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Bases para prescrição e

organização do
atendimento nutricional
Patricia Trindade
Doutora em Ciências - UERJ
Mestre em Nutrição, Alimentação e Saúde - UERJ
Fitoterapia aplicada à Nutrição Clínica - UFRJ
Especialista em Terapia Nutricional – UERJ
Avaliação
Nutricional
(Métodos de avaliação)
O que é avaliação Nutricional?

A avaliação nutricional é uma abordagem completa realizada pelo nutricionista,


com o objetivo de estimar o estado nutricional do indivíduo, detectando suas
necessidades alimentares.

A partir dela torna-se possível intervir de maneira adequada na manutenção ou


recuperação do estado de saúde do paciente.
FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL:

• Fatores econômicos (renda, acesso)


• Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas,etc.)
• Fatores culturais (descendência, costumes)
• Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças)
• Fatores psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, insegurança)
• Fatores fisiopatológicos

ALTERAÇÕES DO ESTADO NUTRICIONAL - DEFINIÇÃO

Quando ocorre o consumo inadequado de alimentos, em quantidade e


qualidade, provocando distúrbios ou carências nutricionais.
ANAMNESE ALIMENTAR:

Ficha utilizada para orientar o entrevistador a coletar informações importantes


e diversas, relativas ao indivíduo que está sendo avaliado.

COMPOSTA PELOS SEGUINTES ITENS:


• Avaliação antropométrica
• Dados pessoais
• Exame físico/clínico
• Condições socioeconômicas
• Avaliação bioquímica
• História clínica
• Conduta nutricional
• Avaliação dietética
OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
PODEM SER DIVIDIDOD EM:

MÉTODOS OBJETIVOS: MÉTODOS SUBJETIVOS:


• Antropometria; • Exame físico;
• Composição corpórea; • Avaliação subjetiva global
• Parâmetros bioquímicos;
• Consumo alimentar.

IMPORTANTE:

Os métodos de avaliação quando utilizados como um único parâmetro, não


caracterizam a condição nutricional geral do indivíduo. Para isto é necessário empregar uma
associação entre múltiplos indicadores para aummentar a precisão e a acurácia do
diagnóstico nutricional.
Consumo Alimentar - Inqueritos
Métodos diretos, utilizados para avaliação do consumo alimentar de indivíduos e populações
em um determinado período de tempo previamente estabelecido: DIA – MÊS – ANO.

• Usado em crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.


• Podem fornecer tanto informações quantitativas como qualitativas sobre a ingestão
alimentar, podendo relacionar a dieta ao estado nutricional de indivíduos e sua relação
com o aparecimento de doenças crônico degenerativas.
• Pode ser o início de uma investigação e da identificação de deficiências
nutricionais.
• Cada método apresenta vantagens e desvantagens
• Diferença entre eles inclui a participação do entrevistado, necessidade do mesmo ser
alfabetizado, dependência da memória, número de aplicações do instrumento, estimativa
da ingestão habitual e interferência no comportamento alimentar.
Consumo Alimentar - Inqueritos

Não existe um método de avaliação de consumo ideal. Na realidade, os fatores


determinantes para escolha do método a ser utilizado nas diferentes situações são a
população alvo (gestantes, crianças, adolescentes, idosos e etc.) e o propósito da
investigação, isto é, o tipo de informação dietética que se quer obter (padrões dietéticos,
nutrientes, grupos alimentares, etc.).

MÉTODOS RETROSPPECTIVOS
PODEM SER DIVIDIDOS EM: E
MÉTODOS PROSPECTIVOS
MÉTODOS RETROSPECTIVOS MÉTODOS PROSPECTIVOS

• Recordatório de 24h
• Registro Alimentar Estimado
• Questionário de Frequência
• Registro Alimentar Pesado
Alimentar (QFA)
• História dietética
Métodos Restrospectivos:
Recordatório de 24 horas
Proposto por Betha Burke (1930) e usado para avaliar a ingestão de alimentos e nutrientes
de indivíduos e grupos populacionais. Consiste na recordação e descrição de todos os alimentos e
bebidas ingeridos no período de 24 horas precedentes ao inquérito. Usualmente as quantidades dos
alimentos consumidos são estimadas em medidas caseiras.
VANTAGENS DESVANTAGENS
FÁCIL E RÁPIDO DE SER ADMINISTRADO DEPENDE DA MEMÓRIA E PODE OCORRER SUB OU
SUPERESTIMAÇÃO
BAIXO CUSTO REQUER TREINAMENTO DO INVESTIGADOR PARA EVITAR INDUÇÃO
SE REALIZADO EM SÉRIE, FORNECE ESTIMATIVAS DA INGESTÃO A INGESTÃO PRÉVIA DAS ÚITIMAS 24H PODE SER ATÍPICA
USUAL DO INDIVÍDUO
NÃO ALTERA A DIETA ATUAL BEBIDAS E LANCHES TENDEM A SER OMITIDOS
PODE SER APLICADO EM GRUPOS COM BAIXO NÍVEL DE NÃO FORNECE DADOS QUANTITATIVOS PRECISOS SOBRE A
ESCOLARIDADE INGESTÃO DE NUTRIENTES
PODE SER UTILIZADO PARA ESTIMAR O VALOR ENERGÉTICO TOTAL NÃO REFLETE DIFERENÇAS ENTRE A INGESTÃO DE DIAS DE SEMANA
DA DIETA E INGESTÃO DE MACRONUTRIENTES E/OU FINAL DE SEMANA
Métodos Restrospectivos:
Recordatório de 24 horas

CONSIDERAÇÕES SOBRE A COLETA DE INFORMAÇÕES:


EVITAR QUESTIONAMENTO SOBRE ALIMENTOS ESPECÍFICOS;
EVITAR REAÇÕES COMO: SURPRESA, APROVAÇÃO OU DESAPROVAÇÃO SOBRE O PADRÃO ALIMENTAR DO
INDIVÍDUO;
INSISTIR NOS DETALHES SEM INDUZIR, PRINCIPALMENTE SOBRE COMO OS ALIMENTOS SÃO PREPARADOS;
VERIFICAR SE O CONSUMO DAQUELE DIA NÃO FOI ATÍPICO;
QUESTIONAR SOBRE INGESTÃO DE LÍQUIDOS, COMO BEBIDAS ALCOOLICAS E TAMBÉM SOBRE ALIMENTAÇÃO
NOTURNA E/OU LANCHES TIPO “PETISCOS” NO DIA;
PERSISTÊNCIA DO ENTREVISTADOR – TREINAMENTO PADRONIZADO
Métodos Restrospectivos:

Recordatório de 24 horas
Métodos Restrospectivos:
Questionário de Frequência
Alimentar (QFA)
Proposto por Burke (1947) e adaptado por Willet (final da década de 60). Neste
m’etodo, a investigação consiste no registro ou descrição usual do indivíduo, com base em
uma lista de diferentes alimentos e em sua frequência de consumo por dia, semana, mês ou
ano. O número e o tipo de alimentos na lista variam de acordo com o propósito da avaliação.

O QFA fornece informações qualitativas sobre o consumo alimentar, não fornecendo


dados quantitativos da ingestão de alimentos ou nutrientes.

Quando as porções alimentares são estimadas utilizando medidas caseiras, o método


pode ser chamado de QFA semiquantitativo.
Métodos Restrospectivos:
Questionário de Frequência
Alimentar (QFA)
VANTAGENS DESVANTAGENS
PODE SER AUTOADMINISTRADO OU UTILIZADO POR OUTROS NÃO FORNECE INFORMAÇÕES SOBRE A QUANTIDADE CONSUMIDA
PROFISSIONAIS
BAIXO CUSTO NÃO É POSSÍVEL SABER SOBRE A HORA OU CIRCUNSTÂNCIA EM
QUE O ALIMENTO FOI CONSUMIDO
RÁPIDO LISTAS COMPILADAS PARA POPULAÇÃO GERAL PODEM NÃO SER
ÚTEIS PARA GRUPOS COM DIFERENTES PADRÕES ALIMENTARES
NÃO ALTERA A DIETA ATUAL PODE OCORRER SUBESTIMAÇÃO, POIS NEM TODOS OS ALIMENTOS
CONSUMIDOS PELO INDIVÍDUO PODEM CONSTAR NO
QUESTIONÁRIO
PODE DESCREVER PADRÕES DE INGESTÃO ALIMENTAR A ANÁLISE É MAIS DIFÍCIL SEM O USO DE COMPUTADORES E
PROGRAMAS ESPECÍFICOS
GERA RESULTADOS PADRONIZADOS
PODE SER UTILIZADO PARA ESTUDAR ASSOCIAÇÃO DE ALIMENTOS
OU NUTRIENTES ESPECÍFICOS COM ALGUM TIPO DE PATOLOGIA
Métodos Restrospectivos:
QFA
Métodos Restrospectivos:
QFA
Métodos Restrospectivos:
História Dietética

Proposto por Burke (1947), avalia o consumo alimentar habitual. Neste método o indivíduo é
entrevistado de forma extensa para fornecer informações detalhadas sobre seu hábito alimentar. A
história dietética, de forma geral, inclui informações similares ao recordatório de 24h e ao QFA, além
de outras informações , como o apetite, número de refeições diárias, locais e horários das refeições e
etc.

