Você está na página 1de 14

INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

MANICA
Ensino Superior à Distância

Curso Gestão Aduaneiro Logística e Comércio Internacional


Cadeira: Métodos de Estudos – 1º Ano-2024

Tema: Elaboração de fichas de estudo e de blocos de sínteses

Discente: Cremildo Manuel Comé

Docente: Vicente Jovima

Inhambane, Março de 2024

1
Índice
Capítulo I.....................................................................................................................................3
Fichas de estudo e de blocos de sínteses......................................................................................3
Introdução....................................................................................................................................4
Objectivos....................................................................................................................................5
Capitulo II....................................................................................................................................6
Ficha de leitura.............................................................................................................................6
Definição..................................................................................................................................6
Principais funções das fichas de leitura....................................................................................6
Etapas da elaboração da ficha de leitura..................................................................................6
Principais tipos de fichas de leitura..........................................................................................7
Estrutura de uma ficha de leitura.............................................................................................8
Bloco de síntese...........................................................................................................................9
Importância de bloco de síntese..............................................................................................9
Estrutura da síntese.................................................................................................................9
Características da síntese.......................................................................................................10
Processo de elaboração de bloco de síntese..........................................................................11
Percurso de elaboração da síntese.........................................................................................12
Redacção da síntese...............................................................................................................12
Aspectos a evitar....................................................................................................................12
Capitulo III.................................................................................................................................13
Conclusão...................................................................................................................................13
Referencias Bibliográficas.........................................................................................................14

2
Capítulo I

Fichas de estudo e de blocos de sínteses

Dada a importância da leitura para a aquisição de conhecimentos em qualquer área


científica e principalmente para o desenvolvimento da cognição humana, procurou-se
desenvolver este tema para perceber e dar a conhecer a importância, e desenvolvimento
da escrita, do raciocínio, da capacidade argumentativa e comunicativa, do senso crítico,
entre outros, através da elaboração de ficha de leitura e de bloco de síntese.
Elaborar uma ficha de leitura ou bloco de síntese, permite transcrever de forma
resumida e clara e aumenta a nossa capacidade de interpretação.
Quantas mais palavras conhecermos mais fácil será expressarmo-nos. Porém, há uma
problemática que ressurge de tudo isto que é a fragilidade de estudantes em recorrer à
elaboração das fichas de leitura e de síntese para registar e compreender as matérias
escolares. É exatamente sobre este cenário que, abriu horizontes para a elaboração do
presente trabalho de pesquisa, no quadro das aulas da cadeira de Métodos de Estudos.

Palavras-chave: Ficha de leitura, Bloco de síntese.

3
Introdução
O presente trabalho de pesquisa, aborda sobre elaboração de fichas de estudo e de
blocos de sínteses, no quadro de exercícios práticos da disciplina de Métodos de
Estudos.
A sua concepção move-se pelo facto de existir lacunas por parte de estudantes em
recorrer à elaboração das fichas de leitura e de síntese para registar e compreender as
matérias escolares.
Portanto, entende-se que o presente trabalho vai abrir espaço para aprender e consolidar
matérias sobre a elaboração de ficha de leitura e de bloco de síntese.
Divide-se em três capítulos nomeadamente, elementos textuais, desenvolvimento e
conclusão.

4
Objectivos

1. Objectivo Geral
(i) Discutir e desenvolver matérias sobre a elaboração de ficha de estudo e de bloco
de síntese.

1.1. Objectivos Específicos


(ii) Descrever as etapas de a elaboração de ficha de estudo e de bloco de síntese.

5
Capitulo II

Ficha de leitura

Definição

A ficha de leitura é um resumo das ideias de um autor contidas num livro ou num
artigo, tendo como objectivo compilar e sistematizar as informações essenciais.
A ficha de leitura, segundo atestam, Quivy e Campenhoudt, (1992); é efeito mais lúcido
das informações extraídas num determinado livro ou artigo, resultante pela leitura
sucessiva.
A ficha de leitura não é um fim em si mesmo, mas um meio para se conseguir relembrar
ou retomar as principais conclusões de um texto sem o tornar a ler.
É um instrumento de trabalho do seu autor e dirige-se exclusivamente a um único
público, ele próprio.

