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Gestão Educacional e Escolar

MARIENE.MARYMACEDO@GMAIL.COM
2024
Apesar de semelhantes, a “gestão educacional” e a
“gestão escolar” são nomes que se referem a
processos distintos. Enquanto a gestão educacional é
o sistema de normas que regem a educação do país a
nível municipal, estadual e federal, a gestão escolar é
o conjunto de normas internas de cada instituição de
ensino.
A gestão educacional é um conjunto de
responsabilidades que garantem o pleno
funcionamento das instituições de ensino. Ela
envolve o alinhamento de cada instituição com as
normas federais, estaduais e municipais que regulam
as atividades educacionais no país. É uma base sobre
a qual todas as decisões internas das escolas devem
partir.
Sistema coletivo
Vários agentes.
O Ministério da Educação (MEC)

as secretarias de educação estaduais e municipais,

definem normas que impactam as atividades de


faculdades, escolas e outras instituições de ensino
que atuam no país.
A principal legislação que fundamenta a gestão
educacional no Brasil é a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (LDB), também conhecida como
Carta Magna da Educação.

As diretrizes e bases da LDB foram criadas para garantir


o direito à população de ter acesso à educação gratuita e
de qualidade, além de valorizar os profissionais da área,
estabelecer o dever da União, do Estado e dos
Municípios com a educação do país.
As competências

União — é a União que coordena, articula e redistribui as


responsabilidades das demais unidades que compõem a
gestão educacional. Ao governo federal, também compete a
tarefa de assegurar as normas gerais projeto educacional do
Brasil;

Estados e Distrito Federal — cada estado do país tem como


atribuição especifica planejar suas políticas para o Ensino
Médio e para o Ensino Fundamental. É importante que as
políticas e os planos educacionais dos estados estejam em
consonância com os planos gerais definidos pela União e
integrados às ações dos municípios;
Municípios — cabe ao município as atribuições
atreladas ao ensino fundamental, junto ao Estado, e
à educação infantil. É a secretaria de educação
municipal que desenvolve seu sistema de ensino,
integrando-o às definições educacionais da União e
do Estado.
Os níveis da gestão educacional

Educação básica
educação infantil — aqui estão incluídas as creches e
pré-escolas mantidas pelas prefeituras para as
crianças que possuem entre 0 a 5 anos.
ensino fundamental — formado por escolas do 1º ao
9º ano.
ensino médio — a realização do ensino médio (1° ao
3° ano) nas escolas também é de responsabilidade do
estado e pode ou não se vincular a um curso
profissionalizante.
Ensino superior
No caso do ensino superior público no Brasil, as
políticas e planos são funções da União, que custeia a
estrutura das universidades federais. Também há
universidades estaduais que são de responsabilidade
do governo do estado.
A LDB também inclui nas bases da gestão educacional
do país algumas modalidades de educação específicas.

Educação Indígena.
Educação a Distância;
Educação Profissional e Técnica;
Educação de Jovens e Adultos (EJA);
Educação Especial (para alunos com limitações físicas
e intelectuais);
Como funciona a gestão educacional?
Seis pilares principais:

 gestão pedagógica —planejar as metodologia de ensino


aplicadas em sala de aula, os conteúdos e diretrizes gerais da
instituição e o acompanhamento do desempenho de alunos e
professores. Responsáveis por essa área são o diretor da
escola e o coordenador pedagógico;

 gestão acadêmica — é a gestão e atualização dos dados dos


alunos (documentação e matrícula) e demais processos
internos da instituição.

 gestão financeira — aqui estão todos os processos atrelados à


receita, inadimplência e alocação de investimentos na escola;
gestão da comunicação — aqui estão os responsáveis
pelas estratégias de comunicação interna e externa da
escola. Eles trabalham para a captação de novos alunos e
o reforço da reputação institucional;

gestão da tecnologia da informação — envolve as


atividades ligadas ao cuidado com os equipamentos, a
implementação de sistemas para eliminar burocracias e
melhorar a gestão como um todo;

gestão administrativa — é o setor responsável pelas


atividades de gerenciamento de recursos físicos e
financeiros da escola, gestão de bens materiais e
patrimônio, estrutura física e recursos disponibilizados
para o programa pedagógico.
gestão de recursos humanos —a área abrange os
processos relacionados à avaliação e o
acompanhamento de equipes. Esse setor trabalha em
conjunto com a gestão pedagógica para a contratação
de educadores alinhados com a proposta de ensino
da escola;
Qualidades de uma boa gestão escolar

Comunicação
Adaptar-se rapidamente às mudanças
Visão de melhoria contínua
Atualização de sistemas antigos
Bom corpo docente
As ações de um diretor que se pretende líder
objetivam a confiança e o incentivo do trabalho
colaborativo em prol do aprimoramento dos
processos organizacionais da escola, com foco na
otimização da sua função pedagógica.
É fundamental que o diretor-líder organize suas
atividades administrativas tendo como foco a gestão
da aprendizagem, indo além do simples
monitoramento e/ou supervisão das atividades
desenvolvidas no ambiente escolar, apresentando-se
como um colaborador e facilitador das ações, e não o
seu contrário.
Cabe ao diretor desenvolver habilidades para atuar a
partir da perspectiva de distribuição e
compartilhamento de sua liderança, promovendo
ações colegiadas e colaborativas, pautadas no
princípio da descentralização e da transitoriedade
para gerar maior envolvimento e responsabilização
conjunta dos sujeitos que estão sob sua orientação.
A noção de risco também é fundamental para o
sucesso da atuação do diretor-líder. Ela permite a
verificação de diversos efeitos indesejáveis
observados durante o desenvolvimento de
determinadas atividades ou projetos que poderiam
ser mais bem equacionados se tivessem sido
abordados a partir de uma visão estratégica e
compartilhada.
São habilidades importantes do diretor-líder que
necessitam ser realizadas em conjunto com a
comunidade para que se obtenha o efeito desejado.
VIOLÊNCIA EXTRAESCOLAR são as violências
que ocorrem fora do espaço escolar, mas suas
influências e/ou consequências interferem nas
relações dentro da escola.

