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Universidade de Évora Escola Superior de Enfermagem São João de Deus

Ano Letivo: 2022/2023


3º Ano - 5º semestre

Ana Marques Nº 49162


Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde materna e obstetrícia

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Ana Marques 49162 Ano letivo 2022/2023
Enfermagem de saúde materna e obstetrícia

Cuidados imediatos ao RN ASFIXIA

Incapacidade de iniciar e/ou manter respiração


RECÉM-NASCIDO eficaz.
Quando os bebés nascem vem de um meio Resulta do comprometimento das trocas gasosas
húmido, que tem uma temperatura de até 37º, então entre a placenta e o feto. Restabelecendo de forma
devemos mante-los quentes para que iniciem o rápida o fluxo de O2 os danos causados podem ser
funcionamento de todos os sistemas. reversíveis.
Na transição da ida intra-uterina para a vida extra- Pode acontecer asfixia ainda in útero, pode
uterina ocorrem mudanças circulatórias e respiratórias acontecer por diminuição do aporte de oxigénio ao
qe e realizam adequadamente na maior parte dos RN feto, por exemplo devido á diabetes gestacional,
mas 10% requerem algum tipo de ajuda: compressão no cordão umbilical etc,
o Manobras simples (secar, aspirar, estimulação Devido ao menor aporte de oxigénio ao feto pode
tátil) ocorrer mesmo uma paragem cardíaca
o Manobras complexas (EET, massagem
cardíaca, administração de drogas)
Os Rn normalmente só precisam de ser limpos, Hipóxia Vasconstrição
Asfixia
secos etc. tissular periférica

NO MOMENTO DO PARTO:

 Complicações maternas (HTA, diabetes,


cardiopatias, infeções maternas) Diminuição da
constratibilidade Acidose
 Complicações obstétricas (LA com mecónio, cardiaca
parto distócico, prolapso do cordão,
hemorragia)
 Complicações fetais (prematuridade, RCIU,
macrossomia, pós-maturidade) Paragem
Bradicardia
cardiaca
Os cuidados imediatos ao RN é responsabilidade
dos enfermeiros gerais. O responsável pelo RN deve
começar a prepara o meio onde vai executar os
cuidados imediatos. OBJETIVOS DOS CUIDADOS IMEDIATOS AO
RN
Gravidas que sabemos que tiveram
complicações durante a gravidez, durante o parto etc  Assegurar uma correta adaptação do RN à vida
devemos estar atentos que poderá ser um bebé que extra-uterina
precise de mais cuidados.  Reduzir a perda de calor
 Desobstruir as vias aéreas superiores
Se for uma mãe Rh- devemos ter preparado logo
 Restabelecer as condições circulatórias
a recolha de sangue do cordão umbilical etc.
 Identificar alterações/complicações
O objetivo é sempre prevenir/promover o risco  Promover a relação precoce da díade ou tríade
de prematuridade.
Os cuidados ao Rn é assegurar uma adaptação
A pós maturidade são bebé que nascem após as segura á vida extra-uterina.
42 semanas.
Manter o calor para que iniciem a funcionalidade
RCIU restrição do crescimento intrautrino. dos sistemas.
Pode ser necessário ajudar na desobstrução das
vias aéreas, estão em meio aquático tem
líquidos/secreções a nível de traqueia e narinas.
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Devemos despistar complicações e alterações. Fc sem batimento- 0, inferior a 100-1, se estiver
a cima de 100-2. O normal é entre 120 e 160.
Esforço respiratório observação do tórax do
NA AVALIAÇÃO DO RN NA SALA DE PARTOS
bebé, se evidencia esforço ou não, sem movimento
 Atribuição do índice de Apgar respiratório-0, lento e irregular- 1 e bom-2
 Identificação da necessidade de reanimação Irritabilidade reflexa provocamos estímulo ao
 Despiste de malformações aparentes bebé e ele defende-se, pode ser mesmo a limpeza.
 Intercorrências no TP
 Tipo de parto Cor da pele Cianosado ou pálido-0, membros
cianosados e corpo rosado-1, roado-2
Há um indicador que indica no bloco de parto se
Um índice de apagar de 3 pode indicar
a adaptação está a ocorrer de forma adequada, o
índice de apgar. necessidade reanimação.

O tipo de parto é importante, por exemplo se for O índice de apgar pode ajudar na tomada de
por ventosa é de esperar um hematoma no polo decisão.
cefálico. o Avalia-se ao 1º e 5º minuto de vida
o Não esperar pelo 1º minuto para decidir a
necessidade de iniciar a reanimação do RN
ÍNDICE DE APGAR o É útil para ter uma avaliação objetiva da criança
e do resultado da reanimação
o Se a pontuação for <7 aos 5 minutos deve-se
continuar a avaliar a cada 5 minutos até aos
20minutos ou >7
Pode haver necessidade de intervenção complexa.
Índice inferior a 7 temos de avaliar o índice de
apagar de 5 em 5 min no máximo até 20min apos o
nascimento ou quando ele atinge um valor superior
a 7.
Valor indicativo de como nasceu aquele RN.
Se até aos 20min não recuperar o bebé vai para
a neonatologia e e uma situação complicada.
o 0 a 4- anoxia grave, morte aparente, deprimido
Conjunto de 5 indicadores analisados ao 1min de
o 5 a 6- anoxia moderada, levemente deprimido
nascimento e ao 5º min de nascimento. FC, esforço
o 7 a 10- normal
respiratório, tónus muscular, irritabilidade reflexa e
cor da pele. Os bebés podem ter 7 no primeiro minuto pode
favorecer-se a respiração e no 5º já terem um 9.
Sinais 0 1 2
FC 0 <100 >100
Esforço Ausente Lento, Bom, choro
respiratório irregular CUIDADOS IMEDIATOS AO RN
Tónus Flácido Alguma Movimentos
 Prepara material
muscular flexão dos ativos
membros  Manter ambiente aquecido
Irritabilidade 0 Algum Tosse,  Secar a pele, promover estimulação externa
Reflexa movimento espirro,  Aspiração de secreções da oro e nasofaringe
choro  Aspiração de secreções gástricas. SOS
Cor da pele Cianosada Corpo Rosado  Laquear o cordão umbilical
ou pálida rosado,  Observação geral do RN
membros  Avaliar peso
cianosados
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 Administração terapêutica profilática (vitamina  Eliminação
k colírio)  Medicação administrada
 Identificar o RN  Relação precoce
 Vestir o RN  Adaptação à mama
 Estabelecer relação precoce da díade, tríade
Nos registos devemos escrever a hora do
 Colocar RN em berço aquecido
nascimento, o tipo de parto, o índice de apgar,
 Promover aleitamento materno
registar se já ocorreu ou não micção e dejeção, se fez
 Elaborar registos
profiláticos, se foi preciso ajuda na respiração, etc.
 Índice de apgar
Quando o bebé nasce a laqueação acontece com
umas pinças é o enfermeiro que termina a laqueação PRIMEIRAS HORAS DE VIDA
com molas.
o Despistar SDR
Avaliação Céfalo-caudal. Antes de o vestir vamos o Maus reflexos de sucção e deglutição
pesa-lo. o Hipotonia
o Gemido
Após o nascimento temos de administrar
o Hipoglicémia
vitamina K intramuscular no membro inferior
direito é universal, para prevenir a doença O RN fica ao cuidado da enfermeira nas
hemorrágica do recém-nascido, promove a primeiras 6. Temos de perceber os sintomas de
coagulação. O colírio é escolha do serviço, este serve dificuldades respiratórias (tiragem, adeinos e
para colocar nos olhos dos bebés para prevenir a cianose), pode acontece devido a alguns alvéolos se
conjuntivite, porque os microrganismos da vagina manterem colapsados, não ocorreu expansão na
quando o nascimento pode propagar-se nos olhos e primeira respiração.
provocar conjuntivite neonatal.
Se o colocarmos na mama podemos descrever
Temos de identificar o Rn. como é que reage há mama. Gemidos é sinal de
hipoxia ou hipoglicemia, podem ter frio também,
Identificar o RN, colocar a pulseira. Pode já ser
quando o bebé geme não está bem.
automatizado ou não, quando não é automatizado.
Identificar quarto e numero da cama, ultimo nome As 2h de vida de um bebé com mãe com Diabetes
da mãe das vinhetas do processo (bebé Bilro), temos de avaliar a glicémia
colocar data de nascimento (10/11/2022), hora (9h),
identificar se é sexo feminino ou masculino pois as
pulseiras de uma cor podem estar em rotura (colocar REANIMAÇÃO DO RN
o símbolo), colocar peso e depois pode ou não
colocar-se o índice de Apgar. A eficácia da reanimação pode significar a diferença
entre ter uma criança saudável ou com sequelas
Os bebés tem também pulseiras eletrónicas do neurológicas permanentes mais ou menos graves
hospital para que as portas fechem se o bebé sair de
um determinado local do hospital e prevenir raptos. Objetivos da reanimação:

O berço deve ser aquecido, para que o RN não  A- estabelecer via aérea permeável
perca calor, pode colocar-se por exemplo um saco de  B- inicial respiração eficaz
agua quente no berço para aquecer os lençóis, depois  C- manter circulação adequada
retira-se para o bebé.  D- medicação SOS
O algoritmo é igual ao dos adultos, a única
diferença é que as compressões é feita de forma
REGISTOS
diferente das dos adultos, é feito com dois dedos, em
 Hora do nascimento, tipo de parto, género, ciclos de 15 compressões 2 respirações.
peso, índice de apgar
 Presença ou não de malformações
 Descrição dos procedimentos efetuados
 Características das secreções aspiradas
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Algoritmo da reanimação neonatal : O cordão umbilical é formado por 2 artérias uma
veia, é necessário perceber se a laqueação foi
corretamente feita
O cordão umbilical vem coberto com uma camada
gelatinosa, geleia de Warton. Quanto mais novos
maior a camada de geleia.
Se acontecer um nascimento de uma gravida não
vigiada, onde não se sabe a idade gestacional se o
bebé nascer com muito vernix e com muita geleia
pode indicar que o bebé é mais novo do que as 37
semanas.

IDENTIFICAR O RN

 Apelido da mãe
 Quarto e cama
Avaliar  Peso
 Sexo
 Data
 Hora de nascimento

Decidir Agir
NOTA DE ENFERMAGEM:

Rn de parto eutócico, do sexo masculino, com


VÉRNIX CASEOSA 3.330Kg, índice de apgar 1º9 e 5º10, sem malformações
O RN nascido pode ter vérnix que é uma camada aparentes.
protetora que o protege da perda de calor in útero e Foram aspiradas secreções esbranquiçadas da oro e
por vezes algumas horas após o parto. Quanto mais nasofaringe. Foi deita entubação nasogastrica e
“velhos” os RN em idade gestacional menor a aspiradas cerca de 6cc de secreções esbranquiçadas.
quantidade de vernix. Há medida que vão se
desenvolvendo a pele do RN vai absorvendo o vernix. Não teve micção, nem dejeção
Quando nasce pode ter
Foram administrados os proflácteos.
acumulação nas
pregas. É preciso dizer Foi pesado, identificado e colocada pulseira
há mãe que não há eletrónica
necessidade de limpar
que passado um dia ou Estabelecida a relação precoce da tríade com
dois háde desaparecer. sucesso.
Permanece em berço aquecido.

CORDÃO UMBILICAL Transfere-se para o puerpério imediato, junto da


mãe.

