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Lógica Computacional

Material Teórico
Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Manuel Fernández Paradela Ledón
Prof.ª Dr.ª Cristiane Camilo Hernandez

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Argumentos, Regras de Inferência
e Método Dedutivo

• Argumentos (Símbolo |−−− |− );


• Regras de Inferência;
• Método Dedutivo.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as características dos argumentos;
• Conhecer as principais regras de inferência;
• Estudar o método dedutivo;
• Analisar exemplos e resolver exercícios.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

Argumentos (Símbolo |−−− |−)


Segundo Alencar Filho (2006), “[...] chama-se argumento toda a afirmação de
que uma dada sequência finita P1, P2..., Pn de proposições lógicas tem como con-
sequência ou acarreta uma proposição final Q”.

P1, P2, P3..., Pn Ⱶ Q

Premissas Conclusão

Que poderá ser lido ou interpretado de algumas maneiras, tais como:


• P1, P2, P3..., Pn acarretam Q;
• Q se deduz de P1, P2, P3..., Pn;
• Q se infere de P1, P2, P3..., Pn.

Um argumento está composto por uma sequência finita de preposições lógicas (premissas)
Explor

e uma proposição final (conclusão).

Encontraremos o conceito de argumento em diferentes fontes: livros, sites, di-


cionários, em alguns casos com definições mais simples ou diretas. O exemplo
clássico, encontrado frequentemente, mostra uma argumentação para chegar à
conclusão da mortalidade de um homem específico – Sócrates. Em Lógica – argu-
mento – um conjunto de enunciados articulados entre si.

O autor Heidi Strecker apresenta uma definição informal de argumento, Disponível em:
Explor

https://goo.gl/RR9R1u.
A noção de argumento é fundamental para a lógica. Argumento é um conjunto de enuncia-
dos que estão relacionados uns com os outros. Argumento é um raciocínio lógico. Observe
o seguinte argumento:
Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Este é um argumento formado por duas premissas e uma conclusão.
Os dois primeiros enunciados são as premissas e o último enunciado é a conclusão. Os fatos
apresentados nas premissas servem de evidência para a conclusão, isto é, são eles que sus-
tentam a conclusão.

Validade de um Argumento – Definição


Um argumento P1, P2, P3..., Pn Ⱶ Q será considerado válido se e somente se
a conclusão Q for verdadeira todas as vezes que as premissas P1, P2, P3..., Pn
forem verdadeiras (ALENCAR FILHO, 2006).

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Explor
Um argumento não válido é chamado de sofisma.
Na língua portuguesa informal, a palavra sofisma poderia ser utilizada como sinônimo de
mentira, enganação, enquanto sofistas para designar aqueles que usam habilidades retóri-
cas para defender argumentos falsos e/ou logicamente inconsistentes.

Critério de Validade de um Argumento – Teorema


Existe uma forma simples para determinar se um argumento é válido ou não,
que consiste em verificar se a condicional correspondente para o argumento é uma
tautologia ou não – se for uma tautologia, tal argumento será válido.

Por exemplo, um argumento P1, P2, P3..., Pn Ⱶ Q é válido se e somente se a


condicional associada a este argumento:

(P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ... ∧ Pn) → Q

For tautológica, ou seja, se esta condicional for uma tautologia.

Argumentação: uma afirmação (argumento) composta por proposições lógicas separadas


Explor

em premissas e conclusão, sendo que a conclusão será verdadeira todas as vezes que as
premissas são verdadeiras.

Comparando Implicação Lógica e Argumento Válido


São conceitos com certa semelhança e poderiam ser confundidos, de modo que
os analisaremos detalhadamente.

Implicação lógica:

P(p,q,r)  ⇒  Q(p,q,r)

Ou P(p,q,r) implica a proposição Q(p,q,r) se a condicional P(p,q,r) → Q(p,q,r)


for uma tautologia.

Observe que P e Q são proposições lógicas simples ou compostas quaisquer.

