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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

Introdução à Prática Clínica II

RELATÓRIO

Estudante(s)
Diana Sousa Marques (10021, D13)
Ana Rita Pereira Marafona (10052, D13)
Isabel Rocha da Silva (10071, D13)
Mafalda Anastácio Pereira (10087, D13)
Beatriz Alexandra Machado Neto (10109, D13)
Joana Barreto Aguiar (10176, D13)
Carla Filipa Soares Magalhães (10212, D13)
Ana Sofia Lima Pinto (10221, D13)
Célia Maria Gomes de Pinho (10457, D13)
Ana Beatriz Marques de Freitas (9323, D13)
Manuel Francisco Pereira Caetano (9985, D13)

Orientador(a)
ERNESTO JORGE DE ALMEIDA MORAIS
ABEL AVELINO PAIVA E SILVA

Porto, 2023
Introdução à Prática Clínica II

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Introdução à Prática Clínica II

ÍNDICE

1. CASO 1 .................................................................................................................................... 5
1.1. O cenário inicial. Enquadramento teórico ..................................................................... 5
1.2. Clientes ....................................................................................................................... 16
1.3. Medicação ................................................................................................................... 16
1.4. Procedimentos de diagnóstico e terapêutica médica .................................................. 16
1.5. Domínios ..................................................................................................................... 20
1.5.1. Os domínios selecionados; sua relação com o quadro teórico .......................... 20
1.6. Dados .......................................................................................................................... 29
1.6.1. Objetivos e prioridades no planeamento dos cuidados ..................................... 43
1.6.2. A evolução do cliente; indicadores de resultados .............................................. 44
1.7. Diagnósticos ................................................................................................................ 45
1.8. Especificação das intervenções ................................................................................... 47

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Introdução à Prática Clínica II

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Introdução à Prática Clínica II

1. CASO 1

D13 - 02/03/23 14h - A D. Isabel Sousa tem 60 anos. Foi submetida a bilobectomia pulmonar à
direita, por carcinoma broncogénico. Permaneceu na unidade de cuidados pós-operatórios
durante 24h. Regressou agora ao serviço de cirurgia cardiotorácica. Apresenta cateter urinário e
dreno torácico com sistema de sucção e selo de água. Tem ainda prescritos jejum, repouso no
leito e oxigenoterapia por ventimask a 31% 6L/min. 18h - Removeu cateter urinário. 19h -
Iniciou dieta ligeira. 03/03/23 - Iniciou levante e removeu dreno torácico. 04/03/23 - Iniciou
oxigenoterapia por ventimask a 28% 4L/min se satO2 < 97%. 06/03/23 8h - A condição da
cliente tem evoluído favoravelmente. Prevê-se o regresso a casa para os próximos dias.

1.1. O cenário inicial. Enquadramento teórico

1.1.1. Sistema respiratório

Segundo VanPutte et al. (2016), o sistema respiratório está dividido em trato respiratório
superior (constituído por: nariz externo, cavidade nasal, faringe e laringe) e trato respiratório
inferior (composto por: traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos pulmonares e pulmões).

Numa perspetiva funcional, podemos também dividir este sistema em: zona condutora, onde há
apenas movimentos de passagem do ar (desde o nariz aos bronquíolos terminais) e zona
respiratória, onde ocorrem as trocas gasosas (entre os bronquíolos respiratórios e alvéolos
pulmonares). Por outro lado, VanPutte et al. (2016), também caracteriza algumas estruturas
relevantes, tais como: os pulmões, sendo que o direito apresenta três lobos e o esquerdo
apenas dois lobos (os lobos são divididos por estruturas chamadas fissuras); o hilo, na superfície
medial do pulmão, onde estão inseridos os brônquios principais, os vasos sanguíneos e
linfáticos, e os nervos. Por fim, a pleura parietal e a pleura visceral, membranas serosas, que
revestem, respetivamente, o interior da cavidade torácica e a superfície do pulmão. Entre estas
duas membranas, encontra-se a cavidade pleural, na qual se situa o fluido pleural, que diminui o
atrito durante os movimentos ventilatórios.

O sistema respiratório tem por base quatro processos, segundo VanPutte et al. (2016): a
ventilação, as trocas gasosas entre o ar nos pulmões e o sangue, o transporte de gases no
sangue e as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos. Segundo VanPutte, para além destas,
as funções deste sistema ainda englobam a regulação do pH sanguíneo, a produção de
mediadores químicos (importantes para a regulação da pressão arterial), a fonação, o olfato e a
proteção imunitária. A difusão, que é, segundo Guyton & Hall (2006), um dos objetivos da
respiração traduz a passagem de gases de, e para os alvéolos e capilares sanguíneos ao nível

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dos mesmos. Já a perfusão equivale ao sangue que passa nesses capilares, que, segundo
VanPutte (2006), asseguram a eficácia das trocas gasosas. Como referido em Guyton & Hall
(2006), a ventilação pulmonar representa o movimento de ar entre a atmosfera e os alvéolos
pulmonares, que se realiza devido à existência de alterações de pressão entre esses dois meios,
que forma um gradiente de pressão favorável ao fluxo do ar. Exemplificando, na inspiração, a
contração dos músculos respiratórios provoca um aumento do volume torácico, diminuindo a
pressão intrapleural, levando, também, à diminuição da pressão nos espaços aéreos terminais
e, levando à entrada do ar, até que a pressão pulmonar seja igual à pressão atmosférica. Por
outro lado, a expiração é já um processo passivo que ocorre devido ao aumento da pressão nos
espaços aéreos terminais, que, juntamente com o relaxamento dos músculos respiratórios,
permite a saída do ar para fora do corpo. Este sistema é regulado pelo centro respiratório
bulbar, pelo córtex cerebral e o sistema límbico, assim como por quimiorreceptores bulbares e
carotídeos e aórticos.

1.1.2. Carcinoma broncogénico


O cancro do pulmão é das doenças oncológicas mais comuns no mundo ocidental e a principal
causa de morte em ambos os sexos. Segundo a Internacional Agency for Research on Cancer o
número de casos de cancro do pulmão, em 2020, representa 11.4% de todos os tipos de cancro
e apresenta-se responsável por 18% de mortes por cancro.

O cancro do pulmão é um processo de várias etapas envolvendo alterações genéticas, onde as


alterações moleculares resultantes transformam as células epiteliais pulmonares normais em
cancro (DeVita Jr, 2019).

1.1.2.1. Patologia
O cancro do pulmão é dividido em dois grupos: carcinoma de células pequenas (20% dos casos)
e carcinoma de células não pequenas (80% dos casos), podendo este último subdividir-se em
carcinoma escamocelular, adenocarcinoma, carcinoma de células grandes e carcinoma
adenoescamoso (Spence & Johnston, 2001).

Aproximadamente metade dos tumores de células não pequenas está localizado ou está
localmente avançado no momento do diagnóstico, sendo tratado com tratamento, cirurgia ou a
combinação dos dois.

80% dos casos os tumores de pequenas células são metastáticos no momento do diagnóstico e
menos de 10% dos tumores são detectados em estágio muito precoce, com a possibilidade de
tratamento cirúrgico e quimioterapia (Greene et al., 2004).

Os diversos tipos celulares têm diferentes histórias naturais e respostas ao tratamento, portanto
o diagnóstico histológico é o primeiro passo para o tratamento adequado. (Harrison et al., 2002)

1.1.2.2. Diagnóstico médico


O diagnóstico pode ser feito por: radiografia do tórax, que geralmente irá mostrar uma massa
hilar - quando na presença de um tumor central - ou uma massa periférica; e por uma

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tomografia axial computadorizada, normalmente feita para detectar o estadio e se as células


cancerígenas se disseminaram (Spence & Johnston, 2001).

Existe o sistema TNM, que é utilizado para classificar o estádio do carcinoma brônquico. O tumor
primário pode ser dividido em cinco patamares (T0-T4), os linfonodos regionais (N) em quatro
(N0-N3) e, por fim, as metástases a distância (M) em dois (M0-M1). A avaliação do estádio
baseia-se na avaliação não-invasiva, como a história clínica, exames físicos e vários exames de
imagem. Existem procedimentos específicos como a broncoscopia, esofagoscopia,
mediastinoscopia, mediastinotomia (Greene et al., 2004). A broncoscopia é essencial para fazer
biopsia de qualquer tumor central (Spence & Johnston, 2001).

Segundo o método TNM, existem três grupos distintos. O primeiro são os portadores de tumores
ressecáveis cirurgicamente que apresentam sobrevida de 30% a 90%. O segundo grupo inclui
clientes com doença local (T3-T4) ou regional (N2-N3) avançada, que podem ser tratados com
radioterapia exclusiva ou em combinação com outros tratamentos. O último grupo, apresenta
doença metastática, pode ser tratado com radioterapia para paliação dos sintomas do tumor
primário (Murad & Katz, 1996).

1.1.3. Bilobectomia
A bilobectomia é definida, por Galetta et al. (2012), como a resseção cirúrgica de parte de dois
lobos pulmonares preservando a maior área possivel do pulmão funcional, através de uma
toracotomia lateral no quarto ou quinto espaço intercostal, considerando-o um procedimento
radical padrão, que é, entre outras intervenções, utilizado para o tratamento do carcinoma
broncogénico em estádio precoce, segundo Nogueira (2016). Existem dois tipos de
bilobectomias, “bilobectomia inferior e média (BIM) ou bilobectomia superior e média (BSM)”
(Aramea et al., 2014, p. 261).

Esta cirurgia é indicada em casos de envolvimento neoplásico brônquico extrínseco, tumor


endobronquial, tumor que se estende pela fissura e invasão tumoral da artéria pulmonar, de
acordo com Galetta et al. (2012).

1.1.4. Pós-operatório
A pessoa submetida a uma bilobectomia é anestesiada com anestesia geral por via
endotraqueal. A anestesia geral é um estado grave de depressão do sistema nervoso central,
produzido por agentes farmacológicos, levando a perda da perceção de todas as sensações
(Junior & Biegelmeyer, 2019).

Caracteriza-se por um estado de inconsciência reversível, amnésia (sono, hipnose), imobilidade,


analgesia, depressão dos reflexos autonómicos (utilização de fármacos específicos),
relaxamento muscular, depressão neurovegetativa e manutenção do equilíbrio homeostático
(Junior & Biegelmeyer, 2019). Esta anestesia faz com que o pulmão salubre se mantenha a
funcionar e em expansão mesmo que o tórax esteja aberto e a pressão atmosférica entre no
espaço pleural (Monahan et al, 2010).

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Podemos ainda descrever algumas complicações associadas ao pós-operatório, nomeadamente,


à bilobectomia como: infeções pulomonares, atelectasia, broncoespasmo, insuficiência
respiratória aguda, embolia pulmonar, derrame pleural, apneia, quilotórax e hemotórax (Saad et
al., 2012); e à anestesia como: complicações respiratórias, cardiovasculares, térmicas, entre
outras. Tendo em conta as complicações respiratórias estas são as principais causas de morbi-
mortalidade relacionadas com anestesia. 75% destas complicações são devidas a falhas na
ventilação ou dificuldade ou falha na intubação traqueal. A presença de hipoxemia e hipercapnia
são os sinais mais importantes dessas situações adversas (Manley & Bellman, 2003).

A fase do pós-operatório compreende o período entre a interrupção da administração de


anestésicos e o retorno das condições basais da cliente. Após o procedimento cirúrgico e
estando a paciente sob o efeito da anestesia, o mesmo necessita de uma avaliação e cuidados
constantes por parte de uma equipa multiprofissional, treinada e habilitada a prestar cuidados
individualizados num ambiente que contenha os recursos necessários para qualquer intervenção
(Riegel & Junior, 2019). A estabilidade do nível de consciência e dos sinais vitais são de grande
importância (Ribeiro et al., 2017).

Após a operação, os objetivos devem estar centrados na promoção da ventilação, reexpansão


do pulmão e vigilância da ferida cirúrgica de forma a despistar complicações como hemorragia
ou enfisema subcutâneo (Monahan et al, 2010). A presença da D. Isabel neste Unidade de
Cuidados Pós-Operatórios é bastante importante de modo a controlar o risco de hemorragia, a
dor intensa pós-operação e também o risco de colapso pulmonar, após a operação.
Neste período pós-operatório a nossa cliente apresenta um dreno torácico com sistema de
sucção e selo d´água e um cateter urinário.

É sabido que um dreno toma como finalidade a remoção de conteúdo líquido ou gasoso
presente num espaço ou cavidade em situações de caráter patológico. No que concerne ao
dreno torácico este apresenta características muito próprias, em relação aos demais,
correspondendo à inserção de uma sonda na cavidade pleural - entre as camadas parietal e
visceral - com o intuito de drenagem de conteúdos gasosos ou líquidos passíveis de provocarem
anomalias ou distúrbio na função pulmonar, nomeadamente o pneumotórax ou o derrame
pleural (Pohl et Petroianu, 2000).

Para que se efetive este tipo de drenagem pleural, os sistemas de drenagem torácica
compreendem na sua generalidade os seguintes componentes: o dreno propriamente dito - que
se conecta a um reservatório para onde, num sentido unidirecional, se dirigem os componente a
serem expelidos -o reservatório descrito que contém o selo de água - pequena coluna de água
que funciona como válvula e que impede o refluxo do líquido/ar a ser drenado. O selo de água
revela o sucesso da drenagem torácica, quando se encontra a “borbulhar”; quando tal não
acontece, significa que a cavidade pleural não está a ser drenada - sendo necessária a
intervenção do profissional de saúde, uma vez que a pessoa poderá estar a padecer de um novo
pneumotórax, por exemplo. Um dreno torácico poderá ter, por vezes, até três reservatórios
similares, onde se conectará a um sistema de sucção que cria uma pressão negativa no interior
da cavidade pleural, promovendo a expansão pulmonar e a evacuação do conteúdo a ser

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drenado. É imperativo que o reservatório do dreno torácico esteja situado abaixo do local de
inserção do mesmo (Pohl et Petroianu, 2000).

Em relação ao cateter urinário, a inserção do mesmo é um dos procedimentos invasivos mais


comuns realizados em doentes em ambulatório e internados. Existem diferentes vias de acesso
como pela região lombar – nefrostomia, pela região suprapúbica – cistostomia, e pelo meato
uretral – cateterismo vesical, sendo esta última a mais utilizada e a usada no nosso caso clínico.
(Homenko et Lelis, 2005).

Está indicado, entre outras situações, em contexto operatório antes, durante e após um
procedimento cirúrgico. Especificando o nosso caso, a bilobectomia é um procedimento de longa
duração e, desta forma, é inserido um cateter urinário porque há risco de a paciente urinar
durante a cirurgia colocando em causa a assepsia do campo de trabalho. O mesmo também
permite que exista uma monitorização com precisão do débito urinário de forma a que haja um
controlo adequado do balanço hídrico (Martín-Baeza et al., 2022).

