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DIREITO

CONSTITUCIONAL I

AULA 5

1
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 (TÍTULOS I E II)

INTRODUÇÃO

HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS


PREÂMBULO (CF88)
TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (art. 1º ao 4º)

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HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

BRASIL COLÔNIA BRASIL REINO UNIDO

- CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Vinda da família real


- Dispersão de poder – organização; Aprimoramento de uma organização
relações comerciais; jurisdição no âmbito institucional, mas sem obter uma
de cada capitania efetiva centralização, diante do
embrionário crescimento da população
ainda dispersa pelo território brasileiro.

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BRASIL INDEPENDENTE

“Proclamada a Independência, o problema da unidade nacional impõe-se como o


primeiro ponto a ser resolvido pelos organizadores das novas instituições. A consecução
desse objetivo dependia da estruturação de um poder centralizador e uma organização
nacional que freassem e até demolissem os poderes regionais e locais, que
efetivamente dominavam o país, sem deixar de adotar alguns dos princípios básicos da
teoria política em moda na época.” (SILVA, p. 74)

• Constituição escrita
CONSTITUCIONALISMO • Liberal (direitos)
• Separação de Poderes (organização estatal)

OU SEJA, DE CUNHO ANTIABSOLUTISTA, MAS, AO MESMO


TEMPO, NA TENTATIVA DE CONSTUIR UMA “UNIDADE”
NO BRASIL RECÉM INDEPENDENTE

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APÓS A INDEPENDÊNCIA, O BRASIL ENTROU NA “MODA DAS CONSTITUIÇÕES”,
PASSANDO POR DIFERENTES REGIMES POLÍTICOS QUE DETERMINARAM A
EDIÇÃO DE UM NOVO MARCO CONSTITUCIONAL DEMARCADOR DOS IDEAIS
PREDOMINANTES DE CADA RUPTURA DE ETAPA:

CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS:

» CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824


» CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891
» CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1934
» CARTA CONSTITUCIONAL DE 1937 (GOLPE – ESTADO NOVO)
» CONSTITUIÇÃO DE 1946 (REDEMOCRATIZAÇÃO)
REGIME DOS ATOS INSTITUCIONAIS
» CONSTITUIÇÃO DE 1967
»CONSTITUIÇÃO DE 1988 (REDEMOCRATIZAÇÃO)

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CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824

-OUTORGADA – 25/03/1824
- FORMA DE ESTADO: UNITÁRIO – regido através do Império (províncias não possuíam
autonomia administrativa e financeira)
- FORMA DE GOVERNO: IMPÉRIO
- INFLUÊNCIAS: “espírito liberal”
- DIVISÃO DE PODERES: QUADRIPARTITE – PODER MODERADOR (NÃO HAVIA
INDEPENDÊNCIA AOS 3 PODERES) -

Âmbito de “controle” do poder moderador – exemplo:


Legislativo – nomeação dos Senadores; dissolução da câmara
(quando os interesses de mostravam opostos)

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CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891

No período de vigência da Constituição Imperial, houveram muitas lutas reivindicando a


melhoria no atendimento aos direitos , com marcos importantes que vão desde as
revoluções populares espalhadas por diferentes territórios (Pará, Bahia, Rio Grande do
Sul, etc.); a abolição da escravatura em 1888; e a PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA – 1889
– Instaurando-se um Governo Provisório até a promulgação da Constituição de 1891.

- PROMULGADA – 24/02/1891
- ESTADOS UNIDOS DO BRASIL – União perpétua e indissolúvel das províncias (vedada a
secessão)
- FORMA DE ESTADO: FEDERAL
- FORMA DE GOVERNO – REPÚBLICA – presidencialismo
- TRIPARTIÇÃO DE PODERES – Extinto o poder moderador
- Início do sistema BICAMERAL no Congresso Nacional
- Abolição da pena de morte
- etc.
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CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1934

Com a Revolução de 1930, pelas lutas populares por melhores condições sociais e
de trabalho, influenciada ainda pela crise econômica de 1929, é instalado
novamente um Governo provisório, sob o comando de Getúlio Vargas, para que
uma nova Constituição seja elaborada.

