: Ressano Garcia-
Komatiport;
- Sistema Telefónico em Micro- ondas Maputo- Komatiport;
- Rede de Telecomunicações Celular;
- Fábrica de Fundição de Alumínio MOZAL;
- Fábrica de Fundição de Ferro em Maputo e o Gaseoduto de
Pande-Maputo;
- Reabilitação do Motel Silva em Bilene;
- Construção do Complexo Inter- África em Chidenguele;
- Reabilitação do Hotel “4 estações”;

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- Construção da Rodovia entre Cais de Maputo e a Fábrica
MOZAL;
- Construção do Cais e Tapete no Cais de Maputo para
Manuseamento de Matéria-prima importada.
2. Corredor de Desenvolvimento da Beira
- Reabilitação da Fábrica de Açúcar de Mafambisse;
- Reabilitação da Linha Férrea Beira- Moatize- Vila Nova
Fronteira;
- Estudo da Potencialidade do Gás do Búzi;
- Reposição de Espécies no Parque Nacional de Gorongosa;
- Estudo da Viabilidade de Exportação (vias) do Carvão de
Moatize;
- Dragagem do Canal de Entrada do Porto da Beira
3. Corredor de Desenvolvimento de Nacala
- Desminagem da Linha Férrea Nampula- Entrelagos;
- Reabilitação de 77 Km do troço da Linha Férrea Cuamba-
Entrelagos;
- Construção do Sistema de Comunicações e Sinalização da
Área Nacala- Entrelagos de 533 Kms;
- Promoção de Obras de Arte.

Programa do Governo (2000-2004)


- Melhoramento e aumento da livre circulação de pessoas e
bens;
- Expansão da rede de comunicações;
- Reabilitação/ construção de novas estações e a
modernização do sistema de previsões metereológicas;
- Melhoria Gradual da Fiabilidade, segurança, comodidade e
expansão dos serviços de transporte prestados à
população. Continuar a promover o envolvimento do sector
privado na reabilitação e restruturação dos portos e

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caminhos de ferro de Moçambique de modo a torná-los
mais eficientes, rentáveis e competitivos no contexto
regional da SADC;
- Reforçar os mecanismos de negociação de modo a
promover o funcionamento, à médio prazo, dos corredores
de desenvolvimento de Mtwara, Nacala, Beira e Maputo.
- Reabilitar e construir a linha férrea de Sena, Tete e Ramais
de Marromeu;
- Reabilitar os troços rodoviários de Cuamba- Entrelagos,
Cuamba- Lichinga, Quelimane- Mocuba e a Linha de
Lumbo;
- Melhorar a estruturação do espaço aéreo para efeitos de
navegação aérea e consolidar a liberalização do mercado
de transporte aéreo;
- Prosseguir as acções para adoptar a rede rádio- ajudas à
navegação aérea e de comunicações;
- Ampliar e modernizar a rede de serviços de correios nas
áreas rurais, com prioridade para as sedes de distritos e
postos administrativos, e envidar esforços para
racionalizar a utilização de mão-de-obra e elevar a sua
formação académico- profissional.

Em anexo, mapas e notas que complementam as


descrições feitas anteriormente.

Programa do Governo (2005-2009)

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Transportes e Comunicações
A melhoria e aumento da circulação de pessoas e
bens, a expansão dos serviços de comunicações e a
modernização do sistema de previsões
meteorológicas, constituem um conjunto de factores
essenciais, que impulsionam o crescimento
económico e favorecem o desenvolvimento
harmonioso do território nacional. o Programa do
Governo tem como objectivos para este sector os
seguintes:
• Melhoria gradual da fiabilidade, segurança,
comodidade e expansão dos serviços de transporte
prestados à população nas áreas urbanas e rurais;
• Melhoria da acessibilidade do cidadão comum aos
serviços;
• Promover a melhoria dos serviços na área de
cabotagem e desenvolvimento da competitividade dos
portos moçambicanos;
• Participação mais eficiente do empresariado
nacional no controlo, operação e investimento nos
subsectores;
• Desenvolvimento rápido do sector, através da
actualização da legislação, adaptando-a às
mudanças/exigências que ocorrem e tomando-a mais
abrangente e dinâmica;
Para que esses objectivos sejam atingidos serão
priorizadas as seguintes acções:

