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1. REGIMES POLITICOS
Um regime político é a forma que o poder político assume em cada Estado, pelo que
se relaciona, intimamente, com a constituiçã o, organizaçã o e distribuiçã o do poder,
fins e meios do poder, direitos fundamentais e organizaçã o econó mica e social. Neste
sentido os regimes podem ser:
i. Democrá ticos
ii. Nã o democrá ticos
a. Autoritários
b. Totalitários
Atualmente, mesmo dado o aumento do nú mero de estados democrá ticos nos
ú ltimos anos, o nú mero de estado nã o democrá ticos e parcialmente democrá ticos
continua a sobrepor-se, em grande medida, aos estados democrá ticos. Para além
disso, os estados nã o democrá ticos, possuem uma enorme variedade de
características e estilos, em funçã o dos seus lideres, pelo que é mais difícil o seu
enquadramento conceptual.
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c. O objetivo é estender a influencia do poder político a todas as
esferas políticas e privadas com base na ideologia.
iv. Mobilizaçã o
a. Estes regimes advogam que deve existir uma revolução constante
(mobilização permanente), vinda “de cima”, ou seja, de quem
detém o poder, destinada a mudar a sociedade e a formar um
Homem novo;
b. Todo o tempo livre dos cidadãos deve ser empregue na vida
política, extinguindo as fronteiras entre o público e o privado.
v. Liderança
a. Dado que o partido é único, este é quem detém e exerce o poder
político;
b. O poder é exercido sem limites e arbitrariamente pelo líder,
podendo recorrer ao terror físico (inicialmente) e psicológico
(depois da ideologia esta interioriza: hipnotismo político);
vi. Outras características
a. Existência da polícia secreta do governo;
b. Monopólio estatal dos meios de comunicação;
c. Controlo centralizado de todas as organizações sociais e culturais;
d. Subordinação total das forças armadas;
e. Arte propagandista e monumental dirigida às grandes massas.
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Pluralismo Limitado (poucas sã o as Inexistente (apenas o Ilimitado, concorrencial e responsá ve
organizaçõ es estã o Partido que exerce (mú ltiplos partidos e associaçõ es civ
autorizadas a exercer poder pode ter uma quem detém o poder tem
poder político) organizaçã o ou responsabilidade sobre os eleitores.)
participar no poder
político)
Mentalidade Mentalidades flexíveis; Ideologia rígida, Mentalidades e Ideologias tolerantes
e Ideologias -Deus, pá tria, família fechada e fundadas em direitos: compromissos
-Institucionalismo inquestioná vel, consensos, aceitaçã o da concorrência
-Hierarquias praticada através do Nã o existem autoridades ou
terror hierarquias impostas;
Liberdade, igualdade e solidariedade
Diversidade Pouca tolerâ ncia: a Nenhuma tolerâ ncia Respeito (há tolerâ ncia)
diferença deve ser
dissipada
Conflitos e Nã o há lugar para o diálogo, a negociaçã o e o O conflito é normal, integra-se nas
compromisso compromisso. prá ticas quotidianas;
Os conflitos resolvem-se pelo diá logo
Rejeita-se e desmotiva-se qualquer participaçã o, a pelo compromisso;
nã o ser a mobilizaçã o dos que aplaudem o regime. Flexibilidade;
Incentiva-se a participaçã o dos
cidadã os na vida publica.
6. A DEMOCRACIA
A primeira democracia surgiu na Grécia Antiga, no tempo de Péricles, em oposiçã o
a tirania, e era muito diferente da atual e muito limitada, pois admitia apenas as
liberdades políticas dos cidadãos atenienses e impedia que as mulheres,
escravos e estrangeiros acedessem à cidadania e, consequentemente, que tivessem
as mesmas liberdades.
Depois de Atenas só se volta a ouvir falar de democracia no século XX.
E o que é, hoje, a democracia?
A definiçã o que reú ne maior consenso é a de Schumpeter, quer pelo seu
caracter essencialmente processual, quer porque permite o desenvolvimento de
consideraçõ es e teorizaçõ es apuradas e profundas que nos levam a distinguir,
com clareza, regimes democrá ticos de nã o democrá ticos.