-PROMULGADA – 16/07/193
“um documento de compromisso entre o
liberalismo e o intervencionismo” (SILVA, p. 82)

- INFLUÊNCIAS: Estado Liberal + Estado Social

- PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES:
1) Voto secreto e universal
2) Justiças especializadas – criação da justiça eleitoral e militar
3) Temas sociais (potente legislação trabalhista e previdenciária)

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CARTA CONSTITUICIONAL DE 1937

A passagem para um Estado “mais Social” não se completou, nem acalmou os


clamores de diferentes origens. Com a ferida do pós 1ªGG ainda não cicatrizada e
uma forte influência de ideais políticos fascistas e comunistas, instaura-se o GOLPE
– fundamentado em um perigo de instabilidade das instituições gerado pelo
descontrole e incoerência dos ideais democráticos deflagrados.

-OUTORGADA – 10/11/1937 – Constituição para legitimar o poder oficialmente, apesar de


ser um governo ditatorial – ESTADO NOVO

- CARACTERÍSTICAS:
a) Supremacia ao poder executivo
b) Desaparecimento do senado
c) Limitação dos direitos individuais (principalmente liberdade de expressão, pensamento)
d) Criação do ESTADO DE EMERGÊNCIA – quando houver agitação, insegurança no país,
fecha-se a casa e evita-se a procura pelo judiciário

- CLT E INSS – Política populista (véu para cobrir a situação centralizadora)


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CONSTITUIÇÃO 1946

Diante da inviabilidade de manutenção da estrutura anterior –


Crescimento de forças contrárias, demandando uma redemocratização, a
volta das políticas de participação popular, e o fim da 2ª GG. Retorno à
NORMALIDADE CONSTITUCIONAL, mediante intensa garantia de direitos e
limitação do poder.

-PROMULGADA – 18/09/1946

- TRIPARTIÇÃO DE PODERES

- REPÚBLICA E FEDERAÇÃO

- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Com recortes das constituições de 1891 e 1934, ela não teve identidade com a
realidade histórica, cumprindo apenas com a certeza de uma etapa de
redemocratização. Isso favoreceu o desenvolvimento nacional, porém não evitou as
sucessivas crises políticas.

A instabilidade política, governamental, mediante inúmeras controvérsias entre os


“lados” partidários, acarreta o fortalecimento da intervenção militar revolucionária,
através de uma sucessão de atos institucionais que promovem o esvaziamento
democrático institucional.

Tais atos tinham como principal resultado a progressiva suspensão de direitos


políticos, sendo os mais marcantes o primeiro, em 1964 (GOLPE) e o AI-5 de 1968,
que, mesmo diante de uma nova “Constituição” (1967), manteve o quadro repressivo
por uma Ditadura (reafirmada pela EC 01 à CF de 1967) que durou mais de duas
décadas.
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CONSTITUIÇÃO DE 1967

ORIUNDA DO GOLPE DE 1964 – CONTEXTO: Falava-se (Jango) em reforma agrária, mas no


contexto de uma economia predominantemente rural.

EM QUE CONSISTE O GOLPE? – NUMA SÉRIE DE EDIÇÕES DE ATOS INSTITUCIONAIS (AI)

-CARACTERÍSTICAS:
a) SEGURANÇA NACIONAL – Justificativa para centralização do poder e limitação de direitos
b) CENTRALIZAÇÃO – Fortalecimento do executivo – demais poderes satelizados – ou eram a
favor ou “se davam mal”
c) REDUÇÃO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
d) JULGAMENTO DE CIVIS PELA JUSTIÇA MILITAR (quando necessário à segurança nacional) –
imparcialidade – golpe ao constitucionalismo

PORÉM, MESMO COM A CENTRALIZAÇÃO, A POPULAÇÃO NÃO SE CALOU !!!

ASSIM, PARA MANTER A CENTRALIZAÇÃO, VEM O FAMOSO AI-5


(possibilidade de editar qualquer norma sem interferência do poder judiciário;
perda das garantias individuais)

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CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988

- PROMULGADA
- REDEMOCRATIZAÇÃO
- REPÚBLICA
-FEDERALISMO

- ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO – Maior abertura ao judiciário para controlar os


“exageros” do executivo, na preservação dos direitos da população
- GARANTIAS SOCIAIS – Preocupação com a inclusão social
- IDEOLOGIA – Estado intervencionista em função da garantia dos direitos sociais, no
modelo do WELFARE STATE (Estado do Bem Estar Social)
- Extremamente ANALÍTICA – Preocupação em garantir o máximo de direitos, evitando
que futuros governos os desconsiderassem, diante da mágoa pós-ditadura

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PRINCIPAIS INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

- Ampliação da divisão territorial administrativa – o país que passou ter 26


estados federados e um distrito federal
- capítulo especificamente destinado ao meio ambiente
- ampliação dos os direitos sociais
- Vinculação da ordem econômica à função social da propriedade
- ETC.