Argumentação:

Um argumento P1, P2, P3..., Pn Ⱶ Q é válido se a condicional associada a esse


argumento – conjunções das premissas e condicional com a conclusão Q:

(P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ... ∧ Pn) → Q for tautológica.

Observe a conjunção de P1, P2, P3... (proposições lógicas compostas quaisquer).

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Argumentos Válidos Fundamentais


São argumentos que nem precisariam de demonstração, dado que são verda-
deiros, de modo que podemos confiar em sua validade. São, basicamente, dez
argumentos – mostrados a seguir:

Quadro 1 – Argumentos válidos fundamentais


(1) Adição (AD) (6) Modus tollens (MT)
  (i)  p  Ͱ  p ∨ q   p → q , ~q  Ͱ  ~p
  (ii) p  Ͱ  p ∨ q

(2) Simplificação (7) Silogismo Disjunto (SD)


  (i)  p ∧ q  Ͱ  p   (i)  p ∨ q , ~p  Ͱ  q
  (ii) p ∧ q  Ͱ  q   (ii) p ∨ q , ~q  Ͱ  p

(3) Conjunção (CONJ) (8) Silogismo hipotético (SH)


  (i)  p , q  Ͱ  p ∧ q   p → q , q → r  Ͱ  p → r
  (ii) p , q  Ͱ  q ∧ p

(4) Absorção (ABS) (9) Dilema Destrutivo (DD)


  p → q  Ͱ  p → (p ∧ q)   p → q , r → s , ~q ∨ ~s  Ͱ  ~p ∨ ~r

(5) Modus Ponens (MP) (10) Dilema Construtivo (DC)


  p → q , p  Ͱ  q   p → q , r → s , p ∨ r  Ͱ  q ∨ s
Fonte: elaborado pelos professores conteudistas

Em todos os argumentos válidos fundamentais aqui apresentados podemos


demonstrar que as condicionais das conjunções das premissas Pi e a conclusão
Q são tautologias.

(P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ... ∧ Pn) → Q

A afirmação anterior será demonstrada neste exemplo:

Vejamos, construindo uma tabela-verdade, que a regra do silogismo disjuntivo –


ou disjunto – é um argumento válido.

Sabemos que p ∨ q, ~p Ⱶ q será um argumento válido se a condicional associada


(p ∨ q) ∧ ~p → q for uma tautologia. Observe, no Quadro 2, que todos os valores
na última coluna são verdadeiros (V), ou seja, demonstramos que essa proposição
lógica é uma tautologia.

Quadro 2 – Tabela-verdade da regra do silogismo disjuntivo


p q ~p p  ∨  q (p  ∨  q)  ∧  ~p (p  ∨  q)  ∧  ~p   →   q
V V F V F V
V F F V F V
F V V V V V
F F V F F V
Fonte: elaborado pelos professores conteudistas

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Argumentos em Forma de Regras de Inferência
Os argumentos válidos fundamentais já mostrados são utilizados para fazer infe-
rências – executar passos que permitam efetuar uma demonstração, deduzir.

Por esse motivo, os argumentos são chamados, também, de regras de inferência.

Existe uma forma padronizada de escrever os argumentos, separando com uma


linha horizontal as premissas – sobre o traço horizontal – e a conclusão – sob tal
traço. De forma geral, uma regra de inferência seria assim representada:

premissa1
premissa1, premissa2 Ⱶ conclusão premissa2
conclusão

Assim, veremos a seguir as regras de inferência que se correspondem aos argu-


mentos válidos fundamentais já mostrados.

Regras de Inferência
Derivam-se e são equivalentes aos argumentos válidos fundamentais. São,
basicamente, dez regras de inferência, mostradas no Quadro 3.

