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U2

Metodologia
do Trabalho Acadêmico
Recursos de Aprendizagem Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM

Recursos de
Aprendizagem
Objetivo do estudo
- Reconhecer alguns recursos de como organizar e documentar as leituras:
fichamento, resumo, resenha, relatório.

introdução
Na Unidade 1, vimos que é importante estarmos atentos ao que lemos, assim como,
também, é fundamental questionarmos o que lemos para aprendermos melhor e
com criticidade. Questionar nos auxilia a fixar o conteúdo!

Há algum tempo, quando ainda não havia computadores, o que faziam os leitores
para organizar e documentar as diversas leituras realizadas, de livros, aulas ou
trabalhos escolares? Será que eles decoravam tudo o que liam? Não!

Assim como nós, hoje, que lemos um texto e anotamos à margem ou elaboramos
apontamentos virtuais – em nosso computador, celular, tablet –, os leitores, no
passado, buscavam registrar o que tinham compreendido dos textos e das situações,
fazendo fichamentos, resumos etc.

Entretanto, se tudo isso existia na época em que não havia computador, por que ainda
temos de estudar isso hoje? Porque os instrumentos, os recursos de aprendizagem
e de estudo mudaram, mas não a necessidade de registrar de alguma maneira o
que lemos, para não nos esquecermos.

Portanto, nesta unidade, serão apresentados alguns recursos de como organizar e


documentar nossas leituras (fichamento, resumo, resenha, relatório), com a finalidade
de auxiliar, de maneira extremamente simples e prática, os princípios básicos da
redação acadêmica.

Vamos, então, estudar cada um desses recursos?!

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2 T1 Fichamento
Fichamento é uma forma de armazenar informações relevantes, anotando–as em fichas.
Em outras palavras, é a anotação em fichas dos dados do material lido em livros, revistas,
publicações avulsas ou trabalhos impressos.

As fichas armazenam o material lido e permitem identificar a obra consultada (autor e


título), conhecer seu conteúdo, fazer comentários próprios e transcrever citações. São
imprescindíveis para a elaboração de um trabalho que utiliza fontes de referência. O conjunto
de fichas é chamado de arquivo.

Na era pré-informática, o registro da leitura era feito nessas pequenas fichas, armazenadas
em um fichário. As fichas se prestavam a auxiliar o aluno a destacar questões centrais da
leitura e participar das discussões em sala de aula, aspectos não compreendidos, termos
identificados pela primeira vez etc.

Apesar de nos encontrarmos na era da informática, a ideia essencial continua sendo a mesma,
uma vez que é possível imprimir o fichamento elaborado no computador, com a vantagem
de poder alterá-lo, o que, em tese, ajuda ainda mais o usuário.

Assim, seja em arquivos no seu computador, no celular, em tablets, seja em fichas de papel,
o fichamento é uma ferramenta didática que serve para manter um registro do que foi lido,
evitando muitas vezes que se tenha de voltar ao texto original. Outra grande vantagem é
que se adquire uma compreensão maior do conteúdo do texto, uma vez que para fazer as
anotações é preciso entender o que foi lido.

Existem diferentes tipos de fichamento que atendem a


diversas finalidades, dentre os quais, citamos:

Ficha de citações: são fichas que trazem reproduções fiéis de


frases relevantes extraídas de um texto. As citações devem
ser literais, textuais e vir, portanto, entre aspas, indicando que
as frases são de determinado autor. Deve constar o número
da página de onde foi extraída. A indicação bibliográfica,
nesse caso, é indispensável.

Ficha bibliográfica: consiste em fichar e documentar material


extraído de livros, revistas, artigos e outros trabalhos. As
fichas de documentação bibliográfica podem trazer acima,
à direita, o título ou subtítulo dentro do qual se inserem e, à
esquerda, a indicação bibliográfica completa.

Ficha de conteúdo: é uma síntese das principais ideias


contidas na obra. O aluno elabora com suas próprias palavras
a interpretação do que foi dito.