1.1.5. Atitudes terapêuticas

1.1.5.1. Jejum e repouso no leito


O jejum após uma cirurgia, vai depender da própria cirurgia, da anestesia a que a cliente foi
sujeita e da individualidade do mesmo. Habitualmente, as primeiras substâncias a serem
ingeridas são os líquidos, que incluem água, chá, entre outros (Smeltzer & Bare, 2000).

No que diz respeito a doentes que foram submetidos a uma cirurgia torácica, o jejum é prescrito
até regressar à sua função gastrointestinal normal, que normalmente ocorre até 4 dias. Outros
doentes, conseguem tolerar líquidos pela boca, após o regresso da sua consciência (Doherty &
Way, 2004).

A função gastrointestinal não estando totalmente funcional, pode resultar em alguns fatores
graves, como vômitos, pneumonia por aspiração, entre outros (Fernandes, et al., 2013). Para
além disso, é importante reforçar que o aspeto psicológico pode ter um impacto positivo, se
tomada a medida de alimentação precoce (Fernandes, et al., 2013).

Relativamente ao repouso no leito, inicialmente, a utente é mantida em decúbito dorsal com


elevação da cabeceira a 20 graus até a sua pressão arterial estabilizar, ou seja, até que atinja os
valores anteriores à operação. Posteriormente, poderá ser posicionado em semi-Fowler
(Monahan et al, volume II, oitava edição). A paciente não deverá ficar deitado sobre o lado não
operado devido à necessidade de expansão máxima do pulmão “bom” (Raffensperger et al,
2002).

1.1.5.2. Oxigenoterapia
A oxigenoterapia corresponde à administração de oxigénio a uma concentração mais elevada do
que a encontrada na atmosfera ambiente. O objetivo desta é o fornecimento de O2 em
quantidades adequadas, procurando uma diminuição do trabalho respiratório, bem como uma

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redução do stress sobre o miocárdio (Hinkle & Cheever, 2020).

Contudo a oxigenoterapia também apresenta complicações e por isso, quando é administrado


oxigénio em excesso, por um período prolongado de tempo, ocorre toxicidade por oxigénio. Esta
toxicidade é causada por um excesso na produção de radicais livres de O2 e manifesta-se
através de vários sinais e sintomas como dispneia, desconforto subesternal, fadiga e mal-estar.
A oxigenoterapia apresenta ainda outras complicações como atelectasia de absorção, que está
relacionada com a administração de altas concentrações de oxigénio e onde ocorre a
substituição do nitrogénio presente nos alvéolos por oxigénio, levando ao colapso dos alvéolos
(Hinkle & Cheever, 2020).

As resseções pulmonares levam a uma perda da função pulmonar, o que faz com que a reserva
funcional do pulmão fique diminuída e com que, consequentemente, haja uma diminuição da
capacidade ventilatória. Disto advém a importância da promoção da ventilação da cliente no
período pós-operatório. A oxigenoterapia é crítica após a cirurgia pulmonar devido à
possibilidade de inadequada perfusão alveolar e aumento da necessidade de O2 (Raffensperger
et al, 2002).

Existem diversos métodos/formas de administração de oxigénio podendo estes ser divididos em


dois grandes grupos: os métodos não invasivos, como é o caso da oxigenoterapia, e os métodos
invasivos (Hinkle & Cheever, 2020).

Tendo em conta que foi prescrita à nossa cliente oxigenoterapia por ventimask a 31% 6L/min,
será a esta forma de administração que daremos mais ênfase. A máscara de Venturi é o método
não invasivo mais eficaz e preciso de administração de quantidades exatas de oxigénio. Esta
máscara possibilita que uma concentração constante de oxigénio seja inspirada. O sistema de
Venturi fornece um fluxo constante de ar juntamente com um fluxo fixo de oxigénio, sendo que
o excesso de gás existente deixa a máscara por dois orifícios de expiração, levando juntamente
com ele o dióxido de carbono expirado pela paciente (Hinkle & Cheever, 2020).

A máscara deve ser ajustada de forma a ser confortável e de forma a evitar que o oxigénio vá
em direção aos olhos da paciente. Esta forma de administração de oxigénio não permite que a
paciente coma, beba e ingira medicamentos e, por esse motivo, a máscara tem de ser removida
para a realização destas atividades. Durante estes momentos o oxigénio suplementar é
fornecido por cânula nasal (Hinkle & Cheever, 2020).

1.1.6. Prescrição Medicamentosa

Amoxicilina + Ácido Clavulânico 2,2g IV 12/12h

A amoxicilina e ácido clavulânico é utilizado em larga escala como um fármaco anti-infecioso,


geralmente em infeções da pele e estruturas cutâneas, do trato respiratório e genitourinário,
sinusite, otite média, meningite entre outras (Deglin & Vallerand, 2009).

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Uma vez que, no presente caso clínico, a cliente foi submetida a uma cirurgia ou seja, um
procedimento médico invasivo, e a mesma se encontra internada em contexto hospitalar -
associado a um alto risco de infeção nosocomial -, justifica-se, deste modo, a administração
deste medicamento de forma a prevenir e/ou minimizar estes riscos (Deglin & Vallerand, 2009).
Tal como todos os medicamentos, este apresenta efeitos indesejáveis, dos quais se destaca:
convulsões (quando dose elevada), urticária, anafilaxia, e ainda náuseas, vómitos, diarreia
(Deglin & Vallerand, 2009).

Enoxaparina 40mg SC 1x/dia

A enoxaparina é um medicamento que faz parte das heparinas. Estas são utilizadas como
anticoagulante de primeira escolha quando é necessário um efeito imediato de modo a prevenir,
maioritariamente, tromboembolismos (Guimarães et al., 2014).

A enoxaparina é uma fração das heparinas de baixo peso molecular (Guimarães et al., 2014).
Estas apresentam uma maior biodisponibilidade, uma menor taxa de hemorragia e uma maior
duração do efeito de anticoagulação, tendo maior facilidade de transição dos utentes para o
ambulatório. Este medicamento é utilizado no tratamento de trombose venosa profunda com ou
sem tromboembolia pulmonar (Fraga, 2012). A enoxaparina é a heparina de baixo peso
molecular mais utilizada em contexto intra-hospitalar em Portugal (Amaral et al., 2014).

Os efeitos adversos mais comuns são as hemorragias e a trombocitopenia, podendo ser


reduzidos de acordo com a seleção rigorosa dos doentes, o controlo cuidadoso da dosagem e a
medida do tempo de aPTT (tromboplastina parcial ativada), exame que avalia a coagulação do
sangue (Guimarães et al., 2014).

Esomeprazol 40mg IV 1x/dia

O esomeprazol é um fármaco utilizado como antiulceroso geralmente em úlceras duodenais e


na diminuição do risco de úlceras gástricas durante a terapêutica contínua com anti-
inflamatórios não esteróides, os AINE’S (Deglin & Vallerand, 2009).

Este medicamento enquadra-se na categorização farmacológica conhecida como inibidores da


bomba de protões. Este liga-se a uma enzima nas células parietais gástricas na presença de pH
ácido, o que previne o transporte final de iões hidrogénio para o lúmen, ocorrendo uma
diminuição da acumulação de ácido e um menor refluxo gástrico-esofágico, a cicatrização de
úlceras duodenais e a diminuição de incidências de úlceras gástricas (Deglin & Vallerand, 2009).

Tem também efeitos indesejáveis como é o caso das cefaleias, dores abdominais, boca seca,
náuseas, flatulência, obstipação e diarreia (Deglin & Vallerand, 2009).

Morfina 2mg IV em SOS (máx. 6mg em 1h)

Este fármaco é um analgésico opiáceo sendo indicado para o tratamento de dor aguda, edema
pulmonar e tratamento de dor associada ao infarto do miocárdio (Deglin & Vallerand, 2009).

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A morfina tem efeitos indesejados como a sedação, confusão, cefaleias, euforia, sensação
flutuação, pesadelos, alucinações, retenção urinária, dependência física ou psicológica e entre
outros, mas no nosso caso clínico o efeito que nos preocupa é a depressão respiratória (Deglin &
Vallerand, 2009).

Tendo este facto em mente, na administração deste fármaco vamos estar atentos aos sinais
vitais, mais concretamente a frequência respiratória, se esta for <10/min, a saturação de
oxigénio, profundidade e ritmo observados.

A estimulação física pode ser suficiente para prevenção de hipoventilação significativa. A


sonolência inicial vai diminuir com a continuação do tratamento (Deglin & Vallerand, 2009).

Soro glicosado a 5% em Nacl a 0,9% 1000ml IV 12/12h

A glucose é uma das fontes de energia do organismo. Esta solução para perfusão fornece 200
quilocalorias por litro. Sendo utilizado no pós-operatório para correctivos da volémia e das
alterações electrolíticas. É usado como uma fonte de hidratos de carbono (açúcar), para tratar a
perda de sódio do sangue e do corpo (depleção de sódio), para tratar a perda de água do corpo,
por exemplo se o volume de sangue nos vasos sanguíneos é baixo (hipovolemia) (Deglin et al,
2007).

Neste momento, Dona Isabel, além de ter de recuperar os fluidos que perdeu na cirurgia, ainda
tem jejum prescrito, sendo necessário obter água e hidratos de carbono devido à restrição da
ingestão de líquidos, nutrientes e eletrólitos pelas vias normais.

Paracetamol 1g IV 8/8h

O paracetamol tem ação antipirética sendo um analgésico não opiáceo. De acordo com o Índice
Nacional Terapêutico, é um fármaco indicado para o tratamento sintomático de gripes,
constipações ou outras hipertermias infeciosas, cefaleias ligeiras a moderadas, dores pós-
traumáticas, dores musculares e articulares (ligeiras a moderadas), e como analgésico antes e
após as intervenções cirúrgicas, sendo este último o motivo de ser usado no nosso caso clínico.

Este fármaco está a ser utilizado para o controlo da dor, sendo que nós temos de estar atentos à
quantidade de dose administrada não ultrapassando os 4000 mg/dia. Sendo que para doses
muito superiores às terapêuticas, produz necrose hepática e um quadro de insuficiência
hepática que se estabelece no 2º ou 3.º dia. O paracetamol, usado cronicamente nas doses de
3-8 g/dia, pode causar hepatite tóxica; estas lesões são, todavia, reversíveis com a suspensão
precoce do paracetamol. Para além de lesões renais crónicas, estes fármacos podem originar
necrose tubular (Guimarães et al, 2014).
Segundo Goldman & Gilman, como citados por Castro (2014), nos adultos, a hepatotoxicidade
pode ocorrer após a ingestão de uma dose única de 10 a 15 g (aproximadamente 150 a 250
mg/kg) de paracetamol. No entanto, doses entre 20 a 25 g, ou superiores são potencialmente
fatais.

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2. A Teoria de Médio Alcance de Meleis - A Teoria das Transições

Enfermagem é uma disciplina do conhecimento que toma como foco de atenção as respostas
humanas aos processos de transição relacionados com processos do ciclo de vida ou saúde-
doença (Chick & Meleis, 1986). Uma transição remete para um processo evolutivo de algo que
se originou de uma mudança mais ou menos definida no tempo.

Importa ao Enfermeiro conhecer e saber aplicar a Teoria de Médio Alcance de Meleis - A Teoria
das Transições -; esta serve de modelo para se compreender a transição vivenciada pelo cliente
ao categorizá-la quanto à sua natureza - isto é quanto ao seu tipo, padrão e propriedades -;
quanto aos fatores/ condições que influenciam a transição - pessoais, da comunidade ou da
sociedade -; e, por fim, na aplicação das terapêuticas de enfermagem, e de modo a se poder
verificar o sucesso das mesmas, é relevante ter em conta os padrões de resposta, isto é os
indicadores de processo (ao longo da transição) e os indicadores de resultado ( no final da
transição) (Meleis, Sawyer, Im, et al., 2000:17).

Uma vez que a cliente a que este relatório remete foi sujeita a uma bilobectomia à direita,
resultante de um processo patológico - carcinoma broncogénico - poder-se-á concluir, ainda
para mais tendo em conta que todo o processo de doença-cirurgia-recuperação é extenso
temporalmente, que a mesma se encontra a vivenciar uma transição do tipo saúde-doença.

Na unidade de internamento é importante a adoção de uma filosofia holística por parte do


enfermeiro cuidador, de modo a poder a atender às necessidades da cliente, aplicar as
terapêuticas de enfermagem adequadas e, mais associado ao tópico em questão, poder atender
às respostas humanas da D.Isabel ao experienciar esta sua transição, nomeadamente na
preparação do regresso a casa.

Referências Bibliográficas:
Amaral, C., Reis, J., Sá, A. C., Araújo, F., Guimarães, M., Felicíssimo, P., Teixeira, J., Fonseca, C., &
Miranda, L. (2014). Recomendações perioperatórias para profilaxia do tromboembolismo venoso
no doente adulto. Revista da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, 23(3), 62-75.
http://www.spanestesiologia.pt/ficheiros/Tromboembolismo.pdf.