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Processo de adaptação à dias), contadas a partir do primeiro dia


do ultimo período menstrual.
vida extra-uterina o RN termo: são todas as crianças
nascidas vivas entre 37 a 41 semanas e
RECÉM-NASCIDO 6 dias de gestação
o RN pós-termo: são todas as crianças
Independentemente do grau de risco, os RN passam nascidas vivas com 42 semanas ou mais
por um período de adaptação filológica e de idade gestacional
comportamentais na vida extra-uterina.
 Peso do nascimento
Os enfermeiros devem atender às necessidades o RN baixo peso: RN com peso <2500gr
específicas desta fase neonatal. o RN muito baixo peso: RN com
<1500gr
Os cuidados ao RN iniciam-se na sala de partos o RN de extremo baixo peso: RN com
tendo em conta: <1000gr
o Idade gestacional  Crescimento intra uterino
o Condição física o GIG: grande para a idade gestacional
o Capacidade de adaptação à vida extra uterina (peso acima do percentil 90)
o Condição comportamental o PIG: pequeno para a idade gestacional
(peso abaixo do percentil 10)
O período de adaptação à vida extra uterina, o AIG: adequado para a idade
caracteriza-se por alguma instabilidade dos vários gestacional (peso entre percentil 10e
sistemas, nomeadamente: 90)
 Tremores e estremecidos O bebe pode ser prematuro e de extremo baixo
 Náuseas peso ou por exemplo de termo de muito baixo peso
 Sucção débil
 Regurgitação
 Pulso irregular RN PREMATURO
 Hiperatividade durante o sono
Três grupos (Usher):
Temos de ter atenção aos sinais. São situações que
podem ser normais mas que se prolonguem podem o Grupo I ou prematuros limítrofes: 36-37
ser patológicos. semanas de gestação
o Grupo II ou moderadamente prematuros- 31-36
É esperado que 2h pós parto já não aconteçam semanas de gestação
tremores nem pulso irregular, é de esperar que a o Grupo II ou extremamente prematuros- 24-30
circulação já esteja estabelecido. semanas de gestação
As náuseas podem acontecer devido aos bebes No grupo I, os bebés apresentam um peso normal,
terem liquido amniótico no estômago se for colocado tem uma tendência a apresentar icterícia acentuada,
a mama pode acontecer uma regurgitação. lentidão a se alimentar, e ocasionalmente desconforto
respiratório.
No grupo II, são RN que necessitam de um suporte
CLASSIFICAÇÃO D RN
de atendimento diferenciado, são mais suscetíveis as
Por definição o Rn é a criança cuja idade vai desde o infeções graves e as patologias pulmonares
nascimento até ao 28º dia de vida. No grupo III estes bebés eram inviáveis ate há alguns
Os RN podem ser classificados de cordo com: anos, por se encontrarem na barreira biológica da
sobrevivência, particularmente por apresentarem uma
 IG imaturidade estrutural e funcional da maioria dos
o RN pré-termo: a OMS define como sistemas
pré-termo toda a criança nascida antes
de 37 semanas. Sendo assim, inclui Os do grupo I podem necessitar de menores
todo o RN vivos com menos de 37 cuidados, podem ter um peso adequado há idade
semanas completas de gestação (<259 gestacional, podem apresentar lentidão a nível de
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alimentação e de reflexos, nas primeiras horas  Sequelas oftalmológicas
podem apresentar dificuldade respiratória, mas que
com pequenas intervenções podem ficar bem, podem Os bebés no nascimento não tem presente a
ficar com as mães no puerpério mas com uma maturação visual. As células passam por um processo
vigilância mais acentuada dos profissionais. de crescimento e organização e só a partir dos 3 meses
de vida conseguem fixar e seguir objetos.
Os grupo II vão para a neonatologia mas vão para
os cuidados intermédios, são bebes com sipap e ar  Sequelas neurológicas
ambiente na incubadora podem não necessitar de Hipoxia, má nutrição materna, consumo de álcool,
mais, podem ter sonda gástrica para alimentação. tabaco e drogas e infeções.
O grupo III podem ser bebés que podem ser Dificuldade na sucção, tónus muscular diminuído,
inviáveis, são bebes que precisam de um alterações na postura.
internamento muito longo, necessitam de ventilação
invasiva, necessitam de muitos cuidados. Neste caso
pode continuar-se a contar a Ig para meramente
A imaturidade dos sistemas do RN prematuro
orientação dos profissionais.
pressupõem uma adequada prestação de cuidados, no
O nascimento prematuro é um acontecimento momento do nascimento e cuidados neonatais.
comum. Os RN com estas características começam a ter
o Necessidade de execução de procedimentos
viabilidade e possibilidade de sobrevivência.
invasivos
O avanço tecnológico tem contribuído para este o Incubadora
sucesso. o Alimentação

A prematuridade tem uma etiologia e complexa: 24-28 28-32 32-36 semanas


semanas semanas
 Espontânea- a grávida entre em TP espontâneo, Textura Muito Fina e lisa Lisa ou de
com contrações uterinas eficazes ou rutura da pele fina e espessura média
prematuro das membranas. gelatinos descamação
 Indicação médico- se existirem riscos para a a superficial
mãe ou feto, havendo a necessidade de Cor da Vermelha Uniformeme Rosa pálida
interromper a gravidez. pele escura nte rosada
Opacidade Visíveis Veias Alguns grandes
Estes RN tem um risco elevado de da pele numerosa visíveis vasos visíveis
morbimortalidade devido ao incompleto s veias e
desenvolvimento dos órgãos e sistemas, levando vénulas
também, a maior suscetibilidade a infeções. Lanugo Sem Lanugo Lanugo fino
lanugo abundante
Podem surgir sequelas neurológicas, Prega Sem Marcas Marcas vermelhas
oftalmológicas, intestinais e pulmonares. plantares pregas vermelhas definidas, sulcos
cutâneas pouco em menos de que
Devido á prematuridade e a serem manipulados nítidas na um terço
aumenta o risco de infeção. planta do pé
Por serem prematuros e por estarem algum
tempo sem a ventilação pode chegar menos oxigénio Quanto mais novo o RN a pele vai ser mais fina, a
ao cérebro e consequentemente causar danos nos pele vai ganhando maturidade ao longo da gestação.
neurónios.
Enquanto que nos bebés pequeninos vê-se todos
Colocação de oxigénio pode causar danos nos os vasos e capilares, quando fica maior eixa de se
olhos, grande parte dos bebes grandes prematuros observar.
usam óculos.
O lanugo é uma pelugem que a pele do RN forma
O intestino não esta maduro e os RN começam para os proteger do frio, quanto mais novos maior a
logo que possível a serem alimentados, como o quantidade de lanugo.
intestino não esta maduro te mais dificuldade a
digerir aquilo que lá chega.

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Pregas plantares, vê-se todas as linhas da planta e então se já tem dificuldade respiratório ainda vai
do pé nos bebes maiores, nos mais pequenos estas dificultar mais.
linhas mal se identificam as pregas plantares.

ALIMENTAÇÃO
SÍNDROME DA MEMBRANA HIALINA
 Reflexos de sucção e deglutição
O surfactnate é uma substancia tensoativa produzida  Entubação oro gástrica
pelos pneumocitos tipo II, que impedem o colapso dos  Entubação naso gástrica
alvéolos primitivos, quando estes estão preenchidos  Entubação naso jejunal
com ar  Cansaço
A produção tem início por volta das 20º semanas,  Dificuldade respiratória
mas só atinge níveis adequados no final da gravidez.  Engasgamento
 Refluxo gastroesofágico
Maturação pulmonar.
Perceber se existe reflexos ou não para perceber
se é necessário entubação ou não.
ENTEROCOLITE NECROSANTE (NEC) Em casos mais complicados pode ser necessário
Patologia multifatorial caracterizada por isquemia uma entubação jejunal diretamente para o jejuno.~
intestinal, lesão da mucosa, edem, ulceração e passagem Vamos tentado perceber os sinais para iniciar a
de ar ou bactérias pela parede intestinal. Surge distensão alimentação espontânea ao RN.
abdominal, vómitos biliosos e estase gástrica.
Peritonite
RN TERMO
Sepsis
É a criança nascida entre as 37 e 10 semanas de
Devido ao intestino ainda não estar preparado gestação.
pode acontecer NEC, como o intestino não esta
preparado para receber alimentação, o fígado Vérnix caseado (substancia gordurosa e
também não está mas começa a produzir bílis que esbranquiçada que recobre o corpo para proteção da
vai para o intestino, então vai acontecer uma má pele).
prefusão intestinal podendo levar a locais de
Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do
isquemia no intestino.
crânio e que se fecham com o decorrer do crescimento)
Como manipulamos o RN para o alimentar as fontanelas deverão apresentar-se planas.
também podemos causar infeções no intestino.
A cabeça é grande em relação ao corpo 8send o
Peritonite infeção no peritoneu, camada que perímetro cefálico de 33 a 35 sm normal) pode ocorrer
protege os órgãos. uma sobreposição dos ossos do crânio, devido a uma
adaptação ao canal de parto, voltando a posição normal
logo nas primeiras oras de vida
CONTROLO DA TEMPERATURA CORPORAL Poderão apresentar vernix ou não, temos de
A exposição ao frio, provoca consumo de oxigénio vigiar a presença de fontanelas, tem de estar abertas
aumentado, vasoconstrição pulmonar e periférica, oq eu para promover o crescimento do cérebro, e no parto
provoca uma diminuição na captação pulmonar de um parietal sobrepõe-se ao outro para o bebe
oxigénio comprometendo o seu aporte aos tecidos consiga nascer (cavalgamento dos parietais).

Manter temperatura corporal com ambiente No dia a seguir ao nascimento avalia-se o


aquecido perímetro cefálico para avaliar a existência de micro
ou macrocefalia e como indicador da o
É importante manter a temperatura no RN, é a desenvolvimento.
temperatura que vai fazer com que a os órgãos
entrem em funcionamento. Se tiverem frio, vai haver Também no dia a seguir é que se avalia o
vasoconstrição levando a um maior gasto de oxigénio comprimento, para indicador

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Bossas (saliências no couro cabeludo que ocorrem da mãe devidamente aquecido na mesma. O gorro é
devido a pressões sofridas pelos tecidos durante o muito importante devido há perda de calor pelas
trabalho de parto) podem ser edemas ou hematomas que extremidades, devemos limpar bem a cabeça e
desaparecem na primeira semana. colocar um gorro por causa do cabelo húmido para
não perderem calor pela evaporação.
Frequência cardíaca em média de 140/160 bat/min.
Frequência respiratória de 30 a 60 respiração/min
caracteriza-se por ser uma respiração abdominal FUNÇÃO RESPIRATÓRIA
superficial.
O aparelho respiratório deve adaptar-se logo após o
O cordão umbilical possuem 2 artérias e 1 veia. nascimento.
Instabilidade térmica (queda de temperatura caso A respiração deve vir acompanhada de choro forte.
não seja corretamente aquecido)
É importante que o RN tenha vias aéreas superiores
As bossas podem acontecer por uso de ventosas, desobstruídas, após o parto.
ou por parto eutócico porque o bebé em vez de
Uma boa ventilação permite oxigenar os tecidos e
colocar o ocipito no canal de parto colocam outro
libertar o CO2
osso, ou então quando a mulher faz força antes de
tempo. É importante vigiar se o hematoma começa a A FR é aproximadamente 40 ciclos/min.
regredir há medida que vão passando as horas
Nas primeiras 24h o bebe sai do berço para ir para
a mama da mãe o pai só um pouco para prevenir o
bem-estar do bebe.
CONTROLO DA TEMPERATURA CORPORAL
O RN deve manter-se em ambiente aquecido, para Nas primeiras 24h os bebés podem ter algumas
secreções. Podem apesentar muitos espirros, é o ato
assegura uma boa unção respiratória.
do RN para expelir aquelas secreções.
As baixas temperaturas aumentam o consumo de o2,
podendo levar a situações de dificuldade respiratória e O nariz poe estar obstruído podemos fazer
aspiração se for necessário.
por conseguinte, hipoxia

