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Trabalho história Custódio Coxilha 12ºE

O século XXI reflexões sobre o futuro- capítulo II


-O declínio do Império Ocidental

Desde o século XVI a tendência foi criar Estados-Nação


independentemente das ideologias dos Estados, com o
objetivo de definir as fronteiras e as populações, ter um
exército nacional gerido pelo Estado e a planificação/controlo
da economia e gestão das indústrias. A lei era o fator
fundamental para a criação do Estado e permitia o controle da
ordem pública. Do ponto de vista do Estado, significa que este
assume o papel de monopólio da lei e que a transformou em lei
do Estado.
A tendência dos Estados territoriais era aumentar a sua
precisão, conhecimento, capacidade técnica, poder e
ambições.
No século XIX, o autor dá-nos 2 exemplos deste tipo de
Estado:
- Os EUA com a ideia de defender o Estado por parte do
povo (ideia de amor à pátria);
- Desarmamento tanto do povo como da nobreza pois
apenas cabe ao Estado tal poder (com exceção dos EUA)
como foi ocaso no Canadá;
- O controlo da ordem pública.

Até ao século XX nenhum Estado tinha a capacidade de fazer


um censo eficaz, nem mesmo o Reino Unido, o Estado mais
liberal da primeira metade do século XIX, já extremamente
poderoso, não só em saber o que acontecia no seu território
mas também em administrá-lo.
A partir do século XX houve mais facilidade em
controlar/supervisionar por parte do Estado devido à
tecnologia. Deste modo houve uma degradação da relação
entre o Estado e o cidadão levando ao facto de os cidadãos
terem menos disponibilidade em obedecer ao Estado. como foi
o exemplo:
- 1968 Os de Esquerda não se conformaram com as leis e
o seu comportamento seguiu mais ou menos dentro da
lei;
- A partir dos anos 70 as forças de autoridade deixam de
ser capazes de garantir a paz e a ordem pública;
- Manifestações;
- IRA - incapacidade do Estado de eliminar a existência de
forças armadas dentro do próprio território.
Intervenção da ideologia neoliberal dirigida contra o Estado
para o enfraquecer, de pôr em causa o seu papel na economia
e em geral nas suas funções. Isto não significa que os Estados
tenham se desintegrado. Temos o exemplo da Grã-Bretanha
que conviveu durante 30 anos no Ulster com uma situação de
quase guerra civil entre facções o que marcou uma viragem na
relação entre o Estado e as atividades não estatais.
A nível mundial temos o caso da África, Ásia ocidental e
central, Albânia, Balcãs, e o Afeganistão que já nem tem
Estado mas sim facções que lideram por zonas.
A desintegração nestas áreas do mundo resulta do colapso
dos impérios coloniais.
Na Albânia durante o regime comunista, até 1913 não existia
Estado mas quando o regime desapareceu, voltamos às
guerras de clãs, como acontece no Cáucaso (dominado pela
Rússia) ou na Tchetchênia.
O que aconteceu nestas zonas do mundo é semelhante, em
certos aspectos, ao que aconteceu na Europa Ocidental depois
da queda do Império Romano.
Durante um longo período não existiu estruturas estatais
regulares e permanentes, mas sim grandes grupos que se
estabeleceram ali.
O autor diz que é isto que está a voltar a acontecer em certas
áreas do mundo, o que origina problemas nas outras partes
onde não acontece: na Europa, América e Ásia Oriental. No
século XXI existe a dúvida de como é a interação entre o
mundo em que existe um Estado e o mundo em que não.
É um problema por razões óbvias e trouxe de novo o problema
que se levantou antes: a obediência voluntária dos povos aos
seus Governos.
Mas existem Governos eficientes que levam o cidadão a
obedecer. Qualquer que seja o Governo, é aceite se for forte
mas o mais positivo era a obediência voluntária.
Como Hobbes dizia, era melhor um governo eficiente do que
nenhum, dando como exemplo o domínio dos ingleses sobre a
Índia onde conseguiram administrar aquele país durante um
longo período de tempo com apenas algumas dezenas de
milhares de homens, incluindo soldados. Isto só foi possível
devido à aceitação do regime por parte dos Indianos, pois tanto
lhes fazia ser este ou aquele.
É esta a razão do sucesso extraordinário dos obtido pelas
grandes potências Europeias (impondo-se) em reger vastos
Império coloniais.
Foram muito poucos os povos que resistiram, não os que
estavam habituados a viver sob um Governo mas sim os que
viviam em sociedade sem Estado como o caso do Afeganistão,
das sociedades tribais no oeste selvagem, dos Curdas e dos
Berberes de Marrocos. Mas essencialmente os povos que
resistiram são aqueles que tinham resistido ao próprio Governo
quanto mais a um estrangeiro. A atitude geral era aceitar a
ideia de serem governados.
E hoje já não é assim ?