Aramea, A., Rivera, C., Pricopia, C., Mordanta, P., Abdennadhera, M., Foucaulta, C., Dujonb, A.,Le
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1.2. Clientes

Cliente

Adulto | Idade: 70 anos | Feminino

1.3. Medicação

Início Medicação Fim


2023-03-02 14:00:00Amoxicilina + Ácido Clavulânico 2,2g IV 12/12h
2023-03-02 14:00:00Enoxaparina 40mg SC 1x/dia 2023-03-06 08:00:00
2023-03-02 14:00:00Esomeprazol 40mg IV 1x/dia
2023-03-02 14:00:00Paracetamol 1g IV 8/8h 2023-03-06 08:00:00
2023-03-02 14:00:00Morfina 2mg IV em SOS (máx. 6mg em 1h) 2023-03-06 08:00:00
Soro Glicosado a 5% em NaCl a 0,9% 1000ml IV
2023-03-02 14:00:00 2023-03-06 08:00:00
12/12h
2023-03-06 08:00:00Paracetamol 1g IV 8/8h SOS

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Introdução à Prática Clínica II

1.4. Procedimentos de diagnóstico e terapêutica médica

Atitudes terapêuticas
02-03-2023 14:00
Repouso no leito [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Conhecimento sobre necessidade de manter-se em repouso no leito: facilitador.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, sabe que tem de permanecer deitada e porquê?" D.
Isabel: "Sim, sei, para ajudar no tratamento da minha ferida. Também não me consigo
mexer muito porque se me mexer tenho dores, então prefiro manter-me deitada para
não ter de fazer esforços."
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Manter repouso no leito [Contínua] [TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Assistir no tomar banho [Uma vez por dia ou quando necessário]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Assistir no arranjar-se [Uma vez por dia ou quando necessário]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Assistir no vestir/despir [Uma vez por dia ou quando necessário]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Assistir a lavar cavidade oral [Três vezes ao dia ou quando
necessário] [TERMO] 06-03-2023 08:00
Regime de nada pela boca [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Manter regime de nada pela boca [Contínua] [TERMO] 06-03-2023
08:00
Oxigenoterapia
FiO2: 31 %.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: No processo clínico estava prescrita oxigenoterapia. O mesmo foi validado
junto da D.Isabel.
Débito de oxigénio: 6.00 L/min.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico verificou-se que estava prescrito
oxigenoterapia. O mesmo foi validado junto da D. Isabel.
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Manter oxigenoterapia [Em SOS]
06-03-2023 08:00
FiO2: 28 %.
Fonte: Processo Clínico

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Introdução à Prática Clínica II

Estratégia: Processo clínico


Descrição: Após consultarmos o processo clínico verificamos que a D. Isabel tem
oxigenoterapia prescrita se a satO2 for inferior a 97%.
Débito de oxigénio: 4.00 L/min.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Após consultarmos o processo clínico concluímos que a D. Isabel tem um
débito de oxigénio de 4 L/min.
Sondas, Drenos e Cateteres
02-03-2023 14:00
Dreno [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Localização do dreno
Tórax Direita(o)
Tipo de dreno: torácico com selo de água .
Fonte: Artefacto
Estratégia: Artefacto
Descrição: A colheita deste dado está relacionado com a observação do dreno
torácico com selo de água.
Características do dispositivo: Dreno tubular de silicone, fenestrado e de Ch. Exsudado
sanguinolento de 30 mL às 14H.
Fonte: Artefacto
Estratégia: Artefacto
Descrição: A colheita deste dado está relacionado com a observação do dreno
torácico, bem como dos conhecimentos acerca das suas características.
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da drenagem (Tórax Direita(o)) [Duas em duas
horas] [TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução de sinais de complicações no local de inserção do
dreno (Tórax Direita(o)) [Duas vezes por turno] [TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Otimizar dreno (Tórax Direita(o)) [Duas vezes por turno] [TERMO]
06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Executar tratamento ao local de inserção do dreno (Tórax Direita(o))
[Aquando do tratamento da ferida cirúrgica] [TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Clampear dreno torácico durante mobilização do cliente [Aquando da
mobilização da cliente] [TERMO] 06-03-2023 08:00
Cateter urinário [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Características do dispositivo: Sonda de Foley de látex com duas vias, calibre 10 ch. Urina
amarela-palha e límpida. 330ml de urina às 14h (medida da urina expulsa desde das 7h).
Fonte: Artefacto
Estratégia: Artefacto
Descrição: A colheita deste dado está relacionada com a observação do cateter urinário e
da urina presente no saco de drenagem.
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução de sinais de infeção do sistema urinário [Uma vez

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Introdução à Prática Clínica II

por turno] [TERMO] 06-03-2023 08:00


02-03-2023 14:00 - Otimizar cateter urinário [Uma vez por turno ou quando necessário]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
Cateter venoso periférico
Localização do cateter venoso periférico
Mão Esquerda(o)
Características do dispositivo: Cateter de silicone com calibre 20G - sem presença de
edema, rubor e calor.
Fonte: Artefacto
Estratégia: Artefacto
Descrição: Após verificação do processo clínico consultamos as características do
cateter venoso periférico e confirmamos a presença do mesmo quando observamos
a D. Isabel.
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução de sinais de complicações no local de inserção do
cateter venoso periférico (Mão Esquerda(o)) [Duas vezes por turno]
02-03-2023 14:00 - Otimizar cateter venoso periférico (Mão Esquerda(o)) [Antes de adm.
I.V. ou quando necessário]
02-03-2023 14:00 - Executar tratamento ao local de inserção do cateter venoso periférico
(Mão Esquerda(o)) [Na presença de alterações]
02-03-2023 14:00 - Trocar cateter venoso periférico (Mão Esquerda(o)) [A cada 72 a 96
horas ou quando necessário]
06-03-2023 08:00
Localização do cateter venoso periférico
Mão Esquerda(o)
Características do dispositivo: Cateter de silicone com calibre 20G.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Após consultarmos o processo clínico verificamos as características do
cateter.
Localização do cateter venoso periférico
Mão Esquerda(o)
Presença de dor (Não).
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: O enfermeiro questionou a D. Isabel: "Sente dor no local do cateter
venoso?" e a cliente respondeu: "Não, Sr. enfermeiro."
Presença de calor (Não).
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "Disse-me que não sente dor na zona do cateter, mas sente
calor?" D. Isabel: "Não, nem me dói nem sinto calor." (O enfermeiro palpa o local de
forma a verificar.)
Presença de rubor (Não).

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Introdução à Prática Clínica II

Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Através da observação, o enfermeiro analisou a zona circundante ao
cateter.
Presença de tumefação (Não).
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a área circundante do CVP e não visualizou
nenhum inchaço ou alteração da cor da pele. Após a observação, palpou esta área e
não verificou nenhum indurecimento ou inchaço.
Presença de exsudado (Não).
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a área circundante ao CVP.
Presença de infiltração (Não).
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "Sente ardor no local do cateter?" D. Isabel: "Não, Sr.
enfermeiro" (Tendo em conta esta resposta e todos os outros dados recolhidos
relacionados com o CVP, não se verificaram sinais de complicação associados ao
mesmo.)

1.5. Domínios

Início Domínios Fim


02-03-2023 14:00 Dor
02-03-2023 14:00 Sistema respiratório
02-03-2023 14:00 Sistema cardiovascular
02-03-2023 14:00 Pele
02-03-2023 14:00 Termorregulação
02-03-2023 14:00 Atitudes terapêuticas
02-03-2023 14:00 Sondas, Drenos e Cateteres
02-03-2023 14:00 Volume de líquidos
06-03-2023 08:00 Cuidar da higiene pessoal
06-03-2023 08:00 Vestir-se ou despir-se
06-03-2023 08:00 Movimento articular

1.5.1. Os domínios selecionados; sua relação com o quadro teórico

1.5.1.1. Sistema respiratório

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Introdução à Prática Clínica II

O sistema respiratório é formado pelo nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos, alvéolos pulmonares e pulmões, segundo VanPutte et al. (2016).

A D. Isabel foi submetida a uma bilobectomia no pulmão direito, uma cirurgia que envolve a
resseção cirúrgica de parte de dois lobos pulmonares do pulmão direito e, para além disso,
apresenta um dreno torácico com sistema de sucção e selo de água e tem prescrita
oxigenoterapia por ventimask a 31% 6L/min. Por estes motivos, este domínio é de importante
relevância, sendo um dos principais focos de atenção na prestação dos cuidados em
enfermagem.

Dentro deste domínio colocamos como hipóteses de diagnóstico a limpeza da via aérea
comprometida e a ventilação comprometida.

Numa bilobectomia é realizada uma toracotomia, ou seja, uma abertura da cavidade torácica.
(Leandro et al., 2014). Uma toracotomia irá causar alterações pulmonares ao nível dos volumes
pulmonares, padrões respiratórios, trocas gasosas respiratórias e mecanismos de defesa
(Schwartz et al., 1996). A capacidade pulmonar irá ser reduzida e a redução máxima é
verificada nos primeiros 4 dias após a operação. Já a capacidade residual funcional e o volume
de reserva expiratório ficam reduzidos até que, à segunda semana após a cirurgia é verificado
um retorno à normalidade. Esta alteração dos volumes e capacidades será proporcional à
quantidade de pulmão removido (Schwartz et al., 1996).

O efeito da anestesia e dos analgésicos pós-operatórios em conjunto com a dor intensa sentida
reduzem o volume corrente pós-cirúrgico. Desta forma, numa tentativa de compensar e manter
a ventilação por minuto, seria esperado que a frequência respiratória aumentasse. No entanto,
os fármacos utilizados para controle da dor deprimem o centro respiratório o que inibe o
aumento da frequência e conduz a um aumento dos níveis de dióxido de carbono, por retenção
deste e a hipoxemia (Schwartz et al., 1996).

Após a recuperação da anestesia, os níveis de PaCO2 voltam ao normal. No entanto a PaO2


durante a primeira semana continua reduzida devido a anormalidades sentidas ao nível da
ventilação e perfusão e shunts pulmonares causados por atelectasias (Schwartz et al., 1996).

Relativamente aos mecanismos de defesa, apesar da cliente ter presente o reflexo da tosse, no
período pós-operatório a eficácia desta estará reduzida devido à dor causada, havendo uma
supressão voluntária da mesma (Silva et al., 1984), inibindo assim o mecanismo de defesa das
vias aéreas superiores. Devido à hipoxemia arterial, que deprime a atividade dos macrofagos
alveolares, e outros fatores, a eficácia do sistema de transporte mucociliar é reduzida (Schwartz
et al., 1996). Um comprometimento neste sistema costuma resultar numa deficiente eliminação
de secreções e agentes patogénicos, o que compromete as vias aéreas, podendo causar
obstrução e infeção (Figueiredo, 2019).

No domínio do Sistema Respiratório devemos atender à prevenção de episódios de dispneia

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Introdução à Prática Clínica II

passíveis de ocorrer e de se prolongarem no espaço temporal, particularmente através da


execução de exercícios respiratórios aquando da falta de ar. Assim sendo, e reconhecendo
estar-se perante um processo de transição, é fundamental que a enfermeira atente não só às
propriedades da transição vivenciada, como também possa orientar a cliente D.Isabel no
sentido de adquirir competências, atitudes para o adquirir de mestria no que toca à capacidade
para executar exercícios respiratórios, de modo a assumir um maior controlo respiratório
aquando da presença de falta de ar.

1.5.1.2. Dor

A dor corresponde a uma sensação restrita e desagradável em alguma parte do corpo (Harrison,
2020). É frequentemente retratada em termos associados com a destruição ou penetração de
tecidos e/ou como uma reação corporal ou emocional. Quando a dor é aguda, está relacionada a
uma reatividade comportamental e a uma resposta de stress que consiste na pressão arterial
elevada, na frequência cardíaca elevada e no aumento do diâmetro da pupila e dos níveis
plasmáticos de cortisol, havendo também, constantemente, a contração de músculos locais
(Harrison, 2020).

Uma vez que a nossa cliente foi submetida a uma cirurgia e dado que apresenta uma ferida
cirúrgica num local anatomicamente inervado revela-se, este domínio, um foco de atenção nos
cuidados de enfermagem com a finalidade de a utente, através de uma terapêutica
farmacológica, conseguir gerir ao ponto de a minimizar.

1.5.1.3. Sistema cardiovascular

O Sistema Cardiovascular é constituído pelo coração e pelos vasos sanguíneos, este conecta os
vários tecidos do corpo humano. O coração bombeia o sangue pelos vasos sanguíneos, levando
os nutrientes e retirando os produtos de excreção dos tecidos corporais (VanPutte et al., 2016).

Com a cirurgia, os tecidos, as pleuras e os capilares são cortados, causado trauma e que
acartam complicações que podem ocorrer no pós-operatório já anteriormente falados como a
hemorragia. Esta é caracterizada como a perda de uma grande quantidade de sangue, interna
ou externamente estando associado a sangramento arterial, venoso ou capilar. Os sinais e
sintomas de uma hemorragia são hipotensão, outro diagnóstico possível neste domínio que se
adequa ao nosso caso clinico, que é um dos indicativos de uma hemorragia, que pela perda
sanguínea vai potenciar a ocorrência de uma hipovolémia, a observação de drenado
sanguinolento no dreno torácico, confirmando uma hemorragia no tórax ou seja um hemotórax,
palidez nas mucosas, pele fria, sudorese abundante, cianose e inconsciência.

Há a possibilidade, ainda, da D.Isabel apresentar o diagnóstico de hematoma, que é definido


como a acumulação de sangue coagulado nos sob a pele, sendo que pode ocorrer em qualquer
ferida cirúrgica e prejudicam a cicatrização da ferida, fornecendo um meio propício á
multiplicação bacteriana, potenciando a ocorrência de uma infecção e além de que o hematoma

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Introdução à Prática Clínica II

atua como uma barreira mecânica para a aposição das bordas teciduais (Schwartz et al.,1996).
Este pode ser identificado, observando o local lesionado e verificar-se uma mancha sob a pele
que pode apresentar variadas cores dependendo do tempo em que esta se formou, visualiza-se
um vermelho ou um roxo escuro num hematoma mais recente até uma cor mais acastanhada
ou amarelada num hematoma mais antigo.

Tendo em conta que a D.Isabel foi sujeita a uma bilobectomia, uma cirurgia que exige repouso
no leito, durante alguns dias, após a cirurgia, e sabendo, segundo VanPutte et al. (2016), que tal
necessidade aumenta a dificuldade da circulação do sangue pelo corpo, tornando propícia a
formação de coágulos no sangue, mais concretamente da pelve e extremidades inferiores,
levando ao desenvolvimento de tromboses venosas profundas (TVP). Os sinais que indicam a
presença de uma TVP são a dor localizada e dor á palpação da região gemelar, edema ou tornor
no local de TVP, rubor na região circundante e mais quente ao tato (Manley & Bellman, 2003).
Apesar da D. Isabel ter prescrita a enoxaparina, que é um antiagregante plaquetário usado para
prevenir a TVP, pode não ser suficiente para prevenir e assim devemos estar atentos a sinais de
possíveis complicações. A presença de uma TVP vai levar ao diagnóstico de processo
neurovascular periférico comprometido, que tem como definição um distúrbio que ocorre dentro
dos vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos transportam sangue oxigenado dos pulmões para o
sistema nervoso do corpo por meio de uma rede conectada chamada sistema neurovascular.

1.5.1.4. Termorregulação

A termorregulação pode ser entendida como um conjunto de mecanismos que permitem regular
a temperatura corporal interna de um organismo, de forma a mantê-la dentro de valores
compatíveis com a vida quando a temperatura do meio externo varia (Beirão et al., 2017). No
nosso caso clinico, como já passaram os efeitos da anestesia, um dos diagnóstico descartados é
a hipotermia, logo o único diagnóstico possível é a hipertermia. É considerado hipertermia
temperaturas corporais acima dos 37,5º C (Schwartz et al 1996).

Segundo Schwartz et al 1996, a infeção é uma das maiores preocupações no pós-operatório,


podendo ocorrer depois de 24h, no momento em que a D. Isabel se encontra, além de outros
componentes como o dreno e o cateter urinário, que são fatores potenciadores de infeção. Um
dos sintomas de uma infeção é o aumento da temperatura, ou seja, este aumento vai ser o dado
que vai nos levar ao diagnóstico de hipertermia e uma temperatura muito elevada pode causar
alucinações, suores, sepse intra-abdominal, atelectasia e pode ser potencialmente fatal.

