Você está na página 1de 5

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

CALDAS NOVAS – GOIÁS ADM 2021 - 2024


ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR ZICO BATISTA
1ºBIMESTRE
ALUNO(A):___________________________________________________________________
PROFESSORA:___________________________________________________SÉRIE:9º A DATA___/____/2022
AVALIAÇÃO BIMESTRAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Não há vagas
O preço do feijão 
não cabe no poema. O preço 
do arroz 
não cabe no poema. 
Não cabem no poema o gás 
a luz o telefone 
a sonegação 
do leite 
da carne 
do açúcar 
do pão 

O funcionário público 
não cabe no poema 
com seu salário de fome 
sua vida fechada 
em arquivos. 
Como não cabe no poema 
o operário 
que esmerila seu dia de aço 
e carvão 
nas oficinas escuras 

- porque o poema, senhores, 


    está fechado: 
   "não há vagas" 

Só cabe no poema 
o homem sem estômago 
a mulher de nuvens 
a fruta sem preço 

   
O poema, senhores, 
    não fede 
     nem cheira.
Ferreira Gullar
Questão 1 ––––––––––––––––––––––––––––––|
Sobre o poema Não há vagas, de Ferreira Gullar, é correto afirmar:
(A) Ao ser aproximada de um ato lúdico como o fazer poesia, a crítica social é atenuada e perde força.

(B) A ruptura com o verso tradicional situa o poema no contexto da primeira geração modernista.

(C) Nota-se uma conjunção entre a reflexão sobre o fazer poético e a preocupação com a realidade social
adversa.

(D) A crítica política e a reflexão sobre a literatura presentes no poema configuram exceção na produção
poética de Ferreira Gullar.

Questão 2 ––––––––––––––––––––––––––––––|

Desbravando o velho Chico


    Conhecido carinhosamente por nordestinos e mineiros como “Velho Chico”, o rio São
Francisco passa por cinco Estados e para todos eles tem um valor especial.
    Não só pela sua água, que abastece populações ao longo de seus 2700 km, mas também
pelas implicações históricas. Descoberto em 1501 pelo navegador Américo Vespúcio, ele serviu
de caminho para os bandeirantes e é parte fundamental da cultura e das tradições de Minas
Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
    Agora, o rio está ganhando um projeto de recuperação de suas águas – afetadas pelo
esgoto não tratado de 95% dos 504 municípios que cruza. O projeto do Ministério do Meio
Ambiente deve empregar um bilhão de reais em dez anos de obras. Os cuidados podem
estimular a Unesco a aceitar o pedido feito por organizações brasileiras e fazer com que o rio
seja declarado patrimônio da humanidade. A campanha é obra do jornalista Américo Antunes,
que está levando à frente uma expedição de 35 dias pelo rio, iniciada no dia 10 de outubro. A
ideia é catalogar 56 pontos de interesse histórico ou cultural, de cavernas com desenhos
rupestres a igrejas e centros de peregrinação religiosa. Um merecido presente de aniversário ao
“Velho Chico” rio.

Revista Galileu, n. 124, nov. 2001, p. 14. *Adaptado: Reforma Ortigráfica.

Na segunda parte do texto, uma opinião é expressa em:


(A) “o rio São Francisco passa por cinco Estados”.
(B) “ele serviu de caminho para os bandeirantes”.
(C) “o rio está ganhando um projeto de recuperação”.
(D) “Um merecido presente de aniversário ao ‘Velho Chico’ rio.”.

Questão3 ––––––––––––––––––––––––––––––|
SEDUCE-GO - A.D. - 2021).

Leia o texto a seguir e responda.


DAVIS, Jim. Disponível em:
http://f.i.uol.com.br/ folha/cartum/imagens. Acesso em: 9 jul. 2014.

Nesse texto, o homem oferece um doce ao gato porque:

(A) é considerado um herói pelo seu gato.


(B) espera que o gato escreva coisas boas sobre ele.
(C) não deseja que o gato sinta fome enquanto escreve.
(D) não gosta de chocolate.