Principais funções das fichas de leitura (Jorge, 2014)

 Permitir o registo da referência bibliográfica completa, para uso posterior na redacção


do relatório final.
 Referenciar elementos do texto, de forma que, posteriormente, e sempre que necessário,
seja possível, de um modo fácil e rápido, localizar essa informação.
 Registar a informação de modo que esta possa ser facilmente localizada quando
necessitarmos dela através de temas ou palavras-chave, por exemplo.
 Sintetizar o trabalho, de modo a podermos utilizar essa informação na redacção do
nosso texto.

Etapas da elaboração da ficha de leitura

Toda a pesquisa envolve uma consulta de materiais bibliográficos, documentos e outras


fontes escritas. Diante de tantas informações, é necessário organizá-las para facilitar a
sua utilização no momento da redacção do texto. A produção de ficha de leitura, começa
por leitura que permite a interpretação e registo de essências, (FERNÃO, 2010).

6
No processo de elaboração da ficha de leitura, anotamos as referências bibliográficas
das obras consultadas, registamos, resumidamente, as principais ideias do autor e
transcrevemos citações-chave.
Também servem para anotar as nossas observações pessoais, opiniões e ideias que
decorrem da leitura do material pesquisado.
A elaboração de ficha de leitura deve ocorrer em etapas que se relacionam às técnicas
de leitura e técnicas de redacção:
1. Ler ininterruptamente o texto e sem anotações, permitindo-se, assim, o primeiro
contacto com alguns aspectos da obra como: tema tratado, seus aspectos
estruturais e estilo do autor e ao mesmo tempo resolver dúvidas ou incertezas
relativas ao vocabulário empregue e aos conceitos introduzidos no texto;
2. Em seguida, faz-se uma leitura mais cuidadosa, selecionando as ideias a serem
destacas, isto é, sublinhando ou anotando os elementos linguísticos essenciais,
procurando compreender o que o autor pretende dizer em cada parágrafo;
3. Contrair o texto lido;
4. Elaborar uma ficha de leitura.

Principais tipos de fichas de leitura (Rodrigues, 2018).

 Ficha bibliográfica – segundo consiste numa pequena cartolina, contendo os elementos


identificadores de documentos, entre os quais se encontram: apelido do autor, nome do
autor, título da obra, subtítulo, local onde foi editada a obra, nome da editora, colecção,
ano da edição, número da edição, número do volume, indicação do número de páginas.
 Ficha Citação – é elaborada com a transcrição textual de trechos da obra, inclusive os
erros, que devem ser seguidos pelo termo sic, colocado entre parênteses rectos, e
reproduz frases consideradas relevantes num trabalho. As frases citadas são colocadas
entre aspas, referindo a página; para indicar a supressão de palavras, recorre-se também
a parênteses rectos.
 Ficha resumo ou conteúdo – é uma sinopse das principais ideias do autor.
 Ficha comentário ou analítica – contém a interpretação das ideias do autor, o valor
critico-reflexivo do leitor. Pode incidir sobre o conteúdo, a forma, a clareza ou a
obscuridade do texto, uma perspectiva comparativa com outros textos e/ou a
importância da obra.

7
Estrutura de uma ficha de leitura

1.1. Título
1.2. Autor(a)
1.3. Editora/fonte
1.4. Data do texto/edição
2. Contextualização do Autor
2.1. Alguns dados biográficos
2.2. Outras Obras do(a) Autor(a)
3. Conteúdo do texto
3.1. Género Literário
3.2. Assunto
3.3. Citações favoritas
3.4. Em algumas linhas registar os pontos mais relevantes para sua vida, sua visão de
mundo e seu ofício.
Pormenores a considerar ao longo da elaboração da ficha de leitura, segundo defendem
alguns autores são os seguintes:

 Identificação do autor da ficha.


 Indicações sobre o tema da ficha.
 Cabeçalho com as referências bibliográficas.
 Informações sobre o autor.
 Corpo ou texto com o resumo das ideias do autor, ou citações literais dos trechos que
serão utilizados na redacção final.
 Comentários pessoais
 Identificação do local acervo ou biblioteca em que a obra consultada pode ser
encontrada.