Segundo Schumpeter, "o método democrático consiste no arranjo
institucional necessário para chegar a decisões políticas no qual algumas
pessoas alcançam o poder de decidir através de uma competição destinada
a obter o voto popular" Como consequência disso, os cidadã os eleitores podem
responsabilizar os seus governantes, através de procedimentos eleitorais
democrá ticos substituindo (aqueles cujas capacidades e prestaçõ es nã o foram
satisfató rias por outros em quem acreditam) ou recompensando (os que se
preocuparam em ser representativos e responsá veis).
Os requisitos mais pormenorizados essenciais à criaçã o de um regime
democrá tico foram formulados por Dahl, que o construiu com base nas
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garantias que é necessário conferir aos cidadãos e nos direitos a promover
e a proteger para que as suas preferências sejam efetivamente tidas em conta
pelos governantes previamente escolhidos segundo as modalidades sugeridas
por Schumpeter.
1. Formular preferências
Liberdade de formar organizaçõ es e de a elas aderir; liberdade de expressã o;
fontes alternativas de informaçã o; direito à concorrência entre políticos; direito
de voto.
2. Exprimir preferências
Liberdade de expressã o; eleiçõ es livres e imparciais; direito ao voto;
elegibilidade para cargos políticos; liberdade de formar organizaçõ es e de a elas
aderir; fontes alternativas de informaçã o.
3. Ver as próprias preferências valorizadas pelo governo em pé de
igualdade com outras
As instituiçõ es que produzem políticas governativas que dependem do voto e de
outras formas de expressã o das preferências dos cidadã os; direito dos dirigentes
políticos a concorrerem entre si e pelo voto dos cidadã os; elegibilidade para
cargos pú blicos.
Liberalizaçã o: alargamento das oportunidades de contestaçã o, o que conduz os
regimes fechados na direçã o das oligarquias concorrenciais.1
Inclusã o: alargamento das atividades de participaçã o, que origina regimes nos quais
todos ou quase todos têm a possibilidade de participar, mas que nã o sã o,
necessariamente, concorrenciais, já que o poder continua a ser exercido pela elite
dominante.
Democratização: conjugaçã o destes dois processos: liberalizaçã o e inclusã o. O
resultado desta conjugaçã o sã o os chamados regimes poliárquicos: regimes em
que a disputa pelo poder é alta e a participaçã o política é ampla.
7. VAGAS DE DEMOCRATIZAÇÃ O
A democratizaçã o é o aumento do nú mero de estados democrá ticos, bem como o
aumento de grau de democraticidade de cada estado.
A democraticidade interna é aferida pelas oportunidades que cada cidadã o tem de
formular preferências, de as exprimir e de constatar que o seu governo as valoriza
da mesma forma que valoriza outras.
A progressã o da democraticidade dos diferentes Estados tem sido medida com
recurso ao conceito de "vaga de democratização".
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A crise dos sistemas liberais surgiu potenciada por uma inédita irrupçã o das massas na
política – a emergência de novas classes e grupos sociais portadoras de pretensões e
expectativas que chocam com a velha ordem social, com a natureza oligárquica, elitista e
restritiva dos sistemas liberais instalados: regimes em que a disputa pelo poder é alta,
mas a participaçã o política é limitada.
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Vaga de democratizaçã o: período durante o qual um nú mero significativo de
países se torna democrá tico
Vaga de Refluxo: reduçã o do nú mero de Estados democrá ticos ou a paragem
do crescimento desse nú mero.
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ii. o Estado organiza-se através do Direito las instituiçõ es têm de respeitar a lei.
iii. o Estado subordina-se ao Direito dever de obediência as leis, mesmo para
aqueles que as elaboram).
9. SISTEMAS DE GOVERNO
Um sistema é um conjunto de elementos interligados e interativos um sistema de
governo é constituído por diferentes poderes e é relativo ao modo como se
relacionam uns com os outros.
Tem a ver com o grau de separaçã o entre os poderes, com as relaçõ es entre os vá rios
ó rgã os de soberania e com o papel desempenhado pelos partidos políticos.