Fichas de comentários: é a descrição, com comentários dos


tópicos abordados em uma obra inteira ou parte dela.

exemplo ficha
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Ficha de citações

Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (p. 30 – 132). Segundo capítulo.


TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: brasiliense,
1993.

“uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Augusta, defendeu a abolição da escravatura,
ao lado de propostas como educação e a emancipação da mulher e a instauração da República” (p.30)

“na justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres serem absolvidos sob a defesa de honra”
(p. 132)

“a mulher buscou com todas forças sua conquista no mundo totalmente masculino” (p.43)

Fonte: Exemplos adaptados de <http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/professores/Weslei_Roberto_Candido/2011/fichamento.doc>

Ficha bibliográfica

Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (p. 30 – 132). Segundo capítulo.


TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:
brasiliense, 1993.

Fonte: Exemplos adaptados de <http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/professores/Weslei_Roberto_Candido/2011/fichamento.doc

Ficha de conteúdo

Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (p. 30 – 132. Segundo capítulo.

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:
brasiliense, 1993.

O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na própria vivência nos movimentos


feministas, como relato de uma prática.
A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500 –
1822), até os anos de 1975 em que foi considerado o Ano Internacional da Mulher.
A autora trabalha ainda assuntos como mulheres da periferia de São Paulo, a luta por
creches, violência, participação em greves, saúde e sexualidade.

Fonte: Exemplos adaptados de <http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/professores/Weslei_Roberto_Candido/2011/fichamento.doc>

Fichas de comentários

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: brasiliense,
1993.
A obra insere-se no campo da história e da antropologia social. A autora utiliza-se de fontes
secundárias colhidas por meio de livros, revistas e depoimentos. A abordagem é descritiva e analítica.
Aborda os aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir do ano de 1500. A autora
descreve em linhas gerais todo s processo de lutas e conquistas da mulher.

Fonte: Exemplos adaptados de <http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/professores/Weslei_Roberto_Candido/2011/fichamento.doc>

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Para que o fichamento seja eficaz, é preciso que ele seja bem
feito de maneira a despertar rapidamente suas lembranças.
Você deve estar pensando: Por que irei precisar disso no
futuro? Talvez sua própria curiosidade intelectual possa levá-
lo a necessitar deste recurso em um momento que esteja
fazendo a leitura de outra obra que tenha, eventualmente,
conteúdo similar. Pode, igualmente, servir de exemplo para
trabalhos profissionais.

Nesse sentido, é fundamental que o seu fichamento tenha


uma sequência de informações, abrangendo todos os
elementos necessários a uma leitura de qualidade e a uma
referenciação que evite equívoco.

Esperamos que, a partir da sequência e do exemplo


apresentado, você se sinta estimulado a fazer o
fichamento, mas antes, o melhor mesmo é fazer uma
leitura bem atenta da obra!

É importante que seu fichamento contenha:


1. Indicação bibliográfica: nome do autor ou autores, título da obra, título do capítulo (se for
o caso), nome da editora, número da edição, número de páginas, ano da publicação. Tudo
isso você consegue na própria obra, a partir da ficha catalográfica.
2. Resumo – sintetizando a ideia ou ideias principais do autor (registre as que lhe pareçam
as mais importantes. Aqui já se exigirá do aluno um esforço de síntese ao tentar captar tais
ideias
3. Citações – apresentando as transcrições significativas da obra. Importante que essas
citações venham entre aspas e, ao final da reprodução, seja identificada a página de onde
copiou.
4. Comentários – expressando a compreensão crítica do texto: fácil, difícil, o que aprendeu,
o concluiu etc.
5. Ideação – colocando em destaque as novas ideias que surgiram durante a leitura reflexiva
e que podem ser desenvolvidas por você em trabalhos futuros.

Veja como fica essa sequenciação, no exemplo seguinte.

SCARPARO, Monica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e


legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.