VANTAGENS DESVANTAGENS
LEVA EM CONSIDERAÇÃO MODIFICAÇÕES SAZONAIS REQUER UM NUTRICIONISTA ALTAMENTE TREINADO
FORNECE UMA DETALHADA DESCRIÇÃO QUALITATIVA E DEPENDE DA MEMÓRIA
QUANTITATIVA DA INGESTÃO ALIMENTAR
MINIMIZA AS VARIAÇÕES DECORRENTES DO DIA A DIA DEMANDA TEMPO
FORNECE UMA BOA DESCRIÇÃO DA INGESTÃO DIETÉTICA USUAL
Métodos Restrospectivos:

História Dietética
Métodos Prospectivos: Registro Alimentar Estimado

O registro é feito pelo indivíduo no momento do consumo, isto é, todo alimento e


bebida ingeridos em um período que varia de 1 dia a 1 semana. Geralmente se utiliza o registro
de 3 dias, incluindo um dia de final de semana. As quantidades ingeridas são estimadas em
medidas caseiras pelo indivíduo e posteriormente são convertidas em gramatura.

VANTAGENS DESVANTAGENS
NÃO DEPENDE DA MEMÓRIA PODE INTERFERIR NO PADRÃO ALIMENTAR
PROPORCIONA MAIOR PRECISÃO QUANTITATIVA DOS ALIMENTOS REQUER TEMPO
IDENTIFICA TIPOS DE ALIMENTOS E PREPARAÇÕES CONSUMIDOS, EXIGE QUE O INDIVÍDUO SAIBA LER E ESCREVER
ALÉM DOS HORARIOS DAS REFEIÇÕES
A SUBESTIMAÇÃO É COMUM
EXIGE ALTO NÍVEL DE MOTIVAÇÃO E COLABORAÇÃO
APRESENTA DIFICULDADE PARA ESTIMAR A QUANTIDADE INGERIDA
Métodos Prospectivos:
Registro Alimentar Pesado

Semelhante ao RAE, entretanto neste método, os alimentos são pesados em balança ao


invés de serem estimados por medidas caseiras.

VANTAGENS DESVANTAGENS
PODE RESTRINGIR A ESCOLHA DOS ALIMENTOS
EXIGE TEMPO
AUMENTA A ACURÁCIA DO TAMANHO DAS PORÇÕES E
CONSEQUENTEMENTE DOS NUTRIENTES INGERIDOS O CONSUMO PODE SER ALTERADO NOS DIAS DE REGISTRO
APRESENTA UM CUSTO ELEVADO
É DE DIFÍCIL APLICABILIDADE NA ROTINA DO INDIVÍDUO
Métodos Prospectivos: RAE / RAP
APLICABILIDADE DOS INQUÉRITOS DIETÉTICOS EM DIFERENTES GRUPOS POPULACIONAIS

GRUPO/ ESTADO FISIOLÓGICO CONSIDERAÇÕES


Gestantes Ingestão muda neste período, estar atento a mudanças devido tabus, crenças.
Lactantes Ingestão muda com a intensidade de amamentação.
Lactentes com uso de fórmula infantil Ingestão varia mês a mês.
Pré escolares Ingestão deve ser feita pelo observador.
Escolares Limitação de memória, vocabulário incompleto, desconhecimento dos ingredientes.
Adolescentes Ingestão muda com a maturação sexual, padrão alimentar variado, tendência de
omissão pelas meninas.
Idosos Limitação em recordar alimentos ingeridos, dificuldade de escrita, audição, visão.
Indivíduos enfermos Alimentação diferente do habitual, presença de vômito, diarréia, jejum, etc.
Analfabetos Avaliação deve ser realizada por outro membro da família ou
pelo observador
Obesos / eutróficos Tendência a omissão ou inclusão de alimentos que não foram consumidos
Atletas Depende da fase de treinamento, ingestão de suplementos, líquidos isotônicos, etc.
Principais fontes de erro dos métodos de
avaliação do consumo alimentar:

ENTREVISTADO ENTREVISTADOR
INCOMPREENSÃO QUANTO AO QUE ESTÁ REGISTRO INCORRETO DAS RESPOSTAS
SENDO PERGUNTADO
SUB OU SUPERESTIMAÇÃO DO CONSUMO OMISSÃO INTENCIONAL
ERRO NA ESTIMATIVA DO TAMANHO DA DESCRIÇÃO INCOMPLETA DOS ALIMENTOS
PORÇÃO
OMISSÃO DO USO DE SUPLEMENTOS AMBIENTE DA ENTREVISTA (DISTRAÇÕES)
FALHA NA MEMÓRIA EMPATIA PELO INDIVÍDUO ENTREVISTADO
ERRO NA CONVERSÃO DAS MEDIDAS CASEIRAS
EM GRAMATURA
Avaliação
Nutricional:
(Métodos Objetivos)
MÉTODOS OBEJTIVOS DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

• ANTROPOMETRIA

• COMPOSIÇÃO CORPÓREA

• PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

• CONSUMO ALIMENTAR
AVALIAÇÃO
ANTROPOMÉTRICA
ANTROPOMETRIA
ANTROPOMETRIA
É a medida do tamanho corporal e de suas proporções, sendo um dos indicadores
diretos do estado nutricional do indivíduo, sendo as medidas antropométricas mais utilizadas na
avaliação antropométrica o peso, estatura, dobras/pregas cutâneas e circunferências.
MEDIDAS, ÍNDICES E INDICADORES
• MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Dimensões de peso, estatura e outras proporções corporais;

• ÍNDICES: Combinação entre duas ou mais medidas antropométricas. Geralmente o índice incorpora em
uma única medida, diferentes aspectos ou diferentes indicadores. Em avaliação nutricional os mais
utilizados são: Peso/Idade (P/I); Peso/ Altura (P/A); Altura/Idade (A/I) e Índice de massa corporal (IMC);

• INDICADORES: Permitem o diagnóstico nutricional. É utilizado para representar ou medir aspectos não
sujeitos à observação direta. O indicador inclui apenas um aspecto, por exemplo, a desnutrição ou a
obesidade. Para tanto, deve-se comparar a população avaliada com uma população de referência, ou
normal, por meio dos pontos de corte para os índices antropométricos, para possibilitar a identificação
e quantificação da natureza e da gravidade das patologias nutricionais.
ANTROPOMETRIA
PADRÕES DE REFERÊNCIA:

Para se avaliar o estado nutricional de uma população ou indivíduo com base no peso, altura e idade,
é recomendado o uso do padrão de referência do National Center of Health Statistics –NCHS, uma vez que o
mesmo é o padrão de referência recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também devido ao
fato de que não existe outro padrão de referência mais adequado e completo à população brasileira.

O padrão NCHS, utiliza a classificação percentilar ou de percentil (P°), a qual é uma medida estatística
proveniente da divisão de uma série de observações em cem partes iguais, estando os dados ordenados do
menor para o maior, onde cada ponto da divisão ou ponto de corte, corresponde a um percentil. Quartis
dividem a série em 4 partes iguais e Decis dividem a série em 10 partes iguais. Geralmente se utiliza a média
(percentil 50) como norma ou valor normal para o padrão de referência e a partir deste valor, são estabelecidos
limites de normalidade ou pontos de corte para o processo que se pretende avaliar ou diagnosticar.

PONTOS DE CORTE:
São os limites da normalidade de uma população de referência, que podem ser inferiores ou
superiores à média.
ANTROPOMETRIA

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS:

PAPEL DO ANTROPOMETRISTA:

• Reconhecer a necessidade de uso de técnicas padronizadas para coleta de dados


• Reconhecer a importância de ambiente adequado para coleta de dados;
• Conhecer as características dos equipamentos utilizados;
• Ter responsabilidade, concentração e atenção necessárias durante a realização dos
procedimentos, para que as medidas coletadas sejam confiáveis e precisas;
ANTROPOMETRIA:
PESO
ANTROPOMETRIA - PESO
O peso é a soma de todos os componentes corporais (água, gordura, ossos, músculos) e
reflete o equilíbrio protéico-energético do indivíduo.

TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE PESO:


• A pessoa deve estar sem calçados e com roupas leves
• Determinar a quantidade roupa a ser aceita para medida.
• A pessoa deve posicionar-se sobre a plataforma da balança apoiada nos dois pés e
manter-se imóvel;
• O antropometrista/avaliador deve fazer a leitura e registro da medida obtida;
• Repetir o procedimento, se necessário e fazer a média da medida;
ANTROPOMETRIA - PESO
• PESO ATUAL:
É o peso verificado em uma balança calibrada, onde o individuo é posicionado de pé,
descalço, no centro da balança e com roupas leves. O valor obtido corresponde ao peso atual
do individuo na referida data.

• PESO USUAL:
Utilizado como referencia na avaliação das mudanças recentes de peso e em casos de
impossibilidade de medir o peso atual. Geralmente é o peso que se mantém por maior
período de tempo.

