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Processo: 0056859-04.2018.8.19.0001
A P E L A Ç Ã O,
Termos em que
Espera Deferimento.
RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo n. 0056859-04.2018.8.19.0001
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
I. TEMPESTIVIDADE :
Não seria possível exigir conduta diversa de quem não tem um teto para
se abrigar. O Embargante entrou no imóvel, já há mais de dois anos, complementando a
posse que já existia, inclusive com outros posseiros, uma vez que ele estando vazio
perdeu a sua função social e deixou de merecer proteção jurídica. E o Apelante fez do
imóvel a sua moradia, não estando, por sinal, a exercer nenhuma atividade comercial no
lugar, o que atrai, além da proteção possessória contra ato judicial inerente ao instituto
dos Embargos de Terceiro, o direito social à moradia previsto no artigo 6º da
Constituição da República.
Em resumo, decretada a revelia dos apelados, a Douta Juíza da 27a Vara Cível
da Comarca da Capital, entendeu pela não produção dos efeitos da revelia quanto à
presunção de veracidade dos fatos alegados, afirmando não ter o ora Apelante se
desincumbido de seu ônus probatório, apesar da documentação consistente nos recibos
de fls. 46/51, nos termos seguintes:
Além dessas previsões legais, a função social da posse vem sendo aplicada
pela melhor jurisprudência, conforme o seguinte julgado do Tribunal Mineiro:
Diante de tais lições, é possível afirmar que a função social pode confundir-se
com o próprio conceito de propriedade, diante de um caráter inafastável de
acompanhamento, na linha do preconizado por Duguit. Assim, a propriedade deve
sempre atender aos interesses sociais, ao que almeja o bem comum, evidenciando-se
uma destinação positiva que deve ser dada à coisa. Nesse sentido, o enunciado aprovado
na V Jornada de Direito Civil, com a seguinte redação a respeito da propriedade rural: “
Na aplicação do princípio da função social da propriedade imobiliária rural, deve ser
observada a cláusula aberta do parágrafo 1o do artigo 1.228 do Código Civil, que, em
consonância como o disposto no art.5o, inciso XXIII da Constituição de 1988, permite
melhor objetivar a funcionalização mediante critérios de valoração centrados na primazia
do trabalho” (Enunciado n.507).
que socialmente se pode extrair do bem”. (ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito civil.
Reais. Coimbra: Coimbra, 2000.p.192 )
No caso em tela, o Ministério Público sequer foi chamado ao feito, o que torna
por mais essa razão, nula a sentença. Sequer perícia ou inspeção judicial foi determinado
pelo juízo, de modo a garantir o contraditório e a ampla defesa.
eficácia de uma norma que ainda não projetou seus efeitos sobre a realidade.
Portanto, pode já ter nascido o direito, ou a pretensão, ou a ação, a que se oporia, e
a eficácia dele estar elidida, ou ainda em suspenso. Do lado do eventual excipiente,
há eficácia, porém falta, do outro lado, eficácia, que ela recubra.
posse da coisa e passar a exercer o seu direito obedecendo aos ditames de sua função
social, para que nova situação não ocorra que lhe impeça o exercício do direito.
IV — DO PEDIDO:
JUSTIÇA !
Termos em que
Espera Deferimento.