Transporte Rodoviário

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 Revisão da legislação e Regulamento de
Transporte em Automóveis;
 Implantação de terminais rodoviários nos
principais corredores de transporte, com
prioridade as cidades de Maputo, Beira,
Nampula e Tete;
 Reorganização do sistema de fiscalização do
transporte rodoviário, visando o combate ao
exercício ilegal desta actividade;
 Incentivar a expansão da rede de transporte de
carga para as zonas rurais, com vista a apoiar
os camponeses na comercialização de
excedentes agrícolas;
 Redefinição da politica de assistência técnica ao
parque automóvel;
 Monitorar a implementação dos acordos
bilaterais e multilaterais sobre a gestão de
transporte rodoviário.

Transporte Ferroviário
• Melhorar as condições de segurança no transporte
ferroviário de pessoas e carga;
• Continuar a concessão de portos e linhas-férreas
de Nacala, Ressano - Garcia, Goba e Limpopo;
• Melhorar a qualidade do serviço de transporte de
pessoas e bens.
Aviação Civil

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 Melhorar as condições de segurança a
navegação aérea;
 Consolidar a liberalização do mercada de
transporte aéreo;
 Concessionar o Aeroporto Internacional de
Maputo;
 Concluir o estudo de viabilidade para a
concessão do Aeroporto de Nacala;
 incentivar a melhoria da qualidade na prestação
de serviços;

Transporte Marítimo, Fluvial e Lacustre


 Levantamentos hidrográficos nos portos de
Maputo, Beira, Inhambane, Quelimane e
Mocímboa da Praia;
 Levantamentos hidrográficos no Lago Niassa;
 Produção do roteiro da Zona Sul de Moçambique
e Lago Niassa;
 Estudo de circulação geral na Baia de Maputo e
de Sofala;
 Estuda de distribuição de poluentes dentro da
Baia de Maputo;
 Aquisição de embarcações para as travessias.
Segurança Rodoviária
 Operacionalização do seguro obrigatório;
 •Promover a melhoria da segurança rodoviária,
através do estabelecimento de sistemas de
informação, do reforço de mecanistas de

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cantarole e fiscalização periódica ao estado dos
veículos, da melhoria da sinalização nas vias
públicas e formação do respectivo pessoal e do
cumprimento da disciplina rodoviária;
 Harmonização de normas e procedimentos no
âmbito da SADC.
Comunicações
 Elaboração da Política das Telecomunicações;
 Elaboração da Política e Desenvolvimento da
Estratégia sobre a Acesso Universal;
 Elaboração da Política do Sector Postal;
 Elaboração da Lei do Serviço Postal;
 Desenvolvimento da Estratégia para a
Reestruturação do Sector Postal e das
Telecomunicações.
Meteorologia
• Melhorar a qualidade das previsões de tempo
através da introdução de modelos numéricos;
• Melhorar o sistema de comunicação de informação
meteorológica para a pública, através da divulgação
de previsões de tempo pela televisão, Internet,
áudio-texto, e jamais num formato mais
compreensível.

Programa do Governo (2010-2014)

Transportes e Comunicações

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Os Transportes e as Comunicações constituem um
factor determinante da coesão social e territorial, e
da competitividade económica do País. Em função da
crescente globalização da economia e da
consequente reorganização e relocalização dos
sistemas produtivos, assiste-se, hoje, a uma
crescente exigência de mobilidade por parte das
sociedades e a uma procura, cada vez mais
importante, de serviços integrados de logística e
transporte.
O Governo continuará a direcionar os seus esforços
na reconstrução e construção de infra-estruturas de
Transportes e Comunicações, bem como em serviços
de transportes que impulsionem a economia no País.