Discutindo os diversos aspectos – biomédicos, psicológicos, bioéticos, religiosos e jurídicos


– que constituem questões fundamentais na abordagem das novas práticas conceptivas,
este lançamento da Editora Forense Universitária é obra pioneira no Brasil. Como o próprio
título sugere, a fertilização assistida – termo preferível a artificial – ainda é uma questão
aberta, suscitando debates e polêmicas nos vários países em que é praticada. Devido à
atualidade do tema e ao significado dos valores éticos e morais implicados no processo,
torna-se cada vez mais necessária a normalização jurídica da matéria, o que só se verificará
a partir de uma ampla discussão entre os especialistas e a difusão de esclarecimentos
e informações à opinião pública, debate para a autora pretende contribuir. O assunto
é tão polêmico que a própria autora salienta: “a adequada abordagem dos aspectos
relacionados à fecundação artificial pressupõe um enfoque interdisciplinar que dê cobertura
à multiplicidade das variáveis e que conduza à convergência para um horizonte amplo a ser
abrangido pelo conhecimento jurídico.” (p. 2)

IDEAÇÃO:
Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento de que se faz necessária,
no Brasil como em outras partes do mundo, a criação de leis que venham a dirimir os
possíveis conflitos advindos das novas técnicas de reprodução assistida.

Fonte: exemplo extraído e de: <http://www.silviamota.com.br/metodologiacientifica/fichamento.htm>

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T2 Resumo
Imagine que uma pessoa resolvesse ler tudo o que é publicado em jornais e revistas,
diariamente. Isso seria impossível, não é mesmo? O dia não seria suficiente para tanto.
Mesmo que essa pessoa decidisse ler somente os jornais brasileiros, seria praticamente
impossível ler tudo.

Um bom exemplo dessa dificuldade ocorre quando decidimos pesquisar algo em um site de
busca, o Google, por exemplo. Digitamos uma palavra apenas e temos vasta quantidade de
“links” que se abrem. O mais difícil hoje, portanto, não é encontrar as informações. Somos
bombardeados por informações nos jornais, na televisão, no rádio, na internet. O difícil mesmo
é selecionar essas informações, o que é relevante.

Fazer tal seleção exige de nós uma boa base de conhecimentos, de leitura rápida e de
pensamento crítico que nos permita identificar, em breves palavras, o conteúdo de um
determinado texto. Ou seja, fazemos um resumo do assunto para saber se ele é útil ou não
em determinado momento.

O resumo de um texto é a apresentação concisa do seu conteúdo expondo as ideias do


autor, destacando a ideia central e os pontos de maior relevância. É uma redução do texto
que descreve fielmente as ideias principais do autor.

Existem três tipos de resumo:

O resumo
• Resumo indicativo ou descritivo: nesse tipo de
resumo descrevem-se os principais tópicos do texto
original, e indicam-se sucintamente seus conteúdos.
Um bom exemplo desse tipo são as sinopses de

de um texto é filmes e livros que são publicadas em jornais, revistas,


internet. A sinopse não substitui o filme ou a leitura
do texto original para a compreensão do assunto.

a apresentação • Resumo informativo ou analítico: é o tipo de resumo


que reduz o texto, abolindo-se gráficos, citações,
exemplificações abundantes, mantendo-se, porém,

concisa do as ideias principais. Não são permitidas as opiniões


pessoais do autor do resumo. Ele é muito utilizado
em trabalhos de natureza acadêmica e científica.

seu conteúdo
Através dele o estudante busca um tema específico,
pode analisar se o texto precedido por aquele resumo
pode ou não ser útil para a sua pesquisa, o que, em

expondo
muitos casos, dispensa a leitura do texto original para
o conhecimento do assunto.

• Resumo crítico: consiste na condensação do texto

as ideias do
original, mantendo as ideias fundamentais. Tal
como o resumo informativo, dispensa a leitura do
original para a compreensão do assunto. Esse é,

autor
provavelmente, o tipo de resumo mais solicitado
quando se está fazendo um curso de graduação
ou pós-graduação, pois ele avalia, de forma mais
técnica, a qualidade de um determinado texto.