1.5.1.5. Pele

O sistema tegumentar é constituído pela pele e outras estruturas acessórias, como pelos, unhas
e glândulas. Este sistema é o limite entre o organismo e o ambiente externo e tem várias
funções como: proteção, a pele protege contra a abrasão, contra os efeitos nocivos da radiação
ultravioleta, impede a entrada de microrganismos no nosso corpo e previne a desidratação

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Introdução à Prática Clínica II

reduzindo a perda de água pelo nosso corpo; para além disso, é também onde se situam os
receptores sensoriais do calor, frio, pressão e dor; regulam a temperatura corporal através do
sangue que flui pela pele e através das glândulas sudoríparas; produz vitamina D, quando a pele
se encontra exposta à radiação ultravioleta; e, por último ainda tem função excretora sendo que
pequenas quantidades de metabólitos são expulsos pela pele e pelas glândulas (VanPutte et al.,
2016).

A D. Isabel foi submetida a uma bilobectomia e, por isso, apresenta uma ferida cirúrgica no
tórax direito de 15 centímetros que se encontra suturada de forma descontínua com 20 pontos
metálicos.

Segundo Riegel & Junior (2019), a ferida cirúrgica é uma ferida aguda, caracterizada pela rutura
intencional da pele e dos tecidos subjacentes. Algumas das complicações associadas são
infeções, hemorragias, hematomas, deiscências (separação dos bordos da ferida e exposição de
tecidos subcutâneos e musculares), seromas (acúmulo de líquido ao redor da ferida), necrose,
abscessos, entre outros. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns destas complicações são
vermelhidão ao redor da ferida, calor, dor, inchaço, drenagem de pus ou líquido, febre, calafrios,
sangramento ativo e hipocoagulação.

No domínio da pele, a ferida cirúrgica assume o seu foco de atenção por parte dos cuidados de
enfermagem. Estes cuidados devem, por sua vez, exigir da enfermeira uma perspetiva holística
que permita reconhecer o processo de transição no qual a D.Isabel está inserida, a fim que
possa, atendendo às propriedades de transição e fatores condicionantes que a possam moldar,
promover a cicatrização da ferida cirúrgica numa perspetiva o mais breve possível e sem
intercorrências, isto é, sem complicações.

1.5.1.6. Sondas, drenos e cateteres

Neste domínio temos em conta que foi prescrita à cliente D.Isabel os seguintes dispositivos
médicos: dreno torácico e cateter urinário. Efetivamente o domínio apresentado - Sondas,
Drenos e Cateteres - reporta à prescrição e utilização terapêutica de dispositivos médicos, ainda
que com funções e características diferentes, onde importa conhecer as suas finalidades,
colocar em hipótese o surgimento de complicações e reconhecer o momento oportuno da sua
retirada, justificando-se, assim, a razão pela qual este domínio representa um foco de atenção.

Segundo Pohl e Petroianu (2000), apesar de ter uma finalidade terapêutica, a inserção de um
dreno torácico - que se realiza com uma incisão de cerca de 2 cm ultimada com curativo
oclusivo em volta do mesmo - não está, por sua vez, livre de complicações, podendo-se destacar
os seguintes: obstrução por coágulos, traumatismo de tecidos/órgãos, hematomas ou herniação
no local de inserção do dreno, vulnerabilidade à infeção, entre outras. Por fim, a remoção deste
sistema terapêutico é motivada sempre que cumpre a sua função principal, ou então quando
obstruído - por coágulos, por exemplo - havendo, para esses casos, necessidade de substituição.

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Introdução à Prática Clínica II

Falamos, pois, das complicações intrínsecas à inserção do dreno.

Importa reconhecer que a realização de uma bilobectomia, enquanto procedimento cirúrgico


invasivo, não está isenta de complicações. Efetivamente, existe uma predisposição a
complicações pulmonares, resultantes de cirurgia torácica, nomeadamente o hemotórax -
acúmulo de sangue na cavidade pleural - ou o pneumotórax pós-operatório; aparecendo este
último ocasionalmente aquando duma cirurgia na qual haja lesão da pleura. No sentido do
tratamento ou prevenção destas mesmas complicações, nomeadamente desta última, existe a
possibilidade da colocação de um dreno torácico - que, sublinhe-se, quando introduzido
incorretamente ou não estando a cumprir corretamente a sua função poderá levar a estas
mesmas complicações. Assim sendo, justifica-se a integração deste domínio no plano de
cuidados à cliente.

Sumariamente, no sentido do conhecimento das complicações supramencionadas - quer


decorrentes da cirurgia apresentada quer da inserção do dreno torácico -, importa compreender
as mesmas, não só o que as próprias representam, mas também as ações necessárias no
sentido de as prevenir e corrigir.

Assim sendo, relativamente ao pneumotórax é conhecido que, segundo Seeley et al. (1997),
corresponde à presença de ar na cavidade pleural, levando a uma igualdade entre as pressões
atmosférica e intrapleural, provocando, por sua vez, o colapso do pulmão - o que poderá afetar
apenas um pulmão, uma vez que as duas cavidades pleurais de cada pulmão se encontram
separadas pelo mediastino. No presente caso clínico, este cateter está presente para solucionar
o pneumotórax originado pelo rompimento dos tecidos e da pleura na cirurgia. As manifestações
deste, pelos fatores referidos anteriormente, a utente irão manifestar dor no peito, tosse
constante, alterações de dispneia, cianose e hipertensão.

Por sua vez, deve ser igualmente reconhecida a possibilidade do preenchimento da cavidade
pleural por outro tipo de conteúdos como sangue (hemotórax) ou linfa (quilotórax) - neste caso
em específico, Light, R. (2020) aponta a cirurgia torácica como a etiologia mais comum - e que
motivam a mobilização de cuidados de enfermagem semelhantes em caso de pneumotórax,
sabendo-se, ainda que, os sintomas que podem decorrer de um quadro de hemotórax são a
presença de sangue na câmara de drenagem, cianose, sensação de desmaio, falta de ar, dor no
peito, taquipneia e taquicardia. Note-se que, perante a ocupação da cavidade pleural por este
tipo de conteúdos, a expansão pulmonar não se pode realizar, levando como já referido ao
colapso pulmonar, comprometendo seriamente a capacidade ventilatória da pessoa. Não
obstante, decorrente do colapso pulmonar e preenchimento da cavidade pleural em condições
patológicas, Brooks, J. (2020) aponta igualmente como possíveis sinais indicadores destas
complicações o desvio do mediastino - que irá, por sua vez, comprometer o processo de
bombeamento sanguíneo, cujas repercussões se poderão fazer sentir a nível sistémico. Um sinal
indicador do desvio do mediastino é, nomeadamente, o desvio da traqueia para o lado oposto

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do tórax. Há a possibilidade de ocorrer um enfisema pulmonar, que é compreendido como a


dilatação irreversível dos espaços aéreos envolvidos nas trocas gasosas, acompanhada por
destruição de suas paredes sem fibrose evidente, decorrente da reabilitação realizada
posteriormente pela utente com o objetivo de melhorar a capacidade pulmonar e pela expansão
do pulmão numa tentativa de preencher a vazio que ficou após a remoção de parte dos lobo,
causado pelo estiramento do parênquima (Kumar et al, 2016).

O uso do cateter urinário está associado a várias complicações como infeções do trato urinário
(ITU), prostatite aguda ou crónica pela presença do corpo estranho na uretra, lesão na uretra
bulbar por espasmo do esfíncter externo no momento da cateterização, insuficiência renal
crónica (IRC) devido a pielonefrite (infeção do rim) de repetição e embolia por absorção de
lubrificantes oleosos. Sendo fundamental que os profissionais estejam atentos a sinais e
sintomas como hipertermia, calafrios, dor na região suprapúbica, hematúria e piúria (Homenko
et Lelis, 2005). E, quando o seu uso já não se justifica deve ser removido o mais rápido possível
de forma a diminuir o risco da ocorrência destas complicações.

1.5.1.7. Atitudes terapêuticas

Este domínio mostrou ser relevante para o nosso caso, uma vez que, de acordo com o nosso
caso clínico, terá sido prescrito jejum, repouso no leito e oxigenoterapia no pós-operatório.

O jejum é um dos aspetos que deve ser considerado, com o intuito de prevenir complicações
gastrointestinais, nomeadamente os vómitos (Manley & Bellman, 2009). Tendo em conta a
cirurgia a que foi submetida, foi-lhe prescrito jejum no pós-operatório.

O repouso no leito, segundo Corcoran (1991), citado por Cazeiro & Peres (2010), pode ser
necessário para o tratamento de determinada lesão. Como apresentado no caso clínico, a
cliente foi submetida a uma bilobectomia pulmonar à direita, assim, esta necessita de estar em
repouso no leito, devido à gravidade e complexidade da cirurgia e para poder restabelecer a
homeostasia corporal.

Por fim, as ressecções pulmonares levam a uma perda da função pulmonar, o que faz com que a
reserva funcional do pulmão fique diminuída e com que, consequentemente, haja uma
diminuição da capacidade ventilatória. Assim, a oxigenoterapia é crítica após a cirurgia
pulmonar devido à possibilidade de inadequada perfusão alveolar e aumento da demanda de O2
(Raffensperger et al, 2002).

1.5.1.8. Volume de Líquidos

O domínio do volume de líquidos remete-nos para o volume de líquidos corporais da D. Isabel,


ou seja, para as entradas e saídas de líquidos do seu organismo, bem como para a sua
manutenção, conservação e gestão.

Ao selecionarmos este domínio temos como foco/hipótese de diagnóstico a desidratação. A

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Introdução à Prática Clínica II

avaliação das membranas mucosas segundo a sua coloração, humidade e textura


predominante, podem ajudar a detetar precocemente sinais de complicações no pós-operatório.
Acrescentando, como referido por Ascari (2021), a mucosa seca ou pálida, pode ser um sinal
indicativo de desidratação. Devemos ainda estar atentos ao estado de hidratação da pele
(húmida/viscosa, seca/descamativa ou hidratada), à quantidade mensurável de urina e à
sensação de sede.

Durante a cirurgia, a D. Isabel perdeu muitos líquidos e, por este motivo, é necessário repor e
gerir estas perdas. Este domínio foi selecionado uma vez que é importante avaliar os
parâmetros acima referidos, para podermos identificar precocemente sinais de complicações.

Novos Domínios

1.5.1.9. Autocuidado

Segundo Orem, citada por ESEP (2021), o autocuidado é definido como as atividades diárias,
desempenhadas por um indivíduo, que relevam à manutenção da vida, saúde e bem-estar.
Acrescentando, a OMS, segundo ESEP (2021), engloba, para além do indivíduo, os profissionais
de saúde, os familiares e a comunidade, assim como as atividades desempenhadas pelos
mesmos, no âmbito da promoção de saúde, prevenção de doenças e de lidar com as suas
incapacidades.

Segundo Quaresma (2019), após uma cirurgia torácica ocorre uma incapacidade funcional,
devido à dificuldade respiratória sentida pelo doente. Exemplificando, de acordo com Martins &
Gaspar (2018), a diminuição do parênquima pulmonar, associada à diminuição da capacidade
ventilatória concorrem para uma incapacidade funcional, acompanhada de dispneia, dificultando
as atividades de autocuidado, devido ao aumento da necessidade de oxigénio para a realização
das mesmas. Deste modo, será necessário instruir os doentes sobre formas de controlar a
respiração e restrições físicas. Assim, podem ser hipóteses de diagnóstico: cuidar da higiene
pessoal comprometido e vestir-se ou despir-se comprometido.

1.5.1.10. Mobilidade Articular

A mobilidade articular é definida por Costa (2014), como a capacidade de uma articulação se
mover. Acrescentando, Rodrigues (2010) explica que esse movimento ocorre a partir do livre
deslizamento de uma superfície óssea contra outra e, que pode ser alterado por vários fatores,
tais como: a dor e a restrição do movimento.

Segundo Mello (2014), a diminuição da mobilidade articular constitui uma das consequências
mais comuns da dor, que faz com que os doentes evitem realizar certas atividades e
movimentos. Para além disso, de acordo com Souza (2009), a dor e a restrição do movimento de
uma articulação modulam o controlo do movimento, comprometem a biomecânica da

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Introdução à Prática Clínica II

articulação e diminuem a amplitude do movimento articular do ombro. Deste modo, a dor


experienciada pela D. Isabel e a imobilidade articular associada à mesma concorrem para um
comprometimento na mobilidade articular, sendo identificado como possível diagnóstico a
rigidez articular.

No domínio do Movimento Articular há que ter em conta o compromisso da mobilidade articular


da cliente D.Isabel, compromisso esse que é extenso no tempo e que, no sentido da
recuperação desta mesma mobilidade irá exigir da cliente a assimilação de novos
conhecimentos, comportamentos e atitudes. Nesta linha de raciocínio importa, pois, ter em
conta o processo de transição que a D.Isabel atravessa, a fim que possa - com o evoluir positivo
da sua situação clínica aliada à aquisição de novos conhecimentos e atitudes terapêuticas, bem
como da atribuição de significados positivos a este compromisso -, adquirir, nomeadamente, a
mestria na execução de exercícios músculo-articulares, indicador de resultado fulcral para que
se possa garantir o sucesso e a finalização desta transição.

Referências bibliográficas:

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Catarina: Florianópolis.
https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/00008e/00008ec6.pdf.

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Fundamentos da termorregulação para Hidroterapia. Revista da Universidade Ibirapeura, 13,
62-70. https://www.ibirapuera.br/seer/index.php/rev/article/view/110/135.

Cazeiro, A. P. M., & Peres, P. T. (2010). A terapia ocupacional na prevenção e no tratamento


de complicações decorrentes da imobilização no leito. Cadernos Brasileiros de Terapia
Ocupacional, 18(2), 149-167.
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Nesrallah, V. Ortiz (Ed.) Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ escola paulista
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Medicina interna de Harrison. AMGH Editora: Rio de Janeiro.

Kumar, V., Abbas, A., Aster, J.,(2016). Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das
Doenças. Elsevier: Rio de Janeiro

Leandro, J. D., Neto, R. A. G., & Bernardes, R. A. B. (2014). Avaliação da função pulmonar de

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indivíduos no pós-operatório de toracotomias: relato de caso. Journal of the Health Sciences


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Manley, K., & Bellman, L. (2009). Enfermagem cirúrgica: prática avançada. Lusociência:
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Pohl, F., Filho, F. 2000. Drenagens e Drenos - Como, Quando e Onde?. Pohl, F., Petroianu,
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Quaresma, T. S. A. P. V. (2019). Reeducação Funcional Respiratória em contexto de cirurgia


torácica ou abdominal alta: Intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de
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Anatomia e fisiologia de Seeley. AMGH: Porto Alegre.