Objectivos estratégicos: i.Desenvolver sistemas de


transportes interligados e/ou combinados seguros
que sejam suficientemente competitivos, atractivos e
sustentáveis para facilitar o investimento;
ii.Promover o desenvolvimento dos sectores postal e
de telecomunicações, visando o acesso universal,
num ambiente competitivo, com qualidade aceite
pelos cidadãos; iii. Fortalecer a existência de uma
competição sã entre os operadores de transporte
aéreo e ampliar as possibilidades de escolha aos
consumidores; iv. Catalisar o desenvolvimento
económico do País, e estimular a integração regional
económica através da criação de condições de
acessibilidade ao mar dos Países do Interior.

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Acções prioritárias:
Transporte Rodoviário:
1. Expandir e aperfeiçoar os Centros de Exame
de condução automóvel, para melhorar a
qualidade dos motoristas;
2. Promover condições para inspecção e
manutenção de viaturas;
3. Promover a melhoria da sinalização das
estradas;
4. Melhorar e implementar o código de estradas;
5. Intensificar a eficácia na fiscalização do tráfego
nas vias públicas;
6. Introduzir o sistema de rotas concessionadas
para o transporte público de passageiros
urbanos e inter-urbanos, de forma a reduzir a
insuficiência de transporte e o tempo de espera
nas paragens;
7. Massificar o uso de meios alternativos de
transporte, com destaque para a bicicleta,
motorizada, e veículos de tração animal;
8. Promover um sistema apropriado de transporte
rural;
9. Estabelecer bases de sustentabilidade dos
Transportes Públicos Urbanos;
10. Incentivar a criação das Empresas Municipais
de Transporte Público Urbano;
11. Conceber e implementar o sistema integrado
de bilhetes e inter modalidade;

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12. Reforçar a rede de transportes urbanos;
13. Promover a construção de terminais
rodoviários e inter modais urbanos, inter
Provínciais e internacionais de passageiros e
carga.

Ramo Ferro – Portuário


(1) Melhorar a operacionalidade e aumentar a
capacidade de transporte de passageiros e carga,
através da aquisição de equipamento rolante,
aquisição e reabilitação de vagões e carruagens;
(2) Garantir o acesso seguro e permanente a
navegação comercial que demanda os portos
nacionais, através de serviços antecipados e
eficientes de dragagem, balizagem e outros afins;
(3) Construir Terminais de Carvão no Porto da Beira
e Nacala, bem como a reabilitação das linhas de Sena
e Nacala;
(4) Garantir a regulação da recepção e do
escoamento do carvão a ser transportado pela via-
férrea;
(5) Elaborar o Plano Espacial e definir o traçado da
Linha-férrea Norte-Sul, realizar a concertação social
e ambiental e definir as fases da sua construção, bem
como definir os mecanismos do seu financiamento;

(6) Rever o modelo vigente de concessão e gestão


privada dos Portos e Caminhos-de-Ferro.

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Transporte Marítimo, Fluvial e Lacustre
(1) Revitalizar a Cabotagem Marítima e Transporte
hidroviário, através da aquisição de meios
necessários e reformulação da legislação;
(2) Promover o transporte lacustre no Lago Niassa e
na Albufeira de Cahora Bassa;
(3) Fortalecer a capacidade institucional para o
exercício da fiscalização marítima, melhoria da rede
de comunicações marítimas e sistemas de buscas e
salvamento;
(4) Rever os modelos vigente de concessão e gestão
privada dos estaleiros navais;
(5) Conceber e implementar uma política nacional
portuária que introduza um novo modelo de gestão
portuária que traga maior competitividade e que seja
suficientemente atractiva para os armadores e
empresas de navegação.

