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COAN, Emerson Ike. Atributos da linguagem jurídica. Revista Jus Navigandi, ISSN
1518-4862, Teresina, ano 14, n. 2076, 8 mar. 2009. Disponível
em: https://jus.com.br/artigos/12364. Acesso em: 26 abr. 2020.
1. INTRODUÇÃO
Este ensaio pretende versar sobre a linguagem jurídica a partir de uma análise
inter-relacional de seus traços característicos, quais sejam, discursivo especial ou
profissional, técnico-científico, lógico, em nível culto, claro, preciso, conciso,
harmônico e estético.
2.2 – Técnico-científico
2.3 – Lógico
2.6 – Concisão
2.7 – Harmonia
2.8 – Estética
"Os juristas falam uma linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem
multimilenar, dignidade que bem poucas ciências podem invocar (...) antes exige os
valores da beleza e da elegância" e devem "ter vaidade da linguagem jurídica, uma
das primeiras a se revestir de forma científica, continuando a ter, desde as origens,
o Direito Romano como fonte exemplar e ponto de referência."
Ora,
"Como toda a manifestação da Cultura, o direito carece também de meios
materiais de expressão. Exemplos: a linguagem, o trajo, os símbolos, os edifícios.
Como todos os meios de expressão material, também aqueles que o direito utiliza são,
portanto, susceptíveis duma valoração estética. Mais: como todos os fenómenos que
conhecemos, o direito pode ser também matéria de arte e entrar deste modo no
domínio da Estética. Pode mesmo falar-se duma Estética do direito" (sic).
Deve-se acrescentar a esses dados que, em sendo o Direito, por excelência,
ciência da palavra, para o seu operador, verificado o trinômio da linguagem colocado
pelo poeta latino Horácio, qual seja, recte, bene et pulchre (reta, boa e bonita), ela é
o seu cartão de visita.
Tal sucede, como enfatiza Regina Toledo Damião, pois a organização frasal
(ou relações sintagmáticas – combinação sintática ao nível da fala dos elementos in
praesentia, a partir da seleção e escolha de idéias mais condizentes à intenção
comunicativa, provenientes de associações livres ou mnemônicas de idéias ao nível
da língua para um determinado assunto – as relações paradigmáticas ou associativas
dos elementos in absentia)deve partir da escolha lógica das palavras adequadas à
proposta temática (recte – reta), deve estar sintaticamente correta (bene – boa) e deve
ser revestida de recursos estilísticos que a tornam mais atraente e persuasiva
(pulchre – bonita), v.g., emprego moderado da ordem inversa com caráter imperativo
("cumpra-se a lei"; "cite-se") ou como fórmulas estereotipadas (Meritíssimo Juiz;
Egrégio Tribunal), uso da voz ativa ("O réu matou a vítima"), bem como critérios
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3. CONCLUSÃO
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