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Área de Treinamento

“O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios.”


(Michel de Montaigne)

Você encontrará, nos próximos capítulos, questões dos últimos 5 anos dos concursos de Residência Médica. As questões
da década de 1990 serão utilizadas em um momento oportuno.

Leia cada questão com muita atenção e aproveite ao máximo os comentários. Se necessário, retorne ao texto de sua apostila.

Sugerimos que você utilize esta Área de Treinamento fazendo sua autoavaliação a cada 10 (dez) questões. Dessa forma,
você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho.

Estude! E deixe para responder as questões após 72 horas. Fazê-las imediatamente pode causar falsa impressão.

O aprendizado da Medicina exige entusiasmo, persistência e dedicação. Não há fórmula mágica. Renove suas energias e se
mantenha cronicamente entusiasmado.

Boa sorte! Você será Residente em 2016!

Atenciosamente,
Dr. Gama
Coordenador Acadêmico
SJT Obstetrícia – 2016

“Todos nós conhecemos pessoas que, em circunstâncias muito difíceis,


como no caso de uma doença terminal ou grave incapacidade física, man-
têm uma força emocional admirável. Como sua integridade nos inspira!
Nada causa impressão mais forte e duradoura no ser humano do que per-
ceber que alguém superou o sofrimento, transcendeu as circunstâncias
e abriga e expressa valores que inspiram, enobrecem e dão mais sentido
à vida.”
Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes
Stephen R. Covey
Sumário
1 Questões para treinamento – Fecundação e Embriogênese, Diagnóstico de
Gravidez, Pré-natal, Prescrição em Obstetrícia e Grávida HIV+ ....................................5
2 Gabarito comentado ...................................................................................................................................30
3 Questões para treinamento –
Relações uterofetais, bacia e
contratilidade uterina ..................................................................................................................................52
4 Gabarito comentado ................................................................................................................................... 61
5 Questões para treinamento –
Trabalho de parto, partograma e
vitalidade fetal................................................................................................................................................. 68
6 Gabarito comentado ...................................................................................................................................95
7 Questões para treinamento –
Doença hipertensiva específica da gravidez,
diabete melito e gestação .....................................................................................................................111
8 Gabarito comentado ................................................................................................................................ 130
9 Questões para treinamento –
Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR,
Poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio .......................................................................................................145
10 Gabarito comentado ................................................................................................................................160
11 Questões para treinamento –
Hemorragia da primeira metade da gestação ......................................................................172
12 Gabarito comentado ................................................................................................................................ 183
13 Questões para treinamento –
Hemorragia da segunda metade da gestação ..................................................................... 191
14 Gabarito comentado ................................................................................................................................ 201
15 Questões para treinamento –
Temas gerais ................................................................................................................................................. 208
16 Gabarito comentado ................................................................................................................................................. 235

883
Questões Comentadas
Questões para Treinamento

Fecundação e embriogênese, diagnóstico de


gravidez,pré-natal, prescrição em obstetrícia
1
e grávida HIV+

“Combinar o conhecimento de todos gera mais conhecimento da mesma forma que combinar feijão e arroz gera
mais proteína..”
Elizabeth Hilts.

UFPR – 2015 a) náuseas e vômitos


1. Considerando que uma paciente secundigesta teve b) menor produção de muco pelas células glandulares
como data da última menstruação dia 09/10/2014, a da endocérvice
data provável do parto calculada pela regra de Näge- c) epistaxe, hipercifose e hiperlordose de coluna vertebral
le será: d) sopro cardíaco sistólico e hidronefrose
a) 20/06/2015
b) 09/07/2015  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) 10/07/2015
d) 16/07/2015 IAMSPE – 2015
e) 20/07/2015 4. Na grávida a termo, pode-se afirmar que:
a) o volume corrente não se altera
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) a capacidade residual funcional e diminuída
c) as alterações da capacidade residual funcional e do
UEPA – 2015 volume minuto tornam mais segura a anestesia
2. Com relação à propedêutica da gravidez, analise as d) o volume minuto esta diminuído
afirmativas abaixo. e) o volume de reserva expiratório esta aumentado

I. O sinal de Jacquemier-Kluge é a visualização de co-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


loração arroxeada do vestíbulo e da parede vaginal
anterior, após a oitava semana de gestação.
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015
II. O Sinal de Piskacek corresponde à assimetria ute-
5. O uso do suplemento periconcepcional de ácido fóli-
rina observada ao toque no início da gravidez.
co reduz o risco de ocorrência de:
III. Sinal de Negri é a presença do útero nos fundos
a) defeitos de fechamento de tubo neural
de saco laterais, mostrando sua transformação de pi-
b) crescimento intrauterino restrito
riforme para globoso.
c) doença hemolítica perinatal
IV. O Sinal de Spalding é a superposição dos ossos da
d) prematuridade
calota craniana, aparecendo cerca de 12 horas após o
e) aneuploidias
óbito fetal, em exames de imagem.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
A alternativa que contém todas as afirmativas CORRE-
TAS é:
a) I FMJ – 2015
b) I, II e III 6. A suplementação periconcepcional de ácido fólico
c) I e III para prevenção de malformação fetal tem como ob-
d) II e IV jetivo a redução da ocorrência e recorrência de:
e) III e IV a) cardiopatias
b) agenesia renal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) malformações esqueléticas
d) malformações digestivas
e) defeitos abertos do tubo neural
UERN – 2015
3. Durante a gravidez podemos encontrar, EXCETO:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
6
Obstetrícia | Questões para treinamento

Hospital Angelina Caron – 2015 UFMA – 2015


7. Com relação a repercussões da gravidez sobre o siste- 10. Primigesta de 19 anos comparece em consulta de pré-
ma urinário, é CORRETO afirmar que: -natal na 8ª semana de gestação, trazendo sorologia
a) ocorre redução na produção de renina para toxoplasmose IgG e IgM positiva. Assinale a res-
b) ocorre redução na reabsorção tubular de sódio posta CORRETA.
c) ocorre redução na excreção de glicose a) solicitar teste de avidez, e se for alta avidez, iniciar
d) o fluxo plasmático renal está reduzido na gravidez tratamento com espiramicina
e) a taxa de filtração glomerular cresce cerca de 50% b) trata-se de infecção recente, repetir sorologia em 3
na décima segunda semana e assim se mantém até a semanas. Considerar tratamento com esquema trí-
trigésima sexta semana de gestação plice se mantiver IgG e IgM positivos
c) solicitar teste de avidez, se mostrar baixa avidez, há
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
possibilidade de infecção durante a gestação. Deve
iniciar tratamento com espiramicina imediatamente
UFMA – 2015 d) não há necessidade de outros exames. Paciente com
8. Na gravidez, há modificações importantes do sistema toxoplasmose crônica
endócrino e imunológico a fim de proporcionar um e) iniciar imediatamente tratamento com espiramicina
desenvolvimento normal da gestação. Sobre essas al- + sulfadiazina + ácido folínico
terações, pode-se afirmar:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) a hiperestrogenemia, na gestação, promove feedback
negativo na produção de cortisol, sendo assim, os ní-
veis de cortisol no sangue materno são baixos, quase Hospital Albert Einstein – 2015
indetectáveis por volta da 26ª semana 11. Mulher de 24 anos, primigesta, veio à consulta pré-
b) os níveis de ocitocina não aumentam no sangue -natal em 24/03/2014. Refere ciclos menstruais de 28
materno com o progredir da gravidez, porém há dias, regulares, e teve sua última menstruação de 25
aumento da afinidade aos seus receptores, fazendo a 29/12/2013. Qual a data provável do parto (DPP) e a
com que a capacidade de ligação da ocitocina no idade gestacional (IG) no dia da consulta?
miométrio no momento do parto seja bastante ele- a) DPP: 01/10/2014, IG: 12 semanas e 5 dias
vada, apesar dos níveis pouco elevados do hormônio b) DPP: 25/09/2014, IG: 12 semanas e 5 dias
c) a atividade da renina plasmática está elevada, favo- c) DPP: 05/10/2014, IG: 12 semanas e 1 dia
recendo aumento considerável da concentração da d) DPP: 29/09/2014, IG: 12 semanas e 1 dia
aldosterona e, consequentemente, promovendo hi-
pernatremia e hipopotassemia no sangue materno  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) ocorre diminuição da resposta imunológica celular,
porém sem alteração da resposta humoral, visto que
o nível de linfócitos B não sofrem alterações Hospital Albert Einstein – 2015
e) a concentração média do TSH materno no primeiro 12. Constituem modificações gravídicas gerais do orga-
trimestre é menor que a concentração no 2º e 3º tri- nismo materno:
mestre da gestação a) aumento do volume de reserva expiratória e da fre-
quência respiratória
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) aumento do tempo de esvaziamento gástrico e hipo-
atividade da vesícula biliar
c) hipermotilidade do trato urinário e polaciúria
UFMA – 2015
d) hemodiluição e diminuição da concentração de fibri-
9. Segundo o Ministério da Saúde, dentre as alterna-
tivas abaixo, qual apresenta exames que devem ser nogênio sanguíneo
solicitados na primeira consulta de pré-natal de uma  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
paciente de 18 anos, primigesta e sem comorbidades?
a) tipagem sanguínea (ABO e Rh) / urocultura / anti-
-HIV / VDRL/ toxoplasmose (IgM e IgG) Hospital Albert Einstein – 2015
b) citopatologia do colo uterino / glicemia de jejum / 13. As vacinas seguras e indicadas durante uma gestação
sorologia (IgM e IgG) para citomegalovírus, rubé- normal são:
ola e toxoplasmose a) febre amarela e coqueluche
c) tipagem sanguínea (ABO e Rh) / urocultura / anti- b) hepatite A e rubéola
-HIV / VDRL / HBsAg e citomegalovírus (IgG IgM) c) hepatite B e varicela
d) tipagem sanguínea (ABO e Rh) / urocultura / anti- d) tétano e difteria
-HIV / VDRL / US obstétrica / anti-HBs e citome-
galovírus (IgG e IgM)  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) tipagem sanguínea (ABO e Rh) / urocultura / anti-
-HIV / VDRL / Coombs indireto / glicemia de je-
jum / perfil lipídico IAMSPE – 2015
14. Durante a assistência pré-natal, deve-se pedir o teste
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA de Coombs indireto para:

SJT Residência Médica – 2016


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1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

a) todas as gestantes a) os principais eletrólitos do organismo, sódio e po-


b) somente para as gestantes Rh negativo tássio, estão elevados em valores absolutos, mas com
c) somente para gestantes Rh negativo e parceiro Rh concentração diminuída
positivo b) o estrogênio altera o padrão de estimulação do cen-
d) somente para gestantes Rh negativo com parceiro tro respiratório, tornando-o mais sensível às altera-
Rh positivo ou com tipagem desconhecida ções da pCO2
e) somente para gestantes Rh negativo com parceiro c) a contagem de leucócitos pode chegar a 25.000/dL
Rh positivo e do mesmo grupo no sistema ABO d) dentre as modificações cardiovasculares, observa-
mos desdobramento da primeira bulha cardíaca e
sopro sistólico suave em 20% das gestantes
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
INCA – 2015
15. O organismo materno sofre mudanças anatômicas
UFF – 2015
e funcionais durante a gravidez, nas mais variadas
18. A alteração fisiológica da gravidez caracteriza-se por:
esferas – molecular, bioquímica, hormonal, celular
a) diminuição do ritmo de filtração glomerular
e tecidual – para, en昀椀m, reorganizar a função de b) redução do tônus do esfíncter esofágico inferior
todos os órgãos e aparelhos de forma harmônica, c) elevação da resistência vascular periférica
tornando-se capaz de rede昀椀nir um novo equilíbrio d) redução do volume sanguíneo
adaptativo para a presença de um feto. Sobre as re- e) elevação da motilidade intestinal
percussões da gravidez no organismo materno mar-
que a opção CORRETA.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) a partir da segunda metade da gravidez, inicia-se o
período catabiótico com lipólise, gliconeogênese e UFSC– 2015
resistência periférica à insulina, para manter o des- 19. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
vio de glicose para o feto TE à pergunta abaixo.
b) a concentração de hemoglobina e o volume eritroci- Qual a principal função da gonadotrofina coriônica?
tário absoluto encontram-se reduzidos na gravidez a) estimular a função hipofisária
c) a secreção gástrica está aumentada na gravidez sendo b) manter a secreção de progesterona placentária
a principal causa de azia e refluxos gastroesofágicos c) manter o corpo lúteo
d) os principais fatores de coagulação alterados na gra- d) estimular a produção do lactogênio placentário
videz são XI e XIII, levando a um quadro de hiper- e) estimular o desenvolvimento das gônadas fetais
coagulabilidade na gravidez
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UNAERP– 2015
INCA – 2015 20. O ultrassom de primeiro trimestre para avaliar risco
16. Sobre assistência ao pré-natal assinale a a昀椀rmativa para cromossomopatias não pesquisa:
CORRETA. a) translucência nucal
a) o número total de consulta preconizado pela Orga- b) avaliação do ducto venoso
nização Mundial de Saúde, não deve ser inferior a c) medida do ângulo frontomaxilar
dez consultas d) presença de golf-ball
b) a êmese gravídica ocorre normalmente no segundo e) presença do osso nasal
trimestre e os sintomas são principalmente náuseas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e vômitos
c) os batimentos cardiofetais devem ser auscultados
em toda consulta por um minuto. A ausculta normal UNAERP– 2015
deverá ser entre 110 e 160 bpm 21. No sistema cardiocirculatório da gestante ocorre as
d) a ultrassonografia no 1° trimestre deve ser realiza- seguintes mudanças:
da em torno de 13 semanas e via transvaginal, salvo a) aumento do volume sanguíneo acompanhando pro-
com recusa da paciente porcionalmente do aumento da celularidade verme-
lha levando ao estado de hemodiluição, ou anemia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA fisiológica da gestação
b) diminuição da resistência vascular e aumento da
frequência cardíaca, levando a aumento dos níveis
Santa Casa – BH– 2015 pressóricos
17. As modificações apresentadas a seguir ocorrem como c) diminuição do débito cardíaco, inicialmente à custa
consequência das adaptações maternas à gravidez, do volume sistólico e, após a segunda metade da ges-
EXCETO: tação, à custa do aumento da frequência cardíaca

SJT Residência Médica – 2016


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Obstetrícia | Questões para treinamento

d) queda da pressão sanguínea à custa da diminuição da FMABC – 2015


resistência periférica e pela adição de um circuito de 24. Gestante 29 semanas, com dois tratamentos prévios
baixa pressão através da circulação uteroplacentária para sífilis, um inadequado, e outro completo com 3
e) aumento do débito cardíaco, inicialmente à custa do doses de Penicilina Benzatina, apresentando persis-
volume sistólico e, após a segunda metade da gesta- tência dos títulos de VDRL após término do esque-
ção, diminuição do débito cardíaco à custa do au- ma. Segue abaixo resultados de VDRL:
mento da frequência cardíaca
VDRL 1:64
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA janeiro 2014 (realizou tratamento inadequado)
1:64
VDRL maio 2014
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 (realizou três doses de peni-
(gestante de
cilina benzatina comprova-
22. Em relação ao rastreamento da sífilis na gestação é 7 semanas)
das por documentação)
CORRETO afirmar que:
VDRL
a) o adequado tratamento penicilínico da sífilis após 1: 128
novembro 2014
teste de rastreamento positivo até 30 dias antes do
parto faz com que o recém-nascido seja considerado
Qual a conduta?
tratado intraútero
a) considerar o resultado falso positivo e pesquisar co-
b) o rastreamento deve ser feito por testagem sorológi-
lagenoses
ca em pelo menos dois momentos na gestação, por b) considerar falha no tratamento e tratar a gestante
teste não treponêmico com uma dose de penicilina benzatina
c) o rastreamento é feito atualmente somente por teste c) considerar a falha no tratamento e tratar a gestante
não treponêmico novamente com as três doses de penicilina benzati-
d) o rastreamento por quimioluminescência descarta na
a necessidade do exame de VDRL no processo de d) solicitar FTA-abs e não tratar a gestante até sair o
rastreamento resultado
e) a elevação de títulos do VDRL em quatro ou mais
vezes (exemplo: de 1:2 para 1:8) em relação ao últi-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mo exame deve ser considerado cicatriz sorológica

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA FMABC – Clínica Médica – 2015


25. Quais antibióticos podem ser usados para tratamen-
to da infecção do trato urinário na gestante, pois são
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 considerados seguros para a mãe e o bebê?
23. Em relação ao tratamento e controle da sífilis na a) Ciprofloxacina e Cefalexina
gestação para gestante de 23 anos, Gesta 1, 14 sema- b) Amoxacilina e Sulfametoxazol-Trimetoprim
nas de gestação com VDRL 1:8, assintomática e sem c) Amoxacilina e Cefalexina
antecedente de diagnóstico de doença ou tratamen- d) Ciprofloxacina e Sulfametoxazol-Trimetoprim
to anterior para esta doença, assinale a alternativa
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
CORRETA:
a) considerar como sífilis latente tardia e tratar com
Penicilina G benzatina 2.400.000 UI IM (1.200.000 FMJ – 2015
UI em cada região glútea), durante 3 semanas , com 26. Quanto ao principal agente etiológico da bacteriú-
controle de VDRL mensal ria assintomática na gestação e a necessidade de seu
b) considerar como sífilis recente e tratar com Peni- tratamento:
cilina G benzatina 2.400.000 UI IM (1.200.000 UI a) Strepto agalactiae é o mais frequente e precisa ser
em cada região glútea), dose única, com controle de tratado
VDRL mensal b) Proteus é o mais frequente e não precisa ser tratado
c) considerar como sífilis secundária e tratar com Pe- c) Klebsiela é o mais frequente e precisa ser tratado
nicilina G benzatina 2.400.000 UI IM (1.200.000 d) Enterococcus é mais frequente e não precisa ser
UI em cada região glútea), durante 2 semanas, com tratado
controle de VDRL trimestral e) E. coli é o mais frequente e precisa ser tratado
d) considerar como sífilis primária e tratar com Penici-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
lina G benzatina 2.400.000 UI IM (1.200.000 UI em
cada região glútea), durante 3 semanas, com contro-
le de VDRL trimestral Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015
e) não tratar, pois se trata de cicatriz sorológica, man- 27. É indiscutível a grande ação hormonal durante a
tendo controle de VDRL conforme a rotina gravidez. Alguns hormônios tem ação importantes
como agir no remodelamento do tecido conjuntivo do
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sistema reprodutor para acomodar o parto e aumen-

SJT Residência Médica – 2016


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1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

tando a flexibilidade articular durante a gestação. d) impede a absorção maciça de derivados do alcatrão
O hormônio relacionado a esses efeitos, secretado e) tem pouca ação nos cigarros chamados de baixo teor
pelo corpo lúteo, decídua e placenta é:
a) gonadotrofina coriônica humana  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) TRH
c) relaxina Santa Casa – SP – 2015
d) prolactina II 32. Gestante de 35 anos de idade iniciou pré-natal com
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 12 semanas de gravidez, momento em que apre-
sentou, na sorologia para toxoplasmose, lgG e lgM
negativos. Agora está com 24 semanas, e nova soro-
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 logia solicitada para a mesma doença mostra lgG e
28. Entre os achados ultrassonográficos anormais em lgM positivos. Não há comorbidades. Qual a melhor
exames morfológicos de segundo trimestre, assinale conduta nesse momento?
qual não está relacionado a alterações gênicas: a) realizar teste de avidez lgG
a) onfalocele b) iniciar espiramicina 3 g/dia e indicar amniocentese
b) gastrosquise c) iniciar tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e
c) holoprosencefalia ácido folínico, alternados com espiramicina
d) higroma Cistico d) seguimento pré-natal habitual, sem necessidade de
uso de medicação específica para toxoplasmose ou
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA outras medidas investigativas
e) manter espiramicina 3 g/dia até o final do puerpério
tardio e suspender a amamentação
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015
29. Qual estrutura abaixo relacionada NÃO faz parte da  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
composição do cordão umbilical?
a) geleia de Wharton
b) artéria umbilical UEPA – 2015
c) âmnio funicular 33. Em relação à transmissão vertical do HIV, analise as
d) veia umbilical afirmativas abaixo:
e) notocórdio
I. A cesariana eletiva com 38 semanas pode reduzir a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA transmissão do HIV para o recém-nascido em com-
paração com o parto vaginal.
II. A triagem para HIV durante o pré-natal e o parto
Hospital Santa Marta – 2015 e a introdução de terapia antirretroviral para as ges-
30. Uma paciente de 24 anos de idade, G3PN2A0, com tantes soropositivas são medidas 100% eficazes para
atraso menstrual de seis semanas, procurou assistên- evitar a transmissão vertical do HIV.
cia médica devido à cólica abdominal associada a um III A partir de 1997 vem havendo uma tendência de
pequeno sangramento vaginal. A ecografia transvagi- aumento da transmissão vertical do HIV, segundo o
nal realizada no pronto-socorro mostrou endométrio sistema de notificação.
espesso, e o médico procedeu a curetagem uterina. O IV O aleitamento materno prolongado melhora a
laudo do anatomopatológico do material encaminha- imunidade do RN reduzindo a chance de transmis-
do evidenciou reação de Arias-Stella. Considerando são vertical do HIV.
esse caso hipotético, assinale a alternativa que apre-
senta a hipótese diagnóstica mais provável. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) abortamento incompleto a) I
b) abortamento inevitável b) I, II e III
c) gestação anembrionada c) I e III
d) gestação tópica viável d) II e IV
e) gestação ectópica e) III e IV

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

IAMSPE – 2015 UEPA – 2015


31. Na gestante fumante, a nicotina: 34. Quanto à assistência pré-natal, identifique se são ver-
a) provoca vasoespasmo uteroplacentário dadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações abaixo:
b) favorece a formação de carboxi-hemoglobina a par-
tir do CO da fumaça do cigarro 1. Segundo preconizado pela Organização Mundial
c) inibe a formação da cianeto-hemoglobina a partir da Saúde (OMS) e o Programa de Humanização no
dos cianetos da fumaça pré-natal e Nascimento (PHPN), do Ministério da

SJT Residência Médica – 2016


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Obstetrícia | Questões para treinamento

Saúde do Brasil, o número mínimo de consultas pré- d) a principal causa de anemia na gestação é a deficiên-
-natais em gestantes de risco habitual não deve ser cia de ácido fólico
inferior a seis, e dependerá da idade gestacional na e) a lecitina é o principal componente tenso ativo do
primeira consulta. ( ) surfactante e tem sua produção acelerada por volta
2. Considerando as seis consultas, elas deveriam ser da 32ª semana de gestação
assim distribuídas: uma no primeiro trimestre, duas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
no segundo e três no terceiro. ( )
3. Pensando uma situação ideal para o calendário
das consultas de pré-natal para gestantes sem risco UFPR – 2015
reprodutivo adicional, é razoável manter retornos 37. Gestante de 32 anos HIV+, com 20 semanas de gesta-
mensais até a 32ª semana, quinzenais da 32ª até a 36ª, ção, virgem de tratamento antirretroviral, apresenta
e semanais até o nascimento. ( ) os seguintes exames: HbsAg reagente, anti-Hbc total
4. Nas consultas do segundo trimestre deve-se utilizar reagente, HbeAg reagente e anti-Hbe negativo. Tem
contagem de CD4 de 500 cels/mm³ e carga viral do
as quatro manobras de Leopold-Zweifel para definir a
HIV 50.000 cópias. Entre as condutas terapêuticas
situação, atitude, apresentação e posição fetal. ( )
abaixo, assinale a mais indicada para essa paciente.
5. O teste de Coombs indireto deve ser repetido a cada
a) AZT + lamivudina + lopinavir/ritonavir
três meses em gestantes Rh negativas não isoimuniza- b) tenofovir + lamivudina + raltegravir
das e que não tenham recebido a imunoglobulina anti- c) iniciar com AZT + lamivudina + nevirapina
-Rh(D). Caso elas tenham recebido essa imunoglobu- d) entecavir + lamivudina + AZT
lina, o teste de Coombs indireto perde o valor. ( ) e) tenofovir + lamivudina + lopinavir/ritonavir

Assinale a alternativa que apresenta a sequência  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


CORRETA, de cima para baixo.
a) V, V, F, F, F AMP – 2015
b) V, V, V, V, V 38. Com relação ao desenvolvimento fetal, assinale abai-
c) V, F, V, F, V xo aquela que seja CORRETA.
d) F, F, V, F, F a) o cordão umbilical é composto por duas veias e
e) V, V, V, F, V uma artéria
b) no pulmão fetal ocorrem trocas gasosas e a circu-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA lação pulmonar oferece elevada resistência ao fluxo
sanguíneo
UFG – 2015 c) a primeira intercomunicação vascular que o sangue
oxigenado encontra, ao adentrar no organismo fetal,
35. Uma paciente inscrita no programa de pré-natal de
é o canal arterioso
baixo risco realiza rastreamento para toxoplasmose
d) no coração fetal, o sangue proveniente da veia cava
na primeira consulta de oito semanas e são verifica-
inferior tem seu maior volume encaminhado prefe-
dos resultados de IgG e IgM negativos. Na 20ª sema- rencialmente para o átrio direito, via forame oval
na, solicita-se novo exame e são identificados IgG e e) o sangue proveniente da veia cava superior, por sua
IgM positivos com teste de avidez demonstrando bai- vez, adentra no átrio direito e tem seu fluxo direcio-
xa avidez. Nesse caso, a conduta adequada é: nado ao ventrículo direito pela crista interveniens
a) realizar orientação por se tratar de infecção remota
antes da gestação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) realizar o tratamento durante toda a gestação
c) repetir os testes com três semanas AMP – 2015
d) realizar o tratamento durante três semanas 39. Com relação aos cuidados de seguimento pré-natal
de gestantes com doenças renais, assinale aquela que
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
for INCORRETA.
a) detecção precoce da pré-eclampsia sobreposta
UFPI – 2015 b) avaliação do desenvolvimento e do bem estar fetal
36. Sobre as assertivas abaixo, marque a opção CORRETA. c) detecção precoce de bacteriúria assintomática ou
a) os centros de ossificação, ao final da 12ª semana de ges- confirmação da infecção urinária e seu tratamento
tação, estão presentes e o CCN está entre 12 e 13 cm d) monitorização cuidadosa da pressão arterial para
detecção precoce de hipertensão e seu imediato tra-
b) as modificações na consistência uterina podem ser
tamento
notadas pela palpação abdominal ainda no primeiro
e) avaliação trimestral da função renal por meio da do-
trimestre da gravidez
sagem de creatinina sérica e proteinúria de 24 horas
c) a ultrassonografia morfológica do segundo trimestre
deve ser solicitada entre 25 e 27 semanas de gestação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


11
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

AMP – 2015 c) bacteriúria assintomática é o fator predisponente


40. São indicações para o aconselhamento genético da para complicação para cistite
gestante, EXCETO: d) bacteriúria assintomática não evolui para pielonefrite
a) abortamento habitual e) bacteriúria assintomática quando diagnosticada
b) pais com translocações balanceadas com qualquer nível de contagem de colônias não
c) idade materna avançada (= ou > de 45 anos) necessita de tratamento antibiótico
d) filho anterior com cromossomopatia e/ou doença
gênica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) testes pré-natais alterados: translucência nucal au-
mentada, alteração à ultrassonografia morfológica e
rastreamento bioquímico anormal Instituto de Olhos de Goiânia – 2015
44. A troca gasosa entre a mãe e o feto é:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) favorecida pelo gradiente da pO2
b) dificultada pela afinidade da hemoglobina fetal ao
Hospital Albert Einstein – 2015 oxigênio
41. De acordo com as diretrizes atuais da Federação c) dificultada pela moderada hiperventilação da gestante
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obste- d) favorecida pela baixa concentração de hemoglobina
trícia (FEBRASGO), a pesquisa vaginal e retal ma- do lado fetal
terna de Streptococcus do grupo B deve ser realizada e) dificultada pela maior afinidade do CO2 no sangue
durante o pré-natal: materno
a) no início do segundo trimestre para todas as gestantes
b) entre 35 e 37 semanas para todas as gestantes  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) apenas nos casos de risco materno para infecções
d) apenas nos casos de colo uterino curto à ultrassono-
grafia Instituto de Olhos de Goiânia – 2015
45. Com relação à Endocrinologia da gravidez, é COR-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA RETO afirmar que:
a) o fenômeno apical do β-hCG ocorre após 20 sema-
Hospital Albert Einstein – 2015 nas da gestação
42. O sistema cardiovascular passa por adaptações du- b) na gravidez avançada, o estradiol representa 90%
rante a gravidez para permitir o adequado desenvol- dos estrogênios totais eliminados
vimento da gestação. Assinale a alternativa que apre- c) a placenta elabora estrogênio a partir do colesterol
senta a modificação circulatória CORRETA: d) a placenta elabora lactogênio placentário, tireotrofi-
a) aumento do débito cardíaco, aumento do volume na coriônica, estrogênico e progesterona
plasmático, diminuição da reatividade vascular, di- e) a concentração sérica materna de lactogênio placen-
minuição da resistência periférica tário atinge seus maiores valores no 2º trimestre de
b) aumento do débito cardíaco, aumento do volume gestação
plasmático, aumento da reatividade vascular, dimi-
nuição da resistência periférica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) aumento do débito cardíaco, diminuição do volume
plasmático, diminuição da reatividade vascular, di-
minuição da resistência periférica PUC-PR – 2015
d) diminuição do débito cardíaco, aumento do volume 46. Com relação à realização de pré-natal de baixo risco,
plasmático, diminuição da reatividade vascular, di- assinale a alternativa CORRETA.
minuição da resistência periférica a) a pesquisa de estreptococo β-hemolítico não tem
e) diminuição do débito cardíaco, aumento do volume impacto, pois não reduz sepse neonatal
plasmático, diminuição da reatividade vascular, au-
b) o tratamento para sífilis em gestantes deve ser reali-
mento da resistência periférica
zado na Atenção Primária à Saúde, com recomenda-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ção de uso de penicilina
c) um bom pré-natal está relacionado proporcional-
mente à quantidade de ecografias obstétricas reali-
Hospital da Cruz Vermelha – 2015
zadas durante as primeiras 36 semanas
43. A infecção do trato urinário (ITU) é umas das situa-
ções clínicas com alta prevalência na gestação. Com d) é indicado realizar pesquisa de toxoplasmose em to-
relação à conduta da ITU na gestação no pré-natal é dos os trimestres, mesmo nas gestantes IgG positivo
CORRETO afirmar que: e IgM negativo
a) bacteriúria assintomática deve ser tratada sempre que e) uma vez realizada a glicemia de jejum no primeiro
a contagem de colônias for acima de 100000 colônias trimestre e esta esteja normal, não há necessidade de
b) bacteriúria assintomática deve ser rastreada por par- realizar exames subsequentes
cial de urina, análise de estearas leucocitárias e nitri-
to devido ao custo acessível  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


12
Obstetrícia | Questões para treinamento

PUC-PR – 2015 Santa Casa – BH– 2015


47. Primigesta na 11ª semana retorna à consulta de rotina 51. Com relação à fisiologia placentária, assinale a alter-
de pré-natal com os seguintes exames para toxoplas- nativa INCORRETA.
mose: Toxoplasmose IgG: Reagente; IgM: Reagente. a) para que ocorra a formação dos estrogênios são ne-
Foi solicitado teste de avidez de IgG específico para cessários precursores fetais e maternos
toxoplasmose, que teve como resultado baixa avidez. b) a progesterona é sintetizada no sinciciotrofoblasto
O relato corresponde: pela hidroxilação do colesterol materno
a) à imunidade à toxoplasmose c) as trocas de oxigênio são feitas por meio de difusão
b) à doença adquirida há mais de quatro meses simples
c) à doença aguda d) o transporte da glicose é feito via transporte ativo,
d) ao baixo risco de doença para o feto que é a transferência de uma substância contra o
e) à susceptibilidade à toxoplasmose gradiente químico

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

PUC-RS – 2015 SURCE– 2015


48. G2P1, atualmente com 11 semanas, apresenta IgG e 52. No dia 20 de outubro de 2014, Andrea vem para a
IgM positivos para toxoplasmose. Na primeira gesta- segunda consulta do seu pré-natal com seu Médi-
ção, há 3 anos, apresentava IgG e IgM negativos para co de Família. A data da última menstruação foi
toxoplasmose. Qual é a conduta a ser adotada? 17/07/2014. Ela apresenta a você os exames comple-
a) usar sulfametoxazol-trimetoprim mentares solicitados na primeira consulta, com os
b) realizar teste de avidez de IgG seguintes resultados:
c) usar espiramicina até o nascimento
d) aguardar nova sorologia (IgG/IgM) em 7-14 dias - Hb: 13 g/dL
e) iniciar tratamento fetal se houver alterações ultras- - Tipagem Sanguínea e Fator Rh: O+
sonográficas - Glicemia de Jejum: 76 mg/dL
- VDRL: não reagente
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA - Anti-HIV 1 e 2 : não reagentes
- Sorologia para toxoplasmose: IgM (+) e IgG (+)
PUC-RS – 2015 - HBsAg : não reagente
49. Gestante, com 38 semanas de gestação, apresenta HB- - Sumário de urina: sem alterações.
sAg positivo, HBeAg positivo e anti-HBc positivo.
Qual é a conduta obstétrica adequada? Baseando-se nas recomendações dos protocolos do
a) usar imunoglobulina hiperimune após início do tra- Ministério da Saúde, neste momento, qual a conduta
balho de parto mais adequada para esse caso?
b) indicar cesariana eletiva com 39 semanas a) iniciar espiramicina até o final da gestação
c) aguardar parto normal b) iniciar espiramicina e solicitar pesquisa de infecção
d) realizar cesariana eletiva após uso de imunoglobuli- fetal
na hiperimune c) iniciar espiramicina e solicitar teste de avidez para
e) realizar cesariana se houver ruptura das membranas IgG
por mais de 6 horas d) solicitar teste de avidez e, se confirmar a alta avidez,
iniciar espiramicina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

PUC-RS – 2015
50. Considerando a toxoplasmose na gestação, é CORRE- SURCE– 2015
TO afirmar que: 53. Paciente com gestação de 16 semanas, com histórico
a) resultados positivos para IgM com frequência per- vacinal de apenas uma dose de dT (dupla bacteriana
sistem por meses ou anos após a fase aguda do tipo adulto: difteria e tétano) na gravidez ante-
b) a contaminação fetal ocorre mesmo que a primo in- rior, há dois anos. Há a recomendação atual do MS
fecção tenha ocorrido antes da gestação (Ministério da Saúde)/SBIm (Sociedade Brasileira
c) o risco de contaminação fetal é menor, se a infecção de Imunizações/FEBRASGO (Federação Brasileira
ocorrer em idade gestacional avançada de Associações de Ginecologia e Obstetrícia) de for-
d) a gravidade da doença será menor, se a infecção necer proteção ao recém-nascido para a coqueluche
ocorrer em idade gestacional mais avançada (vacina dTpa - tríplice bacteriana acelular).
e) a avidez é inversamente proporcional ao tempo de Ante o exposto, como deve ser complementado o es-
ocorrência da infecção materna quema de vacinação desta gestante?
a) uma dose de dTpa imediata e outra com 60 dias
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) uma dose de dTpa imediata e uma de dT com 60 dias

SJT Residência Médica – 2016


13
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

c) uma dose de dT imediata e uma de dTpa após 20 UFSC– 2015


semanas 57. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
d) duas doses de dT com intervalo de 30 dias e uma de TE à pergunta abaixo.
dTpa após 24 semanas

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Gestante com 30 semanas apresenta bacteriúria assin-


tomática por Streptococcus agalactiae. Qual a condu-
ta a ser seguida?
SURCE– 2015
54. Gestante com diagnóstico de “transtorno afetivo bipo- a) não tratar imediatamente, mas administrar antibió-
lar” só percebeu a gestação na 18ª semana de evolu- tico profilático no parto
ção. Fazia uso de medicação especí昀椀ca e seu obstetra b) tratar imediatamente e fazer cultura vaginal e peria-
orientou que essa substância poderia causar anomalia nal para o S. agalactiae com 37 semanas
de Ebstein no feto. Qual das drogas abaixo se associa c) tratar imediatamente e administrar antibiótico pro-
mais fortemente com a malformação fetal referida?
filático no parto, independentemente de novos exa-
a) topiramato
b) carbamazepina mes
c) ácido valproico d) não tratar imediatamente, mas realizar cultura vagi-
d) carbonato de lítio nal e perianal com 37 semanas
e) tratar apenas se o número de colônias for maior que
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
105 e solicitar cultura vaginal e perianal próxima ao
parto
UFF – 2015
55. Apesar da existência de testes diagnósticos sensíveis e  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
de tratamento efetivo de baixo custo, a sífilis continua
sendo um problema de saúde pública no Brasil. Na
gravidez, consideramos que a conduta foi adequada e UFSC– 2015
o feto tratado quando observamos: 58. Gestante com dois partos normais anteriores e sem
morbidades tem uma infecção primária por herpes
I – o uso de Penicilina Benzatina genital próxima ao parto. Assinale a alternativa COR-
II – tratamento concluído pelo menos 30 dias antes
RETA, que apresenta a conduta a ser seguida.
do parto
III – parceiro tratado concomitantemente a) prescrever aciclovir e parto pode ser vaginal
b) prescrever aciclovir e indicar cesariana
Está CORRETO o contido em: c) não prescrever aciclovir e indicar cesariana
a) apenas I d) não prescrever aciclovir e parto pode ser vaginal
b) I e II e) via de parto depende da carga viral
c) I e III
d) II e III  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) I, II e III

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UNAERP– 2015


59. Gestante de 24 semanas comparece para realização de
UFF – 2015 ultrassom morfológico cujo achado foi: projeção em
56. O acompanhamento pré-natal permite o rastreio de região de inserção de cordão umbilical com presença
infecções que podem comprometer e evolução da ges- de alças intestinais em seu interior, sem sinais de ne-
tação ou ser transmitidas para os fetos, sendo correto,
crose. Qual o provável diagnóstico e qual orientação
por isso, afirmar que:
a) a gestante vacinada para Hepatite B não necessita de quanto à via de parto?
triagem laboratorial já que se encontra imunizada a) gastrosquise e parto vaginal
b) o teste anti-HIV pode ser realizado somente no ter- b) hérnia umbilical e parto vaginal
ceiro trimestre, permitindo a profilaxia da transmis- c) onfalocele e parto vaginal
são durante o parto d) gastrosquise e parto cesárea
c) a gestante não vacinada para Hepatite B, com resul-
e) onfalocele e parto cesárea
tado negativo para HBsAg, deve ser encaminhada
para vacinação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) um único resultado IgM negativo para toxoplasmo-
se é suficiente durante o prénatal
e) a realização de urinocultura, durante a gestação, so- UNITAU – 2015
mente se justifica quando encontramos alteração no 60. A imagem abaixo mostra um corte longitudinal de
EAS, que deve ser realizado trimestralmente
um útero gravídico de cerca de oito semanas. Sobre a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA imagem, é CORRETO afirmar que:

SJT Residência Médica – 2016


14
Obstetrícia | Questões para treinamento

UNICAMP – 2015
62. Mulher, 31a, hígida, primigesta, idade gestacional=
18 semanas. Retorna à consulta de pré-natal. Exames
laboratoriais: HBsAg = não reagente; anti-HBc = não
reagente; rubéola IgM = não reagente; IgG = não rea-
gente. Tem histórico vacinal desconhecido. As vacinas
recomendadas pelo ministério da saúde são:
a) hepatite B, influenza, tríplice viral e tríplice bacteria-
na acelular adulto
b) hepatite B, influenza e tríplice bacteriana acelular
adulto ou dupla bacteriana adulto
c) hepatite B, hepatite A e dupla bacteriana adulto
d) hepatite B, tríplice viral e tríplice bacteriana acelular
adulto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

a) a seta “A” indica a decídua capsular, componente fe-


tal da placenta UNICAMP – 2015
b) a seta “B” indica a cavidade amniótica 63. Mulher, 35a, G3P2(C2)A0, idade gestacional = 29
c) a seta “C” indica a cavidade celômica semanas. Refere antecedente de cirurgia bariátrica
d) a seta “D” indica a decidual parietal ou vera há 14 meses. Faz pré-natal regularmente, com trata-
e) todas as associações estão incorretas mento para anemia com sulfato ferroso (800 mg/dia)
desde as 16 semanas. Exames laboratoriais às 28 se-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA manas de gestação: Hb = 10,5 g/dL; VCM = 110 fL;
leucócitos = 3200/mm³; com presença de neutrófilos
hipersegmentados; plaquetas = 150000/mm³. A causa
UNITAU – 2015
da anemia é:
61. A imagem abaixo ilustra a circulação fetal. Assinale a
a) deficiência de cobalamina
alternativa na qual as letras indicam, respectivamen-
b) deficiência de tiamina
te, o forâmen oval e o duto venoso.
c) deficiência de niacina
d) deficiência de piridoxina

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNICAMP – 2015
64. Mulher, 25a, G1P0A0, idade gestacional = 26 sema-
nas. Refere febre, dor lombar há 1 dia e inapetência.
Exame físico: regular estado geral; T = 38,5 ºC; PA=
90 x 50 mmHg; FC = 120 bpm. Exame obstétrico: altu-
ra uterina = 25 cm; batimentos cardíacos fetais = 180
bpm. Fita urinária: nitrito positivo e leucoesterase
++/4+. Colhidos inicialmente urocultura e hemogra-
ma. As condutas são:
a) antibioticoterapia ambulatorial via oral e retornar
para resultado de exames
b) internar, antibioticoterapia via oral e urocultura de
controle após alta hospitalar
c) antibioticoterapia ambulatorial via oral, retornar
para resultados de exames e indicar profilaxia anti-
biótica
d) internar, antibioticoterapia intravenosa, indicar pro-
filaxia antibiótica e uroculturas periódicas

a) AeB  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


b) AeD
c) DeA
d) CeD UNICAMP – 2015
e) BeC 65. Mulher, 25a, refere último período menstrual há 7
semanas. Refere estar em uso de dispositivo intraute-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA rino (DIU). Teste de beta-hCG urinário = positivo. A

SJT Residência Médica – 2016


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1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

paciente refere que deseja continuar a gestação. Exa- c) o medicamento a ser utilizado, na fase latente tardia
me ginecológico: corda do DIU visível em colo uteri- da sífilis, é a penicilina benzatina 2,5 milhões de uni-
no. A conduta é: dades em dose única
a) retirar o DIU durante o exame ginecológico d) fazer controle de cura, sempre com exame de VDRL,
b) manter o DIU até vigésima semana com intervalo mensal
c) retirar o DIU se sangramento ou se sinais infecciosos
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) manter o DIU e agendar consultas de pré-natal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UNESP – 2015


69. Em maio de 2014, primigesta com 22 semanas de ges-
tação, apresentou carteira de vacinação com todas as
UFRN – 2015
vacinas do Programa Nacional de Imunização reali-
66. De acordo com o esquema de vacinação contra o téta- zadas e vacinação para influenza há 18 meses. Resul-
no, preconizado pelo Ministério da Saúde, para uma tados de exames sorológicos:
gestante que informa e comprova a realização de uma
dose da vacina dupla dT há 7 anos, a conduta é: Exame Resultado
a) completar o esquema, com a segunda dose sendo anti-HIV não reagente
feita no momento do parto e a terceira, no puerpério VDRL não reagente
b) reiniciar o esquema de 3 doses, pois a última vacina HBsAg não reagente
foi há mais de 5 anos, perdendo o efeito imunológico anti-HBs reagente
c) desconsiderar a dose feita anteriormente e usar o es- anti-Hbc reagente
quema tradicional de 3 doses, iniciando no terceiro toxoplasmose IgG reagente
trimestre toxoplasmose IgM não reagente
d) completar o esquema de 3 doses, sendo uma dT,
considerando válida a dose feita há 7 anos As vacinas que deveriam ser orientadas no pré-natal
são, apenas?
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) dupla adulta e influenza
b) dupla adulta e hepatite B
c) influenza e hepatite B
UFRN – 2015 d) dupla adulta, influenza e hepatite B
67. O organismo materno modifica-se a partir do mo-
mento da fecundação, mas, a partir de 20ª semana,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ocorre marcada modificação no sistema cardiovascu-
lar. Sobre essa alteração, é CORRETO afirmar:
UNIOESTE – 2015
a) a resistência vascular periférica aumenta para faci- 70. Na primeira consulta pré-natal, de acordo com o Mi-
litar a passagem de oxigênio e de nutrientes para o nistério da Saúde do Brasil (MS-Brasil), devem ser
feto no ambiente placentário solicitados os seguintes exames de rotina para todas
b) há uma redução na frequência cardíaca materna as gestantes, EXCETO:
para evitar que aconteça edema agudo de pulmão a) tipagem sanguínea
durante o parto b) hemoglobina/hematócrito (ou hemograma)
c) ocorre aumento de 50% no volume sanguíneo e 30% c) pesquisa do gene mutante da protrombina
no número de hemácias, caracterizando a anemia d) glicemia de jejum
fisiológica da gravidez e) VDRL
d) a pressão arterial aumenta, gradativamente, a cada
trimestre, para garantir a proteção fetal pelo aumen-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
to do aporte sanguíneo durante o trabalho de parto
UFRN – 2014
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
71. A sequência correta em relação ao desenvolvimento
embrionário é:
UFRN – 2015 a) blastocisto, segmentação, trofoblasto, mórula, vesí-
68. Para reduzir o índice de sífilis congênita, algumas cula vitelina e embrião
b) blastocisto, segmentação, mórula, trofoblasto, vesí-
medidas, tanto terapêuticas quanto preventivas, de-
cula vitelina e embrião
vem ser tomadas durante a gravidez. Uma dessas me-
c) segmentação, mórula, blastocisto, trofoblasto, vesí-
didas é:
cula vitelina e embrião
a) o cancro duro só regride se o antibiótico usado du-
d) segmentação, mórula, vesícula vitelina, blastocisto,
rante a gravidez for a penicilina benzatina trofoblasto e embrião
b) fazer tratamento com eritromicina nos casos de
alergia a penicilina  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


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Obstetrícia | Questões para treinamento

Santa Casa-SP – 2014 c) toxoplasmose


72. O exame ultrassonográfico morfológico de 1º trimes- d) coccidioidomicose
tre de gestante com 37 anos evidenciou translucência e) doença de Lyme
nucal aumentada, com demais parâmetros (ducto ve-
noso, osso nasal, ângulo nasal) normais. Neste caso, a  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
afecção fetal mais provável é:
a) infecção por parvovírus IAMSPE – 2014
b) malformação fetal decorrente de diabetes gestacio- 75. Assinale a alternativa que apresenta a interpretação
nal sorológica dessa doença.
c) toxoplasmose aguda a) IgG e IgM positivas: infecção remota
d) trissomia do cromossomo 18 b) IgG negativa e IgM positiva: infecção antiga sem ris-
e) trissomia do cromossomo 21 co de transmissão vertical
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) IgG e IgM negativas: paciente em risco de infecção
d) IgG positiva e IgM negativa: infecção recente com
alto risco de transmissão vertical
Santa Casa-SP – 2014 e) IgA positiva: melhor marcador sorológico para essa
73. Em relação à suplementação de ácido fólico para pre- doença
venção dos defeitos do tubo neural assinale a alterna-
tiva correta:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) a dose recomendada para gestantes epiléticas, em
uso de anticonvulsivantes é dez vezes maior que a IAMSPE – 2014
dose usual 76. Quando a infecção materna for confirmada, é reco-
b) deve ser iniciada somente mediante diagnóstico de mendado ultrassonografia fetal, procurando:
gravidez
c) gestantes com idade superior à 35 anos devem rece- I. Anomalias nas suturas cranianas.
ber doses maiores que a usual II. Hidrocefalia.
d) deve ser mantida durante toda a gestação em doses III. Calcificação intracerebral.
adicionais às do polivitamínico
e) em gestações gemelares, a dose recomendada é o do É CORRETO o que está contido em:
bro da usual a) I, II e III
b) I e II, apenas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) II e III, apenas
d) II, apenas
e) I, apenas
Leia o texto abaixo para responder às questões 74, 75 e 76.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
É uma doença causada por um parasita cosmopolita,
mostra-se de forma subclínica embora imunodepri- FMJ – 2014
midos possam apresentar sintomatologia mais grave. 77. Uma mulher com sífilis, diagnosticada durante a ges-
Pode causar disseminação na gravidez, sendo de risco tação, sem tratamento prévio e com o tempo de infec-
epidemiológico quanto às transmissões verticais. Seu ção indeterminado, deverá receber:
achado histológico pode ser visto na figura abaixo. a) penicilina G benzatina 1.200.000 UI
b) penicilina G benzatina 2.400.000 UI
c) penicilina G benzatina 3.600.000 UI
d) penicilina G benzatina 4.800.000 UI
e) penicilina G benzatina 7.200.000 UI

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFF-RJ – 2014
78. Na primeira consulta de pré-natal, o exame que o Mi-
nistério da Saúde descarta como sendo de rotina é:
a) grupo sanguíneo e fator Rh
b) glicemia de jejum
IAMSPE – 2014 c) sorologia para sífilis
74. Assinale a alternativa que apresenta a doença a que o d) ultrassonografia
texto se refere. e) sorologia anti-HIV
a) candidíase
b) malária  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


17
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

UFF-RJ – 2014 ABC – 2014


79. O medicamento antirretroviral (ARV) contraindica- 83. A sífilis neonatal, apesar de todos os esforços empre-
do durante a gestação denomina-se: endidos ainda persiste em nosso meio. Em relação a
a) efavirenz esta infecção é CORRETO afirmar que:
b) zidovudina a) se for constatada sorologia positivas no pré-natal de-
c) nevirapina verá ser convocado o companheiro para se avaliar
d) lamivudina sua sorologia
e) estavudina b) se a gestante com sífilis referir alergia à penicilina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA deverá ser dessensibilizada a esta droga para poder
fazer o tratamento
c) se a gestante tiver sorologia negativa no pré-natal não
UFF-RJ – 2014 é necessária a confirmação na internação para o parto
80. As vacinas com vírus vivos atenuados devem ser evi- d) a eritromicina é a segunda opção para tratamento de
tadas durante a gestação, razão pela qual está con- sífilis na gestação
traindicada a vacina contra:
a) tétano  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) raiva
c) varicela
d) hepatite B CREMESP – 2013
e) influenza 84. Primigesta, em primeira consulta de pré-natal, com
16 semanas, apresenta sorologia para toxoplasmose
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA com IgM positiva. Nega sintomas e nunca tinha colhi-
do sorologias antes. A conduta adequada é:
UFRJ – 2014 a) solicitar nova sorologia para Toxoplasma (IgM e IgG),
81. Durante o pré-natal, a pesquisa de toxoplasmose obje- e realizar exame ultrassonográfico para investigação
tiva identificar não apenas as gestantes infectadas, mas de sinais ultrassonográficos de acometimento fetal
também as susceptíveis. Diante do resultado do exame b) introduzir espiramicina, e realizar amniocentese
realizado no primeiro trimestre, pode-se afirmar que: para pesquisa do Toxoplasma por PCR
a) IgG positivo e IgM negativo: infecção crônica; re- c) introduzir espiramicina, e solicitar nova sorologia
quer nova investigação no 3º trimestre para Toxoplasma (IgM e IgG)
b) IgG e IgM negativos: gestante susceptível; a sorolo- d) introduzir sulfadiazina, pirimetamina e ácido folíni-
gia deve ser repetida no último trimestre co, e realizar amniocentese para pesquisa do Toxo-
c) IgG negativa e IgM positiva: infecção aguda inicial; a plasma por PCR
sorologia deve ser repetida após 2 semanas e) introduzir sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico,
d) IgG e IGM positivas: infecção subaguda ou recente; e realizar exame ultrassonográfico para investigação de
a dosagem de IgA deve ser solicitada
sinais ultrassonográficos de acometimento fetal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

USP-RP – 2014
82. ID: Primigesta, 17 anos de idade, no retorno de pré- CREMESP – 2013
-natal de baixo risco, com 20 semanas de gestação. 85. Em relação à sífilis na gestação, são afirmações corre-
HMA: Teve o diagnóstico de anemia ferropriva há tas, EXCETO:
dois meses e, no momento, faz uso de 800 mg de sul- a) apenas testes treponêmicos devem ser realizados em
fato ferroso e um comprimido de ácido fólico de 1 mg crianças menores de 18 meses de idade com suspeita
ao dia. Refere constipação intestinal importante. de sífilis congênita
ES: novo hemograma realizado há dois dias mostra: b) gestantes comprovadamente alérgicas à penicilina
concentração de hemoglobina de 11,1 g/dL, hemató- podem ser dessensibilizadas, e posteriormente tra-
crito de 33%, glóbulos brancos de 7.800 mm3 e pla- tadas com penicilina
quetas de 232.000 mm3. A conduta nesse momento é: c) gestantes tratadas com estearato de eritromicina não
a) suspender o uso de sulfato ferroso, pois a concentra- são consideradas adequadamente tratadas para fins
ção de hemoglobina está acima de 11 g/dL
de transmissão fetal.
b) manter o uso de sulfato ferroso e suspender o ácido
d) após o tratamento, o controle de cura é realizado men-
fólico, pois a paciente não se encontra mais no pri-
meiro trimestre gestacional salmente, por meio de teste não-treponêmico VDRL
c) manter a dose diária de sulfato ferroso e ácido fólico e) são situações de notificação compulsória: toda ges-
até o término da gestação tante que durante o pré-natal apresente evidência clí-
d) reduzir a dose de sulfato ferroso para 400 mg ao dia nica de sífilis e/ou sorologia não treponêmica reagen-
e manter o ácido fólico na mesma dose te, com teste treponêmico positivo ou não realizado

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


18
Obstetrícia | Questões para treinamento

UERJ – 2014 c) vacina contra hepatite B


86. Magda conta que mudou-se para o Rio de Janeiro há cer- d) vacina contra influenza
ca de um mês. Morava no interior e afirma ter um filho e) toxoide tetânico
saudável de dois anos. Grávida novamente há dois me-
ses, vem para consulta pré-natal. O rastreamento que,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
em hipótese alguma, pode deixar de ser feito, é para:
a) rubéola UNICAMP – 2014
b) hepatite A 90. Mãe, 25 anos, usuária de droga injetável, foi diagnos-
c) toxoplasmose ticada no pré-natal como portadora de HIV e tratada
d) citomegalovírus
desde o início da gestação com antirretrovirais. Deu
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a luz a recém-nascido através de cesárea eletiva, às
39 semanas de gestação, com bolsa íntegra. Peso ao
nascer= 3.100 g e sem alterações clínicas no primeiro
SUS-SP – 2014 exame. Quais medidas devem ser tomadas em relação
87. Gestante de 8 semanas comparece à primeira consulta ao recém-nascido:
prénatal trazendo os seguintes exames: tipagem san- a) incentivar o aleitamento materno; prescrever zido-
guínea O negativo, Hb 8,5 g/dL e Ht 25%, sorologia vudina oral; mensurar carga viral
para HIV negativa, VDRL título de 2, toxoplasmose b) suspender o aleitamento materno; prescrever nevi-
IgM negativo e IgG positivo, rubéola IgM negativo e rapina oral; mensurar carga viral
IgG positivo. Conduta CORRETA: c) suspender o aleitamento materno; prescrever zido-
a) encaminhar paciente para vacinação contra rubéola vudina oral; mensurar carga viral
b) encaminhar para seguimento em serviço terciário d) mensurar carga viral; adotar precauções de acordo
de medicina fetal devido ao risco de anemia fetal com o resultado
c) indicar transfusão sanguínea devido ao risco de he-
morragia feto-materna maciça  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) solicitar teste treponêmico para confirmação de sífilis
e) iniciar espiramicina na dose de 1,0 g a cada 8 horas
para profilaxia de infecção fetal por toxoplasmose UNICAMP – 2014
91. Mulher, 29 anos, G2P1, 16 semanas de gestação, desco-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nhece antecedente pessoal para sífilis e lembra que em
sua gestação anterior, há 2 anos, o médico não falou
nada sobre isso (sic). Exames laboratoriais iniciais des-
SUS-SP – 2014
te pré-natal: VDRL reagente 1/8 e FTA-Abs reagente;
88. Sobre as modificações gravídicas:
demais sem alterações. Recebeu tratamento com peni-
cilina benzatina G 7.200.000 UI, dividida em 3 doses
I. O aumento da volemia materna decorre em maior
com intervalo semanal; além de tratamento do parcei-
proporção do acréscimo de volume plasmático que da
ro. O monitoramento após o tratamento deve ser:
hiperplasia celular.
a) pesquisa com teste rápido em intervalo trimestral e
II. Durante a gestação normal, a hipófise aumenta de
considerando Resposta adequada ao tratamento o
tamanho às custas de hipertrofia e hiperplasia da por-
declínio dos títulos em quatro vezes após três meses
ção anterior da glândula, em especial dos lactótrofos,
b) pesquisa com teste não treponêmico em intervalo
gerada pela ação estimuladora do estrógeno.
mensal e considerando Resposta adequada ao trata-
III. Na gestante, ocorre aumento do volume corrente
mento o declínio gradual dos títulos
respiratório, com aumento da reserva expiratória e
c) pesquisa com teste rápido em intervalo mensal e
inspiratória. considerando Resposta adequada ao tratamento o
declínio dos títulos de quatro vezes após seis meses
Está CORRETO o que se afirma em: d) pesquisa com teste treponêmico em intervalo men-
a) I, II e III sal e considerando Resposta adequada ao tratamen-
b) I e II to o declínio dos títulos em quatro vezes após seis
c) I, apenas meses
d) II e III
e) II, apenas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UNICAMP– 2014
92. Gestante, 38 semanas, 25 anos, G1P0, queixa-se de
SUS-SP – 2014 queixa de dor em baixo ventre. Não trouxe o cartão de
89. Grávidas devem receber as seguintes vacinas, EXCETO: pré-natal, mas refere que todos os exames eram nor-
a) vacina contra rubéola mais. Exame obstétrico: altura uterina = 35 cm; bati-
b) toxoide diftérico mentos cardíacos fetais = 144 bpm; dinâmica uterina

SJT Residência Médica – 2016


19
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

= 4 contrações fortes em 10 minutos; toque vaginal = AMP-PR – 2014


colo dilatado para 6 cm, 100% de esvaecimento, apre- 96. Com relação a hiperêmese gravídica, sabe-se até o
sentação cefálica e bolsa íntegra. A CONDUTA É: momento, que sua etiologia é ainda incerta. A hipóte-
a) orientar a gestante e realizar teste rápido para HIV, se po- se de que fatores endócrinos poderiam causá-la, fre-
sitivo indicar cesárea eletiva e iniciar AZT após o parto quentemente é citada.
b) orientar a gestante e realizar teste rápido para HIV, Baseado nesta teoria, qual dos fatores abaixo relacio-
se positivo iniciar AZT intravenoso e encaminhar nados, parece não ter relação com esta patologia?
para cesárea.
a) alterações dos níveis de hormônio estimulante da
c) orientar a gestante e colher sorologias, enviar ao la-
tireoide
boratório e encaminhá-la para acompanhamento do
trabalho de parto b) produção insuficiente do hormônio adrenocortico-
d) orientar a gestante e realizar teste rápido para HIV, trófico
se positivo iniciar AZT intravenoso e acompanhar o c) elevação dos níveis de gonadotrofina coriônica humana
trabalho de parto d) alterações dos níveis de progesterona
e) elevação dos níveis de estrógenos
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Albert Einstein – 2014


93. Gestante de 15 semanas apresenta o seguinte resulta- UFRN – 2014
do de sorologia para sífilis em sua primeira consulta 97. Em relação à gestação, é CORRETO afirmar que:
de prénatal: FTA-Abs positivo, VDRL 64. Com rela- a) mulheres gestantes não devem usar propiltiuracil
ção a este caso, é errado afirmar: para controle do hipertireoidismo
a) o controle do tratamento e cura é realizado com b) as pacientes com trombose venosa profunda na ges-
VDRL mensal tação podem usar enoxaparina
b) durante a gestação, a droga de escolha para trata-
c) as verrugas genitais tendem a desaparecer na gestação
mento é o estearato de eritromicina
d) mulheres gestantes não podem usar o aciclovir
c) é caso de notificação compulsória
quando na primeira crise de herpes genital
d) deve ser tratado com Penicilina G Benzatina
2.400.000 UI, pela via intramuscular, três doses com  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
intervalo semanal
e) o parceiro deve ser tratado
UFRN – 2014
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
98. As alterações fisiológicas observadas na gestação de-
correm, principalmente, de fatores hormonais e me-
Albert Einstein – 2014 cânicos. Portanto, é CORRETO afirmar que:
94. É contraindicada durante a gravidez a vacina contra: a) a taxa de filtração glomerular eleva-se desde o 2º
a) hepatite A mês, em torno de 50%, permanecendo acrescida até
b) sarampo, caxumba e rubéola o termo
c) difteria e o tétano b) o consumo contínuo de glicose pelo concepto e o
d) influenza seu rápido transporte através da placenta aumenta
e) hepatite B em 20% a glicemia de jejum materna
c) a diminuição do fibrinogênio materno em 50%
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ocorre para assegurar o domínio das perdas hemor-
rágicas no situs placentário, após o secundamento
PUC-RS – 2014 d) a retroversoflexão uterina nos primórdios gesta-
95. Em relação à imunização na gravidez, são feitas as as- cionais motiva a polaciúria, elemento semiótico no
sertivas seguintes: diagnóstico da gravidez

I. A vacina para hepatite B está recomendada.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


II. A vacina para febre amarela não deve ser utilizada.
III. A vacina para coqueluche é contraindicada.
UFRN – 2014
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s): 99. Dos antieméticos usados na hiperêmese gravídica, o
a) I, apenas de primeira escolha é:
b) II, apenas a) hidrocortisona
c) I e II, apenas b) levopromazina
d) II e III, apenas c) metoclopramida
e) I, II, III d) prednisona

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


20
Obstetrícia | Questões para treinamento

Hospital Municipal São José-SC – 2014 d) no exame dopplervelocimétrico, a ausência de cen-


100. Em relação às modificações do organismo materno tralização hemodinâmica fetal descarta a hipótese
na gravidez e o seu mecanismo fisiopatológico, nu- de insuficiência placentária
merar a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, após, assinalar e) trata se de restrição de crescimento fetal grave asso
a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: ciada a elevado risco de óbito intrauterino devido à
insuficiência placentária. A conduta preconizada é
corticoterapia para maturação pulmonar fetal e in-
(1) Ação da progesterona.
terrupção da gestação
(2) Ação do hormônio lactogênio placentário.
(3) Ação compressiva uterina.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

( ) Edema dos membros inferiores. Albert Einstein – 2013


( ) Hipoglicemia de jejum. 103. Em relação ao manejo pré-natal da toxoplasmose, é
( ) Refluxo gastroesofágico. INCORRETO afirmar:
( ) Constipação. a) quando a infecção congênita ocorre no fim da gesta-
( ) Hemorroidas. ção, a gravidade é menor
b) a pirimetamina e a sulfadiazina são utilizadas no tra-
a) 3-2-1-1-3 tamento da infecção fetal
b) 1-1-2-3-3 c) durante o tratamento com pirimetamina e sulfadia-
c) 1-2-2-1-3 zina deve-se realizar o controle da hemoglobina ma-
d) 3-1-1-2-2 terna pelo risco de anemia megaloblástica
e) 2-1-2-3–1 d) o uso da espiramicina pode ser suspenso após 34 se-
manas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) o uso da espiramicina tem como objetivo reduzir a
transmissão vertical
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFSC – 2014
101. Uma gestante tem diagnóstico de toxoplasmose agu-
da com 24 semanas. Assinale a alternativa que apre- Albert Einstein – 2013
senta a conduta CORRETA. 104. O uso de inibidor seletivo da serotonina durante o
a) controle sem medicação, pois o risco nesta idade terceiro trimestre da gestação aumenta o risco da se-
gestacional é mínimo guinte complicação no recém-nascido:
b) o teste de avidez vai determinar a necessidade de tra- a) alterações ósseas e dentárias
tamento b) hemólise
c) a espiramicina trata a doença fetal e a pirimetamina c) hepatotoxicidade
d) síndrome cinzenta
evita a transmissão vertical
e) síndrome de abstinência
d) o Doppler da artéria cerebral média é importante
para a avaliação fetal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) prescrever espiramicina e programar amniocentese

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA INCA-RJ – 2013


105. A placenta cuja inserção alcança quase toda a cavida-
de do útero, não havendo diferenciação entre cório
Albert Einstein – 2013 frondoso e cório liso, é a:
102. Gestante tabagista (um maço de cigarros/dia), é aten- a) zonária
dida na primeira consulta de pré-natal com história b) fenestrada
de ciclos menstruais irregulares. Segundo a data da c) marginada
d) membranácea
última menstruação, a idade gestacional é de 34 se-
manas. Ao exame clínico, apresenta altura uterina de  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
27 cm. Ainda não realizou exames laboratoriais/sub-
sidiários nesta gestação. Nesse caso:
SES-SC – 2013
a) trata-se de restrição de crescimento fetal grave asso-
106. No auxílio da prevenção de parto pós-termo, qual o méto-
ciada a elevado risco de óbito intrauterino devido à do que altera sua incidência, usado durante o pré-natal?
insuficiência placentária. A conduta preconizada é a a) teste de β-hCG imediatamente após o atraso menstrual
realização de amniocentese, para pesquisa de matu- b) calendário menstrual
ridade pulmonar fetal c) ecografia de primeiro trimestre
b) dentre as hipóteses diagnósticas, vale considerar: d) relação direta da data da última menstruação
erro de data, presença de malformação fetal e restri- (DUM) com a altura uterina
ção de crescimento fetal e) determinar a data do início da percepção dos movi
c) no exame ultrassonográfico, o oligoâmnio é achado mentos fetais
patognomônico de insuficiência placentária grave  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


21
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

SUS-SP – 2013 UFPE – 2013


107. Durante a gravidez é contraindicada a vacina contra: 112. A dose diária de ácido fólico preconizada pela FE-
a) influenza BRASGO 2012, para mulheres sem fatores de risco
b) caxumba para defeitos abertos do tubo neural (DATN) é de:
c) meningite meningocócica a) 100 μg
d) tétano b) 200 μg
e) hepatite B c) 300 μg
d) 400 μg
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UCPEL-RS – 2013
108. Durante a gestação, destacam-se as seguintes modifi- UFSC – 2013
cações gerais: 113. Gestante com 28 semanas, assintomática e com exame
a) retardo no esvaziamento gástrico e aumento da se- físico normal, comparece à consulta do pré-natal com
creção gástrica exame de VDRL reagente 1/8 e FTA-ABS IgG positi-
b) aumento da frequência cardíaca e diminuição da vo e IgM negativo. Desconhece diagnóstico ou trata-
pressão arterial mento anterior para sífilis. Assinale a alternativa que
apresenta a conduta correta.
c) diminuição da taxa de filtração glomerular e presen-
a) não é necessário o tratamento, pois IgM negativo in-
ça de acidose respiratória
dica infecção antiga
d) aumento da capacidade residual funcional e da fre-
b) penicilina G-benzatina 2,4 milhões de UI por duas
quência respiratória
semanas consecutivas
e) diminuição na concentração de fibrinogênio e dos
c) eritromicina por 15 dias
fatores de coagulação
d) repetir VDRL em duas semanas, para definir trata-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA mento
e) penicilina G-benzatina 2,4 milhões de UI por três
semanas consecutivas
UCPEL-RS – 2013
109. Os batimentos cardiofetais podem ser identificados  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
através da ecografia transvaginal com:
a) 12 semanas UNESP – 2013
b) 10 semanas 114. Na 8ª semana de gestação, primigesta apresenta IgG e
c) 6-7 semanas IgM positivos para toxoplasmose. A conduta imediata é:
d) 5-6 semanas a) amniocentese
e) 4 semanas b) cordocentese
c) teste de avidez de IgG
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) espiramicina e sulfadiazina
e) pirimetamina e sulfadiazina
UCPEL-RS – 2013  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
110. É contraindicação absoluta à gestação:
a) persistência do canal arterial
UNESP – 2013
b) defeito septal interventricular 115. Mulher de 24 anos, 31 semanas de gestação, apresenta
c) hipertensão pulmonar primária VDRL com titulação de 1/4. Não tem resultado de tes-
d) tetralogia de Fallot não corrigida te treponêmico. Refere que nunca realizou exame para
e) defeito septal interatrial sífilis ou fez tratamento para essa doença. A conduta é:
a) iniciar tratamento para sífilis, imediatamente, repe-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tir o exame de VDRL e solicitar o teste treponêmico
b) repetir, imediatamente, o exame de VDRL e iniciar
UFPE – 2013 tratamento após o resultado
c) repetir, imediatamente, o exame de VDRL, solicitar
111. Qual dos seguintes parâmetros ultrassonográficos
o teste treponêmico e iniciar tratamento após os re-
apresenta maior acuracidade na determinação da ida-
sultados
de gestacional, no primeiro trimestre? d) aguardar 30 dias e repetir o exame de VDRL e iniciar
a) saco gestacional tratamento após o resultado
b) vesícula vitelina e) aguardar 30 dias e repetir o exame de VDRL, solici-
c) comprimento cabeça-nádega tar o teste treponêmico e iniciar tratamento após os
d) circunferência abdominal fetal resultados

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


22
Obstetrícia | Questões para treinamento

UNICAMP – 2013 Unificado-MG – 2013


116. Gestante, 23 anos, G1P0, 28 semanas de gestação, 119. Considere o seguinte caso clínico: paciente de 32
vem à consulta de pré-natal sem queixas. Para o diag- anos, primigesta, iniciou acompanhamento pré-natal
nóstico de bacteriúria assintomática é suficiente: no Centro de Saúde com duas consultas anotadas no
a) visualização direta de bactérias na urinálise cartão de pré-natal. Idade gestacional hoje calculada
b) presença de nitrito em fita de análise urinária pela cronologia = 13 semanas e um dia; idade gesta-
c) urocultura com 100.000 bactérias/mL cional ecográfica pelo primeiro US com 8 semanas e 2
d) presença de leucocitoesterase em fita de análise urinária dias estimada hoje em 12 semanas. Relata ser tabagis-
ta, fumando 3-4 cigarros/dia. É correto afirmar que:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) a diferença do cálculo da idade gestacional entre a
cronologia e ultrassonografia provavelmente resulta
UNICAMP – 2013 de efeitos deletérios do tabaco sobre o feto
117. Gestante, 42 anos, G3P2A0, 36 semanas de gestação, b) a idade gestacional a ser considerada é a cronológica
tabagista, em acompanhamento pré-natal apresen- porque a diferença entre as duas idades gestacionais
ta curva de altura uterina como ilustrado abaixo. O (cronológica e ultrassonográfica) é pequena
diagnóstico clínico é sugestivo de: c) a idade gestacional a ser considerada é a ultrassonográ-
fica, pois existe discordância e provável erro de data
d) apenas a realização de novo exame ultrassonográfico
mais tardiamente poderá definir qual a idade gesta-
cional deverá ser considerada: se a cronológica ou a
ultrassonográfica

