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A pena-base será a primeira pena em concreto a ser fixada pelo julgador e terá

sempre como referência a pena em abstrato previsto pelo tipo penal incriminador. A
pena deve ser fixada entre o limite mínimo e máximo previsto em abstrato pelo
legislador no preceito secundário. A pena-base deve se fixar entre os limites da pena em
abstrato, podendo ser fixada no patamar mínimo, máximo ou qualquer outro intervalo
entre eles. O ponto de partida para a fixação da pena-base é a pena mínima prevista em
abstrato para o tipo penal incriminador, posto que a pena-base sempre deverá ser dosada
a partir da pena mínima prevista em abstrato para o tipo penal. Qualquer exasperação da
pena somente será justificável quando estiverem presentes, ao menos, uma circunstância
judicial desfavorável, assim, a pena mínima em abstrato deverá ser o ponto de partida
para a fixação da pena-base.

Alguns doutrinadores utilizam o ponto médio, que seria o intervalo entre o


mínimo e o máximo previsto em abstrato para o tipo penal, sendo este o marco inicial.
Não pode ter como marco inicial a média de extremos da pena comida em abstrato,
para, em seguida, considerar as circunstâncias judiciais favoráveis ou desfavoráveis para
o seu dimensionamento. Esse critério não se harmoniza com o princípio da
individualização da pena por implicar uma exasperação prévia da pena mínima, sem
qualquer fundamentação o torna uma sistemática rechaçada pela jurisprudência (STF,
HC 76196/GO).

O cálculo da pena-base está diretamente ligado à analise das circunstâncias


judiciais, previstas no art. 59 do Código Penal. A discricionariedade do juiz sentenciante
para realizar a dosimetria da pena-base é vinculada, pois deverá se basear em motivação
idônea para exasperá-la do mínimo legal previsto em abstrato, não podendo frustrar-se
em demonstrar concretamente as razões que o conduziram a elevação da sanção penal.

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