Não, já não se pode facilitar em aceitar uma autoridade


superior. A esta altura já é possível a mobilidade social onde
pessoas normais podem assumir um papel especial na gestão
do Estado. A partir de agora existe esta ideia de resistência,
como é o caso dos Franceses em relação às forças Alemãs e
da Somália que os Ingleses e os Italianos não tinham
dificuldades em governá-la como uma colónia mas a novidade
é esta ideia de resistência e não apenas desistir e ceder
quando o adversário tem superioridade. Tornar-se-á então
cada vez mais problemático decidir o que fazer nestas áreas.

Já na Europa Central e Oriental, segundo a visão do autor


após a queda dos regimes comunistas tanto por Estaline na
União Soviética como por Tito na Iugoslávia não deixou marcas
na coexistência dos povos.
O autor também refere que houve efeitos duradouros como o
caso da Rússia que não teve nenhum movimento entre
camponeses russos para o regresso da coletivização e nao da
iniciativa privada, como o autor disse, pois foi a coletivização
que trouxe mais benefícios aos camponeses russos (menos
horas de trabalho, mais segurança e condições, aumento
salário,...). Produziram sobre os povos que vieram debaixo
daqueles regimes durante décadas efeitos permanentes e
duradouros. Mas ainda não dispomos de investigações
adequadas para podermos estabelecer quais foram e que
importância tiveram.
A queda destes Impérios permitia que houvesse mais ligações
devido à Era dos Extremos: que os regimes comunistas eram,
de certa forma e deliberadamente, regimes estilistas. O
objetivo não era converter o povo, por isso a maior parte dos
povos sujeitos a esses regimes era fundamentalmente
despolitizada.
Houve uma exceção, a segunda guerra mundial na grande
Rússia, Estaline conseguiu tornar-se numa figura de líder
nacional.
Após a guerra houve a necessidade de encontrar diferentes
ligações e solidariedades, mesmo quem não queria teve de o
fazer.
É possível que as divisões nacionais tenham continuado a
funcionar a um nível mais profundo do que suponhamos.
Por fim o autor dá-nos um último exemplo que a coexistência
pacífica de todos os povos jugoslavos durante 50 anos seja
inteira e exclusivamente devido à autoridade do partido
comunista jugoslavo. Então, conclui-se que não há uma
resposta adequada à pergunta.

Pergunta pág. 44
De acordo com o autor, não devemos temer o declínio do
Estado-Nação porque podíamos preferir um sistema diferente
já que os progressistas não estão só ligados a um modelo de
organização de estados ou das unidades políticas, mas
devemos temer um mundo que já não é regido por um sistema
internacional de Estados, porque a globalização é um processo
que simplesmente não se aplica à política pois embora haja
uma economia globalizada, uma cultura globalizada, tecnologia
globalizada e uma ciência única global, em termos políticos o
mundo permanece pluralista (separado em estados territoriais).
Enquanto na economia é possível, na teoria operar sem uma
série de instituições globais, na política é impossível pois não
existem instituições políticas globais, a única que existe é a
ONU e o seu poder deriva das nações existentes, ou seja
existem 2 sistemas diferentes: um para a economia e outro
para a política.
Não podemos ignorar o facto de haver um possível
enfraquecimento dos Estados-Nação pois são a única coisa
que existe na política.