VIOLÊNCIA INTRAESCOLAR: são as violências


que ocorrem dentro do espaço escolar. São situações
de violência na/da/à escola e influencia as (não)
convivências dentro da escola.
Complementarmente, quando abordamos as
violências intraescolares, Charlot (2002) evidencia
que no meio escolar, há violências na, à e da
escola.
Os ciclos de violência são constituídos por três
agentes:

Espectadores,
Vítimas e
Agressores
A base de acolhimento contraciclos deve se pontuar
em três conceitos de garantia de direitos e
humanidade universais:

Valores,
Empatia e
Respeito
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

A é caracterizada (e dividida em sua multiplicidade)


por três modalidades:

avaliação do ensino e aprendizagem,


avaliação institucional e
avaliação externa.
A avaliação institucional

Está relacionada à avaliação da gestão, da


organização escolar, do currículo e dos processos de
ensino e de aprendizagem, da atuação e qualificação
dos docentes, da infraestrutura da escola, da
participação e envolvimento da comunidade local,
pais e responsáveis pelos alunos, do perfil
socioeconômico dos estudantes, entre outros
(BRANDALISE, 2011).
A avaliação de aprendizagem

Conhecida como avaliação interna, fundamenta-se no


processo de ensino e de aprendizagem desenvolvido
em sala de aula. Professores avaliam o rendimento e
o desempenho dos alunos e as “qualificações que
atribuem são colocadas em registros, nos
expedientes que tornarão possível decidir a
passagem entre cursos, níveis e titulações finais”
(SACRISTÁN; GOMÉS, 1998, p. 318).
A avaliação externa ou de larga escala

É realizada por agentes que estão externos à escola,


mesmo que haja a colaboração e participação desta.
Entidades públicas ou privadas.
 Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb),
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
Sabe
Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes
(Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Dimensões política, ideológica e ética
A importância da compreensão da avaliação está em
percebê-la como um processo contínuo,
cumulativo e sistemático, cujo caráter é
diagnóstico e prognóstico
a avaliação serve como instrumento de seleção,
promoção e de desenvolvimento profissional. A
escola, por ser uma organização complexa, também
utiliza a avaliação para fins semelhantes (JANELA,
2009).
Sacristán e Gomes (1998, p. 296) afirmam que, na
sala de aula, “avaliar não é uma ação esporádica ou
circunstancial dos professores na instituição escolar,
mas algo que está muito presente na prática
pedagógica”.
Na prática, essa concepção de avaliação “visa o
melhoramento do trabalho escolar, pois conhecendo
a tempo as dificuldades, pode-se analisar suas causas
e encontrar meios de sua superação” (LIBÂNEO;
OLIVEIRA; TOSCHI, 2010, p. 351). Esse processo
ganha maior efetividade quando realizado no
coletivo, por meio da cultura colaborativa.
Cipriano Carlos Luckesi (2000, s.p.) afirma que “o
ato de avaliar implica dois processos articulados e
indissociáveis: diagnosticar e decidir. Não é possível
uma decisão sem um diagnóstico, e um diagnóstico
sem uma decisão é um processo abortado”. É o
processo avaliativo que irá gerar dados e
informações para as tomadas de decisão.
Referências

BRANDALISE, M. Â. T. Avaliação institucional


da escola: conceitos, contextos e práticas. ANPAE:
São Paulo, 2011.
BRITISH COUNCIL. Liderança e gestão
escolar: agenda de internacionalização. Tradução
Stephen Rimmer. São Paulo: [s. n.], 2019.
CAPPELLETTI, I. F. Os conflitos na relação
avaliação e qualidade da educação. Educar em
Revista, edição especial n. 1, 2015. p. 93-107
CHARLOT, B. A violência na escola: como os sociólogos
franceses abordam essa questão. Sociologias, Porto
Alegre, v. 4, n. 8, 2002. p. 432-443.
JANELA, A. A. Avaliação educacional: regulação e
emancipação. São Paulo: Cortez Editora, 2009.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F. de; TOSCHI, M.
S. Educação escolar: políticas, estrutura e
organização. São Paulo: Cortez Editora, 2010.
LUCKESI, C. C. O que é mesmo o ato de avaliar a
aprendizagem? . Porto alegre: Artmed, 2000.
LUIZ, M. C. (Org.). Mentoria de diretores
escolares: formação e contextos educacionais no Brasil. 1. ed.
São Carlos: SEaD-UFSCar Editora, 2021.

MICHAUD, Y. A violência. Tradução de L. Garcia. São Paulo:


Ática, 1989.

SACRISTÁN, G.; GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e


transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed, 1998.

TAVARES DOS SANTOS, J. V. Violências e


conflitualidades. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2009.

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