O documento discute três eixos essenciais para o planejamento escolar: 1) Diagnóstico da situação atual da escola com dados sobre alunos, 2) Planejamento pedagógico, tempo de aprendizagem e práticas pedagógicas, 3) Intervenções indiretas como família, comunidade e infraestrutura escolar que impactam os resultados.
O documento discute três eixos essenciais para o planejamento escolar: 1) Diagnóstico da situação atual da escola com dados sobre alunos, 2) Planejamento pedagógico, tempo de aprendizagem e práticas pedagógicas, 3) Intervenções indiretas como família, comunidade e infraestrutura escolar que impactam os resultados.
O documento discute três eixos essenciais para o planejamento escolar: 1) Diagnóstico da situação atual da escola com dados sobre alunos, 2) Planejamento pedagógico, tempo de aprendizagem e práticas pedagógicas, 3) Intervenções indiretas como família, comunidade e infraestrutura escolar que impactam os resultados.
PLANEJAMENTO DA ESCOLA: AS FERRAMENTAS DA GESTÃO NO
CONTEXTO ESCOLAR Robson Reynaldo Oliveira de Sousa
“O Clima escolar consiste no conjunto de percepções e expectativas compartilhadas
pelos integrantes da comunidade escolar, decorrente das experiências vividas nesse contexto, envolvendo os seguintes fatores: normas, objetivos, valores, relações humanas, organização e estruturas física, pedagógica e administrativa.” (p. 06) Toda e qualquer instituição humana que exija o convívio direto de pessoas, exige a necessidade de bom clima organizacional. O clima organizacional de uma instituição escolar, a saber clima escolar, predispõe direcionamentos claros sobre valores, objetivos, normas de convivência, além de aspectos organizacionais nas suas estruturas administrativa, física e pedagógica. Tudo isso cria as bases necessárias para boas relações humanas que, fortuitamente, produzirão bons resultados nas suas metas estabelecidas.
“A gestão democrática pressupõe a participação efetiva dos vários segmentos
pertencentes a uma organização. No caso da instituição escolar, compreende a colaboração de pais, professores, estudantes e funcionários em todos os segmentos da escola.” (p. 06) A escola enquanto organismo vivo que respira e inspira educação e aprendizagem de valores humanos e conhecimento tem em suas tecituras todo um conjunto colaborativo de diversos personagens. Assim como a gestão escolar, a escola, de um modo geral e sua produção de saber, se faz num plano horizontal e a partir de espaços dialógicos. O saber não se encontra determinado em indivíduos, todavia todos tem a capacidade de produzir aprendizagem.
“Descentralização: a administração, as decisões e as ações devem ser elaboradas e
executadas de forma coletiva;” (p. 06) O ato de descentralizar dentro da administração escolar é condição sine qua non contra a implantação de modelos autoritários de gestão. O poder quando concentrado em apenas um só indivíduo produz sistemas e ambientes coercitivos onde o saber e boas relações humanas não germinam. “Participação: devem participar todos os envolvidos no cotidiano escolar (professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que participam de projetos na escola e representantes da comunidade à qual a escola pertence);” (p. 07) A escola é espaço múltiplo da formação do sujeito. Não apenas conhecimento acadêmico ali é produzido. A Paideia, sistema de educação e formação ética da Grécia Antiga que objetivava a completa formação do ser humano, nas suas mais diversas especificidades – artística, ética, estética, social – nos dá uma ideia de como a escola deve ser pensada. Destarte, a escola que almeja tais ambições deve entender que o conhecimento necessita da horizontalidade nas relações humanas e troca de conhecimento. Dessa forma, cabe a gestão escolar entender que todos aqueles que se relacionam à instituição de ensino devem participar das decisões ali tomadas. Sejam eles membros do corpo pedagógico, discente, administrativo, comunidade local entre outros.
“Transparência: qualquer decisão e ação tomadas ou implantadas na escola devem ser
de conhecimento público.” (p. 07) As decisões tomadas dentro de uma repartição pública são do interesse de todos. Dentro de sistemas democráticos de gestão e política, toda e qualquer ação aprovada pela instituição deve estar disponível para o conhecimento púbico. Tais medidas, contribuem para a criação de um bom clima escolar, além de fortalecer o combate a corrupção e conflito de informações.
“Para Caruso e Salovey (2007), a liderança associa-se à inteligência emocional. Os
autores defendem a aplicação da inteligência emocional às funções essenciais da liderança, como o planejamento, o pensamento flexível e a adaptabilidade que tornam o trabalho do líder eficaz na resolução de problemas.” (p. 09) Hodiernamente, se tem discutido a questão da liderança e os impactos que suas virtudes produzem dentro de organismos institucionais. Esses debates trouxeram luzes a conceitos novos, entre eles: inteligência emocional. Do ora, compreende-se que os espaços de trabalho são locais de encontro e produção de emoções. O líder, mais do que nunca, deve estar sensível aos tipos de emoções que estão sendo produzidas no ambiente de trabalho. Ele deve entender que boa parte desses comportamentos e emoções produzidas tem relação com sua forma de liderança. Caruso e Salovey (2007) deixam claro que diante de tais percepções do cotidiano, o líder deve produzir pois, boas práticas e estratégias flexíveis adaptando às especificidades de seu grupo, afim de evitar conflitos e incentivar a equidade. “Primeiramente, é preciso entender o questionamento que fazemos aqui a respeito do ambiente escolar: entendemos que os espaços físicos da escola precisam ser considerados como um espaço pedagógico de aprendizagem.” (p 11) A escola enquanto estrutura física é um espaço de aprendizagem e conhecimento. Ela deve atender as necessidades para a educação do aluno e disponibilizar condições adequadas para o ensino. A questão da estética do edifício é parte do processo de ensino aprendizagem. O gestor deve estar atento aos cuidados necessários para a manutenção de um espalho limpo e bem projetado. Esses fatores evocam à ideia do pertencimento. Um espaço belo, limpo e agradável é um local onde as pessoas querem estar e defendem, sentem-se parte daquele lugar. Isso significa fornecer ao aluno um local de ensino-aprendizado necessário para seu o desenvolvimento pessoal e intelectual, um espaço que entregue a sensação de pertencimento às pessoas que o frequentam.