FUNÇÃO CIRCULATÓRIA
Com o nascimento cessa a circulação placenta,
inicia-se a respiração pulmonar e estabelece-se a
circulação do RN
A circulação periférica é mais lenta no inicio e as
extremidades podem manter-se cianosadas e frias
durante algumas horas.
O bebe nasce e tem de adquirir a sua circulação,
é um processo que leva tempo e as extremidades vão
ficar mais tardemente irrigadas, por isso as mãos e
os pés podem estar cianosados ou frios. Devemos
explicar que é um processo que pode levar algum
tempo.
Podem perder calor por exemplo na hora do
banho, por evaporação da agua, deve ser limpo o
mais rápido possível. VIGIAR NO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO AO MEIO
EXTRA UTERINO (24H)
O ambiente onde tomam banho deve ser
aquecida, o ambiente também deve ser aquecido,  Função respiratória
depois do banho deve ser logo colocado no berço  Função circulatória
quente. So deve sair do berço para ir para a mama  Alimentação
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 Temperatura corporal Avaliação de enfermagem
 Eliminação
 Cor da pele (itericia) ao RN- promoção do
Alimentação avaliar o interesse que o recém- conforto e segurança no RN
nascido mostra na mama, avaliar os reflexos de
sucção e de deglutição. Na eliminação devemos A laqueação do cordão deve ser o mais tardio
avaliar quando é que os bebes tem micção possível, só quando para de pulsar.
espontâneo e dejeção, para perceber que os sistemas
O parto de lotus a placenta permanece ligada ao
estão a funcionar. A primeira dejeção vai ser de
bebé até que mumifique.
mecónio.
Independentemente do grau de risco, o RN passam
Avaliar a cor da pele se está rosado ou ictérico
por um período de adaptação fisiológicas e
(surge a partir das 24/48h) pode acontecer devido a
comportamentais na vida extra uterina.
outras funções. Pode acontecer icterícia no
nascimento ou nas primeiras 24h por hemólise das O enfermeiro deve atender às necessidades
hemácias por incompatibilidade de Rh, nessa específicas desta etapa neonatal.
hemólise há libertação de uma substancia que
Planeamento de cuidados tanto para a puérpera
provoca essa cor
como para o RN. Um dos primeiros cuidados que
temos de ter com o RN é a aspiração da árvore
brônquica.
RN PÓS-TERMO
Ter em atenção na preparação do ambiente para
Bebé nascidos após a 2º semana de gravidez: o RN. Ter a mesa de reanimação preparada, o
o Fontanelas pequenas ambiente aquecido.
o Comportamento mais ativo Nas primeiras 2h e a partir dai fica sempre junto
o Pele se lanugo e vérnix da mãe, nas primeiras 2h as mães e RN ficam no
o Cordão umbilical sem geleia de Wharton bloco de parto. Depois a mãe e o RN 48 a 72h ficam
o Pele seca ou descamada internados nas maternidades, neste período de
o Unhas compridas tempo as puérperas necessitam de cuidados incluído
o Bons reflexos de sucção e deglutição no levante, e serão realizados muitos ensinos.
Os bebes velhos, são bebés pós termo. Tem as É necessário utilizar a observação, utilizar os
fontanelas mais pequenas porque já são mais velhos. órgãos dos sentidos.
A pele pode estar descamativa/seca porque já não
existe tanto líquido amniótico e a placenta são mais Um bebé que está sempre a dormir não é bom
velhos porque pode fazer uma hipoglicémia, devemos estar
atentos.

COMPLICAÇÕES
CUIDADOS AO RN DE BAIXO RISCO DURANTE
 Envelhecimento da placenta O INTERNAMENTO:
 Sofrimento fetal
 Aumento taxas de mortalidade fetal e neonatal o Observação cuidadosa
 Ossos do crânio rígidos o Banho diário
o Avaliação do peso
Como complicações pode haver dificuldades no o Alimentação
nascimento divido as fontanelas mais pequenas. o Mudança da fralda
Pode haver sofrimento fetal o que pode provocar o Facilitação do processo da relação mãe/filho
danos. o Ensino à mãe
o Alta hospitalar
Norma do banho ao RN, são uma base para que
sejam assegurados todos os cuidados. Pode haver

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variações de local para local, o importante é que não OBSERVAÇÃO CUIDADOSA:
comprometa a saúde e bem-estar da pessoa.
o Função respiratória
Pode haver diferenças por exemplo nos cuidados o Tónus muscular
ao coto umbilical. Em certos serviços após o banho é o Resposta à estimulação
limpa-se só o coto, noutros desinfeta-se com álcool. o Cor da pele e mucosas
o Aspeto do coto umbilical
Em certos serviços pesa-se o RN ao nascimento
o Desejo em se alimentar
noutros só no dia depois.
o Função intestinal e vesical
As primeiras dejeções são de mecónio, depois no o Choro e cólica
2/3 dia tem fezes de transição, que a mãe pode julgar o Regurgitação
ser diarreia. Manca cor de tijolo é libertação de
Nunca colocar o bebé em cima da colcha da mãe,
uratos pela urina, que é normal. Perceber as
mas sim é cima do resguardo individual. Podemos
características das fezes, quantas fraldas a mãe
fazer um estímulo por exemplo tocar no pé, fazer
mudou etc.
como se fosse cocegas, pegar ao colo etc para
Perceber se a mãe está segura na sua perceber se o bebé se encontra hipotónico. O
maternidade, se aceita o bebé ou não. internamento é curto então devemos estimular a que
seja a mãe a fazer os cuidados ao RN, como na muda
OS CUIDADOS AO RN INICIAM-SE NA SALA DE da fralda e no dar bano. No entanto, podemos e
PARTOS CONSIDERANDO: devemos estar presentes na muda da fralda para
 Idade gestacional avaliar a capacidade da mãe e avaliar o RN.
 Condição física O vernix protege a pele da perda de temperatura
 Capacidade de adaptação à vida extra uterina e do meio aquático.
 Condição comportamental
É normal o bebé ter cólicas pois é a adaptação do
A idade gestacional é importante para perceber intestino, o inicio dos movimentos peristálticos. A
se é um parto prematuro para chamar pediatra regurgitação pode acontecer visto que o mau
fechamento do cardia.
Parto distócico  parto com uso de fórceps,
ventosa ou por cesariana.
Parto eutócico parto por via baixa sem FUNÇÃO RESPIRATÓRIA
utilização de instrumentos
Para a manutenção da vida o aparelho respiratório
Perceber se existe alguma malformação deve funcionar bem logo após o nascimento.
(acefalia, teratomas, hidrocefalia..).
Se a respiração é retardada por algum motivo, pode
Se for um bebé que chora muito ou que quer levar a quadros de asfixia, com depressão respiratória
muita mama é um bebé que irá causar mito desgaste sendo necessária reanimação.
aquela mãe.
É importante o primeiro choro para abrir os
alvéolos.
O período de adaptação à vida extra uterina Quando acontece sofrimento no feto, pode
caracteriza-se por alguma instabilidade dos vários acontecer descontrolo dos esfíncteres, e liberta
sistemas nomeadamente: mecónio no liquido amniótico, tornando-o verde. É
imperativo promover com que o bebé não aspire esse
 Tremores e estremecimentos
liquido se não poderá ter uma pneumonia de
 Náuseas
aspiração logo que nasce e causar danos
 Sucção débil irreversíveis.
 Regurgitação
 Pulso irregular Deseja-se qua a respiração venha acompanhada de
 Hiperatividade durante o sono coro forte.
Para facilitar este processo é importante que o RN
tenha as vias aéreas superiores desobstruídas.

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D-Broto do pulmão (origem no tubo o Formação dos ácinos
endotraqueal) o Aumento da vascularização do
interstício
F-broto do brônquio (divisão do o Diferenciação do epitélio respiratório
broto do pulmão) (peumócito tipo I e II)
G- pulmões primitivos o Síntese surfatante
o Formação do líquido pulmonar
Numa fase inicial o broto do o Possível a vida extra uterina
pulmão é muito imaturo.  4º Fase: período sacular (27 a 35 semanas)
Uma boa ventilação é importante o Formação dos sacos aéreos terminais e
para assegurar a oxigenação dos tecidos septos secundários (inicio alveolação-
e libertar o CO2 30º semana
o Secreção do surfatante pelo
As respirações devem ser calmas, sem dispneia, penumócito tipo II
tiragem ou adejo nasal. o Aumento da síntese de elastina
o Achatamento do epitélio
A frequência respiratória é de aproximadamente 40
o Aumento importante da vascularização
ciclos por minuto
do interstício
No primeiro  5º Fase: alveolar (> 35 sem- feto com 360mm
minuto e peso 25000gr)
normalmente o o Aumento importante da superfície e
nível de Apgar é 9, volume pulmonar
devido a cianose o Aumento da elastina
presente nas o Aumento significativa dos septos
extremidades. alveolares
o Presença de movimento respiratórios
O surfactante oermite que os alvéolos expandam
fetais
e não voltem a colapsar. o Pico de produção e amadurecimento do
surfactante (35 semanas)
o A alveolação continua após o
nascimento até o 2º ano de vida, após o
crescimento o número de alvéolos
estabiliza e começa o aumento do
volume terminando por volta dos 8
anos de idade
A ausência de diafragma pode levar a que as
vísceras subam, é detetável na ecografia e no
nascimento a criança é levada para cuidados
intensivos para operação.
 1º Fase: período embrionário: início do PNEUMÓCITOS II
desenvolvimento pulmonar (4º semana)
 2º Fase: período pseudoglandular (7 a 16 Iniciam a secreção de surfatante pulmonar por
semanas- embrião/feto com 18mm): volta da 24º semana e que aumenta nas fases finais
o Desenvolvimento completo das VA da gravidez.
condutoras até bronquíolo terminal As células dos ácinos diferenciam-se em
o Diferenciação do epitélio respiratório pneumócitos I- responsáveis pelas trocas gasosas e
o Vascularização do interstício e penumócitos II (24 semanas)
formação da cartilagem
o Formação do diafragma O penumócito tipo I é responsável pelas trocas
 3º Fase: período canicular: (17 a 26 semanas- gasosas e to tipo II pela produção
feto com 150mm e peso de 250gr)
o Canalização das vias aéreas

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PRINCIPAL FUNÇÃO DO SURFATANTE ASPETOS A CONSIDERAR NA OBSERVAÇÃO
PULMONAR GERAL:

Formar uma camada de filme que permitir a o Cor da pele, alterações na pele (coloração
adequada abertura dos alvéolos pulmonares e permitir a ictérica, cianosada etc), postura, força muscular
respiração: e tónus
o Região da cabeça e pescoço avaliar a face,
 Manutenção da abertura dos alvéolos nariz, boca, olhos e ouvidos
 Diminuição da força necessária para a expansão o Tronco/tórax: sistema cardiorrespiratório,
dos pulmões abdómen, costas, genital e reto
 Estabilização do tamanho dos alvéolos o Extremidades
o Exame neurológico

SURFACTANTE Habitualmente a triagem é feita pelo pediatra nas 12-


24h após o nascimento
A partir da 20º semana de vida de vida intra uterina
Icterícia precoce pode estar associada a
inicia-se a formação de surfatante. O pulmão está
incompatibilidade Rh, icterícia depois de 24/48h
praticamente formado, há proporção entre as estruturas
pode ser outra situação.
do pulmão e o tamanho do feto. Pode sobreviver com
recurso a incubadora/ventilação assistida. Na avaliação da cabeça devemos avaliar a
presença de gânglios.
8º mês de vida intra uterina há um rápido
crescimento do feto e nessa fase a produção de Região dorsal avaliar se existe alguma alteração,
surfactante não acompanha o crescimento do feto sendo podemos por exemplo avaliar se existe espinha
a proporção surfatante-tamanho do pulmão insuficiente. bífida.
No termo da gravidez acelera-se a produção de O bebe pode nascer por ventosa ou fórceps pode
surfactante e a relação surfactante- tamanho do pulmão ficar com vincos. Bebes com circular cervical muito
estabiliza apertada, pode acontecer o desenvolvimento da
mascara equimótica (cianose por peri labial)
A triagem é feita normalmente no turno da
FUNÇÃO CIRCULATÓRIA
manhã e é feito por pediatra
Com o nascimento cessa a circulação placentária a
respiração passa a ser pulmonar e altera-se a circulação
que passo do tipo fetal para o do adulto. TÓNUS MUSCULAR
A circulação periférica de início é lenta e as O controlo neuromuscular é possível ser avaliado
extremidades podem manter-se cianosas durante através dos reflexos primitivos que traduzem a
algumas horas. maturidade e o desenvolvimento

 Reflexo de Moro
CALOR  Reflexo de rotação
 Reflexo de sucção e de deglutição
Para assegurar uma boa função respiratória, o RN  Reflexo de preensão
deve manter-se em ambiente aquecido  Reflexo de marcha
As baias temperaturas aumentam o consumo de O2  Reflexo da tosse e espirro
e o metabolismo podendo levar a quadros de acidose
metabólica, ou dificuldade respiratória
PELE E MUCOSAS

A pele deve estar hidratada e com tonalidade


adequada, no entanto, há que identificar possíveis
alterações:

 Manchas mongólicas
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 Nevos pigmentares ou hemangiomas o Perímetro abdominal
 Pele marmórea
Pode ser medido bem acima do nível do umbilical.
 Manchas provocadas pelos fórceps
Não deve ser medido abaixo do umbigo.
 Caput sucedaneum
 Cefalohematoma o Perímetro cefálico

As mucosas devem estar rosada e hidratadas Deve ser medido com


fita métrica passando a
Mancas mongólicas são mancas arroxeadas. Pele fita pela protuberância
marmórea pouca ou nenhuma coloração pode estar occipital e pela região
numa situação mais crítica. mais proeminente da
Caput sucedâneo resultada do bebé estar muito fronte investigando a
tempo encravado na bacia. Cefalohematoma presença de macro e
acumulação de sangue resulta da ventosa, estes microcefalia
bebés podem acabar por ter icterícia visto que Normal: 31,5 a 37cm
aquela hemoglobina se vai degradando sem que aja
absorção pelo fígado. CAPUT SUCCEDANEUM

Milium sebáceo ou acne miliar: pequenos pontos Inflamação do couro cabeludo


brancos-amarelados localizados principalmente na pele do RN devido á pressão mantida
do nariz, bochechas e queixo. in útero ou na parede vaginal
durante um trabalho de parto com
NEVOS apresentação cefálica
Tumor benigno Não necessita de tratamento.
situados na junção dermo
Geralmente cura
epidérmica. espontaneamente e em poucos
dias.