Em todas as regras de inferência aqui apresentadas podemos demonstrar que a con-


dicional das conjunções das premissas P1, P2..., Pn e a conclusão Q são tautologias:

(P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ... ∧ Pn) → Q

Quadro 3 – Regras de inferência


I. Regra de Adição (AD): VII. Regra do Silogismo Disjuntivo (SD):
(i) p (ii) p (i) p Ú q (ii) p Ú q
pÚq qÚp ~p ~q
q p
II. Regra de Simplificação (SIMP): VIII. Regra do Silogismo Hipotético (SH):
(i) p Ù q (ii) p Ù q p®q
p q q®r
p®r
III. Regra da Conjunção (CONJ): IX. Regra do Dilema Construtivo (DC):
(i) p (ii) p p→q
q q r→s
pÙq qÙp p∨r
q∨s

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UNIDADE Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

IV. Regra da Absorção (ABS): X. Regra do Dilema Destrutivo (DD):


p→q p→q
p → (p ∧ q ) r→s
~q ∨ ~s
~p∨~r
V. Regra Modus Ponens (MP):
p®q
p
q
VI. Regra Modus Tollens (MT):
p®q
~q
~p
Fonte: elaborado pelos professores conteudistas

Como exercício posterior, tente construir a tabela-verdade para algumas das


regras de inferência, de modo a demonstrar que a condicional, na última coluna do
Quadro, é uma tautologia.

Exemplos de Utilização das Regras de Inferência


As regras de inferência podem ser empregadas na dedução de conclusões a
partir de premissas dadas.

Exemplo 1:

Utilizando a regra da simplificação para deduzir outras proposições lógicas;


vejamos três situações:

  

   


No exemplo do centro podemos afirmar que a conclusão:


• ~q se deduz de p ∧ ~q (premissa); ou
• ~q se infere de p ∧ ~q; ou
• p ∧ ~q acarreta ~q.

Exemplo 2:

Utilizando a regra da adição podemos deduzir outras proposições lógicas mais


complexas, ou com símbolos proposicionais diferentes dos utilizados na regra
(ALENCAR FILHO, 2002); vejamos:

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No exemplo do centro podemos afirmar que:


• (x ≠ 0) ∨ (x ≠ 1) se deduz de x ≠ 0; ou
• (x ≠ 0) ∨ (x ≠ 1) se infere de x ≠ 0; ou
• x ≠ 0 acarreta (x ≠ 0) ∨ (x ≠ 1).

Exemplo 3:

Utilizando as regras modus ponens e modus tollens para deduzir outras pro-
posições lógicas, temos:
 



Considerando s ∧ ~q (a conclusão do primeiro exemplo) infere-se das duas premis-


sas anteriores (ou podemos dizer que as duas premissas anteriores acarretam s ∧ ~q).

Exemplo 4:

Utilizando a regra do silogismo hipotético para deduzir outras proposições


lógicas, temos:


 


No primeiro exemplo, temos que a conclusão ~p → ~s se infere ou deduz


das premissas:
~p → q ∨ r e q ∨ r → ~s

Os quatro primeiros exemplos utilizados são do livro intitulado Iniciação à lógica matemá-
Explor

tica, de Alencar Filho (2002).

Exemplo 5:

Neste caso utilizaremos diferentes regras de inferência para demonstrar determi-


nado argumento. Dito de outra forma, devemos demonstrar a validade do seguinte
argumento – observe as três premissas e a conclusão r deste argumento:

p → (q → r), p → q, p Ⱶ r

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UNIDADE Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

Primeiro, numeramos as premissas para facilitar a demonstração:


• Premissa (C1): p → (q → r);
• Premissa (C2): p → q;
• Premissa (C3): p.

Agora, utilizamos algumas regras de inferência, de:


• (C1) e (C3) utilizando MP – Modus Ponens –, conclui-se (C4) q → r;
• (C2) e (C3) utilizando MP, conclui-se (C5) q;
• (C4) e (C5) utilizando MP, conclui-se, finalmente, (C6) r.

Chegamos à conclusão de que o argumento é válido, pois no item (C6) foi esta-
belecido r. Observe que r é a conclusão do argumento p → (q → r), p → q, p  Ⱶ  r

Exercício proposto:

Demonstrar a validade dos seguintes argumentos utilizando as regras de inferên-


cia e outras equivalências conhecidas:
1. ~ p → q, q → r, ~r ∨ s, ~s    Ⱶ  p
2. p → q, r → s, q ∨ s → t, ~t   Ⱶ  ~p ∧ ~r

Método Dedutivo
Antes do estudo do método dedutivo revisaremos os significados do substantivo
dedução e do verbo deduzir:

Dedução: ato ou efeito de deduzir.