• PESO IDEAL OU DESEJÁVEL OU TEÓRICO:


É o peso definido de acordo com alguns parâmetros, tais como idade, biótipo, sexo e
altura. Devido a variações individuais no adulto, o peso ideal pode variar na faixa de 10%
abaixo e 10% acima do peso teórico.
ANTROPOMETRIA - PESO

• ESTIMATIVA DE PESO:
Quando não se pode pesar o indivíduo, é possível estimar o peso por meio de
algumas fórmulas, tais como circunferência da panturrilha, compleição, altura ou IMC;

• PESO AJUSTADO:
Utilizado quando o indivíduo apresenta-se com o peso superior ou inferior ao
considerado normal, especialmente para cálculo de adequação de dietas.

• ADEQUAÇÃO DE PESO:
É a relação entre o peso atual e o peso desejável/ideal.
Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
A) PESO IDEAL:
PI(IMCm) = A²(m) x IMC médio
Onde:
• PI: Peso Ideal
• A: altura
• IMC médio homens = 22kg/m² e IMC médio mulheres = 21kg/m²

B) ESTIMATIVA DE PESO PELA COMPLEIÇÃO CORPORAL:

É utilizada em adultos a partir de 18 anos de idade. Utiliza a relação (R) entre a


estatura (E) e o perímetro/circunferência de pulso (PP). A partir do cálculo da compleição
pode se avaliar a estrutura física do indivíduo e então se classifica o seu estado nutricional.
Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
TIPO DE COMPLEIÇÃO CORPORAL
Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
C) FÓRMULA DE LORENTZ:

D) ESTIMATIVA DE PESO PELA CIRCUNFERÊNCIA DE PANTURRILHA: (CHUMLEA, 1985)


Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
E) ESTIMATIVA DE PESO COM EDEMA: (DUARTE E CASTELLANI, 2002)

F) PESO AJUSTADO

É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética e de


nutrientes, quando a adequação do peso for inferior a 95% ou superior a 115%. É obtido pela
equação:
Peso ajustado = (peso ideal - peso atual) x 0,25 + peso atual
Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
G) PESO AJUSTADO PARA AMPUTADOS

Para corrigir o peso ideal de amputados, deve-se subtrair o peso da extremidade


amputada do peso ideal calculado, conforme a tabela abaixo:

Estimativa de peso na Amputação: (Nieman e Lee, 1995)


Métodos para cálculo do peso ideal/teórico/estimado
H) CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM A ADEQUAÇÃO DE PESO
(BLACKBURN & THORNTON, 1979)

I) SIGNIFICADO DA PERDA DE PESO EM RELAÇÃO AO TEMPO (BLACKBURN & BISTRIAN, 1977)


ANTROPOMETRIA:
ALTURA
ANTROPOMETRIA - ALTURA

São medidas que expressam o processo de crescimento linear do


corpo humano.

• ESTATURA:
É a medição em pé de crianças maiores de dois anos até a idade adulta. Utiliza-se o
estadiômetro.

• COMPRIMENTO:
É a medição em decúbito dorsal (deitado, de ventre para cima), utilizado para crianças
até dois anos de idade (mesmo que esta já fique em pé). Utiliza-se o infantômetro.
ANTROPOMETRIA - ALTURA

TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ALTURA:


1) A pessoa deve estar sem calçados, com roupas leves, sem adornos na cabeça e nos bolsos;
2) A pessoa deve ser posicionada à superfície de uma parede lisa, sem rodapés em cinco pontos:
calcanhares, panturrilha, nádegas, clavícula e região occipital;
3) Posicionar a cabeça segundo o plano de Frankurt;
4) Baixar o cursor até tocar a parte superior da cabeça e realizar a leitura do valor obtido;
5) Se necessário repetir o procedimento, registrar o valor obtido e fazer a média dos dois
valores.
ANTROPOMETRIA - ALTURA
ANTROPOMETRIA - ALTURA
ESTIMATIVA DE ALTURA:
Quando não é possível aferir a altura do indivíduo, pode se estimar a medida com base em alguns
métodos:

1) Altura do Joelho:
O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível da extremidade
da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°. Medir o comprimento entre
o calcanhar e a superfície anterior da perna (cabeça da fíbula) na altura do joelho. Este
método é indicado principalmente para utilização em idosos e obtido, de acordo com o
gênero, por meio das seguintes equações de Chumlea:

HOMENS: [64,19 – (0,04 X IDADE) + (2,02 X ALTURA DO JOELHO EM CM)]


MULHERES: [84,88 – (0,24 X IDADE) + (1,83 X ALTURA DO JOELHO EM CM)]
ANTROPOMETRIA - ALTURA

2) Extensão dos braços (Envergadura):

Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 90◦ com o corpo. Ë medida a
distância entre os dedos médios das mãos utilizando uma fita métrica flexível. A medida
obtida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo

3) Estatura recumbente:

O indivíduo deve estar em posição supina e com leito horizontal completo. Marcar o lençol na
altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado direito do indivíduo com auxílio de
um triângulo. Medir a distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível.
ANTROPOMETRIA:
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
(IMC)
ANTROPOMETRIA - IMC
IMC é o indicador simples de estado nutricional calculado a partir da seguinte fórmula:
PESO ATUAL (KG)
ESTATURA (M²)

Os seguintes critérios de diagnóstico nutricional são recomendados para população adulta:


ANTROPOMETRIA - IMC
Considerando-se que o IMC não distingue o peso associado ao músculo
ou à gordura corpórea, torna-se importante investigar a composição
corpórea, sobretudo quando os valores do IMC estiverem nos limites ou fora
da normalidade (≤18,5 ou ≥24,9 kg/m²). Além disto, é recomendável a
interpretação dos pontos de corte do IMC em associação com outros fatores
de risco.
MÉTODOS OBJETIVOS DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

• ANTROPOMETRIA

• COMPOSIÇÃO CORPÓREA

• PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

• CONSUMO ALIMENTAR
AVALIAÇÃO
ANTROPOMÉTRICA
ANTROPOMETRIA:
CIRCUNFERÊNCIAS E DOBRRAS
CUTÂNEAS
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
São medidas de crescimento e podem indicar o estado
nutricional e o padrão de gordura corporal, com exceção da
circunferência cefálica, que indica o crescimento cerebral.

As principais medidas são:

• Circunferência da cintura – CC;


• Circunferência do quadril – CQ;
• Circunferência abdominal – CA;
• Circunferência do braço – CB.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO – CB:

Representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso
do braço. Para a obtenção da medida o indivíduo deve:

• Flexionar o braço a ser avaliado formando um ângulo de 90 graus;


• Localizar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano;
• Solicitar ao indivíduo que fique com o braço estendido ao longo do corpo com a
palma da mão voltada para a coxa;
• Contornar o braço com fita flexível no ponto marcado de forma ajustada evitando
compressão da pele ou folga;
• O resultado é comparado aos valores de referência do National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES I), demonstrados em tabelas de percentis
por Frisancho, A.R., 1990.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO – CB:

A adequação da CB pode ser determinada por meio da equação abaixo:

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) X 100


CB percentil 50

Classificação do estado nutricional de acordo com a CB:

Fonte: Blackburn, G.L. & Thornton, P.A., 1979


ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO – CMB:

Este parâmetro avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da área óssea). Ë
obtida a partir dos valores de CB e da prega cutânea tricipital (PCT):

CMB (cm) = CB (cm) – π X [PCT (mm) / 10]

O cálculo da adequação da CMB é realizado por meio da fórmula abaixo:

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) X 100


CMB percentil 50
Classificação do estado nutricional de acordo com a CMB:

Fonte: Blackburn, G.L. & Thornton, P.A., 1979


ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA – AMBc:

Avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea. Reflete mais


adequadamente a verdadeira magnitude das mudanças do tecido muscular do que a CMB.
Pode ser obtida de acordo com o gênero, por meio das fórmulas abaixo:
• Homens:
AMBc (cm²) = [CB (cm) – π X PCT (mm) / 10]² - 10

• Mulheres:
AMBc (cm²) = [CB (cm) – π X PCT (mm) / 10² - 6,5

Classificação do estado nutricional de acordo com a CMB:

Fonte: Blackburn, G.L. & Thornton, P.A., 1979


ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS

• ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO – AGB:

A reserva de tecido adiposo do indivíduo adulto pode ser estimada a partir dos
parâmetros de área da gordura do braço (AGB) e das pregas cutâneas (separadamente ou a
partir do somatório de pregas). É obtida por meio da equação abaixo:

AGB (cm²) = CB (cm) X [PCT (mm) / 10] - π X [ PCT (mm) / 10] ²


2 4

OBS: Classificam-se como obesidade valores a cima do percentil 90.