MANCHA MONGÓLICA

 Coloração azul/acinzentada que ocorre devido CEFALOEMATOMA


à localização dérmica dos melanócitos
 Tamanho variável e textura geralmente como a
da pele
 Tende a desaparecer nos primeiros anos de vida

 Observar o alinhamento dos olhos, implantação


AVALIAR OS PERÍMETROS
das orelhas, distancia entre elas, pavilhão
o Perímetro torácico auricular flexível, cartilagem presente
 Edema palpebral- normal em prematuros,
Em torno de 0,5 a 33cm sendo o perímetro cefálico presença de conjuntivite gonocócica e
de 2 a 3cm maior que o perímetro torácico devido a secreções purulentas.
moldagem do crânio durante o parto. Deve-se passar a  Nariz: formato, secreção nasal, obstrução nasal,
fita na linha dos mamilos espirros
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 Orelhas: pavilhão auricular flexível, cartilagem no que respeita à coagulação e aos metabolismo e
presente excreção da bilirrubina
 Observar a presença de fenda palatina, fissura
A vitamina K é administrada logo ao nascer, numa
labial choro vigoroso, freio da língua curto.
dose única para prevenção de doença hemorrágica
GENITÁLIA EXTERNA RAPAZES

Hipospádia: abertura do meato uretral na superfície ICTERÍCIA FISIOLÓGICA


ventral do pénis
Os valores elevados de bilirrubina sérica resultam
Epispádias: abertura do meato uretral na superfície
de um comprometimento temporário da capacidade do
dorsal do pénis
fígado para metabolizar e excretar a bilirrubina.
O pigmento no soro e nos tecidos provém:
o Bilirrubina indireta não conjugada
o Produtos de degradação das hemácias
A partir das 48h pode surgir icterícia, sendo
necessário fototerapia, está associado a uma má
função hepática/pouca maturidade do intestino,
ainda não consegue metabolizar a degradação das
hemácias, o fígado ainda não está pronto. Se não for
tratado o bebé pode ficar em níveis tóxicos.
Têm correção cirúrgica.
O feto é limitado na capacidade de conjugar a
bilirrubina- bilirrubina indireta não conjugada.
FUNÇÃO GASTROINTESTINAL Ao nascer necessita converter o seu padrão de
O sistema gastro-intestinal está preparado para metabolismo-bilirrubina direta ou conjugada.
ingerir, digerir e absorver o leite materno e fórmulas Os níveis de bilirrubina que ultrapassam
artificiais. 12mg/100ml poem indicar um exagero da deficiência
Quando do nascimento, o intestino está preenchido fisiológica e a presença de doença.
de mecónio Deve atender-se à idade gestacional e ás horas de
O número de dejeção diárias é variável durante a vida.
primeira semana Normalmente todos os RN acabam por ter
As fezes de transição são eliminadas entre o 3º e o 6º icterícia e necessitam de fototerapia.
dia de vida. EFEITO DA FOTOTERAPIA
Se o bebé mamar muitas vezes a partir do 3º dia Faz uma lise da bilirrubina não conjugada que é
deixa de ser mecónico e passa a fezes de transição eliminada pela urina e pelas fezes.
que são mais liquidas mas que não são diarreia. O
ensino deve ser individualizado. É administrado ao recém-nascido bébegel para
facilitar a eliminação intestinal, evitando que a
Devemos observar a cor da pele, e avisar á mãe bilirrubina seja de novo absorvida pelo intestino, com
para que esteja atenta a esta característica para que risco de sobrecarga hepática.
quando for para casa consiga ela mesma controlar a
situação. A bilirrubina é excretada pelo urina e fezes por
isso é importante que quanto mais dejeções e micções
mais rápido descem os valores.
FUNÇÃO HEPÁTICA A fototerapia feita de baixo deve proteger-se as
A função hepática no recém-nascido revela alguma gonadas, colocar sempre fralda. Na fototerapia feita
imaturidade nos primeiros dias de vida, nomeadamente de cima tem de se proteger as gonadas e os olhos. A
hidratação da pele não deve ser feita com óleo
porque pode causar queimaduras. A mãe deve tirar
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o bebé o menos possível só para mamar e mudar a Normalmente tem 6 a 10 micções diárias de cor
fralda. cítrica.
A mãe já deve estar preparada para o que pode Podem surgir eliminação de cristais de urato
vir a acontecer, devemos explicar o processo todo á
O colostro materno é o principal alimento do bebé
mãe, mesmo antes de sabermos se o resultado é ou
que é maioritariamente constituído por proteínas e que
não para fototerapia.
contribui para aumento da produção de ácido úrico.
A fototerapia é usada principalmente em icterícia
Se não houver libertação de mecónio no início
fisiológica.
pode indicar uma perfusão do ânus, uma má
CUIDADOS AO BEBÉ SUBMETIDO A formação congénita
FOTOTERAPIA
Os cristais de ácido úrico são manchas cor de
o Proteção dos olhos (se não estiver em unidade tijolo, não é sangue, deve ser explicado aos pais para
móvel bilibed) que quando forem para casa não se assustem
o Proteção da região genital
o Não hidratar a pele CHORO, CÓLICA E REGURGITAÇÃO
o Retirar o bebé apenas para amamentar e mudar  O choro varia com o recém-nascido
a fralda
o Vigiar a eliminação, hidratação e eliminação Muitos encontram-se calmos e acordados podendo
vesical e intestinal haver casos em que reajam com choro a qualquer
estímulo.
Valores persistentemente elevados  A cólica é frequente podendo ser causada pelo
início dos movimentos peristálticos, pela
anifestações neurológicas: deglutição de ar durante as mamadas ou como
reação aos leites adaptados
 A regurgitação pode dever-se a uma
Kernicterus (encefalopatia
imaturidade de cárdia.
bilirrubinica)
Na regurgitação indicamos a mãe para elevar a
Exsanguineo transfusão cabeceira da cama para evitar que se engasgue.
Outras situações
O Kernicterus é uma situação de convulsão, é
uma manifestação neurológica, quadro extremo da o Hipotermia
situação de imperbilirrubenia. Para que não
cheguem a este ponto, são transferidos para É um risco sério que pode causar hipoglicémia,
neonatologia. acidose metabólica e morte, uma e que a necessidade de
O2 aumenta a taxa metabólica, podendo também causar
EXSANGUINEO TRANSFUSÃO hipoxia tecidual e lesão neurológica.
Complicações mais frequentes: Maior risco de hipotermia:
 Septicémia o Nascimento (panos não aquecidos no
 Paragem cardíaca nascimento)
 Tromboflebite sética o Baixo peso
 Hipotermia
HIPOGLICÉMIA

Valores inferior a 40mg%


APARELHO URINÁRIO
Ideal manter 60mg%
Logo ao nascimento a bexiga tem alguma quantidade
Pode acontecer por:
de urina
 Deficiente armazenamento de glicogénio ou
Pode acontecer a primeira micção só ao fim de 12 a
secundária ao hiperinsulinismo
24 horas após o nascimento.
 Hipotonia
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 Recusa alimentar Algumas causas:

Consequências (já grave)  Administração excessiva ou velocidade da


infusão
 Períodos de apneia
 Rn de baixo peso
 Choro débil
 Rn sob stress
 Convulsões
 Diabetes neonatal transitória
Os autores não são inanimos mas:
o Valores inferior a 40mg% ideal manter 60mg%
BANHO DIÁRIO
Há autores que defendem:
O momento do banho é ideal para assegurar o
A glicose plasmática está sempre associada ao conforto a higiene, fazer observação da pele e prestar
aparecimento de sinais clínicos, como resultado, “a cuidados ao coto umbilical.
definição de hipoglicemia clinicamente significativos
IMPORTANTE:
continua a ser uma das questões mais confusas e
controversas de neonatologia contemporânea”.  Assegurar ambiente aquecido
A deficiência grave de glicose leva á falha de energia  Ter acessível todo o material necessário
cerebral comprometimento do desempenho cardíaco  Retirar o excesso de mecónio e lavar os genitais
fraqueza muscular depleção de glicogénio e diminuição antes de colocar na banheira
da produção de glicose  Usar roupas adequadas
 Fazer ensinos à mãe e ajuda-las a sentirem-se
Os lactentes de termo possuem reservas de energia seguras.
alternativas suficientes e capacidade para produção e
glicose a partir da glicogenólise e da gliconeogénese ENSINO SOBRE O BANHO:
para assegurar o metabolismo normal da glicose durante
o Verificar a temperatura da água
a transição para a vida extra-uterina e o período neonatal o Promover a segurança do rn
precoce o Lavar primeiro os olhos e rosto
Prevenir complicações da deficiência de glicose o Lavar o cabelo e tronco dando também atenção
identificar latentes em risco aos genitais, nomeadamente se for menina
o Secar bem a pele e hidrata-la
Promover alimentação precoce e frequente o Cuidar do coto umbilical
Normalizar a homeostasia da glicose OS CUIDADOS AO COTO UMBILICAL
Medir as concentrações de glicose precocemente e  Desinfeção com compressa esterilizada
frequentemente em lactentes em isco e tratar embebida com álcool a 70% (conforme norma
prontamente quando a deficiência de glicose é marcada os serviços)
e sintomática.  Evitar o contacto com a fralda suja de fezes ou
Manutenção da homeostase da glicose depende de de urina
equilíbrio entre a produção de glicose hepática e a  Despistar sinais inflamatórios presença de
utilização periférica de glicose. As taxas de utilização exsudado ou cheiro fétido
de glicose no estado estacionário em RN a termo são de  Avaliar o grau de cicatrização
4 a 6mg/min/g, cerca de metade dos valores de 8-
COMO CUIDAR DO COTO UMBILICAL:
9mg/min/Kg que ocorrem em idades gestacionais mais
baixas tanto no feto quanto no prematuro da mesma  A região deve permanecer seca e limpa-
idade gestacional. favorece a cicatrização e previne a infeção
 Higiene secagem após o banho. A higienização
HIPERGLICEMIA
do coto umbilical deve ser feita pelo menos
(valores superiores a 150mg%) duas vezes ao dia, utilizando-se álcool a 70%.
Se houver excessiva secreção ou sangramento-
Menos frequente (resposta lenta da secreção de observação do profissional
insulina para o metabolismo da glicose)  Lavar as mãos antes de cuidar do coto umbilical

