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FICHAMENTO COMENTADO

PLANEJAMENTO DA ESCOLA: AS FERRAMENTAS DA GESTÃO NO


CONTEXTO ESCOLAR
Robson Reynaldo Oliveira de Sousa

“O Clima escolar consiste no conjunto de percepções e expectativas compartilhadas


pelos integrantes da comunidade escolar, decorrente das experiências vividas nesse
contexto, envolvendo os seguintes fatores: normas, objetivos, valores, relações
humanas, organização e estruturas física, pedagógica e administrativa.” (p. 06)
Toda e qualquer instituição humana que exija o convívio direto de pessoas, exige a
necessidade de bom clima organizacional. O clima organizacional de uma instituição
escolar, a saber clima escolar, predispõe direcionamentos claros sobre valores,
objetivos, normas de convivência, além de aspectos organizacionais nas suas estruturas
administrativa, física e pedagógica. Tudo isso cria as bases necessárias para boas
relações humanas que, fortuitamente, produzirão bons resultados nas suas metas
estabelecidas.

“A gestão democrática pressupõe a participação efetiva dos vários segmentos


pertencentes a uma organização. No caso da instituição escolar, compreende a
colaboração de pais, professores, estudantes e funcionários em todos os segmentos da
escola.” (p. 06)
A escola enquanto organismo vivo que respira e inspira educação e aprendizagem de
valores humanos e conhecimento tem em suas tecituras todo um conjunto colaborativo
de diversos personagens. Assim como a gestão escolar, a escola, de um modo geral e
sua produção de saber, se faz num plano horizontal e a partir de espaços dialógicos. O
saber não se encontra determinado em indivíduos, todavia todos tem a capacidade de
produzir aprendizagem.

“Descentralização: a administração, as decisões e as ações devem ser elaboradas e


executadas de forma coletiva;” (p. 06)
O ato de descentralizar dentro da administração escolar é condição sine qua non contra
a implantação de modelos autoritários de gestão. O poder quando concentrado em
apenas um só indivíduo produz sistemas e ambientes coercitivos onde o saber e boas
relações humanas não germinam.
“Participação: devem participar todos os envolvidos no cotidiano escolar (professores,
estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que participam de projetos na
escola e representantes da comunidade à qual a escola pertence);” (p. 07)
A escola é espaço múltiplo da formação do sujeito. Não apenas conhecimento
acadêmico ali é produzido. A Paideia, sistema de educação e formação ética da Grécia
Antiga que objetivava a completa formação do ser humano, nas suas mais diversas
especificidades – artística, ética, estética, social – nos dá uma ideia de como a escola
deve ser pensada. Destarte, a escola que almeja tais ambições deve entender que o
conhecimento necessita da horizontalidade nas relações humanas e troca de
conhecimento. Dessa forma, cabe a gestão escolar entender que todos aqueles que se
relacionam à instituição de ensino devem participar das decisões ali tomadas. Sejam
eles membros do corpo pedagógico, discente, administrativo, comunidade local entre
outros.

“Transparência: qualquer decisão e ação tomadas ou implantadas na escola devem ser


de conhecimento público.” (p. 07)
As decisões tomadas dentro de uma repartição pública são do interesse de todos.
Dentro de sistemas democráticos de gestão e política, toda e qualquer ação aprovada
pela instituição deve estar disponível para o conhecimento púbico. Tais medidas,
contribuem para a criação de um bom clima escolar, além de fortalecer o combate a
corrupção e conflito de informações.

“Para Caruso e Salovey (2007), a liderança associa-se à inteligência emocional. Os


autores defendem a aplicação da inteligência emocional às funções essenciais da
liderança, como o planejamento, o pensamento flexível e a adaptabilidade que tornam o
trabalho do líder eficaz na resolução de problemas.” (p. 09)
Hodiernamente, se tem discutido a questão da liderança e os impactos que suas virtudes
produzem dentro de organismos institucionais. Esses debates trouxeram luzes a
conceitos novos, entre eles: inteligência emocional. Do ora, compreende-se que os
espaços de trabalho são locais de encontro e produção de emoções. O líder, mais do que
nunca, deve estar sensível aos tipos de emoções que estão sendo produzidas no
ambiente de trabalho. Ele deve entender que boa parte desses comportamentos e
emoções produzidas tem relação com sua forma de liderança. Caruso e Salovey (2007)
deixam claro que diante de tais percepções do cotidiano, o líder deve produzir pois, boas
práticas e estratégias flexíveis adaptando às especificidades de seu grupo, afim de evitar
conflitos e incentivar a equidade.
“Primeiramente, é preciso entender o questionamento que fazemos aqui a respeito do
ambiente escolar: entendemos que os espaços físicos da escola precisam ser
considerados como um espaço pedagógico de aprendizagem.” (p 11)
A escola enquanto estrutura física é um espaço de aprendizagem e conhecimento. Ela
deve atender as necessidades para a educação do aluno e disponibilizar condições
adequadas para o ensino. A questão da estética do edifício é parte do processo de ensino
aprendizagem. O gestor deve estar atento aos cuidados necessários para a manutenção
de um espalho limpo e bem projetado. Esses fatores evocam à ideia do pertencimento.
Um espaço belo, limpo e agradável é um local onde as pessoas querem estar e
defendem, sentem-se parte daquele lugar. Isso significa fornecer ao aluno um local de
ensino-aprendizado necessário para seu o desenvolvimento pessoal e intelectual, um
espaço que entregue a sensação de pertencimento às pessoas que o frequentam.

