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Imagino que você vai concordar comigo que diante de um mercado tão
competitivo, complexo e imprevisível especialmente para quem opera no
mundo das vendas de maior complexidade, prever o futuro fica cada vez mais
difícil.
Isso faz até nos lembrar de uma linda música que para quem, como eu, já
cruzou a até então tão temida linha dos 50 anos e sabe na ponta da língua:
Como será o amanhã, responda quem puder. O que irá me acontecer?
E quando olhamos para trás, perceberemos que muita coisa mudou ao longo
dos últimos anos e décadas.
Em todas elas, ficou ainda mais claro que o maior e mais amplo domínio das
técnicas, habilidades, conhecimentos, comportamentos e atitudes de vendas
têm impacto direto no incremento da performance, produtividade e resultados
de vendas das nossas empresas.
Longe de tentar profetizar, vou sim me arriscar e dizer que o futuro das vendas
consultivas de alta performance passa por um novo e ainda raro perfil de
profissionais de vendas: o dos “vendedores de mudança”!
1Dados recentes do World Economic Forum comprovam que 50% dos profissionais precisarão passar por um intenso
processo de Reskilling (que em linhas gerais significar reciclar o repertório de técnicas, conhecimentos e habilidades
dos nossos profissionais), muito em virtude do uso mais intenso da tecnologia.
Aliás, vale aqui dizer que uma das mudanças que já passamos foi o da transição
do modelo antigo do ABC (Atributos, Benefícios e Características) para um novo
ABC que corresponde ao “Always be Consulting”, onde o tempo todo os
profissionais de vendas de alta performance precisam oferecer uma consultoria
que enalteça o valor que seus produtos e serviços trazem aos seus clientes.
PRIMEIRA COMPETÊNCIA:
Saber falar de negócios
Como Como acabei de falar logo acima, mais do que falar sobre produtos,
serviços e os chamados “diferenciais competitivos” das empresas, os
“vendedores de mudança” precisarão saber falar de negócios e sobre o real
impacto que seus produtos e serviços trarão aos resultados de negócios dos seus
clientes.
Será mesmo que você e seus profissionais estão preparados para falar em
profundidade e conhecimento sobre os desafios de negócios das principais
indústrias que vocês operam?
E será que os seus treinamentos de vendas e até mesmo suas reuniões periódicas
(semanais, quinzenais, mensais, trimestrais e anuais) já têm contemplado esta
necessidade de se incrementar as capacidades e competências de fazer com
que seus profissionais saibam falar mais sobre negócios e menos sobre aquilo que
efetivamente vendem?
Quer um exemplo claro disso? Vamos lá! Em minhas aulas de MBA na FIA Business
School, por vezes tenho a chance de conversar diretamente com os principais
líderes de algumas das melhores e maiores empresas do Brasil e do mundo.
São turmas bastante plurais e onde muitas vezes tenho a chance de conversar e
aprender com um público que não necessariamente falamos muito aqui na
Paixão por Vendas, que é o de líderes de Compras e Procurement.
A resposta é assustadora!
Muitos deles não fala nem sequer fala em percentuais! Eles falam em números
absolutos, ou seja, “menos de 10 dentre os nossos mais de 1.500 fornecedores”
ou “5 entre os nossos mais de 650 fornecedores”.
SEGUNDA COMPETÊNCIA:
Desafiar positivamente
os clientes
Imagino O mesmo relatório do LinkedIn em sua versão amplificada e global
(Global State of Sales 2022) aponta que nada menos que 89% dos compradores
entrevistados querem ser desafiados pelos vendedores.
Sim, 89% dos entrevistados disseram que têm maior probabilidade de considerar
novos produtos, serviços e marcas se os seus respectivos profissionais de vendas
desafiarem principalmente o seu modo de pensar.
No sempre pujante mercado do Agro – que não por acaso, é um dos principais
mercados em que atuamos aqui na Paixão por Vendas – os produtores rurais se
veem cada vez mais desafiados em torno de decisões estratégicas que
precisam tomar quase diariamente, mas que diante de tamanhas incertezas não
sabem quando e se de fato devem tomar.
