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Comunicação Pessoal e

Empresarial
ARTUR OSVALDO DOS SANTOS
COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL
Comunicação interpessoal é uma Essa competência é necessária para

comunicação directa com uma ou estabelecer diálogos coerentes que


transmitam uma mensagem que os
mais pessoas. É, portanto, o nível
interlocutores desejam exteriorizar
de comunicação em que os papéis
de forma autêntica e precisa.
de emissor e de receptor são
Portanto, uma boa comunicação
exercidos de modo recíproco por
interpessoal envolve falar, escrever
duas ou mais pessoas.
e expressar o seu corpo, bem como
Em outras palavras, é a ouvir, ler e observar. Não basta
capacidade de transmitir, receber e saber expressar-se, é preciso
interpretar mensagens verbais ou aprender e interpretar o que os
não-verbais com clareza. outros têm a dizer.
IMPORTÂNCIA DA
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
A comunicação interpessoal é importante porque

 permite a boa convivência entre as pessoas;

 permite formar grupos harmoniosos;

 permite o diálogo entre as pessoas;

 permite o crescimento pessoal.

O homem é um ser social.


ESTILOS PESSOAIS DE
COMUNICAÇÃO
A comunicação é a principal ferramenta
utilizada pelos seres humanos para
expressar necessidades e sentimentos. Ela
ocorre quando transmitimos uma mensagem
e recebemos uma resposta. Mas existem
diferentes estilos de comunicação
interpessoal e, muitas vezes, precisamos de
coordenar todos na mesma empresa. Um estilo de comunicação é
o conjunto de qualidades de
expressão que são características de
quem emite uma mensagem.

Existem, portanto, quatro estilos de


comunicação.
Estilo de comunicação passivo:
Os comunicadores passivos têm dificuldade em
expressar as suas necessidades e lutar por suas
convicções. Desta forma, hesitam em tomar a dianteira
porque querem evitar conflitos. Para seus colegas de
trabalho, os comunicadores passivos parecem
descontraídos ou até tímidos. Características:
1. Silêncio;
2. Dá, quase sempre, consentimento aos
outros, etc.
Como lidar:
1. Falar individualmente;

2. Oferecer vários canais de comunicação;

3. Ajudar a sentirem-se psicologicamente seguros no trabalho.


Estilo de comunicação agressivo:
É o oposto do comunicador passivo. Os
agressivos conseguem emitir opinião de forma
directa e segura. Em geral, são aqueles que
tomam a palavra durante as reuniões e não
apresentam sinal de timidez quando precisam
de se expressar sobre qualquer assunto.

Características: Como lidar:

1. Primeiro a responder uma pergunta; 1. Estabeleça e imponha limites;

2. Interrupção frequentes em reuniões;


2. Persistência e domínio da conversa;
3. Ajudar a sentirem-se
3. Falar muito mais tempo;
psicologicamente seguros no
4. Desafiar as opiniões dos outros, etc.
trabalho.
Estilo de comunicação manipulador (passivo-
agressivo)
Este é o comunicador passivo-agressivo. Neste caso, ao
invés de ser directo nas opiniões que emite, ele estabelece
formas indirectas de expressar seu descontentamento.
Essa característica faz com que o manipulador pareça
simpático para algumas pessoas, porém antipático para
outras, pois o comunicador passivo-agressivo evita
resolver um problema directamente com a pessoa
envolvida. Como lidar:

Características: 1. Nas situações de conflito, manter


a calma e o profissionalismo;
1. São indiferentes com quem diverge;

2. Demonstração de descontentamento com alguma 2. Rediccione a pessoa mais


coisa; adequada;

3. Contradição em palavras e acções. 3. Contra-atacar com gentileza, etc.


Estilo de comunicação assertivo:

É o estilo de comunicação ideal, pois é o


único capaz de criar conexão entre as pessoas.
O colaborador que pratica a comunicação
assertiva torna-se facilitador nas relações, Como lidar:
inclusive as conflituosas.
1. Apoiar as suas ideias e ouvir as
Características: suas opiniões;
1. Capacidade de dar feedbacks claros e
2. Dar condições para que ele possa
objectivos;
ouvir os demais;
2. Aceitar críticas construtivas;
3. Procurar e reconhecer e validar o
3. Demonstra inteligência emocional, pois
ponto de vista do comunicador
reconhece e admite quando precisa de ajuda;
assertivo, permitindo que ele
4. Busca de soluções que beneficiem todo o
grupo.
explique o seu ponto de vista.
COMPETÊNCIAS SOCIAIS E
COMUNICAÇÃO ASSERTIVA
As competências sociais revelam-se na Assim, dentre comportamentos que
capacidade de interagir com terceiros. Ela revelam as competências sociais,
abarca os comportamentos e reacções que estão:
alguém possui na presença de outras
• A capacidade de resolver problemas;
pessoas e na capacidade de conviver com
elas. São, portanto, as competências de • A comunicação;
viver em sociedade, incluindo o • A flexibilidade;
reconhecimento das diferenças.
• A criatividade;
Essas competências incluem, dentre outras,
• A atitude positiva;
as seguintes capacidades:
• O pensamento crítico;
 de comunicação;
• A gestão de tempo;
 de expressão verbal;

 de desenvoltura. • O trabalho em equipa.