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PREÂMBULO

DOCUMENTO DE INTEÇÕES / PROCLAMAÇÃO DE PRINCÍPIOS

"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional


Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar; o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL."

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Momento onde o constituinte originário enuncia de modo solene:

- a linha de pensamento que o orientou


- o conteúdo ideológico do texto que inaugura
- A delegação popular para exercício do referido poder, mediante reunião em
Assembléia Nacional Constituinte

“Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e,


consequentemente, não conter normas constitucionais de valor jurídico autônomo, o
preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado como
elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que lhe seguem.” (MORAES,
p. 49)

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TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (art. 1º ao 4º)
“Os princípios são ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de
normas, são [como observam Gomes Canotilho e Vital Moreira] ‘núcleos de
condensações’ nos quais confluem valores e bens constitucionais” (SILVA, p. 92)

Os princípios constitucionais podem ser:


Princípios político-constitucionais: art. 1º ao 4º
Princípios jurídico-constitucionais: princípios gerais de
direito – legalidade; isonomia; devido processo legal; etc.

APRESENTAÇÃO FORMAL
PRINCÍPIOS POLÍTICO-CONSTITUCIONAIS DO ESTADO BRASILEIRO
 FORMA DE ESTADO E FORMA DE GOVERNO (art. 1º Cáput)
 PROIBIÇÃO DE DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO FEDERATIVO (art. 1º Cáput)
 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA BRASILEIRA (art. 1º incisos)
 PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO (art. 1º Parágrafo único)
 SEPARAÇÃO DE PODERES (art. 2º)
 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS (art. 3º)
 PRINCÍPIOS DE REGÊNCIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (art. 4º) 17
FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (arts. 1º a 4º)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por


meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA

“Responde à questão de quem


deve exercer o poder e como
este se exerce.” (SILVA, p. 102)

res pública (coisa pública)

Democracia – uma de suas principais características

FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO

Divisão espacial de poderes


Modo de exercício
do poder em função “gerando uma multiplicidade de organizações
do território governamentais, distribuídas regionalmente” (SILVA, p. 98)

≠ Estado Unitário
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COMO PODE SER FORMADA UMA FEDERAÇÃO – BREVE HISTÓRICO

Nos EUA havia várias colônias. Cada uma das treze colônias ganhou unitariamente sua
própria independência. No entanto, decidiram se unir para se fortalecer diante uma
tentativa de reconquista pela Inglaterra e também visando prosperar economicamente.

Essa união se deu primeiramente pela formação de uma confederação de Estados. A


confederação é um tratado internacional no qual existe o direito de secessão (retirada).
Tratava-se, portanto de uma união muito frágil. Constatada esta fragilidade, formou-se
uma Federação. Para isso, foi necessário que cada Estado abrisse mão de sua soberania,
mantendo consigo sua autonomia apenas. Nesta Federação que se formou, a secessão é
VEDADA. Este Estado, portanto se formou por agregação (movimento centrípeto – de fora
para o centro). (O FEDERALISMO TEM ORIGEM NA CONSTITUIÇÃO AMERICANA DE 1787)

No caso do Brasil, a federação se formou de forma diferente. Quando nós nos tornamos
independentes, foi mantida a monarquia. A primeira forma de organização do nosso
Estado foi UNITÁRIA (Constituição de 1824). Todo o poder era centralizado. No entanto,
durante todo o Império, houve luta por parte das províncias por autonomia (rebeliões).
Com a proclamação da República, o primeiro Decreto da República transformou as
províncias em Estados. A Constituição de 1891, inspirada na Constituição dos Estados
Unidos estabeleceu como forma de Estado a Federação. Adotou-se a partir de então a
Federação. Havia um Estado único com poder centralizado que entregou para os Estados
que se formavam autonomia. Houve um movimento centrífugo, de desagregação.
Federação – Forma de Estado caracterizada por:
• Autonomia dos entes;

Vedação ao direito de secessão (separação de qualquer município


ou estado da Federação) - Art. 34. A União não intervirá nos Estados
• Vínculo indissolúvel; nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade
nacional

• Constituição rígida (alteração mais complexa);

• Repartição de competências;

• Tribunal constitucional (STF);

• Participação dos entes no legislativo central (Senado);

• Hipóteses de intervenção federal para preservação do vínculo.

