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PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I

4º Ano - II Semestre
Ano Lectivo 2021/2022

ISPTEC - Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências


Docente: Geraldo A. R. Ramos, Ph.D
Capítulo 3 – Análise de
projectos de petróleo e
gás natural

PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I


GERALDO RAMOS, Ph.D
Construindo um fluxo de caixa de projecto
 Introdução ao fluxo de caixa
 Estrutura de um fluxo de caixa
 Montando um fluxo de caixa
 Itens de um fluxo de caixa de um projeto de petróleo
 Passo a passo da montagem

PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I


GERALDO RAMOS, Ph.D
Importância do fluxo de caixa

 O fluxo de caixa de um projeto nada mais é do que a


distribuição no tempo de todas as entradas e saídas de
numerário geradas pela actividade de exploração e
produção.
 O fluxo de caixa é uma demonstração dinâmica, que
oferece ao investidor um conjunto de informações essenciais
à tomada de decisões.
 Permite a projeção das condições de liquidez e de
rentabilidade de um projecto, bem como a antecipação
das necessidades de financiamento a ele associadas.

PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I


GERALDO RAMOS, Ph.D
O fluxo de caixa

 Geralmente uma proposta de investimento envolve


entradas e saídas de caixa ou valores monetários, que
podemos denominar encaixes (receitas) e desencaixes
(desembolsos ou despesas).
 Os fatos geradores desses valores ocorrem ao longo de
vários períodos de tempo de um projeto de investimento.
 Assim, o fluxo de caixa de um projeto representa a resultante
final de todas as entradas e saídas de recursos monetários
gerados ao longo da duração do projecto.

PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I


GERALDO RAMOS, Ph.D
Diagramas de fluxo de caixa

 Operações de somar ou multiplicar devem ser feitas apenas


entre valores que estejam incidindo ao final do mesmo
período.
 Os fluxos monetários projetados envolvem incertezas e riscos.
Não é possível prever com exactidão os valores das variáveis
que condicionam tais fluxos.
 São assumidas hipóteses sobre o comportamento futuro de
variáveis como preços, vendas, custos e investimentos.
 Elas são determinantes para os resultados do fluxo de caixa
projetado para o futuro.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Itens de um fluxo de caixa

 Entradas
 Lucro líquido
 Empréstimos
 Depreciação
 Valor residual
 Outras entradas
 Saídas
 Investimentos
 Amortizações

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Cálculo do lucro líquido

 Receita Bruta → Quantidade vendida x Preço


 - custos
 - taxas
 = Receita Líquida
 - juros
 - depreciação
 = Lucro bruto (antes do imposto de renda)
 - imposto de renda
 = lucro líquido

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Depreciação
 Os bens que constituem o ativo de uma empresa (máquinas,
veículos, dentre outros) estão sujeitos a constantes
desvalorizações ao longo do tempo.
 A depreciação é a diferença entre o valor de compra de
um bem e o seu valor no final de determinado período. Ao
final de toda a vida útil do ativo ele pode ainda apresentar
algum valor. O seu valor residual.
 Valor residual = 0: quando o bem se desvaloriza todo.
 A depreciação é a perda de valor que sofrem os ativos
devido aos seguintes factores:
 Físico: desgaste pelo uso, ação do tempo ou natureza
 Funcionais: desuso e obsolescência – perda de eficiência
 Eventuais: Negligência e acidentes

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Depreciação
 Periodicamente, deve ser efectuada a apropriação de
recursos num montante correspondente à perda de valor do
bem durante o exercício considerado.
 Pode-se constituir um fundo de depreciação utilizado para a
compra de um novo bem para substituir o actual. Todavia,
muitas empresas utilizam os recursos para capitalizar as suas
operações.
 A depreciação é um custo, mas não gera desembolso no
exercício. A depreciação funciona como a reposição do
valor despendido na produção por intermédio do uso dos
equipamentos.
 A depreciação é um custo fixo de produção.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Depreciação
 Os bens sujeitos a depreciação podem ser bens tangíveis ou
intangíveis.
 Bens tangíveis: navios, imóveis, veículos e máquinas.
 Bens intangíveis:
 direito de prospecção de jazidas, fontes minerais,
reservas florestais;
 marcas e patentes e direitos autorais.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
A depreciação e lucro operacional
 Geralmente, as legislações tributárias permitem deduzir do
lucro do exercício uma parcela correspondente a esta
perda do valor original dos bens imobilizados.
 O método da depreciação linear (ou linha reta) é muito
comum. Assim, a taxa de depreciação é fixada em função
da utilização econômica do bem pelo empresário na
produção dos seus rendimentos
 A depreciação contábil beneficia o empresário em termos
de imposto de renda, visto que o governo permite seu
abatimento para efeito de cálculo do lucro tributável da
empresa.
 Geralmente a legislação permite que se considere o valor
residual igual a zero, o que é vantajoso para o empresário,
pois isto eleva o valor da depreciação.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Análise de investimento através de um fluxo de
caixa
 Investimento requer despesa actual em troca de benefícios
futuros (desencaixe actual para obter encaixes maiores no
futuro)
 Investimentos em ativos envolve:
 Preparo de propostas de investimento
 Estimativa de fluxos de caixa das propostas
 Avaliação dos fluxos de caixa
 Seleção dos projectos com base num critério de
aceitação
 Constante reavaliação após a aceitação