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Resumo indicativo ou descritivo

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies), de
Peter Jackson, EUA e Nova Zelândia, 2014.
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos traz uma épica conclusão para as aventuras de
Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões. Tendo conseguido
reclamar sua terra natal do Dragão Smaug, a Companhia involuntariamente liberou uma
força mortal no mundo. Enfurecido, Smaug traz uma chuva ardente de ódio obre os homens,
mulheres e crianças indefesas da Cidade-Lago. Obcecado com seu tesouro conquistado,
Thorin sacrifica a amizade e a honra para escondê-lo, enquanto as tentativas frenéticas de
Bilbo em fazê-lo enxergar a razão, levam o Hobbit por uma desesperada e perigosa escolha.
Mas existem perigos ainda maiores pela frente. Escondido de todos, menos de Gandalf, o
grande inimigo Sauron envia legiões de Orcs em um ataque surpresa contra a Montanha
Solitária. Enquanto a escuridão converge em seus conflitos crescentes, a raça dos Anões,
Elfos, e Homens devem decidir – se unir ou serem destruídos. Bilbo encontra-se lutando por
sua vida e pelas vidas de seus amigos, nessa Batalha épica de Cinco Exércitos, enquanto o
futuro da Terra-Média pesa na balança.

Fonte: <http://legiaodosherois.virgula.uol.com.br/2014/revelada-sinopse-de-o-hobbit-batalha-
dos-cinco-exercitos.html>

Resumo informativo ou analítico

RODRIGUES, Susana Dias. A importância do uso de jogos psicomotores no


desenvolvimento da escrita no Primeiro Ciclo de Formação. Monografia apresentada
ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional do Centro
Universitário Augusto Motta- 2008.

RESUMO
Este trabalho aborda a importância da Psicomotricidade no desenvolvimento da escrita. Um
grande número de crianças em nossa sociedade experimenta dificuldades no aprendizado
da escrita. Quando esses distúrbios interferem na integração do indivíduo na sociedade, é
necessário que professores e terapeutas tornem o interesse da criança maior, para que ela
perceba a funcionalidade da escrita em sua vida. Para direcionar o trabalho na escola e uma
conduta terapêutica adequada deve-se procurar educar o movimento ao mesmo tempo em
que desenvolve as funções de inteligência, através de um trabalho psicomotor. Facilitando
a compreensão das possibilidades de representações múltiplas, a identificação das
alternativas de escrita e a estabilização da forma convencional. Revisando a literatura sobre
o assunto, pode-se afirmar que o indivíduo para poder escrever deve ter consciência de
que para a escrita alfabética ortográfica gerar uma informação legível, deve ser organizada
de forma coerente, pois é necessário que as letras se diferenciem entre si e dos demais
signos escritos. Para tanto, várias habilidades psicomotoras devem ser desenvolvidas, já
que a escrita pressupõe uma ação motora que envolve noções temporais e espaciais. Desta
maneira, para promover um ser humano mais equilibrado, se faz necessário um maior
empenho do sistema educacional, a fim de detectar precocemente as dificuldades de escrita
da criança. Para que ela seja beneficiada com um tratamento terapêutico adequado, uma
educação ou reeducação psicomotora.
Palavras-chave: Psicomotricidade, escrita, criança.

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Resumo crítico

LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova fronteira de relações sociais no trabalho.
São Paulo: Escola de Sociologia e Política de São Paulo, 1979.