Explor

• interferência lógica de raciocínio; conclusão, iluação.


• Rubrica: filosofia, lógica
processo de raciocínio através do qual é possível, partindo de uma ou mais premissas acei-
tas como verdadeiras (p. ex., A é igual a B e B é igual a C), a obtenção de uma conclusão
necessária e evidente (no ex. anterior, A é igual a C).
Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.

• O método dedutivo é utilizado para demonstrar implicações (⇒) e equivalên-


cias lógicas (⇔);
• No método dedutivo, a utilização das equivalências lógicas – estudadas no
tema Álgebra das proposições – possui papel fundamental – assim como os
argumentos válidos fundamentais estudados;
• O método dedutivo é uma forma de demonstração mais eficiente se compara-
do à construção de tabelas-verdade – esta que, como sabemos, é um processo
demorado e com possibilidade de erro;

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• Nas seguintes demonstrações utilizaremos, também, aqueles dois teoremas
que estabelecem uma equivalência, ou uma implicação lógica se a bicondicio-
nal – no caso da equivalência – e a condicional – no caso da implicação – cor-
respondentes forem tautológicas.

Para relembrar, veja a seguir:

P(p,q,r) ⇒ Q(p,q,r).

P(p,q,r) implica a proposição Q(p,q,r) se e somente se a condicional P(p,q,r) →


Q(p,q,r) for uma tautologia.

P(p,q,r) ⇔ Q(p,q,r).

P(p,q,r) é equivalente à proposição Q(p,q,r) se e somente se a bicondicional


P(p,q,r) ↔ Q(p,q,r) for uma tautologia.

Vejamos o método dedutivo em casos práticos.

Exemplo 1:

Demonstrar a implicação lógica p ∧ q ⇒ p pelo método dedutivo.

Segundo o teorema anterior, tal implicação lógica será verdadeira se e somente


se a condicional p ∧ q → p for uma tautologia – se pudermos demonstrar que o seu
resultado é sempre verdadeiro (V); isto utilizando a:

Transformação da condicional:

p∧q→p ⇔ ~(p ∧ q) ∨ p

Regra de Morgan:

⇔ (~p ∨ ~q) ∨ p

⇔ ~p ∨ ~q ∨ p associatividade

⇔ ~p ∨ p ∨ ~q comutatividade

⇔V

Como chegamos na constante V, conseguimos demonstrar que a implicação


lógica p ∧ q ⇒ p é verdadeira.

Exemplo 2:

Demonstrar a implicação lógica p ∧ q ⇒ p ∨ q pelo método dedutivo.

A implicação lógica anterior será verdadeira se e somente se a condicional


p ∧ q → p ∨ q for uma tautologia – se pudermos demonstrar que o seu resultado
será sempre V.

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UNIDADE Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

p ∧ q → p ∨ q utilizando a transformação da condicional:

⇔ ~(p ∧ q) ∨ (p ∨ q)

Utilizando a Regra de Morgan:

⇔ (~p ∨ ~q) ∨ (p ∨ q)

⇔ (~p ∨ p) ∨ (~q ∨ q)

⇔  V  ∨  V

⇔       V

Demonstramos que a implicação lógica inicial p ∧ q ⇒ p ∨ q é verdadeira.

Exemplo 3:

Demonstrar, pelo método dedutivo, esta equivalência lógica:

(p → r) ∧ (q → r) ⇔ p ∨ q → r

Peguemos somente a parte esquerda da equivalência:

(p → r) ∧ (q → r) ⇔ (~p ∨ r) ∧ (~q ∨ r) transformação da condicional ⇔ (~p ∧ ~q)


∨ r distributividade (inversa).

⇔ ~(p ∨ q) ∨ r Regra de Morgan (inversa).