“O Diagnóstico Escolar é a fase mais significativa de todo o planejamento da escola, a
partir dele será possível auxiliar a instituição a conhecer as suas dificuldades, os seus problemas fundamentais e os seus desafios, visando superá-los. Ele deverá ser elaborado com a cooperação de toda a comunidade escolar para que represente, de fato, a realidade da escola.” (p. 12) A partir do Diagnóstico Escolar é possível elaborar estratégias mais eficazes para combater problemas e dificuldades pelas quais passa a instituição de ensino. Os dados trarão luzes à mudanças de rotas, negociações, debates que objetivam o melhoramento do processo de ensino-aprendizagem, diminuindo assim, os “ruídos” que interferem na boa comunicação e execução de medidas.
“Eixo I – Resultados - Dimensão dos Indicadores Escolares
Nesta dimensão, têm-se as informações referentes aos dados da trajetória dos educandos, que nos permitem analisar o fluxo escolar, por meio da Matrícula, da Distorção Idade-Série e dos Resultados da Aprendizagem. Estes levam em conta as Taxas de Rendimento, baseadas nos dados apresentados no Censo Escolar, a partir dos Resultados de Aprendizagem e Indicadores.” (P. 13) Para que o processo de ensino aprendizagem seja efetivado faz-se imprescindível conhecer o público-alvo. As instituições de ensino da atualidade, cada vez mais possuem mecanismos clínicos que dissecam as diversas informações sobre cada aluno. Sistemas como o SIGE, EDUCACENSO trazem dados fundamentais para entender quem é e como estão os alunos que a escola recebe. Claro que, aspectos psicoemocionais e cognitivos não são contemplados com profundidade nesse conjunto de informações. Até porque elas são bem técnicas. No entanto, os Resultados de Aprendizagem e Indicadores já apontam para possíveis defasagens, dificuldades, especificidades de cada aluno que devem ser levadas em consideração para a criação do portfólio de medidas pedagógicas adotados pela escola. “Eixo II - Intervenção direta Dimensão de Ensino Aprendizagem. Esta dimensão dá ênfase à análise de três temáticas: o Planejamento Pedagógico, o Tempo de Aprendizagem e as Práticas Pedagógicas. Seu objetivo é construir instrumentos fundamentais de planejamento e avaliação para auxiliar o Núcleo Gestor e a Equipe Pedagógica na identificação dos seus principais desafios. Assim, busca auxiliá-los no processo de ensino aprendizagem e, consequentemente, na melhoria dos resultados.” (p. 13) O tripé Planejamento Pedagógico, Tempo de Aprendizagem e Práticas Pedagógicas traz um caminho possível para uma mecânica de escola que busca o sucesso na sua prática. Essa mecânica a todo instante pode sofre mudanças e o ajuste de rota de faz necessário quando se identificam estratégias de ensino inoperantes e inertes. Se planeja quando se tem dados da situação vigente. Quando se planeja a pedagogia de uma escola, se deve levar em consideração a executabilidade de tal ação e o tempo de assimilação de cada aluno. O conhecimento é decodificado em velocidades distintas entre sujeitos. Dado esse estudo se efetivam as Práticas Pedagógicas que sofrem ajustes à medida que resultados são produzidos.
“Eixo III - Intervenção Parcial ou Indireta
Dimensão dos Indicadores Escolares” (Página 14) Na busca pela melhoria dos resultados da escola, entra no bojo de medidas a serem adotadas, intervenções que podem ser parciais ou indiretas. Aqui diversos atores são responsáveis pela execução dos tipos de intervenção. É fato que sendo um processo múltiplo que envolve vários indicadores – família, comunidade local, gestão escolar, discentes, docentes – exige o esforço comum entre todos que tecem o processo de ensino aprendizagem. Família e comunidade local, indicadores externos entram no acompanhamento, comunicação e formação do cidadão estudante. A dimensão da infraestrutura que envolve instalações, materiais/equipamentos e conectividade também são indicadores escolares que devem ser verificados se atendem às garantias de um ensino de qualidade. Equipamentos de qualidade, zelados e que atendam em quantidade e qualidade ao seu público é prerrogativa para o bom funcionamento de um estabelecimento de ensino. Um espaço físico moderno que promove a inclusão social e virtual, deve ser escopo para todas as instituições de ensino na atualidade.