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Sintese do encontro distrital para implementação das actividades dos direitos humanos

Decorreu, do dia 20 de Abril de 2023, das 09:30 as 13h, na Igreja Assembleia de Deus-
Chocotiva o primeiro encontro distrital para implementacao das actividades dos direitos
humanos, com objectivo de: fazer a apresentacao e discussão das barreiras que o modulo de
Direitos Humanos tem enfrentado na comunidade e a nível da Unidade Sanitaria, com enfoque
no grupo alvo que sao as PVHIV e Pessoas Afectadas e Infectadas Pela Tuberculose.

Fizeram parte do encontro, os lideres comunitários, religiosos, representantes do Ametramo,


ponto focal Distrital da Resposta Multissectorial ao HIV̸SIDA, pontos focais sectoriais da
Resposta ao HIV̸SIDA, Envolvimento Comunitário, HIV̸SIDA, Tuberculose, APSS,
representante da Acção Social, Chefe do Gabinete do Atendimento a Familia, Menor Vítima de
Violência, paralegal do CCS, Supervisora Distrital do CCS, Técnico Juridico do CCS, Oficial do
programa do NADEC, representante da Directora do Centro de Saúde de Magude Sede.

Foram pontos da agenda:

 Apresentação do objectivo do encontro;


 Apresentação do tema direitos e deveres das pessoas afectadas e infectadas pela TB;
 Reflexão sobre os direitos humanos para o acesso aos cuidados de saúde em relação a
retenção de pacientes HIV e TB (Apresentação de algumas barreiras levantadas durante
do 1° trimester de 2023);
 Apresentação do tema adesão e retenção ao TARV;
 Apresentação do tema violência Baseada no Gênero e Mecanismos de Denúncia.

A começar a senhora Milagrosa Vilanculo, Ponto Focal Distrital da Resposta Multissectorial, fez
apresentação do programa, dos participantes e dos objectivos do encontro, de seguida convidou a
Senhora Marta Sitoe- Paralegal do CCS, para falar da Lei 19/2014 de 27 de Agosto e dos
Direitos e Deveres das Pessoas Afectadas e Infectadas pela TB.

Durante a apresentação, a paralegal focou-se mais nos casos de VDH e barreiras que tem vindo a
registar a nivel da comunidade e unidade sanitaria. Citou a importância do direito ao acesso aos
cuidados de saúde, porque foram registados casos de alguns membros da Ametramo, recusarem
que os seus formandos fossem a unidade sanitaria no dia marcado para levantamento das ARVs,
os mesmos membros também dificultavam o acesso a alimentação por parte desses formandos,
isso acabou contribuindo negativamente na saúde dos pacientes. Falou sobre a necessidade dos
lideres conversarem com a comunidade para evitar a discriminação que os PVHIV e Pacientes
com TB enfrentam a nivel da comunidade e família, sendo que assim infelizmente contribui para
fraca adesão destes a unidade sanitaria e consequentemente o virus pode alastrar-se. Foi falado
sobre o patronato que não deixa os seus colaboradores irem a US no dia da consulta, ameaçando
cortar o salário e atribuir-lhe falta. Sem deixar de lado as Pessoas em tratamento de Tuberculose,
que nos primeiros 2 meses de tratamento, o patronato mesmo recebendo o atestado médico que
comprova que o funcionário terá que ficar em casa por motivos de doença, ele não processa o
pagamento do salário conforme manda a lei.

Posto isso, o Técnico Juridico do CCS aproveitou a deixa para explicar como é processado o
pagamento as pessoas que estão de licença de 2 meses por causa da doença, tendo esclarecido
que durante esse tempo o INSS tem a responsabilidade de efectuar o pagamento, atendendo e
considerando o tempo em que o paciente é contribuinte da Instituição (INSS). Por fim ele apelou
que os pacientes devem prestar mais atenção nas suas contas como contribuintes, porque por
vezes sofrem o corte do valor por parte da entidade empregadora, mas o valor não é canalizado
na conta do beneficiario, ou seja, não chega ao INSS.

Finda a apresentação a primeira apresenatação, foi convidado o Senhor Joaquim Bambo, Técnico
de Psiquiatria e Ponto focal do APSS, para apresentar o tema ligado a adesão e retenção ao
TARV, na sua explanação falou dos beneficios da boa adesão aos cuidados e tratamentos, que
são: melhora o estado de saúde, diminui a probabilidade de infectar outras pessoas durante as
relações sexuais e reduz a transmissão do HIV da MG/ML para o seu bebé (PTV). Todavia não
deixou de lado a questão dos factores que possam influenciar negativemente para a boa adesão,
tendo exemplo dos pacientes que enfretam dificuldades para a revelação diagnostica ao seu
parceiro/a, por temerem que o seu/sua parceiro/a rumpa com a relação, pacientes que enfretam
dificuldades na negociação do uso do preservativo, pois é importante lembrar que todo o
paciente em TARV, deve usar preservativo em todas relações sexuais de modo a evitar novas
reinfecções pelo HIV. A nível da sociedade infelizmente ainda são notórias situações de estigma
e discriminação as PVHIV, situações que os pastores, curandeiros fazem acreditar que curam o
HIV, basta simplesmente orar ou tomar algumas raizes que a pessoa sente-se curada e também
situações em que a própria Unidade Sanitária não prioriza o atendimento atempado dos
pacientes, não oferece condições que garantam a privacidade e confidencialidade e bem como
oferecer boa qualidade dos Serviços. Porém são esses e outros vários factores que concorrem
para que haja maior número de pacientes faltosos e abandonos nas nossas Unidades Sanitarias.

Para terminar, foi convidada a senhora Vitória Lourenço, chefe do Gabinete a Atendimento a
Familia e Menor Vitima de Violencia, para falar sobre o tema ligado a cópula com transmissão
de doença, sendo este um crime público, punido em termo da lei, quando constatado que a
transmissão da doenca por parte de um dos parceiros foi de forma propositada, porém para que
seja instruido um processo criminal, é preciso que hajam denúncias, de modo que o individuo
seja responsabilizado.

Sem mais nada a tratar deu-se por encerrada o encontro, quando eram 13h.

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