Questão 4 ––––––––––––––––––––––––––––––|

Que variedade linguística o personagem da imagem acima usou para se expressar:

(A) linguagem culta


(B) linguagem coloquial
(C) linguagem não verbal
(d) linguagem jornalística

Questão 5 ––––––––––––––––––––––––––––––|

Leia o texto a seguir e responda as questões 05 e 06.

Conversinha mineira

    — É bom mesmo o cafezinho daqui,meu amigo?


    — Sei dizer não senhor: não tomo café.
    — Você é dono do café, não sabe dizer?
    — Ninguém tem reclamado dele não senhor.
    — Então me dá café com leite, pão e manteiga.
    — Café com leite só se for sem leite.
    — Não tem leite?
  

— Hoje, não senhor.


    — Por que hoje não?
    — Porque hoje o leiteiro não veio.
    — Ontem ele veio?
    — Ontem não.
    — Quando é que ele vem?
    — Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia
vir em geral não vem.
    — Mas ali fora está escrito “Leiteria”!
    — Ah, isso está, sim senhor.
    — Quando é que tem leite?
    — Quando o leiteiro vem.
    — Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
    — O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
    — Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. [...]

SABINO, Fernando. Conversinha mineira. Disponível em: https://bit.ly/3Ixpkqh. Acesso em: 24


mar. 2022. Fragmento.

No último parágrafo desse texto, a expressão “você ganhou” foi utilizada para:

(A) destacar que o dono do café ganhou um presente do cliente.


(B) enfatizar o desânimo do cliente com o desenrolar da conversa.
(C) indicar que o dono do café venceu um concurso gastronômico.
(D) mostrar que o dono do café cumpriu sua meta de vendas mensal.

Questão 6 ––––––––––––––––––––––––––––––|
Podemos concluir desse texto que:

(A) o cliente descobriu que entrou no estabelecimento errado.


(B) o cliente desejava descobrir a receita da coalhada.
(C) o cliente desistiu de contestar as informações dadas pelo dono do café.
(D) o cliente estava aguardando a chegada do leiteiro ao café.

Questão 7 ––––––––––––––––––––––––––––––|
As preposições são palavras ___________que __________dois termos de uma oração numa
relação de ___________.”

A alternativa que preenche corretamente a lacuna é:


(A) variáveis; separam; coordenação.
(B) variáveis; separam; subordinação.
(C) variáveis; conectam; subordinação.
(D) invariáveis; conectam; subordinação.
e) invariáveis; separam; coordenação.

Questão 8 ––––––––––––––––––––––––––––––|

Aponte a alternativa incorreta quanto à correspondência entre a locução adjetiva e o adjetivo: 


(A) glacial (de gelo); ósseo (de osso)
(B) fraternal (de irmão); argênteo (de prata)
(C) farináceo (de farinha); pétreo (de pedra)
(D) viperino (de vespa); ocular (de olho)

Questão 9 ––––––––––––––––––––––––––––––|

Assinale o item em que não aparece pronome relativo:

(A) O que fazes não está correto.


(B) A vida que levo não é fácil.
(C) O caminho por que passei é um atalho.
(D) Temos que trabalhar aos sábados.

Questão 10 –––––––––––––––––––––––––––––|
Leia o texto abaixo e responda.

Sobre a origem da poesia


Arnaldo Antunes

    A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.


    Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia.
Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos
e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que
parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências,
discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e
coisa — que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da
história.
    A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma
possível infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical,
gerando essas duas metades — significante e significado.
    Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se
dizia? Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho,
seu peso? Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música,
poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em
experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais,
guerreiras? [...]
    No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermediam nossa relação com as
coisas, impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois
vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o
mundo.[...]

Incluído no libreto do espetáculo “12 Poemas para dançarmos”, dirigido por Gisela Moreau, São
Paulo

A tese defendida pelo autor do texto é de que:


(A) poesia e linguagem são inseparáveis.
(B) a linguagem verbal não é poesia.
(C) poesia integra nome e coisa.
(D) a linguagem poética nos liga ao mundo.

Você também pode gostar