Pergunta pag.45

A velha estrutura bipolar das duas superpotências, onde


ambas controlavam as suas áreas de influência, desencadeou
o problema da Guerra Fria onde o mundo vivia constantemente
com receio da catástrofe fatal, a guerra mundial nuclear.
Enquanto a Guerra fria durou, permaneceu este medo da
possibilidade de haver uma guerra mundial nuclear e o autor
refere que o sentimento era como a lei de Murphy que quando
algo de errado está para acontecer, há-de correr mal pois
estava em causa a hecatombe universal. Embora houvesse
este medo, nem tudo foi mau porque serviu para estabilizar
certas áreas do mundo.
O autor destacou que a destruição da União Soviética levou ao
fim das relações internacionais a que o mundo, e certamente a
Europa, estava habituado desde o século XVIII.
Por fim, o autor deixou bem claro que o futuro dos Estados que
sucederam à União Soviética ainda é incerto porque já passou
algum tempo desde o colapso da URSS e ainda se estão a
desintegrar. Por isso, a grande questão do novo milénio é o
que pode vir a substituir efetivamente o velho sistema de
poderes que regia o mundo.

Pergunta pág.47
O autor duvida de estarmos a começar outro "século
americano”, mas desta vez mais ético. O "século americano”
serve para definir a preponderância, no dinamismo e na
dimensão da economia dos EUA no século XX. Uma grandeza
que não se pode comparar com os outros países capitalistas. É
importante relembrar que nos anos 70 chegava a 40% da
capacidade industrial do mundo, havendo uma pequena baixa
devido à grande Depressão mas depois da segunda guerra
mundial representou durante um período metade da força
econômica de todos os outros países juntos.
O autor acredita que esta condição está destinada a terminar ,
pois mesmo tendo o controlo sobre grande parte da economia
global, exercido através da política e da hegemonia do seu
modelo de negócios e de organização empresarial, não é
capaz de continuar a ser o motor produtor do mundo, pelo
menos ao mesmo ritmo em todo o século.
De seguida passa a dar o exemplo da Grã-Bretanha que não
pode continuar a ser, a certa altura a maxima potência
capitalista porque não era suficientemente grande.
A segunda razão do "século americano” foi a hegemonia
cultural dos EUA que teve mais possibilidades de se perpetuar
devido à língua inglesa. Mas, por outro lado a hegemonia
cultural tem limites como foi o caso do domínio da Itália na
música nos séculos XVII e XVIII mas por não ter apoio político
e económico a certa altura desapareceu.
Diferente da Grã-Bretanha do século XIX, a América é um
poder revolucionário, baseado numa ideologia revolucionária
como a de França na Revolução e a Rússia Soviética.
O facto da America continuar a ter o maior poder não significa
que no século seguinte vai ser americano. Mas o que
importante dizer é que o século não vai ser de ninguém porque
o mundo é demasiado grande e complicado para ser dominado
por apenas um Estado.
A ideia de uma hegemonia Europeia foi sempre um sonho
temporário, sempre de pouca duração.
A América ainda assim continua a tentar fazê-lo por causa das
suas aspirações revolucionárias de mudar o mundo pois é um
Estado extremamente forte, contudo há um risco grande por
trás da ambição americana de exercer o papel policial do
mundo.

Pergunta Pag 50

Sobre se a ética do individualismo libertário pode se aplicar à


política externa, o autor fala sobre a compatibilidade com a
política internacional. A lógica do individualismo é
perfeitamente compatível com o livre mercado, mas não é o
adequado às exigências da política internacional.
O autor revela que o individualismo funcionou bem com os
EUA durante a guerra fria.
O individualismo libertario apenas cabe aos países mais ricos e
já não funcionaria da mesma forma em grande parte do
terceiro mundo.
Por fim diz que o individualismo libertario não é um antídoto
político eficaz e apresenta o exemplo de kosovo e dos
EUA a nível militar.