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 Avaliar o aspeto e o cheiro na roca de fraldas CHORO NO RN
 No momento da limpeza o coto umbilical deve
Os pais só podem aprender a identificar as
ser suavemente elevado com uma gaze e sua
necessidades do bebé se ouvirem atenciosamente o seu
base, onde o coto se insere na barriga deve ser
choro.
bem limpa e seca
 Ajuste a fralda abaixo do coto umbilical de A mama fornece alimento, conforto e sensação de
modo a evitar a contaminação por urina ou segurança
fezes
O bebé para se sentir mais seguro necessita de estar
 Com o passar os dias o coto torna-se mais
envolvido nos braços da mãe e com contacto mais
endurecido seco e escuro e por fim cai.
intimo.
APÓS A QUEDA DO COTO UMBILICAL
ACALMAR O BEBE
Manter a higienização deve continuar sendo feita por
1. Side position (posição de lado)
pelo menos uma semana pois anda está em fase de
2. Suck (sucção)
cicatrização
3. Swing (balanço)
Pode surgir pequeno edema ou hérnia umbilical. 4. Swaddle (casulo- aconchegar o bebé)
5. Sush (fazer shhh)
CUIDADOS
CÓLICAS NO RN
o Lavar bem as mãos antes de fazer a higiene de
coto umbilical Há ainda falta de coordenação no peristaltismo.
o Há fraldas descartáveis com um recorte na
Aconchegar, massajar, acalmar.
altura do coto umbilical para não comprimi-lo
deixa-lo arejado e evitar infeções TESTE DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
o Para a limpeza use um cotonete humedecido em
álcool a 70% e lembre-se de que é a base do Teste de Guthrie é um exame que se realiza aos
umbigo, junto ao corpo que deve ser mantida recém-nascidos consiste na recolha de gotas de sangue
limpa. Por isso, a limpeza deve começar por ela. no calcanhar do bebé e tem como finalidade o
o Para proteger o coto apos a limpeza, enrole uma diagnóstico precoce de patologias genéticas e
gaze ao seu redor metabólicas
o Posicione a fralda abaixo do umbigo a fim de
O teste de Gutrie comumente chamado teste do
evitar a contaminação do coto por urina e fezes pezinho é um exame de diagnóstico tendo como
o Nunca puxe o coto umbilical. Deixe que ele se finalidade detetar doenças genéticas e doenças
desprenda sozinho infeciosas, mais concretamente doenças metabólicas
o Desde o início, o bebe pode tornar seus banhos que se manifestam aquando do nascimento
diários sem nenhuma proteção especial do coto
umbilical. Caso seja molhado durante a higiene, A colheita deve ser feita entre o 3º e o 6º dia de vida.
seque-o suavemente com um pano ou toalha
Antes do 3º dia os valores dos marcadores existentes
limpos.
do sangue do bebé podem não ter valor diagnóstico.
ALTA DO RN Após o 6º dia alguns marcadores perdem sensibilidade,
e á o risco de atrasar o início do tratamento. A colheita
 Avaliação e registo do peso deverá, no entanto, ser sempre executada, mesmo que
 Avaliação do estado geral do rn tardiamente.
 Administração e registo da vacina da hepatite B
 Certificar de que a mãe está orientada na Este teste pode identificar hipotiroidismo e
amamentação fenilcetonúria. O resultado pode ser visto na internet
 Falar aos pais importância das consultas de no entanto se ocorrer alteração recebem mail ou
vigilância carta.
 Explicar aos pais onde e quando deve ser feito FENILCETONÚRIA
o teste de diagnóstico precoce (ou confirmar se
foi feito) Surge de uma alteração hereditária e caracteriza-se
pela falta de uma enzima em maior ou menor
proporções, impedindo que o organismo metaboliza e
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elimine o aminoácido fenilalanina. Este se em excesso Nas crianças com rastreio positivo deve ser iniciada
no sangue é toxico, atinge principalmente o cérebro e a avaliação audiológica até aos 3 meses, em consulta de
causando deficiência mental otorrinolaringologia (grau recomendação B, nível de
evidencia 2b)
PROVOCA:
Ver norma: Retirado da norma da DGS (Rastreio e
 Deficiência mental irreversível  Convulsões, Tratamento da Surdez com Implantes Cocleares em
problemas de pele e cabelo, invalidez Idade Pediátrica)
permanente
TRATAMENTO
ADAPTAÇÃO DA FAMÍLIA AO NASCIMENTO
o Controlo alimentar com dieta à base de leite e
alimentos que não contenham fenilalanina, sob Durante a gravidez, mãe e pai ligam-se afetivamente
rigorosa orientação médica para que o bebé à criança. Surgem sentimentos como amor, partilha e
cresça e possa ter uma vida normal responsabilidade, que progressivamente, irão
consolidar o projeto de ser mãe e pai.
HIPOTIREOIDISMO CONGÉNITO A gravidez, delimita-se pelo período de duração da
conceção normalmente 40 semanas, sendo que a
Uma doença hereditária que surge em consequência parentaliade ultrapassa a gravidez, e contitui um projeto
da falta de uma enzima, impossibilitando que o para toda a vida.
organismo forme o T4, hormona da tiróidea, impedindo
o crescimento e desenvolvimento de todo o organismo A adaptação da família ao nascimento de uma
nomeadamente do cérebro, resultando em deficiência criança, depende da dinâmica familiar, da forma como
mental-manifestação mais importante se contruiu a parentalidade e do estado de saúde do
recém-nascido
TRATAMENTO:
“entre os primeiros 5 a 7 dias do pós parto, a mulher
Administração de hormona tiroidea, sob rigoroso defronta-se com várias tarefas que terão continuidade e
controlo médico, para que o bebé possa ter uma vida deverão ser trabalhadas durante os próximos 4
normal. trimestres”
É importante também na alta Estas tarefas incidem sobretudo:
o Entregar o boletim das vacinas devidamente o Reconciliar o bebé imaginário com o bebé real
preenchido o Continuar o processo de ligação afetiva com o
o Entregar o beletim de saúde do Rn filho
Nota: preencher outros formulários de acordo com as o Recuperação física e psíquica
dinâmicas dos serviços e das instituições. o Aprendizagem sobre os cuidados e
necessidades do bebé
o Restabelecer a vida familiar incluindo o novo
membro da família
VACINA DA HEPATITE B
A dependência que se instala vai dimuindo
VHB- vacina inativada, constituída pelo antigénio de
gradualmente, consoante a auto-confiança a experiencia
superfície do vírus da hepatite B
de cada mulher o seu estado físico e psíquico bem como
Via intramuscular, no nascimento, podendo ser as exigências do bebé.
administrado em qualquer idade.
Por vezes, quando há irmãos o ciúme e os
O esquema vacinal três doses comportamentos regressivos em crianças de idade pré-
escolar determinam mais preocupação, mais uma tarefa
para os pais resolverem.
RASTREIO AUDITIVO NEONATAL Dependendo da idade, a criança deve ser envolvida
Os recém nascidos devem ser submetidos a rastreio nos cuidados ao bebé cantar-se, trazer a fralda ou ajudar
auditivo até ao final do primeiro mês de vida. a preparar o banho e até mesmo acaricia-lo

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No que se refere à vida conjugal, esta sofre sem 4. Retorno menstrual
dúvida alterações, a mãe, dedica-se quase que 5. Nascimento de um bebé saudável
exclusivamente ao bebé, parecendo excluir os outros
filhos e o marido
Deve ser dado espaço à mãe para que se liberte um Sono do bebé
pouco mais do seu papel materno e levá-la aceitar a
colaboração de alguém da sua confiança, para cuidar do Sistema hormonal no bebé é ainda muito imaturo.
RN enquanto sai um pouco para passear
O sono tem etapas.
É importante incentivar a mulher a viver
Só 25% do cérebro está desenvolvido
saudavelmente a sua sexualidade.
Área do cérebro supra quiasmática.
Fatores que podem influenciar:
Centro primário de regulação dos ritmos circadianos
o Aspeto físico
(variação nas funções biológicas) mediante a
o Desconforto pela amamentação
estimulação da secreção de melatonina.
o Exaustão
COMO SE DESENVOLVE O SONO?
Por vezes, os RN apresentam desvios de saúde, tendo
que se separar temporariamente dos seus pais. Pouco se sabe sobre a razão por que dormimos.
DESVIOS Contudo, sabe-se quais os mecanismos que
produzem o sono.
o Complicações do trabalho de parto e do parto,
patologias associadas ou malformações As intenções nas redes neuronais cerebrais
o Dar apoio a estas famílias funcionam como botão que liga e desliga.
o Prematuridade
o Malformações O hipotálamo regula a produção de melatonina,
hormona fundamental para o sono, consoante a presença
o Luto
ou ausência da luz do sol. A produção de melatonina é
A PERDA DE UMA GRAVIDEZ máxima no início da noite de modo a promover o inicio
do sono. Quando somos expostos à luz, diminui a
Sendo distintas as circunstâncias que cercam uma
produção de melatonina.
situação de:
O ciclo do sono repete-se 4 a 6 vezes numa noite:
 Aborto espontâneo
 Interrupção voluntária da gravidez Cada ciclo do sono divide-se em:
 Interrupção terapêutica da gravidez
o Sono não REM
 Gravidez ectópica o Sono REM
 Morte fetal
 Morte neonatal NO BEBÉ

Situações de risco para a elaboração do luto nos pais: Quanto mais dorme mais amadurece o ciclo do sono

 Perda de uma gravidez planeada Ele já grava os padrões de sono.


 Não ver o bebé É importante ajudar a estabelecer os padrões de
 Problemas conjugais subjacentes sono.
 Presença de um gémeo sobrevivente
 Gravidez sem elaboração da perda anterior O bebé deve gostar de dormir
 Morte fetal por causa materna (pré-eclampsia, Não ser forçado
diabetes…)
Qual a cultura do sono na família? É valorizada?
O PROCESSO DE LUTO DE UMA PERDA
GESTACIONAL O objetivo é:

1. Choque  Criar experiencias positivas de sono


2. Culpa e raiva  Não obrigar
3. Inveja e ciúme  Não deixar sozinho a chorar
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 Evitar má relação com o sono OS CUIDADOS À MULHER NO PERÍODO
PUERPERAL, DEVEM CONSIDERAR:
Nos primeiros dias de vida não faz sentido criar uma
rotina o Apoio
o Ajuda a superar as dificuldades
o Atender não só às situações de desvio de saúde

Alterações fisiológicas do
período puerperal CUIDADOS FUNDAMENTAIS

O período pós parto compreende o tempo que vai do  Identificar as prioridades dos cuidados à mãe e
nascimento do bebé até ao retorno dos órgãos ao RN nos vários períodos do puerpério
reprodutores maternos, ao seu estado pré-gravídico.  Intervir de forma a prevenir eventuais
complicações
A promoção da saúde e da qualidade de vida da  Ajudar no processo de lactação
mulher deve ser potenciada no período pré-natal, e  Apoiar na adaptação psicológica á maternidade
estender-se ao puerpério.  Promover o auto cuidado após a alta
Em 1995 Reeder explica o termo puerpério: ADMISSÂO
PUER- criança PARERE- parir Confirmar a identificação da mãe e do RN e
No período pós-parto a mulher sofre modificações respetivos processos clínicos.
físicas e psíquicas de forma a retomar ao se estado pré- Instalar a díade na unidade.
gravídico.
Avaliar o bem-estar:
Inicia-se como a cessação da atividade hormonal da
placenta, normalmente após a dequitadura. o Sinais vitais
o Perdas sanguíneas
O puerpério ou quarto trimestre da gravidez tem o Vigiar soro
habitualmente uma duração de 6 semanas podendo este o Individualizar os cuidados
tempo variar de mulher para mulher.
Em pessoas com varizes pode pedir-se as pessoas
CLASSIFICAÇÂO DE PUERPÈRIO para se irem mobilizando na cama para não correr
o Puerpério imediato- primeiras 24h após o risco de tromboembulismo. Se já usavam meias de
parto contenção podemos fazer levante com meias de
o Puerpério precoce- primeira semana pós-parto contenção.~
o Puerpério tardio- até á 6º semana ou 8 semana O período de internamento poe variar entre as 48 e
após o parto as 72 decorrendo o restante período puerperal no
PUERPÈRIO domicilio.