Transporte Aéreo
(1) Conceber e criar condições para a construção de
terminais aeroportuários com características
internacionais em Tete, Nacala e Pemba;
(2) Criar condições para facilitar os operadores
nacionais a utilizarem aeronaves com matrícula
nacional;
(3) Completar a liberalização do espaço aéreo;
(4) Definir e implementar as regras de concorrência
dos operadores nacionais;

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(5) Expandir os destinos e origens dos passageiros
aéreos;
(6) Alargar a prestação do Serviço de Controlo de
Tráfego Aéreo a todas as rotas aéreas nacionais,
introduzindo sistemas de navegação aérea
dependentes de satélite (ADS-B) e estender a
cobertura das comunicações aeronáuticas até ao
espaço aéreo superior;
(7) Construir o aeroporto de Nacala;
(8) Promover a construção e reabilitação dos
aeródromos da Ponta do Ouro, Inhambane e
Vilankulo;
(9) Criar condições para a construção do aeroporto
de Xai-Xai;
(10) Estudar a possibilidade de estabelecer o
Aeroporto Internacional de Maputo fora da cidade
capital, para posterior implementação.

Comunicações
(1) Desenvolver um quadro regulatório, mecanismos
e acções efectivas para a promoção da concorrência;
(2) Expandir e ampliar a qualidade da rede de
telefonia móvel a nível dos Distritos e tirar melhor
proveito das facilidades dos meios de comunicação
para as actividades produtivas;
(3) Cobrir os restantes 34 Distritos com serviços de
Voz, Dados e Internet;

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(4) Iniciar a expansão de cobertura pela telefonia fixa
e móvel em pelo menos 50% dos Postos
Administrativos existentes;
(5) Criar mecanismos de protecção dos direitos do
consumidor promovendo a qualidade de serviços;
(6) Reabilitar e expandir a rede postal urbana e rural;
(7) Diversificar e modernizar os serviços e produtos
do Correio num ambiente de convergência
tecnológica;
(8) Introduzir o sistema de endereçamento nacional.

Meteorologia
(1) Criar uma base de dados de variáveis climáticas,
para monitorar as mudanças climáticas;
(2) Criar um centro de investigação aplicada de
geociências ambientais e gestão de risco;
(3) Criar condições para o acesso da informação
meteorológica em tempo real, para melhorar a
prevenção dos desastres naturais, a planificação
agrícola e para facilitar a navegação aérea e
marítima;
(4) Melhorar a cobertura espacial da rede de
observação meteorológica até ao nível do Distrito.

Programa do Governo (2015-2019)

O Programa Quinquenal do Governo 2015–2019


define como Objectivo Central melhorar as condições
de vida do Povo Moçambicano, aumentando o

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emprego, a produtividade e a competitividade,
criando riqueza e gerando um desenvolvimento
equilibrado e inclusivo, num ambiente de paz,
segurança, harmonia, solidariedade, justiça e coesão
entre os Moçambicanos.

A prossecução do Objectivo Central do Governo será


alcançada com a focalização e incidência da acção
Governativa e do investimento público e privado nas
áreas prioritárias e determinantes para a
transformação da estrutura social e económica do
País.
Neste sentido, ao longo do Quinquénio, a acção do
Governo incidirá sobre cinco Prioridades,
designadamente:
a) Consolidar a Unidade Nacional, a Paz e a
Soberania;
b) Desenvolver o Capital Humano e Social;
c) Promover o Emprego, a Produtividade e a
Competitividade;
d) Desenvolver Infra-estruturas Económicas e
Sociais; e
e) Assegurar a Gestão Sustentável e Transparente
dos Recursos Naturais e do Ambiente.

Desenvolver o Capital Humano e Social


O capital humano e social é um conjunto de
capacidades, conhecimentos, competências e
atributos de personalidade individual e colectiva que

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favorecem a realização de actividades sociais e
económicas necessárias para o desenvolvimento
socio-económico sustentável e integrado do País.

A prestação de serviços sociais básicos de qualidade


e acesso equitativo à educação, cuidados de saúde,
água, saneamento e habitação concorrem para a
criação de capacidades fundamentais do capital
humano e social e para a melhoria de bem-estar
social e económico.