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Unificado-MG – 2013
120. A ultrassonografia tem papel fundamental no acom-
panhamento obstétrico, inclusive em gestantes de
baixo risco. Sobre a ultrassonografia obstétrica assi-
nale a alternativa ERRADA:
a) a avaliação da biometria fetal permite diferenciar o
crescimento fetal intrauterino assimétrico do cresci-
mento fetal intrauterino simétrico
b) a ultrassonografia realizada no período de 11 sema-
nas até 13 semanas e 6 dias permite a mensuração
da translucêncianucal, que é um marcador de risco
para cromossomopatia, principalmente a trissomia
a) amniorrexe prematura do cromossomo 21
b) restrição de crescimento simétrico c) na avaliação da vitalidade fetal por meio do perfil
c) restrição de crescimento assimétrico biofísico fetal, os parâmetros ultrassonográficos a
d) gemelaridade monocoriônica com transfusão feto- serem avaliados são atividade cardíaca, movimentos
-fetal descompensada fetais, volume de líquido amniótico e tônus fetal
d) na impossibilidade de realização de mais de uma
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ultrassonografia, o melhor momento para fazer um
único exame seria por volta da vigésima semana,
pois nessa idade gestacional o cálculo da idade ges-
Unificado-MG – 2013
tacional ainda é relativamente preciso além da pos-
118. A placenta é um órgão fetal altamente especializado que
sibilidade de adequada avaliação da morfologia fetal
desempenha múltiplas funções. Em relação à função de
síntese hormonal placentária é ERRADO afirmar que:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) à medida que a gestação progride, a placenta vai re-
duzindo a produção de esteroides
b) a placenta é um órgão incompleto no que diz res- Unificado-MG – 2013
peito à elaboração dos esteroides, necessitando de 121. Em relação ao uso de medicação na gestação assinale
precursores maternos a alternativa CORRETA:
c) a progesterona é sintetizada pelo sinciciotrofoblasto a) anti-inflamatórios não esteroides podem ser usados
pela hidroxilação do colesterol materno cronicamente em gestantes, desde que em baixas doses
d) os níveis séricos e urinários da gonadotrofina coriô- b) o etretinato (retinoide derivado da vitamina A),
nica humana (hCG) atingem seus valores máximos utilizado no tratamento da psoríase e líquen plano,
por volta de nove semanas de gestação possui meia-vida longa, e por isso os seus efeitos te-
ratogênicos podem persistir por longo tempo após a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA suspensão do uso

SJT Residência Médica – 2016


23
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

c) o varfarin geralmente não resulta em problemas sig- d) o sangue bem oxigenado presente no átrio direito
nificativos sobre o feto, mas mesmo assim, quando é desviado pela crista dividens, através do forame
necessário a heparina é preferível na gestação, pois oval, para o átrio esquerdo
o controle de dose-efeito do varfarin na gestação é e) a circulação pulmonar fetal constitui território de
mais difícil baixa resistência ao fluxo sanguíneo
d) os inibidores da enzima de conversão da angiotensi-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
na podem ser usados, com cautela, na gestação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Albert Einstein – 2012


125. Considere os seguintes itens sobre a placenta humana:
UNITAU – 2013 I. É alantocorial, discoide e deciduada.
122. Sabendo-se que na gestação normal ocorre aumento II. É formada pelo cório frondoso e decídua basal.
da volemia, acompanhado de aumento da complacên- III. Tem processo de formação dividido em dois perí-
cia dos vasos periféricos, assinale a alternativa COR- odos distintos − o pré-viloso, antes da 12ª semana de
RETA: gestação, e o viloso, após este período.
a) ocorre hemodiluição, apesar do aumento das células IV. Possui barreira que separa o sangue materno e fe-
vermelhas tal, constituída por endotélio capilar fetal, mesotélio
b) ocorre hemoconcentração por aumento do número extraembrionário, cito e sinciciotrofoblasto, podendo
de células vermelhas ser descontínua no final do 3º trimestre.
c) o aumento das células vermelhas compensa o au-
mento da volemia, mantendo o hematócrito Está CORRETO APENAS o contido em:
d) há redução do hematócrito devido à hemólise fisio- a) I, III e IV
b) I e III
lógica nos vasos periféricos
c) II e IV
e) só se considera anemia com valores de hemoglobina
d) I, II, III
abaixo de 8 g% e) IV
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SUS-SP – 2013 AMP – 2012


123. Primigesta procurou pré-natal com o exame de VDRL 126. Com relação a assistência pré-natal assinale a alterna-
reagente, com título de 1/8, e FTA-Abs positivo. É tiva INCORRETA:
CORRETO afirmar: a) a lombalgia é relatada por aproximadamente 70%
a) em caso de tratamento incorreto, o recém-nascido das gestantes, podendo piorar de intensidade com o
deverá receber tratamento com penicilina benzatina decorrer da gestação
b) deve-se prescrever ao casal penicilina benzatina b) o desvio do apetite para alimentos estranhos é um
e seguir os títulos de VDRL até a sua negativação. sintoma denominado “pica” e pode estar associado à
Orientar o uso de preservativo e notificar o caso de anemia ferropriva
sífilis na gestação c) é possível encontrar Candida albicans em culturas
de conteúdo vaginal, em cerca de 50% das gestantes
c) se a paciente não apresentar lesão cutânea ou muco-
próximas ao termo
sa, deve-se considerar falso-positivo d) em relação a cefaleia da gestante, a grande maioria
d) deve-se solicitar a sorologia do parceiro e, se posi- dos casos não tem causa e melhora a partir do meio
tiva, tratar o casal com penicilina benzatina 2,4 mi- da gestação
lhões UI dose única e) em relação a fadiga e sonolência da gestante, sua
e) o uso de penicilina para o tratamento de sífilis na etiologia é atribuída ao efeito da progesterona sobre
gestação é absolutamente contraindicado em casos o sistema nervoso central
de alergia ao medicamento
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
AMP – 2012
SUS-SP – 2013 127. São consideradas funções do líquido amniótico exceto:
124. Quanto à circulação fetal, é INCORRETO afirmar: a) facilita a movimentação fetal
a) o canal arterial transporta sangue pouco oxigenado, b) facilita a livre flutuação do cordão umbilical
do tronco da pulmonar, para a aorta descendente c) favorece o desenvolvimento pulmonar
d) favorece o desenvolvimento muscular e o cresci-
b) o cordão umbilical liga o feto à placenta e é compos-
mento fetal
to por duas artérias e uma veia. A veia transporta o
e) o equilíbrio do líquido amniótico é determinado so-
sangue oxigenado da placenta ao feto mente pela micção fetal
c) o ducto venoso direciona sangue oxigenado prove-
niente da veia umbilical em direção à veia cava inferior  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


24
Obstetrícia | Questões para treinamento

AMP – 2012 Hospital Angelina Caron – 2012


128. Com relação aos direitos da mulher no ciclo gravídico 132. São fatores predisponentes para o erro de cálculo da
puerperal está INCORRETO: idade gestacional, exceto:
a) a Associação Brasileira de Agências de Viagem a) ciclos menstruais irregulares
(ABAV), solicita atestado médico a partir de 36 se- b) gestação em uso de anticoncepcional oral
manas de gestação para viajar de avião c) ultrassonografia de primeiro trimestre
b) a Associação Brasileira de Agências de Viagem d) gestação com intervalo menor que 3 meses desde a
(ABAV), solicita presença do médico a partir de suspensão do anticoncepcional oral
38 semanas de gestação para viajar de avião, para e) gestação no curso do aleitamento materno
acompanhar a gestante durante o voo
c) em se tratando de empregada doméstica ou segurada  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
avulsa, o salário-maternidade não precisará ser pago
d) o período de licença para mãe adotiva será de 120
dias no caso de criança até 1 ano de idade Hospital Angelina Caron – 2012
e) em caso de aborto não criminoso, comprovado por 133. O diagnóstico da idade gestacional baseia-se em:
atestado médico, a mulher terá direito a repouso re- a) data da última menstruação
munerado de duas semanas b) altura do útero
c) maturidade fetal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) ultrassonografia obstétrica
e) todas as alternativas anteriores estão corretas
UFG – 2012
129. Uma paciente que não se lembra da data da última  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
menstruação faz um exame de ß-hCG quantitativo
com resultado de 800 mUI. Em se tratando de gravi- ICC-CE – 2012
dez tópica, a ultrassonografia endovaginal mostrará:
134. Qual das vacinas pode ser utilizada na mulher duran-
a) gestação de 6,0 semanas
te a gravidez:
b) gestação de 7,0 semanas
a) poliomielite (salk)
c) endométrio trilaminar
d) endométrio ecogênico descidualizado b) caxumba
c) rubéola
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) raiva
e) sarampo
UFG – 2012  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
130. Durante a fecundação pode ocorrer o surgimento
de doença trofoblástica gestacional. Então na mola
hidatiforme: PUC-PR – 2012
a) a mola completa tem material genético exclusivo de 135. No edema gravídico é CORRETO afirmar:
origem paterna a) é generalizado, discreto, com predomínio em mem
b) a mola completa pode apresentar partes ou anexos bros inferiores, indolor, mole, elástico e indolor
fetais b) é localizado em membros inferiores, acentuado, in-
c) as metástases são frequentes para cérebro e osso, dolor, inelástico, frio e sem alterações cutâneas
quando ocorre transformação maligna c) é generalizado, provocado anasarca que progride
d) o coriocarcinoma origina-se obrigatoriamente de com a gestação, frio, mole, indolor e elástico
uma gestação molar anterior d) é localizado, mole, indolor, inelástico, de temperatu-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ra normal e sem alterações cutâneas associadas
e) é generalizado, com predomínio facial, associado a
proteinúria, mole, elástico e indolor
CREMESP – 2012
131. Assinale a alternativa correta em relação à gravidez.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) a presença de glicosúria na gravidez é indicativa de
diabete gestacional
PUC-PR – 2012
b) o aumento do volume plasmático na gravidez ocorre
no terceiro trimestre 136. Paciente de 33 anos, GI PI com atraso menstrual e
c) é considerado normal leucocitose de 12.000/mm3 vida sexual ativa procura atendimento médico para
durante a gestação saber se está grávida. A melhor conduta é:
d) em gestante com 16 semanas espera se altura uteri a) teste urinário de gravidez
na de 20 cm b) dosagem de beta-hCG
e) os batimentos cardíacos fetais devem ser ausculta c) ecografia transvaginal
dos com o estetoscópio de Pinard a partir da 12ª se- d) ecografia pélvica
mana de gestação e) toque bimanual

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


25
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012 I. Redução da capacidade pulmonar residual funcional.
137. Em relação ao período implantacional e embriogêne- II. Aumento do débito cardíaco.
se pode-se afirmar, EXCETO: III. Glicosúria.
a) os blastômeros são as células geradas durante o pro- IV. Aumento do tempo de esvaziamento gástrico.
cesso de clivagem, que é a divisão celular do zigoto
b) a implantação ou nidação ocorre entre o sexto e o Está correto o contido em:
oitavo dia após a fertilização a) IV, apenas
c) o termo concepto correspondente ao feto, sem con- b) I, II, III e IV
siderar os outros produtos teciduais da concepção c) I, II e III, apenas
d) o período de organogênese se estende da quarta à d) I e III, apenas
oitava semana de gestação e) II e IV, apenas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SES-RJ – 2012 SUS-SP – 2012


138. Sobre alterações laboratoriais próprias da gestação, 141. São exames subsidiários imprescindíveis no acompa-
todas as alternativas estão corretas, EXCETO: nhamento pré-natal devendo ser solicitados a todas
a) a dosagem plasmática de β-hCG tem correlação li- as gestantes:
near e direta com a idade gestacional, até 37 semanas a) ultrassonografia morfológica de 2º trimestre, pes-
b) ocorre aumento das lipoproteínas plasmáticas quisa de H1N1 e tipagem sanguínea ABO Rh
c) a concentração de cálcio sérico total diminui duran- b) pesquisa de H1N1, hemograma completo e ultrasso-
te a gravidez, refletindo a queda de albumina plas-
nografia morfológica de 1º trimestre
mática
c) perfil biofísico fetal, glicemia de jejum e ultrassono-
d) a concentração plasmática de fibrinogênio está en-
grafia morfológica de 1º trimestre
tão aumentada
d) sorologia para sífilis, hemograma completo e perfil
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA biofísico fetal
e) glicemia de jejum, tipagem sanguínea ABO Rh e so-
rologia para sífilis
SES-RJ – 2012
139. Gestante, 30 anos, G3PN2, IG 39 semanas, acompa-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nhada no pré-natal de alto risco devido à infecção
pelo vírus HIV, diagnosticada há 2 anos.
UERJ – 2012
Iniciou terapia antirretroviral combinada para profi-
142. Feliz pela certeza de que estava mesmo grávida, uma
laxia de transmissão vertical com 15 semanas de ges-
jovem enviou um SMS ao seu obstetra, no qual dizia
tação. Assinale a alternativa correta segundo orienta-
que a última menstruação se iniciara no dia 18 de fe-
ções do Ministério da Saúde na assistência à gestante
vereiro e pedia que calculasse a data provável do par-
portadora do vírus HIV.
to, conforme combinado. Embora ressalvando que fe-
a) a paciente deverá receber AZT venoso até o quarto
nômenos biológicos podem sofrer amplas variações,
período do parto vaginal caso apresente carga viral
com fulcro na regra de Nägele, ele respondeu indican-
com 35 semanas de gestação de 500 cópias/mL
do o seguinte dia do mês de novembro:
b) caso seja admitida, com 39 semanas, em período ex-
a) 11
pulsivo de trabalho de parto, bolsa das águas rota, o
b) 17
uso de fórcipe de Simpson se impõe para diminuir o
c) 25
risco de transmissão vertical
d) 30
c) caso tenha carga viral indetectável com 35 semanas,
poderá evoluir para parto vaginal. Neste caso a am-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
niotomia com 6 cm de dilatação cervival diminui o
risco de transmissão vertical
d) caso a gestante receba apenas AZT durante o pré- UFPE – 2012
-natal, como profilaxia de transmissão vertical, deve 143. A presença de índice de massa corporal (IMC) maior
ser submetida à cesariana eletiva ou igual a 35 no início do pré-natal e de anticorpos an-
tifosfolipídeos são considerados fatores de risco para:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) pré-eclâmpsia
b) neoplasia trofoblástica gestacional
c) placenta prévia
SUS-SP – 2012 d) prenhez ectópica
140. São modificações gravídicas compatíveis com gesta-
ção normal:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


26
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFPR – 2012 a) aumento (30%) da resistência periférica


144. Mulher de 25 anos de idade, primigesta, comparece b) diminuição (10-20%) da frequência cardíaca
ao pré-natal em consulta de rotina de 30 semanas de c) diminuição (30-50%) do débito cardíaco
gestação, sem queixas. Na sua evolução, os exames la- d) aumento (10%) no volume sistólico
boratoriais de rotina do início da gravidez encontra- e) aumento (10%) da pressão arterial média
vam-se normais. Traz consigo os exames de rotina de
terceiro trimestre com um VDRL positivo 1:2. Qual a  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
conduta mais apropriada?
a) solicitar novo VDRL, para confirmar resultado do
Unificado-MG – 2012
exame anterior
148. Durante a gestação uma série de adaptações fisiológi-
b) nada a fazer, pois é um resultado falso-positivo
ca ocorre no organismo materno. Assinale a alterna-
c) devido à idade gestacional, tratar com penicilina
tiva ERRADA em relação a essas modificações:
procaína
a) a anemia fisiológica da gravidez é secundária a
d) iniciar imediatamente tratamento com penicilina
maior expansão plasmática comparada ao aumento
benzatina
e) solicitar prova treponêmica para definir o diagnósti- da produção eritrocitária
co b) diversas adaptações fisiológicas favorecem a excre-
ção do sódio, mas estrogênios, ativação do sistema
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA renina-angiotensina-aldosterona e as altas concen-
trações de desoxicorticosterona atuam na retenção
do sódio garantindo assim, a expansão do volume
UFPR – 2012
na gravidez
145. MS, de 17 anos, está grávida. É primigesta, usuária de
c) o aumento do débito cardíaco é uma das principais
crack e inicia o pré-natal com 12 semanas de gestação.
modificações do sistema cardiovascular e o início
É portadora de HIV há 3 anos, com acompanhamen-
dessa elevação ocorre precocemente na gestação
to clínico irregular. Tem carga viral e linfócitos CD4+
d) o refluxo gastroesofagiano é secundário à compres-
realizados há um mês, com resultado de carga viral
= 600 cópias/mm3 e CD4+ de 650 células/mm3. Com são do estômago pelo útero gravídico e à ação mior-
base nesses dados, segundo o protocolo do Ministério relaxante do estrogênio
da Saúde 2010, qual a conduta adequada?  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) iniciar imediatamente a terapêutica antirretroviral
b) solicitar imediatamente nova carga viral e linfócitos
CD4+ USP-RP – 2012
c) pode-se iniciar a terapêutica apenas com zidovudina 149. Para uma gestante portadora da infecção pelo HIV
(AZT), devido à carga viral baixa em seguimento pré-natal é CORRETO afirmar que:
d) aguardar e iniciar esquema de TARV (terapia antir- a) a indicação de medicamentos antirretrovirais de-
retroviral) tripla com 14 semanas de gestação pende da contagem dos linfócitos TCD4
e) o uso de nevirapina em esquema tríplice está indica- b) a amniocentese e o uso do fórceps são intervenções
do, devido ao baixo número de CD4+ contraindicadas
c) o aleitamento materno e o alojamento conjunto são
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
permitidos
d) carga viral menor de 1.000 cópias/mL em idade ges-
UFPR – 2012 tacional ≥ 34 semanas constitui indicação de cesárea
146. Nas orientações gerais para uma gestante durante seu
pré-natal, podemos definir um programa de vacina-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ção. Das vacinas abaixo citadas, quais devem ser evi-
tadas durante a gravidez? USP-RP – 2012
a) tétano e difteria 150. Você atende uma gestante cujo filho mais novo foi 150
b) hepatites A e B como tendo varicela. Ela nega que tenha tido a doença
c) influenza A e B quando criança, vacinação anterior ou contato com al-
d) sarampo e varicela
guém doente anteriormente. Qual a conduta de vigilân-
e) raiva e pneumococo
cia epidemiológica indicada neste caso?
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) afastar a criança da mãe a fim de evitar a síndrome
da varicela congênita
b) indicar sorovacinação para a mãe
UFSC – 2012 c) indicar imunoglobulina para a mãe
147. Dentre as alterações cardiovasculares fisiológicas que d) apenas observar a evolução clínica da gestante
podem ocorrer durante a gravidez, assinale a alterna-
tiva CORRETA:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


27
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

SES-RJ – 2011 Hospital Albert Einstein – 2011


151. A gestação modifica o organismo materno e nele in- 155. Os objetivos do acompanhamento pré-natal segundo
terfere ao alterar a bioquímica e a anatomia de todos a Organização Mundial da Saúde são:
os seus aparelhos e sistemas. Com respeito às modifi-
cações fisiológicas na gravidez pode-se afirmar: I. Salvaguardar a saúde materna e fetal.
II. Garantir o diagnóstico de malformações fetais.
a) devido ao achado comum de glicosúria, o rastreio de
III. Permitir o aleitamento materno.
diabete gestacional não deve ser realizado em ges- IV. Assegurar autonomia à paciente em relação à via
tantes com glicosúria repetitiva de parto.
b) em gestantes, o tamanho e a captação de iodo da
glândula tireoide aumentam, levando a um quadro Está correto o que se afirma em:
de hipotireoidismo subclínico materno a) IV, apenas
c) achado de turgência venosa jugular e terceira bulha b) I e III, apenas
cardíaca (B3), após 20 semanas de gestação, são consi- c) II e IV, apenas
derados patológicos, requerendo investigação clínica d) I, II e III, apenas
d) durante a gestação, observa-se elevação das concen- e) I, II, III e IV
trações séricas de fibrinogênio, ceruloplasmina e  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
fosfatase alcalina, assim como redução das concen-
trações séricas de albumina e proteínas totais
Hospital Albert Einstein – 2011
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 156. O canal arterial:

I. Carrega sangue mais oxigenado do que o transpor-


UERJ – 2011 tado pelo ducto venoso.
152. Primípara com 22 anos, no primeiro trimestre de II. Comunica o tronco braquiocefálico à aorta.
gestação, apresenta índice de massa corporal (IMC) III. Possui regulação pela ação constritora do CO2.
= 30. A alteração ponderal que lhe parece mais ade- IV. Pode se fechar ainda intraútero pelo uso materno
quada para ocorrer nesta gravidez, considerando de anti-inflamatório não hormonal.
que a gestante não apresenta outros problemas além
Está CORRETO o que se afirma em:
da obesidade, é: a) IV, apenas
a) perder 3 a 5 kg b) I e III, apenas
b) ganhar 5 a 7 kg c) II e IV, apenas
c) perder 5 a 7 kg d) I, II e III, apenas
d) ganhar 7 a 12 kg e) I, II, III e IV

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2011 Hospital Albert Einstein – 2011


153. Com relação aos aparelhos cardiovascular e respirató- 157. São alterações de exame físico de gestante sem doen-
ças com 20 semanas:
rio no ciclo grávido-puerperal, pode-se afirmar que:
a) altura uterina de 19 cm e frequência respiratória de
a) o aumento do volume corrente respiratório decorre
28 inspirações por minuto
principalmente do aumento da frequência respiratória b) edema 1 em 4+ em membros inferiores e presença
b) a mortalidade materna na gravidez complicada por de colostro
cardiopatia classe II é de cerca de 0,5% c) frequência respiratória de 28 inspirações por minuto
c) verifica-se um discreto aumento do volume respira- e pressão arterial de 130 × 95 mmHg
tório residual d) presença de colostro e altura uterina de 19 cm
d) a sobrecarga cardíaca é máxima no pós-parto imediato e) pressão arterial de 130 × 95 mmHg e edema 1 em 4+
em membros inferiores
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Albert Einstein – 2011


Hospital Angelina Caron-PR – 2011
154. O sinal propedêutico que NÃO pode ser pesquisado 158. Paciente de 26 anos vem ao consultório com desejo de
ao toque vaginal e/ou exame abdominal é: gravidez. Qual reposição profilática está indicada?
a) Piskacek a) vitamina E
b) Goodell b) vitamina C
c) Noble-Budin c) cálcio
d) Hegar d) ácido fólico
e) Hunter e) sulfato ferroso
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


28
Obstetrícia | Questões para treinamento

Hospital Angelina Caron-PR – 2011 a) parto de acordo com a indicação obstétrica e aleita-
159. Paciente de 25 anos, GIII PII, DUM – 15 de agosto de mento natural após imunoglobulina e vacinação do
2010. Qual a data provável do parto? recém-nascido
a) 25/05/2011 b) permitir parto vaginal se carga viral menor que
b) 25/04/2011 1.000 cópias e CD4 maior que 350 células/mm3
c) 22/05/2011 c) cesárea eletiva e aleitamento artificial independente
d) 22/04/2011 da vacinação do recém-nascido
e) 22/06/2011 d) via de parto deverá ser indicada conforme carga vi-
ral detectada na gestante
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) permitir aleitamento natural se gestante receber
imunoglobulina durante o trabalho de parto
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
160. Sobre as modificações fisiológicas do organismo ma-
terno durante a gestação normal é CORRETO afirmar:
a) há um estado de hipercoagulabilidade durante o ci- SUS-SP – 2011
clo gestativo 164. A suplementação de ácido fólico:
b) há aumento na concentração de albumina e baixa a) previne possíveis defeitos cardíacos fetais
das globulinas b) deve ser realizada apenas em pacientes com antece
c) a resistência vascular periférica está aumentada dente obstétrico de malformações fetais
d) o volume sanguíneo é reduzido em cerca de 30% c) não é necessária em pacientes com dieta rica em es-
e) há hiperventilação com diminuição da PaO2 e au pinafre, fígado e cereais integrais
d) tem ação preventiva maior se utilizada durante toda
mento da PaCO2 maternas
a gestação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) em pacientes que utilizam anticonvulsivantes, tem
dose recomendada maior do que a usual

Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


161. Em relação ao sistema cardiovascular durante a gra-
videz observa-se:
SUS-SP – 2011
a) síndrome hipercinética com aumento do débito car-
165. Médico atende paciente em consulta ambulatorial,
díaco em cerca de 70%, no final da gestação sem atraso menstrual, que traz dosagem quantitati-
b) taquicardia, consequente ao aumento do volume sis- va de beta-hCG = 1.500 mUI/mL (TPI) e ultrassono-
tólico e da resistência vascular periférica grafia transvaginal com ausência de saco gestacional
c) queda significativa da pressão sistólica, notadamen intraútero, sem demais alterações (exames realizados
te no primeiro trimestre no dia anterior). Após exame físico, constata-se au-
d) aumento do débito cardíaco, da frequência cardíaca, sência de sinais sugestivos de gestação.
do volume plasmático e diminuição do volume glo- Diagnóstico e conduta:
bular na 28ª semana a) gravidez bioquímica; acompanhar dosagem de beta-
e) hipovolemia e diminuição da aldosterona -hCG até negativação
b) neoplasia trofoblástica gestacional; solicitar ultras
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sonografia com doppler
c) gestação ectópica; internação e conduta expectante
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011 d) abortamento completo; esclarecer à paciente que o
162. Paciente durante seu acompanhamento pré-natal nível de beta-hCG está declinando
e) gestação incipiente; repetir ultrassonografia em 7
descobre ser portadora do vírus HIV. Visando a di-
dias
minuição de transmissão vertical, preconiza-se que a
zidovudina (AZT) seja administrada:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) somente no momento do parto
b) somente para o recém-nascido, pois a mãe não é doente
c) após a 13ª semana de gestação, no momento do par- UFMS – 2011
to e para o recém-nascido 166. Primigesta, 17 anos de idade, gestação de 41 semanas,
d) nas primeiras 12 semanas de gestação com pré-natal sem intercorrências e sorologias reali-
e) somente no terceiro trimestre da gestação zadas na 28ª semana, negativas. É admitida no pré-
-parto com 8 cm de dilatação, bolsa íntegra dinâmica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA efetiva e BCF de 130 bpm. O teste rápido para HIV foi
positivo. A conduta CORRETA é:
a) cesárea de urgência e AZT para o recém-nascido (RN)
UNIFESP – 2011 b) administrar dose de ataque EV do AZT para a mãe e
163. Gestante de 38 semanas, fora de trabalho de parto e realizar cesárea
membranas íntegras. HbsAg positivo, anti-HBe posi- c) administrar AZT EV para a mãe, aguardar evolução
tivo, anti-HBc positivo. A melhor conduta é: obstétrica para parto vaginal e iniciar AZT para o RN

SJT Residência Médica – 2016


29
1 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

d) aguardar o teste ELISA para realizar a profilaxia, UFSC – 2011


pois o teste rápido pode ser falso-positivo 170. O útero durante a gestação aumenta de tamanho e de
e) cesárea de urgência, após AZT EV, para a mãe peso, torna-se amolecido e menos móvel, portanto,
ao toque vaginal combinado fica mais fácil prendê-lo.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Este sinal encontrado na propedêutica da gravidez é
corretamente denominado:
a) Kluge
UFRN – 2011
b) Hegar
167. Gestante, 28 anos, Gesta III Para II Aborto 0, com 37 c) Holzapfel
semanas e 3 dias, em acompanhamento pré-natal ade- d) Jacquemier
quado, confirmou sorologia positiva para o HIV no e) Piskacek
início da gravidez. Sorologia para HIV negativa nas
gestações anteriores. Contagem de CD4 de 350 célu-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
las/mm3, realizada há quatro semanas. Ainda não está
disponível o resultado da carga viral, mas a paciente
PUC-MG – 2011
já usa o esquema tríplice de antirretrovirais. Exame
171. Sobre a pressão arterial (PA) na gestação é ERRADO
obstétrico na admissão: início de trabalho de parto,
afirmar que:
com bolsa íntegra e colo dilatado 2 cm, apagado 50%.
a) a PA diastólica apresenta maior redução do que a PA
A melhor conduta é: sistólica, provavelmente em função da diminuição
a) acompanhar o trabalho de parto da resistência vascular periférica
b) aplicar AZT endovenoso e realizar cesariana b) apresenta elevação fisiológica no 2º trimestre da
c) realizar cesariana imediatamente gestação
d) aplicar o AZT endovenoso e acompanhar o trabalho c) no terceiro trimestre há tendência a retornar aos ní
de parto veis pré-gestacionais
d) no terceiro trimestre o decúbito dorsal pode pro
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
vocar hipotensão devido à compressão da veia cava
pelo útero gravídico
UFRN – 2011
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
168. De acordo com a Legislação Brasileira em vigor, po-
de-se realizar a interrupção da gravidez no caso de:
a) feto com trissomia do cromossomo 18 HUEC-PR – 2011
b) feto com trissomia do cromossomo 13 172. Para um exame ecográfico gestacional É correto afirmar:
c) gravidez resultante de estupro a) a medida do comprimento do fêmur é ideal para se
d) gravidez em uso de isotretinoína avaliar a idade gestacional em qualquer situação
b) a medida da circunferência abdominal é o melhor
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA parâmetro para avaliação do peso fetal e da idade
gestacional
c) a medida do comprimento do fêmur é ideal em gesta
UFSC – 2011 ções com mais de 28 semanas, porém sofre restrições
169. Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afir- em casos de crescimento intrauterino retardado
mativas relacionadas ao cordão umbilical e placenta: d) a medida da circunferência abdominal é melhor
( ) O cordão umbilical pode ter inserção placentária como parâmetro de avaliação do peso fetal e o pior
para a datação da idade gestacional
central, intermediária ou periférica.
e) as medidas dos parâmetros citados, mesmo quando
( ) A inserção na borda placentária configura a de- combinadas, não oferecem nenhum fator de segurança
nominada placenta em raquete.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
( ) Inserção velamentosa ocorre quando a inser-
ção placentária é substituída por implantação nas
membranas. SES-SC – 2011
173. Durante o pré-natal de secundigesta na 18ª semana,
( ) As inserções centrais são as mais frequentes e o
observou-se que a gestante recebeu uma dose de vaci-
cordão umbilical apresenta comprimento médio de na antitetânica na gestação anterior, há oito anos.
80 cm. Esta gestante deve:
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, a) completar o total de três doses, a partir da 20ª semana
de cima para baixo: b) receber três doses da vacina, a partir da 20ª semana
a) V–F–F–F c) receber uma dose de reforço da vacina, logo que
possível
b) V–V–F–F
d) ser considerada imunizada, não havendo necessida-
c) V–V–V–F de de novas doses de vacina
d) F–V–V–V e) ser encaminhada ao puerpério para aplicação de
e) F–F–V–V imunoglobulina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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Gabarito comentado

Fecundação e embriogênese, diagnóstico de


gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia
2
e grávida HIV+

1. Para cálculo da data provável do parto (DPP) a partir da superiormente, a capacidade residual diminui, assim como
DUM soma-se 07 ao dia que ocorreu essa última e retira-se os volumes de reserva inspiratório e expiratório. Na tentativa
03 de seu mês. Portanto se a DUM foi 09/10/14, a DPP será que nutrir com oxigênio o aumento de eritrócitos, também
16 (9+7)/ 07 (10-3)/ 2015. Resposta d. se elevam o volume corrente e o volume minuto. Resposta b.

2. Sinal de Jacquemier-Kluge é o arroxeamento da vulva e de 5. O ácido fólico é importante cofator enzimático no proces-
toda a vagina, não apenas da parede anterior, como diz a afir- so de formação e fechamento do tubo neural, de modo que
mativa I. Sabe-se que aparece por volta da oitava semana de sua suplementação a todas as gestantes o período pericon-
gravidez. cepcional tem o objetivo de evitar os defeitos abertos deste
tubo. A dose deve ser de 400 mcg/dia, mas precisa ser elevada
Sinal de Piskacek é realmente a assimetria do fundo notada
em 10 vezes se houver antecedente desse tipo de malforma-
ao toque, que a parte de implantação embrionária mais sa- ção ou uso concomitante de anticonvulsivantes. Resposta a.
liente. A afirmativa II é correta.
Sinal de Negri é preditor de óbito fetal e consiste na palpação
de maior mobilidade dos ossos do crânio fetal, como se fos- 6. O ácido fólico é importante cofator enzimático no proces-
sem um “saco de pedras”. O sinal descrito na afirmativa III, so de formação e fechamento do tubo neural, de modo que
que está errada, é o de Nobile-Budin. sua suplementação a todas as gestantes o período pericon-
cepcional tem o objetivo de evitar os defeitos abertos deste
Sinal de Spalding é outro indicador de óbito fetal e consiste tubo. A dose deve ser de 400 mcg/dia, mas precisa ser elevada
em cavalgamento dos ossos do crânio, de forma que a afirma- em 10 vezes se houver antecedente desse tipo de malforma-
tiva IV está correta. Resposta d. ção ou uso concomitante de anticonvulsivantes. Resposta e.

3. Na gravidez ocorrem náuseas e vômitos decorrentes da ação 7. Durante a gestação o estrogênio ativa o sistema renina
central do β-hCG, epistaxe proveniente de maior vasculariza- -angiotensina-aldosterona e, graças a esta última, há maior
ção das mucosas pela ação estrogênica, hipercifose e hiperlor- reabsorção de sódio e, consequentemente, água, fazendo ele-
dose da coluna como adaptação ao novo centro de gravidade var a volemia materna. Com isso, também se eleva a filtração
adquirido pela mulher com o crescimento da barriga, sopro glomerular em até 50% já no primeiro trimestre, resultando
sistólico pela maior hemodiluição decorrente do aumento da em maior excreção de glicose e proteínas. A pressão arterial
volemia superior ao de hemácias, hidronefrose discreta pela não se eleva em decorrência da ação relaxante da progestero-
compressão uterina aplicada ao ureter, entre outras. A produ- na e da prostaciclina. Resposta e.
ção de muco cervical também se eleva devida a quantidade
crescente de estrogênio, que atua no local. Resposta b.
8. Durante a gravidez a placenta produz ACTH fazendo com
que haja discreto aumento de cortisol. A ocitocina obviamente
4. As alterações pulmonares que ocorrem na gestação são se eleva com o passar da gestação sendo maior a concentração
principalmente decorrentes da elevação do diafragma pelo no trabalho de parto, associando-se aumento de exposição de
crescimento uterino. Como o diafragma empurra os pulmões receptores miometriais para este hormônio. Há elevação de
31
2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

renina por estímulo estrogênico e, consequentemente, de al- Pelo crescimento do útero em direção ao diafragma reduzem
dosterona, o que leva a maior absorção de sódio e líquido, os volumes de reserva pulmonares. O fibrinogênio aumenta
todavia não há hipernatremia por causa de diluição e por ele- cerca de 50%. Resposta b.
vação de peptídeo natriurético atrial estimulado pela disten-
são do átrio, fatos derivados da hipervolemia. Há redução da
imunidade como um todo. Os níveis de TSH realmente são 13. São vacinas de vírus vivo atenuado e, por isso,
contraindicadas da gravidez: rubéola, varicela e sarampo. A
menores no primeiro trimestre, pois a fração alfa do β-hCG,
vacina de febre amarela é também de vírus vivo e deve ser
similar à do TSH, estimula a tireoide a produzir hormônios
dada apenas em situações muito especiais.
que exercem feedback negativo sobre a produção de TSH.
Resposta e. Hepatites, tétano, difteria, coqueluche são permitidas.
Resposta d.
9. Segundo o Ministério da Saúde, os exames a serem solici-
tados em pré-natal de baixo risco, na primeira consulta, são: 14. O teste de Coombs indireto serve para verificar se o san-
hemograma, urina I com urocultura, tipagem sanguínea, gli- gue materno está produzindo anticorpos contra antígenos do
cemia de jejum, reação sorológica para sífilis, sorologia para sangue fetal. Essa situação merece ser investigada nos casos
toxoplasmose e sorologia para HIV (caso a paciente autori- em que a mãe é Rh negativo e o feto positivo, pois há o anti-
ze). No último trimestre deve-se repetir as sorologias negati- corpo D na hemácia fetal que não há na mãe e ela pode re-
vas e acrescenta-se HbsAg, pois sendo este positivo deve-se conhecê-lo como estranho e produzir anticorpos contra ele.
administrar imunoglobulina ao recém nascido. Como não Como a tipagem do feto não pode ser rotineiramente reco-
há conduta específica o Ministério não obriga realização de nhecida consideramos ser ele positivo se o parceiro for Rh
sorologia para rubéola e CMV. O Coombs indireto somente é positivo ou desconhecido. Resposta a.
realizado se a tipagem sanguínea da mãe for negativa e a do
pai positiva ou desconhecida. Resposta a.
15. Na gestação ocorre aumento do número de hemácias,
embora a diluição seja maior. Também há elevação da maio-
10. A presença de IgG e IgM positivos para toxoplasmose ria dos fatores de coagulação, sendo principal o fator I (fibri-
podem indicar infecção recente ou antiga, já que nesta do- nogênio). A mulher experimenta mais refluxo, porém à custa
ença o IgM pode ficar positivo por até 2 anos. Para dirimir de relaxamento do esfíncter esofágico, já que a produção de
tal dúvida, até 16 semanas, é possível realizar teste de avidez suco gástrico se reduz.
IgG. Avidez baixa indica que a infecção é recente, e alta que
Na segunda metade da gravidez elevam-se os contrarregu-
a mesma é antiga (tem mais de 16 semanas). Nesta última
ladores da ação da insulina, como o hormônio lactogênio
situação não há necessidade de tratamento ou profilaxia, já
placentário, de modo que a resistência à insulina fica maior,
no caso de baixa avidez inicia-se espiramicina como forma
com menor absorção materna deste carboidrato, que é des-
de paralisar parasitas alojados na placenta e realiza-se, após
viado ao feto. Para gerar energia o organismo materno realiza
16 semanas, amniocentese para verificar se há infecção fetal,
lipólise. Resposta a.
pois ela existindo complementa-se tratamento com sulfadia-
zina e pirimetamina. Resposta c.
16. O pré-natal considerado suficiente é aquele em que houve,
ao menos, 6 consultas. Neste acompanhamento deve-se estar
11. Para o cálculo do dia da data provável do parto (DPP) atento à êmese gravídica que ocorre entre 6 e 16 semanas,
soma-se 7 ao número do dia que iniciou a última menstrua- período em que o β-hCG é mais alto. A ultrassonografia não
ção e, caso o valor seja maior que 30 ou 31, o número será re- é obrigatória, mas pode ser feita no início da gravidez para
presentado pelo valor excedente (no caso: 25 + 7 = 32, passou datação da mesma e, com este intuito, terá mais valia entre 8
de 01 de 31, então o dia da DPP será 01). Para o mês da DPP e 10 semanas. É possível ainda realizar USG morfológico de
subtrai-se 03 do mês que representa a DUM, exceto se a soma primeiro trimestre entre 11 e 14 semanas, mas a via preferen-
de 7 ao dia da DUM ultrapasse 31, quando a referida subtra- cial nessas idades gestacionais é a abdominal.
ção será de 2 (no caso, 21-2 = 10). Portanto, DPP 01/10/2014.
Realmente é importante a ausculta dos batimentos cardíacos
Quanto à idade gestacional, para seu cálculo soma-se o nú- fetais em todas as consultas e ele deve estar, a partir do segun-
mero de dias que se passaram da DUM até a data da avaliação do trimestre, quando mais frequentemente é audível, entre
e divide-se por sete. O resultado será o número de semanas 110 e 160 bpm. Resposta c.
e o resto o número de dias. No caso da DUM de 25/12/1013,
até a avaliação em 24/03/2014 passaram-se 89 dias, que divi-
do por 7 representa 12 semanas e 5 dias). Resposta a. 17. Na gravidez o estrogênio ativa o sistema renina-angioten-
sina-aldosterona, o que promove maior reabsorção de sódio
e potássio nos túbulos renais, mas com eles também líquidos,
12. A ação da progesterona produzida pela placenta leva a de modo que há aumento da quantidade desses eletrólitos,
relaxamento da musculatura lisa de qualquer órgão que mas não de sua concentração. Como há aumento da volemia
a contenha. Assim, o estômago é afeta e se lentifica seu e hemodiluição, a hiperdinâmica cardíaca pode se traduzir
esvaziamento, assim como a vesícula biliar e os ureteres. com desdobramento da primeira bulha e sopro sistólico leve.

SJT Residência Médica – 2016


32
Obstetrícia | Gabarito comentado

É clássica a leucocitose experimentada pelas gestantes no O feto é considerado tratado se a gestante recebeu a dose com-
intuito de incrementar os mecanismos de defesa. Há muita pleta de penicilina indicada para o grau da doença e o trata-
controversa a respeito de qual seria o valor máximo aceitável mento se completou em pelo menos 30 dias antes do parto.
de leucócitos, sendo que muitos autores consideram 25000/ Resposta a.
dL desde que não haja desvio à esquerda.
Por fim, o estrogênio não age no centro respiratório modifi-
23. Gestantes sem tratamento prévio de sífilis que apresen-
cando a sensibilização local à pCO2, sendo que a concentra-
tem VDRL positivo, especialmente se seus valores forem al-
ção desse gás se reduz por hiperventilação, gerando discreta
tos (maiores ou iguais a 1:8) devem ser consideradas como
alcalose respiratória. Resposta b.
portadoras da doença e devidamente tratadas. Como não há
sintomas nem lesões visíveis deve-se diagnosticar sífilis la-
18. A ação da progesterona aumentada na gravidez é tente e o tratamento será com 3 doses semanais de 2.400.000
relaxamento da musculatura lisa, o que inclui esfíncter UI de penicilina benzatina. Resposta a.
inferior do esôfago, intestino e parede de vasos sanguíneos,
com consequente redução da resistência vascular periférica.
24. Após o tratamento de sífilis é comum manter VDRL po-
Por ação do estrogênio há ativação do sistema renina-
sitivo, o que se chama cicatriz sorológica, no entanto nesses
angitensina-aldosterona e consequentemente maior absorção
casos os níveis são baixos, menores que 1:8. Valores de VDRL
de sódio e água o que eleva a volemia e a taxa de filtração
muito elevados e ainda ascendentes denotam a presença de
glomerular. Resposta b.
infecção. Nas colagenoses também pode haver VDRL positi-
vo, mas também em valores baixos. No caso, então, há doen-
19. A função da gonadotrofina coriônica humana (hCG) é atuar ça persistente que deve ser tratada. Resposta c.
no ovário mantendo o corpo lúteo, para que a produção de pro-
gesterona mantenha-se mesmo com a queda do LH. Com isso
evita-se a descamação do endométrio. Aos poucos a placenta 25. Em gestantes, o uso as quinolonas podem alterar o cres-
produz a progesterona e o nível de hCG se reduz. Resposta c. cimento de cartilagens e dentes dos fetos. A sulfa, ao final
da gravidez, pode ocasionar anemia fetal especialmente em
fatos com deficiência de G6PD. Do contrário, os betalactâmi-
20. Os parâmetros que podem ser analisados para se avaliar cos costumam ser seguros, especialmente cefalexina e amo-
o risco de cromossomopatias em primeiro trimestre são: xicilina. Resposta c.
translucência nucal, osso nasal, ducto venoso, ângulo maxi-
lo-facial (que indica micrognatismo), regurgitação da valva
tricúspide, tamanha da bexiga. A maioria é analisada em ca- 26. Mais de 90% das infecções do trato urinário em gestantes
sos duvidosos e limítrofes. O “golf ball”, que é foco hipereco- são causadas por E. coli, seguidos por outros bacilos gram-
gênico em músculo papilar, se presente será visto no segundo -negativos como Klebsiela e Proteus. Independentemente do
trimestre e, isoladamente, não tem significado patológico. agente, havendo bacteriúria em grávidas, mesmo que seja as-
Resposta d. sintomática, o tratamento é obrigatório, pois há maior chan-
ce de pielonefrite decorrente da facilidade de ascensão bac-
teriana pelos ureteres que apresentam motilidade reduzida
21. Na gestante ocorre aumento da volemia por estímulo es- pela ação miorrelaxante da progesterona. Resposta e.
trogênico ao sistema renina-angiotensina-aldosterona e con-
sequente maior absorção de sódio e água. Aumenta também
o número de glóbulos vermelhos, porém não de forma pro- 27. Na gestação as articulações da bacia tornam-se mais frou-
porcional à volemia, o que gera hemodiluição. xas, o que permite a ampliação de seus diâmetros, sendo que
esse efeito é decorrente da relaxina, produzida principalmen-
Apesar da elevação da angiotensina há redução da resistên-
te pela placenta. Este hormônio ainda promove relaxamento
cia periférica e consequente queda da pressão arterial, isso
muscular e é coadjuvante no aumento da filtração glomeru-
porque se adiciona o circuito de baixa pressão da placenta e,
lar Resposta c.
mais que isso, elevam-se substâncias vasodilatadoras como
progesterona e prostaciclina. Com o aumento da volemia,
que se dá do início ao fim da gestação, elevam-se retorno ve- 28. A onfalocele tem relação com síndromes de Down e de
noso e débito cardíaco. Resposta d. Edwards (trissomia do 18); a holoprosencefalia relaciona-se
à síndrome de Patau (trissomia do 13) e o higroma cístico
tem relação com síndrome de Turner. A gastrosquise não se
22. Atualmente o rastreamento de sífilis no SUS é feito por
relaciona a alterações gênicas. Resposta b.
teste rápido treponêmico de alta sensibilidade, mas baixa es-
pecificidade. Assim, caso ele seja negativo considera-se não
haver contaminação, e sua positividade requer a realização 29. O cordão umbilical é formado a partir do saco amnióti-
de VDRL e FTA Abs se disponível. co, que originará seu epitélio (âmnio funicular), e do alantoi-
Mulheres que já trataram sífilis podem apresentar VDRL po- de de onde surgem as duas artérias e a veia do seu interior,
sitivo de forma permanente, em baixos títulos, como cicatriz chamadas respectivamente de artérias umbilicais e veia um-
sorológica. A elevação desses títulos indicam reinfecção. bilical. Ainda consta em sua composição uma cobertura de

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33
2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

material gelatinoso à base de glicosaminoglicanos conhecida seis consultas, uma no primeiro, duas no segundo e três no
como geleia de Warthon. O notocórdio é o primórdio da co- terceiro trimestre. Neste último realiza-se a manobra de pal-
luna vertebral. Resposta e. pação obstétrica para se determinar as relações útero-fetais e
ainda permitir a correta ausculta dos batimentos cardiofetais.
Mulheres de sangue Rh negativo, com cônjuges Rh positivo
30. Reação de Arias-Stella é a presença de alterações em ou desconhecido, não imunizadas, devem ser monitoradas
células glandulares do endométrio ou endocérvice, que apre- MENSALMENTE (e não a cada 3 meses como diz a questão)
sentam núcleos grandes, que podem ser hipercromáticos e com dosagem de Coombs indireto para verificar se houve
multilobulados e ocorrem principalmente em casos de gesta- sensibilização durante a gravidez. Resposta e.
ção ectópica por estímulo de progesterona em níveis ligeira-
mente elevados, como ocorre nestes casos.
A morfologia das células de Arias Stella é: citoplasma 35. Nesta questão mostra-se uma mulher que era suscetível
abundante microvacuolizado, presença de marcantes atipias à toxoplasmose no início da gravidez e passou, na mesma
nucleares, tais como, aumento de tamanho, pleomorfismo e gestação, a apresentar sorologia positiva. É inequívoco que
hipercromasia. Resposta e. ela adquiriu tal condição durante a gestação. Assim, deve-se
ofertar espiramicina para paralisar possíveis taquizoítos na
placenta e fazer a investigação de infecção fetal por amniocen-
31. Os cigarros interferem dificultando a implantação e o tese, pois caso o feto esteja infectado também será necessário
desenvolvimento normal da circulação da placenta. Essas al- prescrever sulfadiazina e pirimetamina. De qualquer forma
terações na placenta vão interferir nas trocas gasosas e de nu- a espiramicina deve ser mantida durante toda a gestação.
trientes entre a mãe e o feto, aumentando consideravelmente Resposta b.
o risco de descolamento prematuro da placenta e restrição de
crescimento fetal.
36. Os centros de ossificação realmente ocorrem com 12 sema-
A cotinina é um subproduto da nicotina. Ela induz a con- nas, entretanto a essa idade gestacional o CCN será de aproxi-
tração do vaso, o seu acúmulo na circulação fetal pode ser a madamente 7 cm. Para se ter uma ideia a TN pode ser medida
causa do trabalho de parto prematuro e do aborto espontâ- com CCM até 8,4 cm, que corresponde a 13 semanas e 6 dias.
neo em fumantes.
No primeiro trimestre o útero é intrapélvico, de modo que
O monóxido de carbono se liga a hemoglobina, mas não fa- modificações de sua consistência somente podem ser nota-
vorecido pela nicotina. Resposta a. das por toque vaginal com palpação bimanual, e não via ab-
dominal apenas.
32. Nesta questão mostra-se uma mulher que era suscetível USG morfológico de segundo trimestre deve ser solicitado
à toxoplasmose no início da gravidez e passou, na mesma entre 20 e 24 semanas.
gestação, a apresentar sorologia positiva. É inequívoco que Mais de 90% das anemias na gravidez são ferroprivas.
ela adquiriu tal condição durante a gestação. Assim, deve-se
É justamente o aumento da lecitina e queda da esfingomielina
ofertar espiramicina para paralisar possíveis taquizoítos na
que leva a redução da tensão superficial do alvéolo. A produção
placenta e fazer a investigação de infecção fetal por amnio-
da lecitina é intensificada após 32 semanas. Resposta e.
centese, pois caso o feto esteja infectado também será neces-
sário prescrever sufadiazina e pirimetamina. Resposta b.
37. Todas as mulheres HIV positivo devem receber profilaxia
com esquema tríplice. As que têm CD4 menor que 350 de-
33. Analisemos as afirmativas isoladamente:
vem iniciar o esquema imediatamente de forma independen-
Correta. A cesariana eletiva reduz o risco de transmissão ver- te da idade gestacional, as demais tomam as medicações após
tical. Essa redução não é tão significativa se a carga viral for 14 semanas. O esquema preferencial a mulheres virgens de
indetectável e houver prévia profilaxia medicamentosa. tratamento ser com Zidovudina (AZT), lamivudina e lopi-
Errada. As medidas profiláticas reduzem o risco de transmis- navor/ritonavir. Entretanto, mulheres com hepatite B aguda
são vertical para menos de 1%, porém não é possível garantir (HbeAg reagente indicando replicação viral) a zidovudina
que ela não ocorrerá. deve ser substituída pelo tenofovir. Resposta e.
Errada. Com as medidas profiláticas houve queda nos índices
de transmissão vertical do HIV. 38. O concepto é formado por feto, placenta, cordão umbi-
Errada. Por apresentar risco de 2% de transmissão de HIV ao lical, líquido amniótico e membranas ovulares. O cordão é
RN o aleitamento materno deve ser contraindicado. composto por duas artérias, que levam sangue desoxigenado
do feto à placenta, e uma veia que traz, no sentido oposto,
Resposta a. sangue rico em oxigênio e nutrientes. Dessa forma, no perío-
do fetal a placenta assume a função de troca de gases, sendo
34. Em pré-natal de baixo risco as consultas devem ser men- o pulmão incapaz de realiza-la.
sais até 32 semanas, quinzenais de 32 a 36 semanas e sema- O sangue que chega da veia umbilical desemboca indireta-
nais a partir desta idade gestacional até o nascimento. Caso mente no átrio direito (pelo ducto venoso e veia cava inferior)
essa periodicidade não seja possível o mínimo aceitável são de onde, a maior parte, segue ao átrio esquerdo pelo forame

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Obstetrícia | Gabarito comentado

oval, para então passar ao ventrículo esquerdo pela valva mi- A resistência periférica e reatividade vascular reduzem,
tral de onde, via aorta, segue pelos tecidos do feto. O átrio apesar da elevação de renina, porque a placenta libera pro-
direito também recebe sangue da veia cava superior. A parte gesterona que é vasodilatadora por relaxar a musculatura
do sangue que não segue pelo forame oval passará pela crista lisa das paredes arteriais. Resposta a.
interveniens, localizada na parte posterolateral do átrio direito,
que direciona este fluxo para o ventrículo homolateral via val-
va tricúspide. Este caminho irrigará os pulmões. Resposta e. 43. A bacteriúria assintomática na gestação, quando não tra-
tada pode causar pielonefrite pela ascensão bacteriana, facili-
tada pela hipomotilidade do ureter. Assim, a urocultura deve
39. Os estudos mostram que a gestante que apresenta doença ser universal na gestação e o tratamento deve ser indicado sem-
renal, especialmente insuficiência renal crônica, na ausência pre que houver mais de 105 unidades formadoras de colônia.
de pré-eclâmpsia não costuma apresentar piora de sua fun- Resposta a.
ção renal na gravidez. Assim, o mais importante em pacien-
tes com patologia renal é estar atento aos níveis pressóricos
44. A troca de oxigênio entre mãe e feto na membrana pla-
visando detectar rapidamente elevações dos mesmos para
centária se dá por difusão simples, ou seja, o oxigênio passa
instituição imediata de terapêutica anti-hipertensiva.
do lado em que a pO2 é maior para o lado em que ela é
Obviamente infecção urinária pode lesar os rins e também menor. Resposta a.
deve ser prontamente diagnosticada e tratada.
A periodicidade de avaliação de função renal e proteinúria
45. A placenta possui função endócrina e produz uma série
não são pré-estabelecida e dependerá da gravidade do caso.
de hormônios. Entre eles está o β-hCG, cujo pico de produ-
Resposta e.
ção se dá entre 8 e 10 semanas. Produz ainda estrogênios,
em especial estradiol e estriol, ambos derivados de sulfa-
40. O aconselhamento genético pré-natal será indicado na to de dehidroepiandrosterona da suprarrenais maternas e
presença de alto risco comprovado de doença genética ou cro- fetais; há quantidades crescentes de ambos os estrógenos
mossômica, inclusive para que este risco possa ser relatado. citados de modo que o estradiol não chega a representar
90% deles.
Abortamento habitual pode ter causa cromossômica (translo-
cações) ou até genética (trombofilias) e é candidato a aconse O hormônio lactogênio placentário apresenta produção
lhamento genético. A presença de translocações balanceadas, significativa a partir de 24 semanas, mas aumenta durante
ou seja, pais que apresentam parte de um dos cromossomos toda a gravidez de modo que terá seus maiores valores ao
em loci diferente, certamente merece aconselhamento genéti- final dela. Comportamento semelhante tem a progesterona,
co, pois esse fragmento mal locado pode se juntar a cromos- também produzida pela placenta.
somos normais e ficar sobressalente no material genético do Outras variantes hormonais de produção placentária são:
herdeiro, elevado a chance de cromossomopatias. A presença tirotrofina coriônica, adrenocorticotrofina coriônica, rela-
de filho anterior com doença genética ou cromossômica, re- xina e variante de hormônio de crescimento. Resposta d.
conhecida tal doença, é possível especificar o risco de recor-
rência, algo feito pelo aconselhamento genético. Por meio da
medida da translucência nucal e testes bioquímicos e possí- 46. A pesquisa de estreptococos deve ser realizada em todas
vel determinar o risco de doenças cromossômicas, inclusive as gestantes entre 35 e 37 semanas, com a finalidade de se
realizar profilaxia antibiótica as mulheres com cultura po-
cada uma delas de forma isolada (trissomia do 21, trissomia
sitiva.
do 13, trissomia do 18, monossomia do X).
Sífilis deve ser investigada e tratada em pré-natal de baixo
As mulheres com idade avançada, embora sabidamente apre-
risco. Quanto antes o tratamento for realizado melhor será
sentem maior risco de cromossomopatias, beneficiam-se de
para o desenvolvimento fetal. A droga de escolha é penici-
aconselhamento genético após ajuste de risco com medida de
lina benzatina.
translucência nucal e marcadores bioquímicos. Resposta c.
A pesquisa de toxoplasmose, para mulheres suscetíveis,
deve ser realizada no primeiro e no terceiro trimestres. As
41. A pesquisa de contaminação vaginal e anal por estrepto- mulheres imunes, ou seja, com IgG positivo e IgM negativo,
coco na gestação deve ser universal e realizada entre 35 e 37 não precisam de novas investigações. A não ser em queda
semanas, já que sua validade é de 5 semanas (duraria até 40 a brutal da imunidade, como AIDS ou quimioterapia.
42 semanas) e a profilaxia da infecção estreptocócica neona-
Em pesquisa de DMG, mesmo para mulheres de baixo ris
tal deve ser feita no momento do parto. Resposta b.
co, deve-se realizar o teste oral de tolerância à glicose entre
24 e 28 semanas, ainda que a glicemia de primeiro trimestre
42. Na gravidez o estrogênio ativa o sistema renina-angioten esteja normal.
sina-aldosterona o que leva a maior absorção de líquidos nos A ultrassonografia não se relaciona o melhor prognósti-
túbulos renais e elevação da volemia. Com o aumento dessa co na gravidez, em termos populacionais, e será realizada
ocorre maior retorno venoso e, consequentemente, maior conforme detecção de alterações clínicas e disponibilidade.
débito cardíaco. Resposta b.

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35
2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

47. IgG e IgM positivos para toxoplasmose mostram que a 52. A idade gestacional de Andrea é 13 semanas e 4 dias e,
mulher foi contaminada pelo parasita há menos de 2 anos. em seus exames, a única coisa que chama a atenção, é so-
Assim, não se sabe se a contaminação se deu na gestação. rologia de toxoplasmose que apresenta IgG e IgM positivos.
O esclarecimento depende do teste de avidez igG. Ele será Tal condição, dado que a positividade do IgG é permanente
alto se a infestação for antiga (mais de 16 semanas), e baixo se e do IgM de até dois anos, pode indicar infecção adquirida
for recente. Portanto, no caso, temos uma doença aguda que recentemente ou há mais de 16 semanas, portanto antes da
gestação. Essa dúvida será sanada pelo teste de avidez IgG.
pode ser transmitida ao feto e deve ser tratada. Resposta c.
Até que se comprove tal fato é melhor administrar espirami-
cina, que promoverá a parada da evolução do protozoário.
48. Sendo IgG e IgM positivos para toxoplasmose não sa- Confirmada a alta avidez a espiramicina poderá ser suspensa,
bemos se a infecção é recente ou antiga pois, ao contrário senão deve ser mantida e o feto investigado. Resposta c.
de outras doenças infecciosas, na toxoplasmose o IgM fica
positivo por até dois anos. Caso a mulher apresente idade
53. A vacina de tétano deve ser aplicada em três doses com
gestacional até 16 semanas podemos sanar a dúvida com
intervalo de 8 semanas. Como ele já tomou uma dose e va-
teste de avidez IgG. Caso ele revele alta avidez sabemos que
cina não se perde, precisa receber mais duas doses. Em uma
a infecção foi adquirida há mais de 16 semanas o que, para
delas, preferencialmente na última, é mais interessante que
o caso apresentado, seria antes da gravidez e não há condu-
receba coqueluche junto (dTpa – tríplice bacteriana acelular)
ta específica, podendo-se tranquilizar a gestante. Por outro
pois essa vacina promove imunidade ao recém-nascido até os
lado, sendo a avidez baixa esta infecção é recente, indica-se o
três meses de vida. A outra dose pode ser na forma de dupla
uso da espiramicina e programa-se investigação de contami-
adulto (dT). Resposta c.
nação fetal. Resposta b.

54. Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia relacionada a al-


49. Não há evidência científica de que a via de parto altera a teração da inserção das valvas cardíacas. Ela é mais prevalen
chance de transmissão de hepatite B, independentemente do te em mulheres com trissomia do 18, na rubéola congênita
perfil sorológico, havendo ou não replicação viral. Destarte, e usuárias de carbonato de lítio. Ácido valproico e carba-
deve-se proceder o parto por via de indicação obstétrica. A mazepina se associam mais frequentemente a fenda labial.
amamentação também não será contraindicada. Resposta c. Resposta d.

50. A toxoplasmose é doença adquirida pela ingestão do pro- 55. Por conta de a eritromicina apresentar eficácia 30% me-
tozoário toxoplasma gondii, presente em carnes mal cozidas, nor que a penicilina para tratamento de sífilis é o uso desta
verduras e legumes mal lavados. Em adultos hígidos o qua- segunda dose que é considerada ideal e capaz de promover a
dro clínico costuma ser frustro, mas confere imunidade, en- cura. Para que o feto seja tratado adequadamente é preciso
tretanto a primo-infecção na gestação pode ser fetal ao feto. que haja 30 dias entre o término de administração das drogas
O risco de contaminação fetal ser diretamente proporcional à mãe e o parto. O parceiro deve também ser tratado para
à idade gestacional, muito embora a gravidade costume ser evitar a reinfecção. Resposta e.
menor em idades gestacionais avançadas. Sorologicamente a
doença positiva IgG e IgM específicos, sendo o primeiro de
positividade permanente e o segundo de até 2 anos. Caso IgG 56. É necessária sorologia para Hepatite B a fim de se verifi-
e IgM sejam positivos é possível saber aproximadamente o car se a gestante vacinada foi de fato imunizada, senão será
tempo de contaminação por meio de avidez IgG, que se torna preciso repetir a vacina. As que não foram vacinadas preci-
maior do dia do contato em diante. sam receber.
Isso posto temos letra A correta e letra d só não está correta, Em relação ao HIV, sua sorologia deve ser solicitada já no
pois o examinar afirma que a gravidade será menor, e isso primeiro trimestre para que se use medicação antirretroviral
não é uma certeza, embora tenda a ser menor. Resposta a. a fim de se evitar a transmissão vertical.
Sorologia para toxoplasmose deve ser feita no primeiro e ter-
ceiro trimestre, ao menos.
51. No funcionamento placentário, os principais gases, es-
pecialmente o oxigênio, atravessa a barreira placentária por Urocultura deve ser realizada nos três trimestres.
difusão simples, obedecendo ao gradiente de concentração. Resposta c.
A glicose, por sua vez, é transferida ao feto por difusão facili-
tada, por canais específicos, e pode ser transferida em quan-
tidade maior à necessidade do feto. 57. Toda bacteriúria em gestante deve ser tratada, sintomática
ou não, pelo risco de pielonefrite. Se esta ocorrer por Strepto-
O colesterol é precursor de formação de progesterona em coccus agalactie (beta-hemolítico do Grupo B), além desse tra-
qualquer lugar que ela seja produzida. tamento, deve-se promover administração de antibioticoprofi-
A produção placentária de estrogênios, em especial estradiol laxia para infecção neonatal por esta bactéria no momento do
e estriol, tem como principal substrato o sulfato de dehidroe- parto, uma vez que esta mulher é colonizada pela bactéria. Não
piandrosterona das suprarrenal maternas e fetais. Resposta d. há necessidade de colher cultura anal e vaginal. Resposta c.

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36
Obstetrícia | Gabarito comentado

58. Lesão ativa pode herpes genital é indicação de cesariana pelo 65. A presença de DIU concomitante com gravidez pode
risco de contaminação fetal. Obviamente a lesão deve também ser elevar o risco de malformações, assim sendo recomenda-se
tratada e para gestante a opção mais segura é aciclovir. Resposta b. sua retirada, mesmo havendo risco de abortamento durante
a mesma. Resposta a.
59. A projeção de alças intestinais para dentro do cordão um-
bilical é conhecida como onfalocele, que deve ser diferencia- 66. A vacinação contra tétano na gravidez depende do estado
da de abertura lateral a esta inserção e por onde se projeta
vacinal da mulher em relação a esta doença. As possibilida-
conteúdo abdominal chamada de gastrosquise. Muita con-
trovérsia há a respeito da via de parto em casos de onfalocele des serão:
e não há consenso a respeito. Os que advogam cesariana o € gestantes sem nenhuma dose registrada – iniciar esque-
fazem pelo riso de ruptura das membranas do cordão e con- ma vacinal imediatamente com 3 doses a intervalo de 30
sequente sangramento, mas graves consequências raramente a 60 dias;
são observadas. Respostas E e C.
€ gestantes com menos de três doses registradas – comple-
tar as três doses o mais precocemente possível, lembran-
60. O endométrio modificado pela gestação passa a se chamar do que dose dada é dose válida;
decídua. Esta ainda se divide em: decídua basal, em contato ínti-
€ gestantes com 3 ou mais doses registradas, mas a última
mo com o trofoblasto e que com ele formará a placenta; decídua
capsular, que envolve o saco gestacional em íntimo contato com há mais de 5 anos – administrar uma dose de reforço;
ele; e decídua parietal (ou vera), que preenche o restante da pa- € gestantes com 3 ou mais doses registradas, sendo a última
rede uterina. Com o crescimento do embrião as decíduas capsu- há menos de 5 anos – não há necessidade de vacinação.
lar e parietal se unem. A letra C mostra a cavidade amniótica e a
letra B o celoma extraembrionário. Resposta d. Pelo exposto devemos completar o esquema vacinal do caso
apresentado, considerando a dose anterior válida. Resposta d.

61. O forame oval é uma abertura no septo interatrial que


comunica os átrios do feto, permitindo que o sangue saia do 67. Na gestante ocorre aumento da volemia em torno de
átrio direito para o esquerdo e desviando a maior parte do 50% por estímulo estrogênico ao sistema renina-angioten-
fluxo do pulmão para o corpo, já que esse órgão ainda tem sina-aldosterona e consequente maior absorção de sódio e
função restrita. Já o ducto venoso é um ramo da veia umbili- água. Aumenta também o número de glóbulos vermelhos,
cal que deságua na veia cava inferior, quase na sua entrada no porém não de forma proporcional à volemia (30%), o que
ventrículo direito, e permite que parte do sangue oxigenado gera hemodiluição.
se desvie do fígado e vá direto ao coração. Resposta a.
Apesar da elevação da angiotensina há redução da resistên-
cia periférica e consequente queda da pressão arterial, isso
62. Segundo o Ministério da Saúde, gestantes devem receber porque se adiciona o circuito de baixa pressão da placenta e,
vacina para: hepatite B caso não tenham sido vacinadas, in- mais que isso, elevam-se substâncias vasodilatadoras como
fluenza de acordo com as campanhas de vacinação e tétano progesterona e prostaciclina. Com o aumento da volemia,
(presente em dupla adulto ou tríplice bacteriana acelular).
que se dá do início ao fim da gestação, elevam se retorno ve
Recentemente, também se têm indicado vacina contra co-
noso e débito cardíaco. Resposta c.
queluche como forma de proteger o feto nos primeiros meses
de vida, e esta está presente na tríplice bacteriana acelular e
deve ser dada após 20 semanas. Resposta b. 68. A sífilis é uma doença que acomete mulheres em etapas e
estas podem ser vencidas espontaneamente, de forma inde-
63. Anemia com aumento de VCM (acima de 100) é chama pendente do tratamento. Por exemplo, a sífilis primária é o
da de macrocítica. A presença de neutrófilos plurissegmenta- cancro duro, que desaparece mesmo sem uso de antibiótico.
dos é sensível para o diagnóstico de anemia megaloblástica. A cura pode ocorrer com ou sem o uso de antibiótico, en-
As duas causas prováveis são: deficiência de B12 e Folato. tretanto este deve ser usado no reconhecimento da doença,
Resposta a. dada a contaminação sexual e graves consequências do qua-
dro persistente, especialmente em gestantes. O tratamento
64. A principal causa de febre em gestante é infecção uriná- ideal é feito com penicilina, sendo opção muito menos eficaz
ria, sendo a forma alta (pielonefrite) mais propensa a este a eritromicina, tanto que é preferível dessensibilizar gestan-
quadro. Corroboram a hipótese a dor lombar e urina I com tes alérgicas à penicilina a fazer uso de sua alternativa. Para
nitrito positivo e presença de leucoestearase. Urocultura ou sífilis primária usa-se penicilina benzatina 2,4 milhões de
hemocultura confirmarão a doença. unidades dose única, para secundária o dobro da dose divi-
A gestante deve ser internada para tratamento antibiótico dida em duas tomadas com uma semana de intervalo, e para
endovenoso, sendo esta inclusive a principal causa de inter- sífilis latente a dose será o triplo. Embora o VDRL possa não
nação não obstétrica na gravidez. Após tratamento deve-se desaparecer (cicatriz sorológica), sua redução indica sucesso
investigar malformação urinária e indicar profilaxia antibió- terapêutico, de modo que seus valores devem ser monitora-
tica e uroculturas periódicas. Resposta d. dos. Resposta d.

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

69. O programa nacional de imunizações admite como necessárias paras gestantes vacinas contra as seguintes doenças: tétano
(via dupla adulto), gripe (vacina de influenza) e Hepatite B. Como as sorologias revelam contato prévio e imunidade contra
Hepatite B, para a gestante da questão deve-se indicar apenas dupla adulto e influenza, lembrando que esta última é dada
anualmente. Resposta a.

70. São exames essenciais no pré-natal, em primeiro consulta, segundo o Ministério da Saúde: hemograma, urina I/urocultura,
tipagem sanguínea, glicemia de jejum, sorologias para HIV, sífilis e toxoplasmose. Deve-se verificar o status de Papanicolau,
colhendo-se se for o caso. Sorologia para Hepatite B será feita no final da gravidez para verificar necessidade de administração
de imunoglobulina ao feto. Resposta c.

71. A sequência correta consiste em segmentação, mórula, blastocisto, trofoblasto, vesícula vitelina e embrião (veja figura abaixo).
O estágio da mórula se inicia quando o ovo tem 12 a 16 células e termina quando se forma o blastocisto. A formação do blas-
tocisto se origina no útero.
Na segunda semana há a formação do disco embrionário didérmico (bilaminar) havendo rápidas transformações no trofo-
blasto (citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto). Na terceira semana, período de rápido desenvolvimento, coincide com a época
da primeira menstruação frustrada. A parada do sangramento menstrual é o primeiro sinal de gravidez, embora possam
ocorrer, eventualmente, perdas sanguíneas provenientes do local de implantação.
Da quarta a oitava semana se dá o período embrionário.

A partir da 9ª semana de gestação, tendo o embrião já aparência humana, inicia-se o período fetal. Resposta c.

72. A US morfológica de 1 º trimestre tem por objetivos:


1- Avaliação de IG, vesícula vitelina, comprimento cabeça-nádegas (CCN), diâmetro biparietal (DBP), circunferência ce-
fálica (CC), circunferência abdominal (CA), comprimento do fêmur (CF), número de conceptos, localização da placenta
e quantidade de LA.
2- Translucência nucal: a TN é determinada pela medida da coleção de líquido na nuca do feto entre 11 e 14 semanas de
gestação (CCN entre 45 e 84 mm).