Idade (anos) CB (cm) CMB (cm) DCT (mm)

1-1,9 16 12,7 10
2-2,9 17,1 13 10
3-3,9 16,8 13,7 9,5
4-4,9 17,1 14,1 9
5-5,9 17,5 14,7 8
6-6,9 18 15,1 8
7-7,9 18,7 16 8
8-8,9 19,2 16,2 8,5
9-9,9 20,1 17 9
10-10,9 21,1 18 10
11-11,9 22,1 18,3 10
Valores do percentil 50 das medidas 12-12,9 23,1 19,5 10,5
13-13,9 24,5 21 9
antropométricas (CB, CMB, DCT) para o sexo 14-14,9 25,7 23,3 8,5

masculino conforme a idade (Frisancho, 1990) 15-15,9


16-16,9
27,2
28,3
23,7
24,9
7,5
8
17-17,9 28,6 25,8 7
18-18,9 30,7 26,4 10
19-24,9 30,7 27,3 10
25-29,9 31,8 27,9 11
30-34,9 32,5 27,9 12
35-39,9 32,9 28,6 12
40-44,9 32,8 28,6 12
45-49,9 32,6 28,1 12
50-54,9 32,3 28,1 11,5
55-59,9 32,3 27,8 11,5
60-64,9 32 27,8 11,5
65-69,9 31,1 26,8 11
70-74,9 30,7 26,8 11
Idade (anos) CB (cm) CMB (cm) DCT (mm)

1-1,9 15,7 12,4 10


2-2,9 16,1 12,6 10
3-3,9 16,6 13,2 10
4-4,9 17 13,6 10
5-5,9 17,5 14,2 10
6-6,9 17,8 14,5 10
7-7,9 18,6 15,1 10,5
8-8,9 19,5 16 11
9-9,9 20,6 16,7 12
10-10,9 21,2 17 12,5
11-11,9 22,2 18,1 13
Valores do percentil 50 das medidas 12-12,9 23,7 19,1 14
13-13,9 24,3 19,8 15
antropométricas (CB, CMB, DCT) para o sexo 14-14,9 25,1 20,1 16

feminino conforme a idade (Frisancho, 1990) 15-15,9


16-16,9
25,2
26,1
20,2
20,2
16,5
18
17-17,9 26,6 20,5 18
18-18,9 26,8 20,2 18,5
19-24,9 26,8 20,7 18,5
25-29,9 27,6 21,2 20
30-34,9 28,6 21,2 22,5
35-39,9 29,4 21,8 23,5
40-44,9 29,7 21,8 24,5
45-49,9 30,1 22 25,5
50-54,9 30,6 22 25,5
55-59,9 30,9 22,5 26
60-64,9 30,8 22,5 26
65-69,9 30,5 22,5 25
70-74,9 30,3 22,5 24
Valores de percentis da área de
gordura do braço (cm²) para o sexo
masculino conforme a idade
(Frisancho, 1990)
Valores de percentis da área de
gordura do braço (cm²) para o sexo
feminino conforme a idade
(Frisancho, 1990)
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL – CQ:

Para obtenção desta medida, a fita métrica deverá circundar o quadril na região de
maior perímetro entre a cintura e a coxa, com o indivíduo usando roupas leves e finas. Nesta
aferição é imprescindível o auxílio de um segundo avaliador para que a fita circunde todo o
quadril de forma horizontal.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA – CC:

A medida deve ser realizada com o indivíduo em pé, utilizando uma fita métrica
inelástica. A fita deve circundar o indivíduo no ponto médio entre a última costela e a crista
ilíaca. A leitura deve ser feita no momento da expiração.

Valores limítrofes da circunferência de cintura, associados ao desenvolvimento de


complicações relacionadas à obesidade:

RISCO DE COMPLICAÇÕES METABÓLICAS ASSOCIADAS À OBESIDADE


ELEVADO MUITO ELEVADO
HOMENS ≥ 94 cm ≥ 102 cm
MULHERES ≥ 80 cm ≥ 88 cm
Fonte: OMS, 1998.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• RELAÇÃO CINTURA QUADRIL - RCQ:

A razão cintura – quadril (RCQ) é o indicador mais frequentemente utilizado para


identificar o tipo de distribuição de gordura corporal, sendo determinada pela fórmula
abaixo:

RCQ = CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA


CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

Na aplicação prática, uma relação superior a 1 (um) para homens e 0,85 para
mulheres é indicativa de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Todavia, o
uso desta medida vem diminuindo por conta das limitações que a mesma apresenta. Por
exemplo: influência pela estrutura pélvica, dependência do grau de obesidade e incapacidade
de diferenciação dos depósitos de gordura visceral e subcutânea.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Estudos recentes recomendam a medida isolada da circunferência da cintura, tendo


em vista que sua medida independe da altura e correlaciona-se fortemente com o IMC. Esta
medida parece ter melhor predição do tecido adiposo visceral quando comparada com a
RCQ.
Vale ressaltar que a OMS (1997) recomenda a utilização da medida da cintura com
cautela, visto que é necessário um maior número de estudos que verifiquem a variabilidade
dos pontos de corte em diferentes populações. Além disto, a medida da cintura é muito
variável em termos de sua localização ou posição, especialmente em indivíduos obesos e
idosos.
Pequenas alterações na medida da circunferência da cintura podem gerar
importantes diferenças na interpretação do resultado. Sendo assim, a técnica para sua
obtenção deve ser padronizada.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS
• INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPÓREA:

Estudos indicam que a forma pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é mais
importante do que a gordura corporal total na determinação do risco individual de doenças.
Por esta razão, em indivíduos obesos ou com tendências à obesidade é fundamental a
utilização de indicadores que determinem este tipo de distribuição. Denomina-se distribuição
androide (obesidade abdominal), quando o tecido adiposo está concentrado na região
abdominal, e ginóide (obesidade inferior) quando este tecido se concentra principalmente na
região do glúteo, quadris e coxas. É de importância clínica a identificação da distribuição da
gordura corporal, visto que a obesidade abdominal está associada ao desenvolvimento de
doenças cardiovasculares e metabólicas.
Vale ressaltar que a gordura abdominal é composta de gordura abdominal
subcutânea e visceral e que, dependendo do tipo predominante de gordura, a obesidade
pode ser classificada como subcutânea ou visceral, sendo esta última de maior risco à saúde.
ANTROPOMETRIA - CIRCUNFERÊNCIAS

• INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPÓREA - CONTINUAÇÃO:

Pesquisas recentes mostram que, na obesidade abdominal pode ser classificada como
subcutânea ou visceral, sendo esta última de maior risco à saúde. Pesquisas recentes
mostram que, na obesidade abdominal visceral, ocorre exacerbação de alterações
metabólicas, como estímulo da produção de VLDL (indiretamente LDL), estimulação da
gliconeogênese, redução da captação de glicose pelos músculos resultando em
hiperglicemia, hiperlipidemia e hiperinsulinemia, que são distúrbios metabólicos
potencialmente aterogênicos. Desta forma, a mensuração da quantidade de gordura visceral,
além da avaliação do grau de obesidade e do tipo de distribuição de gordura corporal, parece
ser relevante para avaliar o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.
ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
A espessura da dobra cutânea reflete a espessura da pele e tecido adiposo
subcutâneo em locais específicos do corpo. A aferição da dobra é um método relativamente
simples, de baixo custo e não invasivo, para estimar a gordura corporal total, porém exige
que o avaliador seja bem treinado.

São medidas que expressam a quantidade de tecido adiposo corporal, por meio de
medida da espessura de algumas dobras/pregas cutâneas e utilizando equações matemáticas
(preditivas) que sempre devem ser adequadas à população avaliada, por faixa etária, sexo,
etnia, atividade física, entre outras características. O seu uso correto depende
de uma adequada coleta das medidas, e para tanto se deve seguir as instruções
de locais padronizados para sua coleta e posteriormente fazer a escolha da
melhor equação a ser utilizada.
OBS: As medidas de pregas não são consistentes em situações
de obesidade mórbida e edema.
ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
As principais dobras utilizadas são:

• Dobra cutânea triciptal – DCT;


• Dobra cutânea biciptal – DCB;
• Dobra cutânea subescapular – DCSE;
• Dobra cutânea suprailíaca – DCSI.

Porém existem outras dobras cutâneas também utilizadas,


especialmente em atletas:

• Dobra cutânea peitoral ou do tórax – DCP;


• Dobra cutânea abdominal – DCA;
• Dobra cutânea da coxa – DCC;
• Dobra cutânea da panturrilha – DCPant.
ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
Técnicas de medição das principais pregas cutâneas
PREGAS CUTÂNEAS TÉCNICAS DE MEDIÇÃO
TRICIPITAL No mesmo ponto médio utilizado para a CB, separa levemente a prega do braço não
dominante, a desprendendo do tecido muscular, e aplicar o adipômetro formando um
ângulo reto. O braço deverá estar relaxado e solto ao lado do corpo.
BICIPITAL Com a palma da mão voltada para fora, marcar o local da medida 1 cm acima do local
marcado para a prega tricipital. Segurar a prega verticalmente aplicar o adipômetro no
local marcado.
SUBESCAPULAR Marcar o local logo abaixo ao ângulo inferior da escápula. A pele é levantada 1 cm abaixo
do ângulo inferior da escápula, de tal forma que possa observar um ângulo de 45◦ entre
esta e a coluna vertebral. O adipômetro deverá ser aplicado estando o indivíduo com os
braços e ombros relaxados .
SUPRA ILÍACA A prega deverá ser formada na linha média axilar, com o dedo indicador logo acima da
crista ilíaca, na posição diagonal, ou seja, seguindo a linha de clivagem natural da pele no
lado direito do indivíduo.
ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PELAS PREGAS CUTÂNEAS:

1) Pela Prega Cutânea Tricipital (PCT):


É a mais rotineiramente usada na prática clínica. Sua medida isolada é comparada ao
padrão de referência e a adequação é calculada pela fórmula:

Adequação da PCT (%) = PCB obtida (cm) X 100


PCT percentil 50

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO A PCT:

Fonte: Blackburn, G.L. & Thornton, P.A., 1979


ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PELAS PREGAS CUTÂNEAS:

2) Pela Somatória das dobras cutâneas para determinar o percentual de gordura corporal
(% GC);
Utiliza o somatório das 4 pregas (DCT, DCB, DCSE e DCSI) para adultos
eutróficos.
OBS: Esta avaliação não contempla indivíduos com sobrepeso ou obesos.