A autora traça um panorama do trabalho temporário nos dias atuais, nos municípios de São
Paulo, ABC e Rio de Janeiro, relacionando as razões históricas, sociais e econômicas que
levaram ao seu aparecimento e desenvolvimento. Divide-se em duas partes. Na primeira,
geral, tem-se a retrospectiva do trabalho temporário. Partindo do surgimento da produção
industrial, traça um panorama da evolução dos sistemas de trabalho. Dessa maneira são
enfocadas, do ponto de vista sociológico, as relações através dos tempos. Esse quadro
histórico fornece a base para a compreensão dos fatores sociais e econômicos que levaram
à existência do trabalho temporário tal como é conhecido hoje no contexto urbano. A parte
teórica permite também visualizar a realidade socioeconômica do trabalhador temporário,
conduzindo, em sequênciaao lógica, as pesquisas de campo apresentadas na primeira
parte do trabalho. A parte essencial consiste em uma pesquisa realizada em três níveis:
o trabalhador temporário, as agências de mão de obra temporárias e as empresas que a
utilizam. Ao abordar os três elementos atuantes no processo, a pesquisa cerca o problema e
faz um levantamento profundo do mesmo. As técnicas utilizadas para a seleção da amostra
e coleta de dados são rigorosamente corretas do ponto de vista metodológico, o que dá
à confiabilidade. As tabelas apresentadas confirmam ou refutam as hipóteses levantadas,
permitindo que, a cada passo, se acompanhe o raciocínio que leva a conclusão do trabalho.
Esse material permite que se conheça em detalhes e se possa reproduzir o processo de
investigação realizado.

Fonte: <http://resumoscriticos.blogspot.com.br/2013/07/modelo-de-resumo-indicativo.html>

T3 Resenha
Em algumas regiões do país o termo resenha se refere a
“fofocas”, “novidades”, ou algo parecido. Mas no ambiente
acadêmico, a resenha é um texto que apresenta outro texto,
o qual pode ser um livro, um filme, um cd etc.

As resenhas têm papel importante na vida cientifica de


Saiba mAIS qualquer estudante, pois é através delas que tomamos
conhecimento do conteúdo de um determinado livro que
acaba de ser publicado.
Resumo não é resenha! Embora alguns
autores utilizem os dois termos como se
fossem sinônimos, há diferenças entre eles. Conforme já mencionado, Na resenha, além de resumirmos
Na resenha, além de resumirmos o texto, o texto, damos opiniões, tecemos comentários, utilizamos
damos opiniões, tecemos comentários, citações, exemplos, fazemos julgamentos e comparações
utilizamos citações, exemplos, fazemos com outras obras que tratam do mesmo assunto. Isso é o
julgamentos e comparações com outras obras
que a diferencia do resumo.
que tratam do mesmo assunto.

Podemos classificar a resenha em:

• Crítica: quando expõe o valor e o alcance do texto


analisado. Nela, é apresentado um elemento a mais
quanto ao conteúdo, ou seja, o posicionamento crítico. É
evidente que você não irá demonstrar sua opinião apenas
com base no que você acha. Argumente, baseando-se
em teorias de outros autores, fazendo comparações entre
autores que abordam o mesmo assunto.

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• Descritiva ou informativa: quando apenas expõe o


conteúdo do texto. Ela é mais simples do que a resenha
crítica, uma vez que não apresenta nenhum juízo de valor.
Na verdade, nenhum é impossível. Ao selecionamos o
vocabulário e as formas de apresentar as nossas ideias,
já estamos exercendo um juízo de valor. No entanto, na
resenha descritiva e informativa não há essa intenção,
de fazer um posicionamento crítico.

As resenhas têm • Temática: é a mais simples das três. A principal


diferença é que nela fala-se de vários textos que

papel importante
tenham um tema em comum e não de apenas um texto,
como nas anteriores.

na vida científica de
qualquer estudante
Resenha Crítica

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies), de
Peter Jackson, EUA e Nova Zelândia, 2014.