Processo ou estado de transformação decorrente da Medidas preventivas de promoção da saúde e do auto


preparação do corpo de mulher para o exercício da cuidado:
maternidade. o Levante precoce, entre 6 e 8 horas. Estas
O organismo materno sofre adaptações fisiológicas medidas visam principalmente a prevenção da
e psicológicas doença tromboembólica, bem como, mais
rápida normalização da função vesical e
Importante o apoio intestinal e drenagem dos lóquios
Disponibilidade O período puerperal fase importante no ciclo vital
da mulher.
Considerar tipo de gravidez, trabalho e parto e
puerpério imediato. Mais vulnerável, fruto das vivencias únicas tanto a
nível pessoal, como familiar e social.
Quando ocorre a dequitadura, há uma
diminuição da progesterona, estrogénio, aumento da
oxitocina, hormona de produção de leite. ~
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A mulher vive uma continuidade do processo incidência de tromboembulismo venoso e obriga a uma
gravídico, estando física e emocionalmente mais atenção ativa em relação a este problema.
vulnerável. Muito frequentemente refere:
COMPONENTES DO SANGUE
 Desconforto físico
Nas primeiras 72h após o parto existe uma maior
 Fadiga
perda de volume do plasma do que das células
 Ansiedade e insegurança (papel de mãe e
sanguíneas causando um aumento dos níveis de
aumento da responsabilidade)
hematócrito e de hemoglobina cerca do 7º dia pós parto
AJUSTES FISIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS: Não há destruição de eritrócitos durante o puerpério
 Involução dos órgãos sexuais e reprodutivos mas qualquer excesso pode desaparecer gradualmente
 Início da lactação de acordo com o seu ciclo de vida.
 Recuperação física e modificação psíquica O hematócrito (HTC) percentagem do volume total
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES de sangue que é composto por hemácias na mulher o
DO PUERPÉRIO valor normal é de 36,0-45,0 e no homem de 41,0-50%

A mulher sofre várias alterações fisiológicas ao O valor de hematócrito deve ser próximo do triplo do
nível dos vários órgãos e sistemas. valor da hemoglobina
Existe uma leucocitose associada ao aumento normal
da taxa de sedimentação dos eritrócitos, podendo
SISTEMA CARDIOVASCULAR dificultar o diagnóstico de infeção.
As alterações do volume sanguíneo dependem da FATORES DE COAGULAÇÃO
quantidade de sangue perdido durante o parto, e da
Os fatores de coagulação e o fibrinogénio aumentam
excreção de líquido extravascular que causava edemas
com a gravidez permanecendo elevados no puerpério
O volume sanguíneo retoma os seus valores pré imediato.
gravídicos cerca de 2 semanas após o parto
Esta hipercoagulação associada a lesão vascular e á
Normalmente após o parto não ocorre choque imobilidade aumenta o risco para fenómenos
hipovolémico, devido ao facto de durante a gravidez ter tromboembólicos, nomeadamente após a cesariana.
havido um aumento fisiológico da volémia “mecanismo
As varicosidades dos membros inferiores da vulva e
protetor”
o hemorroidal vão sofrendo uma regressão rápida
DEBITO CÁRDICA
Devemos:
O debito cardíaco, o ritmo e frequência do pulso
o Vigiar cor da pele e mucosas
aumentam com a gravidez e permanecem elevadas
o Vigiar sinais vitais
durante pelo menos 8 pós parto diminuindo rapidamente
o Presença de edemas
nas 2 primeiras semanas.
o Antecedentes de saúde

A atividade fibrinolítica e s fatores de coagulação


SISTEMA NEUROLÓGICO
estão aumentados, pelo que a imobilidade se constitui
com risco para o aparecimento de acidentes A eliminação do edema fisiológico alivia o síndrome
tromboembólicos do canal cárpico reduzindo a compressão do nervo
Sinal de OMAN dos á dorsiflexão do pé sobre a mediano.
perna dor na massa muscular dos gémeos A dormência e o formigueiro das mãos geralmente
O tromboembulismo venosos embora relativamente desaparece logo após o parto
raro na gravidez, é um problema grave com Cefaleias
consequências difíceis merecendo atenção médica.
As causas podem ser variadas:
O conhecimento que fatores de risco e a realização
de profilaxia adequada reduzem significativamente a  Hipertensão induzida pela gravidez

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 Stress Palpa- se o fundo do útero entre o umbigo e a sínfise
púbica.
Entre a 4º e a 6º semana o útero retoma as suas
SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO características fisiológicas. A sua involução
A adaptação músculo esqueléticas manifestam-se corresponde a cerca de 1 a 2 cm por dia não devendo ser
por um relaxamento e hipermobilidade com palpável 9 dias após o parto
estabilização das articulações Após o parto, pode pesar cerca de 1000gr no final da
Nota: a estrutura de sustentação do útero e da vagina primeira semana 500gr e 350gr duas semanas mais
podem ter sofrido traumatismo no parto tarde. No fim da 6º semana el retoma o seu peso- 50-
60gr
A estabilização das articulações ocorre entre a 6 e 8
semanas pós parto O crescimento do endométrio provoca um
destacamento de tecido necrótico e inicia o processo de
cicatrização normal.
SISTEMA GASTROINTESTINAL A regeneração do endométrico está completa por
volta do 16º sai pós parto, exceto no local de inserção
A diminuição do tónus muscular e da motilidade da placenta, completando-se penas no final do
podem persistir poucos dias após o parto. puerpério.
Em mulheres que foram submetidas a analgesia O local de inserção da placenta vai-se regenerando
submetidas a analgesia epidural ou a anestesia podem até ao puerpério tardio.
também retardar este processo.
Nas primeiras 2oras após o parto o conteúdo do fluxo
As senhoras não podem sair do hospital sem ter sanguíneo uterino por ser semelhante ao de um período
dejeção menstrual mais abundante diminuindo gradualmente.
A perda vaginal após o parto, denomina-se lóquios.
ÚTERO Inicialmente são vermelho vivo hemáticos, podendo
conter pequenos coágulos
Mede inicialmente 15 cm (diminuindo cerca de 1cm
ao dia). No primeiro dia, pós-parto, atinge a altura do
umbigo. PERÍNEO
Sensibilidade- indolor á palpação Nos primeiros dias assegurar uma rigorosa higiene
Vagina e vulva: ficam entreabertas, apresenta-se perineal tantas quantas a puérpera urinar ou defecar, é
com a coloração arroxeada. Retoma a estrutura feita no sentido antero posterio, podendo usar
fisiológica em 3 semanas. antisséticos, quando houver episiorrafia e laceração.
Secar be, com toalha turca
O colo do útero não fica totalmente fechado.
Lesões hemorroidárias devido á compressão do
Durante a gravidez, os estrogénios e a progesterona plexo hemorroidal
contribuem para o crescimento maciço do útero.
Aumentam as células Aplicação de gelo em SOS para aliviar da dor ou
musculares havendo edema
após o parto uma autólise
Os pontos da episiorrafia são reabsorvíveis
(auto destruição) do
excesso de tecido Se cesariana fazer a higiene diária e desinfeção da
hipertrofiado. ferida com soro fisiológico.
Após a dequitadura o Dizer ás mulheres para evitar banhos de imersão,
corpo uterino tende a piscina, jacuzzi etc, higiene antero-posterios, lavar
retomar o seu estado não só com água corrente, para prevenir que entrem
gravídico- involui microrganismos e provocar infeção pós-parto

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VAGINA

Atrofia da muscosa vaginal devido ao


hipoestrogenismo, recuperando por volta de 25 dias
após o parto.

Lóquios com cheiro fétido indica infeção pós parto,


após cada micção e/ou dejeção a puérpera deve fazer
uma higiene.
APÓS O PARTO, DURANTE O
INTERNAMENTO:

o Ajudar a adaptar-se às rotinas hospitalares de


modo a evitar situações de maior desgaste e
stress
o Ajudar sempre que aja necessidade de assegurar
A involução uterina acontece mais rapidamente sono e repouso de modo a proporcionar à
nas mulheres que amamentam devido á ocitocina. puérpera maior tranquilidade
o Vigiar o comportamento podendo mostra-se
ansiosa e preocupada
o Estimular a higiene cuidada. O bano pode ser
LÓQUIOS
diário, incluindo lavagem do cabelo. Nesta fase
Após o parto e durante o puerpério, o útero liberta uma a puérpera apresenta uma sudorese mais
secreção denominada lóquios. abundante. O primeiro banho após o parto deve
ser vigiado para prevenção de acidentes
 Lóquios sanguíneos (lochia rubra) sangue
decídua e restos de tecido trofoblástico. 1º LEVANTE
Volume variável, semelhante ao fluxo  6 horas após o parto, via vaginal
menstrual.
 12 horas após cesariana
 Acastanhados (lochia fusca) após 3 a 4 ias do
 Atender aos protocolos de serviço
parto e tomam uma coloração acastanhada. É
um sangue envelhecido, contendo soro AVALIAR:
leucócitos e restos tecidulares
 Serossanguíneos (loquia flava) 10º dia pós  Sinais vitais
parto  Perdas sanguíneas
 Serosos (loquia alva) constituídos por  Aspeto do períneo
leucócitos, decídua células epiteliais muco soro  Presença de dor
e bactérias. Podem durar 10 a 14 dias.  Fazer levante progressivamente
 Preparar recursos materiais para o levante
(roupa e estojo de higiene
 Assegurar pequena refeição se necessário
Se foi submetida a analgesia epidural, despistar:
o Retenção urinária
o Hipotensão arterial
o Sensibilidade dos membros inferiores
NO CASO PARTICULAR DAS PUÉRPERAS
SUBMETIDAS A PARTO POR CESARIANA

 Atender ao tipo de anestesia


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 Vigiar o penso operatório o Ingestão regular de água, alimentação
 O primeiro levante deve ser feito cerca de 12h balanceada
após a cirurgia mas a puérpera deve ser o Retorno da atividade física
incentivada a mobilizar-se no leito o Retomar da atividade sexual
 Manter veia canalizada É importante que o casal se sinta pronto para ter
 Vigiar drenagem vesical relações sexuais, se tiver episiorrafia deve ter
 Avaliar a existência de dor cuidados e perceber que pode haver maior conforto
 Auxiliar para o estabelecimento da e maior risco de infeção (aconselhar preservativo) a
amamentação e da relação precoce mucosa vaginal vai ter atrofia e pode causar dor
(usar lubrificante), na fase inicial ter cuidado com
infeções. Pode ser quando o casal se sentir
preparado.
A TODAS AS PUÉRPERAS, DIARIAMENTE
VIGIAR CRITERIOSAMENTE:
QUE ORIENTAÇÕES PARA O AUTOCUIDADO:
 Sinais vitais
 Aspeto de períneo (episiorrafia e ânus e  Características dos lóquios
características dos lóquios  Higiene perineal
 Drenagem láctea e aspeto das mamas e mamilos  Cuidados com a episiorrafia ou sutura
 Eliminação vesical e intestinal abdominal
 Eliminação vesical e intestinal
 Avaliação da involução uterina e das
características dos lóquios  Alimentação
 Sono e repouso  Vestuário
 Estado emocional  Sono e repouso
 Atender aos casos em que haja patologia  Cuidados aos RN (amamentação, banho,
associada eliminação, vacinação, teste do diagnostico
precoce, consultas de vigilância de saúde)
 Medicação específica (imunoglobulina ante D)
 Inspecionar as mamas e mamilos diariamente.  Consultas de revisão do puerpério e
Fazer ensinos planeamento familiar.
 Reforçar as vantagens do aleitamento materno
e ensinar a técnica de amamentação
 Ensinar e supervisionar nos cuidados ao recém- CONSULTAS DE REVISÃO DO PUERPÉRIO E
nascido (banho, troca de fralda, estimulação PLANEAMENTO FAMILIAR
vestuário, segurança, vigilância de saúde) O planeamento familiar é importante para a
 Dieta: durante a amamentação devem ser promoção da saúde da recente mãe.
evitadas as bebidas alcoólicas e alimentos
muito condimentados. Nas primeiras horas pós- A escolha do método contracetivo no puerpério deve
parto ingerir bastantes líquidos. considerar a lactação.
 Reforço hídrico, dieta rica em fibras, Na colocação do DIU:
deambulação- fruta cereais integrais, lacticínios
e verduras  Com cobre
 Evitar alimentos processados e muito  Com levonogestrel (progestagénio)
gordurosos
Certificar que não está gravida
RESUMINDO:
Na ausência de amamentação os métodos hormonais
o Vigilância dos lóquios combinados bem como todos os outros métodos podem
o Estimulo á amamentação (promoção de golden ser utilizados, atendendo a algumas contraindicações
hour, ou ora de ouro, importante para o vinculo relativas.
da mãe e do bebé)
Amamentação não é um método contracetivo seguro.
o Deambulação precoce
o Vigilância de sinais e tromboembolismo
o Cuidados com a cicatriz (períneo ou abdómen)
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Complicações no puerpério Superior a 1000 ml se cesariana