Comunicação assertiva
Comunicação assertiva é aquela A comunicação assertiva é uma
que consegue passar as das principais competências de
informações de forma clara, um profissional de sucesso.
dinâmica, aberta, sincera,
Essa capacidade demonstra o
objectiva e efectiva e com
respeito, permitindo, portanto, o nível de sua inteligência social,

diálogo entre as partes e maior ou seja, a sua habilidade de se

intercolaboração. Este tipo de relacionar com os outros e de

comunicação pode ser verbal e conquistar a colaboração das


não verbal. pessoas.
EXERCÍCIOS
1. Qual a relevância da comunicação interpessoal
para a vida em sociedade.

2. Identifique a palavra-chave para cada estilo


pessoal de comunicação.

3. Qual o estilo de comunicação que mais se adeque


para um bom comunicador? Justifique.
O DEBATE: REGRAS E
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
Objectivos

 Conhecer as regras de debate;

 Distinguir comunicação oral da escrita;

 Dominar as formas de intervenção do debate;

 Usar correctamente os conectores em diversos contextos

conversacionais.
Comunicação oral e escrita
Comunicação oral Comunicação escrita

É aquela que é feita via oral e é É a comunicação de contacto indirecto,

presencial, ou seja, nela o emissor e o necessita de atenção às normas gramaticais,


clareza no diálogo, sendo mais conservadora e
receptor estão presentes. É directa,
formal. Nela, o receptor está ausente, o que
espontânea, guiada pelo diálogo e com
transforma a comunicação em um constante
recursos externos: gestos, expressões
monólogo do emissor. Requer o máximo
faciais, prosódia, voz, etc.
cuidado na ordenação das informações e na
correcção ortográfica e de pontuação.
Ex.: Conversas, diálogos,
apresentações, telefonemas, aulas,
Ex.: Cartas, e-mails, bilhetes, jornais,
entrevistas, etc. revistas, livros, etc.
Características da comunicação escrita e oral
Comunicação escrita Comunicação oral
Há um maior distanciamento entre emissor e Há uma maior aproximação entre emissor e receptor
receptor
Estabelece um contacto indirecto com o Estabelece um contacto directo com o destinatário
destinatário
É mais formal, sendo mais pensada e É mais espontânea e informal
planeada
Há um maior rigor gramatical e exigência de Há uma maior tolerância relativamente ao
cumprimento da norma culta cumprimento da norma culta.
Tem duração no tempo e pode ser relida É passageira e encontra-se em permanente
inúmeras vezes porque tem registo escrito renovação, não deixando qualquer registo
Requer escolarização e uma aprendizagem Não requer escolarização, sendo um processo
formal da escrita aprendido socialmente
Exige linearidade, ou seja, a existência de uma Não ocorre sempre linearidade de pensamento,
sequência de pensamento clara e estruturada sendo possível a existência de rupturas e desvios
no raciocínio
Possibilita a revisão do conteúdo e a correcção Apresenta repetições e erros que não podem ser
dos erros corrigidos
Deve apresentar um vocabulário variado e Apresenta maioritariamente um vocabulário
construções frásicas mais elaboradas reduzido e construções frásicas mais simples

Exemplos: cartas, e-mails, bilhetes, jornais, Exemplos: conversas, diálogos, apresentações,


revistas, livros, etc. telefonemas, aulas, entrevistas,
O debate
O debate é um acto de comunicação
que consiste na discussão de um tema,
normalmente polémico entre duas ou
mais pessoas, tem um carácter
argumentativo. No debate temos
confronto de ideias, confronto de
pontos de vista e de opiniões.
Obs.: Num debate, devem
existir, além dos participantes,
um moderador.
REGRAS DO DEBATE
Os participantes deverão comprimir as seguintes regras:

 Preparar previamente o tema, consultando a informação necessária;


 Expor com clareza as suas ideias;
 Escutar atentamente, evitando repetir ideias já expostas;
 Saber ouvir;
 Respeitar as opiniões dos outros;
 Convencer com argumentos lógicos;
 Não ser redundante;
 Não interromper o outro quando ele fala;
 Defender os seus pontos de vista, sem atacar os dos outros;
 Respeitar o moderador quando ele fala;
 Esperar a sua vez de intervir;
 Evitar monopolizar o debate.
MODERADOR
Compete ao moderador:

 Apresentar brevemente o tema do debate;


 Abrir a discussão;
 Dar palavra aos que se tiverem inscrito;
 Impedir que fale mais de uma pessoa de cada vez:
 Fazer com que todos os participantes sigam as regras;
 Sempre que possível estabelecer a relação entre as várias opiniões
apresentadas;
 Não permitir que se desviem do assunto;
 Ser imparcial;
 Apresentar as conclusões.
FORMAS DE INTERVENÇÃO
EM DEBATES
Num debate, deve-se ser capaz
de convencer, apresentando
argumentos, exprimir opiniões
e razões, defender pontos de
vista, concordar, discordar ou
protestar, etc.
Para cada uma destas opções,
usam-se expressões próprias e
variadas como se seguem os
exemplos abaixo:
1. Dar opinião 2. Dar uma explicação
Ou seja…;
Em meu entender…;
Significa isto que…;
Pessoalmente, considero que…; Por outras palavras…;
Sou da opinião que…; Ou, se preferirem…;

A meu ver… Dito de outro modo...