Faz sentido?
TERCEIRA COMPETÊNCIA:
Entender o processo de
tomada de decisão
dos clientes
Imagino que você vai concordar comigo que diante de um mercado tão
competitivo, complexo e imprevisível especialmente para quem opera no
mundo das vendas de maior complexidade, prever o futuro fica cada vez mais
difícil. Ainda que possa parecer um tanto quanto paradoxal, quando falamos
neste novo cenário de vendas consultivas de alta performance, eu já posso lhe
dizer sem pestanejar que hoje até mais importante que entender e seguir à risca
os processos de vendas das nossas empresas, é crucial entender melhor como se
dão os processos de compras dos nossos clientes.
Só que daí você para e me pergunta: Tudo bem Zé, e o que é que isso tem a ver
exatamente com o conceito do “Change-Based Selling”.
Você há de concordar comigo que hoje todos os nossos clientes (você também
age assim!) têm percorrido a maior parte dos seus respectivos processos de
tomada de decisão sem qualquer interação direta que seja conosco (reuniões
presenciais e online, ligações telefônicas etc).
Eles pesquisam sobre nossas empresas e sobre aquilo que vendemos em nossos
sites, redes sociais e cada vez mais de através recomendações e informações
colhidas com colegas internos e externos sem que tenhamos qualquer controle
que seja sobre a qualidade e principalmente sobre a positividade das
informações que eles têm colhido.
Isso faz com que, por vezes, eles tomem a decisão praticamente sozinhos
partindo do pressuposto que já estão devidamente municiados de informações
que os façam escolher o fornecedor X, Y ou Z.
Peguemos por exemplo outro setor que trabalhamos muito forte aqui na Paixão
por Vendas que é o da Tecnologia.
Hoje a maior parte dos clientes e mercados-alvo que as empresas que operam
em Tecnologia operam fazem a maior parte dos seus processos de tomada de
decisão sozinhos e quando não o fazem acabam “delegando” esta tarefa aos
seus Departamentos de Compras que estão incumbidos principalmente em
fechar negócio com os fornecedores de menor preço.
Se analisarmos mais atentamente este dado, perceberemos que estes 17% são
fracionados entre outros fornecedores fazendo com que tenhamos até menos
de 5% do tempo do processo de compra dos clientes ali no tête-à-tête conosco.
Tão fundamental quanto isso é equipar nossos profissionais de vendas para que
eles consigam expandir suas capacidades e habilidades para falar com outros
stakeholders dentro dos clientes para reduzir assim a dependência excessiva que
eles ainda têm de tão somente concentrarem seus esforços de vendas com os
Departamentos de Compras deles ou com apenas 1 ou poucos compradores.
Desta forma, aqui é fundamental mudar as formas com que nos preparamos
para estes cada vez mais raros encontros ao vivo (sejam eles presenciais ou
online) e mudar também os nossos processos e etapas de vendas para que eles
estejam mais conectados às etapas de compra dos nossos clientes que, como já
disse e agora repito, são cada vez mais independentes.
Eis aqui três dos pilares essenciais desta que já entendemos aqui na Paixão por
Vendas ser uma nova era para quem opera com vendas consultivas de alta
papéis é mudar a percepção que seus clientes têm a seu respeito e que
Nessa altura do campeonato, eu até imagino que você esteja aí a refletir: puxa
vida, tudo isso que a Paixão por Vendas nos trouxe hoje faz até bastante sentido,
Sim, você está coberto ou coberta de razão. Mudar definitivamente não é fácil,
É hora de mudar!
Ora, ficará para trás, pois como aprendemos com Charles Darwin:
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se
adapta às mudanças”.
Ainda que seja cada vez mais difícil prever o amanhã e o futuro, eu já posso lhe
dizer que hoje o “Change-Based Selling” já não é mais uma profecia e sim a
“vendedores de mudança”.
josericardo@paixaoporvendas.com.br
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