Classificação do Estado Nutricional de indivíduos adultos de ambos os sexos, de acordo com o


percentual de gordura corporal:

Fonte: Lohman, 1992.


ANTROPOMETRIA - PREGAS CUTÂNEAS

SOMA DAS 4 PREGAS CUTÂNEAS PARA


CÁLCULO DO PERCENTUAL DE GORDURA
(FONTE: DURNIN & WOMERSLEY, 1974)
ANTROPOMETRIA:
COMPOSIÇÃO CORPORAL
ANTROPOMETRIA - COMPOSIÇÃO CORPORAL
A massa tecidual humana pode ser quimicamente separada em dois grupos:

• MASSA GORDA (gordura corporal;


• MASSA MAGRA (massa livre de goordura).

Extraindo a gordura corporal do peso total do indivíduo, se obtém a massa magra que,
por sua vez, é constituída por proteínas, água intra e extracelular e conteúdo mineral ósseo.
ANTROPOMETRIA - COMPOSIÇÃO CORPORAL
A avaliação da composição corporal permite diagnosticar possíveis anormalidades
nutricionais, proporcionando maior eficiência nas intervenções nutricionais. O
acompanhamento longitudinal dos compartimentos corporais, de massa magra e gordura,
possibilita compreender suas modificações resultantes de várias alterações metabólicas, além
de identificar precocemente os riscos à saúde associados a níveis excessivamente altos ou
baixos de gordura corporal associados ao desenvolvimento de riscos nutricionais.
Existem vários métodos de referência para a aferição dos compartimentos corporais,
como a hidrodensitometria, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, a
densitometria por duplo fóton, a contagem total de potássio, a análise de ativação de
nêutrons e a diluição de isótopos. No entanto, eles apresentam custo elevado, requerem alta
tecnologia, local apropriado, avaliadores especializados, além de algumas técnicas serem
invasivas. Por todos estes fatores, estes métodos se tornam limitados para aplicação na
prática clínica e em estudos populacionais.
ANTROPOMETRIA:
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
ANTROPOMETRIA - BIA
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA:
Este método se baseia no princípio da condutividade elétrica para estimativa dos
compartimentos corporais. Os tecidos magros são altamente condutores de corrente
elétrica pela grande quantidade de água e eletrólitos; Por outro lado, a gordura e o osso
são pobres condutores. A avaliação é realizada com o paciente deitado, com as pernas
afastadas e os braços em paralelo afastados do tronco. Os eletrodos pletismográficos são
colocados em locais específicos da mão e do pé do lado dominante.
ANTROPOMETRIA - BIA
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA:
Por meio de eletrodos distais é introduzida uma corrente imperceptível que é captada
pelos eletrodos proximais. Assim, os valores de resistência e reatância obtidos são
utilizados para o cálculo dos percentuais de água corporal, massa magra e gordura
corporal através de um software fornecido pelo fabricante. Existem ainda aparelhos de
BIA portáteis que imprimem de imediato os valores da composição corporal.
A BIA é um método de avaliação da composição corporal altamente aceito pela
comunidade científica, inclusive na identificação do estado de hidratação dos indivíduos.
Todavia, os resultados podem ser afetados por fatores como:

• ALIMENTAÇÃO;
• INGESTÃO DE LÍQUIDOS;
• DESIDRATAÇÃO OU RETENÇÃO HÍDRICA;
• USO DE DIURÉTICOS;
• CICLO MENSTRUAL.
ANTROPOMETRIA - BIA
PREPARO PARA O EXAMA DA BIA:
• Jejum hídrico e sólido nas 4 horas que antecedem o teste;
• Não praticar atividade física moderada ou intensa nas 12 horas
que antecedem o teste;
• Urinar dentro dos 30 minutos que antecedem o teste;
• Não consumir bebidas alcoólicas nas 48 horas que
antecedem o teste;
• Não ingerir medicamentos diuréticos nos 7 dias que
antecedem o teste;
• Não avaliar mulheres com retenção aumentada de líquidos
em função do estágio de seu ciclo menstrual;
• Não avaliar pacientes com marcapasso;
• Não avaliar gestantes.
ANTROPOMETRIA:
DENSITOMETRIA ÓSSES (DEXA)
ANTROPOMETRIA - DEXA
DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA:
A utilização do método de densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA) na
avaliação da composição corporal, permite a medida tanto da massa óssea quanto do
conteúdo corporal de gordura e massa magra. A confirmação da excelente acurácia e do
pequeno erro de precisão do exame, através de estudos comparativos com a análise química
da carcaça de animais, tornou-o referência para o estudo de composição corporal em seres
humanos.

A densitometria por DEXA do corpo inteiro é o único método que avalia diretamente
todos os compartimentos corporais (massa óssea, massa muscular e água, massa gordurosa),
sem inferir dados a partir da medida de apenas um compartimento. No exame da composição
corporal por DEXA , a água corporal está incorporada ao compartimento de massa magra
(músculos), não afetando a medida do conteúdo de gordura ou de tecido ósseo.
ANTROPOMETRIA - DEXA
DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA:
Os demais métodos não-invasivos para avaliação da composição corporal (análise da
ativação de nêutrons, submersão na água, água marcada, potássio corporal total, etc)
requerem a realização de mais de um destes exames para complementação de dados, pois
avaliam apenas um compartimento corporal, inferindo os demais. Além disso são
trabalhosos, caros e não estão disponíveis na prática clínica, ficando restritos aos
laboratórios de pesquisa.

O exame de Bioimpedância é baseado no princípio que


a impedância ou resistência a uma corrente elétrica está relacionada ao volume e
comprimento do condutor, no caso, o corpo humano. Hoffler demonstrou que a quantidade
de água corporal é diretamente proporcional ao volume e comprimento do corpo e
inversamente relacionada `a resistência elétrica , em seres humanos.
ANTROPOMETRIA - DEXA
DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA:
Deste modo, pode-se predizer o conteúdo de água corporal, da massa livre de gordura
e considerando o conteúdo mineral uma constante relacionada à altura, pode-se inferir o
percentual de gordura. Embora seja um método simples, portátil e de baixo custo, não é capaz
de predizer a massa muscular melhor do que o Índice de Massa Corpórea
[peso(kg) / (altura)2(m2) ]. Particularmente em obesos, em que a água corporal não é uma
constante como em indivíduos magros normais, o método tende a superestimar os valores de
massa gordurosa.

Existem inúmeras aplicações clínicas do estudo da composição corporal,


particularmente na Medicina Esportiva, Obesidade, Anorexia, reabilitação motora de doenças
neuro-musculares e em avaliações nutricionais. Outras aplicações incluem a monitorização das
alterações de massa magra e de gordura esperadas nos pacientes em uso de hormônio de
crescimento, corticosteróides, esteróides sexuais e nos transplantados em uso de
imunosupressores.
ANTROPOMETRIA - DEXA

DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA:

Uma vantagem adicional da Densitometria por DEXA é a determinação da


composição regional, permitindo o estudo particularizado de braços, pernas, tronco e
abdômen. A adiposidade abdominal, que está relacionada à resistência insulínica, dislipemia
e hipertensão arterial, representa um risco adicional para doença cardio-vascular e
diabetes.

O exame, por ser não-invasivo, é muito simples para o paciente, não requer nenhum
preparo e tem duração de 10-15min . A radiação é extremamente baixa, semelhante à
radiação ambiental que recebemos num dia de sol, podendo ser repetido quantas vezes for
necessário. O exame é particularmente útil em crianças pela praticidade e fornece uma
ótima avaliação da aquisição de massa óssea.
ANTROPOMETRIA - DEXA
DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA:
Os coeficientes de variação ( CV% ) dos parâmetros avaliados na composição
corporal são comparáveis aos obtidos nos exames de densitometria da coluna lombar e
fêmur, em torno de 1 a 2%, oferecendo boa reprodutibilidade de resultados. Apenas a
massa de gordura apresenta um CV% um pouco mais elevado, em torno de 3-4%,
provavelmente relacionado a heterogeneidade dos tecidos moles em pacientes obesos.

A calibração do densitômetro permite a avaliação de indivíduos com percentual de


gordura entre 4 e 50 %, até 135 kg e com medida sagital na altura do abdômen de até 30
cm, perdendo muito sua precisão a partir destes limites. É importante salientar que a água
corporal está incluída no compartimento da massa magra, e portanto distúrbios da
hidratação que são observados nas insuficiências cardíaca, renal, hepática, síndromes
nefróticas, diabetes e envelhecimento (maior hidratação muscular e fibrose) podem alterar
os valores obtidos, não devendo ser interpretados como alteração de massa muscular.
MÉTODOS OBJETIVOS DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

• ANTROPOMETRIA

• COMPOSIÇÃO CORPÓREA

• PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

• CONSUMO ALIMENTAR
AVALIAÇÃO
BIOQUÍMICA
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
Na avaliação do estado nutricional, os parâmetros bioquímicos são utilizados como
complementos dos dados de história referentes aos exames físico, clínico e antropométrico.