Estranho um filme que termina sem um embate final, assim como esse embate abre outro
filme, deixando uma colcha de retalhos no final do segundo capítulo e no começo do outro
(como se fosse seriado), já que as conclusões são óbvias. O embate entre Bard (Luke
Evans) e Smaug (voz de Benedict Cumberbatch) é empolgante, porém logo é ofuscada pela
batalha iminente entre os cinco exércitos do título da última parte de O Hobbit. Segue-se
a batalha pela Montanha e suas riquezas, mostrando Thorin (Richard Armitage) cego pelo
poder e pela posse da Pedra Arken, que tem o mesmo poder destrutivo da alma e da mente
que o Um Anel. Aliás, se foi dito que seria evitado qualquer comparação com a premiada
trilogia que apresentou a Terra-Média, O Hobbit apresenta a “futura ameaça” que Sauron
proporcionará.
O que problematiza mais toda a trilogia é o fato de O Hobbit ser uma trilogia. Um livro
pequeno, de fácil leitura e despretensioso não soa muito denso numa série de três filmes
de longa duração, afeta a boa adaptação da história e só demonstra muito mais uma busca
mercadológica do produto do que um esmero artístico, como havia em O Senhor dos Anéis
(Perdão, fraquejei!). O problema não é adicionar personagens, mas deixá-los como mera
decoração, ainda que acerte no romance entre o anão Kili (Aidan Turner) e a elfa Tauriel
(Evangeline Lilly), mas que é traçado de forma muito apressada. Peter Jackson traça o
grande embate, mas pouco laço afetivo como fizera no primeiro filme e só retoma em seu
final, aonde ele se refugia na memória da trilogia do Um Anel.
Mas o trabalho de Peter Jackson transcende qualquer defeito. Como assim? Foi uma
construção visual e conceitual da Terra-Média tão bela e rica desde a trilogia de O Senhor
dos Anéis, que a maior carta na manga do cineasta é apelar para o lado mais sentimental
dos fãs tanto dos livros deste universo como dos filmes, e trazer aquele sentimento de
estarmos lá. Momentos mais sutis como Gandalf consolando Bilbo com uma bem humorada
baforada em seu cachimbo, nos aproxima dos personagens, mesmo com o aumento
de falhas na estrutura e na narrativa e o modo melancólico como termina a trilogia de O
Hobbit, levando ao apaixonante início de A Sociedade do Anel, enfocando um velho mapa
tolkieniano, só demonstra um carinho que Peter Jackson carrega que vai além do seu
cansaço no ofício, no som da belíssima The Last Goodbye. Não tem como não carregar
ainda um carinho e uma sensação meio triste, meio alegre... isso se chama saudade?

Fonte: Adaptado de <http://eaicinefilocadevoce.blogspot.com.br/>

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Resenha Descritiva ou informativa

ORLANDI, Eni P. Discurso e Texto: formulação e circulação dos sentidos. 2 ed. Campinas:
Pontes, 2001.

Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos (218 páginas), de Eni Puccinelli
Orlandi, publicado (2001) pela Editora Pontes de Campinas, é uma obra composta de 13
capítulos. Entre eles, ressaltam-se: Análise de discurso e interpretação; A escrita da análise
de discurso; Os efeitos de leitura na relação discurso/texto; O estatuto do texto na história da
reflexão sobre a linguagem; Do sujeito na história e no simbólico; Ponto final: interdiscurso,
incompletude, textualização; Boatos e silêncios: os trajetos dos sentidos, os percursos do
dizer; Divulgação científica e efeito leitor: uma política social urbana; A textualização política
do discurso sobre a terra.
A obra da Prof. ª Eni Puccinelli tem como objeto o discurso e seu funcionamento, área
da qual jamais se afastou, como se pode verificar pelas dezenas de textos que publicou.
Procura, na obra atual, dar resposta às questões “o que é texto?”, “como se textualiza um
discurso político, um discurso jurídico, um discurso científico?”, “como os boatos funcionam
no espaço social e político?” Ocupa-se a autora das diferentes maneiras pelas quais os
sentidos são constituídos, são formulados e circulam.
A autora adota a perspectiva da Análise de Discurso de linha francesa, como o leitor
pode verificar pela bibliografia utilizada, pelos posicionamentos e pelos conceitos de
que se vale para explicar o discurso. A análise de discurso concebe a linguagem como
mediação necessária entre o homem e a realidade natural e social. E é essa mediação,
que é o discurso, que torna possível a permanência e a continuidade, o deslocamento e a
transformação do homem e da realidade em que vive. Entre outros, o leitor vai deparar com
autores citados corno Courtine, Ducrot, Maingueneau, Pêcheux. Considera a autora, antes
de tudo, a Análise de Discurso uma disciplina da interpretação.
Fonte: Adaptado de <http://www.machadosobrinho.com.br/arquivos/material_dos_
professores/RSM_ADSLPO2/Trabalhos/slideresenha.ppt>