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Análise de fluxo de caixa e critérios de decisão
 Os Critérios de Decisão devem:
 Permitir comparação entre distintas oportunidades de
investimento
 Refletir o valor do capital no tempo – seu custo de
oportunidade
 Indicar se a lucratividade excede um mínimo – há
criação ou destruição de valor?
 Complementar os indicadores quantitativos de risco e
incerteza (probabilísticos se houver)
 Se possível refletir outros factores como objectivos
coorporativos, preferências dos tomadores de decisão e
a posição patrimonial da firma.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Passo a passo de um fluxo de caixa
 O fluxo de caixa de um projecto se baseia na previsão das
entradas e saídas de caixa do mesmo.
 Primeiro Passo: Identificar o período de tempo envolvido
no projecto.
 Segundo Passo: Estimar as receitas totais
correspondentes a cada momento do tempo.
 Terceiro Passo: Estimar o orçamento do projeto. Os
investimentos, as despesas e os custos operacionais.
 Quarto Passo: Identifique exatamente quando esses
dispêndios ocorrem.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Passo a passo de um fluxo de caixa
 Quinto Passo: Registre essas quantias mês-a-mês, sem
incluir itens que não implicam desembolso.
 Sexto Passo: Estabeleça o saldo de caixa inicial.
 Sétimo Passo: Calcule o valor presente dos fluxos futuros.

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Variáveis para a previsão de um fluxo de caixa
de um projecto de petróleo
 Previsão das entradas
 Reservas recuperáveis
 Curva de Produção (duração do projeto)
 Preço do Petróleo em cada período
 Previsão das saídas
 Investimentos
 Exploração
 Desenvolvimento
 Custos Operacionais
 Government take (Impostos em geral)
 Taxa de desconto (taxa mínima de atratividade) necessário
para o cálculo do VPL

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Fluxo de caixa de um projecto de petróleo
 Entradas
 Receitas de vendas (Produção de petróleo x preço
esperado)
 Depreciação do capital
 Dívidas contraídas
 Desembolsos:
 Despesas de capital (investimento)
 Despesas operacionais (salários, aluguéis, eletricidade,
combustível, etc)
 Impostos (royalties, imposto de renda)
 Amortização de dívida
 Pagamento de juros

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Fluxo de caixa de um projecto de petróleo
 Despesas de exploração ($ milhões)
 Ano 1 ($20); ano 2 ($40); ano 3 ($40)
 Despesas de desenvolvimento
 Ano 4: ($100); ano 5 ($200); ano 6 ($100)
 Produção de petróleo (mil barris por dia)
 ano 7 (10); ano 8 (20); ano 9 (30); ano 10 (40); ano 11 (50)
 Ano 12 (30); ano 13 (20); ano 14 (10); ano 15 (10); ano 16
(10);
 Grau de alavancagem: 30%. Empréstimo de 150 milhões no
ano 4 com juros de 5% ano. Pagamento em parcelas fixas do
ano 7 ao 16.
 Preço esperado do petróleo: $50
 Royalties: 20%
 Imposto de renda 30%
 Depreciação: 5 anos

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Elaboração de fluxo de caixa

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Elaboração de fluxo de caixa

VPL= 467 milhões


TIR= 36%

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Evolução de fluxo de caixa

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Evolução de fluxo de caixa acumulado

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Fluxo de caixa esquemático em projectos de
petróleo para investimento em E&P

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Exemplo de fluxo de caixa em um projecto de
E&P de petróleo

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Exemplo de fluxo de caixa em um projecto de
E&P de petróleo

PROJECTOS DE ENGENHARIA DE PETRÓLEOS - I


GERALDO RAMOS, Ph.D
Custos da Operações de E&P
 Os custos da descoberta (inclui os investimentos de exploração e
avaliação (CAPEX)): custos para a realização de estudos geológicos e
sísmicos e para a perfuração de poços de exploração. Eles também
são obrigados para delinear e testar o reservatório, antes de tomar a
decisão de desenvolvimento.
 Os custos de desenvolvimento (CAPEX): são os custos de
desenvolvimento do campo, incluindo a perfuração dos poços de
exploração e desenvolvimento e a construção das instalações de
superfície e pipeline necessárias para colocar o campo em operação.

 Os custos de produção são os custos fixos e variáveis anuais


necessários para gerir as operações de produção.
 Embora a maioria dos custos possa ser considerada despesa
operacional (OPEX), os campos de produção também estão sujeitos a
despesas de brownfield, que são consideradas CAPEX

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Custos de Sondas e equipamentos de
perfuração
 Apoio Logístico
 DMM (Desmontagem, Movimentação e Montagem)
 Revestimento
 Cimentação
 Fluido de Perfuração
 Cabeça de Poço
 Brocas
 Outros custos

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Custos de perfuração de poços

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Outros critérios económicos

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Outros critérios económicos

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Outros critérios económicos

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GERALDO RAMOS, Ph.D
TAREFA

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GERALDO RAMOS, Ph.D
Bibliografia
1. El-Reedy, M. A. (2016). Project management in the oil and gas industry. John
Wiley & Sons.
2. Badiru, A. B., & Osisanya, S. O. (2016). Project management for the oil and gas
industry: a world system approach. CRC Press.
3. International Petroleum Industry Environmental Conservation Association.
(2009). Oil and Natural Gas Industry Guidelines for Greenhouse Gas Reduction
Projects, Part III, Flare Reduction Project Family.
4. Rumane, A. R. (2021). Quality Management in Oil and Gas Projects. CRC Press.
5. European Communities Oil and Gas Research and Development Projects: First
Status Report. Springer Science & Business Media, 2012.
6. Loots, P., & Charrett, D. (2019). The Application of Contracts in Developing
Offshore Oil and Gas Projects. Taylor & Francis.
7. Hey, R. B. (2019). Turnaround Management for the Oil, Gas, and Process
Industries: A Project Management Approach. Gulf Professional Publishing.
8. Almeida, E. F. (2010). Gestão de riscos no ramo do petróleo. Petroforma Lda e
Universidade Federal de Rio de Janeiro.

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GERALDO RAMOS, Ph.D

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