Os exames bioquímicos podem auxiliar na avaliação de risco, no diagnóstico e no


acompanhamento nutricional de crianças e adolescentes, pois permitem identificar e
monitorar morbidades associadas ao excesso de peso, tais como a dislipidemia e alterações
no metabolismo dos glicídicos. Além disso, os exames bioquímicos contribuem para o
diagnóstico de deficiência de micronutrientes, antes mesmo que os sinais e sintomas clínicos
da deficiência possam ser observados.

É importante ressaltar que a interpretação dos resultados dos exames laboratoriais


deve sempre levar em conta a condição clínica, a condição nutricional prévia, a presença de
resposta inflamatória e equilíbrio hídrico.
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Alguns exames utilizados


na avaliação do estado nutricional

1: Indica hemácias com maior teor de hemoglobina;


2: Significa a diferença entre o tamanho das hemácias em
um esfregaço sanguíneo, que será mais intensa, quanto
mais intenso for o esgotamento da medula óssea ou do
grau da anemia.
Fonte: (OLIVEIRA, 2003; CUPPARI, 2005).
BIOQUÍMICA:
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
BIOQUÍMICA - PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

A diminuição da concentração sérica das proteínas de prevalente síntese


hepática pode ser um bom índice de desnutrição proteico-energética. A queda
na concentração destas proteínas indicaria diminuição da biossíntese hepática
em virtude do limitado suprimento de substratos energéticos e proteicos,
comumente associados à desnutrição. Todavia, é importante entender que
numeroso fatores, além dos nutricionais, podem modificar a concentração das
proteínas séricas, entre elas variações do estado de hidratação, hepatopatias,
aumento no catabolismo, infecção ou inflamação e etc.
BIOQUÍMICA - PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
BIOQUÍMICA:
ÍNDICE DE CREATININA – ALTURA
(ICA)
BIOQUÍMICA - ICA

A perda de volume muscular é uma característica importante da desnutrição proteico-


energética e sua estimativa é valiosa na determinação do estado nutricional. A dosagem da
creatinina urinária de 24h se correlaciona com o músculo esquelético, sendo utilizada como
parâmetro para identificar as condições da massa muscular do organismo.
O ICA é calculado pela seguinte fórmula:

ICA (%) = Creatinina urinária do indivíduo nas 24h (mg) X 100


Creatinina urinária ideal (mg)

Um ICA de 60 a 80% é indicativo de depleção moderada da massa muscular, enquanto


valores menores de 60% apontam depleção grave.
BIOQUÍMICA - ICA

LIMITAÇÕES:

Este método não deve ser utilizado na insuficiência renal e na fase aguda pós
traumática, além de ser influenciado por atividade física intensa e ingestão de carnes na
dieta.

CONSIDERAÇÕES:

É fundamental que haja precisão na coleta da urina de 24h, uma vez que uma coleta
com erro de apenas 15 minutos nas 24h pode acarretar um erro de 1% no valor final!
EXCREÇÃO DE CREATININA URINÁRIA
IDEAL, DE ACORDO COM A ESTATURA,
PARA HOMENS (FONTE: WALSER, 1987)
EXCREÇÃO DE CREATININA URINÁRIA
IDEAL, DE ACORDO COM A ESTATURA,
PARA MULHERES (FONTE: WALSER, 1987)
BIOQUÍMICA:
COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA
COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA
A relação entre estado nutricional e imunidade é evidente e confirmada por vários
estudos. A depressão da imunidade celular e humoral é um fato observado à medida que a
desnutrição progride. Sabe-se que uma alimentação inadequada provoca a diminuição do
substrato para a produção de imunoglobulinas e células de defesa, que apresentam sua
síntese diminuída proporcionalmente à condição nutricional, podendo o indivíduo se tornar
anérgico. Com isto, a avaliação da resposta imunológica auxilia muito na identificação de
alterações nutricionais.

Os testes imunológicos mais frequentemente utilizados na avaliação do estado


nutricional são as contagens de linfócitos totais e os testes de hipersensibilidade cutânea
retardada em resposta a vários antígenos. Pelo fato da linfocitopenia e energia estarem
associadas a um aumento do risco de infecções e de outras complicações, estes testes são
também utilizados como pare de índices prognósticos.
BIOQUÍMICA – CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS
A contagem total de linfócitos – CTL, mede as reservas imunológicas momentâneas,
indicando as condições do mecanismo de defesa celular do organismo. Pode ser calculada a
partir do leucograma, utilizando o percentual de linfócitos e a contagem total de leucócitos.

CTL = % de linfócitos X leucócitos


100

Os resultados podem ser interpretados das seguintes formas:

• Depleção leve: 1.200 a 2,000/mm³;


• Depleção moderada: 800 a 1.199/m³;
• Depleção grave: < 800/ mm³
BIOQUÍMICA – TESTES CUTÂNEOS
Os testes cutâneos permitem avaliar a imunidade celular por meio da
hipersensibilidade cutânea tardia a antígenos específicos. Os antígenos comumente utilizados
são:
Candidina Tricofitina
Estreptoquinase Estreptodoquinase
Varidase Tuberculina

A administração destas substâncias é intradérmica, e após 24 a 72 hora, avalia-se o


diâmetro da induração formada. Os resultados podem ser interpretados da seguinte forma:

• Depleção moderada: 5 a 10 mm de induração;


• Depleção grave: < 5 mm de induração.
BIOQUÍMICA – TESTES CUTÂNEOS

Baterias de testes podem ser realizados com antígenos diferentes, desde que em
tempos distintos. Se considera reativo o indivíduo que apresenta duas ou mais respostas
positivas, relativamente anérgico o que apresenta um resposta positiva e anérgico o que não
apresenta reposta positiva.

LIMITAÇÕES:

LINFOCITOMETRIA E TESTES CUTÂNEOS PODEM SOFRER INFLUÊNCIA DE FATORES


NÃO NUTRICIONAIS COMO INFECÇÕES, DOENÇAS (CIRROSE, HEPATITE, QUEIMADURAS,
ETC.) E MEDICAÇÕES.
BIOQUÍMICA:
MONITORAÇÃO DA TERAPIA
NUTRICIONAL
BIOQUÍMICA – BALANÇO NITROGENADO

Realizado o diagnóstico nutricional, a conduta instituída precisa ser periodicamente


avaliada. A excreção urinária de nitrogênio sob a forma de nitrogênio uréico é medida para
avaliar a adequação da reposição proteica em indivíduos que estão recebendo terapia
nutricional.

Quando o nitrogênio diário total excretado na urina como uréia e amônia, junto com
as perdas menores de nitrogênio nas fezes e na pele (cerca de 4g), é igual ao nitrogênio
liberado durante o metabolismo de proteínas exógenas e endógenas, se considera que o
indivíduo está em balanço neutro. Quando a ingestão de nitrogênio é maior que a excreção,
se considera que o indivíduo está em balanço positivo, ou seja, o anabolismo de proteínas é
maior do que o catabolismo. Observa-se tal situação nos períodos de crescimento, na
gravidez e quando estão sendo formados tecidos novos, como ocorre após lesões, cirurgias
ou desnutrição prolongada.
BIOQUÍMICA – BALANÇO NITROGENADO
Quando a excreção de nitrogênio é maior que o consumo, se considera que o
indivíduo está em balanço nitrogenado negativo, ou seja, o catabolismo de proteínas é maior
do que o anabolismo. Esta situação ocorre quando a ingestão de proteínas ou energia da
dieta é insuficiente para atender às necessidades do indivíduo .

O balanço nitrogenado é calculado por meio da fórmula abaixo:

Ingestão proteica 24 hora (g) / 6,25 – nitrogênio uréico urinário 24 horas (g) + 4g

CONSIDERAÇÕES

NÃO DEVE SER UTILIZADO EM PACIENTES COM DOENÇAS RENAIS OU QUE APRESENTEM
PERDAS ANORMAIS DE NITROGÊNIO DEVIDO À PRESENÇA DE DIARREIA, FISTULAS
GASTROINTESTINAIS E ETC.
Avaliação
Nutricional:
(Métodos Subjetivos)
MÉTODOS SUBJETIVOS DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

• EXAME FÍSICO

• AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG)


SEMIOLOGIA
NUTRICIONAL
BASES DA ECTOSCOPIA

O exame físico é um método clínico utilizado para detectar


sinais e sintomas associados à desnutrição. Esses sinais e sintomas
apenas se desenvolvem em estágios avançados da depleção
nutricional. Por esta razão, o diagnóstico da deficiência nutricional
não deve se basear exclusivamente neste método.

Além disto, algumas enfermidades apresentam sinais e sintomas


semelhantes aos apresentados na desnutrição, sendo importante
conhecer a história clínica do paciente para evitar um diagnóstico
nutricional incorreto.
BASES DA ECTOSCOPIA
SEMIOLOGIA:

É a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças


humanas e animais. A semiologia é muito importante para o diagnóstico da maioria
das enfermidades.