Resenha Temática

O que vem a ser o bullying? É um termo utilizado para descrever atos de violência física
ou psicológica, intencional e repetida, praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos
causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Este tema está sendo discutido atualmente pela sociedade, apesar de ser uma situação
já muito existente nas escolas. No artigo Bullying em contexto escolar: uma proposta de
intervenção, Monica Machado procura mostrar de forma detalhada como este fato ocorre e o
que pode acontecer com os que sofrem tais agressões e também o que leva os agressores
a ter estas atitudes. Enfoca também o papel da escola com relação ao assunto e procura
trazer proposta para solucionar a situação. Em suma, o artigo traz uma análise sobre
a violência escolar, como uma elevada importância nos últimos tempos. A identificação
desta problemática apresenta-se como um ponto importante para que as escolas possam
encontrar meios para melhor se defenderem. Considera-se, assim, importante que
todos os seus elementos sejam englobados neste processo de prevenção da violência
escolar, procurando este artigo apresentar algumas sugestões de intervenção a serem
implementadas.
Já no artigo Bullying: comportamento agressivo entre estudantes, Aramis A. Lopes Neto
também foca basicamente os mesmo tópicos já descritos acima, com a diferença de que o
autor, neste caso, procura enfatizar a importância de se identificar desde sedo uma criança
que possa vir a ter uma personalidade mais agressiva para que, assim, seja encaminhada
a um tratamento adequado. Encontramos também dados quantitativos da situação e um
enfoque na responsabilidade da sociedade e do governo junto à questão.
A questão tem todo um contexto para ser avaliada. Uma criança agride muitas vezes por
não ter sido devidamente orientado e monitorado. No berço familiar, é necessário que os
pais procurem estar presentes no cotidiano dos seus filhos, verificando seus atos, posturas e
comportamentos para, assim, identificar o quanto antes se seu filho é um agressor ou vítima
desse ato cruel.
Fonte: Adaptado de <http://rosilanevalentim.blogspot.com.br/2012/03/resenha-tematica-o-
bullying-na-escola.html>

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Lembre-se de que o objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um livro, um filme,
uma peça de teatro ou mesmo um jogo de futebol.

Já vimos, em linhas gerais, que há tipos diferentes de resenha. Contudo, há alguns elementos
básicos comuns a todos eles, a saber:

1. Identificação da obra: você deve colocar os dados bibliográficos essenciais do


texto que você vai resenhar.

2. Apresentação da obra: a ideia é passar para o leitor, em poucas palavras, todo o


conteúdo do texto resenhado.

3. Identificação do autor: traga algumas informações sobre o autor (quem é ele, área
de formação, quantas obras tem publicadas etc.)

4. Descrição da estrutura: comente, se o texto resenhado for um livro, a divisão em


capítulos; no caso de outros gêneros, se há diferentes seções, qual o foco narrativo
ou mesmo, de forma sutil, o número de páginas do texto completo.

5. Descrição do conteúdo: resuma de forma clara, precisa e objetiva, o enredo,


ou seja, o conteúdo do texto original. Não há necessidade de muitos detalhes,
destaque apenas os pontos mais relevantes.

6. Críticas à obra: o resenhador emite o seu julgamento, avaliando os aspectos


positivos e os aspectos negativos (falhas, incoerências, limitações do texto etc.).
Procure não se basear em uma mera opinião, analise, de forma bem clara, o
texto resenhado.

objeto
7. Recomendação da obra: com base na apresentação geral da obra, feita até
agora, recomende-a. Utilize critérios sociais ou pedagógicos, baseie-se na
idade, na escolaridade, na renda etc., enfim, descreva para quem o texto

resenhado
resenhado pode ser útil.