8
Bloco de síntese
Síntese é um substantivo feminino proveniente da palavra que indicava uma
composição ou arranjo. Uma síntese pode ser um resumo, sumário, sinopse, ou seja,
uma descrição abreviada de um texto.
Segundo atesta (Custódio,1985), bloco de síntese, refere-se a uma descrição feita de
forma abreviada de um texto. Nela, são apresentadas as principais características e as
partes mais importantes do texto original.
Fazer a síntese de um texto significa reproduzir, em poucas palavras, o que o autor disse
de forma ampla e mais cheia de detalhes no texto original. O objectivo é captar a ideia
central do texto, deixando de lado as secundárias, para apresentar ao leitor somente o
essencial.

Conceito
Segundo Rodrigues (2018), a síntese é “um género de texto elaborado, de dimensão
reduzida, mas redigida de forma simples, clara e consistente

Importância de bloco de síntese

A síntese é um género textual cujo domínio se revela fundamental para o desempenho


de tarefas socioprofissionais e académicas. A sua apropriação não é feita de forma
espontânea, mas decorre essencialmente da aprendizagem formal, em contexto escolar e
profissional. No entanto, embora sejam evidentes as vantagens pedagógicas de se
trabalharem ambos os géneros em sala de aula, a síntese tende a ser um género relegado
para segundo plano, (Rodrigues 2018).

Estrutura da síntese

9
A estrutura duma síntese é tripartida: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Entretanto, o seu ordenamento não segue estritamente esta sequência, ou seja, admite-se
que uma síntese comece pela sua conclusão, desde que não sejam postas em causa as
principais ideias do texto.

Características da síntese

Para caracterizar a síntese, Brassart (1993) confronta os traços específicos deste género
com os traços específicos de um outro género recorrente no ensino do francês – o
resumo. Apresentam-se, na Tabela 1, as características específicas dos dois géneros, de
acordo com este autor.
Há alguma colisão de pensamentos em relação a síntese e resumo, o quadro a seguir,
mostra a diferencia entre os dois géneros textuais.

Características do Resumo e da Síntese (Brassart, 1993)

Este ponto de vista encontra paralelo com as perspetivas assumidas por autores como
Mateos e Solé (2009), ao considerarem que a produção de uma síntese a partir de vários
10
textos é um processo mais complexo do que a produção de um resumo: se, no resumo, é
possível manter a estrutura do texto original, na síntese torna-se necessário conceber
uma nova estrutura, o que obriga a uma transformação mais profunda e ampla da
informação de partida. Um posicionamento teórico-metodológico semelhante é
assumido por Rodrigues (2018), ao referir que designamos por “resumo” e “síntese a
partir de várias fontes” em contexto académico são atividades de “leitura-para-a-
escrita”; contudo, diferem na medida em que, no resumo, a tarefa é mais simples, visto
que basta recorrer à ordem sequencial das ideias de um único texto-fonte para
eliminação da informação redundante e supérflua para assim construir um texto com o
essencial da informação. Já na síntese a partir de várias fontes, é necessário construir
uma sequência lógica a partir de vários textos, criando, por assim dizer, uma
“macroproposição” das várias proposições existentes em cada texto-fonte, que resultará
numa sequência inédita, a qual poderá obedecer ou não à estrutura organizacional dos
textos-fonte.

Processo de elaboração de bloco de síntese

Para Mateos e Solé (2009), a elaboração da síntese, passam pela articulação de três tipos
de actividades a saber:
Observação análise de textos autênticos;
Produção textual regulada pelas características do género e;
Reflexão metalinguística feita a partir da observação de textos.
Segundo o autor em referência, para obter um texto coerente, é necessário que se faça a
leitura completa da obra original.
Somente a partir dessa compreensão básica que a primeira leitura oferece, será possível
entender o que ele traz de maior relevância para ser destacado na sua escrita
Resumidamente, a aprendizagem a memorização, a introdução, o desenvolvimento a
conclusão e revisão, são elementos a levar em consideração ao elaborar um bloco de
síntese, segundo as evidencias a seguir:

 Uma maneira bem eficiente de memorização e aprendizagem dos mais diversos


assuntos, é com a prática. Tanto na faculdade, como na escola, ela contribui na
melhor fixação dos assuntos, melhorando o rendimento de quem a utiliza como
método de estudo.
11
 Para que a síntese seja clara e objectiva, é necessário que não existam dúvidas
sobre o tema do texto. Só com todas as dúvidas sanadas é possível destacar os
seus pontos mais relevantes. Caso ajude, ainda se pode sublinhar os termos e
frases que tem maior destaque ao longo do texto.
 Assim como na produção de textos gerais, o texto deve ter introdução, onde será
identificado o assunto abordado, o desenvolvimento, que mostrará os pontos
mais importantes do texto, e a conclusão, fechando o assunto. É importante fazer
de forma coerente os destaques do texto, pensando em quem vai ler somente a
síntese, possibilitando que a leitura faça mesmo um apanhado geral da obra.
 A revisão do texto. Quando concluído, é importante ler tudo novamente,
prestando atenção na sua ortografia e nos seus elementos básicos.