Sintoma: É toda a informação subjetiva descrita pelo paciente;


Sinal: Refere-se a toda alteração objetiva, que afeta algum dos
sentidos do examinador (uma mancha na pele, por exemplo).
BASES DA ECTOSCOPIA
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL:

Exame físico que engloba a inspeção, palpação e ausculta. É um momento de


identificação de sinais que podem levar a sintomas não informados pelo paciente, a
semiologia nutricional é um instrumento obrigatório do processo de avaliação
nutricional.

AVALIAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS CORPÓREOS:


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL:

• Exame físico direcionado (quadro clínico);


• Emagrecimento;
• Alteração do apetite;
• Aspectos fisionômicos;
• Estado de humor;
• Alteração dos diversos grupos musculares;
• Formas do abdome;
• Evidências de perda de gordura.

E principalmente, o significado da semiologia nutricional em relação a doença e


estado nutricional.
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL

SEMIOLOGIA NUTRICIONAL:

• Exame físico da cabeça aos pés:


• Cabelo;
• Pele;
• Face, olhos;
• Lábios, boca, língua;
• Unhas;
• Tórax, dorso, membros;
• Abdome, tecido subcutâneo, sistema musculoesquelético.
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
FÁCIES (AGUDO E CRÔNICO):

FÁCIES AGUDO: Exausto, cansado, não consegue manter olhos abertos por muito
tempo. Músculos orbiculares palpebrais são os primeiros que se cansam.

Cuidado!!!: Alteração nível de consciência (coma), doença neurológica, drogas


sedativas ou trauma.

FÁCIES CRÔNICO: Paciente parece deprimido, triste, pouco diálogo. Estado de


humor comprometido. Depressão?? Muitas vezes o que esta motivando um
paciente a se comportar como deprimido é a desnutrição. (avaliação psicológica e
nutricional)
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
ANEMIA :
Coloração da pele (corado ou descorado) Região palmoplantares,
conjuntival e labial.

PALIDEZ ANEMIA
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
DESIDRATAÇÃO:
Inúmeras causas:
• Ingestão menor que necessidade;
• Perda excessiva;
• Vômitos;
• Diarreia;
• Fístula digestiva;
• Sudorese e poliúria.

COMO INVESTIGAR??
• Solicitar que o paciente produza salivação;
• Brilho dos olhos;
• Umidade das mucosas (gengival e conjuntival);
• Examinar o turgor da prega (pinçando). Quando solta a prega se desfaz
rapidamente, pele hidratada. Pele desidratada, a prega se desfaz lentamente.
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
ICTERÍCIA:

Coloração amarelada da pele e esclerótica, causada por maior concentração de


bilirrubina, pigmento biliar.

ICTERÍCIA E ESTADO NUTRICIONAL:

Geralmente implica alterações na absorção de vitaminas lipossolúveis.


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
MUSCULATURA TEMPORAL E BOLA GORDUROSA DE BICHART:

Atrofia temporal, como tudo em propedêutica nutricional tem que ocorrer


bilateralmente. Se a atrofia for unilateral, descartar causa neurológica.

Atrofia bitemporal, nos mostra que o paciente parou de mastigar ou deixou de usar a
mastigação como fonte principal de ingestão alimentar (dieta hipocalórica).

3 A 4 SEMANAS JÁ EXISTE ATROFIA DA MUSCULATURA.


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
BOLA GORDUROSA DE BICHART (BGB):

A perda da bola gordurosa de Bichart esta relacionada com redução prolongada de


reserva calórica (massa gorda) . Primeiramente o paciente atrofia a musculatura temporal, o
consumo da BGB, fica para uma fase mais tardia. Sinal “asa quebrada” - perda de BGB e
musculatura temporal.
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
CAVIDADE ORAL:

Língua: magenta, glossite (complexo B), branca (falta mastigação), queilite angular
(Riboflavina e Vitamina C), monilíase (imunodeficiência), deficiência de zinco.

GLOSSITE MAGENTA QUEILITE ANGULAR MONILÍASE DEFICIÊNCIA DE ZINCO


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
EXAME FÍSICO DA MASSA MUSCULAR:

Região do pesco Região do pescoço e clavícula: Supra e infraclaviculares e da fúrcula


esternal. A atrofia destas regiões indica que o paciente já perdeu massa muscular há muito
tempo (perda crônica).
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
EXAME FÍSICO DA MASSA MUSCULAR:
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
EXAME FÍSICO DA MASSA MUSCULAR:

Membros superiores, atrofia da musculatura bi e tricipital; Músculo adutor do


polegar; Trapézio, deltóide. Membros inferiores, quadríceps femoral; Musculatura sem tônus
muscular, musculatura empastada astada (empastamento muscular).
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
ABDOME:
Distendido, plano ou escavado

Abdome escavado: significa que o paciente esta privado de alimento há muito tempo.
Perda de reserva calórica e baixa imunidade.

OBS: Nem todo o desnutrido apresenta abdome escavado, mas o desnutrido com abdome
escavado provavelmente não tem ascite.

PLANO ESCAVADO DISTENDIDO


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
ABDOME:
ASCITE  Acúmulo de líquidos na cavidade abdominal
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
LOCAL SINAIS ASSOCIADOS À DESNUTRIÇÃO POSSÍVEL DEFICIÊNCIA OU
DOENÇA
CABELO PERDA DO BRILHO NATURAL, SECO; FINO E ESPARSO; DESPIGMENTADO; SINAL DE KWASHIOKOR E, MENOS COMUM,
BANDEIRA; FÁCIL DE ARRANCAR SEM DOR MARASMO
CEGUEIRA NOTURNA VITAMINA A, ZINCO

MANCHAS DE BITOT, XEROSE CONJUNTIVAL E DE CÓRNEA; CERATOMALACIA VITAMINA A


OLHOS
INFLAMAÇÃO CONJUNTIVAL RIBOFLAVINA, VITAMINA A

VERMELHIDÃO E FISSURAS NOS EPICANTOS RIBOFLAVINA, PIRIDOXINA

DEFEITO NA CAMPO DA RETINA VITAMINA E

ESTOMATITE ANGULAR, QUEILOSE RIBOFLAVINA, PIRIDOXINA, NIACINA

LÍNGUA INFLAMADA ÁCIDO NICOTÍNICO, ‘’ACIDO FÓLICO,


BOCA RIBOFLAVINA, VITAMINA B12,
PIRIDOXINA E FERRO
LÍNGUA MAGENTA (PÚRPURA) RIBOFLAVINA

FISSÚRA NA LÍNGUA NIACINA


SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
LOCAL SINAIS ASSOCIADOS À DESNUTRIÇÃO POSSÍVEL DEFICIÊNCIA OU
DOENÇA
BOCA ATROFIA DAS PAPILAS RIBOFLAVINA, NIACINA, FERRO

REDUÇÃO DA SENSIBILIDADE AO SABOR ZINCO

HEMORRAGIA GENGIVAL VITAMINA C, RIBOFLAVINA

PERDA DO ESMALTE DENTÁRIO FLÚOR, ZINCO

AUMENTO DA TIREÓIDE IODO


GLÂNDULAS
AUMENTO DA PARATIREÓIDE INANIÇÃO

XEROSE, HIPERQUERATINOSE FOLICULAR VITAMINA A

PETÉQUIAS (PEQUENAS HEMORRAGIAS) VITAMINA C

HIPERPIGMENTAÇÃO NIACINA
PELE PALIDEZ FERRO, VITAMINA B12, FOLATO

SEBORRÉIA NASOLABIAL RIBOFLAVINA, ÁCIDOS GRAXOS


ESSENCIAIS
DERMATOSE VULVAR E ESCROTAL RIBOFLAVINA
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
LOCAL SINAIS ASSOCIADOS À DESNUTRIÇÃO POSSÍVEL DEFICIÊNCIA OU
DOENÇA
DERMATOSE COSMÉTICA DESCAMATIVA KWASHIOKOR
PELE
PELAGRA ÁCIDO NICOTÍNICO

MACHUCA FACILMENTE VITAMINA K OU C

UNHAS QUEBRADIÇAS, RUGOSAS, COILONÍQUAS FERRO

TECIDO SUBCUTÂNEO EDEMA KWASHIOKOR

GORDURA ABAIXO DO NORMAL INANIÇÃO, MARASMO

TÓRAX FRAQUEZA DA MESCULATURA RESPIRATÓRIA PROTEÍNA, FÓSFORO

SISTEMA HEPATOESPLENOMEGALIA KWASHIOKOR


GASTROINTESTINAL
SISTEMA AUMENTO DO CORAÇÃO, TAQUICARDIA TIAMINA
CARDIOVASCULAR
SEMIOLOGIA – AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICONAL
LOCAL SINAIS ASSOCIADOS À DESNUTRIÇÃO POSSÍVEL DEFICIÊNCIA OU
DOENÇA
DESGASTE MUSCULAR INANIÇÃO, MARASMO

OSSOS DO CRÂNIO FRÁGEIS, FOSSA FRONTOPARIETAL KWASHIOKOR

ALARGAMENTO EPIFISÁRIO, PERSISTÊNCIA DA ABERTURA DA FONTANELA ANTERIOR E VITAMINA D


SISTEMA MÚSCULO
PERNA EM X
ESQUELÉTICO
ROSÁRIO RAQUÍTICO VITAMINA D OU C

FROUXIDÃO DAS PANTURRILHAS TIAMINA

ALTERAÇÃO PSICOMOTORA KWASHIOKOR

PERDA SO SENSO VIBRATÓRIO E DE POSIÇÃO E DA CAPACIDADE DE CONTRAÇÃO DO TIAMINA, VITAMINA B12


PUNHO, FRAQUEZA MOTORA, PARESTESIA
SISTEMA NERVOSO DEMÊNCIA NIACINA, VITAMINA B12, TIAMINA

NEUROPATIA PERIFÉRICA TIAMINA, PIRIDOXINA, VITAMINA E

TETANIA CÁLCIO, MAGNÉSIO

DESORIENTAÇÃO AGUDA FÓSFORO, NIACINA


Avaliação Subjetiva
Global
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG

Inicialmente foi desenvolvida para avaliar o estado nutricional


de pacientes hospitalizados no pós operatório, a ASG vem sendo
largamente utilizada em diversas condições clínicas. A avaliação se
baseia na história clínica e no exame físico do indivíduo.