O sistema de governo é definido pela Constituiçã o.
Constituição em sentido material: Abarca a forma de governo, a organização
do Estado, as instituições jurídicas e políticas e a forma como se exerce e
transmite o poder político. Inclui, portanto, os costumes, as praxes, as tradiçõ es
e as normas escritas ou nã o que caracterizam o poder político.
Constituição em sentido formal: Como é entendido pela Declaraçã o dos Direitos
do Homem e do Cidadã o, a Constituiçã o é um texto escrito que codifica as normas
que regulam a forma e o exercício do sentido poder político, que o limitam,
que estabelecem os direitos individuais e que foi elaborado por um ó rgã o
representativo dotado de poderes especiais para o efeito, os poderes constituintes.
A. Sistema Presidencialista
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1. Total independência entre órgãos de soberania, cada um tendo a
função de fiscalizar a atividade dos restantes.
2. Poder executivo: liderado pelo Presidente da República, que é
simultaneamente chefe de Estado e chefe do governo.
3. Os membros do governo (além do presidente) não têm autoridade
governativa independente: são colaboradores / conselheiros /
secretários do presidente: função consultiva.
4. O governo não é um órgão coletivo, mas um órgão unipessoal.
5. O Presidente da República pode ser eleito em sufrágio universal,
direto ou indireto.
6. Presidente da República e Parlamento são totalmente independentes
e, consequentemente, o executivo possui enorme estabilidade.
B. Sistema Parlamentarista
1. A separação de poderes está atenuada: nenhum órgão de soberania
tem uma função exclusiva.
2. Os diferentes poderes são repartidos pelos diferentes órgãos de
soberania, portanto, a colaboração entre eles é fundamental.
3. O executivo é dualista: existe um Chefe de Estado (presidente eleito ou
rei) e um Chefe do Governo / Gabinete.
4. O Chefe de Estado só tem funções simbólicas ou honoríficas, entre as
quais a função de representar o Estado (tanto interna como
externamente); tem o dever de cumprir as decisões tomadas pelo
Governo e pelo Parlamento.
5. O primeiro-ministro não pode ser substituído nem destituído em
consequência de qualquer vitória parlamentar da oposição mas
apenas por decisão dos eleitores expressa nas urnas. Porém, pode
perder o cargo se perder a liderança do seu partido.
6. Governo / Gabinete: é um órgão coletivo que decide em reunião de
ministros: o Conselho de Ministros; detém a maior parte das funções
executivas; é constituído por um conjunto de ministros e é chefiado
por um deles: Primeiro-Ministro e Chanceler são designações do Chefe
do Governo.
7. O Governo é responsável perante o Parlamento pela ação governativa:
tem de sujeitar a sua atuação à apreciação do Parlamento e se este
aprovar uma moção de censura contra aquele, tem de se demitir. Por
outro lado, o executivo também pode exigir a aprovação, no
Parlamento, de uma moção de confiança que proporcionaria uma
maior legitimidade à atividade governativa. A não aprovação de tal
moção conduz, também, à sua demissão.
C. Sistema semipresidencialista
1. um executivo dividido entre um Chefe de Estado e um Gabinete, ele
próprio chefiado por outro indivíduo que não o Chefe de Estado.
2. um executivo politicamente responsável perante o Parlamento;
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3. um executivo que pode, em determinadas circunstâncias, dissolver o
Parlamento;
4. Portugal tem um sistema misto. Eis algumas das suas características.
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B. Sistema
Ó rgã os de soberania de acordo com a constituiçã o
i. Presidente: Eleito por sufrá gio universal direto e secreto dos cidadã os
portugueses eleitores.
ii. Assembleia da Républica: Deputados eleitos por sufrá gio universal direto e
secreto dos cidadã os portugueses eleitores.
iii. Governo: Formado pelo partido vencedor das eleiçõ es legislativas, sozinho
ou em coligaçã o. O Presidente da Repú blica nomeia o primeiro-ministro. O
primeiro-ministro propõ e os ministros e o Presidente da Repú blica nomeia-
os.
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C.
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