Por serem infinitas as propriedades e as circunstâncias


que envolvem o objeto descrito, as resenhas nunca

pode ser serão completas. Imagine duas resenhas distintas


sobre um mesmo objeto, a atuação de jogadores em um
campeonato de futebol, por exemplo. Uma resenha é

de qualquer voltada para a coluna esportiva de um jornal; outra, para


um departamento médico.

natureza
Na primeira, o resenhador vai descrever sobre a atuação
dos jogadores durante o campeonato (quantos gols foram
marcados, cartões recebidos, expulsões etc.). Esses dados,
para um departamento médico, não são pertinentes. A
resenha para esse público estaria mais voltada, por exemplo,
para o condicionamento físico dos jogadores durante o

aprofundando campeonato. Nesse sentido, a importância do que se vai ser


descrito em uma resenha dependerá da finalidade a que ela
se presta, do ponto de vista do resenhador.
Apesar de ser um texto opinativo, evite o uso
da primeira pessoa do singular: eu acredito, eu
percebo, eu observo etc. Substitua pela primeira
pessoa do plural: acreditamos, percebemos
observamos etc.

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T4 Relatório
Quantas vezes, durante a sua vida escolar, você foi incumbido de entregar um relatório sobre
um filme, sobre uma determinada aula, e até mesmo sobre aquele inesquecível passeio
proporcionado pelo colégio?

Como podemos observar, o relatório é um texto comumente conhecido. Ele serve para
informar a quem não estava presente como tudo ocorreu. Quando bem detalhado, ele ilustra
com fidelidade como tudo aconteceu.

Como o próprio nome indica, relatório é um documento que relata formalmente os resultados
ou progressos obtidos na pesquisa sobre determinado tópico, ou que descreve a situação
de uma questão técnica ou científica que está sendo estudada. Ele é uma forma de redação
técnica que descreve o trabalho que foi realizado.

Existem inúmeros tipos de relatórios, dependendo da situação: relatório de gestão, relatório de


inquérito, relatório de rotina, relatório científico, relatório de estágio etc. Portanto, não existe
há um modelo único de relatório, já que você pode relatar pesquisas, trabalhos acadêmicos
ou estudos de naturezas diversas, o que implica a presença e ordenação de elementos
diferentes em cada caso.

Trouxemos três modelos de relatórios mais comumente utilizados no meio acadêmico:

• Relatório técnico-científico: elaborado por pesquisadores, em função


de atividades acadêmicas ou para divulgação em revistas científicas.
<http://bsjoi.ufsc.br/files/2010/09/Modelo_de_relatorio_tecnico-cientifico.pdf>

• Relatório de pesquisa: elaborado por profissional técnico ou científico, ao final


de uma pesquisa (seja ela bibliográfica, de laboratório, campo, gabinete etc.).
<http://fcfrp.usp.br/pg/pcf/wp-content/uploads/2012/07/Formulario_Relatorio_-
Pesquisa.doc>

• Relatório de estágio supervisionado: demonstra o desenvolvimento


do estágio em uma determinada empresa ou instituição.
<http://www.zumbidospalmares.edu.br/pdf/modelo-relatorio-estagio-
supervisionado-2014.pdf>

Normalmente, em um relatório, usamos várias sequências textuais, mas, principalmente: a


descrição (de objetos, de procedimentos, de fenômenos), a narração (de fatos ou ocorrências)
e a dissertação (explanação didática, argumentação). É evidente que a redação deve ser
clara, coerente e pautar-se pelo uso da norma culta escrita.

Conclusão
Existem diferentes recursos de como organizar e documentar nossas leituras. Fichamento é
uma ferramenta didática que serve para manter um registro do que foi lido, evitando muitas
vezes que se tenha de voltar ao texto original. Resumo é uma redução do texto que descreve
fielmente as ideias principais do autor. Resenha é um texto que apresenta outro texto, o qual
pode ser um livro, um filme, um cd etc. Relatório é um documento que relata formalmente os
resultados ou progressos obtidos na pesquisa sobre determinado tópico, ou que descreve a
situação de uma questão técnica ou científica que está sendo estudada.

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Recursos de Aprendizagem Metodologia do Trabalho Acadêmico | UNISUAM

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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