 Hemorragia pós-parto
 Choque hipovolémico HEMORRAGIA MACIÇA PÓS PARTO
 Coagulopatias Envolvimento da quipá multidisciplinar:
 Doença tromboembólica
 Infeção pós parto  Obstetra
 Enfermeiro especialista
Alterações psicológicas:  Anestesista
o Blues pós parto  Serviço de sangue (hematologista)
o Psicose puerperal
Requer atuação e resposta rápida:
o Depressão pós-natal
 Quantificação perdas
HEMORRAGIA PÓS-PARTO
 Administração de fluidos endovenosos
 Atonia uterina  O2
 Laceração de cérvix/vaginal  Avaliação de TA e estado de consciência
 Retenção de resto placentários  Aquecimento
 Rutura uterina  Posicionar em Trendlenburg
 Inversão uterina  Despiste presença de coagulação

Se há ATONIA UTERINA:
INFEÇÃO PÓS PARTO
 Massagem ao nível do fundo do útero
Também designada como infeção puerperal,
 Ocitocina: 20 a 40U/minuto em perfusão
considera qualquer tipo de infeção do canal genital que
venosa
ocorra nos 2 dias seguintes ao parto ou aborto
 Ergometrina: 0,2mg IM
 Misoprostol: 200mcg por via retal (para a Parece provável ser a principal de morbilidade ou
administração, dividir o comprimido ao meio) morte materna

INVERSÃO UTERINA ENDOMETRITE


Geralmente tem inicio no local de inserção da
placenta, espalhando-se pro todo o endométrio.
Manifesta-se por febre, calafrios, anorexia, fadiga e
os lóquios apresentam cheiro fétido
Pode causar infertilidade
Outras infeções:
o Infeção da ferida operatória
o Infeção da episiorrafia
o Infeção do trato urinário
Se a HEMORRAGIA PERSISTE
Alguns fatores predisponentes:
Hipóteses de sangramento:
 Antecedentes de patologia tromboembólica
o Presença de restos placentários (deve ser feita  Infeção urinária pré existente
revisão uterina pelo obstetra)  Diabetes mellitus
o Laceração ou hematomas do períneo, vulva,  Anemia e/ou desnutrição
vagina e colo do útero
 Imunidade comprometida
Superior a 500ml se parto vaginal

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 Muitas horas de rutura prematura de Se não for tratada adequadamente evolui para
membranas (risco de infeção) abcesso mamário.
 Corioamniotite (infeção do corio e do amnios,
O que fazer/dizer á mãe:
pode afetar o bebé pois é o lqiuido amniótico
que está infetado)  Esvaziar completamente a mama afetada
 Trabalho de parto prolongado  Ingestão de líquidos
 Más condições de assepsia na prestação de  Repouso
cuidados  Medicação analgésica e anti-inflamatória
 Antecedentes de mastite  Antibióticos
Importante perceber: PREVENÇÃO:
 Lesões do pavimento pélvico devido a  Prevenção do ingurgitamento mamário
traumatismo no canal de parto  Iniciar a amamentação o mais cedo possível
 Incontinência urinária  Amamentação em horário livre
 Lesões no esfíncter anal  Amamentação com técnica correta
 Dispareunia (dor no ato sexual)  Fazer o ensino para despiste de sinais e
 Implicações na atividade sexual sintomas da mastite

MASTITE
PARA O RISCO PSICOLÓGICO E
O ingurgitamento os canais lactomeros estão PATOLÓGICO, ESTÃO SUBJACENTES AS
cheios de leite então a mama fica dura, pode SEGUINTES ALTERAÇÕES:
acontecer por uma descida repentina do leite.
o Hormonais, nomeadamente uma descida
Mastite é uma infeção da glândula mamária brusca dos níveis de estrogénios e de
provocada por bactérias. Pode ocorrer na 1º ou 2º progesterona e um aumento da prolactina que
semana pós parto. permite o desenvolvimento da lactação
Esta infeção pode surgir A descida brusca do estrogénio e progesterona
2 a 3 semanas após ou no 7º provocando perda de eficácia das catecolaminas
dia puerperal cerebrais (importante na regulação de fatores
motivacionais, cognitivos, motores)
Maior predisposição:
A secreção da prolactina, provoca uma inibição de
 Gretas nos
neuro transmissores
mamilos
 Ductos obstruídos o Psicológicas
SINTOMAS: Relacionam-se com as mudanças provocadas pelo
nascimento do bebé e prendem-se sobretudo com a
 Febre autonomia e com o desempenho do novo papel
 Dor e rubor na mama maternal.
 Calafrios
 Cefaleias As novas adaptações e a aquisição de outras
competências podem tornar a puérpera masi vulnerável.
É quase sempre unilateral, podendo abranger só
parte da mama ou o todo (glandular) Podem agravar ou comprometer o comportamento:

Surge inicialmente com o ingurgitamento, o Gravidez indesejada


aparecendo depois o edema e a inflamação e adenopatia. o Dificuldades socioeconómicas
o Imaturidade para exercer o papel de mãe
O ingurgitamento pode surgir em consequência de o Crises conjugais
uma deficiente remoção do leite
As alterações psicológicas e psiquiátricas tem
O tratamento é feito com antibioterapia podendo repercussões na interação mãe-filho quase sempre de
quase sempre amamentar. forma negativa comprometendo a relação familiar.
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Sabendo que a saúde mental é fundamental para o DEPRESSÃO PÓS NATAL
bem estra, importa promove-la e assegurar um
A depressão pós parto constitui-se como uma
prognóstico satisfatório nas diversas fases da vida.
perturbação do humor, que se desenvolve em
COMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS (CAUSAS consequência do parto.
HORMONAIS)
Início insidioso na 2º a 3º semana do puerpério
BLUES PÓS PARTO OU MELANCOLIA PÓS
Pode estar subdiagnosticada e subvalorizada
PARTO
CAUSAS mais comuns:
É um desequilíbrio emocional e não uma perturbação
psicopatológica. o Repentino decréscimo dos níveis hormonais
labilidade emocional intensa
Inicia-se no 3º até o 4º dia de puerpério
o Alteração repentina da imagem corporal
Inicia-se durante a primeira semana de puerpério recuperação da silhueta habitual
entre o 3º e 4º dia surgindo um pico por volta do 5º dia o Reestruturação da sua identidade e autonomia
não se verificando que surja após o 10º dia. porque agora também á mãe
o Tentativa de estabelecer um equilíbrio entre a
Geralmente MANIFESTA-SE por: sua vida como mãe mas também como mulher
 Labilidade de humor que gosta de ter tempo para si próprio e que
 Crises de choro necessita de investir na sua relação conjugal.
 Ansiedade
 Irritabilidade
 Insónia PARA DESPISTE DE SITUAÇÕES DE RISCO
PSICOLÓGICO OU PSICOPATOLÓGICO,
 Pera de apetite
DESPISTAR AINDA NO INTERNAMENTO:
 Fadiga
 Dificuldades de concentração  Sentimentos de inadequação/incapacidade:
o Dificuldade nas tomadas de decisão
Os blues pós parto resulta de alterações hormonais
o Medo de ficar só (pode manifestar-se
sem comprometer a aproximação com o bebé.
ainda no internamento)
Os sintomas de baby blues e da depressão pós-parto o Sentimentos de rejeição em relação ao
são idênticas, o que os difere? bebe
 Perda de apetite/recusa alimentar
Intensidade e o tempo por que se mantêm, dai que
 Falta de controlo
muitas das mulheres que desenvolvem baby blues mais
 Falta de interesse por atividades diárias
exacerbados possam posteriormente evoluir para uma
 Tensão
depressão pós-parto.
 Falta de descanso (pesadelos
Depressão diferente de tristeza.
PSICOSE PUERPERAL
DEPRESSÃO PÓS-PARTO É FREQUENTE E PODE
Alterações psicopatológica intimamente relacionada ATINGIR QUALQUER MULHER:
com o parto e com a maternidade
 Processo que pode ser difícil e leva á
Geralmente ocorre em mulheres com fragilidade do necessidade de maior apoio da
ponto de vista psicopatológico família/companheiro
 Sintomas mantêm-se?  Procurar ajuda
Acontece sempre na primeira quinzena pós parto
profissional de saúde
podendo ir do 3º dia á 3º semana.
Surgem:
SOFRE DE PERTURBAÇÃO FÍSICA OU
 Agitação
EMOCIONAL?
 Comportamento bizarro
 Alucinações o Antecedentes pessoais e familiares para doença
psíquica?
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o Acontecimentos anteriores ao parto?
o O que observo?
o Mostra-se capaz de assumir a responsabilidade
de cuidar do bebé?
o Quais os seus recursos?
o Medicar só em última análise?

Aleitamento Materno

Aleitamento materno é classificado em: O aleitamento materno é importante tanto para a mãe
como para o bebé:
 Aleitamento materno exclusivo: o lactente
ingere leite materno, direto da mama ou o Tem os nutrientes perfeitos
extraído, sem outros líquidos ou alimentos o Difere-se facilmente e é utilizado de modo
sólidos, à exceção de gotas de vitaminas, eficiente
minerais ou outros medicamentos o Protege contra as infeções
 Aleitamento materno predominante: o o É mais barato
lactente ingere, além do leite materno água ou o Ajuda a estabelecer o vínculo e o
bebidas á base de água e sumos de fruta desenvolvimento da díade
 Aleitamento materno complementado: a
Durante os 2/3 primeiros dias desce colostro, a
criança ingere, além do leite materno, qualquer
partir dai é leite. A descida do leite pode dar-se pela
alimento sólido ou semissólido, com a
noite porque é quando a mãe está mais descansada.
finalidade de o complementar, não de o
substituir. Pode receber, além de leite materno, Outras VANTAGENS PARA O BEBÉ:
outro tipo de leite, mas este não é considerado
alimento complementar  Menor risco de diabetes e obesidade
 Aleitamento materno: a criança ingere leite  Maior resposta a vacinação e capacidade de
materno, direto da mama ou extraído, combater doenças mais rapidamente
independentemente de receber ou não outros  Melhor desenvolvimento psicomotor e
alimentos emocional
 Menos problemas ortodônticos e dentais
provocados pelo uso da tetina
Podem diminuir o reflexo de ocitocina: VANTAGENS PARA A SAÚDE DA MÃE
 Preocupação  A ocitocinoa libertada durante a amamentação,
 Dor contrai o útero e ajuda a prevenir a hemorragia
 Stress pós parto
 Duvidas  Atrasa da ovulação pelo que pode proteger de
 Falta de confiança uma nova gravidez
 Deficiente estímulo pela sucção  Diminui o risco de cancro da mama e do ovário
 A carga de trabalho com a preparação da
alimentação é menor
 A recuperação física pós parto é maior
 A ligação afetiva é estimulada
VANTAGENS PARA A SOCIEDADE
o O custo de um dieta adequada ds mãe é
inferior ao de alimentar um bebe com leite de
fórmula