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Obstetrícia | Gabarito comentado

Vários estudos mostraram a correlação positiva entre a es- 75. Para a melhor interpretação, deixo como orientação o flu-
pessura aumentada da TN e a incidência de trissomias no xograma a seguir.
começo da gestação. A TN aumenta normalmente com a
IG, ou seja, quanto maior o CCN, maior deverá ser a medi-
Sorologia materna
da da nuca fetal; quanto maior a idade materna, maior será
a probabilidade de cromossomopatias. Portanto, para o cál- IgG+ IgG- IgG+
culo de risco, o ideal é considerar todos esses parâmetros: IgM- IgM- IgM+

idade materna, medida do CCN em milímetros e medida da


Imune Suscetível Infecção aguda
TN também em milímetros.
Entre os defeitos cromossômicos associados à TN aumenta- Rotina Orientações para ESPIRAMICINA
pré-natal seguimento sorológico 3 g/dia
da, podemos citar a Síndrome de Down (trissomia do 21),
a Síndrome de Edwards (trissomia de 18), a Síndrome de Soroconversão Amniocentese para reação
Patu (trissomia do 13), a Síndrome de Turner (monossômia ESPIRAMICINA em cadeia de polimerase
AMNIOCENTESE (PCR)
45 X), entre outras trissomias, aneuploidias e triploidias.
Gabarito oficial e. INFECTADA NÃO INFECTADA
Sulfadiazina + pirimetamina + ácido fólico Espiramicina até o termo
intercalados com espiramicina USG a cada 4 semanas
Ultrassonografia (USG) a cada 2 semanas +
73. O uso de ácido fólico antes da concepção e até a 12ª se- ecocardiografia (ECO) fetal
mana tem um forte efeito protetor, reduzindo em até 70%
a incidência de defeitos de tubo neural, como anencefalia e Resposta c.
espinha bífida. Em pacientes que tiveram filhos afetados por
defeitos de tubo neural, a dose a ser prescrita é de 4 mg/dia
76. As anormalidades neurológicas são proeminentes: mi-
(prevenção secundária). Na maioria dos casos (prevenção
crocefalia, hidrocefalia obstrutiva, calcificações intracrania-
primária), há evidência de eficácia com dosagens variando
nas difusas, coriorretinite uni ou bilateral, alterações liquóri-
entre 0,4 a 0,8 mg/dia. Tais quantidades de ácido fólico não
cas e anomalias nas suturas cranianas. Resposta a.
são atingidas por nenhum regime dietético, justificando-se
assim a sua suplementação. No caso de gestantes epilépticas,
em uso de anticonvulsivantes (drogas antagonistas de fola- 77. Os esquemas de tratamento propostos pelo CDC (Cen-
tos), a dose deve ser elevada para 5 mg/dia (algo em torno ters for Disease Control and Prevention, 2006) e pelo MS (Bra-
de dez vezes a dose original de 0,4 a 0,8 mg/dia). Resposta a. sil, 2006) para cada estágio da sífilis são:
Sífilis primária: penicilina benzatina 2,4 milhões UI, Intra-
74. É preciso guardar a imagem estrutural do parasita, mas muscular (IM), em dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo).
também ser esperto(a) e se apegar aos aspectos relevantes:
Sífilis recente secundária e latente: penicilina benzatina 2,4
parasita cosmopolita, maioria dos casos subclínicos, mas
milhões UI, IM, repetida após uma semana. Dose total de
em imunodeprimidos, formas graves de doença. A luz ver-
4,8 milhões UI.
de se ascende, a lembrança é toxoplasmose.
Sífilis tardia (latente e terciária): penicilina benzatina 2,4 milhões
A transmissão fetal é hematogênica e transplacentária, sen-
UI, IM, semanal, por três semanas. Dose total de 7,2 milhões UI.
do mais frequente no final da gestação. A transmissão fetal
no início da gestação é menos comum, mas muito grave. Nem sempre é possível estabelecer o momento de contágio
A toxoplasmose congênita ocorre na maioria das vezes após da sífilis e seu estágio. Mediante a dúvida devemos realizar o
uma infecção primária materna e, raramente, em mulheres tratamento com 3 doses de penicilina em intervalos semanais
imunocomprometidas, a reativação da toxoplasmose pode (dose total 7,2 milhões UI).
resultar em infecção congênita. Até o final da gestação, o controle pós-tratamento deve ser
feito por meio da solicitação mensal do VDRL. Os títulos
devem cair de forma progressiva, permanecendo negativos
ou inferiores a 1/8. Ao término da gestação e em não ges-
tantes, recomenda-se a repetição do VDRL quantitativo de
3 em 3 meses, durante o primeiro ano e, se ainda houver
reatividade em titulações decrescentes, deve-se manter o
acompanhamento de 6 em 6 meses ate estabilizar. Após um
ano, pode-se dar alta na presença de título baixo e estável
em duas oportunidades.
Suspeita-se de reinfecção quando ocorrer elevação de duas
diluições no título, procedendo-se a um novo tratamento
completo, lembrando de revisar se o(s) parceiros(s) reali-
Cisto tecidual contendo bradizoíto. zaram o tratamento. Mediante tratamento inadequado ou
quadruplicação dos títulos de VDRL, um novo tratamento
Resposta c. é recomendado. Resposta e.

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

78. Na primeira consulta pré-natal, devem ser solicitados os te a gestação. Procede-se a titulação seriada de IgM e IgG,
seguintes exames de rotina: mostrando se há ascensão dos níveis (quadro recente), ou,
Tipagem sanguínea; ainda, a realização do teste da avidez da IgG, mostrando bai-
xa avidez (< 30%) para os casos de infestação ocorrida há até
Sorologia para lues (VDRL); três meses e alta avidez (> 60%) para os casos com mais de
Urina tipo I e urocultura; três meses. Para as pacientes suscetíveis, isto é, com IgM e
IgG não reagentes ou negativas, preconizam-se a orientação
Hematócrito e hemoglobina;
higienodietética e a repetição do perfil sorológico no segun-
Citopatológico de colo uterino (CP); do e no terceiro trimestres da gestação.
Glicemia de jejum;
Anti-HIV; IgG IgM Situação

Sorologia para toxoplasmose; Não reagente Não reagente Suscetível

O uso de exames ultrassonográficos é de grande valia em Reagente Não reagente Imune


muitas situações na obstetrícia; no entanto tem-se verifica-
Não reagente Reagente Infecção aguda
do atualmente um abuso na solicitação de tais exames, o
que aumenta consideravelmente custos e resultados falso-
-positivos. A Fundação de Medicina Fetal recomenda reali- Sorologia materna
zar um exame entre 11 e 13 semanas (para datação, determi-
nação de número de fetos e medida da translucência nucal) IgG+ IgG- IgG+
IgM- IgM IgM+
e outro após 20 semanas para avaliação de morfologia.
O estabelecimento de uma rotina para realização de exames Imune Suscetível Infecção aguda

ultrassonográficos na gestação ainda é motivo de contro-


Rotina Orientações para ESPIRAMICINA
vérsia, uma vez que não houve ainda demonstração clara pré-natal seguimento sorológico 3 g/dia
de que essa prática reduza a morbimortalidade perinatal ou
materna. Há evidências de que a realização de ultrassono- Soroconversão
ESPIRAMICINA
Amniocentese para reação
em cadeia de polimerase
grafia obstétrica no primeiro trimestre esteja associada à AMNIOCENTESE (PCR)

detecção precoce de gestações múltiplas e de malformações


INFECTADA NÃO INFECTADA
fetais e a redução das taxas de indução de parto por pós- Sulfadiazina + pirimetamina + ácido fólico Espiramicina até o termo
-datismo, sem, no entanto, reduzir a mortalidade neonatal. intercalados com espiramicina USG a cada 4 semanas
Ultrassonografia (USG) a cada 2 semanas +
É razoável, portanto, a recomendação de ecografia no pri- ecocardiografia (ECO) fetal
meiro trimestre.
Resposta b.
As recomendações do Ministério da Saúde consideram que
a não realização universal de ecografia durante gestações
de baixo risco não diminui a qualidade da assistência pré- 82. Gestantes normais (baixo risco) farão uso de duas medi-
-natal. Apesar disso, salienta que, em situações clínicas es- cações no pré-natal: ácido fólico 400 µg desde o período pré-
pecíficas, o exame está indicado. Além disso, o Ministério -concepcional até 12-14 semanas e sulfato ferroso, na dose de
reforça que, em gestações de alto risco, a ecografia com do- 300 a 600 mg, após a 20ª semana até o término da gravidez.
pplervelocimetria da artéria umbilical está associada à re- Como não há mais anemia, a dose de sulfato ferroso deve ser
dução da morbimortalidade perinatal. Resposta d. reduzida. O ácido fólico poderia ser suspenso. Não há res-
posta. Gabarito oficial d.

79. O efavirenz, inibidor da transcriptase reversa não-nu-


cleosídeo é categoria D na gestação de acordo com o FDA, 83. Em relação à sífilis deve-se solicitar VDRL para tiragem
ou seja, há evidências positivas de risco fetal em humanos. na primeira consulta do pré-natal. Se o VDRL for negativo, a
Resposta a. recomendação do MS é repeti-lo em torno da 32ª semana e
novamente na internação para o parto. Se o VDRL for positi-
vo, o ideal seria a realização de um teste treponêmico (FTA-
80. Vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela são
-Abs) para excluir falso-positivo (que pode estar relacionado
vírus vivo e atenuado, portanto não devem ser aplicadas em
com a própria gestação ou com doenças concomitantes como
gestantes ou mulheres que pretendem engravidar nos próxi-
o lúpus). Se o FTA-Abs for positivo, deve ser prescrito trata-
mos três meses. Resposta c.
mento para sífilis. Em caso de paciente de difícil seguimen-
to ou impossibilidade de realizar o FTA-Abs prontamente,
81. As gestantes suscetíveis são de cerca de 30 a 40%. O diag- justifica-se prescrever tratamento imediatamente após o re
nóstico da toxoplasmose materna é feita por meio do perfil sultado de VDRL positivo, mesmo sem exame confirmató-
sorológico da doença aguda, que exibe positividade tanto rio. A penicilina é o único medicamento que previne a sífilis
para IgM como para IgG. Como a IgM pode permanecer congênita. As gestantes com alergia à penicilina devem ser
positiva em títulos baixos por até 12 a 18 meses, devem-se submetidas à dessensibilização antes de iniciar o tratamento.
utilizar meios para descartar a ocorrência da infecção duran- Para as pacientes alérgicas à penicilina, a droga alternativa

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Obstetrícia | Gabarito comentado

para o tratamento fora da gestação é a eritromicina (consi- 86. O Ministério da Saúde não recomenda rastreamento de
derar o feto como não tratado). A dessensibilização é feita rotina para rubéola na gestação. No caso de gestantes no iní-
com a administração oral de penicilina V (fenoximetilpeni cio da gravidez com suspeita de infecção ou com história de
cilina potássica) oral em diluições gradativamente menores e possível exposição à doença, há consenso de que a solicita-
em volumes inversamente maiores. Esse procedimento deve ção da sorologia está indicada. Em caso de infecção aguda
ser feito em ambiente hospitalar ou onde se possa assegu- durante a gestação, sabe-se que os defeitos congênitos mais
rar atendimento de urgência caso ocorram manifestações graves ocorrem quando a infecção aguda acontece no pri-
de alergia ou até mesmo choque anafilático. A gestante deve meiro trimestre da gestação. Apesar da alta prevalência de
ser observada por trinta minutos e, após, procede-se à ad- infecção por citomegalovírus, o rastreamento de rotina não
ministração parenteral de penicilina. Na presença de alergia é recomendado, devido à ausência de um tratamento efetivo
ao longo da dessensibilização, interrompe-se o uso e troca-se que possa ser administrado durante a gestação para prevenir
por medicação alternativa. Os parceiros devem receber tra- ou reduzir a morbidez da doença para o feto. Em gestantes
tamento concomitante à gestante com penicilina ou drogas imunossuprimidas (HIV-positivo, transplantadas), entre-
alternativas. Resposta b. tanto, a realização de sorologia para CMV está indicada. Ao
contrário da hepatite B, cuja recomendação de rastreamento
é obrigatória (solicite HBsAg) no terceiro trimestre, indepen-
84. No caso de IgM positivo para toxoplasmose, isso pode in- dente de haver fatores de risco identificáveis, não há indica
dicar infecção recente ou antiga, já que IgM pode ser positivo ção de rastrea HVA, visto não haver repercussões preocupan-
por até dois anos. Nesse caso, para dirimir tal dúvida, duas tes para o concepto. A sorologia para toxoplasmose deve ser
condutas são possíveis: solicitada na primeira consulta pré-natal, repetir no segundo
€ solicitar avidez IgG para toxoplasmose e considerar in- trimestre se IgM e IgG não reagentes, assim como no terceiro
fecção recente se baixa avidez (isso só é possível até 16 trimestre se IgG e IgM não reagentes. Resposta c.
semanas);
€ solicitar nova sorologia IgM e IgG ara verificar se o se 87. A questão traz o caso de uma gestante com anemia, imune a
gundo é positivo, pois endo negativo a infecção é recente; toxoplasmose e rubéola (IgG positivo e IgM negativo para ambas),
e ainda verificar o comportamento o IgM que se desapa- HIV negativo e um teste não treponêmico positivo para sífilis.
rece, a infecção é antiga.
Assim, é preciso solicitar teste treponêmico, mais específico,
Até que tal dúvida possa ser dirimida, deve-se indicar o uso para confirmar a sífilis. Além disso, deve-se investigar anemia,
de espiramicina para evitar a passagem de parasitas pela pla tratando-a inicialmente como ferropriva (ferro elementar de
centa. 120 a 240 mg/dia) uma vez que é a causa em 90% dos casos.
A investigação fetal por amniocentese apenas é indicada caso O sangue negativo requer, inicialmente, realização de tipagem
haja indícios de infecção recente e o uso de sufadiazina e piri- do pai da criança para avaliar se há incompatibilidade Rh.
metamina são reservados para quando há a comprovação de Resposta d.
infecção fetal. Resposta c.

88. A grávida apresenta aumento da volemia em cerca de 30


85. Quanto aos exames sorológicos, utilizamos para triagem a 40%, sendo o principal responsável o acúmulo de líquido,
o Veneral Disease Research Laboratory (VDRL), que é um tes- apesar de também haver aumento de elementos figurados do
te não treponêmico ou não específico que possui alta sensi- sangue, mas em proporção menor, tanto que há a anemia fi-
bilidade e possibilita o diagnóstico de praticamente todos os siológica dilucional.
casos. A penicilina é o único medicamento que previne a sífi Também ocorre, na gravidez, hipertrofia e hiperplasia da
lis congênita. As gestantes com alergia à penicilina devem ser adeno-hipófise (hipófise anterior), especialmente à custa de
submetidas à dessensibilização antes de iniciar o tratamento. lactotrofos, dado o estímulo estrogênico. O intuito é produ-
Para as pacientes alérgicas à penicilina, a droga alternativa ção de leite para a amamentação.
para o tratamento fora da gestação é a eritromicina (conside
rar o feto como não tratado). A recomendação adequada é a Em relação ao sistema respiratório, ocorre elevação do volu-
dessensibilização da gestante e o tratamento com penicilina me corrente, porém, graças à subida do diafragma decorrente
nas doses recomendadas. Até o final da gestação, o controle do crescimento uterino, os volumes de reserva inspiratório e
pós-tratamento deve ser feito por meio da solicitação men expiratório diminuem. Resposta b.
sal do VDRL. Os títulos devem cair de forma progressiva,
permanecendo negativos ou inferiores a 1/8. Ao término da 89. À exceção da vacina de febre amarela, em casos selecionados
gestação e em não gestantes, recomenda-se a repetição do de necessidade de viagens para zonas de risco, as vacinas de ví-
VDRL quantitativo de 3 em 3 meses, durante o primeiro ano rus vivo devem ser proscritas na gravidez, e elas incluem: rubé-
e, se ainda houver reatividade em títulos decrescentes, deve- ola, varicela, poliomielite Sabin, tuberculose (BCG). Resposta a.
-se manter o acompanhamento de 6 em 6 meses até estabi-
lizar. Após um ano, pode-se dar alta na presença de título
baixo e estável em duas oportunidades. São situações de no 90. Para esta gestante que recebeu antirretrovirais durante
tificação compulsória: toda gestante que durante o pré-natal toda a gestação, a conduta adequada para o recém-nascido
apresente evidência clínica de sífilis e/ou sorologia não tre- é o uso de AZT, em solução oral, 4 mg/kg/dose, de 12 em
ponêmica reagente, com teste treponêmico positivo ou não 12 horas, via oral por seis semanas; mensurar carga viral e
realizado. Resposta a. suspender o aleitamento materno. Resposta c.

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

91. Uma vez a sífilis sendo diagnosticada e tratada na gravidez, quando situado no ovário direito, determina maior incidência do
a gestante deverá ser submetida a sorologias não treponêmi- distúrbio, devido ao fato de a drenagem venosa desse órgão ser
cas (VDRL) mensais até o término da gestação. Se não ocor- diretamente na veia cava inferior, com maior quantidade do hor-
rer a queda esperada dos títulos da sorologia não treponêmica mônio sendo oferecida ao organismo da gestante. No 1º trimes-
(VDRL) para valores inferiores a 1:8 ou se estes se mostrarem tre de gestação, paralelamente ao pico de hCG, ocorre aumento
ascendentes, recomenda-se reavaliar o tratamento materno e dos níveis de progesterona (17-OH P), hormônio primariamente
de seu parceiro, se esse não foi adequado, deverá ser repetido. produzido pelo corpo lúteo gravídico. Sua participação na gênese
Dessa forma, os títulos devem ser decrescentes. Resposta b. de náuseas e vômitos na gravidez é relatada por alguns autores.
Outros pesquisadores não conseguiram demonstrar correlação
entre os níveis de progesterona e a gravidade das náuseas e dos
92. Gestante sem pré-natal ou sem os exames do mesmo, em vômitos na gravidez em coorte prospectiva. Ademais, gestantes
trabalho de parto, no momento da internação deve ser sub- com elevado níveis de progesterona em casos de estimulação
metida a teste rápido para HIV. Caso o mesmo seja positivo ovariana controlada não demonstram incidência aumentada de
fica indicado uso de AZT intravenoso até o clampeamento hiperêmese gravídica, sugerindo que somente os elevados níveis
do cordão umbilical. A via de parto depende do status das de progesterona não configuram causa da doença. A tireoide é
membranas ovulares e o avançado do trabalho de parto. fisiologicamente estimulada na gestação inicial. Algumas vezes,
Geralemente, com carga viral desconhecida, realiza-se cesa- ocorre aumento dos hormônios tireoidianos na gravidez, levando
riana, mas são exceções à regra: trabalho de parto avançado a um estado denominado hipertireoidismo transitório. Pacientes
(mais de 4-5 cm) e bolsa rota há mais de 4 horas. Resposta d. com hiperêmese gravídica apresentam menores níveis de TSH e
maiores dosagens de T3, livre e T4 livre que gestantes normais. A
hCG apresenta atividade estimuladora da tireoide, de modo que
93. A paciente tem diagnóstico de sífilis. A penicilina é o cerca de 60% das pacientes com hiperêmese gravídica apresentam
único medicamento que previne a sífilis congênita. As ges- hipertireoidismo transitório.
tantes com alergia à penicilina devem ser submetidas à des- A concentração de hCG tem correlação significativa com
sensibilização antes de iniciar o tratamento. Para as pacientes o grau de estimulação da tireoide, comprovada por ensaios
alérgicas à penicilina, a droga alternativa para o tratamento capazes de aferir a atividade tireotrófica. O grau de hiperti-
fora da gestação é a eritromicina (considerar o feto como não reoidismo e a concentração de hCG variam diretamente com
tratado). A recomendação adequada como já dissemos é des- a gravidade da hiperêmese gravídica. Esses dados, compro-
sensibilização da gestante e o tratamento com penicilina nas vados por diversos trabalhos, configuram forte base dessa
doses recomendadas. Resposta b. tireotoxicidade transitória causada por fração da hCG como
etiologia da hiperêmese gravídica. Gabarito oficial d.
94. Vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela são
vírus vivo e atenuado, logo, não devem ser aplicadas em ges- 97. Tanto o propiltiouracil (PTU) quanto o metimazol (MMZ)
tantes ou mulheres que pretendem engravidar nos próximos podem ser utilizados no tratamento do hipertireoidismo na ges-
3 meses. Resposta b. tação. O PTU é a droga de escolha devido a relatos de casos es-
porádicos associando o MMZ a potenciais efeitos teratogênicos
(particularmente aplasia cútis), muito embora as evidências não
95. Em relação a vacinação na gravidez, são contraindicadas sejam conclusivas. O MMZ não está contraindicado na gesta-
vacinas de vírus vivo atenuado: rubéola, BCG, varicela, po- ção, mas deve ser reservado como droga de segunda escolha. A
liomielite Sabin. A vacina de febre amarela também é de vírus enoxaparina, a heparina de baixo peso molecular mais utilizada,
vivo e não deve ser utilizada, exceto em casos de extrema ne- é listada pelo FDA como categoria B. A monitoração laborato-
cessidade de viagem para zona endêmica. rial de doses terapêuticas não é recomendada, pois não reflete
As demais vacinas podem ser usadas, inclusive recomenda- o grau de anticoagulação. A utilização em doses únicas diárias,
-se a de Hepatite B e até coqueluche, esta última no terceiro dos diferentes tipos de HBPM, tem a mesma eficácia comparada
trimestre a fim de promover imunidade ao RN contra tal do- ao uso de doses fracionadas. As mudanças fisiológicas da gravi-
ença nos primeiros dias de vida. Resposta c. dez e, especialmente, a diminuição da imunidade propiciam a
infecção pelo HPV, favorecendo desenvolvimento, proliferação
e constantes recidivas das lesões condilomatosas. Toda paciente
96. A real etiologia da hiperêmese gravídica é desconhecida, com quadro de primoinfecção por herpes genital deve receber
mas há indícios de fatores psicossociais, endócrinos e imunoló- tratamento antiviral por 7 a 10 dias, sendo que na gestação a
gicos envolvidos em sua fisiopatologia. A hCG parece estar re- droga mais estudada é o aciclovir. Resposta b.
lacionada com o quadro. O pico de secreção de hCG, entre 12
e 14 semanas de gestação, coincide com a exacerbação clínica
da hiperêmese gravídica, e a melhora dos sintomas relaciona- 98. Diversas são as alterações fisiológicas da gestação, que
-se com a queda do nível desse hormônio. Quando a atividade visam adaptar o organismo materno às mudanças impostas
trofoblástica é maior, como nos casos de gravidez gemelar ou pela gravidez.
neoplasia trofoblástica gestacional, mais intensos e duradou- Entre essas alterações estão as renais. Dado o aumento da vole-
ros são os sintomas. O estrogênio pode ser coadjuvante ou até mia decorrente do estímulo estrogênico ao sistema renina-an-
mesmo causador dos sintomas, uma vez que mulheres po- giotensina-aldosterona, haverá maior fluxo renal, e consequen-
dem apresentar náuseas durante o uso de contraceptivos orais. temente as taxas de filtração dos rins se elevam em até 50%.
A progesterona tem seu papel no quadro da hiperêmese gravídica. Esse efeito pode ser observado em momentos tão precoces da
A localização do corpo lúteo desempenha papel importante, pois, gravidez como o segundo mês.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

A coagulabilidade também se altera, porém é estimulada. 100. Na gravidez, a progesterona promove relaxamento da
Dos fatores de coagulação, o que mais se eleva é o fibrino- musculatura lisa, de modo que faz relaxar o esfíncter eso-
gênio, com aumento de 50%. O objetivo dessas alterações é fágico inferior, favorecendo o refluxo; igualmente retarda a
permitir a hemostasia pós-parto. motilidade intestinal e promove constipação.
Em termos metabólicos, há aumento da produção de insulina O hormônio lactogênio placentário é contrarregulador da
no primeiro trimestre, o que gera hipoglicemias. Posteriormen- ação de insulina e faz com que sobre glicose para absorção
te, pela ação de HLP e outros contrarreguladores, o nível de in- fetal, promovendo assim maior nível de glicemia pós-refei-
sulina cai e a glicose é rapidamente absorvida pelo feto, passan- ção e menor no jejum, após passagem paro o feto.
do pela placenta por difusão facilitada. Assim, como seria óbvio,
o consumo fetal de glicose faz reduzir a glicemia materna. O crescimento uterino comprime a veia cava e dificulta o
retorno venoso da parte inferior do corpo, favorecendo he
Retroversão uterina é corrigida na gestação e não causa po-
morroidas e edemas e varizes nas pernas. Resposta a.
laciúria. Resposta a.

99. Na persistência dos sintomas após os cuidados gerais, ali- 101. A mulher que tem o diagnóstico de toxoplasmose
mentares e de reposição hidroeletrolítica, inicia-se a terapêu- com IgG e IgM positivos pode ter adquirido a doença nes-
tica medicamentosa, com preferência pelos antieméticos ve- sa gravidez ou não, pois IgM fica positivo até 2 anos. Uma
nosos. Os principais fármacos utilizados são citados a seguir. possibilidade para tirar essa dúvida é o teste de avidez IgG,
que alto indica infecção antiga e baixo recente; porém, a
- Metoclopramida é a droga usada com maior frequência, na
avidez fica alta 16 semanas pós contato, o que significa
dose de 10 a 20 mg, EV, a cada 6 ou 8 horas.
que após essa idade gestacional não saberemos se a doença
- Piridoxina é a droga mais segura, utilizada na dose de 10 a foi adquirida nessa gravidez ou não. Assim, após 16 sema-
50 mg a cada 8 horas. Existem evidências de que a suplemen- nas não é preciso solicitar teste de avidez, considerando-se
tação periconcepcional com multivitamínicos reduz o risco infecção recente.
de hiperêmese gravídica.
A conduta será introdução de espiramicina, um parasitos-
- Dimenidrinato associado à piridoxina: dilui-se 1/2 ampola tático que imobiliza protozoários da placenta e impede que
em 10 mL de água destilada, administrando-se a solução, EV,
passem ao feto. Também deve programar amniocentese para
a cada 6 horas.
verificar se o feto está infectado, por meio de pesquisa de
- Clorpromazina pode ser prescrita para os casos refratários PCR para DNA de toxoplasma na amostra coletada de lí-
aos fármacos já citados. A dose usual é de 25 a 50 mg, via pa- quido amniótico. Estando o feto com infecção comprovada,
renteral, de 8/8 horas. Com a estabilização do quadro, alterar introduz-se pirimetamina e sulfadiazina para tratamento do
para a via oral até a remissão completa dos sintomas. mesmo. Resposta e.
- Benzodiazepínicos na constatação de que algum fator psí-
quico possa estar agravando o quadro e comprometendo os
resultados do tratamento, na dose de 5 a 10 mg ao dia. 102. No acompanhamento pré-natal é importante realizar a
medida da altura uterina em todas as consultas, verificando
- Ondansetron, em casos excepcionais, na dose de 4 mg endo- sua normalidade. Existem tabelas com intervalos de norma-
venoso, lentamente, seguido de 8 mg via oral a cada 8 horas.
lidade para cada idade gestacional, mas uma regra básica
- Metilprednisolona, que ultimamente tem sido motivo de aproximada é que a altura uterina, em centímetros, corres-
estudos bem conduzidos, com resultados satisfatórios, na ponde ao valor da idade gestacional até a 20ª semana, após
dose de 16 mg por via oral a cada 8 horas. o que seria a idade gestacional menos dois, sendo o máximo
Vômitos na gravidez normal de 36 cm. Alterações da altura uterina servirão de
triagem para maiores investigações, já que há pouco especifi-
Controle dietético cidade para doenças nessa análise clínica. Uma altura uterina
reduzida, como no caso, pode ser decorrente de restrição de
Internação Agravamento do quadro Melhora do quadro
Controle dietético
crescimento, erro de data, oligoâmnio, malformação fetal, si-
Hiadratação tuação transversa etc. Assim sendo, a ultrassonografia é de
Medicações antieméticas
Controle de peso Procurar outras causas grande valia nesses casos. Enfim, a medida da altura uteri-
e/ou patologias
Controle de diurese
obstétricas associadas
na não permite estabelecer diagnóstico, é apenas triagem.
Apoio psicológico
A insuficiência placentária, por reduzir o aporte sanguíneo
Persistem vômitos Quadro estabilizado ao feto, pode levar a restrição de crescimento e oligoâmnio,
Controle laboratorial na medida em que o feto tende a priorizar fluxo para órgãos
Alimentação parenteral nobres, em que não se inclui os rins, produtores de líquido
Corticosteroides
amniótico. No entanto a entidade é progressiva e os achados
Persistem vômitos Alta hospitalar
nem sempre estão presentes. Em fase final haverá centraliza-
ção hemodinâmica fetal ao Doppler. Resposta b.
Admitir interrupção Controle ambulatorial
da gestação

Conduta quando de vômitos na gestação. 103. A toxoplasmose é doença praticamente inócua a mulhe
res não gestantes e imunocompetentes, entretanto pode ser
Resposta c. trágica a fetos. A chance de transmissão vertical é diretamen-

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

te proporcional à idade gestacional, porém a gravidade vai se 107. Excetuando-se febre amarela em condições peculiares,
reduzindo. Sempre que constatamos que uma toxoplasmose vacinas de vírus vivo são contraindicadas na gravidez. Nesse
tenha sido adquirida na gravidez, ou que haja a probabilida- rol se incluem: rubéola, caxumba, sarampo, varicela e Sabin.
de disso ter acontecido, indicamos uso imediato de espirami- Resposta b.
cina, um parasitostático cujo objetivo é reduzir a passagem
de toxoplasmas pela placenta e evitar a infecção fetal. Parale-
lamente, pesquisamos se o feto não está infectado, realizando 108. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação,
amniocentese e PCR para DNA do parasita no líquido amni- como formas de adaptação ao estado gravídico. Elas envol-
ótico. Em caso de resposta negativa, mantemos a espiramici- vem quase todos os sistemas, sendo os principais:
na até o final da gravidez, já na positividade inicia se o tra- € cardiovasculares: por ação estrogênica ativa-se o sistema
tamento do feto, administrando-se para a mãe sulfadiazina e renina-angiotensina-aldosterona, o que eleva a absorção
pirimetamina, alternando-se tais drogas com espiramicina, tubular de sódio e líquido, elevando-se a volemia desde o
ao menos até 36 semanas. Tais drogas consomem ácido fólico início da gestação. Por outro lado a ação da prostaciclina,
e podem levar a anemia megaloblástica, de modo que moni- produzida na placenta, promove vasodilatação, reduzin-
toragem com hemograma seriado e administração semanal do a pressão arterial. Para bombear todo líquido adiante,
de ácido folínico são medidas importantes. Resposta d. ocorre aumento da frequência cardíaca.
€ gastrointestinais: a progesterona promove relaxamento
104. Os inibidores seletivos da receptação de serotonina, da musculatura lisa esôfago-gástrica-intestinal, favore-
como fluoxetina, podem ser usados na gestação quando ne- cendo refluxo e constipação. Felizmente, também há re-
cessários, entretanto apresentam o risco de levar a abstinên- dução da secreção de ácido clorídrico.
cia no recém-nascido, pois atravessam a placenta. Alterações € urinário: com maior volemia, eleva-se a taxa de filtração
ósseas e dentárias associam-se ao uso de tetraciclinas; a he- glomerular. Os ureteres diminuem motilidade por ação
mólise ocorre em drogas que interferem na ação da G6PD de progestágeno, o que favorece pielonefrite. A bexiga di-
como sulfadiazina e nitrofurantoína; a síndrome do bebê minui sua capacidade de enchimento.
cinzento ocorre com uso de cloranfenicol e diversas drogas
podem ser hepatotóxicas, como antirretrovirais. Resposta e.
€ pulmonar: com a elevação do diafragma há redução de
volumes de reserva (capacidades residuais), mas ocorre
aumento do volume corrente, com entrada de oxigênio
105. A placenta humana normalmente tem um formato e saída de gás carbônico. Como esse último gás é mais
circular ou ovalar, com inserção ligeiramente excêntrica do difusível, ocorre maior saída do mesmo que entrada de
cordão umbilical. Apresenta limites precisos e, ao termo, oxigênio, reduzindo-se sua pressão parcial e levando a
costuma pesar algo em torno de 500 g, inserindo na região discreta alcalose respiratória.
de fundo ou corpo uterinos. Alguns aspectos morfológicos € sanguíneo: elevam-se fatores de coagulação, especial-
configuram tipos especiais de placenta, a saber:
mente fibrinogênio. Também há elevação de leucócitos e
€ placenta marginada: com a presença de orla fibrinoide redução da concentração de hemoglobina por diluição.
total ou parcial; Resposta b.
€ placenta circunvalada: a face materna é maior que a face fe-
tal da placenta, com transição fibrosa entre as duas partes;
109. São marcos ultrassonográficos que devem ser memo-
€ placenta sucenturiada: nessa há um lobo acessório (su- rizados: saco gestacional deve aparecer com 4-5 semanas
centuriado), ou seja, alguns cotilédones separados da (beta-hCG maior que 1.000 mUI/mL); a vesícula vitelínica
massa placentária principal, e a ela unidos por fina mem- deve aparecer no interior do saco gestacional ao final da 5ª
brana fibrosa; semana; o polo embrionário deve ser visível no início da sex-
€ placenta membranácea: extensa e fina, sua área de inserção ta semana (com saco gestacional medindo 25 mm); os bati-
corresponde à quase totalidade da superfície intrauterina. mentos cardíacos do embrião deverão ser vistos entre 6 e 7
semanas, ou quando embrião maior que 5 mm. Resposta c.
Resposta d.

110. As doenças cardíacas na gestação podem ser dividi


106. Para diagnosticar prematuridade é preciso datar corre-
das em três grupos, de acordo com a chance de mortalida-
tamente a gestação, o que pode ser tentado de várias formas,
de materna. O grupo III apresenta mortalidade de até 50%,
como medida da altura uterina, início da percepção dos mo-
de modo que o conhecimento prévio de alguma cardiopatia
vimentos fetais, data da última menstruação etc., porém a
pertencente a tal grupo deve contraindicar a gestação.
forma mais fidedigna de se saber o tempo de gravidez é por
meio de ultrassonografia de primeiro trimestre, em especial Nesse rol, enquadram-se: hipertensão pulmonar primária ou
entre 8 e 14 semanas. Isso porque o tempo de gestação é dado por TEP de repetição; esquistossomose pulmonar; estenose
pelo tamanho do feto e nessa idade gestacional ele é bem vi- valvar em bioprótese; síndrome de Marfan com envolvimen
sualizado e ainda não adquiriu as características genéticas to de aorta; síndrome de Eisenmenger; aneurisma dissecante
pessoais. Resposta c. de aorta; trombose em prótese. Resposta c.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

111. O melhor momento para datação da gravidez, por meio 115. A conduta ideal diante de VDRL positivo é solicitar tes-
de ultrassonografia, é no período entre 8 e 12 semanas. Para te treponêmico, mas não raramente este teste é indisponível.
tanto se utiliza a medida do comprimento fetal, mais especi- Nesse caso a conduta deve ser:
ficamente, o CCN (comprimento cabeça-nádega). Isso por- € mulher sem tratamento prévio ou tratamento incomple-
que, nessa fase, os fetos pequenos ainda não adquiriram as
to: tratar independentemente dos valores do VDRL.
características genéticas pessoais e apresentam uniformidade
de tamanho. Resposta c. € mulheres já tratadas: tratar se VDRL maior ou igual a 1:8
ou se níveis de VDRL ascendentes. No caso, com VDRL
positivo, ainda que 1:4, é preciso iniciar tratamento pois
112. Mulheres sem fatores de risco devem receber uma dose este nunca ocorreu. Resposta a.
de 400 µg de ácido fólico desde o período pré-concepcional
até o final do primeiro trimestre, a fim de reduzir o risco de
defeitos abertos do tubo neural (meningomielocele, anen 116. O diagnóstico de bacteriúria assintomática será feito
cefalia, encefalocele). A dose usualmente prescrita de 5 mg com a constatação de bactérias na urina, o que se pode con-
serve para mulheres de alto risco, como as que já tiveram feto seguir com visualização das mesmas em exame simples ou
com um dos problemas citados. Cabe ressaltar que estudos por urocultura com mais de 100 mil UFC/mL. Entretanto,
mostram que altas doses de ácido fólico, por longos perí- esta visualização direta não é sempre necessária para se es-
odos, pode elevar o risco de câncer de mama e, ainda, que tabelecer o diagnóstico, bastando, para tanto, a presença de
a farinha brasileira é, por lei, enriquecida com ácido fólico. nitrito em análise urinária, já que esta substância é decorren-
Resposta d.. te de metabolização bacteriana. Assim, a, b e c estariam cor-
retas, mas o exame mais simples e rápido para o diagnóstico
113. O diagnóstico de sífilis pode ser feito por dois tipos de está na letra b. Resposta b.
exames: os não treponêmicos, como VDRL, que tendem a
ficar negativo pós-tratamento, mas pode persistir em níveis
117. A altura uterina reduzida é um exame clínico de triagem,
baixos (cicatriz sorológica), porém nunca iguais ou superio-
já apresenta considerável quantidade de falsos-positivos.
res a 1:8; e os testes treponêmicos, como FTA Abs.
A principal causa é restrição de crescimento fetal, sendo
Este pode ser dosado em IgG e IgM, sendo que o primeiro
diagnósticos diferenciais o oligoâmnio ou a situação trans-
permanece positivo por toda a vida, uma vez que haja infeção
versa do feto, nunca se excluindo também a possibilidade da
por sífilis, e o segundo na fase aguda da doença. Dessa forma,
normalidade.
com níveis altos de VDRL (1:8) e FTA-Abs IgG positivo para
sífilis, pensa-se em doença existente, provavelmente adquiri- As restrições de crescimento fetais podem ser: simétricas,
da a algum tempo, estando provavelmente na forma latente. quando ocorrem desde o início da gestação de modo que
O diagnóstico torna-se mais provável pela falta de tratamen- a altura uterina será sempre pequena e crescente abaixo do
to anterior. A terapia preconizada nesses casos é a aplicação percentil 10; ou assimétricas, que ocorrem após 24 semanas e
de três doses de penicilina benzatina 2.400.000 UI IM (1,2 o feto desacelera seu crescimento, especialmente o peso, pois
milhões em cada nádega) com intervalo de uma semana en não recebe da placenta suficiente quantidade necessária de
tre elas. O parceiro também deve ser tratado. Na sífilis com- nutrientes para manter suas reservas. Como, na questão, o
provadamente primária faz-se dose única e na secundária, crescimento reduziu após 25 semanas, pensamos em restri-
duas doses. Resposta e. ção assimétrica. Não se pode esquecer que o diagnóstico final
será firmado por ultrassonografia obstétrica e estimativa de
peso fetal. Resposta c.
114. Três são as possibilidades de resultados sorológicos de
toxoplasmose:
€ IgG e IgM negativos: mulher suscetível à doença, devem 118. A placenta possui também função endócrina, produzin-
ser tomadas medidas preventivas; do hormônios corticosteroides e esteroides sexuais, especial
mente progesterona e estrogênio, no sinciciotrofoblasto. Para
€ IgG positivo e IgM negativo: mulher imune, só apresen-
a produção desses hormônios faz-se necessários precursores
tará a doença se tiver queda substancial da imunidade;
maternos, como o colesterol que serve a produção de pro-
€ IgG e IgM positivos: diferentemente de outras doenças, gesterona. Os níveis ascendem na gravidez, sendo a proges-
na toxoplasmose o IgM demora até um ano para ficar terona responsável por manter o útero quiescente e manter
negativo. Assim, nesses casos, a doença pode ou não ser a decídua no local e o estrogênio por elevar as gap junctions
recente, e a dúvida precisa ser dirimida. Para tanto, faz- miometriais. Eles apresentarão queda apenas na iminência
-se o teste de avidez IgG: se a avidez for alta, a doença foi do trabalho de parto, para permitir as contrações uterinas, A
adquirida há mais de 16 semanas (antes da gravidez caso placenta também produz hCG, mas este tem comportamento
o exame seja realizado com 8 semanas); já se ela for baixa distinto. Responsável por manter o corpo lúteo produzindo
a doença é recente. progesterona até que a placenta assuma tal função, ele terá ní-
Assim, diante de IgG e IgM positivos com 8 semanas, proce- veis ascendentes até 8 a 10 semanas, quando atinge um pico,
de se o teste de avidez IgG. Resposta c. e depois decresce até 16 semanas. Resposta a.

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119. Uma ultrassonografia precoce, em especial realizada entre € Varfarin: no primeiro trimestre está associado a malfor-
8 e 12 semanas, é altamente precisa em estabelecer a idade ges- mações decorrentes da síndrome varfarínica (que inclui
tacional pela medida do CCN, pois nessa fase o embrião ainda hipoplasia nasal, defeitos cardíacos, ventriculomegalia
não adquiriu características genéticas pessoais e sofre poucas etc.), no terceiro trimestre pode provocar hemorragias,
influências externas. A literatura considera que o erro nesse especialemnte se o parto for necessário;
tipo de ultrassom não ultrapassa cinco dias, o que significa di- € Inibidores da enzima de conversão de angiontensina:
zer que se a USG mostrou idade gestacional de 8 semanas e 2 nunca devem ser usados pois podem resultar em insufi-
dias, ele pode ser de 7 semanas e 4 dias até 9 semanas. Caso a ciência renal do feto, hipoplasia pulmonar e oligoâmnio;
data da última mesntruação esteja dentro desse intervalo de
erro, ela será considerada para o cálculo do tempo de gravi- € Ácido retinoico: usado no tratamento de acne, psoríase
dez, senão há erro de data. No caso apresentado há oito dias de e líquen, é bastante teratogênico e não deve ser usado na
diferença entre a DUM e USG precoce, ou seja, mais que os 5 gravidez. Apresenta níveis circulantes da substância até
dias aceitáveis; portanto, existe erro de data. Resposta c. um mês após a suspensão do uso, de modo que a gesta-
ção somente estaria permitida após esse período.
Resposta b.
120. Não há consenso em relação a quantas ultrassonografias
uma mulher deve realizar na gravidez, no entanto a Fetal
Medice Foundation orienta no mínimo três: 122. Em gestações normais, graças a ativação do sistema reni
€ morfológico de primeiro trimestre: entre 11 e 13 sema- na-angiotensina-aldosterona pelo estrogênio, há reabsorção
nas, para avaliação de translucência nucal e consequente- tubular aumentada de sódio e, consequentemente, de água,
mente do risco de cromossomopatias, entre elas a trisso- o que faz a volemia se elevar em 50% aproximadamente. Por
mia do 21, e estabelecer tempo de gestação. outro lado, há elevação de eritrócitos em torno de 33%. As-
sim sendo, apesar do aumento absoluto de glóbulos verme-
€ morfológico de segundo trimestre: realizado entre 20 e
lhos, eles estão hemodiluídos, pois há maior elevação da vole-
24 semanas, permite análise de toda a morfologia do feto,
mia. O nível inferior de normalidade de Hb cai para 11 g/dL.
já formado, mas ainda sem a interposição de ossos muito
Resposta a.
calcificados.
€ obstétrico de terceiro trimestre: além da medida do lí-
quido amniótico e avaliação da placenta, permite o cál- 123. A conduta ideal diante de VDRL positivo é solicitar tes
culo de peso fetal, permitindo o diagnóstico de restrição te treponêmico, e o diagnóstica da doença será confirmado
de crescimento fetal. Como, por esse exame, também com sua positividade. Nesse caso a conduta deve ser:
é possível estabelecer relações entre medidas do feto € mulher sem tratamento prévio ou tratamento incomple-
como CF (comprimento do fêmur) / CA (circunferên- to: tratar independentemente dos valores do VDRL;
cia abdominal), é possível classificar o tipo de restrição:
€ mulheres já tratadas: tratar se VDRL maior ou igual a 1:8
simétrica, em que a relação CF/CA é normal (o fêmur é
ou se níveis de VDRL ascendentes;
igualmente pequeno ao abdome); e assimétrica, com re-
lação CF/CA alterada (o abdome é menor que o fêmur). No caso, com VDRL positivo de 1:8 é preciso iniciar trata-
Caso o obstetra tenha que escolher um único exame, mento, pois este nunca ocorreu, tanto para gestante quan-
este deve ser o morfológico de segundo trimestre, pois to para o parceiro, já que se trata de DST. Pesquisar outras
apresenta erro não muito grande em relação ao tempo DSTs e usar preservativo é importante para reduzir a carga
de gravidez (este aumenta com o avançar da gestação) de patógenos e evitar trocas de cepas, ou transmissão dessa
e permite melhor análise da morfologia fetal. O perfil e outras DSTs, até porque não sabemos se o parceiro é real-
biofísico fetal é um exame usado para análise da vita- mente infectado. A sífilis na gestação é doença de notificação
lidade do feto, assim como cardiotocografia e doppler compulsória. Resposta b.
obstétrico. Nesse exame, avaliam-se cinco parâmetros,
sendo quatro ultrassonográficos (movimentos respira-
tórios, movimentos fetais, tônus e líquido amniótico) e 124. O sangue produzido no organismo fetal e desoxigenado
um cardiotocográfico (atividade cardíaca). A letra c esta é levado à placenta pelas artérias umbilicais, normalmente em
errada por colocar a atividade cardíaca como um parâ- número de duas. Ali ele recebe oxigênio e nutrientes e volta ao
metro ultrassonográfico. feto pela veia umbilical. Em parte passa pelo fígado e em parte
segue um shunt para a veia cava inferior pelo ducto venoso.
Resposta c. Seja como for, o sangue oxigenado cai no átrio direito. Graças
a alta resistência da circulação pulmonar fetal e patência do
121. Algumas medicações são classicamente contraindicadas forame oval, a maior parte do sangue segue por esse forame
na gravidez, outras devem ser usadas com cautela, vejamos as por onde adentra ao átrio esquerdo, daí segue ao ventrícluo es-
citadas na questão: querdo de onde é distribuído ao organismo do feto. Resposta e.
€ Anti-inflamatórios não-hormonais: ainda que usados em
baixas doses, seu uso repetido pode gerar fechamento 125. Apesar do formato discoide e de invadir a decídua (en-
precoce do ducto arterioso, especialmente em idades ges dométrio modificado pela gestação), o que a torna deciduada,
tacionais mais avançadas; a placenta humana é do tipo hemocorial (e não alantocorial),

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Obstetrícia | Gabarito comentado

pois o sangue materno tem contato direto com as céulas do 127. O líquido amniótico apresenta diversas funções, sen-
trofoblasto que recobrem os vasos fetais. A placenta será for- do as principais: permitir movimentos fetais e do cordão o
mada pela parte frondosa do córion, que invade a decídua que favorece o desenvolvimento muscular, reduzir impactos,
basal (imediatamente abaixo dele). manter a temperatura, permitir o desenvolvimento pulmo-
nar, proteger o ambiente uterino de agentes infecciosos pelas
substâncias bactericidas que possui. Tanto isso é verdade que
as principais complicações de amniorrexe prematura precoce
são: infecção, hipoplasia pulmonar, deformidades de mem
bros e sofrimento fetal por compressão do cordão.
Embora o líquido seja principalmente produzido pelos rins, há
contribuição dos pulmões e placenta. E seu equilíbrio também
depende da reabsorção, realizada pelo sistema digestório do feto,
cujas obstruções podem resultar em polidrâmnio. Resposta e.

128. A Associação Brasileira de Agências de Viagem solicita


atestado médico para gestantes com mais de 36 semanas que
queiram viajar de avião e a presença de um médico acom-
panhando a viagem àquelas com mais de 38 semanas. Reco-
menda ainda meia elástica e movimentar-se durante o voo.
As mães, ainda que adotivas, têm direito à licença maternida-
de, que será de 120 dias para crianças até 1 ano, 60 dias para
aquelas com até 4 anos e 30 dias se a criança tiver até 8 anos.
O abortamento espontâneo também permite repouso remu-
nerado de 15 dias.
Trabalhadores avulsos têm direito à licença maternida-
de e recebem o recurso diretamente da previdência social.
Resposta c.

129. Em casos de gestação, a ultrassonografia transvaginal


Realmente a placentação se dá por fases, os períodos pré- permitirá a visualização de saco gestacional quando o nível
-viloso e viloso, mas não nos tempos especificados. O tro- de β-hCG estiver acima de 1.000 mUI/mL. Abaixo desse va-
foblasto invade a decídua de forma irregular até o 13º dia lor, o que se verá é a presença de eco endometrial heterogê-
pós-concepção, quando então envia projeções digitiformes neo e espessado, que reflete a decidualização do endométrio.
chamadas vilos, iniciando-se o período viloso. Resposta d..
As vilosidades inicialmente são chamadas de primárias, con
tendo apenas cito e sinciciotrofoblasto; secundárias quando 130. Entende-se por moléstia trofoblástica gestacional um
recebem internamente o mesotélio extraembrionário, para fi- grupo de doenças decorrentes de neoplasia de tecido trofo-
nalmente serem terciárias com a formação de capilares (com blástico. O principal representante desse grupo de doenças
endotélio) no interior desse mesotélio. Cada grupo celular da é a mola hidatiforme, que se divide em formas completa e
vilosidade separa o sangue materno do fetal e seu conjunto incompleta. A primeira apresenta apenas tecido trofoblástico
é chamado de membrana placentária, que se torna mais fina
e é originária da fecundação de um ovócito vazio por dois
com o evoluir da gravidez e pode se descontinuar ao final,
espermatozoides, ou da duplicação de um espermatozoide
especialmente pela falta do citotrofoblasto. Resposta c.
dentro daquele ovo. Assim, a mola completa será diploide
com material genético exclusivamente de origem paterna.
126. Cefaleia é a queixa neurológica mais comum na gestação, Já a mola parcial, contém partes fetais, e ocorre pela fecun-
sendo que em mais de 90% dos casos são tensionais ou enxa- dação de dois espermatozoides em um ovócito normal, por-
quecas. A cefaleia tensional deve-se a tensão muscular e, raras tanto, é triploide.
vezes, é um sintoma de depressão. As migrâneas (enxaquecas)
decorrem de disfunções do sistema nervoso autônomo. O coriocarcinoma, forma maligna da doença, pode ocorrer
espontaneamente ou por degeneração da mola. As metástases
Realmente a fadiga está presente até o 4º mês de gestação e são raras e acometem mais comumente fígado, pulmões, vulva
se deve ao efeito da progesterona, não apresentando nenhum
e pelve. Questão surpresa para este momento! Resposta a.
significado clínico.
A pica é a fome por alimentos estranhos, especialmente terra,
tijolo e gelo (pagofagia), comum em quadros de anemia fer- 131. Durante a gestação, o organismo da mulher sofre diver-
ripriva grave. A lombalgia piora com o avançar da gravidez sas adaptações fisiológicas, entre elas a mais importante é o
pela acentuação da lordose, devida ao crescimento uterino, aumento da volemia, que se inicia na 8ª semana e leva a um
para ajuste do centro de gravidade. Resposta d.. incremento de aproximadamente 50% no débito cardíaco.

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

Com isso, há maior irrigação renal, que eleva a taxa de filtra- 136. Para diagnóstico precoce de gestação a melhor maneira
ção, sendo, por isso, normal o encontro de glicosúria e traços é a dosagem de β-hCG sanguínea. Embora de maneira mui-
de proteína na análise urinária, bem como redução das con- to rara possa aumentar em outras condições, como tumores
centrações de creatinina no sangue. ovarianos, é detectado no sangue em fases bem iniciais do
processo gravídico. Fazendo dosagem sanguínea, pode-se di-
Em relação ao conteúdo sanguíneo, nota-se aumento da
zer que há gravidez com concentrações maiores ou iguais a
quantidade de hemácias (33%), mas a concentração é reduzi- 25 mUI/mL, enquanto que na urina essa afirmação somen-
da, pois a elevação da volemia é maior (45%). Serão normais te será possível se as concentrações forem maiores que 125
níveis de hemoglobina tão baixos quanto 11 g/dL. Paralela- mUI/mL. Em relação à ultrassonografia, a visualização de
mente, ocorre elevação do número de leucócitos, sendo nor- concepto é sinal inequívoco de gravidez, mas isso somente
mais valores de até 20.000/mm3. será possível com valor de β-hCG maior que 1.000 mUI/mL,
Em relação às modificações locais, o útero deixa a cavidade antes do que, mesmo sem visualizar-se conteúdo uterino, não
pélvica verdadeira e passa a ser palpável as 12 semanas, cres- é possível afastar gravidez. Resposta b.
ce 1 cm/mês até 20 semanas, quando terá cerca de 20 cm de
altura. Os batimentos cardiofetais podem ser auscultados a 137. Com o encontro de ovócito e espermatozoide na região
partir de 10 semanas com sonar Doppler e 20 semanas com ampolar da tuba uterina é formado o ovo ou zigoto. Esta for-
estetoscópio de Pinard. Resposta c. mação unicelular sofre sucessivas clivagens enquanto cami-
nha em direção à cavidade uterina, dividindo-se em múlti-
plas subunidades chamadas blastômeros. Após atravessar a
132. Assim como ciclos irregulares, qualquer fator que possa
tuba e permanecer livre por algum tempo na cavidade uteri-
atuar sobre a ciclicidade ovariana é pontencial responsável na, o produto conceptual implanta-se na decídua (endomé-
por erro de data, como por exemplo: uso recente ou atual trio modificado pela gravidez) em 6 a 8 dias pós-fecundação.
de anticoncepcional, aleitamento materno, cirurgia ovariana Dois conjuntos celulares são formados, o trofoblasto, que
etc. Para dirimir a dúvida da idade gestacional, realiza-se ul- dará origem à placenta, e o embrioblasto, que responderá
trassonografia de primeiro trimestre, especialmente entre 8 e pela formação do embrião e feto. O embrioblasto forma um
12 semanas, pois o erro do método não ultrapassa cinco dias. disco trilaminar, com ectoderma, mais externo, mesoderma
Resposta c. e endonderma, mais interno. Até que isso ocorra, tem-se o
período de blastogênese, que vai até o final da terceira sema-
na de concepção. A partir de então se inicia a embriogênese
133. A idade gestacional pode ser calculada, precisa ou im- (ou organogênese), em que o fenótipo embrionário será for-
precisamente, de várias formas, entre elas: o tempo transcor- mado. Esse período se estende da 4ª até o final da 8ª semana
rido desde a data da última menstruação, por ultrassonogra- pós-fertilização, quando se inicia o período fetal.
fia obstétrica que prediz o tempo de gestação pela biometria
Entende-se por concepto todos os produtos da concepção,
do feto, pela altura uterina que é crescente com a idade ges
desde a fertilização, e inclui embrião, feto, placenta, membra-
tacional, pelas provas de maturidade que se tornam positivas
nas etc. Resposta c.
por volta de 34 semanas, pelos movimentos fetais sentidos
com cerca de 20 semanas, pela ausculta dos batimentos do
feto possível com 10 semanas pelo sonar, e 20 semanas pelo 138. O β-hCG tem por função manter o corpo lúteo, para
Pinard. Resposta e. que o mesmo continue produzindo progesterona, importan-
te na manutenção do endométrio, até que a placenta assu-
ma essa função. Ela o fará a partir da 12ª semana, quando há
134. Vacinas feitas com vírus vivo atenuado são contraindi- queda importante dos níveis de β-hCG. Na gravidez ainda
cadas na gestação, exceto a da febre amarela em casos extre- ocorre queda na concentração de albumina, que é um dos
mamente necessários. Nesse rol se incluem as vacinas contra: motivos para redução nas concentrações séricas de cálcio, as-
sarampo, caxumba, rubéola, varicela e Sabin para poliome- sim como o aumento da filtração renal.
lite. Vacinas de vírus inativado ou fragmentos antigênicos, Os fatores de coagulação, excetuando-se XI e XIII, elevam-se
como Salk, hepatite, meningococo e raiva podem ser usadas na gravidez, em especial o fibrinogênio, que pode aumentar
normalmente. Assim, a questão traz duas respostas corretas. em até 50%, tudo como forma de preparação para a necessá-
Resposta A e D. ria hemostasia pós-parto.
Com o aumento da resistência insulínica pelos hormônios
135. O edema da gravidez se forma por dois motivos: a hipo- contrarreguladores, como o lactogênio placentário, a gestan-
albuminemia que reduz a pressão coloidosmótica e faz com te diminui a absorção de glicose e passa a usar reservas para
que se perca líquido para o terceiro espaço; e a estase sanguí- geração de energia. Com isso, as gorduras são mobilizadas,
nea em membros inferiores por compressão uterina da veia elevando-se as lipoproteínas. Resposta a.
cava. Assim, ele é generalizado, mas mais evidente em mem-
bros inferiores onde os dois mecanismos se sobrepujam. Ob- 139. A infecção por HIV contraindica qualquer uso de instru-
viamente será indolor e não é duro, na medida em que é ba- mental, como fórcipe, durante o parto; da mesma forma deve
sicamente composto de água. É progressivo com a gestação, -se evitar a episiotomia. A bolsa não deve permanecer rota por
mas não caracteriza anasarca, em que há encharcamento do mais de 4 horas, de modo que seu rompimento artificial não é
organismo formando edemas endurecidos. Resposta a. adequado, uma vez que ela protege o feto das secreções vaginais.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

O AZT é indicado durante o trabalho de parto, preferencial- 144. A questão traz o caso de uma mulher que apresentou
mente por três horas antes do nascimento, para reduzir chan- positivação de VDRL, pois o exame era negativo. Nessa si
ces de transmissão vertical, mas será suspenso imediatamente tuação, segundo as normas do Ministério da Saúde que re-
após o clampeamento do cordão umbilical. gem o pré-natal, o ideal é a solicitação de teste treponêmico
Até é possível o parto normal para mulheres com carga viral para confirmação do resultado, todavia na impossibilidade
indetectável colhida após 34 semanas, mas sem o prévio rom- de obtê-lo deve-se considerar infecção e realizar tratamen-
pimento das membranas, como explicado, e desde que não to imediato com penicilina benzatina. Caso fosse o primeiro
tenha sido feita monoterapia com AZT no pré-natal, conduta exame e a paciente já houvesse sido submetida a tratamento
que, por si só, indica cesariana. Resposta d. adequado, como VDRL menor que 1:8, seria possível acom-
panhar para verificar se os títulos ascendem. O tratamento
deve ser finalizado até 30 dias antes do parto. Resposta e.
140. Em uma gravidez normal existem várias adaptações fi-
siológicas do organismo materno. Com o aumento do volume
uterino, o diafragma é deslocado superiormente, comprimin- 145. Novas diretrizes oficiais sobre prevenção de transmissão
do os pulmões e reduzindo o volume de reserva funcional. Há, vertical do HIV foram divulgadas pelo Ministério da Saúde
por ação estrogênica, ativação maior do sistema renina-angio- em 2010. Com base nelas, toda gestante portadora do vírus
tensina-aldosterona, o que leva, por ação dessa última subs- HIV deve receber terapia antirretroviral com esquema trí
tância, à incremento na absorção de sódio e, consequentemen- plice, independentemente de carga viral ou nível de CD4. O
te, de água (osmose); com isso eleva-se a volemia, o retorno tempo para início das medicações é que pode mudar de uma
venoso e o débito cardíaco. Com o aumento desse último, há paciente para outra. Aquelas que têm CD4 maior ou igual a
maior fluxo renal e, por conseguinte, da filtração do órgão, o 350 farão a profilaxia apenas, que será iniciada com 14 se-
que responde por glicosúria e proteinúria (em traços), fisioló- manas. As demais que possuem doença (AIDS) precisam de
gicas. Para evitar que a renina atue sobre as paredes dos vasos tratamento tão logo possível. Resposta d.
elevando a pressão, ocorre ação de substâncias relaxantes de
musculatura lisa, como prostaciclina e progesterona, de modo
146. Vacinas de vírus vivo são contraindicadas na gravidez e,
que toda a musculatura lisa do organismo fica parética e eleva-
nesse grupo, incluem se as vacinas contra sarampo, caxum
-se tempos de esvaziamento gástrico e intestinal. Resposta b.
ba, rubéola, varicela e poliometilite (Sabin). A de febre ama-
rela também deve ser evitada, mas havendo viagem para área
141. Segundo o manual de pré-natal do Ministério da Saú- endêmica pode ser administrada. Resposta d.
de, são exames obrigatórios a todas as gestantes: hemograma,
tipagem sanguínea, urina 1, glicemia de jejum e sorologias
para HIV, sífilis, hepatite B e toxoplasmose. Os demais exa- 147. Na gravidez normal ocorre uma ativação estrogênica
mes serão solicitados conforme a necessidade de cada caso. do sistema renina-angiotensina-aldosterona, o que estimula
Resposta e. a reabsorção de sódio e, por osmose, água. Isso faz elevar a
volemia em até 50%, como consequência também se eleva
o débito cardíaco e o volume sistólico, embora não nessa
142. A referência para o cálculo da data provável do parto, monta pela redistribuição de líquidos visando contemplar os
pela regra de Nägele, é o primeiro dia da última menstruação. novos territórios (placenta, feto e útero). Os mais desavisa-
A este se deve somar sete para obter o dia provável do parto. dos poderiam achar que há elevação da resistência periférica
Em relação ao mês, aquele em que provavelmente ocorrerá o porque a angiotensina é vasoconstritor, mas não caiam nessa
parto é o resultado da subtração de 3 do que continha a últi- armadilha. Simultaneamente a esse processo eleva se o ní
ma menstruação. Assim, no caso a DUM foi 18 de fevereiro, vel de prostaciclinas e progesterona que tornam as paredes
de modo que a data provável do parto será 25 (18 + 7) de dos vasos menos sensíveis à angiotensina, e o resultado final
novembro (fevereiro – três meses). Resposta c. será redução da resistência periférica e da pressão arterial. A
frequência cardíaca pouco se altera, ou sofre leve elevação.
Resposta d.
143. Diversos são os fatores de risco para doença hipertensi
va gestacional (pré-eclâmpsia), entre os quais citamos: primi-
paridade, hipertensão preexistente, diabetes mellitus, doenças 148. Como dissemos na questão anterior, na gravidez nor-
autoimunes (lúpus, síndrome anticorpo antifosfolípide), ida- mal ocorre uma ativação estrogênica do sistema renina-an-
de materna avançada, gemelaridade, moléstia trofoblástica giotensina-aldosterona, o que estimula a reabsorção de sódio
gestacional, entre outras. Especificamente na síndrome dos e, por osmose, água. Isso faz elevar a volemia em até 50%,
anticorpos antifosfolípides, ocorrem obstruções na vascula- como consequência também se eleva o débito cardíaco. Com
tura da placenta pela formação de microtrombos decorren- a maior volemia, aumenta a filtração renal, assim como há
tes do ataque de anticorpos a fosfolípides de membrana. Isso estiramento dos átrios cardíacos, com produção de peptídeo
gera um fluxo placentário reduzido, o que, por mecanismos natriurético atrial, mecanismos que, em conjunto, produzem
incertos, faz elevar a produção de substâncias vasoconstrito- tendência a grande eliminação de sódio, que não ocorre pe-
ras e reduzir a de substâncias vasodilatadoras, gerando hiper- los mecanismos supracitados. Tudo isso ocorre desde o pri-
tensão. Resposta a. meiro trimestre.

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2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

A quantidade de eritrócitos também se eleva, porém em nível Recomendações para o ganho de peso na gestação de
menor que a volemia, o que gera a chamada “anemia fisioló- acordo com o IMC pré-gestacional
gica”, por diluição das hemácias.
IMC Ganho Taxa de ganho de
A quantidade aumentada de progesterona (e não estrogênio) pré-gestacio- total de peso no 2º e 3º
faz relaxar a musculatura lisa, inclusive do esfíncter esofa- nal (kg/m2) peso (kg) trimestre (kg)
giano. Isso gera constipação, menor reatividade vascular à Baixo peso (> 18,5) 12,5-18 0,51 (0,44-0,58)
angiotensina, maior tempo de esvaziamento gástrico e ten- Peso normal (18,5-24,9) 11,5-16 0,42 (0,35-0,50)
dência a refluxo gastroesofagiano. Resposta d.
Sobrepeso (25,0-29,9) 7-11,5 0,28 (0,23-0,33)
Obesa (≥ 30) 5,9 0,22 (0,17-0,27)
149. Pelas normas do novo manual de profilaxia da trans-
missão vertical de HIV do Ministério da Saúde, liberado em Na questão temos uma gestante obesa (IMC 30) que deve ga
2010, toda gestante HIV+ deve receber esquema antirretro- nhar cerca de 5,9 kg de peso na gravidez. Resposta b.
viral tríplice. O nível de CD4 importa apenas para determi-
nação do momento da introdução da medicação. Gestantes 153. O aumento do volume corrente ocorre por diminuição
com CD4 menor que 350 mm3 ou que já tinham diagnós- do volume residual pulmonar, ou seja, a grávida utiliza todo
tico de AIDS por doença definidora, e que já faziam uso da espaço pulmonar para troca gasosa, gerando uma alcalose
medicação, devem receber o esquema desde o princípio, as respiratória compensada, decorrente da maior eliminação de
demais iniciam após 14 semanas. AZT deve ser administrado CO2. O aumento do volume em 50% provoca uma hipercine-
na hora do parto. sia durante a gestação e esse aumento promoverá maior so-
brecarga cardíaca e consequente débito cardíaco ao final do
A via de parto pode ser obstétrica caso a carga viral seja me-
primeiro trimestre e do terceiro ao quinto dia de puerpério,
nor que 1.000 cópias após 34 semanas, desde que a pacien-
quando os líquidos deixam o interstício e caminham para o
te não tenha feito uso de monoterapia no pré-natal. Uso de espaço intravascular. A mortalidade materna em ICC classes
instrumental, como fórcipe, está contraindicado, pois eleva I e II é de aproximadamente 0,5% e ICC classes II e IV é de
sangramento e chances de contato de sangue mãe-feto. Igual- cerca de 6,5%. Resposta b.
mente está contraindicado qualquer procedimento invasivo,
como biópsia de vilo corial, amniocentese ou cordocentese.
Resposta b. 154. Sinal de Piscacek é a presença de um sulco longitudinal
que divide o útero em dois até 20 semanas de gestação, sendo
que o lado maior é onde ocorreu a implantação do embrião.
150. Como a mãe teve provável contato com o vírus da vari- Sinal ou regra de Goodell diz que o colo uterino de uma grá-
cela, por intermédio do filho infectado, e nunca teve a doen- vida tem consistência de lábio e o da mulher não grávida de
ça, a conduta deve ser administrar imunoglobulina à mãe se cartilagem nasal.
o parto não for iminente, situação em que se pode antecipá-
Já o sinal de Noble Budin é um abaulamento que aparece ao
-lo e administrar imunoglobulina e vacina ao RN. Sendo a toque vaginal nos recessos posteriores indicando que o útero
vacina de vírus vivo, não deve ser administrada à gestante. está crescendo na pelve.
Resposta c.
Sinal de Hegar é o amolecimento do istmo uterino (transição
entre o colo e o corpo).
151. Devido ao aumento do volume em até 50%, durante a Sinal de Hunter é a aréola secundária (duplo contorno areo-
gravidez, ocorre um aumento da taxa de filtração glomerular lar) consequente à hiperpigmentação areolar. Resposta e.
gerando uma glicosúria fisiológica. Caso a gestante apresente
valores acima do fisiológico é considerada de risco aumenta-
155. Segundo a OMS são objetivos do pré-natal: confirmar
do para o diabete gestacional.
a gravidez; diagnosticar e tratar doenças maternas; promo-
Durante a gravidez, a tireoide aumenta de tamanho e produz ver orientações higiênico-dietéticas; acompanhar a evolução
mais hormônios estimulada pela fração alfa do hCG que é gravídica; diagnosticar e tratar intercorrências gestacionais;
idêntica a do TSH, porém não existe um hipertireoidismo fi- promover atitudes preventivas. Além disso, tem a função de
siológico porque esses hormônios não estão livres na circula- preparar a grávida para o parto normal. Resposta b.
ção, estão ligados às suas proteínas carreadoras que também
aumentam na gravidez.
156. Para diminuir o fluxo pulmonar sanguíneo e aumen-
A gravidez é um estado de hipercinesia, onde o coração tra- tar o fluxo sanguíneo placentário, existe uma comunicação
balha com 50% a mais de volume. Desta forma desdobra- aorta e tronco pulmonar. Essa ligação é chamada de canal
mento de bulhas e sopro sistólico são fisiológicos durante a arterial (CA) e se fecha algum tempo após a saída do feto
gestação. Resposta d. de dentro do útero (cerca de 10 a 15 horas). A manutenção
do CA aberto ocorre raramente em recém-nascidos (RNs) a
termo (9 meses de gravidez). Após 34 semanas pode fechar
152. O ganho ponderal recomendado na gestação, de acordo precocemente por ação de anti inflamatórios, principalmen
com o peso da gestante, é mostrado na tabela abaixo. te a indometacina. Resposta a.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

157. A frequência respiratória pouco se altera durante a ges- tólica quanto a diastólica. Quando uma mulher engravida,
tação, de modo que não atinge valores como 28 inspirações a pressão arterial começa a cair, tem sua queda máxima no
por minuto. Já a pressão arterial sempre é menor durante a segundo trimestre, quando começa a subir um pouco, devido
gestação devido à diminuição da resistência vascular perifé- à volemia máxima, atingindo níveis pré-gravídicos ao final
rica, provocada pela progesterona. A pressão arterial tem sua do terceiro trimestre. Apesar de diluídos pelo aumento so-
queda máxima até o segundo trimestre, quando volta a su- brepujante da volemia, as hemácias e os leucócitos também
bir atingindo níveis próximos aos pré-gravídicos ao final do elevam aumento do volume globular). A resposta menos er
terceiro trimestre. Como em não gestantes são consideradas rada a letra C, já que apesar da queda da PA sistólica essa não
hipertensas mulheres com PA sistólica maior ou igual a 140 é tão significativa quanto à diastólica. Resposta d.
mmHg ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg.
O aumento de volume em até 50%, associado à ligeira queda
da albumina, que reduz a pressão coloidosmótica do vaso, 162. O AZT deve sempre administrado no momento do par-
favorece edema, que será mais evidente em MMII em que há to para gestantes HIV+. A dose de ataque é de 2 mg/kg/peso
dificuldade de retorno venoso pela compressão à veia cava na primeira hora e 1 mg/kg/peso/hora até o clampeamento
oferecida pelo útero, mas isso será evidente após a segunda do cordão umbilical. Após o nascimento quem passa a rece-
metade da gravidez, ou seja, depois da 20ª semana. ber o medicamento é o RN, 8 a 12 horas após o parto, através
da via oral. No pré-natal, o AZT deve fazer parte do esque-
Em relação a altura uterina, com 20 semanas, o útero deve
ma de múltiplas drogas, esquema esse iniciado a partir de 14
estar na cicatriz umbilical, ou seja, 20 cm aproximadamen-
te, o que pode apresentar ligeira variação entre as pessoas. A semanas, ou antes, se CD4 menor que 350 células/mm3 ou
altura uterina reduzida é aquela abaixo do percentil 10 que doença definidora de AIDS. Resposta c.
para 20 semanas é aproximadamente 16 cm.
Não é comum a produção de leite na gravidez, mas ela pode 163. As gestantes devem realizar a sorologia para hepatite B
estar presente a partir do segundo trimestre, em mínima na primeira consulta de pré-natal, uma vez que o RN pode
quantidade (colostro). Resposta d. ser tratado logo após o parto. A via de parto na gestante com
hepatite B é de indicação obstétrica, não sendo indicação de
cesárea. Após o nascimento o RN da mulher infectada deve
158. Os dois oligoelementos que devem ser repostos na ges-
receber a imunoglobulina e ser vacinado. Resposta a.
tação são o ácido fólico, na dose de 5 mg por dia, do período
periconcepcional até o final do primeiro trimestre (objeti-
vando o fechamento do tubo neural fetal) e ferro, na dose de 164. Recomenda-se o ácido fólico, na dose de 400 µg por dia,
30 a 60 mg de ferro elementar por dia do início do segundo sendo que mulheres de alto risco receberão doses maiores
trimestre até obrigatoriamente um mês pós-parto (para au- (5 mg/dia). Objetivo: prevenção de defeitos do tubo neural.
mentar as reservas de ferro devido à grande perda sanguínea Resposta e.
durante o parto). Resposta d.

165. Sendo o β-hCG acima de 1.000 mUI/mL deve-se visu-


159. Para se calcular a data provável do parto (DPP) através
alizar saco gestacional em USG transvaginal, sendo que a
da regra de Näegle, que utiliza a data da última menstruação
ausência do mesmo em região intrauterina, em mulher sem
(DUM), devemos somar 7 ao dia e subtrair 3 do mês, neste
caso, 15+7 e 8-3, ou seja, 22/05. Resposta c. história típica de abortamento, nos remete a principal hipó
tese de gestação ectópica. Resposta c.