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Introdução à Prática Clínica II

1.6. Dados

Movimento articular
06-03-2023 08:00
Articulação
Ombro Direita(o): Flexão.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel noto que está a adotar uma posição diferente, é por
causa da dor?" D. Isabel: "Sim, se me encolher sinto menos dor." Enfermeiro: "Pode
levantar o braço direito, por favor?" (O Enfermeiro exemplifica o movimento de flexão
do ombro e a D. Isabel repete-o. O Enfermeiro verificou que o movimento estava
comprometido uma vez que a D. Isabel não consegue fletir completamente o ombro).
mobilidade articular limitada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Com a D. Isabel na posição sentada e os braços ao longo do corpo,
realizou-se a avaliação da mobilidade articular. A D. Isabel realizou a flexão do
ombro e verificou-se que apresenta o movimento articular limitado, tendo uma
amplitude articular de 65º devido à dor no tórax direito associada a este movimento.
Ombro Direita(o): Abdução.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "Pode agora fazer este movimento, por favor?" (O Enfermeiro
exemplifica o movimento de abdução do ombro e a D. Isabel repete-o. O Enfermeiro
verificou que o movimento estava comprometido uma vez que a D. Isabel não
consegue fazer a abdução completa do ombro).
mobilidade articular limitada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Com a D. Isabel na posição sentada e os braços ao longo do corpo,
realizou-se a avaliação da mobilidade articular. A D. Isabel realizou a abdução do
ombro e verificou-se que apresenta o movimento articular limitado, tendo uma
amplitude articular de 65º devido à dor no tórax direito associada a este movimento.
Rigidez articular
Capacidade para executar exercícios músculo-articulares: necessita ser melhorada para
progredir para a mestria; é o momento próprio para intervir.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: “D. Isabel, tem consciência de que assumiu uma posição
diferente?” D. Isabel: “Sim Sr. Enfermeiro, eu fico assim porque tenho menos dor e tenho
menos probabilidade de me magoar na ferida.” Enfermeiro: “ D. Isabel ao assumir essa

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Introdução à Prática Clínica II

posição, pode vir a desenvolver rigidez articular, o que é algo que queremos evitar pois é
algo doloroso e que iria afetar na realização das atividades de vida diária. Existe uns
exercícios, chamados de exercícios músculo-articulares, que consistem na mobilização da
articulação do ombro para que abranja toda a articulação.” D. Isabel: “Nunca tinha ouvido
falar desses exercícios. Se for necessário Sr. Enfermeiro, estou disposta a fazer os
exercícios, não quero nada a impedir de realizar as minhas atividades.”
Potencial para melhorar capacidade para executar exercícios músculo-articulares
Dor
02-03-2023 14:00
Dor
Localização da dor
Tórax Direita(o)
Intensidade da dor - 3.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel tem sentido dor?" D. Isabel: "Confesso que sinto um
pouco de dor Sr. Enfermeiro, mas quando me mexo ou tusso a dor fica mais intensa"
Enfermeiro: "Compreendo, poderia me dizer numa escala de 0 a 10, sendo 0 a
ausência de dor e 10 a pior dor possível, como é que classificaria a sua dor?" D.
Isabel: "É 3 se estiver quieta, em alguns momentos quando me mexo ou tusso a dor
passa a um 7 mas quando tomo a medicação já melhora.".
dor de tipo - lacerante.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, consegue descrever a sua dor tendo em conta
como se sente?" D. Isabel: "Não sei Sr. Enfermeiro, é como se tivesse sempre lá
aquela sensação mas melhora com a toma da medicação".
06-03-2023 08:00
Localização da dor
Tórax Direita(o)
Intensidade da dor - 2.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Antes de ir junto da cliente, foi verificado o processo clinico para perceber
como é que a D. Isabel evoluiu relativamente à dor. Foi verificado que a intensidade
da dor foi diminuindo ao longo dos dias, mesmo quando realizava esforços.
Enfermeiro: "Então D. Isabel, como tem estado estes dias?" D. Isabel: "Tenho
melhorado, felizmente." Enfermeiro: "E como é que está agora relativamente à dor?"
D. Isabel: "Praticamente quase não sinto nada." Enfermeiro: "Numa escala de 0 a 10,
sendo 0 a ausência de dor e 10 a pior dor possível, como é que classificaria a sua
dor?" D. Isabel: "É um 2, Sr. Enfermeiro." Enfermeiro: "Agora, se não se importar,
pode levantar o braço direito o máximo que conseguir para vermos como está a dor
ao fazer este movimento?" D. Isabel: "Vou tentar." (A D. Isabel levanta o braço até
um terço da amplitude normal) Enfermeiro: "Poderia me dizer, utilizando a mesma

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Introdução à Prática Clínica II

escala, sendo 0 a ausência de dor e 10 a pior dor possível, como é que classificaria a
sua dor neste momento?" D. Isabel: "Agora é um 3, quando levanto o braço ou faço
esforços grandes a dor aumenta."
dor de tipo - pontada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, conseguiria descrever o tipo de dor que sente
quando faz esforços ou toca na ferida?" D.Isabel: "Sinto pontadas e parece que arde,
mas normalmente só sinto um pequeno desconforto."
Sistema respiratório
02-03-2023 14:00
Frequência respiratória: 23 ciclos/min.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro visualizou os movimentos respiratórios da cliente observando a
elevação e o abaixamento da caixa torácica e contou o número de ciclos respiratórios
durante 60 segundos.
Movimento respiratório assimétrico.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro com recurso à observação analisou os movimentos de inspiração
e expiração anteriormente. Desta forma percebeu que havia um movimento respiratório
assimétrico pois houve uma maior expansão do lado esquerdo em relação com o direito.
Profundidade da ventilação: inspirações superficiais.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro verificou a profundidade da ventilação através da observação
dos movimentos respiratórios da cliente e comparou a diferença de volumes entre a
expiração e a inspiração.
Saturação do oxigénio no sangue
Periférico(a): 94 %.
Fonte: Cliente
Estratégia: Artefacto
Descrição: Através do oxímetro, o enfermeiro verificou a saturação de oxigénio da
cliente.
Coloração da mucosa: rosada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enquanto falava com a cliente o enfermeiro observou a coloração das
mucosas da D. Isabel, nomeadamente os seus lábios, que se encontravam rosados.
Não comunica falta de ar.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "Sente falta de ar?" D. Isabel: "Não, principalmente quando a

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Introdução à Prática Clínica II

medicação está a atuar. Quando começo a sentir dor começo a ter um bocado de
dificuldade a respirar apenas porque me dói a respirar, mas nesse caso falo com o
enfermeiro e pergunto se me pode dar alguma medicação para aliviar a dor."
Não mobiliza as secreções das vias aéreas inferiores.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, para verificar a eficácia da sua tosse irei auscultá-la
antes e após tossir, se estiver de acordo. Poderá sentir alguma dor ao tossir, mas penso
que será ligeira pois está sob efeito da medicação, se sentir dor diga." D.Isabel: "Claro
que sim, Sr. Enfermeiro." (O enfermeiro auscultou a D. Isabel identificando sons
respiratórios do tipo roncos. De seguida, o enfermeiro solicitou à D. Isabel para tossir e
voltou a auscultar voltado a verificar roncos, no entanto, em menor intensidade devido à
pequena quantidade de expectoração exteriorizada)
Sons respiratórios: roncos.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Durante a auscultação estavam presentes sons respiratórios graves e
contínuos.
Secreções em pequena quantidade.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Ao pedir à D. Isabel para tossir no intuito de avaliar a eficácia da sua tosse
avaliou também a expetoração. Quanto à quantidade expelida verificou-se uma pequena
quantidade e através da auscutação conseguiu-se identificar sons característicos da
existência de uma quantidade moderada de secreções na zona infraglótica.
Secreções espessas.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a consistência da expetoração após a Dona Isabel
tossir e percebeu que esta é espessa e de difícil expulsão.
Secreções esbranquiçadas.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a coloração da expetoração após a Dona Isabel tossir e
percebeu que esta tem uma cor clara/branca.
Ventilação comprometida
Limpeza da via aérea comprometida [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Capacidade para limpar secreções da via aérea
Dispositivo: Nenhum - necessita ser melhorada para progredir para a mestria; é o
momento próprio para intervir.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, anteriormente foi possível verificar que sente
dificuldade a tossir." D. Isabel: "Sim, Sr. Enfermeiro, sinto dificuldade e para além disso

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Introdução à Prática Clínica II

sinto que não consigo tossir tudo." Enfermeiro: "Existe uma técnica para conseguir
tossir melhor e de forma mais eficaz, já ouviu falar?" D. Isabel: "Nunca ouvi falar Sr.
Enfermeiro." Enfermeiro: "Está disposta a aprender?." D. Isabel: "Sim, estou!"
Potencial para melhorar capacidade para limpar secreções da via aérea [RESOLVIDO]
06-03-2023 08:00
06-03-2023 08:00
Comunica falta de ar ao realizar atividades que exigem grande esforço físico [PIOROU].
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, tem sentido falta de ar quando realiza pequenos
esforços, como quando se levanta ou se vira na cama?" D. Isabel: "Não, quando realizo
essas atividades não sinto falta de ar." Enfermeiro: "E quando faz algum esforço?" D.
Isabel: "Sinto um pouco de falta de ar a tomar banho e a caminhar, e depois de algum
tempo a caminhar começo a sentir ainda mais falta de ar e preciso de me sentar para
recuperar."
Coloração da mucosa: rosada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enquanto falava com a cliente o enfermeiro observou a coloração das
mucosas da D. Isabel, nomeadamente os seus lá bios, que se encontravam rosados.
Frequência respiratória: 19 ciclos/min.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro visualizou os movimentos respirató rios da cliente observando a
elevação e o depressão da caixa torá cica e contou o nú mero de ciclos respirató rios
durante 60 segundos. Foi também verificado o número de ciclos respiratórios por minuto
após a cliente realizar atividades que requerem maior esforço, dando um valor de 25
ciclos/min.
Profundidade da ventilação: inspirações superficiais [MANTEVE].
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro verificou a profundidade da ventilação atravé s da observação
dos movimentos respirató rios da cliente e comparou a diferença de volumes entre a
expiração e a inspiração, verificando que a mesma tinha uma respiração superficial, no
entanto, existem melhorias em relação à última avaliação. Foi também verificado que,
após a cliente realizar atividades que requerem mais esforço, a mesma apresentava uma
respiração mais superficial.
Saturação do oxigénio no sangue
Periférico(a): 98 %.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Atravé s do oxı́metro, o enfermeiro verificou a saturação de oxigé nio da
cliente. Foi também verificado que, após a cliente realizar atividades que requerem
maior esforço, esta apresentava uma saturação periférica de 95%.

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Introdução à Prática Clínica II

Não utiliza os músculos acessórios da ventilação.


Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro, com recurso à observação, verificou que a cliente não utiliza os
músculos acessórios da ventilação. Foi também verificado que, após a cliente realizar
atividades que requerem maior esforço, a mesma utiliza músculos acessórios da
ventilação, como os músculos escalenos e o esternocleidomastoideu.
Movimento respiratório assimétrico [MANTEVE].
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro com recurso à observação analisou os movimentos de inspiração
e expiração anteriormente. Desta forma percebeu que havia um movimento respirató rio
assimétrico.
Expele as secreções das vias aéreas [MELHOROU].
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "Como se tem sentido nos últimos dias? Sente que consegue
expelir as secreções?" D. Isabel: "Tenho me sentido muito melhor." Enfermeiro: "D.
Isabel, para verificar a eficácia da sua tosse irei auscultá-la antes e após tossir, se não se
importar" D. Isabel: "Claro que sim, Sr. Enfermeiro." (O enfermeiro auscultou a D. Isabel
identificando sons respiratórios normais. Desta forma, percebeu que a cliente tem
eficácia da tosse pois conseguiu expelir as secreções anteriormente identificadas pelos
sons do tipo roncos.)
Sons respiratórios: normais.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Durante a auscultação estavam presentes sons respiratórios normais.
Secreções esbranquiçadas.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a coloração da expetoração após a Dona Isabel tossir e
expelir secreções e percebeu que esta tem uma cor clara/branca.
Secreções normais [MELHOROU].
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a consistência da expetoração após a Dona Isabel
tossir e percebeu que esta é normal pois consegue expeli-la da melhor forma.
Secreções em pequena quantidade.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Ao pedir à D. Isabel para tossir no intuito de avaliar a eficácia da sua tosse
avaliou também a expetoração. Quanto à quantidade expelida verificou-se uma pequena
quantidade e através da auscultação conseguiu-se identificar sons respiratórios normais
verificando que não existiam secreções, estas estavam a ser expelidas pela tosse.

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Introdução à Prática Clínica II

Capacidade para limpar secreções da via aérea


Dispositivo: Nenhum - facilitadora.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "Depois de lhe ter instruído a realizar a técnica da tosse e com
o treino, sente que consegue tossir melhor?" D. Isabel: "Sim, Sr. Enfermeiro, agora a
tossir sinto que consigo expulsar o que tenho cá dentro, já não fico com a sensação de
que não tusso tudo." Enfermeiro: "Importa-se de exemplificar, por favor?" D. Isabel:
"Claro que não." (A D. Isabel realiza a técnica da tosse. Encontra-se em decúbito dorsal
com a cabeceira em semi-fowler, flete os joelhos e apoia os pés no colchão e apoia a
zona da ferida cirúrgica. Começa por realiza duas inspirações lentas e profundas pelo
nariz, contraindo os músculos abdominais e intercostais, expelindo o ar pela boca após
cada inspiração. De seguida, realizar uma terceira inspiração, sustendo o ar durante
três segundos e expele o ar pela boca a alta velocidade e de uma só vez, realizando
duas a três tosses consecutivas, sem inspirar entre elas. A tosse parte do tórax e não
da parte posterior da boca nem da garganta. Desta forma, o Enfermeiro verifica que a
D. Isabel realiza a técnica da tosse de forma eficaz.)
Dispneia
Conhecimento sobre prevenção de episódios de dispneia: facilitador.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, uma vez que sente falta de ar em algumas atividades
que realiza, sabe como deve proceder para prevenir que sinta falta de ar?" D. Isabel: "Sei
que devo fazer os exercícios respiratórios, pois ajudam a respirar de forma mais eficaz e
controlada. Sei que devo ser mais ativa de modo a fortalecer os músculos, mas fazendo
algumas pausas para evitar ter um episódio. Também sei que não devo fumar e evitar a
exposição a fumo, pó, pólens e pelo de animais e também devo ter uma alimentação
saudável, para não ter excesso de peso."
Capacidade para executar exercícios respiratórios
Dispositivo: Nenhum - Capacidade para executar exercícios respiratórios: necessita ser
melhorada para progredir para a mestria; é o momento próprio para intervir.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro:" Conhece alguns exercícios para controlar a respiração, quando
sente falta de ar?" D. Isabel: "Já ouvi falar, mas não sei exatamente como são."
Enfermeiro: "D. Isabel, eu penso que esses exercícios seriam muito benéficos para si e
iriam ajudá-la a controlar melhor a falta de ar, especialmente quando se esforça mais.
Gostaria que lhe ensinasse?" D. Isabel:" Sim, Sr. Enfermeiro, agradeço."
Potencial para melhorar capacidade para executar exercícios respiratórios
Sistema cardiovascular
02-03-2023 14:00
Localização do Pulso
Punho Direita(o)
Pulso de amplitude mediana e regular.