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o Os gastos com consultas médicas, 4. Explicar a técnica de esvaziamento mamário e
hospitalizações e medicamentos são reduzidos como cuidar adas mamas e mamilos
massagem em movimentos circulares e de
Embora seja segregado em pequenas quantidades, o
cima para baixo de modo a fazer com que o
colostro é suficiente para satisfazer as necessidades
leite drene para os ductos, e depois retirar
nutricionais do RN.
com massagem ou com bomba no caso da
COLOSTRO- PROPRIEDADES mama estar ingurgitada.
5. Explicar que o aleitamento materno tem horário
 Rico em anticorpos: proteção contra infeções e livre
alergias 6. Aconselhar a não se deixarem influenciar por
 Risco células brancas: proteção contra infeções opinião de terceiros
 Eliminação intestinal: elimina mecónico, ajuda 7. Aconselhar o uso de roupa pratica e adequada
a prevenir icterícia para amamentação
 Fatores de crescimento: ajuda a maturação 8. Alertar que amamentar não altera a forma física
intestinal, previne intolerâncias 9. Ajudar a saber que vão ficar mais emotivas e
 Risco vitaminas A: diminui a gravidade de sensíveis
algumas infeções

DEPOIS DO PARTO
EVOLUÇÃO DE SECREÇÃO LACTEA
Os técnicos de saúde devem:
Composição Colostro Leite maduro  Estabelecer o contacto físico e a amamentação
Água 87% 87% o mais precocemente possível
Lactose 4% 7%
 Estimular a confiança da mãe e orientar a
Gordura 2g/100ml 4,5g/100ml
técnica do aleitamento materno
Vitaminas (A, B, B2, A (+) A (-)
B6, C, D,, niacina, O quaro estádio do TP é o momento ideal para
ácido fólico) começar a amamentação
Proteinas (lactoferrina, 56g/l 8,9g/l
lisozima, Avaliar:
imunoglobulina (IgA,
IgG, IgM, IgE)  Desejo da mãe em amamentar
Calorias/litro 570 660  Carcateristicas dos mamilos
 Drenagem de colostro
 Reflexos de sucção e de deglutição do RN
HABILIDADES NO ACONSELHAMENTO PARA
 Possíveis contraindicações
O ALEITAMENTO MATERNO
Há vários tipos de mamilos podem ser mamilos
PERÍODO PRÉ-NATAL rasos (pode ser necessário utilizar bicos de silicone).
o Prepara psicologicamente a mulher para o Há algumas contraindicações:
aleitamento materno
o Discutir com ela os cuidados a ter o Mulheres com serologias positivas para HIV e
o Atender ao estado de súde da mulher Hbs
o Alguns tipos de terapêutica (anti-cancerigenos,
Usar o bom senso sem pressionar e respeitar a patologia da tiroide, substancias radiativas)
vontade das mãe. o Patologia mamária
1. Alertar para as vantagens do aleitamento o Complicações com o RN (como prematuridade,
materno fenda palatina)
2. Alertar para o que possam sentir logo desde que BANCO DE LEITE HUMANO
o bebé é colocado á mama pela primeira vez.
3. Alertar para a possibilidade de ingurgitamento O banco de leite humano da maternidade Dr. Alfredo
mamário pode usar-se massagem, pode da Costa é o primeiro e neste momento único no pais
usar se compressas de água quente ou folhas estando em funcionamento desde Novembro de 2009.
de couve lombarda
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Enfermagem de saúde materna e obstetrícia
O leite humano doado destina-se a bebés prematuros RELAÇÃO DE AJUDA:
da MAC e de Outras Unidades Neonatais da área da
Grande Lisboa  Empatia- demonstre que a entende
 Mostre interesse
 Não julgue
Nos casos em que a amamentação não é possível faz-  Devolva a pergunta
se a inibição láctea com Parlodel (bromocriptina)  Faça perguntas abertas (com? Quando? Que?
comprimidos durante 14 dias Quem? Porquê?)

Além de outras aplicações provoca a inibição da O stresse influencia o reflexo da ocitocina


secreção da prolactina sem afetar os níveis normais de importante para a descida do leite.
outras hormonas hipofisárias “o meu leite não presta”
INIBIÇÃO LACTAÇÃO POR RAZÕES MÉDICAS “tenho pouco leite”
No primeiro dia ½ do comprimido tomado com as “O meu bebe esta sempre a chorar”
refeições de manha e á noite seguido por um
comprimido duas vezes por dia durante 14 dia. Para “Da outras vez também não amamentei”
evitar a subida do leite, o tratamento deve ser instituído “a minha mãe também não amamentou”
poucas oras após o parto ou o aborto, mas não antes de
os sinais vitais terem estabilizado. Por vezes ocorre uma NÃO ESQUECER A FIGURA PATERNA
ligeira secreção láctea 2 ou 3 dias após o tratamento ter
Cada vez mais se procura envolver o pai no processo
terminado. Esta situação pode ser resolvida
gravídico e puerperal.
restabelecendo o tratamento na mesma dosagem por
mais uma semana. Relativamente á amamentação p pai pode:

 Encorajar a mulher a amamentar (caricias à


mãe e ao bebé, elogia-los)
PRIMEIRA MAMADA
 Ser paciente e compreensivo
 Permanecer calmo e gentil perto da puérpera  Ser cooperante (vestir o bebe, por a eruptar
 Apoiar e transmitir segurança
 Responder as dúvidas colocadas e dar reforço
positivo AJUDAR A MÃE A COLOCAR O BEBÉ Á MAMA
Verifique: o A mãe deve estar numa posição confortável
o O bebe deve estar completamente virado
 O aspeto e a expressão geral da mãe para a mãe
 A forma como coloca o bebé á mama o Segurar o bebé por trás dos ombros e com
 Se a mãe tem dificuldade em colocar o bebé á a cabeça apoiada
mama o O queixo deve estar encostado à mama,
No aconselhamento para amamentação deve: sugando com o mamilo e grande pate da
auréola mamária
o Mostra-se disponível o A boca deve estar bem aberta
o Evitar pressa e barulho o Pode-se ouvir a criança a engolir lenta e
o Falar calmamente profundamente
o Deixa a mãe dizer como se sente e as
dificuldade que tem e só depois dar informação É importante que o profissional de saúde avalia as
o Verificar o que ela entende sobre a mamadas
amamentação e suas vantagens A avaliação das mamadas permite a identificação das
o Transmitir conhecimentos de forma a que o necessidades/dificuldades da mãe, podendo assim fazer
aleitamento materno faz no bebe um aconselhamento adequado
Ajude a mulher a acreditar que é capaz de amamentar
em qualquer circunstancia

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AVALIAÇÃO DE UMA MAMADA: POSIÇÕES PARA AMAMENTAR GÉMEOS

 Modo como a mãe segura no bebé


 O modo como o bebe esta adaptado a mama
 Características dos mamilos
 Quantidade de leite/colostro
 Duração das mamadas

SUCÇÃO EFICIENTE

 Boca bem aberta


 O queixo toa na mama
 O lábio inferior está voltado para fora
 O bebé suga de forma lenta e profunda fazendo
pausa
 A maior parte da areola mamária dentro da boca
SUCÇÃO INEFICAZ:

o O bebe esta permanentemente insatisfeito Uma mãe que amamenta pode facilmente perder a
o A mãe refere dor no mamilos durante e apos as confiança em si própria
mamadas Para devolver confiança e dar apoio:
o Os mamilos podem ficar com fissuras e em
casos mais extremos sangrar  Respeitar o que a mãe sente e pensa
o As mamas podem estar ingurgitadas devido á  Reconhecer e elogiar o que a mãe e o bebé
deficiente remoção de leite fazem bem
 Referir-se ao bebé pelo nome
A higiene é feito no banho, após cada mamada
 Dar ajuda prática
hidratar o mamilo e colocar o disco
 Evitar o excesso de informação
POSIÇÃO DA CRIANÇA:  Usar linguagem simples e frases curtas e claras
 Dar sugestões e não ordens
 Mãe sentada
 Clássica em cunha ALGUMAS DAS DIFICULDADES SENTIDAS
 Cruzada PELAS MÃES:
 Bola de rugby
 Falta de apoio de outras mulheres ou familiares
 Mãe deitada
 Fala de poio dos serviços de saúde
 Pressões da vida moderna, nomeadamente nas
zonas urbanas
É necessário ajuda para as mães amamentarem com
sucesso
HORÁRIO E FREQUÊNCIAS DAS MAMADAS

O aleitamento materno tem horário livre. Importa


avaliar:
o Quantidade de colostro/leite
o Reflexos de sucção e de deglutição do bebe
o Tipo de mamadas
o Desejo do bebe em alimentar
o Micção e dejeção
o Perda ponderal exagerada
Nos primeiros dias o bebe pode perder 10% do
seu peso ao nascimento.
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MAMADAS NOTURNAS CONSEQUÊNCIAS DO INGURGITAMENTO
MAMÁRIA
A prolactina é segregada em maior quantidade
durante a noite. A glândula pituitária que produz  O bebe tem dificuldade em se adaptar ao
prolactina, aumenta a sua atividade durante a noite mamilo que pode star mais retraído e a areola
provocando uma maior produção de leite. Portanto, se o mais tensa
bebé fizer mamadas noturnas, pode ingerir mais leite e  Podem formar-se fissuras
o estímulo causado pela sucção favorece também a  A mãe amamenta menos vezes com medo da
produção de leite. dor
 Podem surgir mastites ou abcessos mamários
HIGIENE DAS MAMAS E MAMILOS

A higiene deve ser feita quando o duche diário, e


CUIDADOS DE INGURGITAMENTO
apos cada mamadas aplicar algumas gotas de colostro
que atuam como protetor do mamilo. o Massagem de esvaziamento, de acordo com os
protocolos de serviço
Usar soutien adequado e discos protetores, que
o Despistar sinais inflamatórios
devem ser mudados regularmente. o Encorajar a puérpera a esvaziar a mama e se
Após cada mamada aplicação de colostro no mamilo possível na presença de alguém significativo
que ajuda a hidratar prevenir e tratar fissuras e que a apoie após a alta hospitalar
maceração o Orientar e intervir perante situações de risco

DRENAGEM LÁCTEA TRATAMENTO DAS FISSURAS

Poucos dias após o parto a mulher deixa de segregar  Não retirar o mamilo da boca do bebe de forma
colostro passando a ter leite. Esta transição leva a algum brusca
desconforto e dor provocados por esta alteração  Higiene diária das mamas
 Ajudar a mãe a colocar o bebe á mama
Mamas cheiras ou Mamas ingurgitadas  Iniciar a mamada pelo mamilo não fissurado
tensas
 Aconselhar a mãe a fazer massagem dos
o Quentes o Dolorosas
mamilos com o colostro/leite
o Pesadas o Edemaciadas
o Endurecidas o Mamilo pouco  Se possível colocar a mama ao ar por alguns
o Leite flui sem saliente períodos
dificuldade o Pele hidratada e  Usar pomadas se prescritas pelo médico
o Não há febre repuxada
o Pode ter zonas de Mamilo bem formado e saliente ou protoso,
rubor e nódulos mamilo invertido ou umbilicado
o Má drenagem ANTES DA LATA HOSPITALAR:
láctea
o Pode haver febre  Procurar saber que tipo de apoio a mulher tem
no domicílio
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO  Identificar as necessidades de ensino sobre o
INGURGITAMENTO MAMÁRIO aleitamento materno
 Falar com alguns familiares sobre as
 Avaliar as mamadas, a quantidade de necessidades das mães, e fazer ensino
colostro/leite  Se possível, disponibilizar o serviço para
 Assegurar mamadas frequentes recorrer em caso de dúvida ou encaminhar para
 Massajar e retirar o excesso de leite o centro de saúde
manualmente ou com bomba (se já houver
fissuras deve fazer-se de forma manual para FALAR SOBRE O CUIDAR DE SI PRÓPRIA:
não provocar o aumento destas fissuras) o Ajudar a obter estratégias para mudança no seu
 Aumentar a confiança da mãe modo de vida
o Alertar para a importância do repouso
o Orientar para o tipo de dieta adequada

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NA CONSULTA PÓS NATAL

 Perguntar como está a decorrer a amamentação


 Deixar falar sobre as suas dúvidas e
preocupações
 Verificar as características das mamas e dos
mamilos
 Avaliar o peso e a evolução ponderal do bebé
 Elogiar a mãe e o bebé
 Se a mãe retomar o trabalho explique que pode
continuar a amamentar
 Fazer ensino sobre a alimentação

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