A história clínica consiste em abordar aspectos como a redução


de peso nos últimos seis meses, alterações na ingestão dietética,
presença de sintomas gastrointestinais (náuseas, êmese, anorexia e
diarréia) e capacidade funcional relacionada ao estado nutricional.
Assim, cada ítem é classificado em A, B ou C, conforme a gravidade.
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG

O exame físico inclui aspectos como a perda de gordura


subcutânea (na região abaixo dos olhos, tríceps e bíceps), a perda
muscular (têmporas, clavícula, ombros, escápula, costelas , músculos
interósseos do dorso da mão joelho, panturrilha e quadríceps), a
presença de edema resultante da desnutrição e ascite, os quais serão
definidos como normal, leve, moderado ou severo. Por meio da
combinação destes parâmetros subjetivos de avaliação nutricional, os
pacientes são classificados em: Bem nutrido, desnutrido leve /
moderado ou desnutrido grave.
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG
AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - ASG
Prescrição
Nutricional
PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

• PRESCREVER  Determinar, receitar ou ministrar.


• PRESCRIÇÃO DIETÉTICA:
• Intervenção por meio da dieta visando a melhoria/manutenção da saúde
do indivíduo.
• É a determinação e o registro do planejamento alimentar elaborado para
um indivíduo.
RESOLUÇÃO CFN nº 304/2003

Considera a prescrição dietética como ato privativo do nutricionista e que


este, ao elaborá-la, utiliza métodos e técnicas terapêuticas específicos

Art. 1º. Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte da assistência hospitalar,
ambulatorial, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio.
Art. 2º. A prescrição dietética deve ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no
diagnóstico nutricional.
Art. 3º. Compete ao nutricionista elaborar o diagnóstico nutricional com base nos dados
clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos.
RESOLUÇÃO CFN nº 390/2006

Regulamenta a prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo


nutricionista
PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

• FORMA SINTÉTICA:
• Composta por características químicas e
físicas.
• FORMA ANALÍTICA OU DETALHADA:
• É a forma sintética convertida em
alimentos e nutrientes.
PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

• OBJETIVO:
• Documentar o cuidado prestado ao cliente.
• Trocar informações, auxiliando e
promovendo as atividades de todos os
profissionais envolvidos no cuidado ao
paciente.
PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

Designa o tipo, quantidade, frequência e via de ingestão dos alimentos,


incluindo as necessidades energéticas diárias (baseadas no peso pré-
determinado), as quantidades e qualidade de PTN, LIP, CHO, quantidades de
minerais e vitaminas, além de líquidos, fibras, características físicas e outros
aspectos que se fizer necessário.
PLANEJAMENTO DIETÉTICO

PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES

• Planejar:
• É o ato de projetar um trabalho, determinando metas e objetivos, coordenando
meios e recursos para atingi-los
• Planejamento dietético:
• Visa promover uma alimentação saudável e específica às necessidades nutricionais do
indivíduo
PLANEJAMENTO DIETÉTICO

COLETA
DE ANÁLISE OBJETIVOS AÇÕES
DADOS
PLANEJAMENTO

ANÁLISE
PLANEJAMENTO
PLANEJAMENTO
PLANEJAMENTO
• Leis Fundamentais da Alimentação (Pedro Escudero)
• Quantidade: Deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas e de nutrientes
do organismo – “per capita” alimentar; suficiente para funcionamento do organismo,
manutenção da saúde.
• Qualidade: O Plano Alimentar deve ser completo em sua composição (não deve omitir
nenhum nutriente) e para tal, deve ter variedade – inclusão de todos os grupos
alimentares. Considerar grau de maturação, conservação e condições de consumo dos
alimentos.
PLANEJAMENTO

• Harmonia: A quantidade dos diversos nutrientes que integram a


alimentação deve guardar uma relação de proporção entre si. Dieta
equilibrada; biodisponibilidade dos nutrientes.
• Adequação: Dieta individualizada (estado fisiológico, peso, estado
nutricional, idade, sexo, disponibilidade de alimentos, renda, gasto
energético, atividade física)
PLANEJAMENTO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
• FINS: Especificação de objetivos
• MEIOS: Seleção dos procedimentos e técnicas destinadas a atender aos objetivos e metas
(Métodos de VET, recomendações de nutrientes, distribuição de macro, características
físicas e etc.)
• RECURSOS: Levantamento dos recursos disponíveis → custo dos alimentos propostos,
adequação à renda do paciente
• IMPLANTAÇÃO: Definir os procedimentos de execução do plano proposto → escolha dos
métodos, dos alimentos, das recomendações e orientações, prescrição dietética
• CONTROLE: Como avaliar o plano proposto
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

CONSIDERAR
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

• CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
• ENERGIA
• PROTEÍNAS AÇÕES
• CARBOIDRATOS
• LIPÍDEOS
• VITAMINAS/MINERAIS
• ÁGUA
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

• CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
• CONSISTÊNCIA
• FRACIONAMENTO AÇÕES
• VOLUME
• TEMPERATURA
• CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS
• FIBRAS
LÍQUIDOS
LÍQUIDOS
LÍQUIDOS

• Recomendação (AI)  Anormalidades funcionais da desidratação (referência


ingestão americanos)
• Recomendação de líquidos totais – jovens (19 a30 anos):
• Homens - 3,7L /dia
• Mulheres - 2,7L/dia
CÁLCULO DOS LÍQUIDOS DA DIETA
CÁLCULO DA ÁGUA
METABÓLICA
• OXIDAÇÃO DOS NUTRIENTES
• 1g CH = 0,60 ml
• 1g Ptn = 0,42 ml
• 1g Lip = 1,07 ml
EXEMPLO – CÁLCULO DA ÁGUA METABÓLICA

• Adulto, sexo feminino, VET =2000 Kcal


• Recomendação Hídrica = 2,7 L/dia

DIETA OXIDAÇÃO ÁGUA METABÓLICA


CHO = 320G X 0,6 = 192
PTN = 50G X 0,42 = 21
LIP = 60G X 1,07 = 64,2
277,2 ml
EXEMPLO – CÁLCULO DA INGESTÃO DE LÍQUIDOS
• Adulto com VET =2000Kcal
• Recomendação = 2,7 L/dia
• Alimentos Líquidos do cardápio = 600ml
• Água metabólica = 277,2 ml
• Líquidos do cardápio + água metabólica = 877,2 ml

• Quantidade de Água ??
• Líquidos totais = Água + H2O metabólica + alimentos líquidos do cardápio
• Água: RH – (H2OBmetabólica + alimentos líquidos)
• Água: 2700 – 877,2 = 1822,8 ml / 200ml (copo padrão)= 9,11 
APROXIMADAMMENTE 9 copos de água por dia
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

Esta característica está ligada a existência de substâncias que transmitem


maior ou menor sabor e aroma.
• CONDIMENTOS
• Sal de cozinha, açúcar
• Condimentos ácidos - vinagre, suco de limão
• Ervas e especiarias
• Folhas - manjericão, louro, coentro, manjerona, orégano, salsa, alecrim
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

• SABOR SUAVE:
• Possuem quantidades mínimas de substâncias sápidas e aromáticas
• SABOR INTENSO:
• Possuem grandes quantidades de substâncias sápidas e aromáticas
ATENÇÃO

“Toda prescrição deve ser


individualizada; necessita fazer as
adaptações inerentes a cada
indivíduo”.
“Sempre justificar as condutas com
critérios técnicos e científicos”.
AVALIAÇÃO DA CONDUTA:
CONSULTAS DE RETORNO

• ACEITAÇÃO DA DIETA PELO PACIENTE


• EVOLUÇÃO / INVOLUÇÃO DA DIETA
• LEVANTAMENTO DE LIMITAÇÕES / DIFICULDADES
PELO PACIENTE
• AVALIAÇÃO DO ALCANCE DOS OBJETIVOS
ESTABELECIDOS
• INTERCORRÊNCIAS
Obrigada!
paty.trindad

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