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS
Para garantir o desenvolvimento do Capital Humano e Social
o Governo estabelece os seguintes objectivos estratégicos:
(i) Promover um Sistema Educativo inclusivo, eficaz e
eficiente que garanta a aquisição das competências
requeridas ao nível de conhecimentos, habilidades, gestão e
atitudes que respondam às necessidades de desenvolvimento
humano;
(ii) Expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de
saúde, reduzir a mortalidade materna, a morbi-mortalidade
por desnutrição crónica, malária, tuberculose, HIV, doenças
não transmissíveis e doenças preveníveis;
(iii) Aumentar a provisão e acesso aos serviços de
abastecimento de água, de saneamento, transportes,
comunicações e habitação;
(iv) Promover a participação da juventude nas actividades
sócio-culturais, desportivas e económicas como mecanismo
para massificar a prática regular da actividade física e

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desportiva e melhorar a qualidade de vida, saúde e bem-
estar da população; e
(v) Promover a igualdade e equidade de género nas diversas
esferas do desenvolvimento económico, social, político e
cultural, assegurar a protecção e desenvolvimento integral da
criança e garantir a assistência social aos combatentes e às
pessoas em situação de pobreza e de vulnerabilidade.

Objectivo Estratégico (iii): Aumentar a provisão e acesso aos


serviços de abastecimento de água, de saneamento,
transportes, comunicações e habitação.

Para o alcance deste objectivo serão desenvolvidas as


seguintes acções prioritárias:

a) Prosseguir com o estabelecimento de novas ligações


domiciliárias de água canalizada (torneira no quintal ou
dentro de casa) nas zonas urbanas;
b) Prosseguir a implementação de medidas visando a redução
de perdas nos sistemas de abastecimento da água;
c) Expandir o acesso aos serviços básicos de saneamento
como meio para a eliminação do fecalismo a céu aberto;
d) Garantir a higiene e abastecimento de água nas escolas;
e) Construir e reabilitar fontes de água nas zonas rurais;
f) Construir sistemas de abastecimento de água na zona
rural;
g) Construir e expandir a rede de fontanários públicos nas
zonas urbanas;

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h) Reabilitar e expandir os sistemas de abastecimento de
água nas cidades e vilas, priorizando os municípios com
destaque para a Área do Grande Maputo, Beira, Nacala,
Cuamba, Chibuto e as vilas de Massangena e Chigubo (Gaza);
Mabote Sede, Jangamo, Homoíne e Morrumbene (Inhambane);
Guro Sede e Espungabera (Manica); Nhamayabué, Ulónguè e
Fingoé (Tete); Maganja da Costa, Alto Molocué, Milange
(Zambézia); e Chiúre e Sistemas do Planalto de Mueda (Cabo
Delgado);
i) Prosseguir com a instalação de sistemas solares e eólicos
para bombeamento de água potável nas comunidades;
j) Mobilizar recursos financeiros para construção ou
expansão de sistemas de abastecimento de água com
destaque para Lichinga, Sanga e Marrupa (Niassa),
Montepuez (Cabo Delgado), Monapo, Cidade de Nampula,
Nametil (Nampula), Mocuba e Gurué (Zambézia), Chitima,
Moatize e Doa (Tete), Espungabera e Macossa (Manica),
Búzi, Cheringoma, Marínguè, Chemba e Nhamatanda (Sofala),
Govuro, Massinga, Mabote, Zavala e Homoine (Inhambane) e
Namaacha (Maputo Província);
k) Promover os serviços de Transportes Públicos Urbanos ;
l) Alargar a prestação do Serviço de Controlo de Tráfego
Aéreo a todas as rotas aéreas nacionais;
m) Promover a revitalização dos serviços de cabotagem
marítima;
n) Efectuar o planeamento e implantação de talhões infra-
estruturados nas cidades, vilas e zonas rurais;

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o) Fomentar e desenvolver parcerias público-privadas para a
construção de habitação e empreendimentos juvenis e
desportivos; e
p) Promover a auto-construção de habitação através da
atribuição de talhões infraestruturados, concepção e
distribuição de projectos-tipo de habitação, com enfoque nas
zonas rurais e assistência técnica sobre o uso de novas
tecnologias e de materiais de construção mais baratos e
localmente disponíveis.

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