Pergunta Pag 51

De acordo com o autor não se pode determinar o que pode


acontecer no mundo e que se deve comparar as hegemonias
britânica do século XIX e Americana do século XX. É
necessário estabelecer os limites de uma superpotência.
Em relação aos britânicos, tinham mais consciência dos limites
das suas ações logo não tentavam manter a supremacia na
Europa, mas também não permitiam que qualquer outra
potência o pudesse fazer. Concentravam o seu poder nos
mares e naquelas partes do mundo que se apresentavam
essenciais para este objetivo.
Por outro lado, os EUA baseiam a sua hegemonia sobre os
Estados Satélite, procuraram dispor de um amplo número de
Estados (participar e influenciar) sobretudo na América Latina
para fazer o que bem entendessem. O autor revela que os
americanos, como consequência de durante o século XIX não
existir uma política mundial mas no máximo uma política de
hemisfério, achavam que podiam fazer o que bem
entendessem no hemisfério ocidental. O autor acrescenta que
os EUA precisam de aliados(são fundamentais) e das armas
mais potentes e de alta tecnologia, mas nem sempre são o
suficiente para ganhar as guerras.
Através do nosso pensamento de Resistência, a política
americana vai ter de se adaptar a outra realidade no próximo
século, pois mesmo os países mais fracos não cedem tão
facilmente.
Temos também o exemplo da África central onde só a
intervenção militar não é suficiente para resolver os problemas.
Mais uma vez é referido que se deve ter em conta os limites,
embora os EUA tentem mostrar que não existem para
benefício próprio.

Pergunta Pag 55

O autor é questionado sobre o fato de poder existir uma nova


superpotência no novo século. A China é apontada como uma
possível superpotência capaz de competir com os EUA, mas
deixando claro que é muito improvável que a China possa
competir a nível militar devido ao grande avanço dos EUA.
Além disso, um conflito entre estas duas superpotências pode
assumir formas diferentes em relação ao passado, por isso não
podemos ainda fazer uma previsão dos danos.
Em relação à Índia, o seu interesse era regional tendo as
armas nucleares apontadas para o paquistão.
A Índia tem um potencial no campo da tecnologia e da
pesquisa intelectual o que não é fácil, por razões históricas.
Para além disso, os indianos conseguiram desenvolver uma
tradição filosófica, dentro de uma sociedade moderna baseada
na tecnologia e a originalidade intelectual exprime enormes
potencialidades.
O problema da Índia é que o Estado é fraco em termos de
estrutura estatal, capacidade administrativa e sistema político.
Em comparação com os restantes países do extremo oriente, a
Índia é a que tem mais potencial.

Pergunta Pag 56
O autor recebe a questão de como considera a figura de João
Paulo II, se é o último revolucionário na face da terra e se
estamos perante uma reedição moderna do conflito entre o
Papado e o Império.
O autor começa por dizer que não, não estamos perante um
conflito entre o papado e o Império e defende que temos de
distinguir entre a política e a teologia do Papa. João Paulo II é
um tradicionalista católico. O autor acha que se trata de uma
volta da visão mais tradicional da Igreja Católica.
No entanto, esta restauração vai ter dificuldades porque já não
tem o controlo total da cidadania e já não consegue impor o
sentimento de lealdade.
Em seguida destaca o papa João Paulo II como sendo o último
grande crítico ideológico do capitalismo.
O papa é a única figura de relevo mundial que recusa o
capitalismo, o que para o autor, é algo excêntrico em relação
ao pensamento ocidental, ao consenso político e intelectual
dominante- é interessante - destaca o autor.
Pergunta Pag57

Na última pergunta o autor é questionado se não acha


estranho a aliança, durante a guerra do Kosovo, entre a
extrema esquerda e a extrema direita unida pelo
antiamericanismo. O autor responde que não, que ao longo da
história existem muitas alianças originais, realçando a aliança
entre os EUA e a União Soviética contra a Alemanha nazi
como a mais extraordinária durante o século XX.
O autor refere que a divisão durante a guerra do Kosovo não
ocorreu de acordo com as linhas tradicionais de esquerda ou
direita mas que transcende fronteiras nacionais e ideológicas.
Ambas (extrema direita e esquerda) ficaram divididas em
relação à guerra.
Já o papa, não foi com certeza por escolha pacifista que se
declarou contra a guerra, e em geral a maioria das pessoas
também.
Mas é verdade que o antiamericanismo suspeita da vontade
hegemónica de um Estado, sendo este o fator unificador de
uma ampla variedade de campos políticos durante a guerra do
Kosovo.

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