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Decorreu, do dia 20 de Abril de 2023, das 09:30 as 13h, na Igreja Assembleia de Deus-
Chocotiva o primeiro encontro distrital para implementacao das actividades dos direitos
humanos, com objectivo de: fazer a apresentacao e discussão das barreiras que o modulo de
Direitos Humanos tem enfrentado na comunidade e a nível da Unidade Sanitaria, com enfoque
no grupo alvo que sao as PVHIV e Pessoas Afectadas e Infectadas Pela Tuberculose.
A começar a senhora Milagrosa Vilanculo, Ponto Focal Distrital da Resposta Multissectorial, fez
apresentação do programa, dos participantes e dos objectivos do encontro, de seguida convidou a
Senhora Marta Sitoe- Paralegal do CCS, para falar da Lei 19/2014 de 27 de Agosto e dos
Direitos e Deveres das Pessoas Afectadas e Infectadas pela TB.
Durante a apresentação, a paralegal focou-se mais nos casos de VDH e barreiras que tem vindo a
registar a nivel da comunidade e unidade sanitaria. Citou a importância do direito ao acesso aos
cuidados de saúde, porque foram registados casos de alguns membros da Ametramo, recusarem
que os seus formandos fossem a unidade sanitaria no dia marcado para levantamento das ARVs,
os mesmos membros também dificultavam o acesso a alimentação por parte desses formandos,
isso acabou contribuindo negativamente na saúde dos pacientes. Falou sobre a necessidade dos
lideres conversarem com a comunidade para evitar a discriminação que os PVHIV e Pacientes
com TB enfrentam a nivel da comunidade e família, sendo que assim infelizmente contribui para
fraca adesão destes a unidade sanitaria e consequentemente o virus pode alastrar-se. Foi falado
sobre o patronato que não deixa os seus colaboradores irem a US no dia da consulta, ameaçando
cortar o salário e atribuir-lhe falta. Sem deixar de lado as Pessoas em tratamento de Tuberculose,
que nos primeiros 2 meses de tratamento, o patronato mesmo recebendo o atestado médico que
comprova que o funcionário terá que ficar em casa por motivos de doença, ele não processa o
pagamento do salário conforme manda a lei.
Posto isso, o Técnico Juridico do CCS aproveitou a deixa para explicar como é processado o
pagamento as pessoas que estão de licença de 2 meses por causa da doença, tendo esclarecido
que durante esse tempo o INSS tem a responsabilidade de efectuar o pagamento, atendendo e
considerando o tempo em que o paciente é contribuinte da Instituição (INSS). Por fim ele apelou
que os pacientes devem prestar mais atenção nas suas contas como contribuintes, porque por
vezes sofrem o corte do valor por parte da entidade empregadora, mas o valor não é canalizado
na conta do beneficiario, ou seja, não chega ao INSS.
Finda a apresentação a primeira apresenatação, foi convidado o Senhor Joaquim Bambo, Técnico
de Psiquiatria e Ponto focal do APSS, para apresentar o tema ligado a adesão e retenção ao
TARV, na sua explanação falou dos beneficios da boa adesão aos cuidados e tratamentos, que
são: melhora o estado de saúde, diminui a probabilidade de infectar outras pessoas durante as
relações sexuais e reduz a transmissão do HIV da MG/ML para o seu bebé (PTV). Todavia não
deixou de lado a questão dos factores que possam influenciar negativemente para a boa adesão,
tendo exemplo dos pacientes que enfretam dificuldades para a revelação diagnostica ao seu
parceiro/a, por temerem que o seu/sua parceiro/a rumpa com a relação, pacientes que enfretam
dificuldades na negociação do uso do preservativo, pois é importante lembrar que todo o
paciente em TARV, deve usar preservativo em todas relações sexuais de modo a evitar novas
reinfecções pelo HIV. A nível da sociedade infelizmente ainda são notórias situações de estigma
e discriminação as PVHIV, situações que os pastores, curandeiros fazem acreditar que curam o
HIV, basta simplesmente orar ou tomar algumas raizes que a pessoa sente-se curada e também
situações em que a própria Unidade Sanitária não prioriza o atendimento atempado dos
pacientes, não oferece condições que garantam a privacidade e confidencialidade e bem como
oferecer boa qualidade dos Serviços. Porém são esses e outros vários factores que concorrem
para que haja maior número de pacientes faltosos e abandonos nas nossas Unidades Sanitarias.
Para terminar, foi convidada a senhora Vitória Lourenço, chefe do Gabinete a Atendimento a
Familia e Menor Vitima de Violencia, para falar sobre o tema ligado a cópula com transmissão
de doença, sendo este um crime público, punido em termo da lei, quando constatado que a
transmissão da doenca por parte de um dos parceiros foi de forma propositada, porém para que
seja instruido um processo criminal, é preciso que hajam denúncias, de modo que o individuo
seja responsabilizado.
Sem mais nada a tratar deu-se por encerrada o encontro, quando eram 13h.