160. Todos os fatores de coagulação aumentam na gestação.


Devido ao aumento de volume, que chega até 50% na ges 166. Paciente com teste rápido positivo para HIV é indicação
tação, ocorre uma hemodiluição de todos os componentes de profilaxia, intraparto e para o RN, por 6 semanas após o
do sangue, inclusive as globulinas e albumina. Por ação da parto, com AZT. Caso a mulher esteja em franco trabalho de
progesterona, ocorre uma diminuição da resistência vascular parto (> 3 cm) o Manual do Ministério da Saúde orienta deixar
periférica, responsável pela queda da pressão arterial duran- evoluir para parto normal, independentemente da carga viral.
te a gestação. Como a gestante utiliza todo espaço pulmonar Resposta b.
para troca, ocorre um aumento na PaO2 e redução na PaCO2.
Resposta a.
167. São indicações de cesárea no Brasil para gestante HIV
positivo: carga viral desconhecida (é considerada desconhecida
161. Durante a gestação ocorre um aumento da volemia em aquela colhida antes de 34 semanas para gestação termo) ou
até 50%. Gera-se, por isso, a fim de expulsar todo esse san- maior que 1.000 cópias/mL de sangue. Resposta b.
gue, uma discreta taquicardia fisiológica (não mais que 10
a 15%). Este aumento de volume e da frequência, provoca
um aumento do débito cardíaco que pode chegar até 40% no 168. Indica-se interrupção legal de uma gestação nos casos
final da gestação. Como aumenta o débito cardíaco, era de de gestação que coloque em risco a vida da paciente e nas
se esperar que a pressão arterial também aumentasse, mas gestações provenientes de estupro. Nos casos de malforma-
isso não ocorre, uma vez que, a progesterona anula a resis ções fetais incompatíveis com a vida a interrupção da gesta-
tência vascular periférica. Por isso a pressão arterial de uma ção só pode ser feita até 20 semanas e com autorização judi-
grávida sempre é menor do que fora da gestação, tanto a sis cial, exceção recente deita à anencefalia. Resposta c.

SJT Residência Médica – 2016


51
2 Fecundação e embriogênese, diagnóstico de gravidez, pré-natal, prescrição em obstetrícia e grávida HIV+

169. O cordão umbilical, que normalmente mede de 35 a 100 da máxima no segundo trimestre. Após isso, começa a se elevar
cm de comprimento, apresenta sua inserção mais frequen- um pouco, consequente ao pico da volemia com 32 semanas,
temente excêntrica. Mais raro é a inserção velamentosa do mas nunca atinge os valores pré-gravídicos. Resposta b.
cordão, quando ele se insere na periferia do disco placentário
e termina entre o âmnio e o cório. Temos ainda a inserção na
borda da placenta, dando origem à placenta em raquete e a in- 172. Os parâmetros ultrassonográficos para avaliação da ida-
serção intermediária, entre o centro e a periferia da placenta. de gestacional variam de acordo com o tempo de gestação.
Resposta c. No primeiro trimestre o ideal é a medida do CCN (compri-
mento crânio-nádega) com erro de até 7 dias. Até 20 semanas
o melhor parâmetro para datar uma gravidez é o diâmetro bi-
170. O arroxeamento da vulva e vagina, consequente à hiper- parietal (DBP) e após essa fase o comprimento do fêmur, pois
vascularização gravídica é conhecido como sinal de Jacque- esse será o menos afetado em restrições de crescimento assi-
mier e Kluge, respectivamente. O amolecimento do isto cervi- méricas, que são as mais comuns. A circunferência abdomi-
cal é o sinal de Hegar. Como o istmo amolece, o útero se dobra
nal é o melhor parâmetro para o cálculo do peso e justamen-
mais sobre si mesmo, ou seja, acentua a antiversoflexão, que é
te por sofrer muitas influências das reservas adquiridas pelo
o sinal de McDonald. Como ocorre acentuação da antiverso-
feto, não será tão útil para estabelecer a idade gestacional.
flexão fica mais fácil apreender o útero ao toque vaginal bima-
nual, caracterizando o sinal de Holzapfel. Já o sinal de Piskacek De qualquer forma, passado o primeiro trimestre a precisão
é um sulco longitudinal que divide o útero em dois (presente ultrassonográfica parta estabelecimento da idade gestacional
até 20 semanas de gestação), indicando que o lado maior do cai demasiadamente e a conjunção dos parâmetros seria a
útero é onde ocorreu a implantação do embrião. Resposta c. melhor forma de estabelecê-la. Resposta d.

171. A pressão arterial na gestação sempre é menor do que fora 173. Como a vacinação foi incompleta no passado devemos
da gravidez. Mesmo com o aumento de 50% na volemia, que completar as três doses da vacina iniciando com 20 semanas
provoca uma taquicardia fisiológica, e determina um aumen- de gestação. Se ela tivesse feito as 3 doses da vacina na última
to de até 40% no débito cardíaco, a pressão arterial sistólica e gestação, seria necessário apenas um reforço. Se o esquema
principalmente a diastólica caem, consequente à queda da re- vacinal tivesse sido feito na última gestação e a paciente rece
sistência vascular periférica provocada pela progesterona. Ao bido um reforço antes de 5 anos, não haveria necessidade de
engravidar, a pressão arterial começa a cair, apresentando que- vacinação. Resposta a.

Temas nobres. Busque dominá-los. O conhecimento é o melhor caminho para a realização.


Você será RM 2017!

Equipe SJT.

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento

3 Relações uterofetais, bacia e contratilidade


uterina

“A pergunta “e se” pede um complemento: “E se tentássemos...?” ”


Dale Dauten.

FMJ – 2015 Instituto de Olhos de Goiânia – 2015


1. Na avaliação da bacia obstétrica, considera-se condi- 4. O diâmetro anteroposterior do estreito superior da pel-
ção desfavorável ao parto vaginal: ve materna, que representa a menor distância entre o
a) ângulo subpúbico maior que 90º promontório do sacro e a sínfise púbica, é denominado:
b) diâmetro conjugado verdadeiro maior que 12,5 cm a) conjugata vera anatômica
c) promontório atingível b) conjugata vera obstétrica
d) diâmetro bituberoso maior que 12 cm c) 2º plano de Hodge
e) espinhas ciáticas apagadas d) conjugatadiagonalis
e) 1º plano de Hodge
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Angelina Caron – 2015


Instituto de Olhos de Goiânia – 2015
2. Qual o ponto de reparo fetal para o diagnóstico da
5. Assinale a alternativa que identifica precisamente as
variedade de posição na apresentação cefálica defleti-
referências anatômicas dos principais diâmetros da
da de segundo grau?
bacia obstétrica:
a) glabela a) a conjugata vera anatômica representa referência do
b) mento estreito inferior da bacia e mede 12 cm
c) bregma b) o diâmetro sagital posterior é referencia do estreito
d) lambda médio da bacia
e) acrômio c) o diâmetro bi-isquiático representa o estreito infe-
rior da bacia obstétrica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) a conjugata vera obstétrica é o diâmetro promonto-
púbico mínimo do estreito superior da bacia
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 e) o diâmetro sagital posterior é importante referência
3. São descritos quatro diâmetros no estreito superior do estreito médio da bacia, também chamado conju-
da pelve/; um anteroposterior, um transverso, e dois gata veraanatômica
oblíquos. O diâmetro anteroposterior, de grande im-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
portância obstétrica, representa anatomicamente:
a) o estreito superior da pelve
b) a distancia mais curta entre o promontório do sacro SURCE – 2015
e a sínfise pubiana 6. Paciente gestante de 38 semanas, em seguimento pré-
c) a distancia entre a margem inferior da sínfise púbica -natal de rotina na Unidade Básica de Saúde da Famí-
e o promontório do sacro lia, foi examinada pelo profissional pré-natalista que
d) distancias entre as cristas ilíacas evidenciou os seguintes achados: dorso fetal do lado
direito do abdome materno, polo cefálico em contato
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA com o estreito superior da bacia.
53
3 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

Antes do exame descrito, qual a posição fetal? UNESP – 2015


a) direita 10. Parturiente é internada no período expulsivo do tra-
b) oblíqua balho de parto. Com base no exame de toque vaginal
c) cefálica representado na figura seguinte, a variedade de po-
d) longitudinal sição, a atitude da cabeça fetal e o sentido da rotação
interna da cabeça fetal são respectivamente:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNITAU – 2015
7. Sobre as relações uterofetais, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) uma situação longitudinal pode ocorrer tanto em
córmicos quanto em pélvicos
b) uma apresentação cefálica pode ter uma posição es-
querda
c) uma situação transversa não admite apresentação
pélvica
d) uma apresentação cefálica nunca coexiste com situ-
ação transversa
a) ODP, defletida de 1o grau e rotação de 45o no senti-
e) uma variedade de posição OEA só ocorre em cefálicos
do horário
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) OEA, fletida e rotação de 45o no sentido anti-horário
c) BEA, defletida de 1o grau e rotação de 45o no senti-
do anti-horário
UNITAU – 2015 d) BDP, defletida de 2o grau e rotação de 135o no sen
8. Na variedade de posição conhecida como O.E.A.: tido horário
a) o ponto de reparo da apresentação fetal é o bregma
b) a sutura sagital do polo cefálico fetal coincide com o  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
segundo oblíquo do estreito superior da bacia materna
c) o lado do dorso e o ponto de reparo da apresentação ABC – 2014
fetal são diametralmente opostos 11. No acompanhamento de uma parturiente, ao se ava-
d) o ponto de reparo da apresentação fetal, após a ro- liar as condições fetais pelo toque vaginal se observa
tação interna fisiológica, ficará relacionado com a que está em OET no plano -1 de De Lee. Frente a estes
região subpúbica materna achados é correto afirmar que:
e) o ponto de reparo da apresentação fetal, no movi- a) o bregma se encontra no diâmetro transverso à direita
mento de restituição, deslocar-se-á para o diâmetro b) o feto está em apresentação cefálica e se encontra in
contralateral da bacia materna no qual ocorreu a in- sinuado
sinuação c) se trata de distócia de rotação, pois o feto se encontra
em transverso
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) o foco fetal se encontra à direita da gestante

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFRN – 2015
9. As Manobras de Leopold fazem parte da técnica pal-
patória do abdome materno, que é realizada em 4 CREMESP – 2013
passos. Sobre essa parte da propedêutica obstétrica, é 12. Parturiente apresenta, ao exame de toque vaginal,
correto afirmar: cervicodilatação de 8 cm, bolsa rota, feto em apresen-
a) a ausculta fetal deve ser realizada no local onde é tação cefálica, com bregma na direção da eminência
identificada a área ventral a nível do tórax do feto, iliopectínea esquerda. Em relação ao tipo de apresen-
com batimentos entre 120 e 160 bpm tação e variedade da posição, é correto:
b) a identificação do dorso fetal indica em que apresen-
tação encontra-se o feto no momento do nascimento Variedade da
Apresentação cefálica
c) a mobilidade do polo fetal, que se apresenta no es- posição
treito superior da pelve, é explorada através da ter- a) fletida anterior
ceira manobra
b) defletida de 1º grau anterior
d) a situação fetal, por definição, pode ser descrita
como cefálica ou pélvica, dependendo do polo fetal c) defletida de 2º grau anterior
que se apresente na pelve d) defletida de 1º grau posterior

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) defletida de 2º grau posterior

SJT Residência Médica – 2016


54
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFG-GO – 2013 a) 10 horas


13. Segundo os autores franceses (seguidos pelos sul- b) 8 horas
-americanos), a variedade de posição mais frequente c) 3 horas
no mecanismo do parto é: d) 4 horas
a) direita anterior (ODA) e) 2 horas
b) esquerda posterior (OEP)
c) esquerda anterior (OEA)  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) direita posterior (ODP)

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UFRN – 2013


18. Para o obstetra, é importante a relação uterofetal.
Considera-se situação fetal:
SUS-SP – 2014 a) a parte materna para a qual está voltada a apresenta-
14. O exame de toque de parturiente cujo feto se encontra ção fetal
em situação longitudinal, apresentação cefálica fleti- b) a região fetal que ocupa a área do estreito superior
da, posição esquerda, variedade de posição occípito da bacia
transversa, deve-se identificar o lambda: c) a relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o
a) entre 9 e 12 horas
maior eixo fetal
b) às 12 horas
d) a variedade de posição fetal voltada para o diâmetro
c) entre 12 e 3 horas
transverso
d) às 3 horas
e) às 9 horas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFRN – 2013
19. Nas apresentações cefálicas, são considerados tempos
UNESP – 2014
do mecanismo de parto:
15. Em apresentações cefálicas fletidas, ocorre concomi-
tante à rotação interna: a) insinuação, desprendimento cefálico e dequitação
a) desprendimento do polo cefálico b) dilatação, insinuação e descida
b) desprendimento do polo pélvico c) dilatação, descida e expulsão
c) insinuação do polo cefálico d) insinuação, descida e desprendimento cefálico
d) hipomóclio  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) descida da apresentação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA SUS-SP – 2013


20. O ponto de referência da apresentação cefálica defle-
UFRN – 2014 tida de segundo grau é:
16. Feito o diagnóstico da apresentação e da posição fetal, a) suboccipício
faz-se necessário determinar a variedade de posição, b) mento
definida como a relação dos pontos de referência ma- c) lambda
ternos e fetais. Sobre a variedade de posições, é corre- d) glabela
to afirmar que: e) bregma
a) lâmbda é o ponto de referência fetal na apresentação
cefálica defletida  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) glabela é o ponto de referência fetal na apresentação
cefálica defletida de terceiro grau PUC-PR – 2012
c) mento é o ponto de referência fetal na apresentação 21. Na estática fetal, é CORRETO afirmar:
cefálica fletida a) a apresentação é a relação entre o maior eixo fetal e
d) bregma é o ponto de referência fetal na apresentação uterino
cefálica defletida de primeiro grau b) a situação é a reação entre o eixo longitudinal fetal e
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA uterino
c) a variedade de posição é a posição fetal que se coloca
no estreito superior
Albert Einstein – 2013 d) a situação é a região fetal que coloca-se no estreito
17. Ao examinar uma parturiente cujo feto se encontra superior
em situação longitudinal, apresentação cefálica fleti- e) a posição é a relação entre o maior eixo uterino e
da, posição direita e o ponto de referência fetal vol- fetal
tado para a eminência ileopectínea, o médico pode
tocar o lambda na posição de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


55
3 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

PUC-PR – 2012 UFRN – 2012


22. No estudo da bacia materna, é CORRETO afirmar: 26. Nas relações uterofetais, é correto afirmar:
a) a bacia mais comum é a ginecoide, onde o estreito a) a situação fetal é a relação entre o maior eixo da ca-
superior é ovalado vidade uterina e o maior eixo fetal
b) a bacia mais comum é a antropoide, onde o estreito b) o ombro é o ponto de referência que se ajusta ao es-
superior é arredondado treito superior na apresentação transversa
c) o bregma é o ponto de referência na apresentação
c) a bacia mais comum é a ginecoide, onde o estreito
cefálica fletida
superior é triangular
d) a variedade de posição em occípito esquerdo ante-
d) a bacia menos frequente é a platipeloide, onde o es- rior está presente na apresentação cefálica defletida
treito superior é ovalado
e) a bacia menos frequente é a ginecoide, onde o estrei-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
to superior é arredondado
UFRN – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
27. A linha de orientação de uma apresentação cefálica
defletida de primeiro grau é a sutura:
PUC-PR – 2012 a) lambdoide
23. No estudo da contratilidade uterina, é CORRETO c) temporal
b) occipital
afirmar:
d) ságito-metópica
a) até 23 semanas a atividade uterina é muito pequena,
inferior a 20 UM  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) o tônus uterino é o menor valor registrado entre
duas contrações
UFSC – 2012
c) a contração defina obedece ao triplo gradiente - co-
28. Na semiologia obstétrica relacionada ao conteúdo ute-
meçam no fundo, propagam-se lateral no corpo e
rino foi sistematizado o método palpatório para reco-
são mais intensas no istmo nhecimento fetal (manobras de Leopold-Zweifel). So-
d) o tônus uterino basal diz respeito à ausência de ativi- bre o assunto, assinale a alternativa CORRETA.
dade uterina a) no primeiro tempo, explora-se a escavação pélvica
e) a contração uterina tem cano função o desencadear onde, na maioria das vezes, está o polo cefálico
do parto, estando ausente duraste toda a gravidez b) no quarto tempo, delimita-se o fundo do útero
c) no segundo tempo, avaliam-se a apresentação fetal e
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a bacia óssea materna
d) no quinto tempo, apreende-se o polo fetal entre os
dedos polegar e médio da mão direita
UFF-RJ – 2012
e) no terceiro tempo, conhecido como manobra de
24. Na apresentação cefálica fletida, o diâmetro de insi-
Leopold ou Pawlick, determina-se a mobilidade do
nuação é: polo fetal em relação ao estreito superior da pelve
a) occipitofrontal
b) suboccipitofrontal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) submentobregmático
d) suboccipitomentoniano Hospital Angelina Caron-PR – 2011
e) suboccipitobregmático 29. O trabalho de parto é divido em quatro fases clínicas.
São elas:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) primeiro período: dilatação; segundo período: ex-
pulsão; terceiro período: dequitação; quarto perío-
UFF-RJ – 2012 do: primeira hora pós-parto
25. Ao examinar uma gestante, o médico diagnostica b) primeiro período: dilatação; segundo período: ex-
uma apresentação de face com a cabeça fixa. Nessa si- pulsão; terceiro período: primeira hora pós-parto;
quarto período: dequitação
tuação, a conduta a ser seguida é:
c) primeiro período: descida; segundo período: dila-
a) iniciar ocitocina para melhorar a dinâmica uterina e
tação; terceiro período: expulsão; quarto período:
acentuar a flexão dequitação
b) proceder a amniotomia d) primeiro período: descida; segundo período: dila-
c) realizar manobra de rotação externa tação; terceiro período: expulsão; quarto período:
d) realizar manobra de rotação interna, se as membra- primeira hora pós-parto
nas estiverem rotas e a dilatação for total e) primeiro período: dilatação; segundo período: descida;
e) indicar cesariana terceiro período: expulsão; quarto período: dequitação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


56
Obstetrícia | Questões para treinamento

Hospital Angelina Caron-PR – 2011 b) conjugata vera anatômica= 12 cm; conjugata vera
30. São contraindicações para a indução do trabalho de obstétrica = 10,5 cm e conjugata diagonalis = 11 cm
parto, exceto: c) conjugata vera anatômica = 11 cm; conjugata vera
a) apresentação fetal variada obstétrica = 12 cm e conjugata diagonalis = 10,5 cm
b) herpes genital ativo d) conjugata vera anatômica = 11 cm; conjugata vera
c) sofrimento fetal agudo obstétrica = 10,5 cm e conjugata diagonalis = 12 cm
d) gestação múltipla e) conjugata vera anatômica = 10,5 cm; conjugata vera
e) corioamnionite obstétrica = 11 cm e conjugata diagonalis = 12 cm
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SUS-SP – 2011 HUEC – 2010


31. Médico recebe plantão com parturiente de 20 anos, 38 34. Assinale a alternativa que caracteriza a atividade
semanas de gestação, sem antecedentes obstétricos ou uterina:
doenças, no centro obstétrico. Ao avaliá-la, o médi- a) tono x frequência
co constata vitalidade fetal adequada e altura uterina b) duração x frequência
compatível, porém indica cesariana por vício pélvico. c) intensidade x frequência
Considerando a avaliação clínica da bacia obstétrica, d) duração x intensidade
as características que levaram a essa indicação são: e) tono x duração
a) promontório sacrovertebral não atingível e pequeno
ligamento sacrociático = 4 cm  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) espinhas ciáticas proeminentes e diâmetro bitubero-
so = 8 cm
UNIFESP – 2010
c) ângulo subpúbico = 90º e diâmetro cóccige-subpú-
35. Uma gestante informa estar na sua quarta gestação.
bico = 9 cm
Refere perda gestacional anterior na 18.ª semana. O
d) curvatura sacral infundibular e diâmetro bicrista =
exame obstétrico revela dorso fetal à esquerda da ges-
31 cm
tante e polo cefálico na escava. A nomenclatura obs-
e) losango de Michaellis simétrico e diâmetro conjuga-
tétrica correta é:
do obstétrico estimado em 11 cm
a) tercípara – variedade de posição esquerda
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) tercípara – posição esquerda
c) secundípara – variedade de posição esquerda
d) secundípara – posição esquerda
SUS-SP – 2010 e) quartípara – posição esquerda
32. Sobre a bacia obstétrica, é correto afirmar que:
a) a medida do diâmetro anteroposterior tende a ser me-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nor que a do diâmetro transverso no estreito médio
b) o conjugado anatômico é menor que o conjugado UFG – 2010
obstétrico que é menor que o conjugado diagonal
36. Os planos da bacia orientam o obstetra na descida do feto.
c) o diâmetro bitrocantérico e o quadrilátero de Mi-
O plano de Hodge que passa pelas espinhas ciáticas é o:
chaelis auxiliam na estimativa do diâmetro cóccige- a) primeiro plano
-subpúbico b) segundo plano
d) o primeiro oblíquo tem medida maior que o segun- c) terceiro plano
do oblíquo e ambos são menores que o diâmetro d) quarto plano
transverso máximo
e) o estreito inferior é avaliado pela pelvimetria exter-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
na e seu diâmetro transverso guarda relação com o
diâmetro biciático UFC – 2010
37. Uma paciente é acompanhada de perto ao longo de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sua gravidez na MEAC. Próximo ao termo, o obstetra
avalia o tamanho do feto e as dimensões pélvicas da
PUC-PR – 2010 parturiente. A medida da abertura superior da pelve
33. Em uma bacia ginecoide normal foram demonstradas mais importante e que indica a menor distância ante-
roposterior é:
e anotadas as medidas da conjugata vera anatômica,
a) conjugado diagonal
da conjugata diagonalis e da conjugata vera obstétri-
b) diâmetro oblíquo
ca. As medidas anotadas foram de 12 cm, 11 cm e 10,5
c) conjugado obstétrico
cm. Procure correlacionar a quais conjugatas perten- d) diâmetro transverso
cem essas medidas: e) diâmetro anteroposterior
a) conjugata vera anatômica = 12 cm; conjugata vera
obstétrica = 11 cm e conjugata diagonalis = 10,5 cm  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


57
3 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

SES-CE – Ginecologia e Obstetrícia – 2009 HUB – 2008


38. O maior diâmetro da cabeça fetal normal é o: 42. A conjugata obstétrica é o menor diâmetro anteropos-
a) biparietal terior do estreito superior da pelve feminina adulta por
b) bitemporal onde passa a apresentação fetal durante a descida.
c) occipitofrontal
d) occipitomentoniano UFPR – 2008
e) suboccipitobregmático
43. Nas apresentações cefálicas defletidas de segundo
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA grau, os pontos de reparo e de referência são, respec-
tivamente:
a) mento e glabela
SES-CE – Ginecologia e Obstetrícia – 2009 b) glabela e naso
39. O tipo de bacia na qual a insinuação, pelo geral, se faz c) lambda e occipício
nos diâmetros transversos é: d) ângulo anterior do bregma, bregmática
a) androide e) naso e mento
b) ginecoide
c) platipeloide  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) antropoide
e) antropoginecoide
UEL – 2008
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 44. A situação fetal mais frequentemente encontrada no
final da gestação é:
AMP – 2009 a) cefálica
40. Com relação à contratilidade uterina, durante a ges- b) pélvica
tação, assinale a INCORRETA: c) longitudinal
a) tono é definido como a menor pressão intrauterina d) córmica
registrada entre duas contrações. e) transversal
b) a intensidade ou amplitude é o aumento da pressão
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
intrauterina provocada pela contração. É medida
sempre a partir da linha de base ou tono, e os valores
normais oscilam entre 30 e 50 mmHg. UNITAU – 2008
c) frequência é definida como o número de contrações 45. O tríplice gradiente descendente descrito na contra-
a cada 10 minutos. ção uterina fisiológica do trabalho de parto implica:
d) a atividade uterina é o produto da intensidade pela a) predomínio fúndico e cornual dos marcapassos que
frequência e é expressa em unidades Montevidéu originam o estímulo contrátil
e) durante o trabalho de parto, na fase inicial da dila- b) duração semelhante das contrações, tanto no fundo,
tação, as contrações têm intensidade de 40 mmHg e quanto no segmento uterino
frequência de 4 em 10 minutos. c) início das contrações no segmento inferior do útero
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) percepção palpatória de suas alterações por ocasião
do acompanhamento da dinâmica uterina
e) ausência de dilatação cervical em todos os casos de
Hospital Albert Einstein – 2009 distócia hiperdinâmica
41. Parturiente apresenta ao exame de toque vaginal cer-
vicodilatação de 9 cm, bolsa íntegra, feto em apresen-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tação cefálica, bregma na direção da sinostose sacro
ilíaca direita. É correto afirmar que se trata de uma
UNITAU – 2008
apresentação cefálica defletida de
46. Na figura abaixo, o conjugado verdadeiro e o diagonal
a) 1º grau; bregma direita posterior
b) 2º grau; occipito esquerda anterior são representados:
c) 1º grau; occipito esquerda anterior
d) 3º grau; bregma esquerda anterior
e) 2º grau; bregma direita posterior

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Marque correto ou incorreto.

Os mecanismos de trabalho de parto são essencial-


mente processos de acomodação do feto à passagem
óssea que deve atravessar. Consequentemente, o ta-
manho e o formato da pelve são extremamente im-
portantes em obstetrícia. Acerca da anatomia pélvica,
julgue o item a seguir.

SJT Residência Médica – 2016


58
Obstetrícia | Questões para treinamento

a) pelas letras B e A, respectivamente


b) pelas letras C e A, nesta ordem
c) pelas letras A e C, respectivamente
d) corretamente, pelas letras A e B
e) estes 2 diâmetros são coincidentes e estão represen-
tados pela letra B
a) occipito esquerda anterior; bregma púbis; mento di-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
reita anterior
b) occipito direita anterior; bregma púbis; mento es-
UMC – 2007 querda posterior
47. O plano zero De Lee tem como referência: c) occipito esquerda anterior; bregma sacro; mento es-
a) espinhas isquiáticas querda anterior
b) iminência ileopectínea d) bregma direita posterior; bregma púbis; mento es-
c) o promontório querda posterior
d) estreito inferior e) occipito esquerda anterior; bregma púbis; mento es-
e) n. d. a. querda anterior
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

CRM – 2007 HSPM – 2007


48. Com o conhecimento das relações útero fetais, é cor- 51. Em variedade de posição ODP qual o ângulo de rota-
reto afirmar: ção interna efetuada pelo polo cefálico para despre-
a) insinuação nas cefálica fletidas é a passagem do diâ- endimento em OP?
metro biparietal pelo plano da linha interespinhosa a) 45° no sentido horário
b) posição fetal é a relação entre as diversas partes fetais b) 45° no sentido anti-horário
entre si
c) 90° no sentido horário
c) a maioria dos partos ocorre na situação cefálica fletida
d) 135° no sentido anti-horário
d) o maior diâmetro do estreito superior da bacia normal
e) 135° no sentido horário
que se oferece para insinuação é o anteroposterior
e) assinclitismo é quando um dos parietais desce pela  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
bacia antes do oposto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UNIFESP – 2006


52. Primigesta de 16 anos, 39 semanas de gestação, al-
tura uterina de 36 cm, em trabalho de parto, com
SES-SC – 2007 6 cm de dilatação do colo uterino. Foi submetida
49. O acompanhamento da parturiente no centro obsté- à analgesia de parto, com instalação de peridural
trico consiste basicamente na monitoração clínica do contínua. Ao exame obstétrico, após 1 hora de du-
progresso adequado do trabalho de parto e na vigi- ração do período expulsivo, constatou-se ângulo
subpúbico normal, bolsa rota, apresentação cefá-
lância da saúde fetal. Um dos pontos capitais é reco-
lica 3 cm abaixo da espinha ciática, com presença
nhecer a situação, apresentação, pontos e referência,
de bossa serossanguínea de ++/++++, parietal an-
linhas de orientação e os símbolos utilizados. Na si- terior pouco acessível ao toque, com sutura sagital
tuação longitudinal, apresentação cefálica defletida próxima ao púbis e fontanela occipital situada à di-
de segundo grau ou fronte, assinale a alternativa que reita. O diagnóstico e melhor conduta são:
indica o ponto de referência, a linha de orientação e o a) distócia de rotação em variedade ODT com assin-
símbolo utilizados, respectivamente: clitismo posterior, a ser corrigida com fórcipe de
a) mento, linha metópica e M Kjelland
b) desproporção cefalopélvica no plano do estreito
b) bregma, sutura sagitometópica e B
superior com assinclitismo anterior, a ser resolvida
c) bregma, linha facial e B com cesárea
d) glabela, linha facial e N c) distócia de estreito inferior em variedade ODT com
e) glabela, linha metópica e N assinclitismo de Litzmann, a ser corrigida com fór-
cipe de Kjelland
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) distócia de rotação em ODT com assinclitismo de
Nägele, a ser resolvida com cesárea
e) distócia hipotônica primária com assinclitismo pos-
USP-RP – 2007
terior a ser corrigida com ocitocina
50. Ao toque ginecológico as variedades de posições
apresentadas nas figuras abaixo são respectivamente:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


59
3 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

USP-RP – 2006 a) 1 minuto


53. Na figura abaixo que corresponde ao polo cefálico fe- b) 5 minutos
tal, identifique as estruturas A, B, C, D e E, e assinale c) 10 minutos
a alternativa correspondente. d) 8 minutos
e) 1 hora

A C E  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


B D
(sutura) (sutura) (sutura)
a) Coronária Lambda Lambdoide Bregma Frontal
SES-RJ – 2004
b) Lambdoide Bregma Sagital Lambda Coronária 57. Quando se diz que o concepto se encontra em posição de
c) Coronária Lambda Sagital Bregma Lambdoide fronte, o ponto de referência que se percebe ao toque é:
d) Lambdoide Lambda Sagital Bregma Coronária a) o lambda
b) o mento
e) Coronária Bregma Sagital Lambda Lambdoide
c) o bregma
d) a glabela

USP – 2006  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


54. Primigesta de 38 anos de idade encontra-se na 29ª se-
mana de gestação e comparece à consulta de rotina de
IAMSPE – 2003
pré-natal queixando-se de dores no abdome. Mencio-
na estar muito ansiosa, por problemas relacionados às 58. Sobre o assinclitismo em trabalho de parto é CORRE-
suas atividades profissionais. Ao exame clínico apre- TO afirmar que:
senta pressão arterial = 110 x 72 mmHg (MSE), altura a) o mais frequente é o anterior que se reconhece pela
uterina = 27 cm, batimentos cardíacos fetais presentes sutura sagital próxima do sacro
e rítmicos. A monitorização da atividade uterina re- b) o mais frequente é o anterior que se reconhece pela
velou uma contração irregular a cada 20 minutos. Ao sutura sagital próxima ao pube
exame especular apresenta conteúdo vaginal fluido, c) o mais frequente é o posterior que se reconhece pela
transparente e em pequena quantidade. Realizados sutura sagital próxima ao sacro
teste da amina (resultado negativo) vaginal e medida d) o mais frequente é o posterior que se reconhece pela
de pH (valor 4). Ao toque vaginal, apresenta colo im- sutura sagital próxima do pube
pérvio, grosso e posteriorizado. O diagnóstico e a(s) e) o posterior é mais frequente nas grandes multíparas,
conduta(s) necessária(s) são, respectivamente: e o anterior é mais frequente nas primigestas
a) trabalho de parto prematuro tocolise e sedação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) útero irritável; tratamento da infecção vaginal e
tocolise
c) trabalho de parto prematuro; tratamento da infec- UERJ – 2003
ção vaginal 59. Considere uma paciente com gestação a termo, em tra-
d) trabalho de parto prematuro; repouso e tocolise balho de parto há 8 horas, feto em situação longitudinal
e) útero irritável; repouso e progesterona com o polo cefálico se apresentando à pelve materna.
Após a amniorrexe espontânea, o médico plantonista re-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA alizou exame vaginal, diagnosticando deflexão de terceiro
grau. Isto caracteriza uma apresentação fetal do tipo:
a) face
UFMA – 2005 b) fronte
55. Paciente de 30 anos, primigesta com diabete gestacio- c) vértice
nal bem controlada, de termo, bacia normal, boa vitali- d) bregma
dade fetal, em início de trabalho de parto com 3 cm de
dilatação. Apresenta uma ultrassonografia há 10 dias  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
com estimativa de peso fetal da ordem de 4 kg. Caso se
opte pelo parto vaginal, em termos clínicos, o diâmetro
fetal que poderá acarretar maiores distocias é o: UNESP – 2003
a) bisacromial 60. Primigesta em trabalho de parto apresenta ao toque
b) occipitobregmático vaginal colo pérvio para 8 cm, bolsa rota, apresenta-
c) bitrocanterico ção cefálica, bregma na direção da iminência ileopec-
d) sacropúbico tínea esquerda. Em relação à apresentação, à posição
e) biparietal e à variedade de posição, pode-se afirmar que se trata
de apresentação cefálica defletida:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) de 2º grau, direita, bregma esquerda posterior
b) de 1º grau, direita, bregma esquerda anterior
c) de 1º grau, esquerda, bregma esquerda anterior
SES-DF – 2004 d) de 2º grau, esquerda, bregma esquerda posterior
56. No trabalho de parto, a frequência das contrações
uterinas é expressa em:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


60
Obstetrícia | Questões para treinamento

FESP – 2003 d) bituberoso


61. Nas deflexões do polo cefálico, ditas de primeiro grau, e) biciático
identifica-se, de imediato, ao toque vaginal, o:
a) mento  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) lambda
c) naso USP – 2000
d) bregma 65. O assinclitismo ocorre quando a sutura sagital não se
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA encontra à igual distância do pube e do promontório.
No assinclitismo posterior, a sutura sagital encontra-
-se na seguinte localização:
UNESP – 2002 a) mais próxima do pube
62. Ao examinar parturiente cujo feto se encontra em si- b) à altura das espinhas ciáticas
tuação longitudinal, apresentação cefálica fletida, po- c) mais próxima do promontório
sição esquerda, variedade de posição occipitotrans-
d) desviada para a chanfradura sacrociática
versa, você deve tocar a lâmbda:
e) à igual distância do pube e do promontório
a) às 12 h
b) entre 12 e 3 h  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) às 3 h
d) às 6 h
e) entre 6 e 12 h USP – 2000
66. As contrações de Braxton-Hicks caracterizam-se pe-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA las condições a seguir, EXCETO se:
a) têm importância no processo de esvaecimento do
USP – 2002 colo uterino em primigestas
63. Parturiente é admitida com dilatação de 7 cm do colo b) apresentam tônus entre 3 e 8 mmHg
uterino, bolsa rota com líquido claro e apresentação c) apresentam frequência baixa e são indolores
tendo como linha de orientação a sutura sagitometó- d) podem ser percebidas pela gestante
pica. Trata-se de uma apresentação: e) possuem tríplice gradiente descendente
a) cefálica fletida
b) cefálica defletida de primeiro grau  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) cefálica defletida de segundo grau
d) cefálica defletida de terceiro grau USP – 2000
e) é impossível definir a apresentação 67. Durante a gestação, o útero não se mantém inativo,
estando incrementada a capacidade contrátil à maior
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA concentração de actomiosina e do sistema adenosino
trifosfatase (ATP). Este aumento da capacidade con-
trátil é atribuído ao seguinte hormônio:
IAMSPE – 2001 a) progesterona
64. A relação de Smellie na pelvimetria interna é útil para b) tireotrofina
se obter o diâmetro: c) prolactina
a) conjugado diagonal d) estrogênio
b) conjugado verdadeiro e) cortisol
c) conjugado anatômico  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


Gabarito comentado

4 Relações uterofetais, bacia e contratilidade


uterina

1. A bacia possui três estreitos que, sendo muito angustiados, 2. Ponto de reparo é a estrutura anatômica mais facilmente
podem oferecer resistência ao parto vaginal. É preciso palpável ao toque vaginal, aquela que se apresenta primeiro
avalia-los clinicamente, em especial os menores diâmetros ao estreito superior. No caso de apresentações cefálicas
de tais estreitos: defletidas de segundo grau este é representado pela glabela,
€ Estreito superior – seu menor diâmetro é a conjugada ou base do nariz. Resposta a.
obstétrica (verdadeiro), que liga anteroposteriormente o
promontório do sacro ao ponto retropúbico de Crouzart 3. O diâmetro anteroposterior do estreito superior de
na borda póstero-superior da sínfise púbica. Como não é maior importância é a conjugada obstétrica, que representa
possível avalia-lo diretamente, pois o dedo não alcança o a distância entre o promontório do sacro e o ponto
ponto de Crouzart, seu valor será deduzido pela subtra- retropúbico de Crouzart, na parte póstero-inferior da sínfise
ção de 2,5 cm da conjugada diagonal (relação de Smelie), púbica. Trata-se do menor diâmetro do estreito superior e a
que liga o promontório à borda inferior da sínfise púbica. distancia mais curta entre o promontório do sacro e a sínfise
Em bacias favoráveis o valor desta última conjugada deve pubiana. Resposta b.
ser aproximadamente 13cm e, para tanto, o promontório
costuma estar inatingível. Seu fácil alcance indica redu- 4. O menor diâmetro do estreito superior é a conjugada
ção dos diâmetros. obstétrica, dada pela distância entre promontório e ponto
retropúbico de Crouzart, este que é uma saliência pouco
€ Estreito médio seu menor diâmetro é o biciático, que abaixo do limite superior da sínfise púbica. Tal diâmetro
une as espinhas ciáticas. Se as mesmas são apagadas ao não pode ser confundido com a conjugada anatômica,
toque significa que estão distantes e o diâmetro é mais ligeiramente maior e representada pela distância entre
amplo. promontório e borda superior da sínfise púbica. Resposta b.
€ Estreito inferior – será tão mais favorável ao parto nor-
mal quanto maior o diâmetro bituberoso e quanto maior 5. Os principais diâmetros de cada estreito e seus limites são:
o ângulo subpúbico. São adequados ângulos maiores que € Estreito superior – conjugada obstétrica, ou distância mí-
90 graus e diâmetros maiores que 11-12 cm. nima entre promontório e parte saliente póstero-superior
Resposta c. da sínfise púbica,
62
Obstetrícia | Gabarito comentado

€ Estreito médio – diâmetro biciático, entre espinhas ciáticas; 10. A figura mostra uma cabeça fetal com occipício (O)
€ Estrito inferior diâmetro bituberoso, entre as tubero- voltado para iminência iliopectínea esquerda (EA), portanto
sidades isquiáticas. Considera-se também a conjugada em variedade de posição OEA. Como o occipício é a
êxitus, ou seja, distância entre borda inferior da sínfise referencia fetal (parte mais facilmente palpável ao toque), a
púbica e ponta do cóccix. apresentação é cefálica fletida. Na rotação interna o ponto
de referência, ou seja, o occipício será levado ao pube pelo
Resposta d.
caminho mais curto, portanto a rotação será de 45 graus
anti-horário. Resposta b.
6. Posição é o lado em que se encontra o dorso fetal, no caso,
direito. Resposta a.
11. Se a variedade de posição é OET, isso significa que o feto
7. São relações útero fetais: está em situação longitudinal, apresentação cefálica, posição
€ Situação – relação entre os maiores eixos fetal e uterino. esquerda e occipício, que é o ponto de referência, voltado
Pode ser transversa, obliqua ou longitudinal. para a parte esquerda transversa da bacia materna. Como o
bregma é diametralmente oposto ao occipício (um é poste-
€ Apresentação – parte fetal que ocupa o estreito superior e
rior e outro anterior), isso significa que ele se localiza volta-
que nele tende a se insinuar. No caso de situações longi
do para a parte transversa direita da bacia da mãe.
tudinais pode ser cefálica ou pélvico, e em transversas ou
oblíquas é córmica. Diz-se que um feto está insinuado quando ultrapassa o pla-
no zero de De Lee, e este está acima (-1), portanto não se
€ Posição – lado materno em que se encontra o dorso fetal,
insinuou. Resposta a.
ou para onde aponta o acrômio em fetos transversos.
€ Variedade de posição – relação entre ponto de referencia
fetal e materno. Em apresentações cefálicas os pontos de 12. Embora o examinador não deixe claro, podemos supor que
referencia podem ser: occipício (O - fletidas), bregma (B ele esteja se referindo ao bregma como ponto de referência, ou
- defletidas de primeiro grau), glabela (N - defletidas de seja, parte fetal mais facilmente palpável ao toque. Assim sen-
segundo grau) e mento (M - defletidas de terceiro grau). do, a apresentação é cefálica defletida de primeiro grau.
€ Atitude – relação das partes fetais entre si. Em fases finais A iminência iliopectínea se localiza na transição entre o pú-
da gravidez a atitude é em flexão, formando o feto um bis e o íleo, portanto mais anterior na bacia. De modo que se
ovoide de dois polos (cefálico e pélvico). o bregma está voltado para a iminência iliopectínea esquer-
Resposta a. da a variedade de posição é BEA, ou seja, uma variedade
anterior. Resposta b.
8. Em OEA a parte fetal mais facilmente palpável ao toque,
ou ponto de reparo, é o lâmbda. Obstetricamente pode ser 13. O tipo de apresentação mais frequente, ocorrendo
referido (ponto de referencia) como occipício e representado em cerca de 92% das vezes, é a cefálica f letida, que tem
pela letra O. Este está voltado para iminência iliopectínea como ponto de referência o occipício. Na insinuação,
esquerda de tal forma que a sutura sagital segue a linha durante o mecanismo de parto, este se volta mais comu-
que une esta iminência à articulação sacroilíaca direita, mente para a iminência iliopectínea esquerda, portanto,
conhecida como primeiro oblíquo. fazendo com que a variedade de posição mais comum
A rotação interna do mecanismo de parto, seguindo o seja OEA. Resposta c.
princípio de levar o ponto de reparo (ou referencia) para
o subpube pelo caminho mais curto, será de 45 graus 14. Numa variedade de posição OET, o occipício volta-se na
anti-horário. Assim, o desprendimento ocorre quando o direção da linha arqueada esquerda, ou seja, às 3 horas. O
occipício estiver abaixo do pube materno. lâmbda, que é diametralmente oposto, se localizará às 9 ho-
Neste caso a posição é esquerda e após o desprendimento ras. Resposta e.
do pólo cefálico, a rotação externa será para a esquerda, ou
seja, mesmo lado em que estava do dorso fetal intraútero.
Resposta d. 15. O mecanismo de parto cefálico é dividido nos seguintes
tempos:
9. Os quatro passos da manobra de palpação alemã são: € insinuação – passagem do maior eixo da apresentação pelo
€ Primeiro – palpação do fundo uterino; estreito superior;
€ Secundo – palpação dos flancos em busca do dorso fetal, € descida – passagem da apresentação do estreito superior
onde estará o ponto de ausculta, próximo ao polo cefálico; para o inferior;
€ Terceiro – palpação da escava e, se ocupada, verificação de € rotação interna – rotação da apresentação para levar o ponto
sua mobilidade após sua preensão com polegar e indicador; de referência ao subpube;
€ Quarto – verificação da profundidade de insinuação € desprendimento cefálico – saída da cabeça pelo introíto va-
da apresentação, estando o examinador de costas para ginal;
a gestante. € rotação externa – retorno do feto à posição anterior trazen-
Resposta c. do os ombros para anteroposterior;

SJT Residência Médica – 2016


63
4 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

€ desprendimento do ovoide córmico – saída dos ombros pelo € Situação: relação entre o maior eixo do feto e o maior eixo
introíto vaginal. da cavidade do útero. Pode ser longitudinal, transversa ou
A rotação interna ocorre enquanto o feto avança do estreito oblíqua.
superior para o inferior, ou seja, concomitante à descida. € Apresentação: parte fetal que ocupa o estreito superior e nele
Resposta e. tende a se insinuar. Em situação longitudinal pode ser cefá-
lica ou pélvica, nas demais será córmica.

16. Ponto de referência fetal é a parte do feto mais facilmente


€ Posição: lado materno em que se localiza o dorso fetal, direi-
palpável ao toque. No caso de apresentações pélvicas o ponto to ou esquerdo.
de reparo é a ponta do cóccix e a referência o sacro. Nas apre- € Variedade de posição: relação entre pontos de referência
sentações cefálicas depende do grau de deflexão da cabeça: materno e fetal.
€ nas fletidas: ponto de reparo é o lâmbda e referência o oc- Resposta c.
cipício;
€ nas defletidas de primeiro grau: ponto de reparo é o ângulo 19. Entende-se por mecanismo de parto o conjunto de ações
anterior do bregma e referência bregma; fetais que permite sua passagem pelo canal de parto, desde
€ nas defletidas de segundo grau: ponto de reparo é a glabela o estreito superior até a saída pela vagina. São tempos desse
e referência naso; mecanismo em apresentações cefálicas, que ocorrem de for-
€ nas defletidas de terceiro grau: ponto de reparo é o mento ma sequencial:
e referência tem o mesmo nome. € Insinuação: passagem do maior diâmetro da apresentação
Resposta d. pelo estreito superior;
€ Descida e rotação externa: caminho seguido pela apresen-
17. Questão interessante, que trata das relações uterofetais. Si- tação do estreito superior ao inferior, momento em que este
tuação significa a relação entre o maior eixo do feto e o maior feto sofre rotação no sentido de levar o ponto de referência
eixo do útero, podendo ser longitudinal, transversa ou oblíqua. à direção do pube;
Apresentação é a parte fetal que ocupa o estreito superior e € Desprendimento do polo cefálico: exteriorização da apre
nele tende a se insinuar; pode ser cefálica ou pélvica nas situa sentação pela vulva;
ções longitudinais, e será córmica nas transversas. Posição é o € Rotação externa: rotação do feto no intuito de levar o diâme-
lado da mãe que se encontra o dorso do feto, direita ou esquer-
tro entre ombros (bisacromial) ao sentido anteroposterior, já
da. Finalmente, variedade de posição é a relação entre o ponto
que ao desprendimento cefálico ele está transverso;
de referência fetal (parte mais facilmente palpável ao toque) e
a direção de um ponto de referência materno. Os pontos de € Desprendimento do ovoide córmico: exteriorização dos
referência maternos são os limites do estreito superior, ou seja, ombros, e o restante do feto, pela vulva.
pube, iminências iliopectíneas direita e esquerda (região ante- O mecanismo de parto não deve ser confundido com pe-
rior, adjacente ao pube de cada lado), linhas arqueadas (região ríodos clínicos do parto, quais sejam: dilatação, expulsão,
transversa), sinostoses sacroilíacas direta e esquerda (região dequitação (ou delivramento) e 4º período (de Greenberg).
posterior, adjacente ao sacro de cada lado) e sacro. Se a cabeça Resposta d.
do feto está fletida, o ponto de referência é o occipício (O) que
se localiza na região lambdoide, e se este volta se para a imi-
nência iliopectínea direita, ele está na diagonal direita anterior, 20. Ponto de referência é a parte fetal mais facilmente palpá-
ou seja, a variedade de posição é ODA, de modo que o lâmbda vel ao toque. No caso de apresentações cefálicas defletidas de
está a 10 horas. Veja na figura abaixo com se posiciona o feto. segundo grau é a glabela, ou base do nariz. Para fletidas será
o occipício, nas defletidas de primeiro grau o bregma e nas de
terceiro grau o mento. Resposta d.

21. Das relações uterofetais, interessam as seguintes:


€ atitude – relação das partes fetais entre si.
€ situação – relação entre o maior eixo fetal, que é o longitudi-
nal, e o maior eixo uterino, que também costuma ser o lon-
gitudinal (longitudinal, transversa e oblíqua).
Resposta a. € apresentação – parte fetal que ocupa o estrito superior e que
nele se insinuará (cefálica, pélvica, córmica).
18. São relações uterofetais: € posição – lado em que se encontra o dorso fetal (direito ou
esquerdo)
€ Atitude: relação das partes fetais entre si. No terceiro tri-
mestre o feto adquire atitude em flexão formando um ovoi- € variedade de posição – relação entre o ponto de referência
de de dois polos, um cefálico e um pélvico. fetal e o materno (OEA, BDA etc.). Resposta b.

SJT Residência Médica – 2016


64
Obstetrícia | Gabarito comentado

22. O tipo de bacia mais comum é, sem sombra de dúvidas, a


ginecoide, presente em 62% das mulheres. Nessa, o diâmetro
transverso é ligeiramente maior que o anteroposterior e está
um pouco atrás do meio desse último, além do que a arcada
púbica (ou arco anterior) é ampla, o que torna seu estreito
superior quase arredondado. Isso difere da bacia androide,
em que o diâmetro transverso supera o anteroposterior e é
localizado próximo ao sacro, com arco púbico angustiado, o
que faz com que o estreito superior tenha formato triangular.
A bacia menos comum é a platipeloide que apresenta o diâ-
metro transverso maior que o anteroposterior, o que a torna
ovalada. Resposta d.
Resposta e.
23. Graças aos estudos uruguaios de Caldeiro-Barcia e Al-
varez, foi possível descobrir que as contrações uterinas estão 25. Dizer que uma apresentação de face está fixa, significa
presentes, de forma diversa, durante toda a gestação. No iní- que a mesma apresentou parada da descida. Isso ocorre nas
cio da gravidez existem contrações de baixíssima intensida apresentações de face com mento posterior. Nesses casos há
de, imperceptíveis, chamadas contrações do tipo A. Elas dão um choque entre o esterno do feto e o promontório que im
espaço a contrações de Braxton Hicks, irregulares. E final pede a progressão do mecanismo de parto. Não há alternati-
mente, durante o trabalho de parto aparecem as contrações va além da cesariana. Resposta e.
de alta intensidade e com regularidade, que obedecem ao
tríplice gradiente descendente, ou seja, iniciam-se no fundo 26. As relações uterofetais são:
uterino, onde também são mais intensas e duradouras, e de € atitude – relação das partes fetais entre si.
onde se propagam em direção ao colo.
€ situação – relação entre o maior eixo do útero e o maior eixo
As contrações apresentam intensidade e frequência. A pri- do reto.
meira é a maior pressão alcançada no interior do útero e a € apresentação – parte fetal que ocupa o estreito superior e
segunda o número de contrações em 10 minutos. O produto
nele vai se insinuar.
de ambas constitui a atividade uterina, expressa em UM (uni-
dades Montevidéu). Entre as contrações, a menor pressão al- € posição – lado do dorso fetal.
cançada no interior uterino é chamada tônus. € variedade de posição – relação entre o ponto de referência
Não é apenas até a 20ª semana que a atividade uterina é bai- fetal (parte fetal mais facilmente palpável ao toque) e ponto
xa, inferior a 20 UM, mas sim até idades gestacionais maio- de referência da bacia materna. Vejamos os pontos de refe-
rência em cada tipo de apresentação:
res, como 30-32 semanas, quando há 1 a 2 contrações de 20
mmHg por hora, com atividade uterina média de 30 UM. € cefálica fletida – occipício;
Temos que concordar que a primeira alternativa é mal escri- € cefálica defletida de 1º grau – bregma;
ta, o que dificulta sua interpretação. Resposta b. € cefálica defletida de 2º grau – naso (glabela);
€ cefálica defletida de 3º grau – mento;
24. Diâmetro de insinuação é o maior diâmetro da apresen- € pélvicas – sacro;
tação que passa pelo estreito superior, conforme consta abai-
xo, com as medidas. € córmicas – acrômio.
Nas defletidas de 2º grau e transversas não há insinuação, ou
seja, o ponto de referência não se ajusta são estreito superior.
Apresentação Diâmetro de insinuação
Quando se diz que a variedade de posição de uma apresenta-
Suboccipitobregmático ção é occípito esquerdo anterior (OEA), significa que o ponto
Cefálica fletida
(9,5 cm) de referência é o occipício, portanto, a apresentação é cefálica
Cefálica defletida de 1º grau Occiptofrontal (12 cm) fletida. Resposta a.
Occipitomentoneiro (13
Cefálica defletida de 2º grau 27. Linha de orientação é aquela que contém o ponto de re-
cm)
ferência indicando sua orientação. A linha de orientação em
Cefálica defletida de 3º grau Hiobregmático (9,5 cm)
cefálicas fletidas é a sutura sagital, em defletidas de 1º grau é
Pélvica Bitrocantérico (9 cm) a sutura sagitometópica, nas de 2º grau é a sutura metópica e
nas de 3º grau é a linha facial. Resposta d.
A figura traz a representação esquemática de tais diâmetros
nas apresentações cefálicas, fletidas e defletidas de 1º, 2º e 3º 28. As manobras de Leopold Zweifel, da escola alemã, ser
graus, nessa ordem. A letra agregada representa o ponto de vem para estabelecimento das relações uterofetais por meio
referência. de palpação abdominal. Ela é dividida em 4 tempos:

SJT Residência Médica – 2016


65
4 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

1) exploração do fundo uterino; 36. Classicamente, a bacia é dividida em 4 planos, que são
2) exploração do dorso fetal; os planos de Hodge. O 1º plano ou plano do estreito supe-
rior, que vai do promontório ao bordo superior do púbis; o
3) exploração da mobilidade cefálica – manobra de Leopold 2º plano, do bordo inferior do púbis à metade da 2ª vértebra
Zweifel ou Pawlick; sacra; o 3º plano, o plano das espinhas ciáticas (equivalente
4) exploração da escava (escavação pélvica). ao plano zero de De Lee); e o 4º plano, que começa na ponta
do sacro e segue o plano do períneo. Resposta c.
Resposta e.

29. Os quatro períodos clínicos ou fases clínicas do trabalho 37. A medida real da bacia de uma mulher é o conjugado
de parto são: dilatação, expulsão, dequitação e quarto perí- verdadeiro, vera ou obstétrico, que vai do ponto mais saliente
odo de Greemberg (uma hora que se segue da dequitação). da face posterior da sínfise púbica (que está cerca de 3 milí-
Resposta a. metros abaixo do ramo superior da sínfise púbica e é chama-
do de ponto retrosinfisário de Crouzat) até o promontório.
Obtêm-se o valor do conjugado obstétrico subtraindo-se 1,5
30. Nos casos de corioamnionite, a gestação tem que se in- a 2 cm do conjugado diagonalis. Resposta c.
terromper o mais rápido possível pelo risco de evoluir para
uma septicemia com perda do útero e até da vida materna.
Resposta e. 38. O maior diâmetro anteroposterior da cabeça fetal é o que
vai da ponta do occípio ao mento e mede 13 cm. Resposta d.
31. Durante o exame ginecológico-obstétrico são três as sa-
liências ósseas que devem ser avaliadas para permitir a evo- 39. Na bacia platipeloide, por apresentar estreito superior
lução para um parto normal: ângulo subpúbico maior que 90 ovalado com maior diametro no sentido transverso e um di-
graus, espinhas ciáticas apagadas e promontório inatingível. âmetro antero posterior menor em relação às outras bacias,
Considera-se vício pélvico, com dificuldade extrema ao par- os fetos se insinuam no diâmetro transverso. Resposta c.
to normal, quando: conjugada obstétrica menor que 10 cm,
diâmetro biciático menor que 10,5 cm ou bituberoso menor
que 8 cm. Resposta b. 40. No início da dilatação a frequência das contrações é de 2-3
em 10 minutos com intensidade de 30 mmHg – 40 mmHg.
No período expulsivo são 5 contrações em 10 minutos com
32. O ponto de maior angústia para a descida da apresen- intensidade que pode chegar a 50-60 mmHg. Resposta e.
tação é um diâmetro biespeinha (laterolateral) do estreito
médio, que é o diâmetro que vai do meio da sínfise púbica
ao meio da terceira vértebra sacra. O conjugado anatômico é 41. Quando ao fazermos o toque identificamos o bregma é
maior que o obstétrico (CO), que é menor que o conjugado porque a apresentação é cefálica defletida de primeiro grau.
diagonalis (CD). CO = CD 1,5 cm. O primeiro diâmetro Como o bregma está em direção à articulação sacro ilíaca di-
oblíquo tem o mesmo tamanho que o segundo e são menores reita estamos frente a um bregma direita posterior. Resposta a.
que o transverso. O estreito inferior da bacia é avaliado atra-
vés da pelvimetria externa, por meio da avaliação do ângulo 42. No estreito superior, temos o conjugata obstétrico, também
subpúbico, pelo toque vaginal, e quando muito angustiado chamado de conjugata verdadeiro, o menor diâmetro que se es-
costuma se acompanhar de angústias também no estreito tende do promontório ao ponto mais saliente da face posterior
médio. Resposta e. da sínfise púbica, o ponto de Crouzat. Não confunda esse diâ-
metro com o conjugata anatômico que se estende do promontó-
rio à borda superior da sínfise púbica. Resposta correta.
33. Sabemos que o conjugado verdadeiro ou obstétrico é
igual ao conjugado diagonalis menos 1,5 a 2 cm. O conju-
gado anatômico é ligeiramente maior que o obstétrico, pois, 43. Nas apresentações cefálicas defletidas de segundo grau, o
embora tenha a mesma origem (promontório) termina na ponto de referência é o naso, o de reparo é a glabela e a linha
borda superior da sínfise púbica, ligeiramente acima do pon de orientação é a sutura metópica. Das apresentações cefáli-
to retropúbico de Crouzart, limite da conjugada obstétrica. cas, essa é a que não nasce por via vaginal, devido ao diâme-
Resposta d. tro de insinuação, maior do que o menor diâmetro da pelve
(diâmetro biciático). O lâmbda é o reparo nas cefálicas fleti
das, o ângulo anterior do bregma nas defletidas de primeiro
34. A atividade uterina é o produto entre intensidade x fre- grau e o mento nas defletidas de terceiro grau. Resposta b.
quência das contrações, devendo ser expressada em unidades
Montevidéu. Resposta c.
44. Define-se situação pela relação entre o maior eixo fetal e
o eixo uterino, podendo ser longitudinal quando coincidem
35. A paciente está na quarta gestação e teve um aborto, portan- ou transversal, quando são perpendiculares entre si. A situa-
to, já teve dois partos, é uma secundípara. Se o dorso fetal está do ção mais comum é a longitudinal. Cefálica, pélvica e córmica
lado esquerdo da mãe, a posição é esquerda. Resposta d. são tipos de apresentações fetal. Resposta c.

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66
Obstetrícia | Gabarito comentado

45. A onda contrátil durante o trabalho de parto obedece 51. Se durante o período expulsivo o feto está na varieda-
o triplo gradiente descendente, ou seja, as metrossístoles de de posição ODP (occipito-direita-posterior), ele deve
iniciam-se antes, duram mais e são mais intensas nas partes ser rodado até a posição de desprendimento cefálico OP
altas do que nas partes baixas do útero, fazendo com que (occipício-púbico). Sendo a ODP sinostose sacroilíaca do
a resultante vetorial da força contrátil dirija-se do fundo lado direito da mãe, o feto deverá rodar 135º no sentido
uterino para o colo. Esses estímulos se iniciam no chama- horário. Resposta e.
do marcapasso uterino, localizados na inserção da tuba no
fundo uterino, um de cada lado. Resposta a.
52. Uma vez que o feto ultrapassou as espinhas ciáticas, ele
está insinuado e desce através de movimentos de laterali-
46. O conjugata diagonal é o diâmetro avaliado clinicamen- zação da cabeça (assinclitismo). O mais comum é o assin-
te pela distância entre o promontório e a borda inferior da clitismo posterior ou obliquidade de Nägele, onde a sutura
sínfise púbica – letra B na figura –, do qual ao diminuir- sagital fetal se aproxima da pube materna para a descida
mos 1.5 cm (relação de Smellie) temos o valor do conjugata do osso parietal posterior. A falta de descida e o occipício
verdadeiro ou obstétrico (letra A na fugura) que se estende voltado para o lado direito da mãe, e não para sua pube,
do promontório à borda posterior da sínfise púbica – pon- indicam uma distocia de rotação, variedade ODT (occi-
to de Crouzat. A letra C corresponde ao conjugata exitus. pício fetal voltado para o diâmetro transverso direito da
Resposta d. mãe), estando indicado o parto fórcipe de Kielland, que é
o fórcipe utilizado para rotação. Resposta a.
47. Na avaliação da bacia materna, o plano zero de De Lee
corresponde ao plano das espinhas ciáticas e ao terceiro 53. No polo cefálico fetal, parte posterior, o espaço trian
plano de Hodge. gular, delimitado pelas suturas lambdoide e sagital, é
chamado de occipício ou lambda. Já na parte anterior do
polo cefálico, o espaço em forma de losango, formado
pelas suturas sagital e coronária, é chamado de bregma.
Resposta d.

54. Trata-se de útero irritável, já que, apesar de haver con-


-5 trações, estas não são efetivas, pois não ocorreu modifica-
Diâmetro -4
-3 ção do colo uterino. Está descartada vaginose bacteriana,
biespinha -2
ciática -1 pois o pH está normal (3,8 a 4,2), sendo que, com vaginose
+1 bacteriana, o pH aumenta acima de 5, pois há queda acen-
Plano
+2 tuada na população de lactobacilos, com menor conversão
“O” de +3
DeLee +4 de glicogênio vaginal em ácido láctico. A progesterona tem
+5
a função de aumentar a quiescência uterina, promovendo
ação miorrelaxante sobre a fibra uterina. Resposta e.
Resposta a.

55. Macrossomia fetal é reconhecida quando o peso fe


48. Insinuação nas cefálicas fletidas é a passagem do bipa-
tal é maior do que o percentil 90 para determinada idade
rietal pelo estreito superior. Posição fetal é a relação do dor-
gestacional ou quando o peso ao nascer é maior do que 4
so fetal com o lado materno. Cerca de 95% dos partos no
quilos. Nesses casos, o tamanho desproporcional de om-
termo são de apresentações (não situações) cefálicas fleti-
bros e abdome, comparados com o do crânio, contribui
das. O termo situação refere-se à relação do maior diâmetro
fetal com o maior diâmetro uterino. O maior diâmetro do para um parto vaginal traumático, portanto, sempre nos
estreito superior da bacia normal que se oferece para insi- preocupamos com o diâmetro bisacromial (ombros) res-
nuação é o transverso máximo (13 cm). Assinclitismo é a ponsável pela distócia de ombros. Resposta a.
descida de um parietal antes do outro. Resposta e.
56. Por convenção, a frequência das contrações é expressa
49. Nas apresentações de fronte, o ponto de referência é o em 10 minutos. Resposta c.
naso ou glabela, a linha de orientação é a sutura metópica e
o símbolo é N. Resposta e.
57. A variedade de posição de fronte, ou defletida de se-
gundo grau, apresenta como ponto de referência a glabela
50. Trata-se de OEA, BP e MEA. Resposta e. ou naso.

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67
4 Relações uterofetais, bacia e contratilidade uterina

Características da atitude da cabeça fetal segundo o eixo anteroposterior na apresentação cefálica


Atitude da cabeça fetal Apresentação Ponto de referência Sigla Linha de orientação Diâmetro de insinuação
Flexão Occípito Lâmbda O Sutura sagital Suboccípitobregmático
Deflexão de primeiro grau Bregma Bregma B Sutura sagitometópica Occípito-frontal
Deflexão de segundo grau Fronte Raiz do nariz ou Glabela N Sutura metópica Occípitomentoniano
Deflexão de terceiro grau Face Mento M Sutura facial Submentobregmático
Resposta d.

58. O assinclitismo é a descida de um parietal na frente do 62. Pela descrição, o feto está em OET, portanto, toca-se o
outro durante a descida da cabeça fetal, que ocorre com o lambda às 3 h. Resposta c.
intuito de diminuir os diâmetros fetais para que o feto se
encaixe na bacia materna. O parietal que se insinua primei-
ro dá o nome do assinclitismo. O assinclitismo posterior é 63. A linha de orientação sagitometópica é característica das
o mais frequente, sendo diagnosticado pela sutura sagital apresentações cefálicas defletidas de primeiro grau. Resposta b.
mais próxima da pube. O assinclitismo anterior é menos co-
mum e, sendo diagnosticado pela sutura sagital mais pró-
64. Pela regra de Smellie, obtém-se, a partir do conjugado
xima do sacro, ocorre mais em multíparas; já o posterior é
diagonal, o conjugado obstétrico, ou conjugado verdadeiro
mais comumente encontrado em primigestas. Resposta d.
(CD – 1,5 cm = CV). Resposta b.

59. Quando a deflexão fetal é máxima, o ponto de reparo


e de referência fetal é o mento e a linha de orientação é a 65. O assinclitismo posterior, também conhecido como obli-
facial (mento, boca e nariz). Referimo-nos à deflexão de 3º quidade de Litzmann, caracteriza-se pela descida do parietal
grau ou de face. Resposta a. posterior antes do anterior, estando a sutura sagital mais pró-
xima da pube e mais afastada do sacro. Resposta a.
60. A variedade de posição é BEA (bregma esquerda ante-
rior, pois o bregma está orientado para a eminência ileo-
66. As contrações de Braxton-Hicks caracterizam-se por te-
pectínea esquerda), a posição (lado do dorso fetal) é direita
rem importância no processo de esvaecimento do colo ute-
(oposta ao bregma, que está mais próximo da face e longe
rino em primigestas, apresentarem tônus entre 3 e 8 mmHg,
da coluna), e trata-se de apresentação cefálica defletida de
apresentarem baixa frequência e serem indolores, e por se-
primeiro grau (bregmática). Resposta b.
rem percebidas pela gestante. Entretanto, não possuem trí-
plice gradiente descendente. Resposta e.
61. A apresentação cefálica fletida ou de vértice apresenta
como ponto de referência o lâmbda; a apresentação defle-
tida de primeiro grau apresenta como ponto de referência 67. O estrogênio aumenta a concentração de actinomiosi-
o ângulo anterior do bregma; a defletida de segundo grau na no miométrio, assim como os “gap junctions” entre uma
apresenta como ponto de referência o naso ou glabela; a de- célula muscular e outra, favorecendo a contratilidade difusa
fletida de terceiro grau apresenta como ponto de referência do útero, enquanto que a progesterona tem efeito inverso.
o mento. Resposta d. Resposta d.

Quem sou eu para ser tão brilhante, grandioso, talentoso, admirável? Na verdade, quem é você para não ser?
– MARIANNE WILLIAMSON

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento

5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade


fetal

“As nossas palavras mais importantes são as que dizemos a nós mesmos, sobre nós mesmos, quando estamos
sozinhos. ”
Al Walker.

FMABC – 2015 Hospital Angelina Caron – 2015


1. Uma I gesta com AU de 34 está em trabalho de parto 3. No mecanismo do parto, considera-se como assincli-
com dinâmica de 3 contrações de média intensidade e tismo quando:
40 seg de duração em 10 min. Apresenta 6cm de dila- a) o diâmetro biacromial sofre redução para a rotação
tação com colo médio há 3 horas. A bolsa está íntegra da cabeça
com líquido claro pela amnioscopia e a apresentação b) a cabeça fetal sofre deflexão para o encaixamento
está em OET no plano zero de De Lee. Frente a este c) o diâmetro biacromial sofre redução para o encaixamento
quadro podemos afirmar que se deve: d) a cabeça fetal se inclina sobre um dos parietais
a) romper a bolsa e observar a evolução e) a cabeça fetal se inclina sobre o bregma
b) indicar cesárea por distócia funcional, pois o colo  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
não dilata há 3 horas com dinâmica efetiva
c) indicar cesárea por desproporção, pois o feto está em
Zero e AU de 34 cm Hospital Santa Marta – 2015
d) se deve indicar cesárea por parada de progressão fe- 4. Uma paciente gestante primigesta a termo está inter-
tal com e ultrapassagem da linha de ação do parto- nada em trabalho de parto e encontra-se em monito-
grama rização fetal no centro obstétrico. A ausculta cardíaca
fetal é de 105 bpm. A cardiotocografia anteparto mos-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tra frequência cardíaca fetal com variabilidade menor
que 10 bpm (referência: 10 a 25 bpm), sem presença
de acelerações transitórias, e movimentação fetal au-
FMJ – 2015 sente mesmo após estímulo. No caso hipotético, o lau-
2. A realização da episiotomia: do do exame e a hipótese diagnóstica são:
a) não deve ser seletiva a) padrão tranquilizador - trabalho de parto habitual
b) não deve ser rotineira b) padrão não tranquilizador - sofrimento fetal crônico
c) não deve ser mediana c) padrão não tranquilizador - sofrimento fetal agudo
d) não deve ser realizada no parto pré-termo d) padrão tranquilizador - desaceleração transitória
e) não deve ser realizada no vácuo extrator e) padrão não tranquilizador - rotura uterina

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


69
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

IAMSPE – 2015
5. Na cardiotocografia fetal, diz-se que há
a) bradicardia, quando a linha de base revela < 100
bpm e taquicardia, quando > 140 bpm
b) bradicardia, quando a linha de base revela < 120
bpm e taquicardia, quando > 160 bpm
c) bradicardia, quando a linha de base revela < 110
bpm e taquicardia, quando > 160 bpm
d) bradicardia, quando a linha de base revela < 110
bpm e taquicardia, quando > 150 bpm
e) bradicardia, quando a linha de base revela < 120
bpm e taquicardia, quando > 140 bpm

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

IAMSPE – 2015
6. Em gestantes, a observação de incisura protodiastóli-
ca na dopplerfluxometria das artérias uterinas e mar-
cador de
a) eclâmpsia e amniorrexe prematura
b) pré-eclâmpsia e restrição de crescimento intrauterino
c) amniorrexe prematura e restrição de crescimento
intrauterino
d) hipertensão arterial essencial e restrição de cresci-
mento intrauterino
e) hipertensão arterial essencial associada à pré-
-eclâmpsia a) mola hidatiforme e descolamento prematuro de placenta
b) doença hipertensiva especifica da gravidez e am-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA niorrexe prematura
c) restrição de crescimento intrauterino e amniorrexe
prematura
IAMSPE – 2015 d) restrição de crescimento fetal e doença hipertensiva
7. Segundo as recomendações da Organização Mundial especifica da gravidez
de Saúde (1996), baseadas em evidencias cientificas, e) abortamento retido e amniorrexe prematura
assinale a alternativa que apresenta a prática que se
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
enquadra no grupo daquelas “utilizadas de forma in-
devida”.
a) liberdade de posição e movimento durante o traba- UERN – 2015
lho de parto 9. Na assistência ao parto nas apresentações cefálicas o
movimento de restituição consiste em:
b) oferecimento de líquidos (tipo chá doce) por via oral
a) movimento de flexão da cabeça após o desprendimento
durante o trabalho de parto
b) correção do assinclitismo fisiológico do polo cefálico
c) prevenção da hipotermia do recém-nascido c) retorno do occipital para o lado onde se encontrava
d) monitoragem eletrônica continua de rotina dos ba- na insinuação
timentos cardiofetais e das contrações uterinas no d) ajuste do maior diâmetro da cabeça ao maior diâme-
trabalho de parto tro da pelve
e) episiotomia de rotina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UERN – 2015
IAMSPE – 2015 10. As “ligaduras vivas de Pinard” são importantes:
8. Ao receber o resultado de uma dopplerfluxometria a) no 1ᵒ período do parto
b) no 2ᵒ período do parto
das artérias uterinas (com a imagem mostrada abai-
c) no 3ᵒ período do parto
xo) e ao prestar atenção nas porções do gráfico assina-
d) no 4ᵒ período do parto, no miotamponamento
ladas com setas brancas, o obstetra deve ficar muito
atento, porque esse perfil e marcador de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


70
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFG – 2015
11. A figura a seguir representa o exame físico da pelve
óssea de uma gestante em trabalho de parto. Esse exa-
me tem o objetivo de verificar a possibilidade de par-
to via vaginal.
Qual é o diâmetro aferido?

