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Clara Betim

Enceramento progressivo 22.2

Para prosseguir com as próximas fases, já devemos ter feito por completo o enceramento do modelo
superior, finalizando as cristas marginais superiores, faltando apenas o preenchimento. No modelo
inferior, até então, tínhamos feito apenas os cones vestibulares e suas vertentes externas e
longitudinais.

12) VERTENTES OCLUSAIS DAS CÚSPIDES VESTIBULARES INFERIORES

Nos dentes 45 e 46, as três vertentes internas têm características próprias.

Os contatos dos pré-molares inferiores ocorrem sempre em fossa oclusal distal. Sendo assim, é
interessante que a vertente interna da cúspide vestibular do 45 esteja distalizada, para que ocorra o
ponto de contato. Esse é o primeiro ponto de contato que encontramos do tripoidismo entre a
cúspide palatina do segundo pré-molar superior com a fossa oclusal distal do segundo pré-molar
inferior! (relembrando: esse tripoidismo ocorre na vertente interna vestibular, na vertente interna
lingual e na crista marginal distal)

Já nas cúspides vestibulares do 46, suas vertentes internas tendem levemente a formar um X;
mesiovestibular levemente inclinada para a distal e a mediana para a mesial, tendendo a se
direcionarem ao centro do dente. A vertente interna da cúspide mediana tem sua inclinação para a
mesial mais acentuada.
-
O tripoidismo que acontece no molar inferior ocorre na vertente interna da cúspide mediana
vestibular e nas vertentes internas das cúspides linguais. Sendo assim, a vertente interna da cúspide
mesiovestibular não apresenta contato: ela deve ser distalizada e volumosa essencialmente por
estética.

Vale ressaltar que as vertentes internas devem ter formato de gota, com a ponta afinada em direção
ao ápice do cone, base arredondada e convexa, se atentando ao limite do sulco principal (não deve
invadir!) para não faltar espaço para os cones linguais e suas vertentes.

Aqui, temos a formação do sulco/fenômeno de Thomas - ocorre quando a cúspide mésio palatina do
primeiro molar superior escapa pelo sulco oclusodistovestibular (= sulco de escape) durante o
movimento de lateralidade no lado de balanceio.

OBS: para checarmos os pontos de contato, é importante que a gente oclua os modelos no
articulador com a cera ainda plástica e o pino em zero (MIH). Se escorrer excesso, a gente remove e
plastifica de novo. Usamos o talco apenas no final (último dia de aula), quando já checamos os
pontos com a cera. Passamos o talco em apenas um dos modelos, e quando ocluímos os modelos o
antagonista vai retirar o talco na região do contato, como na imagem abaixo. O talco é um isolante e
acabaria dificultando o acréscimo de cera no futuro.
13) CONE DAS CÚSPIDES LINGUAIS INFERIORES

Cones das cúspides de balanceio, localizadas na face lingual, mais externas em relação à mesa
oclusal.

São mais baixos (aproximadamente 1mm) que os cones vestibulares, e na checagem de sua altura e
posição é importante que a gente oclua os modelos e faça movimentos de lateralidade.

- Olhando por trás do articulador, devemos observar a cúspide mésio palatina do molar
superior passando livre entre os cones. Para garantir essa passagem, portanto, os cones
mesio e distolingual devem estar bem posicionados - mais externos, afastados entre si e com
a altura correta.

Podemos usar uma régua para ajudar a definir a altura dos cones linguais, alinhando as cúspides
vestibulares do dente que estamos encerando com as cúspides vestibulares do dente homólogo, do
hemiarco oposto, verificando se o cone lingual está 1mm abaixo dessas cúspides.

VERTENTES EXTERNAS (14) E INTERNAS (15) DAS CÚSPIDES LINGUAIS INFERIORES

Vertentes externas: as características são as mesmas de sempre; por uma vista lingual, observamos
as vertentes externas cobrindo o cone, formando um triângulo isósceles e com a superfície tendendo
a plana.
Vertentes internas: todas elas terão ponto de contato.