3. Exemplificar 4. Pedir um esclarecimento


Poderia explicar melhor…;
Exemplificando…;
Receio não ter entendido bem…;
Só para dar um exemplo…; O que quer dizer com…;
A título ilustrativo…; Posso concluir, com as suas palavras
A título de exemplo... que…?
5. Concluir uma intervenção 6. Corrigir/Protestar
Não foi bem o que eu disse...;
Em suma…;
Gostaria de esclarecer…;
Em síntese…;
Devo ter-me explicado mal…;
Resumindo…; O que eu quis dizer foi….;

Numa palavra... De modo algum…;


Desculpe, mas isso não corresponde à verdade…

7. Sossegar 8. Conceder
Longe de mim tal ideia…; Reconheço que…;
Como pode ver…; Sim, é verdade… no entanto…
Não pretendi ofendê-lo…; Concordo nesse aspecto… mas….;
Muito pelo contrário…; Admito que… mas…
9. Persuadir
10. Concordar
Não acha que…?
Estamos de acordo…;
Como se sabe….;
Veja, por exemplo, …; Ia dizer o mesmo…;
Como é do seu conhecimento…;
Plenamente de acordo…;
Não há dúvida de que….;
Com certeza…
Se reparar bem…

11. Discordar 12. Acentuar uma possibilidade


Discordo (por completo)…; É inacreditável…;
Não entendo por que razão…; Está fora de questão…;
Não posso estar de acordo…; É todo impossível…;
Não podia estar mais em desacordo…; Não é, sequer, questionável…
Não vejo qual é a relação…
13. Manter a palavra
Como ia dizendo…;
Deixe-me só concluir…;
Se não me interromper…;
Já termino…/ Só para acabar…;

14. Recuperar a palavra


Deixe-me só acrescentar…;
Prometo ser breve…;
Queria só dizer…;
Se me dá licença…;
CONSELHOS PARA UM BOM
ORADOR
 Dominar a língua em que vai discursar (ser preciso, objectivo, pragmático);

 Não seja monótono, varie de tom;

 Não fique nervoso (Controle-se), basta dominar o assunto;

 Não se elogie a si mesmo;

 Não se afaste do tema;

 Não craves os olhos no chão ou no tecto;

 Não fixe o olhar demasiadamente em alguém;

 Não faça gestos ridículos;


 Não abotoe ou desabotoe constantemente o casaco;

 Não comece cada frase com “PORTANTO”;

 Não olhe para o relógio muitas vezes;

 Não se desculpe por não estar preparado;

 Não repita muitas vezes “JÁ VOU TERMINAR”;

 Não tente imitar alguém;

 Não empregue sarcasmos ou expressões maliciosas;

 Não canse os ouvintes com sermões longos;

 Não exagere em tirar e em pôr os óculos.


ARTICULADORES DO
DISCURSO
São palavras ou expressões utilizadas para

especificar as relações entre segmentos

linguísticos, conferindo organização e clareza ao

texto.

Assim, os articuladores do discurso permitem a

passagem de uma ideia a outra ou a relação entre

duas ideias, ligando orações num período, períodos

num parágrafo parágrafos entre si.

Esta função é desempenhada

por conjunções, advérbios,

locuções adverbiais, etc.


Adição E, pois, além disso, e ainda, não só…mas também, por um lado… por outro
(lado)
Causa Pois, pois que, porque, por causa de, dado que, já que, uma vez que,
porquanto
Certeza É evidente que, certamente, decerto, com toda a certeza, naturalmente,
evidentemente
Consequência Por tudo isto, de modo que, tanto… que, de tal forma que
Conclusão Portanto, logo, enfim, em conclusão, concluindo, em suma
Chamar a atenção Note-se que, atente-se em, repare-se, veja-se, constate-se
Dúvida Talvez, é provável, é possível, provavelmente, possivelmente, porventura
Enfatizar Efectivamente, com efeito, na verdade, como vimos
Esclarecer (não) significa isto que, quer isto dizer, não se pense que, com isto não
pretendemos
Exemplificar Por exemplo, isto é, como se pode ver, é o caso de, é o que se passa com
Fim Para, para que, com o intuito de, a fim de, com o objectivo de
Hipótese, condição Se, a menos que, supondo que, (mesmo) admitindo que, salvo se, excepto se
Ligação espacial Ao lado, sobre, à esquerda, no meio, naquele lugar, o lugar onde
Ligação temporal Após, antes, depois, em seguida, seguidamente, até que, quando
Opinião A meu ver, estou em crer que, em nosso entender, parece-me que
Oposição, restrição Mas, apesar de, no entanto, porém, contudo, todavia, por outro lado
Reafirmação, resumo Por outras palavras, ou melhor, ou seja, em resumo, em suma
Semelhança Do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão

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