“O Diagnóstico Escolar é a fase mais significativa de todo o planejamento da escola, a


partir dele será possível auxiliar a instituição a conhecer as suas dificuldades, os seus
problemas fundamentais e os seus desafios, visando superá-los. Ele deverá ser
elaborado com a cooperação de toda a comunidade escolar para que represente, de fato,
a realidade da escola.” (p. 12)
A partir do Diagnóstico Escolar é possível elaborar estratégias mais eficazes para
combater problemas e dificuldades pelas quais passa a instituição de ensino. Os dados
trarão luzes à mudanças de rotas, negociações, debates que objetivam o melhoramento
do processo de ensino-aprendizagem, diminuindo assim, os “ruídos” que interferem na
boa comunicação e execução de medidas.

“Eixo I – Resultados - Dimensão dos Indicadores Escolares


Nesta dimensão, têm-se as informações referentes aos dados da trajetória dos
educandos, que nos permitem analisar o fluxo escolar, por meio da Matrícula, da
Distorção Idade-Série e dos Resultados da Aprendizagem. Estes levam em conta as
Taxas de Rendimento, baseadas nos dados apresentados no Censo Escolar, a partir dos
Resultados de Aprendizagem e Indicadores.” (P. 13)
Para que o processo de ensino aprendizagem seja efetivado faz-se imprescindível
conhecer o público-alvo. As instituições de ensino da atualidade, cada vez mais
possuem mecanismos clínicos que dissecam as diversas informações sobre cada aluno.
Sistemas como o SIGE, EDUCACENSO trazem dados fundamentais para entender
quem é e como estão os alunos que a escola recebe. Claro que, aspectos
psicoemocionais e cognitivos não são contemplados com profundidade nesse conjunto
de informações. Até porque elas são bem técnicas. No entanto, os Resultados de
Aprendizagem e Indicadores já apontam para possíveis defasagens, dificuldades,
especificidades de cada aluno que devem ser levadas em consideração para a criação do
portfólio de medidas pedagógicas adotados pela escola.
“Eixo II - Intervenção direta Dimensão de Ensino Aprendizagem.
Esta dimensão dá ênfase à análise de três temáticas: o Planejamento Pedagógico, o
Tempo de Aprendizagem e as Práticas Pedagógicas. Seu objetivo é construir
instrumentos fundamentais de planejamento e avaliação para auxiliar o Núcleo Gestor e
a Equipe Pedagógica na identificação dos seus principais desafios. Assim, busca
auxiliá-los no processo de ensino aprendizagem e, consequentemente, na melhoria dos
resultados.” (p. 13)
O tripé Planejamento Pedagógico, Tempo de Aprendizagem e Práticas Pedagógicas traz
um caminho possível para uma mecânica de escola que busca o sucesso na sua prática.
Essa mecânica a todo instante pode sofre mudanças e o ajuste de rota de faz necessário
quando se identificam estratégias de ensino inoperantes e inertes. Se planeja quando se
tem dados da situação vigente. Quando se planeja a pedagogia de uma escola, se deve
levar em consideração a executabilidade de tal ação e o tempo de assimilação de cada
aluno. O conhecimento é decodificado em velocidades distintas entre sujeitos. Dado
esse estudo se efetivam as Práticas Pedagógicas que sofrem ajustes à medida que
resultados são produzidos.

“Eixo III - Intervenção Parcial ou Indireta


Dimensão dos Indicadores Escolares” (Página 14)
Na busca pela melhoria dos resultados da escola, entra no bojo de medidas a serem
adotadas, intervenções que podem ser parciais ou indiretas. Aqui diversos atores são
responsáveis pela execução dos tipos de intervenção. É fato que sendo um processo
múltiplo que envolve vários indicadores – família, comunidade local, gestão escolar,
discentes, docentes – exige o esforço comum entre todos que tecem o processo de
ensino aprendizagem. Família e comunidade local, indicadores externos entram no
acompanhamento, comunicação e formação do cidadão estudante.
A dimensão da infraestrutura que envolve instalações, materiais/equipamentos e
conectividade também são indicadores escolares que devem ser verificados se atendem
às garantias de um ensino de qualidade. Equipamentos de qualidade, zelados e que
atendam em quantidade e qualidade ao seu público é prerrogativa para o bom
funcionamento de um estabelecimento de ensino. Um espaço físico moderno que
promove a inclusão social e virtual, deve ser escopo para todas as instituições de ensino
na atualidade.

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