- No pré-molar, elas devem estar ligeiramente distalizadas, garantindo o tripoidismo em fossa


oclusal distal (relembrando: vertente interna vestibular, na vertente interna lingual e crista
marginal distal).
- A vertente interna da cúspide mesiolingual do primeiro molar inferior deve ser distalizada
de modo a encontrar/ficar entre as vertentes internas das cúspides vestibulares, parecendo
um cacho de uva. A vertente interna da cúspide mediana também deve encontrar com as
vertentes internas das cúspides vestibulares, ou seja, devem estar inclinadas para a mesial.
*não entendi essa parte do aúdio direito mas associando com a imagem acho que foi isso
que ela quis dizer*. Esses pontos de contato estão bem no meio dos sulcos de escape de
trabalho e de balanceio.
-

16) VERTENTES LONGITUDINAIS MESIAIS E DISTAIS DAS CÚSPIDES LINGUAIS INFERIORES

Como são cúspides de balanceio, as arestas longitudinais são convexas, porém pouco inclinadas à
face oposta; são mais planas se comparadas às cúspides de trabalho. Já a inclinação no sentido M-D
é como um reflexo das cúspides vestibulares.
Observamos, nessa fase, a formação do “pé de galinha”: sulcos de trabalho, balanceio e de
protrusão/retrusão *na verdade não entendi aqui se se forma o pé de galinha ou se a prof só
mencionou ele*. Importante o encontro das arestas das duas cúspides fazer um V acentuado. Além
disso, se atentar que as arestas devem seguir a curvatura ideal, como se tivessem se fechando na
crista marginal, no sentido M-D.

Até aqui, devemos ter encontrado os pontos de contato nas vertentes oclusais internas dos pré
molares e o tripoidismo na fossa oclusal do primeiro molar (relembrando: , a vertente interna da
cúspide mesiovestibular não apresenta contato).

17) CRISTAS PROXIMAIS DOS DENTES INFERIORES

Aqui encontramos os últimos pontos de contato, nas cristas marginais distais do pré e do molar. Elas
são côncavas no sentido V-L e convexas no sentido M-D. Não esquecer de ocluir com a cera ainda
plástica, para não correr o risco de aumentar a DVO.

18) VERIFICAÇÃO E REAVIVAMENTO DE TODOS OS PONTOS DE CONTATO CÊNTRICO

Antes do preenchimento, devemos fazer uma checagem final. Ao longo do enceramento, a cera pode
escorrer por cima de uma estrutura indesejada, a cera é desgastada, e perdemos o ponto de contato,
ou acabamos aumentando a DVO.

Fazemos essa checagem final com o talco e o auxílio do mapa. Devemos observar os tripoidismos, as
cúspides cêntricas, etc. Sempre checamos olhando os pontos de destino! Se vemos esses pontos de
destino, consequentemente a origem está certa. (Na imagem abaixo: pontos pretos no superior e
vermelhos no inferior).

19) PREENCHIMENTO DOS ESPAÇOS, ESCULTURA, ACABAMENTO E POLIMENTO

O preenchimento é feito em azul claro.

Aqui, esculpimos os sulcos principais e secundários, garantindo uma boa anatomia oclusal. Os sulcos
secundários partem do central em direção à oclusal, ficando mais rasas conforme se afastam do
sulco central (definição!)

Para garantir essas profundidades, não basta apenas fazer um risco com os instrumentos; esses
sulcos são formados por planos inclinados (convergência de duas paredes) - o preenchimento não é
uma superfície plana, apresenta curvas.

Na prática, a gente esculpe o sulco principal, individualiza as vertentes internas (circunda elas, já
formando os primeiros sulcos secundários), faz as fossas triangulares nas cristas marginais e cria
outros sulcos secundários verdadeiros/intercuspídicos - como ocluso lingual, oclusomesiovestibular e
oclusodistovestibular. Essa fase é muito individual, cada um tem sua impressão digital!

Cuidado para não acrescentar cera em excesso e perder pontos de contato e aumentar a DVO.

📌 Para finalizar, checamos mais uma vez os pontos de contato com talco. Antes de entregar,
fazemos o polimento da cera com sabão de coco - molhar o algodão, passa no sabão de coco e limpa
a escultura. Podemos fazer o mesmo com álcool, mas o sabão dá mais brilho. A meia calça pode ser
utilizada, mas com cautela para não retirar os pontos! Ela dá acabamento, mas não polimento.

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