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Introdução à Prática Clínica II

Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro avaliou a amplitude do pulso da D. Isabel, colocando as
pontas dos dedos indicador e médio perpendicularmente à artéria radial. Posto isto,
foi exercida uma ligeira pressão sobre o rádio até conseguir palpar o pulso. Manteve-
se essa pressão durante 60 segundos, verificando que o pulso era amplo e regular,
porque apresentava um enchimento arterial considerável de sangue na sístole e um
esvaziamento na diástole regular.
Frequência do pulso: 76 pulsações por minuto.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro avaliou a amplitude do pulso da D. Isabel, colocando as
pontas dos dedos indicador e médio perpendicularmente à artéria radial. Posto isto,
foi exercida uma ligeira pressão sobre o rádio até conseguir palpar o pulso. Manteve-
se essa pressão durante 60 segundos.
Local de avaliação da pressão sanguínea
Membro superior Direita(o)
Pressão sanguínea sistólica: 127 mm Hg.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro, com a utilização de um esfignomanómetro digital, avaliou a
pressão arterial sistólica da D. Isabel. Para avaliar através deste método, a cliente
deve-se manter na posição de deitada com o membro destapado, apoiado e à altura
do coração para não obter valores falsos, ligeiramente fletido com a palma da mã o
para cima. Também não deve ser medida sobre as roupas para evitar o atrito. O
braçal deve ser colocado e fixado no braço ao nı́vel do coração, 2 dedos (2 a 2,5 cm)
acima da prega cubital. Avaliou-se também a pressão arterial sistólica no membro
contralateral.
Pressão sanguínea diastólica: 78 mm Hg.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro, com a utilização de um esfignomanómetro digital, avaliou a
pressão arterial diastólica da D. Isabel. Para avaliar através deste método, a cliente
deve-se manter na posição de deitada com o membro destapado, apoiado e à altura
do coração para não obter valores falsos, ligeiramente fletido com a palma da mã o
para cima. Também não deve ser medida sobre as roupas para evitar o atrito. O
braçal deve ser colocado e fixado no braço ao nı́vel do coração, 2 dedos (2 a 2,5 cm)
acima da prega cubital. Avaliou-se também a pressão arterial diastólica no membro
contralateral.
Localização da dor
Membro inferior Direita(o)
Intensidade da dor - sem dor.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico

e4nursing - ESEP p. 37 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Descrição: Enfermeiro: "Tem sentido alguma dor nas pernas?" D.Isabel: "Não, Sr.
Enfermeiro." Enfermeiro: "Vou fazer-lhe um teste para confirmar se está tudo bem, é
apenas pegar na sua perna e dobrar o seu joelho e fazer uma pequena força no seu
pé, é simples, não se importa?" D. Isabel: "Claro que não." (O Enfermeiro coloca uma
mão na região poplítea e outra mão na região do tornozelo, realizando a flexão do
joelho da cliente e a dorsiflexão do seu pé) Enfermeiro: "Sente alguma dor, D.
Isabel?" D. Isabel: "Continuo sem dor." (O Enfermeiro verifica o sinal de Homans
negativo, sugerindo que não existe tromboembolismo)
Membro inferior Esquerda(o)
Intensidade da dor - sem dor.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Enfermeiro: "Tem sentido alguma dor nas pernas?" D.Isabel: "Não, Sr.
Enfermeiro." Enfermeiro: "Vou fazer-lhe um teste para confirmar se está tudo bem, é
apenas pegar na sua perna e dobrar o seu joelho e fazer uma pequena força no seu
pé, é simples, não se importa?" D. Isabel: "Claro que não." (O Enfermeiro coloca uma
mão na região poplítea e outra mão na região do tornozelo, realizando a flexão do
joelho da cliente e a dorsiflexão do seu pé) Enfermeiro: "Sente alguma dor, D.
Isabel?" D. Isabel: "Continuo sem dor." (O Enfermeiro verifica o sinal de Homans
negativo, sugerindo que não existe tromboembolismo)
06-03-2023 08:00
Localização do Pulso
Punho Direita(o)
Pulso de amplitude mediana e regular.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro avaliou a amplitude do pulso da D. Isabel, colocando as
pontas dos dedos indicador e médio perpendicularmente à artéria radial. Posto isto,
foi exercida uma ligeira pressão sobre o rádio até conseguir palpar o pulso. Manteve-
se essa pressão durante 60 segundos, verificando que o pulso era amplo e regular,
porque apresentava um enchimento arterial considerável de sangue na sístole e um
esvaziamento na diástole regular.
Frequência do pulso: 77 pulsações por minuto.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro avaliou a amplitude do pulso da D. Isabel, colocando as
pontas dos dedos indicador e médio perpendicularmente à artéria radial. Posto isto,
foi exercida uma ligeira pressão sobre o rádio até conseguir palpar o pulso. Manteve-
se essa pressão durante 60 segundos.
Local de avaliação da pressão sanguínea
Membro superior Direita(o)
Pressão sanguínea sistólica: 123 mm Hg.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico

e4nursing - ESEP p. 38 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Descrição: O enfermeiro, com a utilização de um esfignomanómetro digital, avaliou a


pressão arterial sistólica da D. Isabel. Para avaliar através deste método, a cliente
deve-se manter na posição de deitada com o membro destapado, apoiado e à altura
do coração para não obter valores falsos, ligeiramente fletido com a palma da mã o
para cima. Também não deve ser medida sobre as roupas para evitar o atrito. O
braçal deve ser colocado e fixado no braço ao nı́vel do coração, 2 dedos (2 a 2,5 cm)
acima da prega cubital. Avaliou-se também a pressão arterial sistólica no membro
contralateral.
Pressão sanguínea diastólica: 75 mm Hg.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro, com a utilização de um esfignomanómetro digital, avaliou a
pressão arterial diastólica da D. Isabel. Para avaliar através deste método, a cliente
deve-se manter na posição de deitada com o membro destapado, apoiado e à altura
do coração para não obter valores falsos, ligeiramente fletido com a palma da mã o
para cima. Também não deve ser medida sobre as roupas para evitar o atrito. O
braçal deve ser colocado e fixado no braço ao nı́vel do coração, 2 dedos (2 a 2,5 cm)
acima da prega cubital. Avaliou-se também a pressão arterial diastólica no membro
contralateral.
Pele
02-03-2023 14:00
Ferida cirúrgica
Localização da ferida cirúrgica
Tórax Direita(o)
Comprimento da lesão tegumentar: 15.00 cm.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico o enfermeiro verificou que no
procedimento cirúrgico foi realizada uma bilobectomia por toracotomia, com cerca
de 15 centímetros de comprimento.
Ausência de exsudado.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O Enfermeiro verifica que o penso se encontra limpo e seco
externamente, contudo não se exclui a hipótese da presença de algum exsudado
internamente.
Tipo de sutura da lesão tegumentar: descontínua.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que foi realizada a
síntese da pele com pontos metálicos interrompidos simples.
Material de sutura da lesão tegumentar: metal.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico

e4nursing - ESEP p. 39 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que foi realizada
uma toracotomia, onde a sutura da pele foi realizada com agrafos metálicos de
forma interrompida simples.
Número de pontos de sutura da lesão tegumentar: 20.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que a sutura com
agrafos metálicos apresenta um total de 20 pontos.
06-03-2023 08:00
Conhecimento sobre promoção da cicatrização da ferida cirúrgica: facilitador.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: "D. Isabel, durante estes dias a cicatrização da sua ferida cirúrgica
tem evoluído de forma positiva e tem estado a correr tudo bem. Sabe-me dizer que
aspetos são importantes para promover a cicatrização da sua ferida?" D. Isabel: "Sim, Sr.
Enfermeiro. Tenho de ter o locar limpo e seco, tenho de estar atenta a sinais como
vermelhidão, calor e também tenho de estar atenta à dor. Tenho de me manter hidratada
e ter alguns cuidados com a minha alimentação, devo comer, por exemplo, proteínas,
zinco e vitamina E para ajudar no processo de cicatrização" (O Enfermeiro concluiu que a
D. Isabel tinha conhecimento sobre a promoção da cicatrização da ferida cirúrgica).
Localização da ferida cirúrgica
Tórax Direita(o)
Comprimento da lesão tegumentar: 15.00 cm.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico o enfermeiro verificou que no
procedimento cirúrgico foi realizada uma bilobectomia por toracotomia, com cerca
de 15 centímetros de comprimento.
Ausência de exsudado.
Fonte: Artefacto
Estratégia: Exame físico
Descrição: Por observação da ferida cirúrgica (lesão tegumentar em causa), não se
detetou qualquer quantidade de exsudado na mesma.
Coloração da pele periférica à lesão tegumentar: sem alterações / normal.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Ao observar os tecidos periféricos à ferida cirúrgica, o Enfermeiro não
detetou nenhuma alteração.
Temperatura da pele periférica à lesão tegumentar: normal.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Ao tocar nos tecidos periféricos à lesão tegumentar, o Enfermeiro
verificou que a temperatura dos mesmos se encontrava normal.
Tumefação dos tecidos periféricos à lesão tegumentar: ausente.

e4nursing - ESEP p. 40 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Ao observar os tecidos periféricos à ferida cirúrgica, o Enfermeiro não
detetou nenhuma alteração.
Tipo de sutura da lesão tegumentar: descontínua.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que foi realizada a
síntese da pele com pontos metálicos interrompidos simples.
Material de sutura da lesão tegumentar: metal.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que foi realizada
uma toracotomia, onde a sutura da pele foi realizada com agrafos metálicos de
forma interrompida simples.
Número de pontos de sutura da lesão tegumentar: 20.
Fonte: Processo Clínico
Estratégia: Processo clínico
Descrição: Por consulta do processo clínico, o enfermeiro verifica que a sutura com
agrafos metálicos apresenta um total de 20 pontos.
Ausência de sinais aparentes de contaminação da lesão tegumentar.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Por observação do local de ferida cirúrgica, não se detetaram quaisquer
sinais aparentes de contaminação da lesão tegumentar.
Ausência de trajetos fistulosos.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: Por observação do local da ferida cirúrgica, não se detetaram trajetos
fistulosos.
Termorregulação
02-03-2023 14:00
Temperatura corporal periférica
Ouvido: 37.10 ºC.
Fonte: Artefacto
Estratégia: Exame físico
Descrição: Colocou-se o termômetro no canal auditivo, puxando o pavilhão auricular
para trás, ajustando o sensor no canal auditivo para o mesmo apontar para a
membrana timpanica.
06-03-2023 08:00
Temperatura corporal periférica
Ouvido: 37.00 ºC.
Fonte: Artefacto
Estratégia: Exame físico

e4nursing - ESEP p. 41 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Descrição: Colocou-se o termômetro no canal auditivo, puxando o pavilhão auricular


para trás, ajustando o sensor no canal auditivo para o mesmo apontar para a
membrana timpânica.
Volume de líquidos
02-03-2023 14:00
Sensação de sede normal.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: “D. Isabel hoje tem sentido sede?" D. Isabel: “Tenho a boca um
bocadinho seca mas nada fora do normal." Enfermeiro: "Podemos molhar-lhe os lábios
para melhorar a sensação." D. Isabel: "Agradecia, ia saber bem."
Turgor da pele normal.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro realizou uma prega no dorso da mão da D. Isabel e verificou que
a pele voltou rapidamente à posição normal.
Pele hidratada.
Fonte: Cliente
Estratégia: Exame físico
Descrição: O enfermeiro observou a pele da D. Isabel e verificou que não apresentava
descamação.
Cor da urina
Fonte: Artefacto
Estratégia: Artefacto
Descrição: Aquando da observação da quantidade de urina presente no saco coletor, o
enfermeiro verificou que esta se apresenta amarela-palha.
Cuidar da higiene pessoal
06-03-2023 08:00
Lava e seca o corpo
Dispositivo: Nenhum - Lava e seca o corpo.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: “Nos últimos dias tem sentido dificuldades ao tomar banho?” D.
Isabel: “Sinto dificuldade a lavar o corpo, principalmente da cintura para baixo porque
sinto dor. Também fico cansada e com falta de ar mais facilmente." Enfermeiro: "E na
parte de cima do corpo?" D. Isabel: "Se fizer tudo de uma só vez fico bastante cansada,
por isso vou fazendo com pausas."
Penteia-se
Dispositivo: Nenhum - Penteia-se.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: “Em relação ao pentear-se, sente alguma dificuldade?” D.
Isabel: “Penteio com o braço esquerdo porque sinto algumas dores com o braço
direito.”

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Introdução à Prática Clínica II

Vestir-se ou despir-se
06-03-2023 08:00
Veste-se
Dispositivo: Nenhum - Veste todas as peças de roupa.
Fonte: Cliente
Estratégia: Entrevista
Descrição: Enfermeiro: “Ao longo destes dias, tem sentido alguma dificuldade quando
se veste?” D. Isabel: “No princípio, quando ia vestir a roupa tinha que o fazer mais
devagar porque tinha dor, mas tem melhorado ao longo dos dias e já não sinto tanta
dificuldade."

1.6.1. Objetivos e prioridades no planeamento dos cuidados

Tendo em conta a condição da D. Isabel, os objetivos da equipa de enfermagem são:

- Detetar alterações indesejáveis relativamente ao diagnóstico de ventilação comprometida,


onde diz respeito à variação da frequência respiratória, da simetria do movimento respiratório,
da profundidade da ventilação, da saturação de oxigénio no sangue e da coloração das
mucosas;

- Prevenir complicações como infeções pulmonares, derrame pleural, hemotórax, hemorragia,


contaminação da ferida e abcesso;

- Facilitar/favorecer a melhoria da condição da D. Isabel, promovendo a ventilação, a limpeza


secreções das vias aéreas, a gestão da dor, o conforto e a cicatrização da ferida cirúrgica;

- Promover autogestão da limpeza das secreções das vias aéreas através da instrução da
técnica da tosse.

De forma a identificar alterações indesejáveis, a equipa de enfermagem tem de avaliar a


evolução da condição da utente em diferentes parâmetros (avaliar evolução: da dor, da
ventilação, da limpeza da via aérea, da ferida cirúrgica e da temperatura corporal).

Para controlar e prevenir complicações é necessário colocar em práticas intervenções (do tipo
executar) como, gerir a analgesia e executar tratamento da ferida cirúrgica.

A equipa de enfermagem realiza também intervenções para instruir e treinar a D.Isabel com o
objetivo de melhorar o seu potencial (por exemplo, instruir/treinar técnica da tosse) para
promover a melhoria da sua condição.