A variedade de posição é sacroilíaca


a) esquerda posterior
b) direita posterior
c) direita transversa
d) esquerda anterior

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

a) conjugado verdadeiro anatômico


UFG – 2015
b) conjugado verdadeiro obstétrico
14. Uma paciente está na sala de parto no período clínico de
c) conjugado diagonal
expulsão com a duração de 50 minutos. O toque obsté-
d) interespinhoso
trico revela feto em apresentação cefálica fletida em OP
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA no plano de (+3) de De Lee. A ausculta fetal identifica 90
batimentos por minuto. A conduta adequada é:
a) colocar a paciente em decúbito lateral, fazer inalação
UFG – 2015 de oxigênio nasal e solicitar anestesista para cesariana
12. A figura a seguir representa o mecanismo de parto de b) instalar ocitocina em doses fisiológicas para aumen-
um feto em apresentação cefálica fletida em varieda- tara contratilidade uterina
de de posição occipitoilíaca esquerda anterior. c) aplicar fórceps de Simpson em OP sem rotação
d) aplicar fórceps de Kielland com rotação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

FMJ – 2015
15. A realização da episiotomia
a) não deve ser seletiva
b) não deve ser rotineira
c) não deve ser mediana
d) não deve ser realizada no parto pré-termo
e) não deve ser realizada no vácuo extrator

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Na figura, o tempo representado é: FMJ – 2015


a) a deflexão 16. Primigesta, 39 anos, com gestação de 22 semanas,
b) o desprendimento do polo cefálico apresenta glicemia de jejum na primeira consulta
c) a rotação interna da cabeça com 8 semanas de 130 mg/dL. Nesse momento o exa-
d) a restituição me que deve ser solicitado é:
a) ultrassonografia morfológica de 2.º trimestre
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) cardiotocografia anteparto
c) dopplerfluxometria
d) perfil biofísico
UFG – 2015 e) cariótipo fetal
13. A figura a seguir representa um feto em situação lon-
gitudinal, com apresentação pélvica completa:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


71
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

UFMA – 2015 UFPI – 2015


17. Dentre as alternativas abaixo, qual a que preenche cri- 21. Paciente G2P1 com AG 33 S 6 dias deu entrada na ad-
térios de assistência humanizada ao trabalho de parto? missão da MDER referindo dor tipo contração e per-
a) episiotomia rotineira/alojamento conjunto / enteroclisma da de líquido amniótico de coloração esverdeada. Ao
b) episiotomia seletiva/direito a acompanhante duran- exame: Colo apagado em 80%, dilatado 2 cm, dinâmi-
te trabalho de parto/enteroclisma ca uterina com 2 contrações em 10 minutos, BCF =
c) episiotomia seletiva/alojamento conjunto / enteroclisma 100 bpm, bolsa rota com líquido meconial. A conduta
d) episiotomia seletiva/direito a acompanhante duran- adequada para o caso é:
te o trabalho de parto/alojamento conjunto a) hidratação venosa com 3000 ml de SF 0,9%
e) episiotomia seletiva / direito a acompanhante du- b) tocólise com salbutamol
rante trabalho de parto/alojamento conjunto / uso c) tocólise com nifedipina
rotineiro de ocitocina endovenosa para abreviar a d) condução de trabalho de parto prematuro
duração do trabalho de parto e) cesariana
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFPI – 2015 UFPR – 2015


18. No que diz respeito a mecanismo do parto, marque a 22. Gestante de 35 semanas, referindo diminuição da mo-
opção CORRETA. vimentação fetal, apresenta ao ultrassom feto com peso
a) o ângulo subpúbico da bacia androide é largo e faci- estimado abaixo do percentil 3 e Doppler da artéria um-
lita a ocorrência do hipomóclio bilical com diástole reversa. A melhor conduta no caso é:
b) o estreito superior, na pelvimetria interna, é aferido
a) resolução do parto
por meio da conjugata vera obstétrica
b) complementar a investigação com cardiotocografia
c) a apresentação fetal é definida pela região fetal que
e realizar o parto se houver acelerações transitórias
ocupa a área do estreito superior da bacia materna
c) repetir a ultrassonografia com Doppler da artéria
d) o diâmetro do polo fetal apresentado à bacia materna, na
umbilical em uma semana
deflexão do terceiro grau, é o suboccípitobregmático
d) complementar a investigação com perfil biofísico
e) a apresentação pélvica é a mais prevalente quando o
fetal e realizar o parto caso não sejam identificados
feto se encontra em situação longitudinal
movimentos Respiratórios fetais
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) realizar uma cordocentese para obter amostra de
sangue fetal para uma gasometria
UFPI – 2015  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
19. Sobre as fases clínicas do trabalho de parto, marque a
opção CORRETA.
a) a sensação de dor, durante a contração uterina, dura AMP – 2015
em torno de 100 segundos 23. Com relação ao perfil biofísico fetal como método de
b) o aumento do peso fetal não apresenta relação com a avaliação da vitalidade fetal, assinale a INCORRETA.
maior frequência das contrações de Braxton-Hicks a) o marcador crônico deste exame é o líquido amniótico
c) a fase de latência se caracteriza pela ocorrência de b) para sua execução é necessário o uso da cardiotoco-
contrações uterinas que determinam significativa grafia e do ultrassom
progressão da dilatação cervical c) estuda as atividades biofísicas fetais e a estimativa do
d) o segundo estágio do trabalho de parto se inicia volume de líquido amniótico
quando a dilatação está completa e se encerra com a d) este método é indicado somente em casos de cardio-
saída do feto tocografias suspeitas ou anormais
e) o mecanismo de descolamento placentário periféri- e) os marcadores agudos deste exame são a frequência
co (Baudelocque-Ducan) é o mais frequente e gira cardíaca fetal, movimentos respiratórios fetais, mo-
em torno de 70% vimentos corporais fetais e tônus fetal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFPI – 2015 AMP – 2015


20. A opção abaixo que não representa uma contraindi- 24. São consideradas contraindicações para indução do
cação absoluta à tocólise é: trabalho de parto, exceto:
a) coriamnionite a) placenta prévia
b) pré-eclâmpsia grave b) gestação múltipla
c) doença cardíaca materna c) macrossomia fetal
d) maturidade pulmonar fetal comprovada d) malformações uterinas
e) histórico de miomectomia há 1 ano e) doença hipertensiva específica da gestação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


72
Obstetrícia | Questões para treinamento

Hospital Albert Einstein – 2015 c) taquicardia, líquido meconial, variabilidade dimi-


25. No preenchimento do partograma, além dos bati- nuída e desacelerações tipo DIP 3 na cardiotocogra-
mentos cardíacos fetais e das contrações uterinas, de- fia, presença de acelerações transitórias
vemos estar atentos à (ao): d) taquicardia persistente, líquido meconial, variabili-
a) dilatação do colo uterino, variedade de posição, pla- dade diminuída e desacelerações tipo DIP 2 na car
no de De Lee da apresentação, esvaecimento do colo diotocografia, bradicardia
uterino e) taquicardia persistente, líquido meconial, variabili-
b) pressão arterial materna, dilatação do colo uterino,
dade normal e acelerações.
plano de De Lee da apresentação, estado da mem-
brana amniótica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) dilatação do colo uterino, plano de De Lee da apre-
sentação, variedade de posição, estado da membra-
na amniótica Hospital Infantil Varela Santiago – 2015
d) esvaecimento do colo uterino, estado da membra- 29. Quando se diz que o concepto se encontra em posição
na amniótica, variedade de posição, pressão arterial de fronte, o ponto de referência que se percebe ao to-
materna que é:
a) lambda
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) mento
c) bregma
Hospital Albert Einstein – 2015 d) glabela
26. Gestante de 35 anos, com 38 semanas e 2 dias de idade e) todas estão erradas
gestacional, referindo perda de líquido claro via vagi-
nal há 6 horas e diminuição da movimentação fetal.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Passou a apresentar cólicas e enrijecimento abdomi-
nal intermitente há 2 horas. Qual a conduta?
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015
a) avaliação da dinâmica uterina, exame especular, to-
que vaginal e cardiotocografia 30. No trabalho de parto, a frequência das contrações
b) avaliação da dinâmica uterina, amniocentese, car- uterinas é expressa em:
diotocografia e ultrassonografia a) um minuto
c) exame especular, coleta de muco para verificar cris b) cinco minutos
talização em lâmina, amnioscopia e amniocentese c) dez minutos
d) coleta de muco para verificar cristalização em lâmi- d) oito minutos
na, amnioscopia, toque vaginal e ultrassonografia e) uma hora

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital da Cruz Vermelha – 2015 Hospital Infantil Varela Santiago – 2015


27. A sequencia dos 03 principais tempos do mecanismo 31. Além das contrações uterinas e da dilatação do canal
de parto na apresentação cefálica fletida é: do parto, o diagnóstico de trabalho de parto está rela-
a) insinuação, descida com rotação interna, desprendi- cionado com o seguinte elemento:
mento a) posição do colo do útero
b) descida com rotação interna, insinuação e despren-
b) alongamento do colo do útero
dimento
c) apagamento do colo do útero
c) rotação interna, descida com rotação externa, insi-
nuação d) espessamento do colo do útero
d) insinuação, descida com rotação externa, deflexão e) nenhuma das afirmativas é correta
e) flexão, descida com rotação interna, insinuação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 32. O ponto de reparo para a anestesia locorregional da
28. São sinais clínicos e eletrônicos de Sofrimento Fetal episiotomia é:
Agudo: a) tuberosidade esquiática
a) taquicardia transitória, líquido amniótico claro, va- b) cúlmenretropubiano
riabilidade normal e desacelerações tipo DIP 3 na c) promontório
cardiotocografia, bradicardia d) fúrcula vaginal
b) taquicardia persistente, líquido meconial, variabili- e) espinha ilíaca anterossuperior
dade diminuída e desacelerações tipo DIP 1 na car-
diotocografia, bradicardia  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


73
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

Instituto de Olhos de Goiânia – 2015 Santa Casa-BH – 2015


33. Ao analisarmos a progressão do parto em uma primí- 37. Considerando o mecanismo do parto, é CORRETO
para, estando o feto em apresentação cefálica fletida, afirmar que:
dizemos que já ocorreu a insinuação a partir do mo- a) o encaixamento é a passagem do vértice do polo ce-
mento em que: fálico fetal pelo estreito superior da pequena bacia
a) o diâmetro biparietal ultrapassa o estreito médio
b) a palpação, por meio do toque vaginal, da fontane-
b) o maior diâmetro da cabeça atinge o nível zero de
DeLee la anterior determina que a flexão do polo cefálico
c) o ponto de maior declive da apresentação atinge o ocorreu
períneo c) a amplitude da rotação interna pode variar por volta
d) o vértice da apresentação atinge o plano das espi- de 45º nas variedades de posição occipitoanteriores
nhas ciáticas e por volta de 135º nas variedades de posição occipi-
toposteriores
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) na rotação externa, a cabeça fetal gira, assumindo a
posição contrária àquela que estava quando do en-
PUC-PR – 2015 caixamento
34. Tercigesta com aborto anterior e cesárea anterior na
36ª semana por pré-eclâmpsia grave. Atualmente,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
está na 34ª semana de gestação com PAS: 140 mmHg
e PAD: 85 mmHg assintomática sob uso de alfame-
tildopa, 750 mg ao dia. Dentre os exames solicitados, Santa Casa-BH – 2015
apresentou no exame de dopplervelocimetria obsté- 38. Antes da indução do trabalho de parto, o índice de
trica a presença de centralização fetal e ducto venoso Bishop é usado para a avaliação do colo uterino. As-
com onda A negativa. O relato corresponde à: sinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE
a) vasodilatação em artéria cerebral média e sem pro- os itens que fazem parte do índice de Bishop.
babilidade de associação à acidose fetal a) posição, consistência, dilatação e apagamento do
b) vasoconstrição em artérias uterinas e provável asso- colo uterino
ciação à acidose fetal b) posição, consistência, dilatação, apagamento do colo
c) vasoconstrição em artéria cerebral média e com pro-
uterino e situação da bolsa d´água
vável associação à acidose fetal
d) vasoconstrição em artérias umbilicais e provável as- c) posição, dilatação, apagamento do colo uterino e si-
sociação à acidose fetal tuação da bolsa d´água
e) vasodilatação em artérias umbilicais e sem probabi- d) posição, dilatação, apagamento do colo uterino,
lidade de associação à acidose fetal situação da bolsa d´água e presença de contrações
uterinas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
PUC-PR – 2015
35. F. W. S., 28 anos, primigesta, 40ª semana de gestação, em
trabalho de parto, com 7 cm de dilatação cervical, amnior- Santa Casa-BH – 2015
rexe espontânea há uma hora, cuja apresentação cefálica 39. O partograma é utilizado para acompanhar a evolu-
encontra-se no Plano de DeLee + 2 e variedade de apresen- ção do trabalho de parto.
tação defletida de 2º grau. O ponto de referência e a linha Em relação a esse instrumento de avaliação, assinale a
de orientação correspondente são, respectivamente: alternativa INCORRETA.
a) bregma e sutura sagitometópica a) na fase ativa prolongada ou distócia funcional, a
b) glabela e sutura metópica dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa
c) glabela e linha facial velocidade menor que 1cm/hora
d) bregma e sutura metópica b) a parada secundária da dilatação é caracterizada
e) mento e linha facial
quando a dilatação cervical permanece a mesma du-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA rante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta
e, por vezes, a linha de ação
c) o parto precipitado ou taquitócico é diagnosticado
PUC-RS – 2015 quando a dilatação cervical, a descida e expulsão do
36. A avaliação fetal com dopplefluxometria está indicada
feto ocorrem num período de 8 horas ou menos
nas seguintes condições clínicas, EXCETO no caso de:
a) pré-eclâmpsia d) a parada secundária da descida é diagnosticada por
b) oligodrâmnios dois toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou
c) isoimunização Rh mais, desde que a dilatação do colo uterino esteja
d) diabete gestacional completa e ocorre cessação da descida por, pelo me-
e) crescimento intrauterino restrito nos, 1 hora após o seu início

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


74
Obstetrícia | Questões para treinamento

SURCE – 2015
40. Gestante de 15 anos, com idade gestacional de 36 semanas por última menstruação e con昀椀rmada por ultrasso-
nogra昀椀a precoce, relata perda de líquido claro, que escorre pelas pernas, associada a dor no baixo ventre. Ao
exame obstétrico, observa-se: pulso = 88 ppm, T = 37º. C, PA= 120 x 80 mmHg, ausência de atividade uterina e
batimentos fetais = 144 bpm. Ao toque vaginal, identi昀椀ca-se que a apresentação é cefálica de vértice, bolsa rota e
o escore de Bishop = 3. Diante do quadro, qual a MELHOR conduta dentre as opções abaixo?
a) indução do parto com ocitocina
b) indução do parto com laminaria
c) indução do parto com misoprostol
d) indução do parto com sonda de Foley

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SURCE – 2015
41. Paciente com gestação de 40 semanas, em trabalho de parto em maternidade de nível terciário, apresenta o par-
tograma mostrado na 昀椀gura abaixo.
Ante a análise do partograma, qual a distócia a ser diagnosticada?

a) fase ativa prolongada


b) período pélvico prolongado
c) parada secundária da descida
d) parada secundária da dilatação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


75
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

SURCE – 2015 a) ( ) episiotomia, quando o feto for prematuro, para


42. Gestante, com suspeita clínica de pré-eclâmpsia, re- evitar a hemorragia intracraniana
alizou avaliação dopplervelocimétrica obstétrica na b) ( ) enema na fase inicial do trabalho de parto, para
34ª semana gestacional com diagnóstico de “insu昀椀ci- diminuir o risco de infecção puerperal
ência placentária”. Qual território vascular foi utili- c) ( ) cardiotocografia de rotina na admissão, para re-
zado para esse diagnóstico? duzir a morbidade neonatal
a) ducto venoso d) ( ) ligadura tardia do cordão umbilical
b) artéria uterina e) ( ) amniotomia em torno dos 4 cm de dilatação do colo
c) artéria umbilical
d) artéria cerebral média  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UNITAU – 2015
47. Desde 1985, a Organização Mundial de Saúde tem
UFF – 2015 expressado preocupação com a assistência ao parto,
43. Com relação às fases clínicas do parto, pode-se afir- e recomendado práticas úteis a serem estimuladas em
mar que: todos os serviços que prestam auxílio à parturiente.
a) o segundo período começa com a dilatação total da Entre essas práticas, destaca(m)-se:
cérvice e termina com a expulsão do feto a) o monitoramento cuidadoso do progresso do traba-
b) o primeiro período consiste no período prodrômico lho de parto, por meio do uso do partograma e do
c) o secundamento ocorre no segundo período do parto concepto, através de ausculta intermitente dos bati-
d) o quarto período se caracteriza pelo descolamento, mentos cardíacos fetais
descida e expulsão da placenta e dos anexos b) a correção da dinâmica uterina com a utilização de
e) o final do segundo período é o momento em que a ocitocina e o monitoramento eletrônico da vitalida-
paciente deve ser encaminhada ao pré-parto de fetal
c) as massagens ou distensão do períneo, além de es-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA forços prolongados e dirigidos (puxos voluntários)
durante o segundo estágio do trabalho de parto
d) a amniotomia precoce no primeiro estágio e a pres-
UFF – 2015
são no fundo uterino durante o segundo estágio do
44. Na assistência ao parto normal, existem práticas com- trabalho de parto
provadamente úteis e que devem ser estimuladas, tais e) a transferência rotineira da parturiente para outra
como: sala e o uso da posição de litotomia, com ou sem
a) realização rotineira de episiotomia estribos, no segundo estágio do trabalho de parto
b) oferecimento de líquidos por via oral durante o tra-
balho de parto  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) analgesia exclusivamente por método farmacológico
d) cateterização venosa profilática rotineira
e) manobra de Kristeller para auxiliar a expulsão do feto UNITAU – 2015
48. Observe o partograma. Em seguida, assinale a alter-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nativa que apresenta uma afirmativa CORRETA so-
bre as informações nele apresentadas.

UFSC – 2015
45. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
TE à pergunta abaixo.
A Manobra de Tarnier (mobilização da apresentação)
é utilizada para diagnóstico de qual situação?
a) ( ) distócia de ombro
b) ( ) desproporção cefalopélvica
c) ( ) apresentação pélvica
d) ( ) assinclitismo
e) ( ) bolsa rota

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


a) o partograma representa uma distócia funcional,
pois, nos últimos toques vaginais, a cervicodilatação
UFSC – 2015 ultrapassou a linha de alerta
46. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN- b) o examinador deve ter constatado, no exame de to-
TE à pergunta abaixo. que, que a apresentação fetal, no período expulsivo,
Qual prática é recomendada, como regra geral e com apresentava acavalgamento excessivo das suturas e
base em evidências, na assistência ao parto? bossa serosanguinolenta

SJT Residência Médica – 2016


76
Obstetrícia | Questões para treinamento

c) por se tratar de uma distócia de rotação (transversa a) o polo cefálico deve ser tracionado constantemente,
persistente), existe a indicação de parto fórcipe e a parturiente deve ser orientada a realizar esforços
d) nesses casos, espera-se uma diminuição espontânea da expulsivos mais intensos
atividade uterina ao final do primeiro estágio do parto b) a manobra da seta A (McRoberts) resulta na hiperfle-
e) por ter atingido o segundo período do parto, não existe xão e abdução das coxas, e provoca a rotação cefálica
mais a indicação de cesariana nesse caso da sínfise púbica e a retificação da lordose lombar
c) a manobra da seta B (Woods) resulta na liberação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA do ombro posterior, que se encontra impactado no
estreito inferior da bacia materna
d) essas duas manobras devem ser precedidas pela
UNITAU – 2015 pressão contínua e progressiva do fundo uterino por
49. Observe a figura abaixo e assinale a alternativa COR- obstetra auxiliar
RETA a respeito das manobras apresentadas. e) a cintura escapular insinuou-se no estreito superior
da bacia materna no diâmetro perpendicular ao
ocupado pela sutura sagital do polo cefálico, e sua
rotação interna ocasionou a impactação do ombro
anterior

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNICAMP – 2015
50. Gestante, 22a, G3P1(C1)A1, idade gestacional= 40 se-
manas, em trabalho de parto, sob analgesia peridural.
Dinâmica uterina: 5 contrações fortes com duração
de 45 segundos cada em 10 minutos e boa vitalidade
fetal pela cardiotocografia. Partograma abaixo:

O diagnóstico e a conduta são:


a) período expulsivo maior que 1h, por desproporção cefalopélvica; cesárea imediata
b) parada secundária da descida, com linha de ação ultrapassada; fórceps de alívio
c) período pélvico prolongado, com progressão da descida; manter acompanhamento
d) período pélvico prolongado por desproporção cefalopélvica; cesárea imediata

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


77
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

UNICAMP – 2015 vo, há 30 minutos. Ao exame obstétrico: feto encontra-se


51. Mulher, 26a, G3P2(C1)A0, idade gestacional= 41 se- em apresentação cefálica, occípto-púbica no plano +3 de
manas e vitalidade fetal normal. Interna para indução De Lee, bolsa rota, líquido claro, DU-2/30”/10´, ACF: 145
de trabalho de parto por gestação pós-termo. Exame bpm. Nesse caso, o diagnóstico mais provável é:
físico: altura uterina = 34 cm. Toque vaginal: Índice a) fase latente prolongada
de Bishop = 4. Qual a escolha mais segura para o bi- b) distócia de rotação
nômio mãe-feto: c) distócia por parada de progressão
a) preparo prévio do colo uterino com laminária e,
d) parto eutócico
após, misoprostol 25 mcg por via vaginal a cada 6
horas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) misoprostol 25 mcg por via vaginal a cada 6 horas
até dinâmica efetiva
c) preparo prévio do colo uterino com cateter de Foley UNIOESTE – 2015
e, após, ocitocina por via intravenosa em esquema 54. No mecanismo de parto, a rotação interna das espá-
progressivo duas, simultânea à rotação externa da cabeça fetal,
d) uso simultâneo de cateter de Foley e ocitocina por recebe o nome de:
via intravenosa em esquema progressivo a) resistência
b) distócia de ombros
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) alargamento
d) ultimação
UFRN – 2015 e) restituição
52. A velocidade sistólica máxima da artéria cerebral mé-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
dia fetal é utilizada para orientar a conduta em gravi-
dez que apresente
a) fetos com malformação cardíaca UNIOESTE – 2015
b) doença hemolítica perinatal 55. Para a desproporção cefalopélvica verdadeira (ou ab-
c) doença hipertensiva da gestação soluta), a melhor conduta é:
d) fenômenos tromboembólicos a) indicar operação cesariana
b) realizar prova de trabalho de parto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) fórceps de alívio
d) manuseio ativo do trabalho do parto
UFRN – 2015 e) solicitar ultrassonografia obstétrica
53. Primigesta em trabalho de parto ativo, com contrações
eficazes há 4 horas e 30 minutos. Está em período expulsi-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

USP-RP – 2014
56. ID: G5P3A1, com 40 semanas de gestação, no pré-parto.
HMA: queixa-se de contrações dolorosas há 6 horas e perda de tampão mucoso.
EG: altura uterina de 37 cm; feto longitudinal, cefálico, dorso à esquerda. A evolução espontânea de seu trabalho de parto
está descrita no partograma abaixo.

SJT Residência Médica – 2016


78
Obstetrícia | Questões para treinamento

A melhor conduta na assistência dessa parturiente é:


a) indicar resolução da gestação por parto cesárea devido à parada secundária da descida
b) aguardar evolução espontânea do trabalho de parto até a dilatação cervical cruzar a linha de ação
c) prescrever ocitocina endovenosa para aumentar a intensidade e frequência das contrações uterinas
d) realizar analgesia peridural para coordenação das contrações e, assim aumentar a velocidade da dilatação cervical

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

USP-RP – 2014
57. ID: Primigesta, 24 anos de idade, com 41 semanas de gestação.
HMA: encontra-se internada para assistência ao parto após o diagnóstico de trabalho de parto espontâneo e corio-
amniorrexe precoce.
EG: No momento, a paciente apresenta três contrações moderadas em 10 minutos e o colo uterino está centrado, mé-
dio, com 5 cm de dilatação, feto ODT, em -1 de DeLee. Durante avaliação da dinâmica uterina, obteve-se o seguinte
traçado representativo da frequência cardíaca fetal.

Na análise da vitalidade fetal, o provável diagnóstico e a melhor assistência a ser dada são:
a) sofrimento fetal agudo. É necessária a realização de Perfil Biofísico Fetal para complementar a avaliação da vitali-
dade fetal
b) cardiotocografia intraparto categoria III. Está indicada a administração materna de glicose endovenosa e hiperoxigenação
e a realização de tocólise com terbutalina
c) feto hipoativo e hiporreativo. A Dopplervelocimetria de vasos fetais está indicada para a pesquisa de centralização hemo-
dinâmica
d) cardiotocografia intraparto categoria II. Está indicada a adoção do decúbito lateral esquerdo materno, hiperoxigenação e
amnioinfusão

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

ABC – 2014
58. No seguimento de uma parturiente II gesta, I para, com um parto vaginal há 2 anos, se observa que apresenta 2 con-
trações de média intensidade com 35 seg. de duração em dez minutos. Frente a esta dinâmica pode-se afirmar que:
a) não há possibilidade de se diagnosticar distócia funcional sem se avaliar a evolução da dilatação
b) está adequada se a parturiente estiver em período expulsivo
c) o trabalho de parto deverá ser conduzido com ocitocina se atingiu a dilatação de 5 cm há 30 minutos
d) deverá se proceder a amniotomia, procedimento que acelera o trabalho de parto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


79
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal
ABC – 2014 vica, suspeita de macrossomia fetal, distocia de ombros
59. Na assistência ao quarto período do parto é correto que: e sofrimento fetal
a) em parturientes grandes multíparas o útero se contrai c) a episiotomia médio-lateral interessa às seguintes
mais vigorosamente prevenindo a hemorragia puerperal estruturas anatômicas: epitélio vaginal, musculatura
b) o uso de ocitocina é preferencial aos derivados do er- transversa do períneo, músculo bulbocavernoso e pele
got nos casos de trabalho de parto prolongado para d) as complicações incluem: hematoma, infecção, deis-
evitar a hemorragia cência, laceração do esfíncter anal e disfunção sexual
c) as primíparas têm maiores riscos de hemorragia e) a episiotomia mediana está associada a maior perda
pós-parto sanguínea e lesões do esfíncter anal materno
d) a hemorragia pode advir de lacerações, restos placen-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tários ou atonia uterina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UFG-GO – 2014
62. No mecanismo de parto, insinuação ou encaixamento é
a passagem da maior circunferência da apresentação:
CREMESP – 2013
a) pelo plano zero de De Lee
60. Considere as seguintes figuras: b) pelo assoalho pélvico
c) através do anel do estreito superior
d) pelo coccige materno
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SUS-SP – 2014
63. Primigesta, idade gestacional de 40 semanas e 3 dias,
sem comorbidades, procura atendimento queixando-
-se de diminuição de movimentação fetal há 8 horas.
A conduta inicial deve constituir-se por:
a) cardiotocografia anteparto de repouso e, caso neces-
sário, estimulada
b) ultrassonografia para avaliação de macrossomia fe-
tal e insuficiência placentária, patologias comumen-
te encontradas no pós-datismo
c) exame de Dopplerfluxometria das artérias umbilical
e cerebral média fetais
d) amniocentese para pesquisa de mecôneo anteparto
e) internação para cesárea por tratar-se de quadro de
sofrimento fetal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SUS-SP – 2014
64. Primigesta de 39 semanas, com pré-eclâmpsia leve e dia-
betes gestacional, apresenta o seguinte partograma.

Os gráficos que apresentam sinais de gravidade à car-


diotocografia intraparto são:
a) I e III
b) I e IV
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

CREMESP – 2013
61. Quanto à episiotomia, é INCORRETO afirmar:
a) a realização rotineira não tem benefícios comprovados
b) são situações em que a episiotomia é habitualmente
indicada: partos prematuros, feto em apresentação pél-

SJT Residência Médica – 2016


80
Obstetrícia | Questões para treinamento
Qual o diagnóstico do partograma e conduta frente Albert Einstein – 2014
ao caso? 67. Quanto ao primeiro tempo (“insinuação”) do meca-
a) parada secundária da dilatação e fórcipe de Simpson nismo de parto das apresentações cefálicas fletidas, é
b) período expulsivo prolongado e fórcipe de alívio ma- correto afirmar:
terno-fetal a) o assinclitismo mais frequente é o anterior
c) distocia de rotação e fórcipe de Kielland b) considera-se insinuação completa quando o ápice da
d) distocia funcional por hipoatividade e ocitocina en- cabeça atinge o diâmetro bituberoso
dovenosa c) consiste na passagem do diâmetro biparietal através
e) desproporção cefalopélvica e cesárea do estreito superior da bacia
d) a linha de orientação é a sutura sagitometópica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) o diâmetro occipitofrontal está orientado no diâme-
tro oblíquo esquerdo
UNICAMP – 2014  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
65. Gestante, 31 semanas, 25 anos, com diagnóstico de dia-
bete tipo 1, em cetoacidose. A interpretação da cardio-
tocografia e a conduta são: Albert Einstein – 2014
68. De acordo com o partograma abaixo, indique a alter-
nativa correta:

a) ausência de variablidade da frequência cardíaca fetal;


corrigir a acidemia materna e realizar corticoterapia
para maturidade fetal
b) variabilidade curta e ampla, com redução da frequên-
cia cardíaca fetal; corticoterapia e indução do trabalho
de parto
c) padrão silente; cesárea de urgência
d) ausência de variabilidade da frequência cardíaca fetal;
corrigir a acidemia materna e repetir a cardiotocogra-
fia fetal
a) distocia de rotação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) vício pélvico
c) distocia de dilatação
Santa Casa-SP – 2014 d) distocia funcional por hiperatividade
66. Em relação à avaliação da vitalidade fetal, assinale a e) distocia funcional por hipoatividade
alternativa correta:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) os parâmetros avaliados na cardiotocografia antepar-
to são: frequência cardíaca fetal basal, variabilidade,
acelerações transitórias, movimentos fetais e Albert Einstein – 2014
desacelerações precoces e tardias (DIPs) 69. Assinale a afirmativa correta em relação à vitalidade fetal:
b) os testes para avaliação da vitalidade fetal são indi- a) a ocorrência de desaceleração precoce (DIP tipo I),
cados apenas para gestações de alto risco, em geral, a no traçado cardiotocográfico intraparto, indica está-
partir da 26ª/28ª semanas de gravidez gios precoces do sofrimento fetal
c) o perfil biofísico fetal avalia os seguintes parâmetros: b) diante de hipóxia intrauterina, ocorre vasodilatação
movimentos corpóreos, tônus, movimentos respira- do território renal do feto para favorecer a produção
tórios, volume de líquido amniótico e percentil do de hormônios mineralocorticoides
peso fetal c) a diminuição dos índices de resistência da artéria ce-
d) os testes de vitalidade fetal devem ser indicados a par- rebral média fetal indica insuficiência placentária gra-
tir da viabilidade fetal independentemente do risco ve e resolução da gestação
gestacional, para avaliação do bem estar fetal d) a centralização hemodinâmica fetal prioriza a perfu-
e) a contagem dos movimentos fetais, mobilograma, não são miocárdica, cerebral e adrenal
pode ser considerada como método de avaliação da e) o volume de líquido amniótico é marcador agudo útil
vitalidade fetal, em função da sua alta subjetividade, e no acompanhamento das gestações complicadas por
dificuldade de padronização diabetes melitus
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


81
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

PUC-RS – 2014 b) somente os itens I, II e III


70. Como recomendações do Ministério da Saúde para a c) somente os itens I, III e IV
humanização do parto, citam-se: d) somente os itens II, III e IV
I. Episiotomia seletiva. e) todos os itens
II. Tricotomia em todas as pacientes.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
III. Manejo ativo com rotura precoce das membranas
e ocitocina endovenosa.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s): Hospital Municipal São José-SC – 2014
a) I, apenas 73. A dopplerfluxometria das artérias uterinas na gesta-
ção pode ser utilizada como preditora de:
b) II, apenas
c) III, apenas I. Crescimento intrauterino restrito.
d) II e III, apenas II. Parto pré-termo.
e) I, II, III III. Pré-eclâmpsia.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Está(ão) CORRETO(S):
a) somente o item I
b) somente o item II
UFRN – 2014 c) somente o item III
71. O mecanismo do parto constitui os movimentos pas- d) somente os itens I e III
sivos executados pelo feto através do canal parturiti- e) todos os itens
vo, impulsionado pela contratilidade uterina e pelos
músculos da parede abdominal. Sobre esses movi-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mentos, é correto afirmar que:
a) a rotação interna da cabeça fetal ocorre quando o polo UFSC – 2014
cefálico sofre movimento de rotação levando à sutura 74. Na assistência ao parto, é CORRETO afirmar que:
sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída a) na primípara, o apagamento e a dilatação cervical são
do canal sinônimos
b) a insinuação é a passagem da maior circunferência da b) nas multíparas, o colo uterino não se esvaece em sin-
apresentação fetal através do anel do estreito inferior cronismo com a dilatação
c) o desprendimento do polo cefálico processa-se por c) o secundamento geralmente dura 30 minutos e se
movimento de flexão, estando o suboccipital coloca- maior que 60 minutos de duração deve ser considera-
do sobre a arcada púbica do prolongado
d) a rotação externa da cabeça fetal sofre novo e ligeiro d) a revisão da vagina deve ser sistemática
movimento de deflexão, pelo seu próprio peso, vol- e) o recomendado é não ter conduta ativa no secundamento
tando o occipital para o lado contrário em que se en-
contrava na bacia  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFSC – 2014
75. Gestante a termo, em trabalho de parto, com dilatação
Hospital Municipal São José-SC – 2014
total há 20 minutos e apresentação fetal cefálica fletida
72. Primigesta, 39 semanas de gestação, com pré-natal sem
no plano +2 de DeLee, variedade de posição OP, líqui-
intercorrências, vai à emergência referindo cólicas. Nega
do meconial e cardiotocografia ilustrada na figura.
sangramento ou perda líquida vaginal. Ao exame: TA:
120/80 mmHg, altura uterina de 35 cm, 3 contrações em
10 minutos, batimentos cardiofetais (BCFs) de 140 bpm
e toque vaginal evidenciando colo fino, 4 cm de dilata-
ção, cefálico, bolsa íntegra. Com relação à assistência ao
parto dessa paciente, analisar os itens abaixo:
I. Pode-se estimular a deambulação no 1º período
clínico do parto.
II. Deve-se iniciar o registro no partograma, marcan-
do a dilatação inicial sobre a linha de alerta.
III. A ausculta dos BCFs deve ser intermitente, a cada
30 minutos, pois não há indicação de monitorização
fetal intraparto contínua.
IV. Deve-se realizar episiotomia no período expulsivo,
por tratar-se de primigesta.
Estão CORRETOS:
a) somente os itens II e IV

SJT Residência Médica – 2016


82
Obstetrícia | Questões para treinamento

Assinale a alternativa que apresenta a conduta correta. fetal encontrava-se 3 cm abaixo do plano das espinhas
a) situação fetal não tranquilizadora, indicar cesariana isquiáticas, com bossa serossanguínea (2+/4+), parie-
b) usar o fórcipe de Kielland tal anterior pouco acessível ao toque, sutura sagital no
c) provável situação fisiológica, aguardar evolução via planotransverso da pelve materna e fontanela occipital
vaginal situada à direita. Qual o diagnóstico mais provável e a
d) infundir ocitocina para encurtar o período expulsivo conduta mais indicada?
e) realizar manobra de Kristeller a) distócia de insinuação, defletida de 1º grau, estando
indicado uso de fórcipe de Kielland
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) desproporção cefalopélvica em estreito superior, as-
sinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
CREMESP – 2012 c) distócia de rotação em variedade de posição ODT,
76. Primigesta de 36 anos de idade encontra-se na 29ª se- assinclitismo anterior, estando indicada a cesárea
mana de gestação. Comparece na consulta de rotina d) distócia de rotação em variedade de posição ODP,
de pré-natal queixando-se de dores no abdome. Ao assinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
e) distócia de rotação em variedade de posição ODT,
exame clínico: pressão arterial: 110×72 mmHg, altura
assinclitismo posterior, estando indicado uso de fór-
uterina: 28 cm, batimentos cardíacos fetais presentes
cipe de Kielland
e rítmicos. Monitorização da atividade uterina revela
uma contração a cada 20 minutos. Ao exame espe-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
cular identifica-se conteúdo vaginal fluido, transpa-
rente. O teste da amina é negativo, e o pH: 4,0. Toque
vaginal evidencia colo com esvaecimento de 40% e pe- SURCE-GO – 2013
ríneo para 2,0 cm. Em relação ao caso, o diagnóstico e 79. Mulher de 30 anos de idade, G3P2, com gestação de 38
conduta mais apropriados são respectivamente: semanas e dois partos vaginais prévios, iniciou traba-
a) trabalho de parto prematuro − antibioticoterapia e lho de parto há duas horas. Ao exame obstétrico, apre-
tocólise senta padrão contrátil de 4/10´/40´´. Os batimentos
b) útero irritável − progesterona e repouso cardíacos fetais apresentam queda durante a contração
c) útero irritável − tocólise parenteral (de 136 bpm para 112 bpm), com retorno aos níveis
d) trabalho de parto prematuro − corticoterapia e tocólise prévios ao término da contração. O colo uterino apre-
e) rotura prematura de membranas – antibioticoterapia senta dilatação de 8 cm, com líquido amniótico meco-
e corticoterapia nial fluido. Qual a conduta mais indicada?
a) fazer cesárea de imediato
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) iniciar tocólise e realizar cesariana
c) aguardar a evolução para parto vaginal
d) fazer traquelotomia e fórcipe de alívio
HMSJ-SC – 2013 e) administrar ocitócico para acelerar o trabalho de parto
77. Parturiente, G1, 39 semanas, sem fatores de risco co-
nhecidos, em trabalho de parto evoluindo normalmente  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
conforme curva de partograma. Batimentos cardíacos
fetais durante o trabalho de parto sempre entre 132 e 144 SURCE – GO – 2013
bpm. Chega a dilatação completa e, com a apresentação 80. Primípara que teve parto normal há 3 horas, seguido
no plano +3, é auscultada uma frequência cardíaca fetal de secundamento ativo e completo, apresenta sangra-
de 60 bpm, sem recuperação. A apresentação é cefálica, mento transvaginal volumoso. Ao exame, apresenta
em occipito púbica. Qual deve ser a sua conduta? palidez, hipotensão, taquicardia, útero de consistência
a) esperar a evolução natural do parto firme e indolor e fundo uterino 4 cm abaixo da cicatriz
b) realizar cesariana umbilical. Após infusão de soro fisiológico com ocito-
c) realizar uma grande versão interna cina, o sangramento persiste volumoso. Qual a melhor
d) realizar compressão de fundo uterino (manobra de conduta a seguir?
Kristeller) a) manobra da Taxe
e) utilizar um fórceps ou um vácuo extrator para abreviar b) curetagem uterina
o período expulsivo c) tamponamento uterino
d) exame do canal de parto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) ligadura das artérias uterinas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
SURCE-GO – 2013
78. Primigesta, 39 semanas, altura uterina 34 cm, em tra-
balho de parto, foi submetida à anestesia peridural UCPEL-RS – 2013
contínua. Exame obstétrico revelou feto em boas condi- 81. O canal do parto é constituído por:
ções de vitalidade, ângulo subpúbico normal, espinhas a) vagina, vulva e períneo
isquiáticas planas, apresentação cefálica fletida e bolsa b) segmento inferior, vagina e períneo
rota. Após 1 hora de período expulsivo, a apresentação c) colo dilatado, vagina e períneo

SJT Residência Médica – 2016


83
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

d) segmento inferior, colo dilatado e vagina a) assinclitismo posterior


e) corpo uterino, segmento uterino e vagina b) sinclitismo posterior
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) assinclitismo anterior
d) deflexão de 2º grau
e) obliquidade de Litzmann
UFRN – 2013
82. Paciente com 32 semanas de gestação chega à mater-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nidade apresentando sangramento transvaginal de iní-
cio súbito e sem dor, no baixo ventre. Ao exame físico,
apresenta pressão arterial de 110x 60 mmHg, frequên- UFSC – 2013
cia cardíaca de 80 bpm, mucosas descoradas +/4+. O 85. Durante o trabalho de parto de um feto vivo e a ter-
exame obstétrico mostra altura uterina de 31 cm, tônus mo em primingesta, um toque vaginal com 6 cm de
uterino normal e ausculta cardiofetal de 130 bpm. No dilatação do colo revela a glabela como ponto de refe-
toque vaginal o colo é posterior, grosso e impérvio. A rência fetal. No segundo toque, após duas horas, per-
conduta mais adequada para esse caso é: manece a mesma referência, agora com 8 cm. Assinale
a) iniciar corticoterapia e realizar ultrassonografia a alternativa que apresenta a conduta correta.
b) orientar repouso e iniciar uterolítico por 72 horas a) realizar correção manual
c) melhorar o estado hemodinâmico e realizar cesárea b) indicar cesariana
d) orientar o repouso e iniciar anti-hemorrágico c) administrar ocitocina
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) utilizar fórceps de Kielland
e) mudar o decúbito materno

UFSC – 2013  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


83. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase
abaixo.
UNESP – 2013
86. Observe a cardiotocografia realizada durante o traba-
lho de parto em gestação a termo.

Na figura acima, que representa a pressão amniótica du-


rante o trabalho de parto, verifica-se a ocorrência de:
a) taquissistolia
b) hipersistolia
c) anormalidade do tríplice gradiente descendente
d) atividade uterina normal
e) hipertonia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFSC – 2013 As setas indicam:


84. Assinale a alternativa que descreve corretamente o a) resposta fisiológica fetal à posição supina da parturiente
mecanismo de parto ilustrado na figura: b) reação característica em fetos com anemia hemolítica
c) desacelerações variáveis por compressão do cordão
umbilical
d) desacelerações precoces decorrentes da compressão
do polo cefálico
e) desacelerações tardias relacionadas à asfixia fetal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNESP – 2013
87. Analise o partograma apresentado a seguir.

SJT Residência Médica – 2016


84
Obstetrícia | Questões para treinamento

Este movimento da cabeça fetal durante o mecanismo


de trabalho de parto denomina-se:

Sobre a apresentação fetal e o diagnóstico, pode-se afir-


mar que se trata, respectivamente, de:
a) cefálica fletida; parada secundária da dilatação
b) defletida de primeiro grau; parada secundária da
descida
c) defletida de segundo grau; fase ativa prolongada
d) occipício esquerda anterior; período pélvico prolongado
e) occipício direita anterior; parto taquitócico

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNESP – 2013 a) insinuação


88. Em tercigesta com antecedente de baixo peso nas suas b) variedade de posição
gestações anteriores, observa-se a seguinte curva de c) assinclitismo anterior
altura uterina: d) distócia de rotação

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Unificado-MG – 2013
90. O partograma é o registro atualmente recomendado
pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério
da Saúde do Brasil no acompanhamento da assistên-
cia ao parto. Sobre o partograma qual a alternativa
abaixo é CORRETA:
a) a abertura do partograma durante a fase latente do
trabalho de parto é importante conduta para redu-
ção da morbimortalidade fetal
b) a construção das linhas de alerta e ação deve ser ba
seada na altura do polo cefálico
c) a evolução do período pélvico ou expulsivo deve ser
A conduta a ser tomada na consulta de 30 semanas é: anotada no partograma
a) repouso, orientação nutricional e retorno em 2 semanas d) quando a dilatação ultrapassa a linha de alerta há ne-
b) repouso, contagem de movimentos fetais e retor- cessidade de parto imediato (fórcipe, vácuo-extração
no semanal ou cesariana)
c) orientação nutricional, contagem de movimentos fetais
e cardiotocografia  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) ultrassom obstétrico, índice do líquido amniótico e do-
Mulher gestante com data da última menstruação
pplervelocimetria
(DUM) em 01/03/2012 e ultrassom de primeiro trimes-
e) internação, índice do líquido amniótico e parto prema-
tre compatível com a DUM, refere ter 2 filhos (partos
turo terapêutico
normais) e um abortamento espontâneo. Chega ao
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA pronto atendimento da ginecologia e obstetrícia do
Hospital Universitário de Taubaté referindo perda de
líquido via vaginal há uma hora. Nega dor abdominal.
UNICAMP – 2013 Exame físico geral sem alterações. Ao exame obstétri-
89. Primigesta, 19 anos, 39 semanas de gestação, está em co: na palpação abdominal, o feto encontra-se com seu
fase ativa do trabalho de parto, com inclinação máxi- maior eixo concordante com o maior eixo uterino, a
ma. Toque vaginal: sutura sagital defletida posterior- cabeça próxima ao estreito superior da bacia, dinâmica
mente para o promontório, conforme a figura baixo. uterina ausente, batimentos cardíacos do feto 148 bpm,

SJT Residência Médica – 2016


85
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

especular mostra colo epitelizado, líquido claro com SUS-SP – 2013


grumos provindo do orifício externo do colo e acumu- 95. Parturiente encontra-se com cervicodilatação total há 3
lado em fundo de saco posterior. Toque: colo dilatado horas. Ao exame clínico, a apresentação encontra-se no
para 1 cm, sendo possível identificar o polo cefálico. plano +3 de DeLee, e a variedade de posição é occipito-
pube. Após a contração uterina, os batimentos cardíacos
Com base no caso clínico acima, responda às questões fetais são de 154 bpm. Qual o diagnóstico e conduta?
de 36 a 39. a) distocia funcional e parto cesáreo
b) sofrimento fetal e parto cesáreo
UNITAU – 2013 c) desproporção cefalopélvica e parto cesáreo
91. Assinale a alternativa correta. d) desproporção cefalopélvica e parto fórcipe
a) situação longitudinal, apresentação cefálica e) período expulsivo prolongado e parto fórcipe
b) atitude longitudinal, apresentação pélvica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) apresentação cefálica, variedade de posição longitudinal
d) situação cefálica, apresentação longitudinal
e) os dados não permitem definição da apresentação Hospital Angelina Caron – 2012
96. O método mais utilizado para avaliação da vitalidade
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA fetal intraparto é:
a) dopplerfluxometria
UNITAU – 2013 b) cardiotocografia
92. Indique a alternativa que descreve, respectivamente, data c) amnioscopia
provável do parto, idade gestacional hoje (21/11/2012) e d) ultrassonografia
diagnóstico obstétrico. e) mobilograma do feto
a) 08/01/2013; 33 semanas e 6 dias; gestação pré-termo  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) 08/12/2012; 37 semanas e 6 dias; gestação de termo
c) 07/12/2012; 37 semanas e 6 dias; gestação de termo
d) 07/01/2013; 34 semanas e 5 dias; gestação pré-termo ICC-CE – 2012
e) 08/12/2012; 36 semanas e 6 dias; gestação pré-termo 97. Para a rotação da cabeça fetal com o uso do fórcipe
deve-se fazer o movimento para a criação de um cone
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA com base:
a) na extremidade manual do instrumento
UNITAU – 2013 b) nos bicos (parte em contato com o feto) do fórcipe
c) virada para a posição fetal
93. Respectivamente, em relação ao número de gestações
d) contrária à posição fetal
e paridades, qual a alternativa correta?
e) sempre virada para o púbis
a) IV gestações; III paridades
b) II gestações; IV paridades  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) IV gestações; II paridades
d) III gestações; III paridades
e) III gestações; II paridades ICC-CE – 2012
98. No mecanismo do parto, a rotação interna das espá-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA duas ocorre em concomitância com:
a) o desprendimento da cabeça
b) a rotação interna da cabeça
UNITAU – 2013
c) a descida
94. Após 4 horas em observação, iniciou dinâmica uteri-
d) o encaixamento
na, 3 contrações em 10 minutos e colo uterino dila-
e) a insinuação
tado para 3 cm. Essa evolução permite o raciocínio
clínico e a conclusão que se trata de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) amniorrexe prematura, que evoluiu para trabalho de
parto prematuro
b) amniorrexe precoce, que evoluiu para trabalho de PUC-PR – 2012
parto em gestação de termo 99. No mecanismo do pato, é CORRETO afinal:
c) amniorrexe precoce, que evoluiu para trabalho de parto a) na descida e desprendimento, é necessário haver re-
prematuro dução dos diâmetros fetais por flexão
d) amniorrexe prematura, que evoluiu para trabalho de b) na insinuação, há rotação interna da cabeça fetal, além
parto em gestação de termo da flexão dos membros
e) amniorrexe oportuna, que evoluiu para trabalho de par- c) a insinuação é a passagem da maior circunferência no
to em gestação de termo estreito superior
d) na descida há insinuação das espáduas e rotação externa
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA da cabeça fetal

SJT Residência Médica – 2016


86
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) no desprendimento há insinuação das espáduas e rota- a) não há necessidade de declaração de nascido vivo por
ção interna da cabeça fetal tratar-se de feto com peso menor que 500 gramas
b) trata-se de abortamento, não havendo necessidade de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
sepultamento
c) trata-se de natimorto e deve ser feito encaminhamen-
Santa Casa-SP – 2012 to ao Serviço de Verificação de Óbito
100. Durante acompanhamento de trabalho de parto, o tra- d) por tratar-se de abortamento espontâneo, o feto e pla-
çado cardiotocográfico revelou linha de base do BCF: centa devem ser encaminhados à anatomia patológica
160 bpm, variabilidade entre 5-10 bpm, aceleração para estudo
transitória com amplitude de 15 bpm após estímulo e) trata-se de nativivo, deve ser feita declaração de
mecânico, seguida de desaceleração. Durante contra- nascido vivo e sepultamento decorrente de óbito
ção uterina, por três ocasiões, observou-se desacelera- neonatal precoce
ção com amplitude de 20-25 bpm. Neste caso:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) o padrão do traçado é tranquilizador, com variabili-
dade adequada e BCF basal normal
b) trata-se de desaceleração precoce, relacionada com a Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012
contração uterina e compressão do polo cefálico 104. Durante o mecanismo de parto, todas as condições
c) o traçado indica desaceleração tardia, sinal gráfico abaixo são essenciais para a ocorrência do parto vagi-
de sofrimento fetal intraparto nal, EXCETO:
d) a presença de desaceleração do BCF é indicativa de a) insinuação/encaixamento
sofrimento fetal, independentemente da relação com b) flexão
as contrações uterinas c) descida
e) o traçado indica boa reserva fetal com aceleração do d) rotação interna
BCF após estímulo mecânico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SES-RJ – 2012
Santa Casa-SP – 2012
105. Sobre partograma, assinale a alternativa INCORRETA:
101. No acompanhamento de trabalho de parto o plantonista
a) é uma representação gráfica do trabalho de parto, que
evidencia no partograma, com início há oito horas de
permite acompanhar sua evolução
sua avaliação, apresentação cefálica em OET, plano -1
b) quando a dilatação cervical atinge alinha de alerta, de-
de De Lee, dilatação de 6 cm e presença de três contra-
vem-se adotar intervenções sobre o trabalho de parto
ções uterinas de fraca a média intensidade nas últimas
ou indicar a cesariana
quatro horas de registro. A vitalidade fetal é normal e a
c) deve ser iniciado na fase ativa do trabalho de parto
bolsa está íntegra com líquido claro com grumos. Neste
d) na evolução normal de um trabalho de parto, acurva
caso está correto afirmar que:
de dilatação cervical se mantém à esquerda da linha de
a) a apresentação é cefálica, com posição à esquerda e
alerta
variedade de posição transversa, o que configura dis-
tócia de rotação, indicando neste caso, parto cesáreo  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
de imediato
b) a situação caracteriza distócia funcional, e neste caso
o parto cesáreo deve ser indicado SES-SC – 2012
c) trata-se de desproporção cefalopélvica, com parada da 106. Está CORRETO afirmar que são contraindicações para
progressão da apresentação mesmo na presença da di- a indução do parto as seguintes situações:
latação cervical, impossibilitando o parto vaginal a) desproporção cefalopélvica
d) trata-se de parada secundária de dilatação, configuran- b) gestações múltiplas e grande multiparidade
do distócia funcional hipotônica, que pode ser reverti c) apresentações anômalas
da com rotura das membranas amnióticas e condução d) úteros anteriormente cesareados ou miomectomizados
do parto com ocitocina e) todas alternativas estão corretas
e) por tratar-se de distócia funcional, o uso de prostaglan-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
dina vaginal está indicado para correção da hipotonia
das contrações uterinas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA SUS-SP – 2012
107. Primigesta de 20 anos, sem doenças, é admitida em cen-
tro obstétrico com 38 semanas de gestação, em trabalho
Santa Casa-SP – 2012 de parto e queixa de perda de líquido pela vagina há 1
103. Multípara chega à maternidade em trabalho de parto hora. Ao exame física altura uterina = 33 cm; dinâmica
em período expulsivo, dando à luz a um recém-nasci- uterina = 3 contrações moderadas em 10 minutos; to-
do com peso de 490 gramas, que morre alguns minu- que = colo médio anterior com 4 cm de dilatação, bolsa
tos após o nascimento. Neste caso: rota, apresentação em ODP, com ápice na altura das es-

SJT Residência Médica – 2016


87
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

pinhas ciáticas; sem demais alterações. Vitalidade fetal UFPR – 2012


normal. Neste momento foi solicitada analgesia pela 111. Na avaliação de uma parturiente, devem-se observar
dor da paciente. Após 3 horas, em novo exame, consta- dados importantes que serão determinantes para de-
ta-se: dinâmica uterina = 3 contrações moderadas em finir a resolução do trabalho de parto. Acerca disso,
10 minutos; toque = colo médio, anterior, dilatado para assinale a alternativa correta.
6 cm, sem alteração na variedade de posição nem altura a) no toque vaginal, a percepção de raiz de nariz ou ma-
da apresentação. Considerando vitalidade fetal preser- xilar superior do feto nos conduz a um parto eutócico
vada, o diagnóstico e respectiva conduta são: b) no toque vaginal, a presença do occipício fetal indica
a) parada secundária da descida; estimular deambulação uma deflexão de terceiro grau, dificultando o parto
b) trabalho de parto eutócico; reavaliar em 1 hora vaginal
c) distocia funcional; introdução de ocitocina (EV) c) a sutura metópica e raiz do nariz do feto são pontos de
d) desproporção cefalopélvica; cesárea referência para uma deflexão de segundo grau
e) distocia de rotação; cesárea d) encontrando, no toque vaginal, o acrômio fetal, deter-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA minamos uma apresentação pélvica
e) a percepção da fontanela lambdoide ou do occipício
nos indica uma apresentação cefálica fletida
SUS-SP – 2012
108. São sinais de sofrimento fetal intraparto as seguintes  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
variáveis cardiotocográficas:
a) DIP 1; DIP 2 Para responder às questões 112 e 113, leia atentamente o
b) variabilidade > 10 bpm; DIP 2
caso clínico abaixo.
c) DIP umbilical com morfologia em W”; DIP 1
d) DIP umbilical com morfologia em “W”
Primigesta, 25 anos de idade, com 38 semanas, admiti-
e) DIP umbilical com morfologia em “W”; variabilidade
da em fase inicial de trabalho de parto, com bolsa rota,
> 10 bpm
apresenta uma evolução de acordo com o partograma
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA da figura.

UERJ – 2012
109. Por ter audiência marcada com desembargador, e seu
parto estar previsto apenas para o final da semana vin-
doura, uma advogada relutava em buscar atendimen-
to, embora apresentasse cólicas há 24 horas. Todavia,
houve rotura da bolsa das águas e o marido levou-a à
maternidade. Pela cardiotocografia, havia sofrimento
fetal agudo, com desacelerações da frequência cardía-
ca de padrão DIP tipo I, fenômeno ligado a estímulos
vagais decorrentes de:
a) compressão funicular
b) cavalgamento dos parietais
c) inserção velamentosa do funículo
d) circular de cordão em torno do pescoço

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UFSC – 2012


112. Na avaliação das 14 horas, com atividade uterina de
45+40+35+40, qual o diagnóstico?
UERJ – 2012 a) distocia funcional, com polissistolia
110. Secundípara, de 33 anos, decide visitar parentes na capi- b) desproporção cefalopélvica
tal capixaba e, ao desembarcar na rodoviária, sente for- c) fase de latência com distocia de rotação
tes contrações no hipogástrio e procura emergência obs- d) período expulsivo prolongado com variedade transversa
tétrica. Ela avisa que está a poucos dias do parto e, por e) distocia biacromial no terceiro período
conveniência pessoal e familiar, pede ao plantonista que
induza o parto. Após anamnese e exame físico, ele faz  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
uma ultrassonografia e confirma a viabilidade do feto,
mas considera o procedimento inapropriado diante de:
a) ruptura prematura das membranas UFSC – 2012
b) crescimento intrauterino restrito 113. Qual a conduta obstétrica recomendada?
c) cicatriz uterina fúndica a) cesariana
d) oligoidramnia b) fórcipe de Simpson
c) manobra de Zavanelli
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) manobra de Kristeller

SJT Residência Médica – 2016


88
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) fórcipe de Kielland b) parto vaginal instrumentalizado para rotação


c) parto vaginal instrumentalizado para abreviar o pe-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ríodo expulsivo
d) parto cesárea por parada secundária da descida
UFMG – 2012  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
114. Qual das características abaixo indica um achado
ANORMAL da cardiotocografia intraparto:
a) frequência cardíaca variando entre 120 e 160 batimen- Albert Einstein – 2012
tos por minuto 117. Primigesta de 38 semanas, sem doenças, com 22 anos é
b) presença de acelerações periódicas admitida no centro obstétrico. Ao exame, apresenta al-
c) presença de desacelerações que se iniciam após a con- tura uterina de 35 cm, dinâmica uterina de 3 contrações
tração moderadas em 10 minutos, colo médio, anterior, dila-
d) variabilidade da linha de base entre 10 e 20 batimentos tado para 6 cm, bolsa rota, apresentação em variedade
por minuto ODT, −2 de de Lee. À avaliação clínica da bacia, consta-
ta-se promontório não atingível e ângulo subpúbico de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
90°. Quanto a via de parto, é correto afirmar que:
a) se os pequenos ligamentos sacrociáticos medirem 5
USP-RP – 2012 cm, não se conduz o trabalho de parto
115. Primigesta, 24 anos de idade, com 40 semanas de gesta- b) há indicação de cesárea se as espinhas ciáticas forem
ção encontra-se internada para assistência ao parto após pronunciadas
o diagnóstico de trabalho de parto na fase ativa e corio- c) pode-se proceder à prova de trabalho de parto se di-
amniorrexe precoce. Durante avaliação da dinâmica âmetro bituberoso for igual a 7,5 cm
uterina, obteve-se o seguinte traçado cardiotocográfico. d) indica-se cesárea se a bacia for androide
e) no caso da bacia ginecoide com diâmetro cóccix subpú-
bico de 9 cm, pode-se conduzir trabalho de parto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Albert Einstein – 2012


118. Na assistência ao 1º período do parto:
a) o uso de ocitocina é facultativo e indicado se houver
distocia funcional
b) a analgesia está indicada quando a dilatação cervical
atingir 6 cm
c) a presença de acompanhante é recomendável apenas
Sobre esse achado, é CORRETO afirmar: próximo do 2º período.
a) a fisiopatologia desse tipo de desaceleração da frequên- d) enteroclisma ou tricotomia seletivas é contraindica-
cia cardíaca fetal está relacionada a oligohidrâmnio do se bolsa rota
b) está indicada ecocardiografia fetal para descartar quadro e) dieta leve e deambulação são recomendados apenas em
de arritmia cardíaca fetal estágio inicial (dilatação < 4 cm) se membranas íntegras
c) está indicada cesárea de urgência devido ao diagnós-
tico de cardiotocografia categoria III  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) esse tipo de desaceleração da frequência cardíaca fetal
está relacionada a compressão do polo cefálico duran
Albert Einstein – 2012
te o trabalho de parto
119. Sobre a cardiotocografia, é correto afirmar:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) deve ser complementada pela avaliação do volume
de líquido amniótico para diagnóstico de sofrimen-
to fetal crônico
USP-RP – 2012 b) deve ser realizada a partir da 24ª semana de gestação
116. Primigesta, 21 anos de idade, 41 semanas e 2 dias de em pacientes com risco de prematuridade
gestação, com história de contrações dolorosas há 10 c) não é bom método de avaliação de vitalidade fe-
horas e perda líquida genital em grande quantidade há tal em pacientes que utilizam betabloqueadores e
2 horas. Ao exame observa-se altura uterina de 32 cm, benzodiazepínicos
atividade uterina = 2/40”/10’, moderadas e batimentos d) a ausência de acelerações transitórias é sinal de
cardíacos fetais de 140 bpm, sem desacelerações. A sofrimento fetal agudo
evolução de seu trabalho de parto está descrita no par- e) as desacelerações precoces são preditoras de sofri
tograma abaixo. Qual conduta está indicada no segui- mento fetal agudo
mento dessa parturiente após o último toque anotado?
a) parto cesárea por parada secundária da dilatação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


89
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

AMP – 2012 lidade fetal. Ao analisarmos a relação sístole/diástole


120. Com relação as fases clínicas do parto, assinale a (relação S/D) na artéria cerebral média do feto con-
incorreta: cluímos que, estando:
a) a fase 0 (quiescência), é caracterizada por relativa au- a) reduzida a resistência circulatória, maior será a rela-
sência de resposta a agentes que determinam a con- ção S/D, indicando bem-estar fetal
tratilidade uterina b) aumentada a resistência circulatória, menor será a
b) o diagnóstico de trabalho de parto está condicionado relação S/D, indicando bem-estar fetal
à presença de contrações uterinas com ritmo e carac- c) reduzida a resistência circulatória, menor será a relação
terísticas peculiares, combinadas a alterações pro- S/D, indicando comprometimento de bem-estar fetal
gressivas no colo uterino (esvaecimento e dilatação) d) aumentada a resistência circulatória, maior será a relação
c) o segundo período tem início com a dilatação com- S/D, indicando comprometimento de bem-estar fetal
pleta e se encerra com a saída do feto
d) a dequitação da placenta em 30% das vezes ocorre nos  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
primeiros dez minutos
e) a primeira hora pós-parto é também denominada de UERJ – 2011
quarto período de Greenberg 124. Ao analisarmos a progressão do parto em uma primípa-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ra, estando o feto em apresentação cefálica fletida, dize-
mos que já ocorreu a insinuação a partir do momento
em que:
AMP – 2012 a) o diâmetro biparietal ultrapassa o estreito médio
121. Quanto à assistência ao trabalho de parto, assinale a b) o maior diâmetro da cabeça atinge o nível zero de DeLee
incorreta: c) o ponto de maior declive da apresentação atinge
a) o registro da evolução do trabalho de parto é necessário o períneo
e recomendado pelo Ministério da Saúde d) o vértice da apresentação atinge o plano das espi-
b) as contrações uterinas podem ser avaliadas de forma nhas ciáticas
não invasiva, pela palpação abdominal ou por tocodi-
namômetro externo  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) preconiza-se que o número de avaliações das condi-
ções do colo do útero através de toque vaginal, seja UERJ – 2011
realizada de hora em hora, para melhor acompanha- 125. Na ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF), a
mento da evolução do trabalho de parto observação de elevação da frequência de 136 para 170
d) o prolapso de cordão é mais frequente em casos de bpm durante um minuto sugere:
apresentação fetal não-cefálica, prematuridade, gesta- a) boa vitalidade fetal
ção múltipla e polidrâmnio b) sofrimento fetal agudo
e) o teste rápido para o vírus da imunodeficiência hu- c) sofrimento fetal crônico
mana deve ser oferecido a todas as gestantes que não d) compressão do cordão
realizaram o rastreamento durante o pré-natal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Albert Einstein – 2011


SES-RJ – 2011 126. Analise o partograma abaixo.
122. A adequada assistência ao parto é imprescindível na boa
prática médica e fundamental na proteção ao binômio
materno-fetal. Com base nisto, pode-se afirmar que:
a) a amniotomia, quando indicada, deve ser realizada
fora da contração uterina
b) após o aparecimento da placenta na vulva, o cordão um-
bilical pode ser tracionado para facilitar a expulsão
c) a revisão de colo e vagina deve ser realizada apenas após
parto cirúrgico ou presente sangramento abundante
d) a imposição de lenta e progressiva saída à, apresentação
fetal (manobra de Ritgen) deve ser realizada durante o
segundo período do parto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2011 O parto representado:


123. A dopplervelocimetria da artéria e cerebral média é I. Eleva risco de acidose fetal
um método complementar útil na avaliação da vita- II. Dispensa a realização de episiotomia

SJT Residência Médica – 2016


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Obstetrícia | Questões para treinamento

III. É mais comum em multíparas d) em gestações normais, o índice cérebro-placentário


IV. É causa frequente de lesão de plexo braquial é maior que 1
e) no estudo doppler podem ser avaliados a artéria ute-
Está correto o que se afirma em: rina, a artéria umbilical e a o ducto venoso
a) IV, apenas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) I e III, apenas
c) II e IV, apenas
d) I, II e III, apenas Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
e) I, II, III e IV 129. Os principais sinais de sofrimento fetal agudo, na car-
diotocografia intraparto são:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) taquicardia e DIP umbilical
b) bradicardia por compressão do polo cefálico e pa-
Hospital Albert Einstein – 2011 drão ondulatório
127. Analise o partograma abaixo. c) padrão comprimido taquissistolia
d) taquicardia associada à desaceleração tardia e bradi-
cardia sem recuperação
e) padrão sinusoidal e desacelerações prolongadas

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

PUC-PR – 2011
130. KJL, 34 anos, G3 P1 A1, 31 semanas, com quadro de
HAC sob uso de 750 mg/dia de alfametildopa clínica e
laboratorialmente compensada, cursando com CIUR
e ILA = 70 mm. Realizou-se CTG com o seguinte lau-
do: hipoativo/reativo e a seguinte dopplervelocime-
tria obstétrica sem pulsatilidade em veia umbilical:

Na hora 8 do registro deve-se:


a) infundir ocitocina
b) solicitar analgesia
c) locar fórcipe de rotação
d) indicar cesárea
e) aguardar 30 minutos

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Angelina Caron-PR – 2011 Nesse caso, qual é a melhor conduta?


128. Assinale a alternativa incorreta: a) parto imediato por cesariana
a) o estudo doppler avalia a hemodinâmica fetal b) indução de parto imediato com misoprostol
b) o estudo doppler da artéria uterina avalia a cir- c) CTG e dopplervelocimetria obstétrica a cada 3 dias
culação fetoplacentária e da artéria umbilical, a d) parto mediato após 48 horas do uso de corticoide
circulação uteroplacentária e) PBF e dopplervelocimetria obstétrica semanal até a
c) a presença da incissura protodiastólica após a 26ª se- 34ª semana
mana de gestação na onda da artéria uterina é fator
de risco para o desenvolvimento de DHEG ou RCIU  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


91
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

PUC-PR – 2011
131. O assinclitismo constitui uma distócia do trabalho de
parto. Qual das situações abaixo relacionadas é típica
do assinclitismo?
a) sutura distância entre a sínfise púbica e o promon-
tório sagrado
b) sutura sagital em OEP
c) sutura sagital em ODP
d) pequena fontanela localizada junto da sínfise púbi-
ca ou do sacro
e) sutura sagital localizada junto da sínfise púbica ou
do sacro
Sobre o acompanhamento desta paciente, é correto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA afirmar:
a) o fórcipe deve ter sido locado na hora 8 do registro
PUC-PR – 2011 por período expulsivo prolongado
132. GLP, G2 C1, 32 anos, 38ª semana, bcf: 128 bpm, dinâ- b) a morosidade da descida da apresentação foi corrigi-
mica (30”, 30”, 35”), TV (colo médio central 3 cm, bolsa da na hora 5 do registro
íntegra) e pré-natal normal. Realizou-se CTG, com o c) a amniotomia oportuna deve ter sido realizada entre
seguinte traçado: as horas 5 e 7 do registro
d) na hora 2 do registro, a paciente estava em pródro
mo de trabalho de parto
e) a variedade transversa na hora 3 do registro possui
significado patológico

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SUS-SP – 2011
134. Analise o partograma abaixo.

