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Gabriella Luna MED28 PROVA 3 – URGÊNCIA

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS

A intoxicação pode acontecer por: inalação, ingestão, injeção, absorção.

DIAGNÓSTICO

História + Exame Físico + Exames laboratoriais (se necessário).

Quando suspeitar?

✓ Início agudo
✓ Quadro clínico obscuro
✓ Disfunção de múltiplos órgãos
✓ Desacordados
✓ Situações de estresse ou mudança ambiental
✓ Convulsões, arritmias, coma de etiologia desconhecida
✓ Lembrar que pode ter sido envenenamento (inclusive pelo acompanhante do
paciente)

Intoxicação conhecida:

• Estimar quantidade ingerida


• Intervalo entre a ingestão e os primeiros cuidados
• Presença de sintomas
• Medidas previamente tomadas
• Doenças prévias significativas
Se a substância for desconhecida ou suspeita:

• Local onde a vítima foi encontrada


• Presença de substâncias junto a ela
• Uso crônico de medicação por algum familiar
• Tipos de substâncias químicas na residência

Exame físico:

• Dados vitais
• Nível de consciência
• Diâmetro das pupilas:
 Miose: narcóticos (heroína, codeína, morfina, tramadol),
organofosforados, carbamatos (chumbinho)
 Midríase: atropínicos, cocaína, anfetaminas, LSD
• Odores
• Cor e integridade da pele e mucosas
• Manifestações cardiocirculatórias:
 Taquicardia (cocaína)
 Bradicardia (digitálicos)
 Hipertensão (anfetamina)
 Hipotensão (imipramina)
• Manifestações GI:
 Náuseas, vômitos, hálito característico, diarreia, sialorreia, dor abdominal
• Manifestações respiratórias:
 Ritmo, frequência (opióide: bradipneia, miose), profundidade
• Manifestações neuropsiquiátricas:
 Alucinações (percepção real de objeto não existente)
 Delírio (interpretação da alucinação): cocaína, anfetamina, pesticidas
 Agitação (cocaína, álcool)
 Convulsões (estricnina)
• Manifestações dermatológicas:
 Marcas de agulhas: narcóticos e anfetaminas
 Vesículas tensas: barbitúricos
 Bolhas nos pés: monóxido de carbono
 Pele seca e quente: atropínicos e botulismo
Abordagem geral das intoxicações agudas:

✓ Reconhecer uma intoxicação


✓ Identificar qual foi o tóxico
✓ Avaliar risco da intoxicação
✓ Avaliar a gravidade do paciente e estabilizá-lo clinicamente (inclui uso de
antídotos)
✓ Diminuir absorção do tóxico
✓ Aumentar a eliminação do tóxico
✓ Prevenir reexposição: avaliação psiquiátrica

TRATAMENTO

1. Diminuir a exposição do organismo ao tóxico:


 Ocular: SF 0,9% 1 L, no mínimo.
 Cutânea: remover roupas e acessórios, lavar com água morna por 30 minutos.
Ênfase em cabelos, retroauricular, axilas e genitais.
 Inalatória: retirar o paciente do local contaminado, O2 umidificado a 100%, socorrista
deve usar máscaras.
2. Lavagem gástrica:
 Indicada quando o tempo de ingestão < 60 minutos;
 Método: passagem de SNG de grosso calibre;
 Administração por SNG de pequenos volumes de SF 0,9% 100 A 250 ml, sonda
aberta, em plano inferior ao paciente. Aguarda-se então o retorno do conteúdo
gástrico com possíveis resíduos tóxicos;
 Momento de parar: quando houver retorno apenas de soro.
3. Carvão ativado:
 Adsorve várias substâncias e previne sua absorção sistêmica;
 Dose única: 1g carvão/ kg (25-100g), diluído em água, SF 0,9% ou catárticos
(manitol ou sorbitol)
 Múltiplas doses: 0,5g de carvão/kg de 4/4h. Principais tóxicos: fenobarbital, ácido
valpróico, carbamazepina, teofilina, substancias de liberação entérica ou de
liberação prolongada.
 Eficácia: varia de acordo com o tempo de realização do procedimento após a
ingestão (após 2h geralmente é ineficaz)
 Carvão ativado é melhor do que lavagem gástrica

4. Diurese forçada e alcalinização da urina:


 Hiper-hidratação: SF 0,9% 8/8h ou 6/6h, aumentando-se até atingir um débito
urinário de 100-400mL/h. Principais usos: álcool, brometo, cálcio, flúor, lítio, potássio
e isoniazida.
 Alcalinização (alvo: pH > 7,5): bicarbonato de sódio 8,4% 150 mL (150 mEq) + SG
5% 850 mL. Esta solução alcaliniza a urina, com concentração fisiológica de sódio
(0,9%). Dose de 1000mL de 8/8h ou 6/6h, monitorizando o pH. Principais usos:
fenobarbital, salicilatos, clorpropramida, flúor, metotrexato, sulfonamidas.
5. Diálise – quando fazer?
• Intoxicação grave ou potencialmente grave. Dica: pacientes que pioram apesar
do suporte intensivo;
• Intoxicação grave + disfunção na metabolização do tóxico (insuficiências
hepática e/ou renal);
• Alta concentração sérica do tóxico, com potencial fatal ou de causar lesões
graves, apesar do paciente estável;
• Alta taxa de retirada do tóxico com a diálise.
O que não fazer?

 Indução de vômitos, água morna, salmoura (causa excesso de eletrólitos),


detergentes (efeito irritante), estímulos mecânicos com espátula ou cabo de
colher, administração rotineira de leite ou substancias oleosas;
 Cremes, gelatinas, claras de ovos;
 Suco de limão e vinagre.

Organofosforados → Pralidoxima

Carbamatos → Atropina

Opiáceos → naloxone

Diazepínicos → flumazenil

AGROTÓXICOS

Orlando citou a relação entre suicídio e depressão e uso de agrotóxicos.

Paraquat (Gramoxone 20%):

 Baixo preço, grande eficácia e ausência de efeito poluente para os solos.


 Intoxicação por ingestão, inalação ou contato dérmico, sendo a mais frequente e a
mais estudada, a intoxicação oral.
 Intoxicação fulminante aguda → morte em alguns dias.
 Forma menos severa: várias semanas e conduzindo a uma fibrose pulmonar letal.
 Não tem tratamento efetivo.

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