Objetivos a partir de dia 06/03/2023:

Tendo em conta a evolução da condição da D. Isabel e a fase em que esta se encontra, os


objetivos da equipa de enfermagem a partir de dia 06/03/2023 são:

e4nursing - ESEP p. 43 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

- Continuar a avaliar a evolução da condição da utente em diferentes parâmetros (avaliar


evolução: da dor, da ventilação, da ferida cirúrgica, da temperatura corporal e de sinais de
complicações no local de inserção do cateter venoso periférico), de forma a identificar
alterações indesejáveis;

- Facilitar/favorecer a melhoria da condição da D. Isabel, promovendo a ventilação, a gestão da


dor (gerir analgesia), o conforto e a cicatrização da ferida cirúrgica;

- Reabilitar a D.Isabel no sentido de melhorar a postura corporal que a mesma adotou devido à
dor. Para tal, os enfermeiros deverão instruir e treinar exercícios músculo-articulares no sentido
de prevenir a rigidez articular e melhorar a mobilidade articular;

- Prevenir episódios de dispneia através da instrução e treino de exercícios respiratórios, de


reexpansão torácica e de controlo respiratório;

- Avaliar evolução da mobilidade por articulação, da amplitude articular, da dispneia e da


capacidade da D.Isabel para executar exercícios músculo-articulares e respiratórios.

1.6.2. A evolução do cliente; indicadores de resultados

No dia 06/03/2023 às 8 horas, foi notável uma evolução em vários domínios comparativamente
ao dia 02/03/2023, dia em que a D. Isabel deu entrada no serviço de cirurgia cardiotorácica.

Sistema Respiratório

No que diz respeito ao domínio do sistema respiratório, inicialmente a nossa cliente apresentava
compromissos, nomeadamente na ventilação e na limpeza da via aérea. Relativamente à
ventilação, houve melhoria ao nível da frequência respiratória, da saturação de oxigénio do
sangue, da profundidade da ventilação, apesar desta se manter com inspirações superficiais
notou-se uma evolução, tal como o movimento respiratório assimétrico que continua visível,
porém, menos acentuado.

Em relação à limpeza da via aérea, inicialmente não mobilizava as secreções das vias aéreas
inferiores, sendo percetível, após a instrução e treino da técnica da tosse, que a utente
demonstra maior eficácia para as mobilizar e, por isso, capacidade para limpar as secreções da
via aérea. Os sons respiratórios passaram de roncos para sons respiratórios normais e a
consistência das secreções passou de espessa para normal.

Decorrente de um lapso, no dia 02/03 recolhemos o dado relativo à comunicação de falta de ar,
com o intuito de perceber se a dor causava falta de ar. No entanto, este dado também foi
recolhido na sessão de 06/03 com o objetivo de despistar ou não a hipótese de diagnóstico de

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Introdução à Prática Clínica II

dispneia, uma vez que a cliente iniciou algumas atividades de vida diária. Desta forma, no nosso
relatório apresenta-se como “[Piorou]”, uma vez que, como explicado, o dado foi recolhido com
finalidades diferentes.

Dor

No domínio da dor, houve uma diminuição na intensidade da dor tendo se verificado, recorrendo
a uma escala numérica de 0 a 10 (sendo 0 a ausência de dor e 10 a pior dor possível), que esta
evoluiu de 3 para 2 e o tipo de dor passou de lacerante para pontada.

Pele

Relativamente ao domínio da pele, no que diz respeito à ferida cirúrgica, na primeira sessão
avaliamos a presença de exsudado na parte externa do penso, estando este limpo e seco. No
dia 06/03, foram realizados os cuidados à ferida o que nos permitiu analisar esta com maior
pormenor. Foi analisada novamente a presença de exsudado, que correspondeu à avaliação do
dia 02/03, para além disso, avaliamos a coloração, a temperatura e a presença de tumefação
nos tecidos periféricos à lesão tegumentar que se encontravam normais, também foi verificada
a ausência de sinais aparentes de contaminação e ausência de trajetos fistulosos.

Sistema Cardiovascular, Sistema Tegumentar e Volume de Líquidos

Acerca dos domínios do sistema cardiovascular, tegumentar e do volume de líquidos, foram


recolhidos dados no dia em que recebemos a cliente no serviço de cirurgia cardiotorácica, onde
verificamos a ausência de compromissos. Não voltamos a avaliar esses dados, uma vez que,
não seria expectável que houvesse uma alteração dos mesmos.

Termorregulação

No domínio da termorregulação, foi verificado através da medição da temperatura corporal


periférica que esta se encontrava com valores normais, o que, aliado com outros dados
recolhidos, indica a ausência de infeção.

e4nursing - ESEP p. 45 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

1.7. Diagnósticos

Movimento articular
06-03-2023 08:00
Rigidez articular
Intervenções de Enfermagem
06-03-2023 08:00 - Avaliar evolução da mobilidade por articulação [Uma vez por dia]
06-03-2023 08:00 - Avaliar evolução da amplitude articular (Ombro Direita(o)) [Uma vez
por dia]
06-03-2023 08:00 - Executar técnica de exercício músculo-articular passivo (Ombro
Direita(o)) [Duas vezes por dia]
06-03-2023 08:00 - Executar técnica de exercício músculo-articular ativo-assistido
(Ombro Direita(o)) [Duas vezes por dia]
Potencial para melhorar capacidade para executar exercícios músculo-articulares
Intervenções de Enfermagem
06-03-2023 08:00 - Avaliar evolução da capacidade para executar exercícios músculo-
articulares (Ombro Direita(o)) [Após instruir os exercícios]
06-03-2023 08:00 - Instruir exercícios músculo-articulares (Ombro Direita(o)) [Neste
contacto]
06-03-2023 08:00 - Treinar exercícios músculo-articulares (Ombro Direita(o)) [Duas vezes
por dia]
Dor
02-03-2023 14:00
Dor
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da dor [Duas em duas horas]
02-03-2023 14:00 - Gerir analgesia [Em SOS]
02-03-2023 14:00 - Posicionar para aliviar a dor [Contínua] [TERMO] 06-03-2023 08:00
Sistema respiratório
02-03-2023 14:00
Ventilação comprometida
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da ventilação [Duas em duas horas]
02-03-2023 14:00 - Posicionar para otimizar a ventilação [Continua] [TERMO] 06-03-2023
08:00
Limpeza da via aérea comprometida [RESOLVIDO] 06-03-2023 08:00
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da limpeza da via aérea [Duas em duas horas]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Posicionar para facilitar a limpeza da via aérea [Após a inaloterapia]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Executar inaloterapia [Antes de treinar a técnica da tosse] [TERMO]

e4nursing - ESEP p. 46 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

06-03-2023 08:00
Potencial para melhorar capacidade para limpar secreções da via aérea [RESOLVIDO]
06-03-2023 08:00
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da capacidade para limpar secreções da via aérea
[Duas vezes por turno] [TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Instruir técnica da tosse [Uma vez, neste turno, no pico da analgesia]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
02-03-2023 14:00 - Treinar técnica da tosse [Duas vezes no dia, no pico da analgesia]
[TERMO] 06-03-2023 08:00
06-03-2023 08:00
Dispneia
Intervenções de Enfermagem
06-03-2023 08:00 - Avaliar evolução da dispneia [Duas em duas horas]
06-03-2023 08:00 - Executar exercícios de controlo respiratório [Duas vezes por dia]
06-03-2023 08:00 - Executar técnica de reexpansão torácica [Duas vezes por dia]
Potencial para melhorar capacidade para executar exercícios respiratórios
Intervenções de Enfermagem
06-03-2023 08:00 - Avaliar evolução da capacidade para executar exercícios respiratórios
[Após instruir os exercícios]
06-03-2023 08:00 - Instruir exercícios respiratórios [Neste contacto]
06-03-2023 08:00 - Treinar exercícios respiratórios [Duas vezes por dia]
Pele
02-03-2023 14:00
Ferida cirúrgica
Intervenções de Enfermagem
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da ferida cirúrgica (Tórax Direita(o)) [Aquando os
cuidados à ferida]
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da temperatura corporal [Duas vezes por turno]
02-03-2023 14:00 - Executar tratamento da ferida cirúrgica (Tórax Direita(o)) [Quando as
condições assim o exigirem]
Termorregulação
02-03-2023 14:00 - Avaliar evolução da temperatura corporal [Duas vezes por turno]

1.8. Especificação das intervenções

Executar tratamento da ferida cirúrgica


Afonso, C., Afonso, G., Azevedo, M., Miranda, M., & Alves, P. (2014). Prevenção e
Tratamento de Feridas - Da Evidência à Prática. Hartmann Portugal: Lisboa; Menoita, E.
(2015). Gestão de Feridas Complexas. Lusodidacta: Loures; Perry, A. G., Potter, P. A., &
Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções de enfermagem. Elsevier: Rio de
Janeiro.

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Introdução à Prática Clínica II

Posicionar a cliente de modo a expor a área da ferida.


Observar, externamente, o aspeto do penso: Verificar a aderência do penso à pele, se
está limpo e seco ou repassado com exsudado (se for visivel o exsudado, deve-se verificar
as características do mesmo).
Remover o penso: Pode facilitar este processo, humedecer o penso com uma solução
estéril. A remoção do penso deve ser muito cuidadosa, de modo a não causar dor e não
prejudicar a cicatrização da ferida.
Observar a parte interna do penso: Verificar se há presença de exsudado e quais as suas
características.
Avaliar a ferida: Verificar o tipo de ferida, de sutura de tecidos presentes, a localização, o
tamanho, a presença de exsudado, o cheiro e o estado da pele circundante, tendo em
conta o tempo de cicatrização.
Lavar a ferida por irrigação: É necessário utilizar uma solução de lavagem aquecida entre
trinta e seis e trinta e sete graus, numa seringa de 20 ml, adaptada com um cateter
venoso periférico 18G. Deve-se irrigar o leito da ferida a uma distância máxima de 5 cm,
exercendo pressão no êmbolo. Se necessário, pode-se remover o líquido em excesso com
uma compressa, exceto se a ferida apresentar drenagem do líquido de irrigação.
Secar a ferida e a pele circundante: compressa seca, num movimento único e
unidirecional, da zona mais limpa, para a mais suja.
Tapar a ferida: a ferida cirúrgica deve ser tapada com uma compressa estéril, coberta por
um penso ou adesivo.

Otimizar dreno
Potter, P., Perry, A., Stockert, P., & Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier:
Rio de Janeiro.
Verificar se existe drenagem, borbulhamento intermitente na coluna de água.
Verificar se o sistema de drenagem se encontra abaixo do local de inserção e numa
posição vertical.
Verificar se as ligações estão bem adaptadas e seladas, garantindo um sistema de
drenagem fechado.
Verificar a fixação do dreno: é importante que o dreno esteja fixado corretamente para
que não haja deslocações e complicações como hemorragia e dor

Executar tratamento ao local de inserção do dreno


Potter, P., Perry, A., Stockert, P., & Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier:
Rio de Janeiro.
Observar o penso do local de inserção do dreno, certificando-se que o mesmo se encontra
intacto, sem fugas de ar ou líquido.
Avaliar o penso do tubo de drenagem - a existência de exsudato pode indicar a obstrução
do dreno.

Otimizar cateter venoso periférico


Potter, P., Perry, A., Stockert, P., & Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier:
Rio de Janeiro.
Manter o sistema estéril: lavar as mãos, antes e após, a manipulação do cateter; utilizar

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Introdução à Prática Clínica II

luvas aquando o manuseamento do sistema; não deixar a terminação do cateter exposta,


sem válvula ou tampa; desinfetar a terminação da válvula, especialmente o seu lúmen,
durante 12 segundos, antes e após o seu manuseamento ou administrações através do
sistema.
Garantir a integridade do sistema: mudar o cateter venoso periférico a cada 72-96 horas;
mudar o penso a cada 48-72 horas, quando estiver a descolar ou quando estiver sujo;
realizar um flush com 2-3 mililitros de soro fisiológico, para verificar se há obstrução do
cateter, ou migração do mesmo, antes de uma administração; realizar uma aspiração,
aquando a administração, para verificar que o cateter continua no acesso venoso; evitar
dobras no local de inserção do cateter.
Monitorizar sinais de complicação associados ao cateter venoso periférico: sinais de
flebite, tais como, dor no local de inserção, eritema, edema, calor, hematoma,
endurecimento e rubor no trajeto venoso; sinais de infiltração, tais como, diminuição da
temperatura no local, hipersensibilidade, palidez local, dor, edema e ausência de retorno
venoso; sinais de extravasamento, tais como, dor, rubor, edema, ausência de retorno
venoso, calor e alteração da cor no local; outros sinais de complicação de obstrução do
cateter, infeção, embolia gasosa e migração do cateter.

Executar tratamento ao local de inserção do cateter venoso periférico


Potter, P., Perry, A. (2017). Fundamentos de Enfermagem. Elsevier Editora Ltda.
Remover o curativo transparente, segurando o canhão do cateter
Observar o local de inserção para os sinais e sintomas de infiltração, flebite ou infeção
Remover algum resíduo do adesivo, se necessário
Limpar o local de inserção com um antisséptico, deixar secar por completo ao ar livre
Aplicar o curativo transparente

Otimizar cateter urinário


Potter, P., Perry, A., Stockert, P., & Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier:
Rio de Janeiro.
Avaliar o cateter quanto à presença de detritos e crostas.
Verificar os tubos quanto a nós e dobras e assegurar que o saco de drenagem se encontra
abaixo do nível da bexiga.
Esvaziar o saco de drenagem quando este atingir 2/3 da sua capacidade.

Gerir analgesia
Deglin, J., Vallerand,A. (2007). Guia farmacológico para enfermeiros. Lusociência. Garcia,
M. J. (2006). Protocolos em Analgesia Pós-Operatória.
https://www.aped-dor.org/images/biblioteca_dor/pdf/Protocolos_em_Analgesia_Pos_Operat
oria.pdf
Avaliar dor através de uma escala de dor de 0 a 10.
Verificar registo e perceber as doses administradas de morfina na última hora (não deverá
ultrapassar 6mg por hora).
Administrar 2mg de morfina, conforme a prescrição.
Efetuar registo.
Verificar efeitos terapêuticos.

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Introdução à Prática Clínica II

Monitorizar TA, FC, FR e sedação.


O enfermeiro deverá estar atento aos efeitos indesejáveis da morfina tendo em especial
atenção a depressão respiratória.
Caso a dor persista, voltar a administrar, avaliar os efeitos terapêuticos e efetuar registo
(tendo em conta a dose máxima de morfina de 6mg por hora), até obter um controlo da
dor.