CLÁUSULA PÉTREA
Art. 60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
OBSERVAÇÃO:

 Autonomia dos entes federativos – tríplice capacidade: de auto-organização e


normatização própria, autogoverno e autoadministração.

a) Auto-organização e normatização própria:


UNIÃO – Constituição Federal
ESTADOS – Constituições estaduais
MUNICÍPIOS e DISTRITO FEDERAL – Lei Orgânica

b) Autogoverno – A população de cada ente elege seus próprios representantes:


UNIÃO – Congresso Nacional = Câmara dos Deputados + Senado Federal + Presidente da
República.
ESTADOS – Assembleia Legislativa + Governador
DISTRITO FEDERAL – Câmara Legislativa + Governador
MUNICÍPIOS – Câmara Municipal + Prefeito

c) Autoadministração:
Competências tributárias (fonte de renda própria) + competências administrativas por
meio da prestação dos serviços que cabem a cada ente
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
(FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA)

I - a soberania

SUPREMACIA E INDEPENDÊNCIA DO PODER POLÍTICO – UNIÃO FEDERAL

- independência perante a comunidade internacional


- supremacia interna (ex: casos de intervenção federal)

OBS: ≠ AUTONOMIA – DEMAIS ENTES FEDERATIVOS 23


II - a cidadania;

“Verifica-se a cidadania quando são concedidos direitos


políticos à população, acrescido da possibilidade do efetivo
exercício deste direito pelo povo, sem prejuízo do exercício
dos demais direitos, mediante o acesso ao conhecimento
necessário para que haja a participação democrática.”

Relaciona-se à concepção de soberania popular.

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III - a dignidade da pessoa humana

“concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às


personalidades humanas. Esse fundamento afasta a idéia de predomínio das
concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade
individual. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se
manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da
própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais
pessoas, constituindo-se num mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico
deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas
limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a
necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos;”
(MORAES, p. 50)
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IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

INTERVENÇÃO MÍNIMA DO ESTADO NA ECONOMIA, APENAS PARA ASSEGURAR O


RESPEITO AOS PRINCÍPIOS QUE ORIENTAM A ATIVIDADE ECONÔMICA
- Direito, ao trabalhador, de remuneração digna e equivalente ao trabalho realizado
- Direito, ao empreendedor, de desenvolver suas capacidades e buscar os resultados
favoráveis (lucro)

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre


concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente (...); VII - redução
das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento
favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte (...)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
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V - o pluralismo político

“demonstra a preocupação do legislador


constituinte em afirmar-se a ampla e livre
participação popular nos destinos políticos do
país, garantindo a liberdade de convicção
filosófica e política e, também, a possibilidade de
organização e participação em partidos políticos.”
(MORAES, p. 50)

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PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

UM DOS PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DE


UMA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA,
PARTICIPATIVA E PLURALISTA

Artigo 1º,

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o


exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.

NO ESTUDO DOS DIREITOS POLÍTICOS CONHECEMOS AS PRINCIPAIS FORMAS DE


PARTICIPAÇÃO DIRETA, BEM COMO AS CARACTERÍSTICAS QUE DEFINEM A
CAPACIDADE ELEITORAL (VOTAR e SER VOTADO)
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DA ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO DOS PODERES/FUNÇÕES

DIVISÃO EM 3 = TRIPARTIÇÃO DE PODERES / TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES

 Preocupação em estabelecer uma forma de


BASE TEÓRICA: Montesquieu – organização do poder político de forma equilibrada,
“checks and balances” - pesos e sem concentrar nas mãos de uma pessoa ou
contrapesos – contenção do poder instituição, em contrário ao AUTORITARISMO e à
pelo poder TIRANIA do governo absolutista.
Obra: O Espírito das Leis
 Equilíbrio entre autonomia e fiscalização contra
excessos e abusos

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

CLÁUSULA PÉTREA
Art. 60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: III - a separação dos Poderes;
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,


idade e quaisquer outras formas de discriminação.

OBS: objetivos – A SEREM ALCANÇADOS – com base na situação


real do país, onde essas características estão insuficientes,
precárias.
OBSERVAÇÃO:

Os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS são normas que estabelecem princípios de


caráter programático, que dependem da articulação política e normativa para
serem realizados, estruturados.

São, portanto, NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA

NORMAS PROGRAMÁTICAS

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PRINCÍPIOS DE REGÊNCIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latinoamericana de nações.

-Relações entre Estados (países)


-Relações entre o Estado brasileiro e indivíduos estrangeiros (ex: concessão de
asilo político

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