Percurso de elaboração da síntese


Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam na compreensão do texto,
na elaboração de um plano ou no reagrupamento das ideias e na redacção.
I. Compreensão do texto
Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo. Implica destacar as palavras-
chave, ideias-chave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas.
II. Plano ou reagrupamento de Ideias
Engloba os seguintes pontos:
1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema tratado, o nome do autor e eventualmente a
tese”;
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao tema; noutros casos, historia o
problema”;
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo até às suas origens”;
4. Efeitos – “reúne as consequências”;
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas pelos autores para alterar os efeitos ou
resolver os problemas”;
6. Conclusão – “apresenta as considerações finais do texto.”

Redacção da síntese
É a conexão das partes soltam resultantes da desconfigurarão do texto original. O texto
dele resultante deve:
1. Apresentar no estilo indirecto as posições de cada autor;

12
2. Respeitar o pensamento de cada autor;
3. Ser conciso, claro e preciso;
4. Ter em atenção a construção frásica.

Aspectos a evitar
1. Não se deve utilizar frases e expressões inteiras do texto original;
2. Não se deve fazer comentários ao texto.

Capitulo III

Conclusão

A proximidade de abordagens entre a definição de ficha de leitura e bloco de síntese,


pode levantar dúvidas de semelhança. É verdade que esses dois tipos de textos contém
um propósito igual, de produzir outro texto sintetizado a partir de uma fonte.
Embora sejam muito parecidos, são diferentes no que se refere as dimensões do texto,
ou seja, ficha de leitura, é elaborada de forma objectiva, sem influenciar a alteração do
conteúdo através de conclusões pessoais, enquanto, a ficha de síntese, é subjectiva tem
escopo individual, em que o leitor ou o redactor, faz suas observações que o permitam
entender melhor o texto.
O modo como a síntese é definida caracterizada nos vários manuais permite-nos ainda
concluir que os responsáveis pela produção dos manuais, autores, coordenadores
editoriais, revisores linguísticos, consultores científicos, membros de equipas de
certificação não têm interiorizadas representações estáveis deste género de texto,
limitando-se a ir ao encontro do programa de forma acrítica e a parafrasear a informação
nele prescrita.

13
Referencias Bibliográficas

A.Miranda, Programa de Estudos Medievais da UFRJ. ------Editora Inspire. Brasil, 2011.


Brassart, D. G. (1993). Remarques sur un exercice de lecture-écriture: La note de synthèse ou
synthèse de documents. Pratiques, 79, 95-113. Disponível em https://
www.persee.fr/doc/prati_0338-2389_1993_ num_79_1_1697
Coutinho, M. A., & Jorge, N. (Coord.). (2019). Ensinar géneros de texto: Conteúdos,
estratégias e materiais. Disponível em https://run.unl.pt/handle/10362/87721
Custódio, J. A. (1985). Didática Magna: Tratado da arte universal de ensinar tudo a
todos. Lisboa, Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian.
Quivy, Raymond e Campenhoudt, Luc Van – Manual de investigação em ciências
sociais; Lisboa, Gradiva, 1992.
Jorge, N. (2014). O género memórias. Análise linguística e perspetiva didática (Tese de
doutoramento, Universidade Nova de Lisboa). Disponível em https://run.unl.pt/
handle/10362/12524
FERNÃO, Isabel Arnaldo; MANJATE, Nélio José. Português 12ª Classe – Pré-
universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.
Mateos, M., & Solé, I. (2009). Synthesising information from various texts: A study of
procedures and products at different educational levels. European Journal of Psychology
of Education, 24(4), 435-451.
Rodrigues, L. (2018). Escrita académica: Sintetizar e parafrasear a partir de várias
fontes. Coimbra, Portugal: CINEP/IPC. Disponível em https://www.cinep.ipc.
pt/attachments/article/92/Escrita%20 Acad%C3%A9mica.pdf

14

Você também pode gostar