Qual é o diagnóstico?
a) presença de desacelerações variáveis
b) presença de desacelerações precoces
c) presença de desacelerações tardias O parto representado:
d) sinais de hipóxia fetal grave I. Apresenta fase ativa protraída;
e) as alternativas C e D estão corretas II. Deve ter distocia corrigida com ocitocina;
III. É típico de casos de desproporção feto-pélvica;
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA IV. Apresenta dilatação cruzando inadvertidamente a
linha de alerta.
SUS-SP – 2011
133. Primípara de 19 anos, 38 semanas, sem doença, chegou Está correto o que se afirma em:
à maternidade em trabalho de parto, sendo encami- a) IV, apenas
nhada ao centro obstétrico. Ao ser novamente avalia- b) I e III, apenas
da, constatou-se ausência de contraindicação ao parto c) II e IV, apenas
vaginal e então se iniciou o registro do partograma d) I, II e III, apenas
abaixo. Não necessitou de administração de ocitocina, e) I, II, III e IV
tampouco foi realizada analgesia de parto. A vitalidade
fetal permanece preservada.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


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Obstetrícia | Questões para treinamento

UFMS – 2011 ve (PA 170 x 100 mmHg) e crescimento intrauterino


135. Paciente, 28 anos de idade, secundigesta, com parto ce- restrito, observa-se centralização fetal, que é um fe-
sárea anterior. Pré-natal sem intercorrências, interna nômeno de ajuste hemodinâmico caracterizado por
em trabalho de parto e apresenta evolução de acordo índice de resistência da artéria:
com partograma abaixo. O diagnóstico e a conduta a) umbilical baixo e ducto venoso apresentando onda
corretos são: “A” positiva
a) parada secundária da dilatação e ocitocina b) cerebral média elevado e ducto venoso apresentando
b) parada secundária da descida e cesárea onda “A” negativa
c) desproporção cefalopélvica e fórcipe c) cerebral média elevado e índice de resistência da arté-
d) período expulsivo prolongado e cesárea ria umbilical baixo
e) parada secundária da descida e fórcipe d) cerebral média baixo e índice de resistência da artéria
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA umbilical elevado

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFMS – 2011
136. Em relação ao partograma representado nesta questão,
UNIFESP – 2011
as principais complicações possíveis de serem observa-
139. No comprometimento fetal com hipóxia, a circu-
das são:
a) sofrimento fetal, tocotraumatismo e hipotonia uterina lação fetal avaliada pelo exame de Doppler mostra
b) sofrimento fetal, corioamnionite e distócia de ombro alterações nos circuitos vasculares, na seguinte se-
c) hipotonia uterina, tocotraumatismo e então infecção quência:
puerperal a) ducto venoso, artéria cerebral média e então arté-
d) corioamnionite, hipotonia uterina e hipolactasia ria umbilical
e) rotura uterina, corioamnionite e distócia de rotação b) artéria cerebral média, artéria umbilical e então
ducto venoso
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) artéria umbilical, artéria cerebral média e então
ducto venoso
UFPR – 2011 d) ducto venoso, artéria umbilical e então artéria ce-
137. Define-se a desaceleração intraparto (DIP) como a que- rebral média
da transitória da frequência cardíaca fetal motivada por e) artéria umbilical, ducto venoso e então artéria ce-
contrações uterinas. Assinale a alternativa que corres- rebral média
ponde à DIP do tipo II e sua fisiopatologia.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) conhecida como desaceleração precoce, ocorre em
consequência da compressão do polo cefálico causa-
da pelas contrações USP-RP – 2011
b) conhecida como desaceleração placentária ou tardia, 140. Mulher, 36 anos de idade, G7P6A0, com 6 semanas de
é resultante da redução do fluxo sanguíneo placentá- gestação comparece para iniciar seguimento pré-natal.
rio, em fetos com baixa reserva de oxigênio, com pO2 Antecedentes pessoais: obesidade e candidíase vaginal
inferior a 16-18 mmHg, reduzindo o pH fetal de repetição. Realizou teste oral de tolerância a glicose
c) conhecida como desaceleração variável, são causadas de 75 g com valor de jejum = 117 mg/dL, após 1 hora:
pela hipoxemia fetal resultante da compressão do cor-
192 mg/dL e após 2 horas = 163 mg/dL. Quais as com-
dão umbilical e redução do fluxo sanguíneo placentá-
plicações são esperadas?
rio em concepto com baixa reserva de oxigênio
a) restrição de crescimento fetal e alteração da vitali-
d) conhecida como desaceleração variável, é causada
dade fetal
por compressão funicular genuína, estimulando ba-
rorreceptores e queda da frequência cardíaca fetal b) oligohidrâmnio e placenta espessa
e) conhecida como desaceleração tardia, ocorre pela re- c) distócia no parto e maiores taxas de cesariana
dução abrupta do fluxo sanguíneo placentário, esti- d) hipoglicemia e hipercalcemia neonatal
mulando o centro vagal no assoalho do quarto ventrí-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
culo, levando à bradicardia, quando a pO2 encontra-
-se entre 23 e 30 mmHg, com importante diminuição
de pH fetal USP-RP – 2011
141. Mulher, 30 anos de idade, G3P2A0 (2 partos normais
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
à termo), com 39 semanas e 4 dias de gestação encon-
tra-se internada para assistência ao trabalho de parto
UFRJ – 2011 após o diagnóstico de corioamniorrexe precoce. Du-
138. Durante dopplerfluxometria obstétrica em gestante rante avaliação da dinâmica uterina, obteve-se o se-
com 35 semanas, internada por pré-eclampsia gra- guinte traçado cardiotocográfico:

SJT Residência Médica – 2016


93
5 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

A melhor conduta para o caso é:


a) solicitar ultrassom com dopplervelocimetria para descartar sofrimento fetal
b) realizar toque vaginal para diagnosticar período expulsivo do parto
c) realizar cesárea de urgência devido ao diagnóstico de sofrimento fetal agudo
d) administrar drogas uterolíticas para reduzir a magnitude da desaceleração da frequência cardíaca fetal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

USP-RP – 2011
142. Gestante, 28 anos de idade, G2P1A0 (parto normal há 4 anos), com idade gestacional de 39 semanas, AU = 33 cm,
bolsa íntegra, é admitida no Hospital em trabalho de parto conforme o partograma abaixo.

A conduta é:
a) cesárea de urgência, pois o feto é grande para a bacia materna
b) fórcipe de Kielland para rotação do polo cefálico até OP
c) mudança de decúbito, amniotomia e analgesia
d) aumentar a dose de ocitocina endovenosa

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


94
Obstetrícia | Questões para treinamento

UNIFICADO-MG – 2011
143. Paciente de 34 anos, G3P1A1, um parto normal, no momento com idade gestacional de 38 semanas, é admitida em traba-
lho de parto. Sobre o partograma dessa paciente podemos afirmar, EXCETO:

a) como as contrações estão adequadas e a amniotomia já foi realizada, está indicado o uso do fórcipe de alívio
b) esse é um caso de desproporção cefalopélvica
c) o partograma foi iniciado cor retamente na fase ativa do trabalho de parto
d) ocorreu dilatação completa com demora na descida e expulsão do feto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

HUEC-PR – 2011 a) deve ser aberto com o início das contrações


144. O perfil biofísico fetal é um método propedêutico que b) é opcional em gestações de baixo risco
visa avaliar o bem estar fetal. É composto por quatro c) implica que a linha de alerta seja traçada quatro horas
marcadores agudos e um marcador crônico. Os marca- após a linha de ação
dores agudos são: frequência cardíaca fetal, movimen- d) é obrigatório segundo a OMS
tos respiratórios fetais, movimentos corpóreos fetais e
tônus fetal. Assinale a seguir a alternativa que represen- CREMESP – 2011
ta o primeiro parâmetro a se alterar na hipoxemia fetal: 146. Sobre hemorragia do quarto período do parto, é cor-
a) frequência cardíaca fetal reto afirmar que:
b) movimentos respiratórios fetais a) o exame físico de admissão em centro obstétrico é ca-
c) movimentos corpóreos fetais paz de identificar grande parte dos seus fatores de risco
d) tônus fetal b) é de ocorrência súbita e de curso imprevisível, o que faz
e) não há relevância então na ordem de aparecimento seu tratamento difícil de ser padronizado
do marcador c) tem etiologia imprecisa e multifatorial assim como
apresentação variável, o que dificulta seu diagnóstico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) gastroesquise, hidrocefalia e agenesia renal bilateral
são diagnósticos fetais associados a sua ocorrência
e) caso identificado fator de risco, deve-se indicar reso-
UFG – 2011 lução no termo da gestação por cesariana
145. O partograma é uma representação esquemática do
trabalho de parto. Assim, ele:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


Gabarito comentado

6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade


fetal

1. A parada da dilatação pode ser decorrente de desproporção 4. Existem várias formas de se classificar as cardiotocografias.
cefalopélvica ou distócia funcional, sendo diferenciadas Uma delas, mais antiga, é dividi-la em padrões tranquilizador
pelas contrações, intensas no primeiro caso e inadequadas ou não tranquilizador. Para o primeiro caso são necessários:
ao período do parto no segundo. Em fases avançadas do frequência basal maior que 110 bpm, variabilidade normal,
trabalho de parto, como neste caso, espera-se que existam acelerações presentes. A presença de bradicardia persistente,
4 contrações uterinas de média a forte intensidade, mas especialmente com variabilidade reduzida e ausência de
nota-se que há apenas três. Assim, conclui-se que há uma resposta a estímulo, classifica o padrão cardiotocográfico
provável distocia funcional. As medidas corretivas são: uso como não tranquilizador. Como se trata de prova de vitalidade
de ocitocina, amniotomia e analgesia de parto. A única fetal (bem estar fetal), sua alteração denota sofrimento
alternativa que apresenta uma dessas condutas é a letra a. fetal. A alteração à cardiotocografia somente ocorre diante
Resposta a. da lesão cerebral, de tal forma que ela existirá em casos de
sofrimentos agudos ou agudizados. Resposta c.
2. Não há mais dúvidas, baseado em inúmeros trabalhos
científicos e revisões sistemáticas, de que a episiotomia não 5. A linha de base é a média dos batimentos cardíacos fetais
deve ser realizada rotineiramente, pois eleva risco de infecção, em um momento de repouso. Seu valor de normalidade é
dor crônica e distopias. Reserva-se tal procedimento para de 110 a 160 bpm, sendo que valores menores que o limite
casos em que há resistência vulvar à expulsão da apresentação inferior caracterizam bradicardia, e maiores que o superior,
fetal. Resposta b. taquicardia. Resposta c.

3. Entende-se por assinclitismo o desvio da sutura sagital da 6. A incisura protodiastólica é a representação gráfica de
cabeça fetal, para trás ou para frente, pela lateralização da uma dificuldade do fluxo sanguíneo em vencer a resistência
cabeça fetal, a fim de que se colocar no estreito superior, um do vaso no início da diástole. Sua presença em artéria
dos parietais antes do outro. Enfim, a cabeça fetal se inclina uterina, após 26 semanas, mostra que não houve adequada
sobre um dos parietais. Resposta d. redução da resistência deste vaso, em consequência da
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inadequada destruição de sua camada elástica, que ocorreria realiza o movimento de deflexão da cabeça, para permitir
na segunda onda de invasão trofoblástica. Assim sendo, a a exteriorização de todo seu conteúdo. A deflexãoo é parte
incisura representa ausência da segunda onda de invasão do do desprendimento do pólo cefálico de modo que há duas
trofoblasto, que ocorre na pré-eclâmpsia. respostas para essa questão. Respostas A e B.
Havendo maior resistência vascular também poderá
ocorrer menor perfusão placentária, pois a uterina nutre a 13. Nas apresentações pélvicas o ponto de referencia fetal é
placenta. A consequência é menor aporte sanguíneo ao feto sacro (S) que, no caso, é voltado para a articulação sacroilíaca
o que compromete seu crescimento, gerando a restrição de direita (DP), ou seja, para a diagonal direita posterior. Assim,
crescimento intrauterino. Resposta b. a variedade é sacro direito posterior (SDP). Resposta b.

7. Durante o trabalho de parto é direito da gestante escolher 14. O sofrimento fetal presente no caso, e constatado por
sua posição e se movimentar, salvo contraindicação médica, bradicardia persistente, requer resolução imediata da
bem como ter um acompanhante. É importante oferecer gestação, que deve ocorrer pela via mais rápida. Como
líquidos pata evitar desidratação. há dilatação total e o feto está insinuado (+3), esta via á a
Desaconselha-se a monitoragem contínua do trabalho de vaginal, sendo o fórcipe auxiliar na extração imediata do feto.
parto, espacialmente em casos de baixo risco, pois tal atitude Não havendo necessidade de rotação, pois ponto de
aumente os índices de cesariana dada a alta taxa de falso referência já está voltado para o pube, usa-se Simpson como
positivo do exame. O ideal é a monitoragem intermitente dos alívio. Resposta c.
batimentos cardiofetais.
A episiotomia não deve ser realizada de forma rotineira, 15. Não há mais dúvidas, baseado em inúmeros trabalhos
dadas as complicações locais como infecção, dor e distopias. científicos e revisões sistemáticas, de que a episiotomia não
Respostas D e E. deve ser realizada rotineiramente, pois eleva risco de infecção,
dor crônica e distopias. Reserva-se tal procedimento para
8. A figura mostra uma incisura protodiastólica bilateral. casos em que há resistência vulvar à expulsão da apresentação
A incisura protodiastólica é a representação gráfica de uma fetal. Resposta b.
dificuldade do fluxo sanguíneo em vencer a resistência
do vaso no início da diástole. Sua presença em artéria 16. Embora no Brasil a ultrassonografia não seja obrigatória
uterina, após 26 semanas, mostra que não houve adequada no pré-natal de baixo risco, na Inglaterra, onde se encontra
redução da resistência deste vaso, em consequência da o maior centro de Medicina Fetal do mundo, orienta-se
inadequada destruição de sua camada elástica, que ocorreria ultrassonografia morfológica de 2o trimestre rotineiramente,
na segunda onda de invasão trofoblástica. Assim sendo, a sendo que este deve ser realizado entre 20 e 24 semanas. No
incisura representa ausência da segunda onda de invasão do caso apresentado ainda há dois riscos para malformações:
trofoblasto, que ocorre na pré-eclâmpsia. a idade materna avançada e diabetes descompensado no
Havendo maior resistência vascular também poderá início da gravidez, de modo que, estando em tempo, o
ocorrer menor perfusão placentária, pois a uterina nutre a morfológico é indicado como forma de rastrear as anomalias
placenta. A consequência é menor aporte sanguíneo ao feto fetais. Cariótipo apenas é indicado na presença de alteração
o que compromete seu crescimento, gerando a restrição de morfológica preditora de cromossomopatia. Provas de
crescimento intrauterino. Resposta d. vitalidade fetal (perfil biofísico, cardiotocografia e doppler)
são realizadas apenas após a viabilidade, ou seja, após 26
9. Restituição, no mecanismo de parto, nada mais é que ro- semanas. Resposta a.
tação externa em que, após o desprendimento cefálico, o
ponto de referência volta para o lado que estava intraútero. 17. A assistência humanizada ao parto deve ser pouco
Independente de qual seja o ponto de referência o occipício intervencionista e respeitar os direitos da parturiente,
também retoma sua posição neste movimento. Resposta c. sem acrescentar riscos. Assim, ela deve ter direito a um
acompanhante durante todo o trabalho de parto e parto, livre
escolha de posição, uso criterioso de ocitocina (apenas em
10. Após a dequitação, ou seja, no 4o período do parto, o úte- distocias funcionais) e episiotomia seletiva. Resposta d.
ro contrai pinçando os vasos que o atravessam de modo a
taponá-los. Todo o processo é conhecido como miotampo- 18. Situação fetal é a relação entre o maior eixo fetal e o
namento e aos vasos comprimidos dá-se o nome de ligaduras maior eixo uterino, podendo ser longitudinal (mais comum),
vivas de Pinard. Resposta d. transversa ou oblíqua. Apresentação é a parte do feto que
ocupo o estreito superior e nele vai se insinuar. Nas situações
11. Na figura o examinador mede a distância do promontório longitudinais podem ser cefálica (95% dos casos) ou pélvica,
até a borda inferior da sínfise púbica, ou seja, mede a sendo essa última mais rara.
conjugada diagonal. Resposta c. As apresentações cefálicas podem ser divididas em fletidas
e defletidas, estas últimas ainda podem ser de primeiro,
12. Na figura notamos um feto realizado seu desprendimento segundo ou terceiro grau. Cada uma delas apresenta um
cefálico. Como a cabeça é fletida há primeiro a exteriorização diâmetro de insinuação, que nada mais é que o maior
da região occipital, o que faz com que o lambda se apoie no diâmetro que passa pelo estreito superior. Seriam eles:
pube para que não se mova (hipomóclio) enquanto o feto € Para fletidas o diâmetro suboccipitobregmático.

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6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

€ Para defletidas de primeiro grau o diâmetro occipitofrontal. € Se a idade gestacional fosse menor que 34 semanas, justi-
€ Para defletidas de segundo grau, embora não haja insinu- ficar se-ia Doppler diário da umbilical até diástole rever
ação, o diâmetro que se apresenta ao estreito superior é o sa. Resposta a.
occipitomentoneiro.
€ Para defletidas de terceiro grau o submentobregmático 23. O perfil biofísico fetal é forma de se avaliar a vitalidade do
(também chamado hiobregmático). feto, especialmente em casos de cardiotocografia duvidosa,
dado alto índice de falso positivo desse exame. Tal exame
O tipo de bacia pode influenciar o bom andamento do parto.
consiste na análise de parâmetros ultrassonográficos
Bacias ginecoides são as mais favoráveis, inclusive porque
e cardiotocografia. Ao ultrassom deve-se observar:
apresentam maior ângulo subpúbico, diferentemente das
movimentos respiratórios, movimentos corpóreos, tônus
androides que são mais estreitas. Além disso, bacias ginecoides
apresentam estreitos superiores mais favoráveis. O menor fetal e liquido amniótico. À cardiotocografia deve-se avaliar
diâmetro do estreito superior é a conjugada obstétrica, que vai se há ou não acelerações transitórias.
do promontório até a parte póstero-superior da sínfise púbica. A quase totalidade dos parâmetros se altera por falta de
Sua medida direta em pelvimetria interna é impossível de oxigênio, ou seja, em quadros de hipoxemia aguda, exceto
modo que será calculado pela aferição da conjugada diagonal o índice de líquido amniótico, que se reduz lentamente
(distância do promontório até a borda inferior da sínfise conforme há deterioração da função placentária. Neste caso,
púbica) da qual se retira 2,5 cm. Resposta c. há redução lenta e progressiva da passagem de liquido ao feto
e consequentemente menor aporte renal e menor produção
19. O parto é dividido em quatro períodos clínicos. O pri- de liquido amniótico. Resposta d.
meiro é a dilatação, que se subdivide em fase latente, em
que as contrações são menos intensas e levam a esvaeci- 24. Placentas prévias centrototal e centroparcial são
mento e pequena dilatação do colo; e fase ativa, quando indicações de cesariana, nas demais é possível acompanhar
as contrações, embora durem cerca de 100 segundos, a o trabalho de parto, mas a indução é temerária. Este último
sensação dolorosa, por se iniciar apenas com pressão in- raciocínio vale para macrossomias, gestações múltiplas
trauterina de 25 mmHg, dura apenas 40 segundos. e malformações uterinas em que o trabalho de parto
€ A segunda fase é expulsão, que se estende da dilatação espontâneo pode ter evolução adequada, mas a indução está
total até a saída completa do feto. associada a riscos maiores. Resposta e.
€ Segue a terceira fase, ou dequitação, em que há desco-
lamento e saída da placenta. Em cerca de 70% das vezes 25. O partograma serve para se avaliar fundamentalmente as
esse descolamento se inicia pelo centro da placenta, em evoluções da dilatação e da descida da apresentação. Assim,
processo conhecido como Baudelocque-Schultze. como básico deve conter registro seriado de dilatação e altura
da apresentação segundo os planos de DeLee.
€ O quero período, chamado Greenberg, dura até uma hora Como uma das causas de parada da descida é distócia de
pós-dequitação e é hemostático.
rotação (apresentação que não apresenta rotação interna),
Resposta d. conhecer a variedade de posição é quesito fundamental para
este diagnóstico.
20. São contraindicações à tocólise: doença materna des- Em relação às intercorrências da dilatação, uma delas
compensada (pré-eclâmpsia, diabetes, cardiopatia), sofri- é a distócia funcional e, para esta, é medida corretiva a
mento fetal, malformação o fetal incompatível com a vida amniotomia, porém sua realização requer o conhecimento
extrauterina, corioamnionite, maturidade fetal compro-
do estado das membranas.
vada, óbito fetal. Resposta e.
Não se coloca em partograma, comumente, o esvaecimento
do colo nem a pressão arterial da gestante.Resposta c.
21. A bradicardia persistente do feto (bcf de 100bpm) indica
sofrimento fetal agudizado. Nesse caso o parto deve ser
26. As três hipotéses diagnósticas para esse caso são:
resolvido pela via mais rápida. Como não há dilatação to
tal e sequer o feto está insinuado para fórcipe, indica-se € Ruptura de membranas dada a perda líquida – seu diag-
cesariana. Resposta e. nóstico é feito, em mais de 90% dos casos, pela visuali-
zação de saída de liquido claro pelo colo ao exame espe-
22. O peso no percentil 3 indica grave restrição de crescimen- cular;
to fetal, o que já indicaria dificuldade da placenta de enviar € Trabalho de parto dadas as cólicas e enrijecimento ab-
nutrientes ao feto. Associado a isso nota-se que não há fluxo dominal – a sua presença depende de contrações que
diastólico na artéria umbilical, o que se deve a anulação de promovam modificações do colo de modo que para o
grande parte do território de desembocadura desse vaso, ou diagnóstico é necessário se avaliar dinâmica uterina e
seja, a placenta. Pequena parte é funcionante gerando pou- condições do colo pelo toque vaginal;
cos ramos de irrigação da uterina o que leva a resistência
nesse vaso, que, no caso, não pode ser vencida pela pressão € Sofrimento fetal dada diminuição dos seus movimentos –
diastólica. A conclusão é de que há grave insuficiência pla- para verificar sua existência é preciso prova de vitalidade
centária de modo que, atingida a maturidade fetal (34 sema- fetal, como cardiotocografia.
nas), não há dúvidas de que se deve antecipar o parto. Resposta a.

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27. Os tempos do mecanismo de parto de apresentação cefálica A hipóxia pode ser tamanha a ponto de lesar as fibras
são os seguintes: insinuação, descida com rotação externa, cardíacas alterando a função desse órgão, o que se refletirá
desprendimento do polo cefálico, rotação externa (restituição) no ducto venoso. Ele passa a apresentar onda A (contração
e desprendimento do ovoide córmico. Resposta a. atrial) invertida. Nesse ponto já há, conhecidamente,
acidose fetal. Resposta d.
28. Sofrimento fetal pode se manifestar de várias formas:
taquicardia fetal persistente, bradicardia fetal persistente, 35. Apresentações cefálicas defletidas de segundo grau
líquido amniótico meconial, redução de variabilidade apresentam como ponto de referencia (parte fetal mais
fetal, desacelerações tardias (DIP2) em cardiotocografia. facilmente palpável ao toque) a glabela (base do nariz). A
Resposta d. linha de orientação, que inclui o ponto de referencia, é a
metópica.
29. Posição de fronte não existe, já que posição se refere ao Os pontos de referencia e linha de orientação das demais
apresentações cefálicas são, respectivamente:
lado do dorso fetal. Provavelmente o autor tinha a intenção
€ fletidas: lambda, sagital
de mencionar apresentação de fronte, que nada mais é que a
defletida de segundo grau. Neste caso o ponto de referencia € defletida de primeiro grau: bregma, sagito-metópica
(mais facilmente palpável ao toque) é a glabela. Resposta d. € defletida de terceiro grau: mento, facial.
Resposta b.
30. As características das contrações uterinas são:
€ frequência – número de contrações em 10 minutos; 36. Pré-eclâmpsia é doença de alteração basicamente
€ intensidade – elevação da pressão intrauterina em relação vascular que altera o fluxo placentário. Oligoâmnio e
ao tônus, expressa em mmHg; restrição de crescimento fetal podem ser consequências de
mal funcionamento da placenta e consequente alteração do
€ atividade uterina – produto da intensidade pela frequên-
fluxo sanguíneo para o feto. Já o diabetes gestacional (não o
cia, expressa em Unidades Montevidéu. crônico grave com vasculopatia) não altera a vascularização
Resposta c. fetoplacentária a princípio, e as consequências da doença
decorrem basicamente de hiperglicemia. O excesso de glicose
31. Define se trabalho de parto como a presença de contrações se prende a hemoglobina e dificulta a liberação de oxigênio
uterinas rítmicas e que promovam alterações do colo uterino, aos tecidos fetais, e isso não pode ser visto ao Doppler. Em
seja uma dilatação de ao menos 2 cm ou um esvaecimento de casos avançados pode haver trombose súbita por alteração da
ao menos 80%. Portanto, trabalho de parto está relacionado tríade de Virchow decorrente de poliglobulia compensatória
a contrações uterinas, dilatação e esvaecimento do colo do à hipóxia, mas sendo súbito pode não ser visto ao Doppler.
útero. Resposta c. Assim, assegurar boa vitalidade em DMG é manter glicemia
adequada. Resposta d.
32. Para anestesia locorreginal a fim de se realizar episiotomia
deve-se bloquear o nervo pudendo, sendo seu ponto de 37. O princípio de rotação interna consiste em levar o
emergência para a pelve é localizado tuberosidade isquiática, ponto de referência ao pube pelo caminho mais curto.
onde deve ser injetado anestésico para atingir a raiz do nervo. Assim, em apresentações cefálicas fletidas, em que o ponto
Resposta a. de referência é o occipício, se este estiver em variedades
anteriores (OEA ou ODA) a rotação será de 45 graus, já se
33. No mecanismo de parto cefálico o primeiro movimento é estiver em variedade posterior (OEP e ODP) a cabeça deve
a insinuação, ou seja, a passagem do diâmetro biparietal pelo rodar 135 graus para levar o ponto de referência ao pube.
Encaixamento ou insinuação é passagem do biparietal (não
estreito superior, ele que é perpendicular ao maior diâmetro
vértice) pelo estreito superior. Palpar a fontanela anterior
da cabeça fetal. Neste momento o vértice (parte mais externa
significa que há deflexão de primeiro grau da cabeça
da apresentação) estará no plano zero de DeLee, localizado
fetal. Na rotação externa o feto volta a posição intraútero.
ao nível das espinhas ciáticas. Resposta d.
Resposta c.
34. Normalmente a resistência da artéria umbilical é baixa, 38. O índice de Bishop serve para se avaliar as condições
pois ela irriga o grande território placentário e é bastante da gestante e determinar a forma de indução de trabalho de
ramificada. Já a resistência da cerebral média costuma ser parto, caso ela seja necessária. Neste índices avaliam-se os
alta pelo baixo consumo local de oxigênio. seguintes parâmetros: posição do colo uterino, consistência
Diante de lesões placentárias reduzem-se os ramos da desse colo, dilatação cervical, esvaecimento e altura da
umbilical e sua resistência se eleva. Dependendo da apresentação fetal. Resposta a.
extensão da insuficiência placentária, há menor captação
de oxigênio e, embora o cérebro seja menos consumista, o 39. Em fase ativa do trabalho de parto, justamente a que se
que vai a ele é essencial e deve ser garantido, de modo que acompanha pelo partograma, a dilatação evolui em média 1
a artéria cerebral média dilata e sua resistência reduz. Essa cm/h. Evolução em velocidade menor que esta é chamada
inversão de fluxo entre umbilical e cerebral é denominada de fase ativa prolongada, assim como a ausência de evolução
centralização hemodinâmica fetal. por mais de duas horas a partir de determinado ponto é

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6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

conhecida como parada secundária da dilatação, que pode 46. Ainda hoje tem se observado práticas obstétricas no
ultrapassar as linhas de alerta e ação. Por outro lado, a trabalho de parto ineficazes ou maléficas, e que outrora se
evolução muito rápida da dilatação, que se finda em menos acreditou serem adequadas. Entre elas temos:
de 4 horas, é conhecida como parto taquitócito. € Episiotomia rotineira – só aumenta dor pós-operatória e
Em geral deve haver a expulsão da cabeça fetal na hora em chance de distopias genitais, além de infecção. Não mos
que a dilatação é completa. Caso isso não ocorra e a cabeça trou redução de hemorragia cerebral sequer em prema-
estacione por mais de uma hora em uma determinada altura turos.
caracteriza-se a parada secundária da descida. Resposta c.
€ Enema – além de desconfortável para a gestante não apre-
40. Dado o risco infeccioso, quando a ruptura das membranas senta benefício e não se associa a redução de infecção.
ovulares após 34 semanas o nascimento deve ocorrer. A via € Cardiotocografia rotineira – essa medida além de não re-
de parto será vaginal salvo contraindicação. Caso o índice duzir mortalidade fetal, associa-se a maiores índices de
de Bishop seja menor que 6 o colo deve ser previamente cesariana dadas as altas taxas de falso positivo do exame.
preparado, sendo o misoprostol preferencial nesse sentido € Amniotomia precoce – deve ser evitada em qualquer fase,
em mulheres sem cesariana anterior. Resposta c.
principalmente no início do trabalho de parto, pois com
ela elavam-se os riscos de infecção, prolapso de cordão
41. Pelo partograma notamos que a dilatação evolui
umbilical e bossa serosanguínea.
normalmente até que se completasse. Entretanto, não houve
a expulsão do feto com o término da dilatação, sendo esta € A ligadura tardia do cordão umbilical, desde que haja
retardada. A descida, embora lentamente, continuou a boas condições fetais (feto termo, sem mecônio, frequên-
ocorrer com a dilatação completa, ao que chamamos de cia cardíaca acima de 100 bpm, comtônus), reduz o risco
período pélvico prolongado. Resposta b. de anemia do recém-nascido.
Resposta d.
42. A artéria umbilical é responsável por levar sangue
desoxigenado para a placenta, onde haverá trocas de gases 47. São práticas cujo uso rotineiro é condenável no trabalho
e nutrientes. Diante da insuficiência placentária perde-se de parto: uso de ocitocina (deve ser resevado para distocias
espaço de irrigação da artéria umbilical e sua resistência se funcionais), amniotomia (sua realização precoce aumente
eleva. Resposta c. taxa de infecção e risco de prolapso de cordão umbilical),
cardiotocografia contínua (aumenta as taxas de cesariana
43. As fases clínicas do parto são: e não reduz mortalidade fetal), tricotomia e enema. Ainda
€ 1 – dilatação – do início do trabalho de parto até a com- se recomenda que a paciente permaneça no mesmo leito
pleta abertura do colo; durante pré-parto, parto e puerpério imediato (LDR – labor
€ 2 – expulsão – da dilatação completa até a saída do feto e – delivery room).
campleamento do cordão umbilical; O parto deve ser acompanhado com correto preenchimento
do partograma e ausculta intermitente de batimentos
€ 3 – dequitação (ou secundamento ou delivramento) – até
cardíacos fetais. Resposta a.
a saída completa da placenta;
€ 4 – 4o período (Greenberg) – período de 1 hora pós-de- 48. No partograma nota-se que a dilatação se completou,
quitação. mas a descida não progride, ou seja, há uma parada
Resposta a. secundária da descida. Além disso, o feto não está insinuado,
pois não ultrapassou o plano zero de DeLee. Esta situação
44. São manobras de eficácia restrita e que devem ser usadas é mais compatível com desproporção cefalopélvico e indica
em situações especiais: cateterização venoso profilática e cesariana. Como as contrações empurram a cabeça fetal por
episiotomia, sendo esta última mais associada a dor crônica um canal estreito para ela é muito provável que haja bossa e
e prolapsos genitais. A manobra de Kristeller (pressão excessivo acavalgamento de suturas. Resposta b.
sobre o fundo uterino) é contraindicada na medida em que
aumenta risco de lesão hepática fetal e materna. A analgesia 49. A figura mostra as duas manobras de correção de distocia
é boa prática obstétrica, caso seja o desejo da mulher, e pode de ombro:
ser realizada por métodos farmacológicos ou não, como Manobra de McRoberts – consiste em hiperflexão e abdução
acupuntura. Resposta b. das coxas no intuito de se elevar a sínfise púbica e rebaixar o
sacro, retificando a lordose, e assim ampliando-se o espaço
45. A manobra de Tarnier consiste em mobilizar, ou elevar, a para a passagem dos ombros fetais.
apresentação para verificar se a mesma não está tambonando Manobra de Rubin I – pressão suprapúbica no intuito de
a saída do líquido amniótico, que escorrerá pela vagina caso levar o ombro anterior para baixo da sínfise púbica e permitir
isso esteja ocorre no. Portanto, é manobra para diagnóstico seu desprendimento.
de ruptura de membranas ovulares. Não é aconselhável seu As manobras devem ser preferíveis a tração intensa do polo
uso rotineiro pelo risco de prolapso de cordão umbilical. cefálico e a pressão sobre o fundo uterino é infrutífera.
Resposta e. Resposta b.

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50. O partograma mostra uma dilatação findada e descida reavaliação cardiotocográfica. Doppler e PBF não são bons
incompleta, porém ainda continuando, e feto insinuado. métodos de avaliação da vitalidade fetal intraparto por apre-
Trata-se de período pélvico prolongado, em que se pode sentarem muitas variações. Resposta d.
aguardar a expulsão se a vitalidade estiver preservada, ou,
caso contrário, aliviar com fórcipe. Resposta c. 58. Há distócia funcional quando as contrações são inefi-
cazes em promover a dilatação adequada do colo do útero
51. Grávidas com índice de Bishop menor que 4 apresentam (hipotônica), ou quando o fazem de maneira exacerbada
colo desfavorável à indução de modo que o mesmo deve (hipertônica). Assim, seu diagnóstico depende da análise da
ser previamente maturado. O método pelo qual isto será evolução da dilatação por meio de partograma, que revelará,
realizado depende da existência de cesariana anterior. Na geralmente, fase ativa prolongada nas distócias hipotônicas.
sua ausência usa método medicamentoso como misoprostol
ou dinoprostone, mas se houver cesariana prévia deve-se A conduta somente será tomada após definição diagnóstica.
usar método mecânico de preparo cervical, como cateter de Resposta a.
Foley (método de Krause). Estando colo favorável, inicia-se
administração de ocitocina. Resposta c. 59. Mais de 80% dos casos de hemorragia do quarto perío-
do (hemorragia pós-parto) são derivados de atonia uterina.
52. Na doença hemolítica perinatal a mãe produz anticorpos A segunda causa mais comum é a laceração vaginal, seguida
que destroem as hemácias do feto, causando sua anemia. por restos placentários, inversão uterina e coagulopatia.
Com isso, o sangue se torna menos viscoso, com atrito
Um dos principais fatores de risco para o quadro é a multipa-
reduzido, e a velocidade sistólica da artéria cerebral média se
ridade, pois há muita fibrosubstituição miometrial no útero
eleva. Medi-la é uma forma de predizer anemia fetal nesses
que dificulta sua contração.
casos. Resposta b.
O tratamento da atonia, que responde pela imensa maioria
53. Há muita controvérsia a respeito da definição de expulsivo dos casos, consiste em massagem uterina seguido de drogas,
prolongado, mas a maioria dos autores o considera quando o na sequência: ocitocina derivados de ergot misoprostol.
período de expulsão ultrapassou 2 horas em primigesta ou 1 Na profilaxia da hemorragia também se usa ocitocina, pois
hora em multípara, valores que ainda podem ser acrescidos tem menos efeitos colaterais e eficácia similar às demais dro-
de uma hora na vigência de analgesia de parto. Assim, trinta gas. Assim, há duas respostas: opção B e opção D. Resposta d
minutos com batimentos cardiofetais adequados indicam (pelo gabarito oficial).
parto eutócico. Resposta d.
60. Os principais sinais de gravidade à cardiotocografia, que
54. A rotação externa do feto, no mecanismo de parto, é indicam pré-óbito fetal, são: DIP tardia (DIP II), bradicardia
também conhecida como restituição, pois o feto vira a cabeça sustentada e padrão sinusoidal. Nas figuras, vemos bradicar-
para o lado que estava intraútero. Resposta e. dia no III e DIP II no IV. A figura I traz DIP I e a II menor
variabilidade, sendo que o primeiro caso ocorre em bolsas
55. Desproporção cefalopélvica indica que a bacia é pequena rotas e o segundo pode ser sono fetal, requerendo estímulo
demais para a passagem da cabeça fetal, o que impede a sonoro para avaliar resposta. Resposta e.
insinuação normal. Assim sendo, o parto deve ser findado
por cesariana. Resposta a.
61. Episiotomia é um corte feito no introito vaginal com intui-
to de facilitar o desprendimento de fetos impedidos por partes
56. A análise do partograma deve ser paltada, inicialmente,
moles. Seu uso não deve ser rotineiro, dado os riscos de infec-
pela evolução da dilatação do colo, atentando-se à descida
ção, hematoma, deiscências e até disfunção sexual. Assim, está
apenas na normalidade da primeira. Assim, nota-se, no
indicada nos casos em que realmente se percebe que a vulva
caso, que a dilatação está ocorrendo lentamente, o que traz
impõe resistência à saída do feto. Isso será mais comum em
o diagnóstico de fase ativa prolongada, cuja causa principal
fetos macrossômicos, pélvicos e distocias de ombro. Também
é distócia funcional, o que se confirma pelas contrações em
pode ser usada para acelerar o desprendimento em casos de
número e intensidade reduzidas. A correção da distócia
sofrimento fetal, ou minimizar o trauma em prematuros.
funcional deve ser tentada, inicialmente, com administração
de ocitocina endovenosa. Resposta c. Ela pode ser mediolateral direita em que se secciona, além de
pele e mucosa vaginal, os músculos transverso superficial e
57. Embora possa parecer DIP II a princípio, a cardiotoco- profundo do períneo e bulbocavernoso, vasos e nervos puden-
grafia traz desacelerações umbilicais (DIP III), o que se evi dos. E pode ser mediana, em que se corta o centro tendíneo do
dencia pela presença das acelerações ombro, o formato de V períneo, não afetando as fibras musculares previamente cita-
e recuperação da linha de base com boa variabilidade. Assim, das, nem sequer vasos pudendos, de modo que o sangramento
caracteriza-se um padrão duvidoso de carditocografia (feto será menor. Resposta e.
hipoativo- 2 pontos do índice de Zugaib, sendo um da linha
de base e outro da variabilidade; ou categoria II da OMS, que 62. Insinuação é um dos tempos do mecanismo de parto e re
é equivalente). Como o parto não é iminente ficam indica- presenta a passagem do maior diâmetro da apresentação, seja
das manobras de ressuscitação fetal como estímulo sonoro, ela pélvica ou cefálica, pelo estreito superior da bacia. Nos ca-
decúbito lateral, oxigenação, amnioinfusão etc, e posterior sos das pélvicas esse diâmetro é o bitrocantérico, nas cefálicas

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6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

é variável (nas fletidas é o subocciptobregmático, nas defletidas € Perfil biofísico fetal: detecta alterações de vitalidade de
de primeiro grau o occiptofrontal, nas de segundo o occipto- forma mais específica que a cardiotocografia, mas neces-
mentoneiro e nas de terceiro o hiobregmático). Resposta c. sita de aparelho e profissional especializados. Para sua
análise, os parâmetros usados são: movimentos corpóre-
os, tônus, movimentos respiratórios, volume de líquido
63. A alteração do mobilograma apresenta alta sensibilidade
amniótico e acelerações dos batimentos cardíacos fetais
e muito baixa especificidade para sofrimento fetal. Ela então
(por meio de análise de traçado cardiotocográfico); as-
indica a realização de outra prova de vitalidade, em especial
sim, não inclui peso fetal;
a cardiotocografia.
€ Dopplervelocimetria: o exame que permite detecções
O Doppler é exame que mostra muita variação nessa idade
mais precocemente em casos de doenças que causem in
gestacional e tem mais valia em modelos vasculares, como
suficiência placentária, como a hipertensão.
hipertensão ou restrição de crescimento fetal.
Resposta b.
Não há necessidade de colher líquido amniótico por pun-
ção abdominal materna, bastando verificar o bem-estar fe-
tal. A avaliação de peso fetal e líquido amniótico até podem 67. A insinuação é a passagem do maior diâmetro da apre-
ser adequadas, mas não são condutas iniciais, sendo o mais sentação pelo estreito superior da bacia, momento em que o
urgente avaliar se o feto está com vitalidade preservada. vértice (parte mais externa) estará localizado no plano zero
Resposta a. de DeLee, ou seja, ao nível das espinhas ciáticas. No caso de
apresentações cefálicas fletidas o maior diâmetro é o suboc-
cipito-bregmático e, perpendicular e ele, está o biparietal, de
64. No partograma nota-se que houve dilatação completa e forma que podemos dizer que há insinuação quando o bipa-
de maneira adequada, mas a descida fetal não se completou rietal ultrapassa o estreito superior. Na verdade, o biparietal
com a mesma, estacionando-se em – 1 de DeLee, portanto é perpendicular ao maior diâmetro de qualquer forma de
feto não insinuado. Trata-se, então, de parada secundária da apresentação cefálica, casos em que a insinuação sempre será
descida. A principal causa dessa condição é desproporção considerada com sua passagem pelo estreito superior.
cefalopélvica, mas pode ser distócia funci onal. Para esta se-
gunda condição é necessário que as contrações sejam inefi- Para insinuação é preciso contrações eficazes e assinclitimos,
sendo mais comum o posterior (obliquidade de Litzmman).
cazes, o que não é o caso, pois chegam a existir 5 contrações
Resposta c.
de forte intensidade. Enfim, há desproporção cefalopélvica e
a conduta deve ser cesariana. Resposta e.
68. Partindo do princípio que se deve, em um partograma,
primeiro analisar o comportamento da dilatação, nota-se que
65. Sinais de emergência cardiotocográficos são DIP II e bra-
ela ocorre, porém lentamente. Essa condição é chamada de
dicardia sustentada. Na ausência de variabilidade, como a do
fase ativa prolongada e tem como principal causa a distócia
caso apresentado, deve-se tentar a ressuscitação fetal e refazer
funcional hipotônica (por hipoatividade), a ser confirmada
a cardiotocografia. Esta envolve decúbito lateral esquerdo,
pela análise das contrações, que no caso vemos como escas-
hidratação, oxigênio e correção de distúrbios acidobásicas.
sas. Resposta a.
Após o procedimento realiza-se nova cardiotocografia para
verificar se houve melhora dos seus parâmetros.
69. Diante do baixo aporte placentário de oxigênio o feto cen-
Apenas para lembrar, a variabilidade é a diferença entre o traliza seu fluxo, o que significa dizer que promove vasodila-
menor e maior batimento fetal na linha de base e é conside- tação em órgãos nobres, como coração cérebro e adrenais,
rada ausente (padrão silencioso) quando menor que 5 bpm. para que sejam bem nutridos, e vasoconstrição nos demais
Resposta d. territórios, o que inclui os rins (daí o oligoâmnio). Isso leva a
redução da resistência na artéria cerebral, mas se esta ocorrer
66. Avaliar vitalidade fetal significa analisar seu bem estar. isoladamente, sem o aumento da resistência umbilical, pode
Isso apenas se justifica se houver viabilidade, ou seja, possi- ser um fenômeno adaptativo transitório, sem significado clí-
bilidade de sobrevivência no meio extrauterino, o que se al- nico. Resposta d.
cança com 26 a 28 semanas. Embora realizada rotineiramen-
te, a avaliação da vitalidade fetal, em termos populacionais, 70. Parto humanizado é aquele em que há o menor número
acrescenta sobrevida apenas em gestações de alto risco, o que de intervenções possíveis. Assim sendo, tricotomias e cliste-
inclui as com pós-datismo. res não são indicados, e segundo alguns autores aumentam
Diversas são as formas de sua análise, a saber: risco de infecção. Administração de medicações uterotônicas
desnecessariamente, com ocitocina, também é prática que
€ Mobilograma: alto índice de falso positivo, mas com bai-
não condiz com parto humanizado. Havendo ruptura das
xo falso negativo;
membranas durante o trabalho de parto, ainda que precoce
€ Cardiotocografia: à semelhança do mobilograma, apresen- mente, desde que não haja prolapso de cordão umbilical, isso
ta alto índice de falsos positivos e baixo de falsos negati- em nada mudará a condução do quadro. A episiotomia deve
vos. Para sua análise, os parâmetros usados são: frequência ser feita em casos de extrema necessidade. A gestante deve
cardíaca fetal basal, variabilidade, acelerações transitórias e ter direito a livre escolha de posição e a um acompanhante.
desacelerações (não inclui movimentos fetais); Resposta a.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

71. O mecanismo de parto cefálico envolve os seguintes bém, após a saída da massa placentária principal, a manobra
tempos: de Jacobs (movimentos circulares da placenta) para evitar a
€ Insinuação: passagem do maior diâmetro fetal pelo es- retenção de membranas ovulares.
treito superior da bacia; A revisão da vagina, especialmente de seu introíto, em busca
€ Descida: caminho seguido pelo feto do estreito superior de lacerações sangrantes deve ser sistemática. Resposta d.
ao inferior;
€ Rotação interna: rotação da cabeça no sentido de levar o 75. O traçado cardiotocográfico revela desacelerações umbi-
ponto de referencia ao subpube, ou seja, deixando a su- licais de bom prognóstico, uma vez que apresentam formato
tura sagital no sentido anteroposterior do canal de parto; em V com acelerações ombro, situação comum em período
expulsivo. O líquido meconial sem alteração de vitalidade
€ Desprendimento cefálico: saída da cabeça pelo introito pode ser fisiológico do termo. Assim há normalidade do qua-
vaginal. Ocorre graças ao apoio do ponto de referência dro, devendo-se aguardar a sua evolução.
no subpube (hipomóclio) e movimento da cabeça que
permita a saída de seu complemento. Por exemplo, em A conduta intervencionista estaria indicada na presença de
cefálicas fletidas o occipício apoia no pube e há deflexão DIP II ou bradicardia sustentada, que indicariam sofrimento
da cabeça para a saída da face; já nas defletidas de terceiro fetal agudo. Resposta c.
grau o mento se apoio no subpube e há flexão para des-
prendimento da parte posterior da cabeça; 76. Define-se trabalho de parto prematuro como contrações
€ Rotação externa: após a saída da cabeça fetal, o corpo do uterinas que levam a modificações do colo dadas por esvae-
mesmo gira no sentido de deixar os ombros em antero- ciamento de ao menos 40% ou dilatação de ao menos 2 cm,
como no caso. Não havendo contraindicações, como sofri-
posterior. A rotação se dará no sentido de deixar o feto
mento fetal ou doença materna descompensada, inicia-se a
na mesma posição que estva no início do mecanismo de
tocólise. Medidas adjuvantes devem ser tomadas em situa-
parto, direta ou esquerda;
ções especiais, como: corticoidoterapia para gestações entre
€ Desprendimento do ovoide córmico: saída dos ombros 26 e 34 semanas, coleta de swab anal e vaginal para cultura de
pelo introíto vaginal, primeiro o anterior e depois o pos- Estreptococo e tratamento até o resultado ou inibição, pes-
terior. quisa de infecções maternas, melhor avaliação de vitalidade
Resposta a. fetal com exames complementares (cardiotocografia, PBF,
USG com Doppler). Note que, no caso, a PA é normal, assim
como BCF, altura uterina e conteúdo vaginal, não havendo, a
72. A questão traz um caso de trabalho de parto a termo, a
princípio, contraindicação à tocólise. Resposta d.
princípio sem intercorrências. De acordo com as diretrizes
de parto humanizado é preciso: permitir livre escolha da po-
sição pela parturiente, estimulando-se a deambulação, abrir 77. São indicativos de sofrimento fetal intraparto: bradicardia
partograma com dilatação inicial à esquerda superior da li- fetal persistente, desacelerações tardias, formação de
nha de alerta, permitir acompanhante durante todo o traba- mecônio. Diante do sofrimento agudo de parto deve-se
lho de parto e parto, realizar ausculta intermitente dos bati- realizar a interrupção da gravidez pela via de parto mais rá-
mentos cardiofetais a cada 30 minutos (diminui para cada 5 pida. Estando a dilatação total e o feto insinuado (abaixo do
a 10 minutos no expulsivo), realizar episiotomia apenas se plano zero de DeLee) opta-se pela via baixa, abreviando-se o
estritamente necessário (a paridade não é indicação e sim a período expulsivo com uso de fórcipe ou vácuo extrator, caso
resistência perineal, se imposta). Resposta b. contrário há indicação de cesariana. Resposta e.

73. A presença de incisura protodiastólica em artéria uterinas 78. No caso apresentado temos dilatação total, uma vez que
após 26 semanas de gravidez indica má placentação, portanto há referência de que o parto se encontra em período expul-
maior risco de pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal. sivo. O normal é que o feto seja expelido juntamente ou na
Resposta d. primeira hora após essa dilatação, o que não ocorreu, levando
ao diagnóstico sindrômico de parada secundária da descida,
restando-se saber a etiologia para conduta. O primeiro ponto
74. O parto é dividido em 4 períodos: dilatação, expulsão, de- a analisar é a altura da apresentação. Estando essa acima do
quitação e quarto período (Greenberg). No primeiro ocorre plano zero de DeLee (não insinuado) a primeira hipótese será
dilatação e esvaecimento do colo uterino, de forma concomi- desproporção cefalopélvico, embora raras vezes essa condição
tante em multíparas e separada em primigestas, em que pri- possa ser decorrente de distócia funcional; todavia, tal diferen-
meiro há esvaecimento e depois o complemento da dilatação. ciação é simples pela análise das contrações, exacerbadas na
Após a saída do feto e clampeamento do cordão umbilical desproporção e frustras na distócia funcional. Por outro lado,
inicia-se a dequitação, também chamada de secundamento. se o feto já estiver insinuado (abaixo de plano zero de DeLee,
Essa geralmente ocorre em poucos minutos e será considera- localizado às espinhas ciáticas), o diagnóstico será de distócia
da prolongada se ultrapassar 30 minutos, quando se diz ha- de rotação, o que dificulta completar-se o mecanismo de parto.
ver retenção placentária. Ao menos uma medida é necessária A correção desse distúrbio é realizada com fórcipe, sendo o de
nessa fase: a administração de 10 UI de ocitocina como for Kielland obrigatório nas rotações de 90 graus. Caso a sutura
ma de prevenção de atonia uterina, mas recomenda-se tam- sagital localize-se transversa no canal de parto e occipício vol-

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6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

tado para a direita (como nesse caso), a variedade de posição é 82. A presença de sangramento vaginal imotivado, intempes-
ODT, devendo o feto rodar 90 graus para chegar a OP e, pelo tivo e indolor, após 28 semanas, e sem o comprometimento
exposto, isso será auxiliado por fórcipe de Kielland. Distócias da vitalidade fetal ou bem-estar materno, como no caso apre-
de rotação em variedades de posição transversas costumam se sentado, traz como principal hipótese placenta prévia. A con-
acompanhar de assinclitismo, ou seja, a insinuação maior de duta é ultrassonografia para confirmar o diagnóstico e avaliar
um parietal em relação ao outro. Se o parietal a se insinuar o tipo de placenta prévia (se recobre ou não o colo do útero).
for o posterior em relação à mãe a sutura sagital situa-se mais Em relação ao parto, ele será indicado se já houver o termo
anteriormente e o parietal anterior será de mais difícil acesso da gestação, senão a opção é pela expectação, procedendo-
ao toque vaginal, e vice-versa. Resposta e. -se resolução da gravidez apenas se descompensação mater-
na ou fetal. Como a placenta prévia está muito associada a
79. A queda de batimentos cardíacos fetais durante as con- prematuridade, tanto pelo sangramento que se torna mais
trações caracteriza a desaceleração precoce, ou DIP I, que é intenso quanto pelas contrações que ele estimula, diante de
decorrente da compressão do polo cefálico pelo útero e con- seu diagnóstico até 34 semanas é adequada corticoidoterapia.
sequente ativação de reflexo vagal fetal. A não ser que os ba- Resposta a.
timentos atinjam valores muito baixos, como os de 60 bpm
ou menos, tal tipo de desaceleração não apresenta prognós- 83. Durante o trabalho de parto as contrações uterinas atin-
tico desfavorável e nenhuma conduta específica precisa ser gem sua atividade máxima no período expulsivo, quando a
tomada. A DIP I é comum em bolsa rota e fases avançadas do frequência é de 5 contrações em 10 minutos, e a intensidade
trabalho de parto. é de 60 mmHg. Na figura apresentada na questão vemos que,
Em relação à quantidade de contrações, ao final do trabalho a depender da fase do parto, a intensidade das contrações é
de parto é normal haver 4 contrações em 10 minutos, com normal (50 mmHg), entretanto há evidente aumento da fre-
intensidade de cerca de 50 mmHg (fortes), ou seja, atividade quência, que no caso é de 6 em 10 minutos, quantidade inad-
uterina de 200 uM. Há uma relação entre duração e inten- missível em qualquer fase de trabalho de parto. Assim sendo,
sidade e, para ser adequada, uma contração deve durar ao notamos taquissistolia. Resposta a.
menos 40 segundos. Assim, com 8 cm, a gestante da questão
apresenta um padrão contrátil normal, não requerendo me- 84. A figura da questão mostra um feto se insinuando, ou
dicações uterotônicas. seja, passando sua apresentação pelo estreito superior da ca-
A eliminação de mecônio, em especial fluido, nem sempre beça. Note que, para tanto, o feto inclina o polo cefálico de
indica sofrimento, pode ser decorrente de maturidade fetal. modo a permitir primeiro a passagem do parietal anterior,
Ele terá valor nesse sentido se muito espesso ou acompanha- jogando a sutura sagital para a parte posterior da mãe (o sa
do de alterações de provas de vitalidade fetal. Resposta c. cro). Esta situação é conhecida como assinclitismo anterior,
ou obliquidade de Nagële. Resposta c.
80. Sangramento profuso após secundamento caracteriza a
hemorragia pós-parto, uma das principais causas de morte 85. Sendo a glabela, ou base do nariz, o ponto de referência
materna. Essa pode ser decorrente de: (parte fetal mais facilmente palpável ao toque) persistente de
uma apresentação, esta então é cefálica defletida de segundo
1) Atonia uterina: o útero apresenta consistência amolecida
grau. Isso significa que seu diâmetro de insinuação seria o
e tamanho aumentado (o normal pós-parto é que localize-se
occipitomentoneiro, que mede cerca de 13 cm, superior ao
abaixo da cicatriz umbilical);
maior diâmetro da bacia, o transverso, que mede em torno
2) Inversão uterina: não se palpa o fundo do útero e o exame de 12 cm. Assim sendo, não há insinuação de modo que a
especular revela “tumor” vaginal, que nada mais é que o fun- conduta deve ser a realização de cesariana. Resposta b.
do se exteriorizando pelo colo;
3) Laceração de canal de parto: o útero está contraído e com 86. Observando-se a cardiotocografia apresentada notamos
tamanho adequado; a presença de desacelerações periódicas, ou seja, reduções da
4) Retenção placentária: o sangramento é mais tardio, per- frequência cardíaca fetal basal de ao menos 15 batimentos
cebido muitas horas pós-parto, e segue a secundamento in- que durem 15 segundos. É preciso então caracterizar o tipo
completo. de desaceleração, que pode ser:
No caso apresentado temos sangramento importante nas DIP precoce: ocorre por reflexo vagal de compressão do polo
primeiras horas pós-parto, útero contraído e de tamanho cefálico em casos de expulsivo ou amniorrexe prematura. A
normal. Portanto, o diagnóstico será de laceração de canal desaceleração começa e termina com a contração e o pico
de parto e a conduta deve ser a revisão desse canal para loca- de ambas é coincidente. Geralmente não se associam a sofri
lização do ponto sangrante e a sutura primária. Resposta d. mento fetal.
DIP tardia: ocorre por insuficiência placentária e hipóxia,
81. Canal de parto é o “tubo” pelo qual o feto irá passar no quando não há reservas de oxigênio para manter os batimen-
mecanismo de parto vaginal após sua insinuação, localizado tos cardíacos no mesmo nível durante toda a contração. Esse
na parte interna da mãe e com formato aproximado de J (li- tipo de desaceleração começa após o início da contração, aca-
nha de Sellheim). Assim, é constituído por segmento inferior ba depois de terminada a contração e os picos não são coin-
do útero, colo (dilatado) e vagina. Resposta d. cidentes, havendo entre eles distância maior que 20 segundos

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Obstetrícia | Gabarito comentado

(decalagem). Associa-se a asfixia fetal e sofrimento fetal agu- lidade fetal, e ela passa a ser obrigatória nos diagnósticos fir-
do (o feto não tem reservas para manter a frequencia cardí- mados de restrição de crescimento ou oligoâmnio. Fica claro,
aca durante toda a contração), de modo que sua persistência portanto, que não é possível estabelecer conduta final apenas
requer resolução da gravidez pela via de parto mais rápida. pela medida da altura uterina. Resposta d.
DIP umbilical: ocorre por compressões do cordão umbili
cal, para evitar elevações da pressão fetal. Geralmente tem 89. A figura da questão mostra um feto se insinuando, ou
formato de V e não costuma ter relação com as contrações seja, passando sua apresentação pelo estreito superior da ca-
uterinas. Podem ou não levar a comprometimento fetal, a beça. Note que, para tanto, o feto inclina o polo cefálico de
depender de sua repetição e sobreposição (formato de W). modo a permitir primeiro a passagem do parietal anterior,
No caso, está nítido que temos DIP tardia persistente indi- jogando a sutura sagital para a parte posterior da mãe (o sa-
cando sofrimento fetal agudo por asfixia. Resposta e. cro). Esta situação é conhecida como assinclitismo anterior,
ou obliquidade de Nagële. Resposta c.

87. Essa questão traz duas perguntas, a primeira em rela-


ção ao tipo de apresentação, e a segunda, ao diagnóstico 90. O partograma permite a análise gráfica do desenrolar da
extraído do partograma. Sabendo se que apresentação é a fase ativa do trabalho de parto, de modo que sua construção
parte fetal que ocupa o estreito superior e que nele tende a deve ter início concomitante com a mesma, ou seja, na pre-
se insinuar, esta pode ser cefálica, pélvica ou córmica. Em sença de três contrações de 40 segundos e colo uterino pér-
partograma as apresentações cefálicas são representadas vio para 3 cm. Isso porque na fase ativa a dilatação aumenta,
por um círculo. Entretanto, há quatro tipos de apresenta- em média, 1 cm por hora, o que não ocorre na fase latente,
ções cefálicas: fletidas, defletidas de 1º, 2º e 3º graus. Cada quando o partograma não tem valia. Iniciada a fase ativa e
qual possui um ponto de referência, que é aquele mais fa- construção do partograma, devem ser traçadas as linhas de
cilmente palpável ao toque. Este, no caso de fletidas é o oc- alerta e ação. A primeira diagonal tangenciando a primeira
dilatação anotada e a segunda paralela e 4 horas depois. Note
cipício, nas defletidas de 1º grau o bregma, nas de 2º grau o
que a altura da apresentação não influencia na confecção des-
naso e de 3º o mento. Também os pontos de referência pos-
sas linhas. A dilatação deve se manter à esquerda da linha de
suem formas de serem representados no partograma, por
alerta e, caso a ultrapasse, atenção redobrada na evolução do
exemplo, o occipício será sinalizado por um V no interior
parto é requerida. A ultrapassagem da linha de ação, por ou-
do círculo representativo da apresentação, já o bregma, por
tro lado, requer atitude intervencionista, clínica ou cirúrgica.
um losango. No partograma da questão há um círculo com
Assim como a dilatação, anota-se no partograma a evolução
um losango dentro, mostrando que o ponto de referência
da descida da apresentação e sua variedade de posição, ou
é o bregma, de modo que temos apresentação cefálica de-
seja, o período pélvico. Após dilatação total, ou seja, no ex-
fletida de primeiro grau. Quanto ao partograma, sua aná-
pulsivo do parto, o preenchimento do partograma deve ser
lise pode trazer 6 resultados possíveis: normalidade, parto
mantido até a expulsão fetal. Resposta c.
taquitócito, fase ativa prolongada, parada secundária da
dilatação, período pélvico prolongado, parada secundária
da descida. A avaliação inicial sempre será observando-se a 91. São relações uterofetais:
dilatação, sendo que se esta não se completa há problemas Atitude: relação das partes fetais entre si. No terceiro trimes
com a mesma. A descida será o foco a partir do momento tre o feto adquire atitude em flexão formando um ovoide de
em que a dilatação está findada. Neste caso, obervamos se dois polos, um cefálico e um pélvico.
a apresentação se mantém na mesma posição por duas ou
mais horas, o que caracteriza parada secundária da descida, Situação: relação entre o maior eixo do feto e o maior eixo
ou se ocorre lentamente, situação compatível com período da cavidade do útero. Pode ser longitudinal, transversa ou
pélvico prolongado. No partograma da questão, a dilatação oblíqua.
findou, mas a apresentação se manteve no mesmo plano de Apresentação: parte fetal que ocupa o estreito superior e nele
DeLee nas horas 18 e 19. Resposta b. tende a se insinuar. Em situação longitudinal pode ser cefáli-
ca ou pélvica, nas demais será córmica.
88. A altura uterina reduzida é um exame clínico de triagem, Posição: lado materno em que se localiza o dorso fetal, direi
a apresenta considerável quantidade de falso-positivos. A to ou esquerdo.
principal causa é restrição de crescimento fetal, mas também Variedade de posição: relação entre pontos de referência ma-
pode decorrer de oligoâmnio ou situação transversa do feto, terno e fetal.
nunca se excluindo também a possibilidade da normalidade.
A maneira de se firmar o diagnóstico é pela ultrassonografia No caso cita-se que o maior eixo fetal é concordante com
obstétrica, que trará o peso fetal e permitirá saber se o mesmo maior eixo do útero, portanto situação longitudinal. A cabeça
está ou não dentro da normalidade. Também por USG mede- está voltada para estrito superior da bacia, portanto apresen-
-se o índice de líquido amniótico a fim de se constatar se há ou tação cefálica. Resposta a.
não redução de seus valores; deve-se lembrar que a restrição
assimétrica pode ser concomitante a oligoâmnio, pois ambos 92. Sendo a DUM em 01/03/12, pela regra de Nagele a data
decorrem de insuficiência placentária (se a placenta envia pou- provável do parto é 08/12/2013, valor obtido somando-se 7
co sangue o feto não engorda e não produz tanta urina). Caso dias ao da DUM e retirando se 3 meses daquele da DUM. Se
possível, a dopplervelocimetria é adequada para avaliar a vita hoje é 21/11/2012, então se passaram 265 dias desde a DUM,

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6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

ou seja, 37 semanas e 6 dias, e esta é a idade gestacional.


Como o termo da gravidez vai de 37 a 42 semanas, pode-se
dizer que esta gestação é termo. Resposta b.

93. “Gesta” refere-se ao número de gestações. A mulher em


questão teve dois filhos de parto normal e um abortamento,
o que já somam três gravidezes. Acrescentando-se a presente
gestação, ela é então quartigesta. “Para” refere-se ao número
de partos. Da mesma forma, abortamento não é parto e o feto
da gravidez atual ainda não nasceu, portanto ela é secundípa-
ra. Enfim, teve IV gestações e II paridades. Resposta c.

94. Amniorrexe prematura é aquela que ocorre antes de ini-


ciado o trabalho de parto. Em mais de 90% das vezes o diag-
nóstico é firmado pela observação de líquido amniótico se Resposta a.
exteriorizando pelo colo uterino, ao exame especular, como
no caso apresentado. Trabalho de parto é definido como a
98. No mecanismo de parto, juntamente com a descida da
presença de ao menos 2 contrações de 40 segundos em 10
cabeça ocorre a insinuação dos ombros. Após o desprendi-
minutos que levem a modificações do colo, seja dilatação
mento cefálico, os ombros estão locados em sentido trans-
de pelo menos 2 cm ou esvaecimento de ao menos 80%. No verso, na altura do estreito médio. Com a rotação externa,
caso, há três contrações em 10 minutos e colo pérvio para 3 eles rodam internamente para ficarem em anteroposterior,
cm, portanto, trabalho de parto, que se inciou 4 horas após evitando o choque com as espinhas ciáticas e permitindo
a ruptura das membranas. Este é considerado período de la- o desprendimento. Assim, a rotação interna das espáduas
tência (tempo transcorrido entre amniorrexe e início do tra- ocorre em concomitância com a rotação externa da cabeça.
balho de parto). Resposta d. Sem resposta correta.