⇔ p ∨ q → r transformação da condicional (inversa).

Substituindo na equivalência inicial: p ∨ q → r ⇔ p ∨ q → r

A bicondicional correspondente é: p ∨ q → r ↔ p ∨ q → r

Mas veja que a bicondicional anterior é uma tautologia.

Demonstramos que (p → r) ∧ (q → r) é equivalente a p ∨ q → r, ou seja, a equi-


valência cuja análise foi solicitada (p → r) ∧ (q → r) ⇔ p ∨ q → r foi demonstrada.

Exemplo 4:

Já vimos a implicação lógica p ∧ q ⇒ p ∨ q, no Exemplo 2, pelo método


dedutivo.

Assim, demonstraremos esta mesma implicação lógica p ∧ q ⇒ p ∨ q cons-


truindo uma tabela-verdade. Observe que, se a condicional (→) equivalente desta
implicação lógica for uma tautologia, teremos demonstrado a implicação lógica.

Consideremos este exemplo para sugerir que, possivelmente, a demonstração


utilizando tabelas-verdade é um procedimento mais trabalhoso e com maior possi-
bilidade de erro, se comparada ao método dedutivo, não é mesmo?

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Quadro 4 – Tabela-verdade de p ∧ q → p ∨ q
p q p∧q p∨q p∧q→p∨q
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V
Fonte: elaborado pelos professores conteudistas

Para construir a tabela-verdade anterior, lembre-se das tabelas-verdade da con-


junção, da disjunção e condicional – conteúdos estes apresentados na primeira
Unidade desta Disciplina.

Observe que a última coluna dessa tabela-verdade contém apenas valores ver-
dadeiros (V), ou seja, p ∧ q → p ∨ q é uma tautologia, dado que demonstramos a
implicação lógica p ∧ q ⇒ p ∨ q.

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UNIDADE Argumentos, Regras de Inferência e Método Dedutivo

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Estude o Capítulo 9, intitulado Argumentos. Regras de inferência, do livro de
Edgard Alencar Filho, Iniciação à lógica matemática, publicado pela Editora Nobel,
em 2006.
Assim como os capítulos 10 – Validade mediante tabelas-verdade –,11 – Validade
mediante regras de inferência – e 12 – Validade mediante regras de inferência e
equivalências – do mesmo livro de Alencar Filho (2006).
Finalmente, leia a Unidade 4, intitulada Proposições, argumentos e regras de
inferência, do livro Lógica matemática, organizado por Jeferson Lopes e disponível
na Biblioteca Virtual da Cruzeiro do Sul.

 Leitura
Noções de Lógica Matemática
Leia especificamente o Capítulo Argumentos, onde a autora apresenta os critérios de
validade de argumentos e diferentes métodos para a demonstração de argumentos.
https://goo.gl/K3YCI
Lógica matemática, representação e inferência
Acesse a abordagem do professor Fernando J. Von Zuben, presente no Capítulo 4 –
Processos de inferência em lógica proposicional.
https://bit.ly/2H6gSlU

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Referências
ABAR, C. A. A. P. Noções de lógica matemática. 2011. Disponível em: <http://
www4.pucsp.br/~logica>. Acesso em: 24 jan. 2019.

ABE, J. M. Introdução à Lógica para a Ciência da Computação. 2. ed. São


Paulo: Arte Ciência, 2002.

ALENCAR FILHO, E. de. Iniciação à lógica matemática. São Paulo: Nobel, 2006.

BISPO, C. A. Introdução à lógica matemática. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

HOUAISS, A. B. de H. F. Mini Houaiss. Dicionário da língua portuguesa. Rio


de Janeiro: Objetiva, 2009.

SOARES, E. Fundamentos de lógica: elementos de lógica formal e teoria da


argumentação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

STRECKER, H. Lógica – argumento – um conjunto de enunciados articulados


entre si. [20--]. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/
logica---argumento-um-conjunto-de-enunciados-articulados-entre-si.htm?cmpid=
copiaecola>. Acesso em: 31 jan. 2019.

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