Trocar cateter venoso periférico


Potter, P., Perry, A. (2017). Fundamentos de Enfermagem. Elsevier Editora Ltda. Paz, A.
Souza, A. & Canabarro, S. (2016) Manual de procedimentos básicos de enfermagem.
Editora da UFCSPA
Parar a perfusão e remover o penso
Abrir pacote de compressas e colocar álcool a 70º ou solução alcoólica
Segurar o cateter e limpar a área com compressa com antisséptico: deixar secar ao ar
Remover o CVP: colocar uma compressa acima do local de inserção e exercer ligeira
pressão enquanto retira o cateter, num movimento lento e contínuo, em paralelo com a
veia, no mesmo ângulo em que se encontra
Inspecionar a extremidade do cateter
Executar pressão no local de punção: 5 a 10 minutos, a paciente encontra-se em
terapêutica antiagregante plaquetária. Colocar um penso, se necessário
Selecionar qual o membro a puncionar: idealmente local diferente do CVP removido e em
membro não dominante. A utilização das veias dos pés deve ser apenas em último
recurso pois é uma área mais suja, que impede a deambulação da pessoa e aumenta o
risco de complicações tromboembólicas. Contraindicações para a punção: membro
homolateral a esvaziameno ganglionar axilar, preparação/presença de fístula
arteriovenosa, paresia/plegia, presença de flebite, edema, hematoma, cicatriz, feridas
Selecionar área e veia a puncionar: a inserção do CVP deve iniciar-se pelas veias mais
distais apenas se necessário é que são utilizadas as veias mais proximais. Deve seguir a
seguinte ordem: veias do dorso da mão, antebraço e braço
Palpar a veia: colocar garrote 5 a 15 cm acima do local escolhido para a punção utilizando
uma compressa de proteção
Executar fricção antisséptica da pele: realizar movimento centrífugo com diâmetro de 5
cm. Deixar o antisséptico atuar
Apertar o garrote. Tracionar a pele: deve ser feita com o polegar da mão não dominante,
lateralmente à veia, na direção da mão e cerca de 2,5 cm abaixo do local a puncionar
Inserir CVP: o bisel do mandril deve estar voltado para cima, inserir 0,5 cm na porção mais
reta da veia, num ângulo de 15º a 30º. Verficar que há refluxo de sangue para a câmara
do mandril. Reduzir o ângulo de inserção e inserir, aproximadamente, mais 0,5 cm
Iniciar a exteriorização do mandril, com progressão do cateter na veia. Aliviar o garrote
Comprimir a veia e remover o mandril: a compressão é realizada com um ou dois dedos
da mão não dominante
Adaptar a válvula de acesso bidirecional: a adaptação é feita com a mão dominante
enquanto que a mão não dominante segura o cateter
Fixar com penso transparente (permite a visualização do local de inserção): reforçar com

e4nursing - ESEP p. 50 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

adesivo em gravata. Desinfetar a válvula.


Realizar flush com soro fisiológico: injeção de 2-3ml de soro fisiológico, na introdução dos
últimos 0,2 a 0,4ml remover a seringa. Verificar se há inchaço (sinal de infiltração).
Retomar a perfusão

Instruir técnica da tosse


Cordeiro, M. c. O., & Menoita, E. C. (2012). Manual de boas práticas na reabilitação
respiratória: conceitos, princípios e técnicas. Lusociência: Loures; Monahan, F. D., Sands, J.
K., Neighbors, M., Marek, J. F., & Green, C. J. (2010). Enfermagem médico-cirúrgica Phipps:
Perspetivas de Saúde e Doenças. Lusodidacta: Loures; Potter, P., Perry, A., Stockert, P., &
Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier: Rio de Janeiro.
Ensinar sobre posicionamento: A cliente pode posicionar-se em decúbito dorsal, com a
cabeceira elevada em semi-fowler, com os joelhos fletidos e os pés apoiados no colchão
ou sentada, em posição de cocheiro. Este segundo posicionamento potencia o movimento
do diafragma, auxiliando na expiração.
Ensinar sobre posicionamento das mãos: Quando é realizada uma incisão torácica ou
abdominal, deve-se colocar uma almofada ou toalha sobre a área da ferida cirúrgica e
colocar as mãos sobre a mesma, de modo a segurar na toalha ou almofada e para poder
realizar uma ligeira pressão nesse local, durante a inspiração.
Ensinar sobre as fases da tosse: A tosse é constituída por quatro fases - na primeira é
realizada uma inspiração ampla e prolongada; na segunda fase ocorre o fecho da glote e
das cordas vocais; na terceira, dá-se a contração dos músculos abdominais e intercostais,
levando a um aumento da pressão intratorácica; na última fase, há expulsão de ar a alta
velocidade, assim como, abertura da glote e das cordas vocais. Esta técnica deve ser
realizada duas a três vezes a cada duas horas.
Ensinar sobre a expiração forçada: A expiração forçada ou huffing traduz-se na abertura
da glote, o que auxilia a mobilização de secreções. Para tal, é necessário realizar uma
inspiração média seguida de uma expiração forçada.
Demonstrar a técnica da tosse: O enfermeiro realiza duas inspirações lentas e profundas
pelo nariz, contraindo os músculos abdominais e intercostais, expelindo o ar pela boca
após cada inspiração. De seguida, deve realizar uma terceira inspiração, sustendo o ar
durante três segundos e expelir o ar pela boca, realizando duas a três tosses
consecutivas, sem inspirar entre elas. A tosse deve partir do tórax e não da parte
posterior da boca nem da garganta.
Demonstrar a técnica da expiração forçada: O enfermeiro deve realizar uma inspiração
média (não tão profunda como na técnica da tosse) e realizar, de seguida, uma expiração
forçada.
Solicitar à cliente a realização da técnica da tosse e da expiração forçada.

Posicionar para aliviar a dor


Potter, P., Perry, A., Stockert, P., & Hall, A. (2017). Fundamentos da Enfermagem. Elsevier:
Rio de Janeiro.
O Enfermeiro, antes de assistir no posicionamento, deve ter em atenção a localização do
dreno, dos tubos e dos equipamentos, de forma a que estes não fiquem presos em

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Introdução à Prática Clínica II

estruturas e provoquem um derrame do conteúdo drenado ou deslocamento.


A cliente não deve estar posicionada em decúbito lateral direito, sobre o lado operado.

Posicionar para otimizar a ventilação


Ordem dos Enfermeiros. (2018) Guia orientador de boa prática - reabilitação respiratória.
Posicionar a cliente em posição semi-fowler (30°) para facilitar a expansão diafragmática e
melhorar a ventilação.

Posicionar para facilitar a limpeza da via aérea


Martins, I., & Gutiérrez, M. G. R. D. (2005). Intervenções de enfermagem para o
diagnóstico de enfermagem Desobstrução ineficaz de vias aéreas. Acta Paulista de
Enfermagem, 18, 143-149. https://doi.org/10.1590/S0103-21002005000200005
Posicionar o cliente na posição de semi-fowler, num ângulo de 30º a 45º, promovendo a
mobilização de secreções das vias aéreas inferiores para as vias aéreas superiores.
Posicionar em decúbito semi-dorsal esquerdo ou decúbito lateral esquerdo.

Executar técnica de exercício músculo-articular ativo-assistido


Ordem dos Enfermeiros. (2013) Cuidados à Pessoa com alterações da mobilidade.
Posicionamentos, transferências e treino de deambulação. Lisboa: Ordem dos
EnfermeirosPerry, A. G., Potter, P. A., & Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções
de enfermagem. Elsevier: Rio de Janeiro.
Solicitar ao cliente para se posicionar em decúbito dorsal (pés juntos, membros superiores
em extensão ao longo do tronco, respeitando o alinhamento corporal).
Executar a rotação externa/interna do ombro: colocar o membro superior em abdução a
90º, flexão do cotovelo a 90º com braço apoiado na superfície da cama; imobilizar a
articulação do punho com uma das nossas mãos e segurar com a outra mão o cotovelo;
mover o antebraço num eixo vertical no sentido superior realizando a rotação externa;
mover o antebraço num eixo vertical no sentido inferior realizando a rotação interna
Executar a adução/abdução do ombro: colocar o membro superior ao longo do corpo, em
extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; imobilizar a articulação do
punho com uma mão, efetuando uma ligeira tração e colocar a nossa outra mão sob o
cotovelo; afastar o membro superior da linha média do corpo até aos 90º, realizando a
abdução; aproximar o membro superior da linha média, realizando a adução
Executar a flexão/extensão do ombro: colocar o membro superior ao longo do corpo, em
extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; imobilizar a articulação do
punho e do cotovelo cruzando os braços, sendo que uma mão efetua uma ligeira tração e
a outra apoia o cotovelo; elevar o membro superior a 180º no plano frontal acima da
cabeça, realizando a flexão; baixar o membro superior a 0o no plano frontal, realizando a
extensão

Instruir exercícios músculo-articulares


Ordem dos Enfermeiros. (2013) Cuidados à Pessoa com alterações da mobilidade.
Posicionamentos, transferências e treino de deambulação. Lisboa: Ordem dos
Enfermeiros.Perry, A. G., Potter, P. A., & Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções
de enfermagem. Elsevier: Rio de Janeiro.

e4nursing - ESEP p. 52 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

Estes exercícios são produzidos pela força do próprio cliente, sendo que o enfermeiro
produz uma força externa, proporcionando assistência mecânica e manual ao movimento
realizado pelo cliente.
Solicitar ao cliente para se posicionar em decúbito dorsal (pés juntos, membros superiores
em extensão ao longo do tronco, respeitando o alinhamento corporal).
Ensinar a rotação externa/interna do ombro: a utente coloca o membro superior em
abdução a 90º, flexão do cotovelo a 90º com braço apoiado na superfície da cama;
imobilizando a articulação do punho com uma das nossas mãos e segurar com a outra
mão o cotovelo; mover o antebraço num eixo vertical no sentido superior realizando a
rotação externa; mover o antebraço num eixo vertical no sentido inferior realizando a
rotação interna
Ensinar a adução/abdução do ombro: a utente coloca o membro superior ao longo do
corpo, em extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; imobilizando a
articulação do punho com uma mão, efetuando uma ligeira tração e colocar a nossa outra
mão sob o cotovelo; afastar o membro superior da linha média do corpo até aos 90º,
realizando a abdução; aproximar o membro superior da linha média, realizando a adução
Ensinar flexão/extensão do ombro: a utente coloca o membro superior ao longo do corpo,
em extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; imobilizar a articulação do
punho e do cotovelo cruzando os braços, sendo que uma mão efetua uma ligeira tração e
a outra apoia o cotovelo; elevar o membro superior a 180º no plano frontal acima da
cabeça, realizando a flexão; baixar o membro superior a 0º no plano frontal, realizando a
extensão

Treinar exercícios músculo-articulares


Ordem dos Enfermeiros. (2013) Cuidados à Pessoa com alterações da mobilidade.
Posicionamentos, transferências e treino de deambulação. Lisboa: Ordem dos
Enfermeiros.Perry, A. G., Potter, P. A., & Elkin, M. K. (2013). Procedimentos e intervenções
de enfermagem. Elsevier: Rio de Janeiro.
Treinar a rotação externa/interna do ombro: colocar o membro superior em abdução a
90º, flexão do cotovelo a 90º com braço apoiado na superfície da cama; mover o
antebraço num eixo vertical no sentido superior realizando a rotação externa; mover o
antebraço num eixo vertical no sentido inferior realizando a rotação interna.
Treinar a adução/abdução do ombro: colocar o membro superior ao longo do corpo, em
extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; afastar o membro superior da
linha média do corpo até aos 90º, realizando a abdução; aproximar o membro superior da
linha média, realizando a adução.
Treinar a flexão/extensão do ombro: colocar o membro superior ao longo do corpo, em
extensão, com ligeira abdução e antebraço em supinação; elevar o membro superior a
180º no plano frontal acima da cabeça, realizando a flexão; baixar o membro superior a 0º
no plano frontal, realizando a extensão

Executar exercícios de controlo respiratório


Respiração abdomino-diafragmática: Deitada de barriga para cima, com as pernas
ligeiramente fletidas, a cliente deve inspirar lentamente pelo nariz elevando o abdómen

e4nursing - ESEP p. 53 23-05-2023 17:24


Introdução à Prática Clínica II

(aguentar 3 segundos) e depois expirar pela boca com os lábios semicerrados encolhendo
o abdómen.
Espirometria de incentivo: Sentada a 90°, deitar fora todo o ar que tem dentro dos
pulmões. De seguida colocar os lábios firmemente em torno do bucal e inspirar
lentamente pela bola o máximo que conseguir até que as 3 bolas subam; de seguida
retirar a boca do aparelho e expirar normalmente.

Executar técnica de reexpansão torácica


Explicar o procedimento: Os exercícios de reexpansão torácica consistem na realização de
inspirações e expirações sucessivas, adotando diferentes posturas; estes exercícios
devem ser realizados duas vezes por dia, realizando cinco a dez repetições por exercício.
As inspirações devem ser realizadas pelo nariz e as expirações, pela boca.
Solicitar à cliente para se posicionar em decúbito dorsal.
Posicionar as mãos atrás da cabeça com os cotovelos afastados, realizando uma
inspiração. De seguida, e com as mãos na mesma posição, aproximar os cotovelos,
realizando uma expiração.
Solicitar à cliente para se posicionar em decúbito lateral, com os braços ao longo do
corpo. Realizar o mesmo movimento para o decúbito lateral oposto.
Elevar o braço mais longe da cama acima da cabeça, enquanto realiza uma inspiração. De
seguida, baixar o braço, enquanto expira.
Solicitar à cliente que se sente numa cadeira, apoiando bem as costas.
Elevar os braços enquanto inspira pelo nariz e baixá-los enquanto expira.
Colocar os braços ao longo do corpo e elevá-los de modo a afastá-los do corpo, mantendo
os cotovelos em extensão, até juntar as mãos acima da cabeça, realizando uma
inspiração. Após isto, expirar enquanto retorna os braços à posição inicial.
Solicitar à cliente para se posicionar em pé.
Utilizando uma barra (ou algo semelhante), segura a mesma com os braços fletidos e
abertos. De seguida, afastar a barra do corpo, enquanto expira.
Utilizando uma barra (ou algo semelhante), segurar a mesma, mantendo os braços
esticados à frente do corpo. De seguida, rodar os braços para um lado, enquanto expira.
Realizar o mesmo movimento para o lado oposto.
Utilizando uma barra (ou algo semelhante), segurar a mesma com os braços atrás das
costas e fazê-la subir pelas costas, fletindo os cotovelos, enquanto inspira.
Inclinar o tronco par um lado deslizando a mão pela perna, no sentido descendente,
enquanto expira. Regressar à posição inicial e realizar o mesmo movimento para o lado
oposto.
Centro Hospitalar e Universitário de São João (s.d.) Exercícios de expansibilidade torácica.
https://portal-chsj.min-saude.pt/uploads/writer_file/document/3364/Exerc_cios_de_expansi
bilidade_tor_cica.pdf

e4nursing - ESEP p. 54 23-05-2023 17:24

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