95. O período expulsivo inicia-se com a dilatação total do 99. O mecanismo de parto é dividido em fases sequenciais:
colo do útero e termina com a expulsão do feto e clampe- € Insinuação: passagem do maior eixo do feto pelo estreito
amento do cordão umbilical. Expulsivo prolongado estará
denominado superior;
presente quando sua duração for maior ou igual a 3 horas
em nulíparas analgesiadas ou 2 horas sem analgesia; para € Descida: caminho percorrido pela apresentação do es-
multíparas considerar uma hora a menos. Manobras para treito superior ao inferior;
abreviar o período expulsivo, quando este se prolonga, são € Rotação interna: movimento rotatório da cabeça no sen-
bem vindas. No caso, o feto está em OP e insinuado (+3 de tido de levar o ponto de referência ao osso púbico.
DeLee, sendo adequado uso de fórcipe de alívio como Simp- € Desprendimento cefálico: exteriorização da cabeça fetal;
son. Resposta e.
€ Rotação externa: movimento rotatório do corpo do feto
no sentido de levar o ponto de referência a um transverso
96. No intraparto o método mais usado para a análise da vi- e ombro em anteroposterior;
talidade fetal é a cardiotocografia, que permite inclusive uma
€ Desprendimento córmico: exteriorização dos ombros.
monitorização contínua.
Geralmente o parto ocorre em apresentações cefálicas fleti-
A ultrassonografia é exame efêmero e precisaria ser repeti-
das, mas pode ocorrer em defletidas de primeiro e terceiro
do de tempos em tempos, além de conter variações do fluxo
graus. Resposta c.
de Doppler com as contrações e do líquido amniótico com o
estado das membranas; é difícil tecnicamente e faz-se neces-
sário aparelho e profissional treinado no centro obstétrico. 100. A questão traz uma descrição de uma desaceleração
precoce, do tipo DIP I, que acompanha a contração uteri-
Mobilograma é péssima análise pelo alto índice de falso posi- na (iniciam-se juntas, terminam juntas e possuem ápices
tivo e porque, com as dores ou com analgesia, há dificuldade concomitantes). Esse tipo de desaceleração é decorrente de
sensitiva por parte da gestante. Resposta b. compressão do polo cefálico e consequente reflexo vagal,
não indicando, na maioria das vezes, sofrimento fetal, e sim
97. Ao se fazer a rotação com fórcipe, especialmente de quantidade reduzida de líquido (bolsa rota, oligoâmnio) ou
Simpson, o ideal é que o movimento interno (intravaginal) período expulsivo do parto. Resposta b (a prova trazia como
das colheres seja o menor possível, para minimizar lacera- gabarito oficial é a letra D.
ções de trajeto. Para tanto o movimento externo é amplo, de
modo a criar um cone com base na extremidade manual do 101. No caso clínico apresentado pode-se notar que houve
instrumento, como é mostrado à direita da figura abaixo; à manutenção, por mais de 2 horas, da mesma dilatação. Isso
esquerda o método é errado, já que pode levar à lacerações. caracteriza parada secundária da dilatação.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

A principal causa desse quadro é desproporção cefalopélvica Após a anotação da primeira dilatação, traça-se uma linha
(DCP), mas raramente pode decorrer de distócia funcional. diagonal, chamada linha de alerta, e, paralelamente a essa,
O que permitirá a dissolução dessa dúvida é a análise das quatro horas após traça-se a linha de ação. Idealmente a di-
contrações: se normais ou exacerbadas, confirma-se DCP, se latação ficará a esquerda da linha de alerta durante todo o
reduzidas, distócia funcional. Em fases avançadas do traba- trabalho de parto.
lho de parto, como a que se expõe (6 cm), esperam-se 4 con- Como o nome diz, atitude intervencionista ativa deve ser
trações de forte intensidade (50 mmHg), mas aqui notam-se tomada caso a dilatação ultrapasse a linha de AÇÃO, sendo
apenas 3 moderadas, portanto, distócia funcional. que ultrapassar a linha de alerta requer apenas maior aten-
O tratamento da DCP é cesariana e da distócia funcional uso ção. Reposta b.
de ocitocina, amniotomia e analgesia. Resposta d.
106. Diversas situações contraindicam a indução do parto,
102. Ao contrário do que se realiza na prática médica, para muito embora algumas delas permitam o parto normal nas
prevenção de hemorragia pós-parto deve-se fazer uso de oci- mulheres que iniciem as contrações espontaneamente. Nes-
tocina 10 UI no terceiro período. tas mulheres a indução pode ser infrutífera ou elevar o ris-
Visando a redução de inversão uterina e a hemorragia con- co de rotura uterina. Assim, são exemplos de situações que
sequente, não se deve tracionar intempestivamente o cordão contraindicam indução: desproporção cefalopélvica, mul-
umbilical, o que deve ser feito de maneira controlada e suave. tiparidade, apresentações anômalas (pélvicas, compostas,
córmicas), iteratividade, cirurgias uterinas prévias, herpes
Massagens uterinas e compressões ístmicas (manobra de genital ativo, infecção por HIV, gemelaridade, entre outras.
Freund) auxiliam o descolamento da placenta e podem ser Resposta e.
feitas de maneira rotineira, assim como revisão de placenta e
membranas na medida em que se exteriorizam, para avaliar
se houve retenção de partes das mesmas. 107. O caso apresenta uma gestante em trabalho de parto,
mas cuja dilatação evoliu mais lentamente do que o esperado.
O que não se deve fazer é a extração manual da placenta sem Embora o tempo de avaliação seja curto, pode-se suspeitar
a devida indicação (retenção), pois esse procedimento favo- de fase ativa prolongada, cuja principal causa é distócia fun-
rece quadros infecciosos. Resposta e. cional. Corrobora para isso o fato de que as contrações, em
momentos avançados do trabalho de parto, devem ser de 4 a
103. Segundo as normas do Ministério da Saúde, será conside- 50 mmHg em 10 minutos, e temos apenas 3 moderadas. As-
rado nativivo qualquer concepto que apresente batimentos car- sim, o provável diagnóstico é distócia funcional, cuja medida
díacos ao nascer, independentemente de seu peso. Nesse caso, inicial é administração de ocitocina. Resposta c.
faz-se necessário preencher declaração de nascido vivo e atesta-
do de óbito, providenciando-se o sepultamento. Resposta e. 108. Na cardiotocografia interessam quatro parâmetros, a
princípio: BCF basal, variabiliadade, aceleração e desace-
104. Para que haja mecanismo de parto completo é preciso leração. São anormais, e podem indicar sofrimento, BCF
que ocorra: basal menor que 110-120 bpm, variabilidade menor que 10
€ Insinuação: passagem do maior eixo do feto pelo estreito ou maior que 25 bpm, ausência de acelerações transitórias e
denominado superior. desacelerações do tipo DIP 2, ou tardias. As desacelerações
umbilicais, ou transitórias, serão indicativas de sofrimento
€ Descida: caminho percorrido pela apresentação do es-
se apresentarem repetição, não possuírem aceleração ombro
treito superior ao inferior.
(pequena aceleração ao término ou início da desaceleração),
€ Rotação interna: movimento rotatório da cabeça no sen
promoverem grandes quedas na frequência cardíaca ou apre-
tido de levar o ponto de referência ao osso púbico. sentarem formato de W, que mostra sua longa duração. Tome
€ desprendimento cefálico: exteriorização da cabeça fetal. cuidado na análise de sinais de maior e menor. Resposta b.
€ Rotação externa: movimento rotatório do corpo do feto
no sentido de levar o ponto de referência a um transverso 109. As desacelerações do tipo DIP I, também chamadas
e ombro em anteroposterior. de desacelerações precoces, caracterizam-se por se iniciar e
€ Desprendimento córmico: exteriorização dos ombros. terminar juntamente com as contrações, além de apresentar
Geralmente a insinuação se dá com a flexão da cabeça, mas nadir coincidente com pico destas. Decorrem de compres-
ela não é obrigatória, podendo ocorrer em deflexões de pri- são do polo cefálico, com consequente cavalgamento dos
meiro e terceiro graus. Resposta b. parietais que exerce pressão sobre o sistema nervoso central
gerando reflexo vagal. Justamente por serem decorrentes de
105. O partograma nada mais é que uma representação efeitos compressivos mecânicos são mais comuns em bolsa
gráfica do trabalho de parto, contendo dados a respeito das rota e período expulsivo. Resposta b.
contrações, vitalidade e posição fetal, a cada hora, para uma
análise da evolução desse parto de acordo com o tempo. A 110. Qualquer procedimento cirúrgico prévio no corpo ou
construção do memso deve ser iniciada na fase ativa do tra- fundo do útero, a exemplo de miomectomias, contraindica
balho de parto, ou seja, quando houver três contrações em 10 as contrações do parto normal pelo risco de rotura uterina
minutos e dilatação de , ao menos, 3 cm. devido a abertura da cicatriz. É preciso lembrar que, pelo trí

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107
6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

plice gradiente descendente, as contrações serão mais fortes e ção se inicia após o início da contração e termina depois do
duradouras no fundo, facilitando sobremaneiro rompimento final desta, sendo indicativa de hipóxia e sofrimento fetal; e
de cicatrizes ali localizadas. Resposta c. as desacelerações umbilicais, ou transitórias, que independem
das contrações e serão indicativas de sofrimento se apresen
111. Em apresentações cefálicas defletidas de segundo grau, tarem repetição, não possuírem aceleração ombro (pequena
o ponto de reparo (o mais facilmente palpável ao toque) é a aceleração ao término ou início da desaceleração), promove-
glabela, ou raiz do nariz, assim como a sutura lambdoide é das rem grandes quedas na frequência cardíaca ou apresentarem
fletidas, o ângulo anterior do bregma das defletidas de primei- formato de W, que mostra sua longa duração. Resposta c.
ro grau e o mento das defletidas de terceiro grau. De todas, a
que, de saída, pode-se dizer que há impossibilidade de par- 115. A cardiotocografia mostra desacelerações do tipo DIP
to normal é a defletida de segundo grau, pois o diâmetro de variável, ou umbilical, pois ocorrem de forma independen
insinuação (occipito-mentoneiro) mede 13 cm, o que o torna te da contração (hora coincidente, hora não), e apresentam
maior que qualquer medida do estreito superior da bacia. formato específico em V. Elas são de bom prognóstico, com
Linha de orientação é aquela que contém o ponto de referência acelerações ao início e término (acelerações ombro). Todo o
indicando sua orientação, de modo que ela não é um ponto de restante da cardiotocografia está normal: BCF basal de 140
referência. A linha de orientação em cefálicas fletidas é a sutu- pbm, variabilidade adequada, com acelerações. Assim, não
ra sagital, em defletidas de 1º grau é a sutura sagitometópica, há sinais de sofrimento fetal.
nas de 2º grau é a sutura metópica e nas de 3º grau é a linha As desacelerações variáveis são decorrentes de compressão
facial. Resposta e. do cordão umbilical, que podem ocorrer em casos de oli-
goâmnio pela redução do líquido que amortece os impactos
112. No partograma apresentado nota se uma parada secun- feto-cordão, meio externo-cordão. Resposta a.
dária da descida, em período expulsivo (10 cm de dilatação).
Essa geralmente decorre de desproporção cefalopélvica, toda- 116. No partograma apresentado nota-se uma parada secun-
via tal diagnóstico, nesse caso, fica descartado, pois o feto á dária da descida, em período expulsivo (10 cm de dilatação).
ultrapassou o plano zero de De Lee, ou seja, está insinuado. Essa geralmente decorre de desproporção cefalopélvica, to
Sendo assim, o principal diagnóstico passa a ser distócia de ro- davia tal diagnóstico, nesse caso, fica descartado, pois o feto
tação. Não se pode dizer que há polissistolia, pois se considera já ultrapassou o plano zero de DeLee, ou seja, está insinuado.
normal, em expulsivo, a presença de até 5 contrações em 10 Sendo assim, o principal diagnóstico passa a ser distócia de
minutos. Corrobora para o diagnóstico de distócia de rotação rotação, o que é corroborado pela persistência do feto em va-
a persistência do feto em variedade de posição transversa. riedade de posição transversa.
Sendo período expulsivo (período que vais da dilatação total A persistência dessa situação, desde que haja condições de
até o clampeamento do cordão) prolongado aquele que chega aplicabilidade (bolsa rota, dilatação total, feto vivo, insinu
a 3 horas em nulíparas analgesiadas ou 2 horas nas sem anal- ado), deve ser resolvida com uso de fórcipe (instrumental)
gesia; ou 2 horas em multíparas analgesiadas e 1 hora nas sem para rotação e extração do feto. Resposta c.
analgesia, como a gestante da questão está há três horas, ao
menos, em expulsivo, pode-se dizer que ele é prolongado.
117. Define-se vício pélvico como a presença de estreita-
Não é possível dizer que a gestante está em fase de latência, mento do canal ósseo que dificulta ou impossibilita o parto
pois essa termina com a presença de 3 contrações e colo com 3 normal. Pode ocorrer no estreito superior, se o conjugado
cm de dilatação. Resposta d. verdadeiro for menor que 10 cm; no estreito médio, com
parto vaginal impossibilitado se biciático menor que 8 cm;
113. Como há distócia de rotação, o feto está insinuado, vivo, ou no estreito inferior, também sem possibilidade de parto
há dilatação total, bolsa rota, e se conhece a variedade de normal se bituberoso menor que 8 cm. Fora dessas altera-
posição, além de haver período expulsivo prolongado, pelas ções é possível tentar-se o parto normal, especialmente em
condições de aplicabilidade hora descritas, fica indicado uso bacias ginecoides (mais comum). O ângulo cóccix subpúbi-
de fórcipe de rotação, no caso, fórcipe de Kielleand, uma vez co de 9 cm é muito próximo do normal, que é 9,5 cm, mas
que a rotação necessária (para levar o feto a OP) deve ser de ele aumenta de tamanho com a retropulsão do cóccix pela
90 graus. Resposta e. apresentação, de modo que dificilmente trará problemas ao
parto. Resposta e.
114. Na cardiotocografia interessam quatro parâmetros, a
princípio: BCF basal, variabiliadade, aceleração e desacelera 118. Faz parte da assistência ao primeiro período do par-
ção. São normais: BCF basal entre 110-120 bpm e 160 bpm, to (dilatação): direito a acompanhante, posição livre e mais
variabilidade entre 10 e 25 bpm, presença de acelerações tran- confortável. Quanto à analgesia, salvo contraindicações, ela
sitórias e ausência de desacelerações. Em relação a este último pode ser realizada a partir do momento em que se inicia a
parâmetro, existem três tipos de desacelerações periódicas: dor, sob anuência da paciente, independentemente da dilata-
DIP I, em que o início e o final da desaceleração são coinci- ção. A deambulação e a dieta leve devem ser mantidas quan-
dentes com os mesmos tempos na contração e denota reflexo do se visa o parto normal. O uso de ocitocina não é facultati
vagal por compressão do polo cefálico, sendo não patológica vo, sendo que apresenta indicações precisas, como a própria
na maioria das vezes; DIP II, ou tardias, em que a desacelera- distócia funcional. Enteroclisma, embora não seja rotineiro,

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108
Obstetrícia | Gabarito comentado

estimula as contrações, mas não deve ser feito em casos de A anotação da evolução em partograma é preconizada pelo
amniorrexe prematura, pois eleva o risco de corioamnionite. Ministério da Saúde, que também orienta oferecer teste rá-
Resposta d. pido se não tiver sido prévia avaliação sobre infecção pelo
vírus HIV.
119. Na cardiotocografia avaliam-se: frequência cardíaca ba- Se a apresentação não for cefálica insinuada, há maior chance
sal, variabilidade, acelerações e desacelerações. Em relação de prolapso de cordão, pois não há a cabeça, parte de maior
a frequência cardíaca basal, cujo normal é de 110 (ou 120) a diâmetro fixo do feto, para obstruir o canal ósseo. Resposta c.
160 bpm, ela pode estar alterada diante de sofrimento fetal,
porém isso também ocorre com uso de algumas medicações, 122. A amniotomia deve ser realizada no final da contração
como por exemplo, beta-agonistas ou diazepínicos, mas isso uterina para evitar prolapso de cordão umbilical.
não invalida o exame.
Durante a dequitação nunca devemos tracionar o cordão
No tocante às acelerações transitórias, se presentes costu- umbilical pelo risco de inversão uterina. Uma vez que a pla
mam indicar bem estar fetal, sendo o parâmetro que melhor centa aflorou na vulva indica-se a manobra de Jacobs que é
se relaciona com a vitalidade. Todavia, sua ausência não in enrolar a placenta numa compressão e fazer movimentos ro-
dica, necessariamente, sofrimento, e pode decorrer de sono tacionais, deixando que o próprio peso da placenta tracione
fetal, sendo útil um estímulo sonoro. as membranas.
Em relação às desacelerações, estas podem ser de três tipos: A manobra de Ritgen veio substituir a manobra de Kristeller,
DIP I (precoce), relacionada a compressão do polo cefálico, onde se introduz o indicador no ânus da paciente e empurra
DIP II (tardia), relacionada a insuficiência placentária, e DIP para cima, visando estimular a deflexão da cabeça do feto, afim
variável, relacionada a compressão do cordão umbilical. Des- de facilitar o desprendimento do polo cefálico. Resposta c.
tas, a que inequivocamente indica sofrimento é a DIP II.
O exame cardiotocográfico pode ser realizado a partir de 123. Quanto maior a resistência circulatória menor a diásto-
24 semanas quando se suspeita de sofrimento fetal, e não le, sendo sempre considerado prognóstico ruim a chamada
pelo risco de trabalho de parto prematuro. Outrossim, ser- diástole zero e diástole reversa. Desta forma quanto maior a
ve para diagnóstico de sofrimento fetal agudo, sendo que é resistência vascular, menor a diástole e, consequentemente
preciso verificar líquido amniótico para saber se há cronici- maior a relação S/D. Se a resistência estiver diminuída na ar
dade, pois o oligoâmnio revela uma centralização do fluxo téria cerebral média indica que o sangue está sendo desviado
gradual, desprivilegiando órgãos menos nobres como rins, para este local, indicando centralização fetal. Resposta c.
o que gera menor filtração renal e menor produção de uri-
na. Resposta a.
124. Existem duas definições para insinuação ou encaixe. Uma
delas é quando o maior diâmetro da apresentação fetal atinge
120. Os períodos clínicos do parto são: o estreito superior da bacia (no caso de apresentação cefálica é
Primeiro ou dilatação: mais longo, inicia-se quando há que- quando o diâmetro biparietal atinge o estreito superior). A ou-
da de progesterona e aumento de prostaglandinas, com con- tra é quando a ponta da apresentação fetal atinge o estreito mé-
sequente exposição de receptores de ocitocina, tornando o dio ou o diâmetro biciático (plano zero de De Lee). Resposta d.
útero sensível a agentes contráteis. Diz-se que há trabalho de
parto quando há contrações (3 em 10 minutos) que levam a 125. A maior garantia de bem estar fetal é a presença de uma
mudanças no colo (esvaecimento de 50-80% ou dilatação de aceleração transitória, caracterizada pelo aumento de 15 bpm
2 cm). ou mais na frequência cardíaca fetal por um período maior
Segundo período ou expulsão: inicia-se com a dilatação total ou igual a 15 segundos. Resposta a.
do colo e termina com a saída fetal, ou, segundo alguns auto-
res, o clampeamento do cordão umbilical. 126. Pelo partograma, vemos que o colo uterino está dilatan-
Terceiro período ou dequitação: é a saída da placenta. Em do mais rápido do que o normal (1 cm por hora), indicando
mais de 90% dos casos ocorrem em menos de 10 minutos, e parto precipitado, que pode ocorrer por excesso de contra-
em menos de 15 minutos 95% das vezes. É prolongado quan- ções, em número ou intensidade. Como a cada contração
do ultrapassa 30 minutos. ocorre diminuição do aporte sanguíneo para o feto, podemos
ter um sofrimento fetal. Os partos com evolução mais rápido
Quarto período ou Greenberg: é a primeira hora após a de- que o normal são mais comuns nas multíparas. Resposta b.
quitação e serve para vigilância de sangramento vaginal.
Resposta d. 127. O colo uterino estava evoluindo normalmente, e a apre-
sentação fetal chegou até +1 de De Lee e parou de progredir.
121. Na assistência ao parto é importante avaliação horária O colo uterino continuou evoluindo, as contrações atingiram
da contratilidade, a cada 30 minutos dos batimentos fetais e seu máximo (4 contrações intensas a cada 10 minutos), indi-
periódica da evolução da dilatação; todavia o tempo entre os cando parada secundária da descida, ou seja, desproporção
toques vaginais é variável conforme o período do parto, sen- cefalopélvica, sendo indicação de cesárea, uma vez que a fre-
do feito de horário tardiamente durante a fase ativa. quência cardíaca fetal começou a cair. Resposta d.

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109
6 Trabalho de parto, partograma e vitalidade fetal

128. O estudo de doppler é um dos melhores exames para da apresentação fetal vem ocorrendo numa velocidade de 1
avaliar a vitalidade fetal, sendo que a resistência placentária cm a cada 2 horas.A variedade transversa é esperada antes da
sempre deve ser menor que a cerebral. Durante a gestação insinuação. Resposta c.
pode ser realizado nas artérias uterinas, vasos umbilicais,
artéria cerebral média fetal e ducto venoso. Quando avalia 134. Provavelmente o partograma foi aberto e a paciente ain-
os três últimos vasos tem como objetivo avaliar a vitalidade da não estava em verdadeiro trabalho de parto. Apesar de 4
fetal. Já o doppler de artéria uterina indica risco aumentado cm de dilatação cervical no início do registro, as contrações
de doença hipertensiva específica da gestação, quando revela podiam estar ineficazes ou até ausentes, gerando uma inter-
incisura diástolica bilateral após a 26ª semana de gestação. pretação errada da evolução do trabalho de parto. O parto
Resposta b. grama deveria ter sido aberto na quinta hora. Resposta a.

129. São sinais de sofrimento fetal na cardiotocografia: taqui- 135. O colo uterino progrediu corretamente, cerca de 1 cm/
cardia, bradicardia, desaceleração tardia ou DIP II, desacele- hora. Já a descida da apresentação foi boa (1 cm a cada 2 ho
ração variável ou DIP umbilical persistente e desaceleração
ras) até o plano zero de De Lee, quando não evoluiu mais, in-
prolongada (que dura 3 minutos ou mais, sendo considerada
dicando parada secundária da descida, ou seja, desproporção
uma bradicardia fetal). Resposta d.
cefalo-pélvica, sendo indicação absoluta de parto cesáreo.
Resposta b.
130. No doppler encontramos diástole reversa na artéria
umbilical e no ducto venoso, indicando comprometimen-
136. O partograma revela uma descida muito mais rápida do
to na oxigenação fetal. Porém na cardiotocografia, que é o
que o esperado, indicando o parto precipitado, que normal-
primeiro parâmetro a se alterar no sofrimento fetal agudo,
mente ocorre por excesso de contrações, em número e/ ou
o feto tem resposta adequada após estímulo sonoro ou me-
intensidade. Desta forma, podemos encontrar sofrimento
cânico, indicando, ainda, boa vitalidade. Mas como a resis-
fetal, devido à diminuição do aporte de sangue para o feto,
tência vascular está aumentada, e a gestante tem menos de
que ocorre a cada contração uterina, hipotonia uterina após
34 semanas, a indicação é fazer corticoterapia para acelerar
o parto devido à estafa uterina e, traumas durante o parto
o amadurecimento do pulmão fetal, seguido de interrupção
devido à rápida evolução pelo canal de parto. Resposta a.
da gestação após 48 horas (pico máximo de ação da cortico-
terapia). Resposta d.
137. DIP II ou desaceleração tardia é quando o pico da con
tração antecede em 20 segundos ou mais o nadir da desacele-
131. O assinclitismo é a principal forma de descida da apre-
ração. Indica insuficiência placentária, ou seja, é sofrimento
sentação fetal e o mais comum é o posterior, quando a sutura
fetal agudo. Resposta b.
sagital do feto se aproxima da pube da mãe, para que o pri-
meiro parietal que desça seja o posterior. Já no assinclitismo
anterior, a sutura sagital se aproxima do sacro e o primeiro 138. Centralização fetal indica que há pouco sangue chegan-
parietal que desce é o anterior. E, o menos comum, é o sin- do pelos vasos umbilicais e, este pouco sangue é levado para
clitismo, quando o feto não lateraliza a cabeça para descer. os órgãos nobres, ou seja, coração, cérebro e suprarrenais.
Resposta e. Desta forma, no doppler, temos uma alta resistência na arté-
ria umbilical e baixa na cerebral média. Resposta d.
132. Existem 3 tipos de desacelerações fetais, as periódicas
ou variáveis, que se relacionam com a contração uterina (e 139. Com a finalidade de avaliar a vitalidade fetal o exame de
se dividem em DIP I, II e umbilical), as desacelerações não dopplervelocimetria deve estudar, em ordem de frequência
variáveis ou não periódicas, que não se relacionam com a os vasos umbilicais, as artérias cerebrais média do feto e o
contração uterina (e não tem nenhum significado clínico, são ducto venoso. Resposta c.
as DIP 0 ou espicas) e, as desacelerações prolongadas, que
duram 3 minutos ou mais (que são consideradas como bra- 140. A glicemia de jejum acima de 95 e a glicemia 2 horas após
dicardia fetal). Resposta a. 75 gramas de glicose acima de 155, fecham o diagnóstico de
diabetes. Se a paciente não fizer um controle glicêmico ade-
133. Uma das causas de período pélvico prolongado é a cole- quado existem repercussões passíveis no feto, como macrosso
ção de líquido amniótico na frente da apresentação fetal, sen- mia, retardo de maturação pulmonar, polidrâmnio, hipoglice-
do a amniotomia um bom método para corrigir esta distócia. mia neonatal, calcificação placentária com consequente restri-
É considerada precoce quando feita numa dilatação cervical ção de crescimento e oligoidrâmnio, malformações (principal-
abaixo de 6 cm, oportuna ,quando feita entre 6 a 8 cm de mente cardíacas) e até abortamento. Resposta c.
dLatação e, tardia, quando o colo uterino já está com mais de
8 cm de dilatação. 141. Em todas as contrações uterinas ocorre desaceleração
Se foi aberto o partograma, a paciente já estava em traba- fetal, porém o pico da contração sempre coincide com o na-
lho de parto, como dito no enunciado da questão. Na hora dir da desaceleração, indicando desaceleração precoce ou
8 a paciente tinha acabado de apresentar dilatação total, não DIP I, que indica compressão do polo cefálico fetal, comple-
caracterizando um período expulsivo prolongado.A descida tamente fisiológica, principalmente no caso de membranas

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Obstetrícia | Gabarito comentado

rotas. Como as contrações estão bem próximas, devemos to- de parto, contendo dados a respeito das contrações, vitalida-
car a paciente pelo risco de já estar no período expulsivo do de e posição fetal, a cada hora, para uma análise da evolução
trabalho de parto. Resposta b. desse parto de acordo com o tempo. Sua construção deve ser
iniciada na fase ativa do trabalho de parto, ou seja, quando
142. As contrações estão em número e intensidade adequa- houver três contrações em 10 minutos e dilatação de , ao me-
das (não podendo-se prescrever ocitocina), porém o colo nos, 3 cm. Após a anotação da primeira dilatação, traça-se
uterino está demorando mais do que o normal (1 cm/ hora) uma linha diagonal, chamada linha de alerta, e, paralelamen-
para dilatar e, depois para de dilatar (parada com 7 cm), in- te a essa, quatro horas após traça-se a linha de ação. Ideal-
dicando parada secundária da dilatação. Não há como avaliar mente a dilatação ficará a esquerda da linha de alerta durante
desproporção cefalopélvica, uma vez que não houve dilata- todo o trabalho de parto. Resposta d.
ção correta do colo uterino e, desta forma, não há como a
apresentação fetal descer. Como não houve insinuação está 146. A hemorragia pós parto é a perda de mais 500 mL de
proibida a utilização do fórcipe. Não nos resta outra alterna- sangue em parto normal, ou mais de 1.000 mL em cesa-
tiva a não ser analgesia, mudança de decúbito e amniotomia riana. Essas análises serão feitas subjetivamente pela pre-
(visando coordenar as contrações), uma vez que a frequência sença de sinais de choque. Suas causas podem ser: atonia
cardíaca fetal está normal. Resposta d. uterina, inversão uterina, laceração de canal de parto, re-
tenção de restos placentários e distúrbios de coagulação. A
143. No partograma a dilatação cervical evoluiu corretamente, mais comum de todas é a atonia uterina, cujos fatores de
no, entanto, a descida da apresentação fetal demorou mais do risco são facilmente identificados e incluem: polidrâmnio,
que o normal (descida de 1 cm a cada 2 horas) para acontecer, gemelaridade, multiparidade, parto prolongado,
caracterizando um período pélvico prolongado, que poderia corioamnionite, cesariana etc.
ser solucionada com a aplicação de um fórcipe de alívio, uma
O mais importante é identificar a etiologia para estabelecer o
vez que as contrações estão adequadas, o colo uterino está
tratamento correto:
com dilatação total e a apresentação já ultrapassou o plano
zero de De Lee, indicando ausência de desproporção cefalo- € Atonia – útero aumentado e amolecido. Tratamento se-
pélvica. Resposta b. quencial com ocitocna - ergometrina – misoprostol – ba-
lão intraútero - sutura de B-Lynch – ligadura de hipogás-
144. O primeiro parâmetro que se altera no perfil biofísico fe- tricas – histerectomia.
tal, frente ao sofrimento fetal agudo é aquele que se desenvol- € Inversão – fundo não palpável + tumor vaginal. Realoca-
veu por último na embriogênese, ou seja, a frequência cardíaca ção uterina com manobra de Taxe e ocitocina posterior-
fetal basal que, termina de se desenvolver com 32 semanas de mente.
gestação, quando se forma o sistema nervoso parassimpático € Laceração do canal de parto útero normoalocado e con
do feto. Depois se altera o movimento respiratório, movimento
traído. Revisão do canal visualizando-se as lacerações,
fetal e, por fim, o tônus. O índice de liquído amniótico não se
que devem ser imediatamente suturadas.
altera no sofrimento fetal agudo. Resposta a.
€ Retenção de placenta – hemorragia tardia. Tratado com
145. O partograma, obrigatório pela OMS e recomendado curetagem.
pelo Ministério da Saúde a todas as gestantes de alto e baixo Agenesia renal levaria a oligoâmnio, não sendo fator de risco
risco, nada mais é que uma representação gráfica do trabalho para sangramento pós-parto. Resposta a.

Bons estudos. Entusiasmo, alegria e perseverança.


Você será RM 2017!
Equipe SJT

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Questões para Treinamento

7 Doença hipertensiva específica da gravidez,


diabete melito e gestação

“Não se pode ter sabedoria sem viver a vida ”


Dorothy Mccall.

FMABC – 2015 b) se trata de pré-eclâmpsia grave e está indicada a re-


1. Gestante com 28 semanas fez um teste de sobrecarga solução da gravidez após procedimentos específicos
com glicose 75g que resultou 95 mg no jejum, 174 mg c) se trata de um caso de emergência hipertensiva
após 1 hora e 153mg na segunda hora. Frente a este devendo ser tratada com hipotensor intravenoso e
resultado pode-se afirmar que: posteriormente resolver o parto
a) o exame está normal e deverá repetir em 4 semanas d) se trata de crise hipertensiva devendo ser medicada
b) o exame tem um valor alterado, o que não fecha com pindolol em dose de 30 mg/dia. Seguimento de
diagnóstico vitalidade e ultrassonografia
c) sem os dados clínicos a respeito dos fatores de risco
nada se pode afirmar  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) se trata de uma diabética gestacional

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Leia o texto abaixo para responder as questões 3 e 4.

Chega ao PS uma gestante com 40 anos; 4G, 3PN; com


FMABC – 2015
2. Gestante I gesta, 36 semanas procura a maternidade queixa de cefaleia frontal há um dia. Sem intercorrên-
com cefaleia, epigastralgia e escotomas. Ao exame cias nas gestações anteriores. Nega intercorrências no
apresenta 150 x 100 mmHg de PA, edema de MMII pré-natal atual. IG 30 semanas. Ao exame físico apre-
+++, AU de 30cm , FCF 140bpm, tônus normal, sem sentava-se em bom estado geral, corada, hidratada,
dinâmica de trabalho de parto. Frente a esta situação anictérica, acianótica, afebril, eupneica. PA 140 x 90
é correto afirmar que: mmHg; P 100 bpm; FR 20 ipm, AU 25 cm, BCF 140
a) se trata de iminência de eclâmpsia e deve ser enca- bpm, dinâmica uterina ausente, tônus uterino nor-
minhada imediatamente para cesárea mal. Membros inferiores com edema 2+/4. Pré-natal:
112
Obstetrícia | Questões para treinamento

Consulta Idade gestacional Pressão arterial Altura uterina BCF Membros inferiores
1º 7 semanas 110 x 70 mmHg Sem edema
2º 13 semanas 100 x 60 mmHg Sem edema
3º 19 semanas 110 x 60 mmHg 18 cm 140 bpm Sem edema
4º 24 semanas 120 x 80 mmHg 22 cm 150 bpm Edema 1+/4
5º 29 semanas 130 x 80 mmHg 25 cm 145 bpm Edema 2+/4

FMABC – 2015 elevação da PA até a última consulta de pré-natal.


3. Qual a conduta? Traz no pronto-socorro resultado de proteinúria de
a) solicitar rotina de pré-eclâmpsia e proteinúria de 24h de 560 mg/24h. Ao exame clínico, PA 150x105
fita, manter paciente em DLE e medir PA 20 minutos mmHg, AU 30 cm, bcf +, sem edema. O diagnóstico é
após e solicitar ultrassonografia a) hipertensão arterial crônica
b) manter paciente em DLE e medir a PA em 20 minu- b) pré-eclâmpsia
tos, solicitar proteinúria de fita c) hipertensão gestacional
c) orientar paciente a fazer MAPA e retorno ao pré-natal d) hipertensão arterial crônica e pré-eclâmpsia asso-
d) internar paciente ciada
e) síndrome nefrótica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
FMABC – 2015
4. Ainda com relação ao caso acima, quais as hipóteses FMJ – 2015
diagnósticas? 7. Primigesta, 39 anos, com gestação de 22 semanas,
a) pré-eclâmpsia grave apresenta glicemia de jejum na primeira consulta
b) gestação em curso com 8 semanas de 130 mg/dL. Nesse momento o exa-
c) pré-eclâmpsia leve me que deve ser solicitado é
d) hipertensão gestacional a) ultrassonografia morfológica de 2.º trimestre
b) cardiotocografia anteparto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) dopplerfluxometria
d) perfil biofísico
FMABC – 2015 e) cariótipo fetal
5. Gestante, 39 anos, primigesta, IG 26 semanas, chega à  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
consulta de pré-natal assintomática, com os seguintes
exames: HMG: Hb 12,3, Ht 38, Leucócitos 18500 (7%
bastões), plaquetas 15000, Urina 1: 350000 leucóci- Hospital Angelina Caron – 2015
tos, 4000 hemácias, nitrito ++, bactérias numerosas, 8. Na fisiopatologia da doença hipertensiva específica
proteínas +.TTGO 75g: 96/ 195 / 159, Sorologia para da gravidez grave podem ocorrer:
toxoplasmose: IgM negativo, IgG positivo, VDRL não a) vasoconstrição e hipovolemia
reagente, HIV não reagente. Quais hipóteses diagnós- b) vasodilatação e microtrombose
ticas e qual a conduta? c) vasoconstrição e coagulação intravascular dissemi
a) ITU + diabetes gestacional. Orientar dieta, tratar a nada
ITU, encaminhar ao pré-natal de alto risco d) vasodilatação e hipoproteinemia
b) ITU + diabetes melitus tipo 2. Encaminhar paciente e) vasodilatação e coagulação intravascular dissemi-
para internação para perfil glicêmico nada
c) diabetes gestacional + toxoplasmose. Encaminhar
paciente para internação para tratamento da ITU  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) ITU + diabetes melitus tipo1 + toxoplasmose. Tra-
tar a ITU e encaminhar paciente ao pré-natal de alto Hospital Santa Marta – 2015
risco 9. Uma gestante primigesta de 26 semanas, em acompa-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nhamento no pré-natal de risco habitual, apresentou,
na consulta, aumento dos níveis pressóricos. Ao exame
físico, constatou-se PA em repouso de 145x100 mmHg
FMJ – 2015 (confirmada), edema MMII +/4+, BCF positivo e AFU
6. Primigesta de 42 anos, com 32 semanas de gestação, compatível com a idade gestacional. O obstetra iniciou
apresentando ganho de peso de 3 kg em uma semana medicação anti-hipertensiva apropriada, solicitou eco-
e aumento da PA. Nega morbidades anteriores, nega grafia obstétrica com Doppler e encaminhou a paciente

SJT Residência Médica – 2016


113
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

ao pré-natal de alto risco. Considerando esse caso hi- c) parada cardíaca; gluconato de potássio; interrupção
potético, assinale a alternativa que apresenta a medica- da gravidez
ção que provavelmente foi prescrita. d) a magnesemia está dentro do nível terapêutico, não
a) captopril causando efeito adverso; gluconato de cálcio; corti-
b) enalapril coterapia seguida de cesárea segmentar
c) hidralazina e) depressão respiratória; gluconato de cálcio; inter-
d) metildopa rupção da gravidez
e) losartana
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UERN – 2015
IAMSPE – Clínica Médica – 2015 13. São sintomas que denunciam a iminência de eclamp-
10. No tratamento de uma paciente com eclampsia com sia:
sulfato de magnésio, para evidenciar uma intoxicação a) distúrbios visuais
por este fármaco, deve-se observar o(a) b) dor epigástrica ou hipocôndrio
a) frequência cardíaca, pois o resultado e taquicardia c) cefaleia, náuseas e vômitos
b) aparecimento de hipotensão postural d) todas acima
c) aparecimento de depressão respiratória
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) aumento da temperatura central
e) presença de hiperreflexia
UERN – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
14 No diagnóstico de pré-eclâmpsia se define proteinú-
ria se a urina de 24h apresentar quantidade de proteí-
Santa Casa-SP – 2015 na maior que:
11. Primigesta, idade gestacional de 34 semanas e 3 dias, a) 300 mg
chega ao pronto-socorro trazida por familiares e b) 500 mg
desacordada, com história de ter apresentado crise c) 700 mmg
convulsiva previamente. Ao exame nota-se pressão d) 100 mg
arterial de 160 x 110 mmHg, altura uterina de 30 cm,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
dinâmica uterina ausente e colo impérvio. Os fami-
liares negam história de epilepsia e na carteira de pré-
-natal consta aumento de níveis pressóricos a partir UFG – 2015
de 28 semanas de gravidez, quando foi indicado uso 15. O diabetes gestacional é uma intercorrência obsté-
de alfa metidopa. A cardiotocografia mostra vitalida- trica que eleva a mortalidade perinatal. No teste de
de fetal preservada. Além da administração de hidra- tolerância à glicose com a determinação da glicemia
lazina, a conduta mais correta será: após duas horas da ingestão de 75 gramas, o valor da
a) cesariana imediata glicemia que confirma o diagnóstico é maior que
b) administração de sulfato de magnésio e resolução da a) 95 mg/dl
gestação após estabilização do quadro b) 180 mg/dl
c) administração de sulfato de magnésio e corticoterapia c) 170 mg/dl
d) indução do parto e administração de sulfato de mag- d) 140 mg/dl
nésio no puerpério imediato
e) acompanhamento da vitalidade fetal até 37 semanas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFG – 2015
16. Primigesta na 34ª semana de gestação é internada
UEPA – 2015 com hipertensão arterial (PA = 165/115 mm/Hg), pla-
12. Gestante apresentou quadro de eclâmpsia com 36 se- quetopenia (60.000/mm³), enzimas hepáticas eleva-
manas de gravidez e fez uso de sulfato de magnésio das. Realiza-se uma ultrassonografia com dopplerflu-
(dose de ataque de 5 g), estando atualmente em dose xometria e são detectados oligohidrâmnio e diástole
de manutenção de 2g/hora. Sua magnesemia encon- zero na artéria umbilical.
tra-se em 14mg/dl. O efeito adverso do sulfato de A conduta adequada, nesse caso, é:
magnésio que é possível encontrar nessa paciente, o a) realizar maturação pulmonar com corticoterapia e
antídoto e a conduta obstétrica são, respectivamente: antecipar o parto por cesariana 48 horas após a últi-
a) depressão respiratória; cloreto de sódio; aguardar ma dose
início espontâneo do trabalho de parto b) prescrever hipotensor, aumentar a ingestão de líqui-
b) abolição do reflexo patelar; gluconato de cálcio; ce- dos e avaliar a vitalidade fetal para a tomada de con-
sárea segmentar duta 24 horas após

SJT Residência Médica – 2016


114
Obstetrícia | Questões para treinamento

c) prescrever hipotensor, sulfato de magnésio e induzir d) presença de esquizócitos no sangue periférico


o parto vaginal com ocitocina e) hiperamilasemia prolongada por mais de 7 dias
d) prescrever hipotensor, sulfato de magnésio e, a se-
guir, antecipar o parto por cesariana  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFPI – 2015
20. Na eclâmpsia complicada, as crises convulsivas po-
FMJ – 2015 dem vir acompanhadas das seguintes intercorrências,
17. Primigesta de 42 anos, com 32 semanas de gestação, EXCETO:
apresentando ganho de peso de 3 kg em uma semana a) coagulopatia
e aumento da PA. Nega morbidades anteriores, nega b) icterícia
elevação da PA até a última consulta de pré-natal. c) insuficiência cardíaca.
Traz no pronto-socorro resultado de proteinúria de d) coma.
24h de 560 mg/24h. Ao exame clínico, PA 150x105 e) temperatura corporal _ 38º C
mmHg, AU 30 cm, bcf +, sem edema. O diagnóstico é
a) hipertensão arterial crônica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) pré-eclâmpsia
c) hipertensão gestacional UFPR – 2015
d) hipertensão arterial crônica e pré-eclâmpsia asso- 21. Primigesta, 24 anos, 34 semanas, comparece ao pré-
ciada -natal com PA = 165x105 mmHg, peso 71 kg, edema
e) síndrome nefrótica de MMII 3+/4+. Nega hipertensão prévia. Duas se-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA manas antes, a PA era 100 x 70 mmHg, edema 1+/4+,
68 kg, traços de proteína na fita urinária. Qual a me-
lhor conduta?
UFMA – 2015 a) internação e preparo imediato do colo com miso-
18. Paciente 28 anos, primigesta, idade gestacional de 29 prostol para indução do trabalho de parto
semanas. Evolui com quadro de elevação da pressão b) como apenas a hipertensão sugere o diagnóstico de
arterial há 5 dias (sic). Sem história de hipertensão ar- pré-eclâmpsia, é possível que nova aferição com 30
terial prévia. Deu entrada no setor de acolhimento obs- minutos de intervalo, em ambiente calmo, possa
tétrico com queixa de cefaleia e epigastralgia. Ao exa- mostrar que se trata de hipertensão por estresse da
me: regular estado geral, eupnéica, corada, acianótica, consulta
PA = 165 x 115 mmHg, edema de membros inferiores c) internação para prescrição de terapia anti-hiperten-
(++/4+). Abd: gravídico (altura uterina=26 cm), tônus siva e propedêutica de avaliação para doença hiper-
uterino normal, BCF + (162/min/qid), dinâmica uteri- tensiva específica da gestação e vitalidade fetal
na ausente. Toque: colo fechado, sem perdas. d) não há necessidade de internação, podendo-se
Diante do exposto, qual a principal hipótese diagnós- prescrever repouso em casa e medicação anti-
tica e conduta mais adequada? hipertensiva, com retorno agendado para observação
a) hipertensão gestacional / estabilização do quadro se- em 7 dias
guido de cesariana e) indicar a interrupção da gestação via cesariana, con-
b) pré-eclâmpsia grave (iminência de eclâmpsia) / ce- siderando-se a instalação de hipertensão e a idade
sariana, devido à taquicardia fetal gestacional
c) pré-eclâmpsia grave (iminência de eclâmpsia) / soli-
citação de exames laboratoriais e tratamento clínico  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
(uso do sulfato de magnésio e anti-hipertensivo)
d) pré-eclâmpsia sobreposta / solicitação de exames la- UFPR – 2015
boratoriais e tratamento clínico (uso do sulfato de 22. Gestante hipertensa crônica, 40 anos, gesta IV PI CI
magnésio e anti-hipertensivo) AI, em uso de 1,5 g de alfametildopa ao dia, quando
e) hipertensão gestacional / solicitação de exames la- apresentou quadro convulsivo há 8 horas. Foi tratada
boratoriais e estabilização do quadro com o uso de com sulfato de magnésio esquema de Zuspan. Apre-
anti hipertensivo sentou diurese de 15 mL/hora, diminuição dos refle-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA xos patelares e frequência respiratória de 10 mrpm.
Dosagem sérica de magnésio de 12 mEq/L. Qual a
melhor conduta?
UFPI – 2015 a) suspender o sulfato de magnésio e fazer o gluconato
19. São considerados critérios de Sibai para o diagnóstico de cálcio a 10%
laboratorial da Síndrome HELLP, EXCETO: b) suspender o sulfato de magnésio e associar difenil
a) TGO e TGP > 70 UL/L -hidantoína
b) plaquetopenia < 100.000 plaquetas/mm³ c) manter o esquema com sulfato de magnésio, redu-
c) aumento de DHL > 600 UI/L zindo para 1 g/hora e fazer cesárea

SJT Residência Médica – 2016


115
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

d) manter o sulfato de magnésio e fazer o gluconato de c) hipoinsulinismo fetal


cálcio a 10% d) insulino-resistência
e) manter o sulfato de magnésio e associar difenil-hi- e) polidramnia
dantoína
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
AMP – 2015
UFPR – 2015 26. Com relação a Síndrome HELLP, assinale a incorreta.
23. Multípara, 38 anos, 30 semanas gestacionais, com a) é uma entidade clínica exclusiva dos quadros de
hipertensão há 15 anos, fazendo uso regular de clo- eclampsia
ridrato de amlodipino 15 mg ao dia, dá entrada ao b) caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas
pronto-atendimento com queixas de cefaleia, mal-es- associados à hemólise, elevação das enzimas hepáti-
tar geral, escotomas visuais, tontura e edema genera- cas e plaquetopenia
lizado. PA = 200 x 120 mmHg, edema +++/4, AU = 26 c) foi inicialmente descrito por Louis Weinstein, em
cm, BCF = 174 bpm, adinâmica, colo longo, posterior 1982
e impermeável. A conduta inicial será: d) a incidência nos quadros de eclampsia é de 11%
a) indução do parto com misoprostol e) ocorre incidência de mortalidade materna em até
b) administrar hidralazina injetável 24% dos casos
c) administrar difenil-hidantoína EV
d) cesárea de imediato  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) administrar sulfato de magnésio

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Hospital Albert Einstein – 2015


27. Paciente de 38 anos, primigesta, veio à consulta pré-
-natal de 32 semanas com queixa de cefaleia e incha-
UFPR – 2015 ço generalizado. No exame físico, observou-se altura
24. Gestante na 24ª semana de idade gestacional é sub- uterina de 30 cm, batimentos cardíacos fetais de 150
metida a curva glicêmica ou teste oral de tolerância à bpm, pressão arterial de 140 x 95 mmHg e edema em
glicose de 2 h, com sobrecarga oral de 75 g de glicose. face, mãos e pés. Houve ganho de peso de 3 kg em
Levando em consideração a orientação da American 2 semanas. Em seu cartão de pré-natal, as medidas
Diabetes Association (ADA), que fundamenta o diag- de pressão estiveram sempre em torno de 110 x 80
nóstico de acordo com o estudo HAPO, publicado em mmHg. Podemos afirmar que:
2008, os pontos de corte para o diagnóstico do diabe- a) o ganho de peso está adequado ao período gestacional
tes mellitus gestacional são: b) trata-se de um caso de hipertensão crônica associa-
a) 90/185/145, com um ponto da curva atingido ou ul- da à doença hipertensiva específica da gestação
trapassado c) trata-se de doença hipertensiva específica da gestação
b) 92/180/145, com dois pontos da curva atingidos ou d) o edema generalizado é comum no terceiro trimes-
ultrapassados tre da gestação devido à pressão ortostática
c) 92/180/153, com um ponto da curva atingido ou ul-
trapassado  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) 92/185/153, com dois pontos da curva atingidos ou
ultrapassados Hospital da Cruz Vermelha – 2015
e) 95/184/153, com um ponto da curva atingido ou ul- 28. Com relação ao rastreamento de diabetes gestacional,
trapassado é correto afirmar:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) o rastreamento deve ser iniciado pela anamnese
para a identificação dos fatores de risco como idade
igual ou superior a 35 anos, história de macrossomia
UFPR – 2015 fetal, entre outras
25. Secundigesta primípara, 32 anos, 36 semanas ges- b) apenas as gestantes, com fator de risco, devem reali-
tacionais confirmadas por cronologia e ecografia de zar uma dosagem de glicemia no início da gravidez,
primeiro trimestre, apresenta quadro de diabetes des- antes de 20 semanas, ou tão logo seja possível
de os 25 anos de idade, controlando bem seus níveis c) uma glicemia plasmáticas de jejum = 126mg/dL já
glicêmicos com associação de NPH e Regular, num confirma o diagnóstico de diabetes gestacional, sem
total de 80 unidades dia de ambas as insulinas. Há 5 necessidade de teste de tolerância
dias vem apresentando quadro de hipoglicemia, indi- d) as gestantes com rastreamento positivo, ou seja,
cando necessidade de redução das doses de insulina. com glicemia plasmática de jejum maior ou igual a
A hipótese diagnóstica que pode explicar a ocorrên- 85mg/dL até 125mg/dL e/ou com qualquer fator de
cia de hipoglicemia é: risco devem ser submetidas à confirmação diagnós-
a) hiperinsulinismo fetal tica com teste oral de tolerância à glicose após inges-
b) insuficiência placentária tão de 75g de glicose

SJT Residência Médica – 2016


116
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) o teste diagnóstico após 24 semanas é o perfil glicê- a população estudada e os critérios utilizados para
mico tradicional sendo a glicose plasmática deter- diagnóstico. É a complicação médica mais comum
minada em jejum, após 1 hora e após 2 horas da gravidez e a principal causa de morbimortalida-
des materna e perinatal. Sobre a hipertensão na ges-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tação assinale a a昀椀rmação correta.
a) define-se como hipertensão arterial quando a pres
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 são arterial sistólica atinge valor ≥ 135 mmHg e/ou
29. Com relação à etiopatogenia da pré-eclâmpsia, qual a pressão arterial diastólica atinge valor ≥ 85 mmHg,
das teorias melhor explica a DHEG, qual o exame que em duas medidas com intervalo de pelo menos qua-
pode prever este fato, qual o achado e com quantas tro horas
semanas é feito? b) hipertensão arterial crônica: definida como a hiper-
a) teoria da isquemia placentária (falta da segunda tensão arterial que está presente antes da ocorrência
onda de invasão trofoblástica), Ecografia morfológi- da gestação ou diagnosticada antes da 20ª semana da
ca fetal, prega nucal com 11 a 13 semanas mesma
b) teoria do Sofrimento Fetal, Dopplerfluxometria, in- c) hipertensão gestacional: definida pela presença, ape-
cisura bilateral de artérias uterinas, 15-18 semanas
nas no final da gestação, de hipertensão arterial sem
c) teoria da isquemia placentária (falta da segunda
proteinúria, em gestante sem história de hipertensão
onda de invasão trofoblástica), Dopplerfluxometria,
arterial
incisura bilateral de artérias uterinas, após 20-23 se-
d) o sulfato de magnésio, utilizado na prevenção de
manas
d) teoria da isquemia placentária (falta da segunda eclampsia atinge nível terapêutico na concentração
onda de invasão trofoblástica), Dopplerfluxometria entre 10 a 20 mEq/L, próxima dos níveis tóxicos,
de artéria umbilical e cerebral média, centralização, portanto durante sua administração deve-se garan-
28 semanas tir diurese de 100 mL nas últimas quatro horas
e) teoria da isquemia placentária (falta da primeira
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
onda de invasão trofoblástica), cardiotocografia,
DIP 2, 20-23 semanas
PUC-PR – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
32. Primigesta, 30 anos, na 37ª semana de gestação, pro-
curou a Emergência referindo presença de cefaleia
Hospital da Cruz Vermelha – 2015 pulsátil há 24 horas, escotomas e confusa, mesmo
30. Qual a conduta imediata mais adequada para gestan- usando 500 mg de alfametildopa a cada 12 horas. Ao
te primigesta de 18 anos com 33 semanas de gestação, exame encontra-se edemaciada e com PA: 160/110
com datação por ultrassonografia de 1o trimestre mmH. Diante deste quadro clínico, a conduta medi-
após o diagnóstico de pré-eclâmpsia grave? camentosa mais bem indicada é:
a) prescrição de Metildopa 250mg a 02 g/dia, dieta li- a) difenil-hidantoína
vre, corticóide intramuscular, controle ambulatorial b) sulfato de magnésio
da PA e exames laboratoriais c) benzodiazepínico
b) prescrição de Metildopa 250mg a 02 g/dia, dieta hi-
d) levomepromazina
possódica, corticóide intramuscular, controle ambu-
e) dipirona
latorial
c) internação, Repouso DLE, Avaliação de vitalidade  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
fetal, controle da PA na próxima hora com propa-
nolol, corticóide, Hidróxido de magnésio dose de
ataque e manutenção, interrupção da gestação PUC-RS – 2015
d) internação, Repouso DLE, Avaliação de vitalidade 33. Primigesta, com 36 semanas, hipertensa há 3 anos,
fetal, controle da PA na próxima hora com hidra- em uso de 2 g de metildopa ao dia, procura a emer-
lazina, Sulfato de magnésio dose de ataque e manu- gência por cefaleia occipital e escotomas. Traz exame
tenção, corticóoide, controle de diurese e reflexos de urina com proteinúria significativa. Ao exame: PA
neurológicos, solicitar exames complementares, ob de 156 x 100 mmHg, BCF de 168 bpm, altura uterina
servar 24 hs de 34 cm, sem contrações, colo uterino GPF. A condu-
e) interrupção imediata por cesareana sem a necessi- ta inicial mais adequada é
dade de sulfato de magnésio a) realizar cesárea de imediato
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) induzir o parto com misoprostol
c) administrar nifedipina sublingual
d) administrar hidralazina endovenosa
INCA – 2015 e) administrar sulfato de magnésio endovenoso
31. A hipertensão arterial complica cerca de 7 a 10% de
todas as gestações, incidência que pode variar com  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


117
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

PUC-RS – 2015 ro trimestre da gestação: grupo sanguíneo A, fator


34. Em relação à síndrome HELLP, considere as seguintes Rh positivo, hematócrito 36%, hemoglobina 11g/
afirmativas: dL, glicose 84mg/dL, sorologia anti-HIV negativa,
I. O parto vaginal está contraindicado pelo risco de VDRL negativo, IgG e IgM negativos para toxoplas-
sangramento. mose, anti-HBs>10 e HBsAg negativo. Realizou teste
II. Plaquetas abaixo de 50000mm3 é uma contraindi- de tolerância oral à glicose (TOTG) com 24 semanas
cação à anestesia peridural ou raquidiana. de gestação, con昀椀rmando o diagnóstico de diabetes
III. Níveis pressóricos maiores ou iguais a 160/110 gestacional. Diante desse caso, entre as diversas con-
mmHg devem estar presentes. dutas e recomendações, deve-se incluir:
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa (s) a) realização de ecocardiograma fetal
a) I, apenas b) prescrição imediata de insulinoterapia
b) II, apenas c) estímulo à prática de exercícios físicos
c) III, apenas d) realização de dopplervelocimetria a cada quatro se-
d) II e III, apenas manas
e) I, II e III
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2015
Santa Casa – BH– 2015 38. Jovem de 18 anos, GI-P0, 33 semanas de gestação,
35. Em relação às síndromes hipertensivas na gravidez, chega ao hospital com queixas de cefaleia, náuseas
assinale a alternativa INCORRETA. e dor epigástrica em barra. Ao exame físico: PA =
a) as pacientes que não realizaram o pré-natal são con- 170 x 110mmHg; AFU = 29cm; BCF = 128bpm, me-
sideradas hipertensas crônicas, se a hipertensão ar- trossístoles ausentes, útero com tônus normal, colo
terial persistir após 4 semanas pós parto uterino posterior, longo e fechado. A conduta que
b) a síndrome HELLP é um diagnóstico laboratorial deve ser adotada, inicialmente, para esse caso é:
caracterizado por plaquetas < 100.000; TGO e TGP
a) indicar cesariana imediata por iminência de eclâmp
> 70; DHL > 600
sia
c) o sulfato de magnésio é a droga de escolha para a
b) iniciar sulfato de magnésio e hidralazina venosa
prevenção da eclâmpsia
c) utilizar diazepam para evitar crise convulsiva
d) a nifedipina e a hidralazina são as drogas de escolha
d) iniciar metildopa e nifedipina
para o tratamento da crise hipertensiva
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFSC– 2015
SURCE– 2015
39. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN-
36. Gestante de 18 anos foi encaminhada para a Mater-
TE à pergunta abaixo.
nidade por apresentar PA=160x100mmHg durante a
consulta pré-natal, que reduziu para 140x100mmHg Qual recomendação, com base em evidências, é efeti-
após decúbito lateral esquerdo. Negava cefaleia, va na profilaxia da pré-eclâmpsia?
turvação visual, náuseas, vômitos ou epigastralgia. a) ( ) repouso domiciliar na paciente inquieta
Realizou exames laboratoriais com os seguintes re- b) ( ) aas quando há aumento da resistência nas arté-
sultados: plaquetas=160.000/mm3, TGO= 20U/L, rias uterinas
TGP= 30U/L, LDH= 250U/L, Creatinina=0,9mg/ c) ( ) dieta hipossódica na hipertensão arterial sistê-
dl, proteinúria de 24h=350mg. A ultrassonogra昀椀a mica crônica
obstétrica revelou idade gestacional de 30 semanas, d) ( ) complementação de cálcio em todas as primi-
peso fetal estimado no 5º. Percentil, índice de líquido gestas
amniótico de 20mm e doppler do ducto venoso com e) ( ) heparina na trombofilia hereditária
onda A zero. De昀椀na a MELHOR conduta dentre as
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
opções abaixo.
a) acompanhamento ambulatorial
b) repetir doppler com 1 semana. UNICAMP – 2015
c) induzir parto com misoprostol 40. Mulher, 19a, com pré-natal adequado, e níveis pres-
d) indicar parto abdominal sóricos normais evoluiu para parto normal a termo,
sem intercorrências. No alojamento conjunto, após
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
18 horas do parto, a paciente apresentou convulsão
tonicoclônica generalizada. QUAL A HIPÓTESE
UERJ– 2015 DIAGNÓSTICA E AS CONDUTAS:
37. Paciente de 28 anos, GII-PI, apresentou os seguintes a) eclâmpsia atípica; iniciar fenitoína endovenosa e so-
resultados dos exames de rotina pré-natal no primei- licitar exame de imagem

SJT Residência Médica – 2016


118
Obstetrícia | Questões para treinamento

b) eclâmpsia puerperal; iniciar sulfato de magnésio e c) diabetes mellitus gestacional; tratar com dieta e exer-
avaliação laboratorial cício físico
c) eclâmpsia atípica; iniciar sulfato de magnésio e soli- d) tolerância normal à glicose; TOTG, 75 g na próxima
citar avaliação do neurologista gestação
d) eclâmpsia puerperal; iniciar benzodiazepínico e so
licitar exame de imagem  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UNIOESTE – 2015
44. Primigesta assintomática, normotensa previamente à
UFRN – 2015 gestação atual. A partir da 26ª semana passa a apre-
41. Primigesta de 19 anos, com 37 semanas, com queixa sentar elevação progressiva dos níveis pressóricos.
de dor epigástrica e turvação visual. Ao exame físico, Agora na 32ª semana, com hipertensão severa (sistó-
apresenta edema de membros inferiores (3/4+), TA: lica = 180 mmHg, diastólica = 120 mmHg), mantida
160 x 100 mmHg e reflexos patelares exaltados. Au- após observação por seis horas. Apresenta ainda pro-
sência de contração uterina, BCF: 152 bpm. Ao toque, teinúria severa (5 g/L/24 h). O diagnóstico para essa
constata-se colo pérvio para 2 cm. Com esse quadro gestante é
clínico, a conduta correta é: a) pré-eclâmpsia grave
a) usar sulfato de magnésio, tratar a TA com hidralazina b) hipertensão gestacional
endovenosa e aguardar para realizar cesárea em 48h c) iminência de eclâmpsia
b) realizar cesárea imediatamente, após compensar o d) hipertensão transitória da gestação
quadro clínico, e tratar a TA com hidralazina e) pré-eclâmpsia leve
c) providenciar internação clínica e tratar a hiperten-
são arterial com alfametildopa  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) usar sulfato de magnésio em infusão contínua, após
dose de ataque, e indução do parto vaginal após es- UNIOESTE – 2015
tabilização do quadro clínico 45. Os primeiros indícios de pré-eclâmpsia são:
a) elevação anormal do peso, edema, proteinúria, ele-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
vação da tensão arterial
b) cefaleia, distúrbios visuais
UFRN – 2015 c) distúrbios visuais e hipertensão
42. Primigesta, 18 anos, no curso de 35 semanas de gesta- d) dor no epigástrio e hipertensão
ção, apresentando TA: 140 x110 mmHg, sem queixas, e) oligúria, elevação da tensão sistólica e alteração no
em uso de 2 g de alfametildopa e 40 mg de nifedipina. fundo de olho
Ao exame obstétrico, constata-se: altura uterina de 30
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
cm, ausculta fetal normal, colo uterino pérvio para 05
cm, 04 contrações de 30seg e apresentação fetal cefá-
lica. Exames: EGB, eupneica, orientada, proteinúria USP-RP – 2014
2+, Hcto 36%, TGO 70, plaquetas 185.000/mm³, crea- 46. ID: Multigesta (cinco partos normais prévios), 40
tinina 1,0. Cardiotocografia fetal mostrando linha de anos de idade.
base 130 bpm, DIP tipo I (01 episódio), variabilidade HMA: retorno de pré-natal na UBS com idade ges-
da linha de base de 10 bpm. Nesse caso, o diagnóstico tacional de 10 semanas, sem doenças. Nega queixas
mais provável é: clínicas, obstétricas e ginecológicas.
a) pré-eclâmpsia grave e restrição de crescimento fetal ES: apresenta resultado de duas glicemias de jejum
b) síndrome HELLP e polidrâmnio com valores de 137 mg% e 129 mg%.
c) hipertensão crônica e oligoâmnio A conduta mais adequada neste momento é:
d) hipertensão transitória e sofrimento fetal a) orientação nutricional e controle de perfil glicêmico
em uma semana
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) teste oral de tolerância à glicose com sobrecarga de
75 g de glicose anidra
UNESP – 2015 c) manter seguimento de pré-natal habitual e repetir
43. Multípara, de 34 anos, acabou de dar à luz um recém- glicemia de jejum entre 24 e 28 semanas
-nascido de 4 500 g. Não fez pré-natal, mas foi orien- d) prescrição imediata de insulina em dose de acordo
tada a realizar um TOTG 75 g no 42° dia de puerpério: com peso corporal
glicemia de jejum 98 mg/dL e 2 horas pós-sobre-carga  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
130 mg/dL. O diagnóstico e orientação são, respecti-
vamente:
a) risco para diabetes mellitus; controle anual de glicemia ABC – 2014
b) diabetes mellitus tipo 2; tratar com dieta, exercício e 47. Uma gestante de 37 anos, com IMC de 30, gesta IV para
metformina III, tendo seu último recém-nascido pesado 4400 g. Se

SJT Residência Médica – 2016


119
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

encontra com 28 semanas de gravidez. É correto afir- pressão sistólica superior a 140 mmHg e pressão
mar que: diastólica inferior a 90 mmHg
a) é diabética gestacional c) a pré-eclâmpsia é caracterizada por hipertensão
b) se todas as glicemias de jejum até esta idade gesta- arterial e proteinúria iniciadas após 18 semanas de
cional forem abaixo de 85 mg/dL, esta gestante não é gravidez
diabética d) a pré-eclâmpsia grave ocorre na presença, entre ou-
c) deverá realizar um teste de sobrecarga com 50 g de tros fatores, de: diurese inferior a 500 mL em 24 ho-
glicose e avaliar a glicemia em 1 hora ras, distúrbios visuais e edema de pulmões
d) se a glicemia após 1 hora da sobrecarga com 75 g
for igual ou superior a 180 mg/dL ou se após 2 ho-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ras for maior ou igual a 153 mg/dL ela é diabética
gestacional UERJ – 2014
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 51. Antônia, 36 anos, gesta III para II, com diagnóstico
de hipertensão arterial sistêmica crônica há cinco
anos, sem evidência de lesões em orgãos-alvo, procu-
CREMESP – 2014 ra atendimento de pré-natal com oito semanas de ges-
48. Gestante de 16 semanas apresenta glicemia de jejum tação. Faz uso de atenolol 50 mg/dia. Ao exame físico
115 mg/dL. Deve-se realizar: apresenta: PA=110/60 mmHg, útero intrapélvico, FC
a) teste de tolerância oral à glicose com sobrecarga oral = 68 bpm. Diante deste quadro, a conduta mais ade-
de 50 g de glicose quada deve ser a:
b) curva glicêmica de 2 horas com sobrecarga oral de a) suspensão do atenolol
100 g de glicose b) manutenção da medicação utilizada
c) nova glicemia de jejum c) substituição da medicação para metildopa
d) controle de glicemia capilar pós-prandial d) associação da metildopa à medicação utilizada
e) dosagem de hemoglobina glicada
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UERJ – 2014
CREMESP – 2013 52. Alessandra na 33ª semana de gestação, com diagnós-
49. Em relação à pré-eclâmpsia pode-se afirmar, EXCETO: tico de diabete mellitus tipo I há 15 anos e glicemias
a) a restrição de crescimento fetal, associada ao qua- descontroladas no pré-natal, é internada com diag-
dro, ocorre por deficiência intrínseca do produto- nóstico de trabalho de parto prematuro. Ao exame
conceptual obstétrico, apresenta metrossístoles 2/10’/45”, BCF =
b) trata-se de doença sistêmica, associada ao aumento 140 bpm, tônus uterino normal, colo centralizado de
da reatividade vascular 80% apagado, 2 cm de dilatação e bolsa íntegra. Nesta
c) a insuficiência placentária associa-se com a falha da situação, a melhor escolha para tocólise deve ser:
segunda onda de migração trofoblástica a) nifedipina
d) PAD > 110 mmHg, e diurese < 25 mL/h revelam b) salbutamol
quadro de pré-eclâmpsia grave c) indometacina
e) a presença de proteinúria permite o diagnóstico di- d) sulfato de magnésio
ferencial com hipertensão arterial crônica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UNICAMP – 2014
INCA-RJ – 2014 53. Mulher, 35 anos, G2P1, inicia o acompanhamento
50. A hipertensão arterial complica cerca de 7 a 10% de pré-natal com 14 semanas de amenorreia. Anteceden-
todas as gestações, incidência que pode variar de tes pessoais = hipertensão arterial há 7 anos (desde a
acordo com a população estudada e com os critérios primeira gestação), em uso de diurético tiazídico em
utilizados para diagnóstico. É a complicação médica dias alternados. Exame físico: PA = 120x70 mmHg,
mais comum da gravidez e a principal causa de mor- IMC = 36 kg/m², fundo de olho normal, sem outras
bimortalidades materna e perinatal. Em relação a sua alterações. A CONDUTA É:
epidemiologia e classificação é correto afirmar que: a) suspender o diurético, controle de PA, orientação
a) a hipertensão gestacional é o aumento da pressão nutricional, evitar atividade física
arterial com proteinúria após 18 semanas de gra- b) trocar o diurético por alfametildopa, controle de PA,
videz, em mulheres com pressão arterial normal orientação nutricional, evitar atividade física
anteriormente c) suspender o diurético, controle de PA, orientação
b) a hipertensão gestacional é diagnosticada quando nutricional, recomendar atividade física leve, intro
mulheres com pressão arterial normal antes da gra- duzir ácido acetilsalicílico 100 mg/dia e carbonato
videz desenvolvem, após 18 semanas de gravidez, de cálcio

SJT Residência Médica – 2016


120
Obstetrícia | Questões para treinamento

d) trocar o diurético por alfametildopa, controle de PA, 4+/4+, edema de mãos e face 2+/4+ e algumas peté-
orientação nutricional, recomendar atividade física quias pelo corpo. Considerando-se a principal hipó-
leve, introduzir acido acetilsalicílico 100 mg/dia e tese diagnóstica, os exames subsidiários que precisam
carbonato de cálcio ser solicitados são:
a) ureia, creatinina, sódio, potássio, hemograma com-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA pleto
b) AST/TGO, ALT/TGP, bilirrubinas, albumina, fator
UNESP – 2014 V, coagulograma, glicemia
54. Na 20ª semana de gestação, devido a glicemia de je- c) ultrassonografia de abdome total, amilase e bilirru
jum de 92 mg/dL, paciente foi referenciada para ser- binas
viço de alto risco no qual foi repetida a glicemia de d) bioquímica, bacterioscópico e cultura de líquido cé-
jejum e solicitada hemoglobina glicada (HbA1c). falorraquidiano
A glicemia de jejum confirmou os níveis anteriores, e) ureia, creatinina, transaminases hepáticas, bilirrubi-
com hemoglobina glicada de 6,0%. O diagnóstico é: nas, hemograma completo, lactato-desidrogenase
a) overt diabetes  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) normoglicemia
c) intolerância de jejum à glicose
d) diabete melito gestacional PUC-RS – 2014
e) risco para diabete melito gestacional 57. Sobre a síndrome HELLP, são feitas as assertivas se-
guintes:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
I. Cesariana é a via de parto da eleição.
II. Plaquetas abaixo de 50.000 são contraindicação à
Santa Casa-SP – 2014 anestesia peridural ou raquidiana.
55. Na avaliação pré-natal de secundigesta com aborta-
mento espontâneo anterior, com 35 anos, IMC = 31, III.Níveis pressóricos maiores ou iguais a 160/110
os exames complementares demonstraram: tipagem mmHg e proteinúria maior ou igual a 2 g/24 horas
sanguínea O Rh (+), Hb = 11 g/dL, Ht = 30%, glice- são critérios diagnósticos.
mia de jejum = 128 mg/dL com Hb glicada = 6,8 , Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):
Urina tipo I normal e sorologias negativas (HIV, sí- a) I, apenas
filis, HBs-Ag) com susceptibilidade à toxoplasmose. b) II, apenas
Ultrassonografia: gestação compatível com 16 sema- c) III, apenas
nas, feto único, com peso no percentil 87, placenta d) II e III, apenas
anterior grau zero, líquido amniótico subjetivamente e) I, II, III
normal; presença de malformação cardíaca comple-
xa. Tais achados estão mais associados com:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) anemia materna, que em decorrência da hemodilui-
ção e hipóxia tecidual induz à hidropsia fetal
UFRN – 2014
b) diabetes gestacional, com macrossomia fetal, e
58. Em relação às Síndromes Hipertensivas da Gestação,
maior susceptibilidade a infecções congênitas
é correto afirmar que:
c) obesidade materna, que favorece a macrossomia fe-
a) a depressão respiratória desenvolve-se quando o ní-
tal, e em conjunto com anemia materna, à cardiopa-
vel plasmático de magnésio atinge 8 mEq/L
tia fetal b) as convulsões por eclampsia são quase sempre pre-
d) diabetes mal controlada no primeiro trimestre, que venidas por níveis plasmáticos de magnésio manti-
em decorrência da hiperglicemia favorece a malfor- dos em 4 a 7 mEq/L
mação fetal por hipóxia tecidual c) a administração de diuréticos não compromete a
e) idade materna avançada, com risco aumentado para perfusão placentária, pois seus efeitos imediatos não
malformação fetal por maior risco de trissomias interferem no volume intravascular
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) a hipertensão gestacional é caracterizada pela pre-
sença de proteinúria e PA de 140/90 mmHg pela pri-
meira vez na gestação
Albert Einstein – R1 – 2014
56. Primigesta com idade gestacional 31 semanas, há  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
3 dias apresenta cefaleia progressiva. Hoje procura
pronto-socorro com náuseas, vômitos, escotomas, Hospital Municipal São José-SC – 2014
inapetência, dor em hipocôndrio direito e epigastral- 59. Em relação às características fisiopatológicas da prée-
gia. Ao exame clínico: pressão arterial de 180 × 120 clâmpsia, analisar os itens abaixo:
mmHg, altura uterina de 27 cm, batimentos cardíacos
I. Disfunção endotelial.
fetais 132 bpm rítmicos, dinâmica uterina ausente,
tônus uterino normal, edema de membros inferiores II. Vasoespasmo.

SJT Residência Médica – 2016


121
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

III.Agregação plaquetária aumentada. AMP – 2013


63. Com relação à doença hipertensiva específica da ges-
Está(ão) CORRETO(S):
tação, são considerados fatores de risco, exceto:
a) somente o item I
a) multiparidade
b) somente o item II
b) obesidade
c) somente o item III
c) gestação gemelar
d) somente os itens I e II
d) trombofilias
e) todos os itens
e) isoimunização ao fator Rh
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Municipal São José-SC – 2014


60. Segundo o consenso da International Association of CREMESP – 2012
Diabetes and Pregnancy Study Groups, o rastreamen- 64. Gestante de 18 anos é admitida no pronto-socorro in-
to para diabete gestacional deve ocorrer com: consciente. O marido relata tê-la encontrada desacor-
a) glicemia de jejum na primeira consulta de pré natal dada. Não realizou acompanhamento pré-natal, po-
b) glicemia de jejum e TOTG 75 g/2 horas na primeira rém a idade gestacional estimada é de cerca de 35 se-
consulta de pré-natal manas. Ao exame clínico, observam-se hematomas e
c) glicemia de jejum na primeira consulta de pré-natal pequenas escoriações em membros superiores, não há
e TOTG 75 g/2 horas entre a 24ª e a 28ª semana de déficits motores. Pressão arterial: 160 × 110 mmHg,
gestação pulso: 68 pm. Altura uterina de 34 cm. Batimentos
d) TOTG 75 g/2 horas entre a 24ª e a 28ª semana de cardíacos fetais: 136 bpm rítmico. Dinâmica uterina:
gestação duas contrações de moderada intensidade em 10 min.
e) hemoglobina glicada entre a 24ª e a 28ª semana de Edema de membros inferiores 3+/4+, reflexos exalta-
gestação dos. Colo uterino pérvio para 4,0 cm, bolsa íntegra,
apresentação cefálica, alta e fixa. Nesse caso:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) trata-se de eclâmpsia e trabalho de parto. Deve-se
administrar sulfato de magnésio, realizar provas de
UFSC – 2014 vitalidade fetal e conduzir o trabalho de parto, se as
61. Gestante de 33 semanas teve diabetes gestacional condições maternas e fetais permitirem
diagnosticado com 26 semanas. Com orientação de b) a hipótese é de primeira manifestação de epilepsia
dieta e atividade física, apresenta o perfil glicêmico na gestação e trabalho de parto. Deve-se hidanta-
quinzenal normal. Realiza exame ultrassonográfico lizar a gestante, realizar provas de vitalidade fetal e
que demonstra um feto macrossômico. Assinale a al- conduzir o trabalho de parto, se as condições mater-
ternativa que apresenta a conduta CORRETA. nas e fetais permitirem
a) corticoterapia c) realiza-se a cesárea imediatamente para estabiliza-
b) ajuste da dieta e da atividade física ção do quadro clínico materno; durante o puerpério,
c) manter conduta atual, pois a macrossomia deve ser exames complementares devem ser realizados para
constitucional elucidação diagnóstica, antes da alta hospitalar
d) pesquisar cromossomopatia d) trata-se de síndrome hemolítico urêmica. O traba-
e) insulinoterapia lho de parto deve ser inibido para que haja tempo
hábil para aférese de plaquetas e estabilização do
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA quadro clínico materno
e) trata-se de quadro de pré-eclâmpsia grave. Deve-se
utilizar a hidralazina para controle da pressão ar-
UFSC – 2014
terial materna, realizar provas de vitalidade fetal e
62. Quanto à hipertensão na gravidez, com base em evi-
conduzir o trabalho de parto, se as condições mater-
dências, assinale a alternativa CORRETA.
nas e fetais permitirem
a) o uso do Ácido acetil-salicílico pode prevenir a pré-
-eclampsia em grupos selecionados  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) o tratamento com drogas anti-hipertensivas nos
quadros leves ou moderados melhoram os resulta-
dos perinatais HMSJ-SC – 2013
c) a dieta hipossódica é recomendável para a paciente 65. A HELLP síndrome é uma situação associada à pré-
com pré-eclampsia -eclâmpsia, e apresenta os seguintes elementos:
d) os inibidores de conversão da angiotensina devem a) hemólise, ativação da lipase e liberação da protease
ser mantidos nas pacientes que já faziam uso b) hemorragia, aumento das transaminases e icterícia
e) antioxidantes (vitaminas C e E) podem reduzir a in- c) hemólise mecânica, icterícia e microtrombos pla-
cidência de pré-eclampsia centários
d) alteração das enzimas hepáticas, trombocitopenia e
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA hemólise microangiopática

SJT Residência Médica – 2016


122
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) elevação das enzimas hepáticas, liberação de lipo- c) curva glicêmica com 75 g de dextrose, com valores-
proteínas placentárias e fatores pró-trombóticos -limite de 95, 180 e 155 mg/dL, considerando diag-
nóstico com dois valores alterados
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) teste de sobrecarga com 75 mg de dextrose, conside-
rando diagnóstico quando acima de 140 mg/dL em
UCPEL-RS – 2013 duas horas
66. As opções apresentam critérios de pré-eclâmpsia gra- e) teste de sobrecarga com 100 g de dextrose, com valo-
ve, EXCETO: res-limite de 92, 180, 153 e 140 mg/dL, consideran-
a) trombocitopenia do diagnóstico com dois valores alterados
b) pressão arterial maior ou igual a 160 x 110 mmHg,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
persistente
c) elevação das enzimas hepáticas
d) oligúria UNESP – 2013
e) ácido úrico elevado 71. Ao iniciar tratamento clínico de gestante com diag-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nóstico de eclâmpsia, a dose de sulfato de magnésio a
ser administrada é:
a) quatro gramas EV
UCPEL-RS – 2013 b) quatro gramas EV associadas a cinco gramas IM
67. A principal causa de óbito materno por eclâmpsia é: c) cinco gramas IM
a) hemorragia cerebral d) dez gramas EV associadas a dez gramas IM
b) coagulação intravascular disseminada e) dez gramas IM
c) insuficiência renal
d) ruptura de hematoma hepático  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) edema agudo de pulmão
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA SUS-SP – 2013
72. Das complicações abaixo, não é mais frequente no
diabete gestacional:
UFPE – 2013
a) hipoglicemia neonatal
68. Que alteração é frequentemente encontrada no exa-
b) polidrâmnio
me de fundo de olho em paciente com pré-eclâmpsia?
c) policitemia
a) hemorragia
d) desconforto respiratório do recém-nascido
b) edema
e) hipercalcemia neonatal
c) exsudato
d) espasmo de arteríolas retinianas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Unificado-MG – 2013
UFRN – 2013 73. Em relação à indicação do rastreamento de diabetes
69. Em relação à eclâmpsia, é correto afirmar: mellitus gestacional através da dosagem de glicemia
a) o nível sérico ideal do sulfato de magnésio é entre 4 após ingestão oral de dextrosol, assinale a alternativa
e 7 mEq/L com indicação errada:
b) a proteinúria raramente está presente e, quando pre- a) gestante com diabetes mellitus gestacional na gravi-
sente, é grave dez anterior
c) o sulfato de magnésio é administrado para tratar a b) gestante com glicemia de jejum de 134 mg/dL
hipertensão c) gestante com glicemia de jejum de 88 mg/dL e his-
d) os diuréticos estão indicados para reduzir o volume tória de recém nascido macrossômico na gravidez
intravascular anterior
d) gestante com início de pré-natal após 28 semanas de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA amenorreia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFSC – 2013
70. Assinale a alternativa que responde corretamente à
pergunta abaixo: UNITAU – 2013
Qual é o exame recomendado atualmente pelo Minis- 74. Gestante Gesta III Para II, na 37ª semana de gestação
tério da Saúde do Brasil e pela FEBRASGO para ras- apresenta hipertensão com proteinúria desde a 28ª
treamento e diagnóstico do diabete gestacional? semana. Procurou o pronto-socorro da ginecologia
a) curva glicêmica com 75 g de dextrose, com valores- e obstetrícia com queixa de cefaleia e escotomas. Ao
-limite de 95, 180 e 155 mg/dL, considerando diag- exame físico, apresentava PA= 160 x 110 mmHg, fre-
nóstico com um valor alterado quência cardíaca fetal regular com 154 bpm, altura
b) teste de sobrecarga com 50 g de dextrose, considerando uterina 35 cm, colo grosso, dilatado para 2 cm, sem
diagnóstico quando acima de 140 mg/dL em uma hora atividade uterina. Os exames laboratoriais mostra-

SJT Residência Médica – 2016


123
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

ram plaquetas de 90.000/mm³, alteração das enzimas b) internação hospitalar, propedêutica laboratorial
hepáticas, proteinúria 24 horas com 3 gramas. Qual a para síndrome HELLP, avaliação da vitalidade fetal,
conduta mais adequada? sulfato de magnésio
a) administrar corticoides e anti-hipertensivo, aguar- c) interrupção da gestação
d) prescrição na nifedipina ou metildopa e reavaliação
dar 48 horas e interromper a gestação
da PA após um dia
b) administrar sulfato de magnésio, anti-hipertensivo
para controle do pico hipertensivo e interromper a  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
gestação
c) administrar corticoides e anti-hipertensivo e inter- UNICAMP – 2012
romper de imediato a gestação 77. Primigesta, 25 anos, 32 semanas, queixa-se de cefaleia
d) administrar corticoides e sulfato de magnésio, intensa holocraniana, de início súbito há 30 minutos.
aguardar 48 horas e interromper a gestação Tem diagnóstico de anemia falciforme e é tabagista
e) deixar a paciente em repouso absoluto, administrar (1 maço/dia) há 5 anos. Exame físico: PA = 150 x 90
anti-hipertensivo, fazer curva pressórica. Caso não mmHg; agitada, flexão cervical limitada por dor; sem
déficits focais neurológicos; reflexos osteotendíneos
haja melhora do quadro, interromper a gestação
normais; exame de fita urinária com traços de prote-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ína. Sem alterações relevantes no exame obstétrico e
fetal. O diagnóstico e a conduta são:
a) pré-eclâmpsia grave com iminência de eclâmpsia;
USP-RP – 2012 anti-hipertensivos e sulfato de magnésio, avaliação
75. Paciente, 37 anos de idade, primigesta com 32 sema- clinicolaboratorial, avaliação da vitalidade fetal
nas de gestação é acompanhada no ambulatório de b) crise de falcização; analgesia, hidratação, transfusão
pré-natal de alto risco por hipertensão gestacional sanguínea e interrupção da gestação por cesariana
estando em uso de alfametildopa 750 mg/dia. Na c) pré-eclâmpsia grave; anti hipertensivos e analgési
cos, avaliação clinicolaboratorial, avaliação da vitali-
consulta médica apresenta-se sem queixas. Após 30
dade fetal
minutos de decúbito lateral esquerdo, apresenta PA
d) hemorragia subaracnoidea; acesso venoso calibroso,
= 140 x 90 mmHg, porém com curva de pressão arte- hidratação, oxigenioterapia e tomografia computa-
rial média sistólica de 160 mmHg e diastólica de 105 dorizada de crânio
mmHg. Atividade uterina ausente e BCF = 144 bpm.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
A cardiotocografia mostrou feto ativo e reativo. Qual
é a conduta mais adequada?
UFSC – 2012
a) aumentar a dose de alfametildopa e iniciar corti-
78. Paciente com pré-eclâmpsia, em trabalho de parto,
coide apresenta o traçado de cardiotocografia abaixo.
b) solicitar exames de comprometimento sistêmico e
iniciar hidralazina EV
c) retorno em três semanas com cardiotocografia e
curva pressórica
d) internação para avaliação da vitalidade fetal e reso-
lução da gravidez
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFMG – 2012
76. Você está de plantão na maternidade e recebe uma ges-
tante de 23 anos, primigesta, com queixa de cefaleia,
visão borrada e oligúria. A pressão arterial (PA) é 160 x
100 mmHg, medida da altura uterina 28 cm, batimen-
tos cardíacos fetais 140 bpm). Ao toque vaginal, o colo
uterino está entreaberto, centralizado, 50% apagado.
Diante do quadro descrito, assinale a alternativa que
corresponde à conduta inicial CORRETA para o caso:
a) internação hospitalar, prescrição de hidralazina e in-
terrupção da gestação

SJT Residência Médica – 2016


124
Obstetrícia | Questões para treinamento

Assinale a alternativa que apresenta a interpretação: b) necrose focal da periferia de lobo hepático
a) alcalose fetal c) redução da volemia
b) acidemia fetal d) hemorragia e edema cerebral
c) anemia fetal grave e) disfunção celular endotelial
d) compressão do polo cefálico
e) traçado normal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFPE – 2012
83. Em relação aos inibidores da enzima conversora de
UFSC – 2012
angiotensina e bloqueadores do receptor de angioten-
79. Assinale a alternativa CORRETA.
sina II em pacientes gestantes com doença renal crô-
Gestante chega à emergência com crise convulsiva to-
nica complicada com hipertensão e anemia, é correto
nicoclônica generalizada, sem acompanhante e sem
afirmar que:
documentos. Altura de fundo de útero de 30 cm e com
a) devem ser a primeira escolha medicamentosa
140 batimentos cardiofetais por minuto. Sem sinais b) devem ser associados a diuréticos
de traumatismo e pressão arterial de 180/130 mmHg. c) devem ser usados em associação com a eritropoieti-
O anticonvulsivante de escolha é: na subcutânea
a) fenitoína d) estão contraindicados
b) hidantal
c) diazepam  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) hidralazina
e) sulfato de magnésio
UEL – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 84. Assinale a alternativa que apresenta a má formação
fetal mais frequente em uma paciente diabética tipo
1, com mau controle glicêmico pré-concepcional e no
UFRN – 2012 período de organogênese fetal.
80. A hipertensão gestacional é caracterizada por: a) anencefalia
a) proteinúria maior que 300 mg/24 horas em mulhe- b) encefalocele
res hipertensas, após 20 semanas de gestação c) defeito do septo ventricular
b) proteinúria maior que 300 mg/24 horas em mulhe- d) meningomielocele
res hipertensas, antes de 20 semanas de gestação e) agenesia sacral
c) hipertensão diagnosticada após 20 semanas de ges-
tação e persistente após 12 semanas do parto  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) pressão arterial maior ou igual a 140 x 90, a qual se ma-
nifesta pela primeira vez na gestação e sem proteinúria
UEL – R1 – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 85. Primigesta, 21 anos, diagnosticada com diabetes
mellitus tipo 1 desde os 12 anos de idade, descobre
que está grávida. Fez mau controle glicêmico até en-
UFRN – 2012 tão, devido à não aceitação da patologia. Já fez duas
81. Os critérios laboratoriais para o diagnóstico da Sín- sessões de fotocoagulação a laser por retinopatia. Seu
drome HELLP são: endocrinologista já a informou na última consulta
a) plaquetas abaixo de 100.000 mm3 e ácido úrico da presença de microalbuminúria no seu exame uri-
maior que 5,5 mg/dL nário. Com base no enunciado, assinale a alternativa
b) aspartato aminotransferase maior ou igual a 40 U/L que apresenta a complicação do diabete tipo 1 que
e bilirrubina total maior que 1,2 mg/dL inevitavelmente se agravaria durante a gestação.
c) desidrogenase láctica igual ou maior que 600 U/L e a) retinopatia não proliferativa
esquizócitos no sangue periférico b) gastroparesia
d) hemoglobina abaixo de 8 mg% e níveis pressóricos c) nefropatia diabética
superiores a 160 x 110 mmHg d) retinopatia proliferativa
e) neuropatia diabética
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFPR – 2012
82. Na condução de uma gestante apresentando doença UEL – 2012
hipertensiva específica da gestação (DHEG), pode- 86. Primigesta, 15 anos, gestação de 29 semanas, avalia-
mos encontrar várias alterações na gestante. Entre as das por ecografia realizada com 8 semanas de gravi-
alterações listadas abaixo, assinale a INCORRETA. dez, chega ao pronto-socorro obstétrico queixando-se
a) ausência de reatividade vascular em relação ao hor- de intensa cefaleia frontal não responsiva ao parace-
mônio vasopressor tamol, borramento da visão e epigastralgia intensa.

SJT Residência Médica – 2016


125
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

Ao exame físico, demonstra pressão arterial (PA) = talidade fetal revela feto ativo com índice de líquido
160/120 mmHg, batimentos cardíacos fetais (BCF) = amniótico normal. Conduta:
110 bpm. Ao exame da fita urinária reagente, apre- a) solicitar proteinúria de 24 horas
senta presença de proteínas 4+. A paciente evolui com b) solicitar ultrassonografia obstétrica
quadro de convulsão tonico clônica, rebaixamento do c) aumentar metildopa para 2 g/dia
nível de consciência e salivação abundante. Sobre as d) aguardar trabalho de parto
medidas prioritárias a serem adotadas neste caso, e) indicar cesárea
considere as a firmativas a seguir.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
I. Controle da crise hipertensiva com metildopa.
II. Administração imediata de diazepam endoveno-
so. SUS-SP – 2012
89. São critérios diagnósticos de pré-eclâmpsia grave:
III.Administração imediata de sulfato de magnésio a) edema agudo de pulmão; pressão arterial diastólica
endovenoso. ≥ 100 mmHg
IV. Controle da crise hipertensiva com hidralazina b) oligúria < 1.000 mL/dia; plaquetopenia < 50.000 pla
endovenosa. quetas/mm3
c) pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg; pressão arte-
Assinale a alternativa correta.
rial diastólica ≥ 100 mmHg
a) somente as afirmativas I e II são corretas
d) proteinúria ≥ 5 g/24 horas; edema agudo de pulmão
b) somente as afirmativas I e III são corretas
e) oligúria < 1.000 mL/dia; proteinúria ≥ 5 g/24 horas
c) somente as afirmativas III e IV são corretas
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas SES-SC – 2012
90. Com relação a avaliação da paciente com síndrome
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA hipertensiva na gravidez, assinale a alternativa IN-
CORRETA:
a) considera-se que a hipertensão que aparece antes da
UEL – 2012
20ª semana da gestação não tem causa toxêmica
87. Primigesta de 23 anos e com 39 semanas de gestação
b) frequentemente a toxemia gravídica acontece antes
foi internada devido à elevação dos níveis pressóricos
da 24ª semana
(150/100 mmHg) há dois dias. Seus níveis pressóri-
c) na gravidez nem sempre se acentuam as cifras ten-
cos durante a gestação foram em média de 100/70
sionais de pacientes hipertensas
mmHg. À internação, queixava-se de cefaleia frontal,
d) quando sobre a hipertensão se sobrepõe o quadro
borramento da visão, náuseas, vômitos e dor abdomi-
toxêmico a enfermidade hipertensiva pode ser ace-
nal. Vitalidade fetal preservada à cardiotocografia,
lerada e levar a insuficiência ventricular esquerda
ou seja, categoria I com contrações uterinas espo-
e) as síndromes hipertensivas afetam a evolução da
rádicas. Colo uterino impérvio, posterior. Realiza-
prenhez elevando os índices de interrupção e de
da nova aferição de pressão arterial que evidenciou
mortalidade perinatal devido a inadequado desen-
160/100 mmHg. Fita reagente urinária negativa para
volvimento intrauterino do concepto
proteínas, desidrogenase láctica de 200, plaquetas de
160.000 mm3, TGO de 22, hematócrito de 34%. Com  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
base no enunciado, assinale a alternativa que apresen-
ta a hipótese diagnóstica mais provável.
a) pré-eclâmpsia grave SES-RJ – 2012
b) hipertensão gestacional 91. Assinale a alternativa INCORRETA sobre pré-eclâmp-
c) hipertensão crônica sia:
d) hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superajuntada a) caracteriza-se por hipertensão e proteinúria
e) síndrome HELLP b) está relacionada à ocorrência de macrossomia fetal e
poli-hidrâmnio
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) a endoteliose capilar glomerular é a lesão característica
d) ocorre hemoconcetração
SUS-SP – 2012  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
88. Paciente 3 gesta 1 para (cesárea) 1 aborto (espontâ-
neo), 34 anos, com hipertensão arterial pré-gesta-
cional, em uso de metildopa 1,5 mg/dia, é atendida SES-RJ – 2012
em consulta de pré-natal com 38 semanas. Ao exame: 92. Gestante previamente hígida apresenta os seguintes
pressão arterial = 130 x 90 mmHg; altura uterina = exames com 27 semanas de gestação: Glicemia de je-
30 cm; dinâmica uterina ausente; toque = colo grosso, jum: 110 mg/dL. Glicemia 2 horas pós 75 gramas de
posterior dilatado 2 cm, membranas íntegras, apre- dextrosol: 160 mg/dL. A glicemia de jejum realizada
sentação cefálica; amnioscopia = líquido claro com com 10 semanas de gestação foi de 79 mg/dL. Essa
grumos grossos. Ausência de edemas. Prova de vi- gestação possui como riscos fetais e neonatais:

SJT Residência Médica – 2016


126
Obstetrícia | Questões para treinamento

a) macrossomia fetal Santa Casa-SP – 2012


b) hipocalcemia neonatal 95. Na eclâmpsia o tratamento farmacológico mais indi-
c) hiperbilirrubinemia neonatal cado na emergência é:
d) anomalias cardíacas como defeito do septo átrio a) infusão endovenosa de hidralazina e benzodiazepí-
ventricular e transposição de grandes vasos nico intramuscular
b) nifedipina sublingual e sulfato de magnésio endove-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
noso
c) nifedipina sublingual e benzodiazepínico endove-
SES-SC – 2012 noso
93. Acerca das correlações entre o diabete e a gravidez, d) hidralazina endovenosa e sulfato de magnésio deno-
analise os itens abaixo: minado endovenoso
I. Na gravidez existe normalmente um aumento na e) nitroprussiato de sódio em bomba de infusão e sul-
concentração plasmática de insulina durante o fato de magnésio intramuscular
jejum e resposta exagerada na concentração desse
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
hormônio após descarga glicídica.
II. O incremento da demanda insulínica tolerável
pela mulher normal não é pela gestante diabética Santa Casa-SP – 2012
que potencialmente tem uma diminuição na pro- 96. Em visita domiciliar, o agente de saúde identifica
dução insulínica. óbito de mulher de 32 anos, 21 dias após ter tido alta
hospitalar por parto cesáreo, cuja indicação foi por
III.A tolerância reduzida aos hidratos de carbono não hipertensão arterial grave. O familiar relatou ter en-
é constante durante o período gravídico. contrado a mesma caída, enrijecida e convulsionan-
IV. Durante o 1º trimestre há um aumento da sensibi- do de forma generalizada. Buscou auxílio imediato,
lidade à insulina exógena manifestada por crises que não chegou a tempo. Na investigação, tratava-
hipoglicêmicas. -se de primigesta, sem doenças prévias ou durante a
gravidez, que realizou seis consultas pré-natais e no
V. A utilização permanente de glicose pelo feto seria
oitavo mês deu entrada na maternidade com quadro
uma das causas da hipoglicemia materna no pri-
meiro trimestre. de hipertensão arterial grave, sendo então submetida
ao parto por este motivo. Neste caso podemos afirmar
Está(ão) CORRETO(S):
tratar-se de morte materna cuja causa é:
a) apenas os itens I e II
a) obstétrica direta evitável
b) apenas o item II
b) não obstétrica inevitável
c) todos os itens
c) obstétrica direta inevitável
d) apenas o item IV
d) indeterminada
e) apenas os itens I, IV e V
e) obstétrica indireta relacionada à pré-natal insufi-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ciente

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


SES-RJ – 2012
94. Considere consulta de pré-natal em 17/10/11. Paciente
de 20 anos, primigesta, solteira, DUM 20/06/11, com- PUC-PR – 2012
parece sem queixas. Trouxe exames básicos solicitados 97. São diagnósticos diferenciais fundamentais da
em 05/09/11: tipo sanguíneo: O negativo, glicemia de HELLP síndrome:
jejum 75 mg/dL; anti-HIV (Elisa) negativo; urina tipo a) anemia hemolítica e hepatite viral
I (rotina), sem alterações. Hemoglobina: 11,0 g/dL, b) icterícia obstrutiva e anemia hemolítica microangio-
HTC: 33%, Trouxe cartão de vacina: última dose de to- pática
xoide tetânico há 03 anos. Ao exame: Corada, hidrata- c) hepatite viral trombocitopenia
da. PA: 100 x 60 mmHg; FC: 80 bpm; FR 18 irpm. UF: d) icterícia hemolítica, trombocitopenia e hepatite viral
23 cm; BCF 140 bpm. Sobre assistência pré-natal a esta e) anemia hemolítica microangiopática e trombocito-
gestante, assinale a alternativa CORRETA: penia
a) deve-se solicitar imediatamente a glicemia 2 horas
pós 75 gramas de dextrosol  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) o exame de coombs indireto é dispensável, visto que
a paciente é primigesta
Hospital Angelina Caron – 2012
c) deve-se iniciar sulfato ferroso em doses terapêuticas
para correção da anemia 98. Qual a tríade sintomática da pré-eclâmpsia?
d) segundo a regra de Nagëlle, a data provável do parto a) hipertensão arterial, edema e proteinúria
é 27/03/11 b) hipertensão arterial, edema sem proteinúria
c) hipertensão arterial, dor abdominal em barra e en
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tão proteinúria

SJT Residência Médica – 2016


127
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

d) hipertensão arterial, descolamento de retina e então e) diabete pré-gestacional classe F tem doença corona-
edema riana com evidência clínica
e) hipertensão arterial, descolamento de retina e então
proteinúria  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


HUEC-PR – 2011
103. Um dos fatores presentes no desenvolvimento da do-
CREMESP – 2011 ença hipertensiva específica da gestação é o desen-
99. Se uma primigesta se apresenta com hipertensão no volvimento de proteinúria. São valores diagnósticos
terceiro trimestre, tendo o diagnóstico provável de para doença hipertensiva específica da gestação o
pré-eclâmpsia: aparecimento de proteínas excretadas em amostra de
a) a administração preventiva de AAS protege a ges- urina de 24 horas:
tante de ter convulsões a) 50 mg de proteína em urina de 24 horas
b) a plaquetopenia, ácido úrico elevado e TGO e TGP b) 75 mg de proteína em urina de 24 horas
elevadas caracterizam a síndrome HELLP c) 100 mg de proteína em urina de 24 horas
c) é necessário, para confirmação diagnóstica, a pre- d) 150 mg de proteína em urina de 24 horas
sença de proteinúria de 300 mg/L e) 300 mg ou mais de proteína em urina de 24 horas
d) entre os vários critérios de gravidade se incluem PA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
> 160 × 110 mmHg ou creatinina > 1,2 mg
e) presentes os sintomas de cefaleia, epigastralgia e es-
cotomas caracteriza se a eclampsia UNICAMP – 2011
104. Mulher, 23 anos, procura assistência pré-natal com 12
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA semanas de gestação. Antecedentes: G2P1, parto ce-
sáreo com 35 semanas de gestação por pré-eclâmpsia
COREME – UFG - 2011 grave. Em relação à prevenção da pré-eclâmpsia em
100. A alteração histopatológica renal específica da DHEG gestante de risco, as revisões sistemáticas e meta-aná-
(doença hipertensiva específica da gestação) é a: lises (evidências de nível a) demonstram que:
a) glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) a) a suplementação de cálcio, o uso de anti-hipertensi-
b) glomeruloendoteliose vo e a aspirina infantil reduzem o risco de recorrên-
c) necrose tubular aguda (NTA) cia de doença
d) glomerulolitíase b) a suplementação de cálcio e de magnésio reduz o
risco de recorrência de doença, porém o uso de aspi-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA rina não modifica este risco
c) a suplementação de cálcio e o uso de aspirina redu-
zem o risco de recorrência de doença e o uso de anti-
COREME – UFG – 2011 -hipertensivo não altera este risco
101. O diabete é uma patologia importante na gravidez. d) a suplementação de cálcio não altera o risco de re-
Nesse sentido, o diabetes mellitus gestacional (DMG) corrência de doença e o uso de aspirina e anti-hiper-
a) requer o uso obrigatório de insulina tensivo reduz este risco
b) ocorre na gestante independente de quando o diag-
nóstico foi feito  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) é o tipo em que a gestante permanece diabética após
seis semanas pós-parto
UNICAMP – 2011
d) é aquele diagnosticado durante a gravidez
105. Gestante, 36 anos, G4P3, 29 semanas, procura pron-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA to atendimento, queixando-se de cefaleia occipital há
6 horas. Antecedentes: hipertensão arterial crônica.
Exame físico: PA = 160 x 90 mmHg, FC = 90 bpm e
AMP – 2012 reflexos osteotendinosos profundos exaltados com
102. Segundo a classificação modificada de Priscilla Whi- aumento de área reflexógena. Exame obstétrico: al-
te, para diabetes mellitus, as alternativas abaixo estão tura uterina = 23 cm, batimento cardíaco fetal = 122
corretas, exceto: bpm, dinâmica uterina ausente. Medicações disponí-
a) diabete gestacional A1 é controlada apenas com die- veis: hidralazina comprimidos de 25 mg, nifedipina
ta cápsulas de 10 mg, diazepam 10 mg comprimidos e
b) diabete gestacional A2 é controlada apenas com au- sulfato de magnésio ampolas a 50%. A CONDUTA É:
xílio de insulina a) transferir a gestante imediatamente para o hospital
c) diabete pré-gestacional classe A é controlada apenas de referência
com dieta b) hidralazina 25 mg VO, sulfato de magnésio 50% 1
d) diabete pré-gestacional classe B é iniciada após os 20 ampola IV e diazepam 10 mg VO. Solicitar transfe-
anos ou com duração < 10 anos rência para o hospital de referência após estabilização

SJT Residência Médica – 2016


128
Obstetrícia | Questões para treinamento

c) sulfato de magnésio 50% 2 ampolas IM. Transferên- d) pré-eclâmpsia; sulfato de magnésio via endovenosa
cia para o hospital de referência e) eclâmpsia; resolução por cesárea
d) nifedipina 10 mg e diazepam 10 mg VO e observa-
ção no pronto atendimento. Transferência para o  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
hospital de referência se não houver melhora
UFC – 2011
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
109. Gestante 18 anos, G3P1A1, durante consulta pré-na-
tal apresentou PA 140 x 100 mmHg e proteinúria 24
USP-RP – 2011 horas = 250 mg/L. Realizou ultrassonografia que evi-
106. Mulher, 39 anos de idade, G4P3A0, com 35 semanas denciou gestação de 32 semanas sem anormalidades.
de gestação é acompanhada no ambulatório de pré- Qual a classificação mais adequada para essa condi-
-natal de alto risco por hipertensão arterial crônica, ção clínica?
estando em uso de alfametildopa 1,5 g/dia. Foi ad- a) pré-eclâmpsia leve
mitida no centro obstétrico após crise convulsiva. No b) pré-eclâmpsia grave
exame físico, apresenta PA: 160 x 100 mmHg, pulso c) pré-eclâmpsia superajuntada
de 96 bpm, Dinâmica: ausente, BCF: 130 bpm, colo d) hipertensão crônica
grosso, posterior e dilatado 2 cm, feto cefálico. A con- e) hipertensão gestacional
duta é:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) sulfato de magnésio endovenoso e resolução da ges-
tação
b) corticoide intramuscular por 48 h e controle mater- SUS-SP – 2011
no fetal 110. O médico realiza acompanhamento pré-natal de pri-
c) associar nifedipina via oral e controle materno fetal migesta de 36 anos, sem doenças de base, que desen-
d) hidralazina endovenosa e resolução da gestação volveu quadro de doença hipertensiva específica da
gestação (DHEG) com 34 semanas. Mesmo fazendo
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA uso de alfametildopa 2 g por dia há 7 dias, a pressão
da paciente em repouso alcança 160 × 100 mmHg
em duas medidas com intervalo de duas horas, sem
UFSC – 2011 outros sintomas. Ela se encontra com 37 semanas
107. Uma mulher com hipertensão arterial crônica leve, e o crescimento e a vitalidade fetais estão normais.
fazendo uso de captopril 25 mg duas vezes ao dia, Deve-se:
comparece à primeira consulta do pré-natal, ainda a) indicar o parto pelo quadro clínico materno
no primeiro trimestre. Qual a conduta indicada, de b) manter a medicação anti-hipertensiva após o parto,
acordo com os critérios da medicina baseada em evi- até controle pressórico
dências? c) solicitar biópsia renal após puerpério
a) substituir o captopril por um diurético d) introduzir pindolol para melhor controle pressórico
b) substituir o captopril pela alfametildopa e) administrar sulfato de magnésio pelo risco de evolu-
c) substituir o captopril pela hidralazina oral ção para eclampsia
d) manter o captopril, pois a paciente encontra-se
adaptada à medicação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) interromper a terapia medicamentosa anti-hiper-
tensiva e observar a evolução dos níveis tensionais Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 111. Em paciente com pré-eclâmpsia grave, o diagnóstico
de síndrome HELLP completa é confirmado quando
encontramos:
UFMS – 2011 a) leucocitose, hemólise e trombocitopenia
108. Paciente, 16 anos de idade, primigesta, com idade b) leucocitose, coagulação intravascular e proteinúria
gestacional de 29 semanas, foi admitida no centro c) hemoconcentração, oligúria e coagulação intravas-
obstétrico com PA de 160 x 110 mmHg, negando hi- cular
pertensão prévia. Foi internada e introduzido alfa- d) hemoconcentração, oligúria e enzimas hepáticas
metildopa (1,0 g/dia). AST, hemograma e urina tipo 1 elevadas
foram normais. Três dias depois, mantinha PA de 160 e) hemólise, trombocitopenia e enzimas hepáticas ele-
x 110 mmHg e queixou-se de cefaleia, turvação visual vadas
e epigastralgia. A proteinúria de 24 horas foi de 350
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mg/dia. O diagnóstico e a conduta são:
a) iminência de eclâmpsia; sulfato de magnésio pela via
endovenosa UNIFESP – 2011
b) pré-eclâmpsia; hidralazina via endovenosa 112. Primigesta de 36 semanas, assintomática, apresenta
c) iminência de eclâmpsia; nifedipina via oral PA = 160 × 110 mmHg, edema de membros inferiores

SJT Residência Médica – 2016


129
7 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

e face. Altura uterina = 32 cm, apresentação cefálica, SES-RJ – 2011


colo grosso, posterior, pérvio para 1,5 cm. Cardioto- 113. Primigesta de 16 anos é atendida na emergência, tra-
grafia categoria I. Urina I: proteína 1,5 g/L, plaque- zida por familiares, com relato de perda do nível de
tas 200.000/mm3, transaminases normais. Nesse caso consciência. No cartão de pré-natal, observa-se últi-
deve-se: ma consulta há 15 dias com 36 semanas de gravidez,
a) orientar repouso domiciliar e uso de alfametildopa
PA: 150 x 90 mmHg e ganho ponderal de 1 kg. Ao exa-
750 mg/dia
me de admissão: paciente torporosa, ictérica 3+/4+.
b) orientar repouso domiciliar e controle pressórico di-
ário PA: 160 x 110 mmHg, AFU: 30 cm, BCF +, tônus ute-
c) internar a gestante e então iniciar indução de parto rino normal, ausência de metrossístoles. A conduta
com misoprostol inicial mais adequada, nessa situação, é indicar:
d) internar a gestante, ministrar sulfato de magnésio e a) cesariana imediata
realizar cesárea b) hidratação venosa e lavagem gástrica
e) internar a gestante, controle pressórico com hidrala- c) hidralazina venosa e monitorização da PA
zina e parto com 37 semanas d) hidralazina venosa e início de sulfato de magnésio
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


Gabarito comentado

8 Doença hipertensiva específica da gravidez,


diabete melito e gestação

1. Segundo ADA, 2010, em teste oral de tolerância a glicose elevada com nova medida a um intervalo de pelo menos 20
75 (TOTG 75) de três dosagens, os valores de referencia minutos, e segundo verificar se há proteinúria significativa.
são: jejum 92mg/dL, 1h pós sobrecarga 180 mg/dL e 2 h pós A ultrassonografia se justifica, nesse caso, porque a altura
sobrecarga 153 mg/dL. Qualquer medida maior ou igual a uma uterina está menor que o esperado para a idade gestacional,
dessas referências indica a presença de diabetes gestacional. sendo a restrição de crescimento fetal uma hipótese. Cefaléia
No caso o jejum é maior que a referência e a medida de duas frontal não é sinal de iminência de eclampsia, apenas a
horas é igual, portanto há diabetes gestacional. Resposta d. occipital. Resposta a.

2. A presença de pressão arterial elevada e sintomas de 4. O enunciado dessa questão foi mal formulado. Há,
cefaleia, epigstralgia e/ou escotomas indica iminência como diagnóstico, uma gestação em curso, entretanto pré-
de eclampsia, cuja presença nem sempre requer níveis
eclâmpsia e hipertensão transitória não estão descartados,
extremamente elevados de pressão arterial. Nesses casos, se
tanto que se solicita proteinúria e nova medida de pressão
a idade gestacional for maior que 34 semanas está indicada
arterial será realizada. Resposta b.
resolução da gravidez, mas apenas estabilização do quadro
após administração de sulfato de magnésio. A via de parto
será de indicação obstétrica, não sendo a eclampsia ou 5. A presença de leucocitúria importante, associada a
sua iminência, indicações de cesariana. Cabe ressaltar que discreta hematúria, bacteriúria e presença de nitritos na
iminência de eclampsia é uma forma de pré-eclâmpsia grave. urina torna a hipótese de ITU bastante provável e, sendo a
Resposta b. mulher gestante, independentemente dos sintomas, deve ser
tratada. Outra alteração é notada em TOTG 75 de 3 dosagens:
3. A questão apresenta uma mulher com aumento de pressão todos os valores estão acima da referência de normalidade
arterial (140x90 mmHg) em medida única, já que medidas (92/180/153). Havendo um ou mais valores alterados neste
do pré-natal eram normais. Como há elevação após 20 exame, em grávida sem conhecimento de diabetes prévio,
semanas não se pode descartar pré-eclâmpsia. Entretanto, o diagnóstico é diabetes gestacional. Deve-se iniciar dieta e
para esse diagnóstico é preciso: primeiro confirmar a pressão encaminhar gestante ao alto risco. Resposta a.
131
8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

6. A presença de hipertensão em qualquer momento após 20 controle deve ser realizado com administração de sulfato de
semanas, associada a proteinúria de ao menos 300mg em 24 magnésio por 24 horas. Mesmo em pós-comicial a medicação
horas caracteriza a pré-eclâmpsia. O ganho de peso de mais deve ser administrada para evitar recidiva.
de um quilograma por semana às custas de edema constitui- Caso haja mais de 34 semanas não há dúvida de que se deve
se em importante fatore preditivo da doença. Resposta b. resolver a gestação, mas apenas após estabilização do quadro.
Resposta b.
7. Embora no Brasil a ultrassonografia não seja obrigatória no
pré-natal de baixo risco, na Inglaterra, onde se encontra o maior 12. Não há dúvidas de que a presença de iminência
centro de Medicina Fetal do mundo, orienta-se ultrassonografia de eclampsia ou eclampsia após 34 semanas deve ser
morfológica de 2o trimestre rotineiramente, sendo que este acompanhada de interrupção da gestação, pela via obstétrica.
deve ser realizado entre 20 e 24 semanas. No caso apresentado O tratamento dessas condições é feito com sulfato de
ainda há dois riscos para malformações: a idade materna magnésio, mas a impregnaçãoo da medicação pode trazer
avançada e diabetes descompensado no início da gravidez, efeitos colaterais a depender da dose:
de modo que, estando em tempo, o morfológico é indicado € 7-8 mEq/L – dose terapêutica
como forma de rastrear as anomalias fetais. Cariótipo apenas € 10-11 mEq/L – abolição de reflexos patelares
é indicado na presença de alteração morfológica preditora de
cromossomopatia. Provas de vitalidade fetal (perfil biofísico, € 14-15 mEq/L – depressão respiratória
cardiotocografia e doppler) são realizadas apenas após a € 30 mEq/L – parada cardíaca.
viabilidade, ou seja, após 26 semanas. Resposta a. Diante da redução da frequência respiratória é preciso
administrar o antídoto do sulfato, ou seja, o gluconato de
8. A doença hipertensiva específica da gravidez é decorrente cálcio. Resposta e.
de vasoconstrição generalizada por aumento de substâncias
como endotelina e tromboxana. É dividida em leve e grave, 13. Os sinais e sintomas de iminência de eclampsia são: dis-
sendo classificada do segundo modo quando há pressão túrbios visuais, em especial escotomas; dor em andar su-
arterial muito elevada (maior ou igual a 160x110 mmHg), perior do abdome, que pode ser percebida como náuseas e
ou lesão de órgão alvo (rins, cérebro, fígado, coração, vômitos; cefaleia occipital; hiperreflexia. Não são necessários
placenta). A lesão placentária mais grave é conhecida como todos os sintomas para se caracterizar o quadro, bastando
Descolamento Prematuro de Placenta, situação em que apenas um, desde que acompanhado de aumento dos níveis
este órgão se desprende de sua inserção deixando os vasos pressóricos. Resposta d.
que a irrigavam abertos e sangrantes em grande monta.
A persistência do quadro gera liberação exacerbada de
fatores de coagulação para tentar, sem sucesso, estancar 14. Pré-eclâmpsia é definida como a presença de hipertensão
o sangramento. Está instalada a coagulação intravascular iniciada após a 20a semana de gravidez, acompanhada de
disseminada. Resposta c. proteinúria de, ao menos, 300 mg em 24 horas. Resposta a.

9. As medicações anti-hipertensivas em gestações dividem-se 15. Esta questão é inadequada e fora de propósito, além de
em dois grupos: estar desatualizada. Hoje o diagnóstico de diabetes é feito
€ antihipertensivos emergenciais – para casos em que com TOTG 75 de 3 dosagens (jejum, 1h e 2h pós sobrecarga
a pressão arterial diastólica seja maior ou igual a 110 de glicose), considerando um valor diabetes na presença de
mmHg, para abaixar imediatamente a PA e retirar a mu- um único valor, entre as referencias (92-180-153), alterado.
Antigamente, usava-se uma única dosagem após 2 horas da
lher do risco associado. O representante preferencial é hi-
sobrecarga de glicose e considerava-se diabetes se seu valor
dralazina, sendo nitroprussiato usado em casos especiais.
fosse maior que 140 mg/dL. Resposta d.
€ Antihipertensivos de manutenção – para manter a pres-
são arterial em níveis adequados, sem a necessidade de 16. O caso apresenta vários motivos para se antecipar uma
baixa-la imediatamente, ou seja, a pressão diastólica é gravidez com maturidade fetal:
menor que 110 mmHg. As medicações preferenciais nes- € síndrome HELLP dada a plaquetopenia e enzimas he
ses casos são alfametildopa e pindolol, pela maior eficácia páticas elevadas;
e baixos riscos associados. Resposta d.
€ oligodramnia – que decorre de insuficiência placentária;
10. A intoxicação por sulfato de magnésio reduz a € diástole zero em umbilical – que mostra grave compro-
transmissãoo neuronal em sinapses e leva a relaxamento metimento da função placentária. Há lesão de grande
muscular. Assim, a princípio produz redução de reflexos, parte da placenta, território de irrigação das artérias um-
posteriormente aparece depressão respiratória, até que, bilicais, que deparam com alta resistência não vencida
finalmente, ocorra a parada cardíaca caso nenhuma atitude pela pressão diastólica.
corretiva seja adotada. Resposta c. Deve-se rescrever hipotensor de ação rápida (hidralazina)
pois a pressão arterial diastólica é maior ou igual a 110 mmHg.
11. Convulsões tônico-clônicas generalizadas em mulheres Alguns autores ainda advogam uso de sulfato de magnésio
com pressão elevadas, especialmente se não as tinham antes em casos de preeclampsia grave, mesmo sem iminência de
da gravidez, devem ser classificadas como eclampsia. Seu eclampsia, como forma de prevenir crises convulsivas.

SJT Residência Médica – 2016


132
Obstetrícia | Gabarito comentado

O grave comprometimento da função placentária não 22. O sulfato de magnésio é de excreção renal, de modo
permite ao feto resistir a reduções de aporte sanguíneo que na sua administração deve-se manter diurese de ao
promovidas pelas contrações uterinas, indicando-se cesa- menos 25 mL/h. Isso porque sua impregnação pode trazer
riana. Resposta d. consequências graves como redução de reflexos, depressão
respiratória e até parada cardíaca. O nível terapêutica de
17. Pré-eclâmpsia é definida como a presença de hipertensão magnésio é em torno de 7 a 8 mEq/L, havendo depressão
iniciada após a 20a semana de gravidez, acompanhada de respiratória quando seus valores séricos são de 12 mEq/L e
proteinúria de, ao menos, 300 mg em 24 horas. A paciente parada cardíaca se atingirem 25 mEq/L.
em questão obedece a estes critérios. Resposta b. A redução da diurese e hiporreflexia requerem interrupção da
administração do sulfato, enquanto a redução da frequência
18. A presença de cefaleia e epigastralgia na concomitância respiratória (abaixo de 12 mrpm) requer o uso do antídoto, o
com hipertensão leva à hipótese diagnóstica de iminência gluconato de cálcio. Resposta a.
de eclampsia. Esta é uma complicação da pré-eclampsia,
que em sua presença é considerada grave. A conduta, 23. A presença de escotomas, cefaleia occipital e/ou dor
independentemente de se pensar em resolução, deve-se epigástrica em gestante hipertensa traz como principal
voltar para estabilização do quadro. Isto envolve sulfato de hipótese diagnóstica a iminência de eclampsia e o tratamento
magnésio para prevenir convulsão e hidralazina para reduzir deve ser a ela direcionado. Assim, administra-se sulfato
a pressão arterial já que a mesma tem diástole maior que de magnésio para evitar a convulsão, em seguida usa-se
110mmHg. É preciso ainda verificar se há síndrome HELLP hidralazina para redução de pressão arterial caso a diastólica
concomitante, ou mesmo insuficiência renal, por meio de seja maior ou igual a 110 mmHg. A resolução da gravidez
exames laboratoriais. Resposta c. será considerada apenas depois da estabilização materna.
Enfim, a prioridade é retirar a paciente do risco de crise
19. São critério de Sibai para síndrome HELLP: convulsiva, administrando-se sulfato de magnésio em
€ anemia com presença de esquizócitos; primeiro lugar. Resposta e.

€ DHL acima de 600 UI/L; 24. O TOTG 75 (teste oral de tolerância à glicose 75g)
€ Plaquetopenia menor que 100.000/mm3; consiste em medida da glicemia de jejum, seguida de novas
medidas glicêmicas uma e duas horas após sobrecarga de 75g
€ TGO acima de 70 UI/L; de dextrose. Para se considerar exame normal é preciso que
€ Bilirrubina maior que 1,2 mg/dL. Resposta e. a glicemia de jejum não atinja o valor de 92 mg/dL, a de 1
hora pós sobrecarga seja inferior a 180 mg/dL e de 2h menor
20. As convulsões da eclampsia geralmente se acompanham que 153 mg/dL. Caso se atinja ou se ultrapasse, no exame,
qualquer uma dessas referencias será feito diagnóstico de
de febre, dado envolvimento cerebral do centro termorregu-
diabetes gestacional. Resposta c.
lador. Como são consequência de preeclampsia podem se
acompanhar das outras complicações dessa doença, como
25. A redução inesperada e progressiva de níveis glicêmicos
síndrome HELLP (e sua consequente coagulopatia por
em mulheres diabéticas mostra que houve queda de
alteração da função do fígado, principal produtor de fatores
resistência periférica a ação da insulina, provavelmente
de coagulação), lesão cardíaca com insuficiência do órgão,
decorrentes de menor produção de seus contrarreguladores,
lesão renal. Resposta d. em especial do o hormônio lactogênio placentário (HLp).
Como o nome diz, o HLp é produzido na placenta e sua
21. A presença de hipertensão que surge a qualquer momento queda indica insuficiência deste órgão.
da gestação após 20 semanas, acompanhada de proteinúria Enfim, com insuficiência placentária há redução na produção
de ao menos 300 mg em 24 horas caracteriza a pre-eclampsia. de HLp, contrarregulador da insulina, que por sua vez pode
Nesta pode haver complicações maternas como síndrome atuar melhor promovendo queda nos níveis glicêmicos.
HELLP, eclampsia, insuficiência cardíaca e renal, além de Resposta b.
fetais com sofrimento por insuficiência placentária.
No caso, falta avaliar proteinúria de 24 horas para diagnóstico 26. A alternativas da questão com época de descrição da
definitivo. É importante também promover redução da síndrome e índices de mortalidade são de baixo conhecimento
pressão arterial com antihipertensivos de manutenção geral, entretanto a alternativa a está bem errada. Não se
(metildopa, pindolol), indicados quando a pressão considera haver síndrome HELLP apenas na vigência de
diastólica é maior ou igual a 100 mmHg. Ressalta-se que convulsões (eclampsia), mas como complicação possível de
antihipertensivo emergencial (hidralazina) somente é usado qualquer forma de pré-eclâmpsia. A sigla HELLP realemnte
quando a PA diastólica atinge 110 mmHg. significa o que está na letra b: hemólise, elevação de enzimas
As complicações maternas são investigadas com rotina hepáticas e plaquetopenia. Resposta a.
hipertensiva, que envolve: hemograma, DHL, TGO, TGP.
Bilirrubinas, uréia, creatinina, urina I, coagulograma, em 27. O aumento da pressão arterial em qualquer momento
busca de HELLP e insuficiência renal. após 20 semanas, associado a proteinúria de 300 mg em 24 h
Em pre-eclampsia, caso se consiga o controle, pode-se realizar é considerado doença hipertensiva específica da gestação (pré
o parto com 37-38 semanas. Resposta c. eclâmpsia). Esta acompanha se de edema generalizado, que

SJT Residência Médica – 2016


133
8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

por sua vez promove ganho de peso excessivo. Embora a falta € Hipertensão sobreposta – mistura das duas anteriores.
da medida da proteinúria não permita se firmar o diagnóstico € Hipertensão transitória (gestacional) – aumento da pres-
definitivo, os elementos clínicos levam a crer tratar-se de são após 20 semanas sem proteinúria significativa. Res-
doença hipertensiva específica da gestação. Resposta c. posta b
28. Segundo a Associação Americana de Diabetes, deve-se
32. Neste caso apresentado temos uma mulher com hipertensão
investigar o DM em todas as gestantes. Mulheres de baixo
na gravidez, em uso de anti hipertensivo. Uma das complicações
risco serão submetidas em primeira consulta a glicemia de
desta doença é a eclampsia (convulsões) cuja iminência pode ser
jejum e, sendo essa maior ou igual a 85mg/dL, devem realizar
reconhecida na presença de um dos seguintes sintomas: cefaleia
teste oral de tolerância à glicose após ingestão de 75g de
occipital, escotomas e epigastralgia.
dextrose (TOTG 75). Caso o valor da glicemia de jejum seja
O tratamento medicamentoso, tanto para a eclampsia
menor que 85mg/dL, ainda assim se fará o TOTG 75, mas
quanto para sua iminência, deve ser realizado com sulfato
apenas com 24 a 28 semanas.
de magnésio, que compete com cálcio na transmissão do
As gestantes de alto risco serão rastreadas diretamente com
estímulo neuronal e cessa as convulsões ou evita que elas
TOTG75.
ocorram. Resposta b.
Não se pode confundir o TOTG, em que se mede glicemia em
jejum, 1 e 2 h pós sobrecarga, com perfil glicêmico, que são
33. A presença de hipertensão associada a proteinúria
medidas de glicemia em jejum e 1 ou 2 h após cada refeição
significativa após 20 semanas caracteriza a pré-eclâmpsia,
para avaliar eficácia terapêutica. Resposta d.
que pode inclusive se sobreajuntar a hipertensão crônica pré-
existente.
29. A pré-eclâmpsia provavelmente ocorre por ausência de
Uma das mais relevantes consequências da pré-eclâmpsia
segunda onda de invasão trofoblástica, que ocorreira por
é a eclampsia, caracterizada por crises convulsivas tônico-
volta de 20 semanas. Com isso há menor destruição da
clônicas generalizadas. Felizmente essas convulsões podem
camada elástica de ramos das artérias uterinas responsáveis
ser preditas na maioria dos casos, com um dos sintomas que
por irrigar a placenta. A resistência das uterinas então se
revelam sua iminência, a saber: cefaleia occipital, alterações
mantém alta de modo a dificultar a passagem de sangue,
visuais (como escotomas) e epigastralgia.
especialmente na diástole (quando a pressão é menor), o
Para abortar as crises convulsivas ou evitar que elas ocorram
que é traduzido, ao Doppler, por incisura protodiastólica.
é preciso administrar sulfato de magnésio. Resposta e.
Resposta c.
34. A síndrome HELLP se caracteriza por hemólise, lesão
30. Toda pré-eclâmpsia grave deve ser internada para
hepática e plaquetopenia; não obstante a lesão do fígado
compensação. Na internação é preciso buscar adequação
pode ser extensa o suficiente para alterar sua função, como
dos níveis pressóricos, em geral com hidralazina, pois
produção de fatores de coagulação. Posto isto, o melhor
costumeiramente essas pacientes tem pressão diastólica
parto para estas mulheres é aquele que se associa a menor
maior que 110mmHg. Avaliação da vitalidade fetal também
sangramento. Ou seja, o parto vaginal. Obviamente, em
é importante, porque pode ocorrer menor aporte sanguíneo
determinadas situações, como CIVD materna ou sofrimento
placentário. Repouso em DLE para melhorar o retorno
fetal, isso não será possível.
venoso, evitando-se compressão uterina da veia cava,
As anestesias raquidiana ou peridural podem ser usadas
também é importante.
desde que não haja distúrbio de coagulação e as plaquetas
A busca de complicações com lesão de órgãos alvo, por meio
estejam acima de 50000/mm3, do contrário aumenta-se
de rotina hipertensiva, é obrigatória. Caso haja sinais de
o risco de sangramento no local da punção e no sistema
iminência de eclampsia (epigastralgia, escotomas, cefaleia
nervoso central.
occipital) administra-se sulfato de magnésio. Alguns autores
Embora a referida síndrome seja geralmente decorrente de
preferem administrar tal medicação profilaticamente em
pré-eclâmpsia, ela pode ocorrer espontaneamente e, mesmo
casos de DHEG grave. De qualquer forma, ao se administrar
que acompanhe hipertensão, não são obrigatórios níveis
sulfato, é necessário observar diurese e reflexos, já que a
tensionais muito elevados. Resposta b
medicação tem excreção renal e reduz a transmissão de
impulsos neuronais.
35. A que se diferenciar pré-eclâmpsia de hipertensão
Como há alto risco de antecipação do parto, corticoidoterapia
crônica. A primeira caracteriza-se por início após 20
para acelerar a maturidade fetal é necessária se a idade
semanas e proteinúria maior ou igual a 300 mg/24h. Este
gestacional estiver entre 26 e 34 semanas. Resposta d.
quadro hipertensivo geralmente pedura por até 42 dias (6
semanas) pós parto.
31. Hipertensão será diagnosticada se os níveis sistólicos
As principais consequências da doença são síndrome
forem maiores ou iguais a 140 mmHg ou os diast;olicos
HELLP, que se caracteriza por plaquetopenia (abixo de 100
maiores ou iguais a 90 mmHg. Na gestação, ela pode ser
mil), anemia hemolítica (Hb< 11, DHL > 600, BT > 1,2
dividida em:
e esquizócitos no sangue) e lesão hepática (TGO > 70), e
€ pré-eclâmpsia – aumento da pressão após 20 semanas
eclampsia (convulsões), cujo tratamento é melhor realizado
com proteinúria de 24h acima de 300mg. com sulfato de magnésio.
€ Hipertensão crônica – aumento da pressão diagnosticado As consequências graves serão mais prováveis em crisis
antes de 20 semanas, mesmo que previamente à gestação. hipertensivas, ou seja, quando a pressão diastólica atinge

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134
Obstetrícia | Gabarito comentado

110 mmHg, de modo que a mesma deve ser combatida com tratamento deve ser feito com sulfato de magnésio e dado
uso de hidralazina (preferencial) ou nifedipina. Resposta: A o risco convulsivo é indicativa de resolução da gravidez em
idades gestacionais maiores que 34 semanas, sendo a via de
36. A gestante apresentada iniciou aumento da pressão arterial parto de indicação obstétrica, ou seja, normal a princípio. O
em idade gestacional superior a 20 semanas e proteinúria uso de hidralazina para redução imediata da pressão arterial
maior que 300 mg em 24 horas, caracterizando pré-eclâmpsia. apenas se indica se a pressão diastólica for maior ou igual a
Era preciso avaliar as principais consequências maternas, 110 mmHg. Resposta d.
como eclâmpsia e síndrome HELLP, ambas descartadas pela
ausência de sintomas de iminência (epigastralgia, escotomas, 42. A presença de hipertensão associada a proteinúria de ao
cefaleia) e exames normais. menos 300 mg/24h ou uma cruz em amostra isolada, após
Igualmente é necessária a avaliação da vitalidade fetal, 20 semanas, caracteriza pré-eclâmpsia. Esta pode ser leva ou
sendo o Doppler a melhor opção, dado que a insuficiência grave, e a gravidade depende de níveis tensionais sistólicos
placentária é outra consequência possível da pré-eclâmpsia. maiores ou iguais a 160mmHg ou diastólicos maiores ou
O ducto venoso apenas se altera na lesão cardíaca hipóxica iguais a 110mmHg. Também será considerada gravidade a
e indica grave comprometimento do bem estar do feto, presença de complicações, sendo as principais:
inclusive associando-se a acidose metabólica. A conduta deve
€ iminência de eclampsia/eclampsia – convulsões ou sua
ser a resolução via alta uma vez que o feto não possui reservas
para suportar as reduções de aporte sanguíneo promovidas iminência, caracterizada por epigastralgia, ecotomas ou
pelas contrações uterinas. Resposta d. cefaleia occipital;
€ síndrome HELLP – em que há hemólise microangiopáti-
37. No caso o examinador apresenta uma série de exames ca e lesão renal e sua caraterização depende da presençaa
iniciais normais e, posteriormente, afirma que foi feito dos seguintes critérios (todos): anemia, esquizócitos no
diagnóstico de diabetes gestacional. Nesta doença as medidas sangue periférico, DHL maior que 600, bilirrubinas totais
iniciais devem ser adequação da dieta e mudanças de estilo de maiores que 1,2, plaquetopenia menor que 100 mil, TGO
vida, especialmente com incorporação de exercícios físicos. menor que 70.
Nestes são expostos receptores GLUT4 nas fibras musculares
€ Insufuciência renal – caracterizada por oligúria, creati-
o que facilita a absorção de glicose. Essas medidas citadas
nina maior que 1,2 ou proteinúria de 24 horas maios ou
são suficientes para mais 50% das mulheres com diabetes
igual a 2g (ou 5g segundo alguns autores).
gestacional, ficando o uso de medicações reservado para a
falha nessa conduta. Resposta c. € Restrição de crescimento fetal – por insuficiência placen-
tária. É suspeitada pela altura uterina reduzida e confir-
38. A presença de hipertensão associada a cefaleia occipital, mada ao USG.
escotomas e/ou dor epigástrica caracteriza a iminência de No caso há hipertensão com proteinúria (pré-eclampsia
eclampsia, cujo tratamento é feito com sulfato de magnésio. provável), o pressão diastólica é 110 mmHg (gravidade) e a
Caso a pressão diastólica esteja maior ou igual a 110 mmHg altura uterina é reduzida (restrição de crescimento provável).
é preciso ainda administrar antihipertensivo emergencial, Resposta a.
sendo para tanto a melhor escolha a hidralazina. Resposta b.
43. Não se pode confundir o diagnóstico de diabetes
39. Infelizmente até a presente data não se provou nenhuma gestacional com pesquisa de diabetes e intolerância à
medida altamente eficaz na profilaxia de pré-eclâmpsia. glicose pós parto. É recomendável, a mulheres que tiveram
Alguns estudos, contudo, mostraram algum benefício com
diabetes na gestação, pesquisar a persistência da doença
uso de AAS, pois o mesmo reduziria a ação de tromboxane,
de 42 a 60 dias pós parto. O exame a ser realizado é TOTG
um vasoconstritor. Seu uso fica indicado para mulheres
75, considerando se a medida duas horas pós sobrecarga.
de alto risco para a doença, como as que apresentam alta
Valores entre 140 e 200 sinalizam intolerância oral à glicose e
resistência vascular em artérias uterinas. Resposta b.
consequente risco cardiovascular futuro, devendo-se indicar
exercícios e adequação dietética. Caso o valor seja maior ou
40. Gestante ou puérpera, sem antecedentes de epilepsia, que
igual a 200 pode-se diagnosticar diabetes persistente (tipo 2).
convulsiona deve-se considerar como hipótese principal a
Resposta d.
eclampsia. Em 30% das vezes, inclusive, ocorre no puerpério,
especialmente nas primeiras 48 horas pós-parto, embora
44. A presença de hipertensão associada a proteinúria de ao
possa ocorrer ainda mais tardiamente. O tratamento
medicamentoso é feito com sulfato de magnésio e, como menos 300 mg/24h ou uma cruz em amostra isolada, após
em todos os casos de eclampsia, deve-se fazer avaliação 20 semanas, caracteriza pré-eclâmpsia. Esta pode ser leva ou
laboratorial para verificar se há concomitância com síndrome grave, e a gravidade depende de níveis tensionais sistólicos
HELLP ou lesão renal. Resposta b. maiores ou iguais a 160mmHg ou diastólicos maiores ou
iguais a 110mmHg. Também será considerada gravidade a
41. A presença de hipertensão associada a um dos seguintes presença de complicações, sendo as principais:
achados: epigastralgia, escotomas (ou outras alterações € iminência de eclampsia/eclampsia – convulsões ou sua
visuais), cefaleia occipital ou hiperreflexia, traz como iminência, caracterizada por epigastralgia, ecotomas ou
principal hipótese diagnóstica a iminência de eclampsia. O cefaleia occipital;

SJT Residência Médica – 2016


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8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

€ síndrome HELLP – em que há hemólise microangiopáti- Critérios diagnósticos para o diabetes gestacional
ca e lesão renal e sua caraterização depende da presençaa
TOTG alterado (veja o quadro abaixo)
dos seguintes critérios (todos): anemia, esquizócitos no
GJ ≥ 126 mg/dL (em duas ocasiões)
sangue periférico, DHL maior que 600, bilirrubinas totais HbA1c ≥ 6,5% (em duas ocasiões)
maiores que 1,2, plaquetopenia menor que 100 mil, TGO GJ ≥ 126 mg/dL e HbA1c ≥ 6,5%,
menor que 70. GJ ≥ 200 mg/dL + GJ ≥ 126 mg/dL ou HbA1c ≥ 6,5%
€ Lesão renal – caracterizada por oligúria ou creatini- GJ: glicemia de jejum.
na maior que 1,2 ou ainda proteinúria maior ou igual a
2g/24h (ou 5g/24h segundo alguns autores). Diagnóstico do diabetes gestacional (DMG),
utilizando o TOTG 75 g-2 horas
€ Restrição de crescimento fetal – por insuficiência placen-
tária. É suspeitada pela altura uterina reduzida e confir Consenso da SBD/
IADPSG; ADA; IDF**
mada ao USG. Resposta a. Febrasgo; ACOG*
Jejum 95 mg/dL 92 mg/dL
45. Pré-eclâmpsia é definida pelo aumento da pressão arterial 1 hora 180 mg/dL 180 mg/dL
apos 20 semanas, associada a proteinúria de ao manos 300 2 horas 155 mg/dL 153 mg/dL
mg/24h, quase invariavelmente com edema. Assim sendo,
sem estes parâmetros não há a doença e ele obviamente ADA: American Diabetes Association; SBD: Sociedade Bra-
são os primeiros a serem anotados. Demais condições são sileira de Diabetes. Febrasgo: Federação Brasileira das Asso-
consequências do quadro inicial. Resposta a. ciações de Ginecologia e Obstetrícia; ACOG: American Col-
lege of Obstetricians and Gynecologists; IADPSG: Interna-
46. O diagnóstico de diabetes gestacional pode ser firmado, tional Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups.
em qualquer momento da gravidez, quando da presença de
duas glicemias de jejum maiores que 126 mg%, ou qualquer * Diagnóstico estabelecido pela detecção de, pelo menos, 2
dextro maior que 200 mg%. pontos de curva.

A conduta inicial do diabetes gestacional será introdução ** Diagnóstico estabelecido pela detecção de 1 ou mais pon-
de dieta e avaliação da eficácia da mesma por meio de perfil tos da curva.
glicêmico (medidas de glicemias de jejum e pós-prandiais) O painel de consenso da International Association of Dia-
após uma ou duas semanas. Cerca de 50% das grávidas apre- betes and Pregnancy Study Groups (IADPG), publicado em
sentam melhora somente com dieta, sendo o uso de insulina 2010, sugeriu que os critérios diagnósticos para o DMG fos-
restrito na falha da terapia dietética. Resposta a. sem fundamentados nos achados do HAPO (Hyperglicemia
and Adverse Pregnancy Outcomes), um estudo observacio-
47. A gestante da questão tem fatores de risco para diabetes nal cujo objetivo foi encontrar o exato ponto de corte que as-
gestacional, como obesidade e macrossomia anterior. Nesse socia a hiperglicemia materna a eventos perinatais adversos.
caso, para diagnóstico da doença realiza-se teste oral de to- Foram sugeridos, então, novos valores de corte para o TOTG
lerância a glicose de três dosagens com sobrecarga de 75 g 75 g - 2 horas: glicemia de jejum > 92 mg/dL, após 1 hora >
de dextrose. Neste exame, mede-se a glicemia de jejum e 1 180 mg/dL e após 2 horas > 153 mg/dL . A demonstração de
e 2 horas após sobrecarga de 75 g de dextrose, sendo valores um desses valores já leva ao diagnóstico de DMG.
normais menores que, respectivamente, 92/180/153 (segun- Neste momento a melhor estratégia é monitorar a glicemia
do ADA – American Diabetes Association, que difere do Mi- capilar pós-prandial que deve estar < 140 mg/dL 1 hora pós-
nistério da Saúde – 85/180/155). Pelo mesmo ADA, apenas -prandial e 2 horas pós-prandial < 120 mg/dL, como parâ-
um valor alterado é suficiente para firmar diabetes gestacio- metros de adequado controle metabólico desta paciente.
nal. Na questão, pelas alternativas, fica fácil perceber que a Resposta d.
referência é o ADA. Resposta d.
49. A pré-eclâmpsia (PE) manifesta-se em geral, após a 20ª
48. Habitualmente, o diagnóstico do DMG se estabelece por semana de gestação ( exceto quando houver mola hidati-
TOTG realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Nesse forme) e é definida como a presença de HAS e proteinúria
teste varia a quantidade de glicose anidra administrada (75 significativa ( igual ou maior que 300 mg em uma coleta de
ou 100 g), a duração do teste (duas ou três horas) e os valores urina de 24 horas). A HAS percebida antes da 20ª semana
da curva, de acordo com padronizações e critérios adotados após o parto é classificada como hipertensão arterial sistê-
pelas diversas sociedades médicas. Um recente consenso mica crônica, não específica da gestação. Essas pacientes na
elaborado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a maioria das vezes, têm HAS essencial. Trata-se de doença
Federação Brasileira das Associações e Obstetrícia (Febras- sistêmica, associada ao aumento da reatividade vascular. Po-
go) propôs a utilização do TOTG de 2 horas com 75 g de demos afirmar que a PE é caracterizada por um estado de
glicose anidra (TOTG 75 g/2 horas), usando como pontos de vasoespasmo, hipercoagulabilidade, coagulação intravascu
corte 95 mg/dL (jejum), 180 mg/dL (1 hora) e 155 mg/dL (2 lar, microtrombos em vários órgãos e fluxo uteroplacentário
horas). O diagnóstico de DMG é confirmado pela detecção inadequado. A PAS persistente maior ou igual a 160 mmHg
de dois ou mais valores que igualam ou excedam os limites ou PAD maior ou igual a 110 mmHg, a proteinúria de 24
estabelecidos. horas superior a 5 g, ou diurese < 25 mL/hora, assim como

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136
Obstetrícia | Gabarito comentado

os demais critérios expostos no capítulo 12 da sua apostila 52. O nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio, veio a ser
definem PE.Durante a gestação normal, as células do cito- escolhido como o melhor agente tocolítico para sustar o PPT
troflobasto invadem as arteríolas espiraladas, substituindo (tocólise aguda), assim como para manter a quiescência ute-
as células endoteliais, mimetizando um novo endotélio e rina (tocólise de manutenção) após controlada a fase aguda.
destruindo a musculatura da camada média dessas artérias. O objetivo primeiro do tocolítico é possibilitar que a gravi-
Essas modificações fazem com que a artéria aumente seu ca- dez continue por 48 horas a 7 dias após a tocólise aguda; a
libre e permita um maior aporte de sangue para a placenta. tocólise de manutenção visa prolongar a gravidez até 34 a 37
Na pré-eclâmpsia, essa invasão não vai ocorrer de maneira semanas.
completa: as artérias terão um calibre reduzido e o aporte
sanguíneo para a placenta, consequentemente, será menor. A dose ótima inicial do nifedipino é a de 10 mg oral (ou su-
No fenômeno de invasão trofoblástica normal, o trofoblasto blingual). Se as contrações persistirem, essa dose pode ser
extraviloso (TEV) atinge as arteríolas espiraladas miome- repetida a cada 15 a 20 minutos até a dose máxima de 40 mg
triais já em torno de 6 a 8 semanas de gravidez, promovendo, durante a 1ª hora do tratamento, e então 20 mg oral a cada
nesse momento, verdadeira obstrução do fluxo sanguíneo 6 a 8 horas por 2 a 3 dias. A dose eficaz e segura na gravidez
que banha os espaços intervilosos. Essa forma de desenvolvi- gemelar e na RPMP ainda não foi definida, assim como as re
mento permite que a gravidez se desenvolva inicialmente em percussões tardias no recém-nascido exposto a esse bloque-
um ambiente hipóxico, protegendo as células fetais do exces- ador de canal de cálcio. Na tocólise de manutenção a dose
sivo aporte de O2. À medida que a gestação progride, o TEV seria de 20 mg a cada 4 a 6 horas.
promove um desarranjo da camada muscular das arteríolas Efeitos adversos graves (0,9% dos casos) têm sido relatados:
espiraladas uterinas e, assumindo ainda características de cé- infarto do miocárdio, dispneia intensa, hipoxia materna, hi-
lulas endoteliais, substitui a camada endotelial desses vasos. potensão com morte fetal e fibrilação atrial; efeitos leves so-
Quando todo esse processo se dá de forma e em momen- mam 1,1% dos casos. A taxa de efeitos adversos graves é mais
tos adequados, ocorre o relaxamento e maior complacên elevada quando a dose total de nifedipino é > 60 mg.
cia das artérias uterinas que se tornam capazes de fornecer
Em suma, o nifedipino reúne hoje as características do to-
adequado suprimento sanguíneo uteroplacentário ao longo
colítico ideal. Ele parece mais efetivo que os betamiméticos,
da gravidez. A invasão trofoblástica deficiente implica mau
resultando em melhora do prognóstico neonatal. O nifedipi-
controle da oxigenação do espaço interviloso na fase inicial
no é mais bem tolerado do que os betamiméticos e o sulfato
da gravidez e na persistência das características primárias das
de magnésio. Não há evidências no momento para indicar a
artérias uterinas espiraladas, que mantém sua elevada resis-
tocólise de manutenção com o nifedipino, nem com qualquer
tência. Nesses casos, o sangue banha as vilosidades coriôni-
outro tocolítico, após tem sido dominado o episódio agudo.
cas na forma de “jatos intermitentes” e de alta pressão. Assim,
o fluxo sanguíneo uteroplacentário simula o que acontece em Contraindicações ao uso do nifedipino incluem hipotensão
casos de lesão por isquemia-reperfusão, que finalmente leva e doenças cardíacas, em especial a insuficiência. Deve-se res-
a insuficiência placentária. As repercussões da pré-eclâmpsia saltar também que o uso concomitante de nifedipino e sulfa-
sobre os recém-nascidos representa uma das mais importan- to de magnésio é potencialmente perigoso, podendo causar
tes causas de morbimortalidade perinatal em todo o mundo. hipotensão grave e colapso cardiovascular, devendo haver
A fisiopatologia de todas essas alterações é, na maioria das cautela no seu emprego. Resposta a.
vezes, atribuída à insuficiência placentária crônica, incluindo
a RCF. Resposta a. 53. Normalmente, sendo a mulher hipertensa de base com
uso de anti-hipertensivo antes da gravidez, trocamos a medi-
50. Pré-eclâmpsia é a presença de hipertensão associada a cação a partir do momento da concepção para alguma sem
proteinúria maior que 300 mg/24 horas após a 20ª semana de efeitos fetais. Entretanto, não podemos considerar a gestante
gravidez. Hipertensão nesse mesmo período sem proteinúria em questão hipertensa de base, pois está usando subdose de
é chamada de hipertensão transitória ou gestacional. diurético (dias alternados), de modo que suspendemos a me-
dicação atual e observamos o comportamento pressórico. A
A pré-eclâmpsia ainda pode ser dividida em leve e grave, a
suplementação com cálcio (carbonato de cálcio, 1.000-2.000
depender dos níveis pressóricos (grave se sistólica maior ou
mg/dia) e o uso de pequenas doses diárias (50-100 mg) de
igual a 160 mmHg ou diastólica maior ou igual a 110 mmHg)
aspirina para grupos de risco são as alternativas mais pesqui-
ou lesão de órgãos alvo: rins (oligúria, aumento de ureia e
creatinina), coração (IAM, edema agudo de pulmões), cé- sadas e atualmente com grau de recomendação A para uso
rebro (iminência de eclampsia), vasos e fígado (síndrome em gestantes de alto risco de desenvolver PE. Resposta c.
HELLP). Resposta d.
54. Diabetes diagnosticado pela primeira vez na gestação
51. A presença de hipertensão previamente à gravidez con- será chamado de gestacional e, por vezes, apresentará crité-
trolada com medicação é condição que persiste no estado rios que o incluem na definição de overt diabetes, que torna
gravídico. Assim, fica indicada a manutenção de anti-hiper- praticamente certa sua origem pré-gravídica.
tensivo. Entretanto o atenolol pode comprometer o fluxo Mulheres de baixo risco para diabetes devem ter sua investi-
placentário e gerar restrição de crescimento fetal (risco D), gação iniciada com glicemia de jejum e se a mesma for maior
devendo ser substituído por medicação mais segura para a que 85 mg/dL a triagem é positiva e a mulher deve se subme-
gestante, como a metildopa (risco B). Resposta c. ter, imediatamente, a um teste oral de tolerância a glicose de

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8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

75 g (TOTG 75), em que se mede a glicemia no jejum, 1 e 2 a anestesia de condução quando o número de plaquetas for
horas após sobrecarga de 75 g de dextrose. O TOTG 75 deve menor que 100.000/mm³ ou então, quando o tempo de san-
ser feito com 24 a 28 semanas caso o primeiro seja normal ou gramento estiver aumentado. Sibai (1990) estabeleceu os cri-
mesmo que a glicemia de jejum seja menor que 85 mg/dL. térios diagnósticos com os limites dos exames laboratoriais
Os valores de normalidade para o TOTG, segundo a ADA, para a síndrome HELLP, levando em consideração os valores
são menores que 92 para jejum, 180 para 1 hora pós sobre- de três desvios-padrão acima da média normal, critérios es-
tes utilizados nos grandes centros:
carga e 153 para 2 horas pós-sobrecarga de dextrose. Se-
gundo a mesma ADA, qualquer valor maior ou igual a uma € Hemólise: esfregaço periférico anormal, bilirrubina total
dessas referências diagnosticará diabetes. Portanto, se uma maior que 1,2 mg/dL e DHL maior que 600 UI.
glicemia de jejum apresenta-se maior ou igual a 92 mg/dL € Enzimas hepáticas elevadas: TGO maior que 70 UI, HL
já tem-se o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa forma aumentada; e
diagnóstica difere da do Ministério da Saúde que considera
€ Plaquetopenia: contagem de plaquetas menor que
referências para TOTG 95/180/155 mg/dL e firma diabetes
100.000/mm³. Resposta b.
apenas quando dois valores são alterados.
Considerar-se-á overt diabetes se a glicemia de jejum for
58. Níveis séricos de magnésio entre 4-7 mEq/L são níveis te-
maior ou igual a 126 mg/dL ou HbAc maior ou igual a 6,5%.
rapêuticos; 8 10 mEq/L inibem os reflexos tendinosos e níveis
Resposta d.
maiores de 10 mEq/L risco de parada cardiorrespiratória. A
droga de escolha para prevenção da eclâmpsia é o sulfato de
55. A presença de glicemia de jejum maior que 126 mg/dL, magnésio, único fármaco com efeitos preventivos compro-
na gravidez, indica a presença de diabetes. O controle da vados em relação às convulsões eclâmpticas. Ensaios clínicos
doença pode ser verificado pela hemoglobina glicada e será randomizados comprovam que o sulfato de magnésio é supe-
considerado adequado quando a mesma estiver menor que rior à hidantoína, ao diazepam e ao placebo para prevenção da
5. Quando os níveis glicêmicos encontram-se altos antes de eclâmpsia e das convulsões recorrentes na eclâmpsia. O trata-
24-28 semanas, período em que elevação de contrarregula- mento com sulfato de magnésio deve ser utilizado durante o
dores da ação da insulina, como HLP, é provável que o dia- trabalho de parto, previamente à cesariana ou sempre que exis-
betes era prévio à gravidez. Mulheres que engravidam com tirem sinais/sintomas compatíveis com iminência de eclâmp-
diabetes mal controlado (Hb glicada alta), apresentam maio- sia. O sulfato de magnésio reduz em 57% o risco de ocorrência
res chances de malformações, isso porque a glicose presa à de eclâmpsia e diminuio risco (RR: 0,55) de morte materna
hemoglobina dificulta a liberação do oxigênio pela mesma e sem efeitos deletérios sobre o feto.
há hipóxia tecidual, fatal na embriogênese. A malformação A utilização de diurético só será justificada na vigência de
mais comum nesses casos é cardíaca. Resposta d. edema pulmonar. Diante de oligúria, não há vantagem no
seu uso, particularmente se os níveis de creatinina plasmá-
56. O diagnóstico é de pré-eclâmpsia grave com HELLP. Para tica apresentam-se normais. O volume de diurese traduz o
a definição da síndrome HELLP torna-se necessário: esfre- vasoespasmo, sendo mais eficiente para a sua normalização
gaço de sangue periférico anormal, bilirrubina total maior a utilização de drogas vasoativas renais, como a hidralazina
que 1,2 mg/dL e DHL elevada, maior que 660 UI; enzimas ou a dopamina. Na maioria das vezes observa-se progressiva
hepáticas elevadas (TGO maior que 70 UI) e plaquetopenia redução do espasmo arteriolar, com normalização nas 72 ho-
(< 100.000/mm³). O diagnóstico principal é PE grave, sendo ras do puerpério, não se exigindo terapêutica complementar.
assim a avaliação mais adequada deve conter a solicitação de Deve se ter prudência na administração de volume, visando
ureia/creatinina, transaminases hepáticas, além dos exames normalização da diurese.
já mencionados. Resposta e. Hipertensão gestacional corresponde a casos com aumento
da pressão arterial (PA), sem proteinúria, após 20 semanas de
57. A interrupção da gestação não, necessariamente, signifi- gravidez, e os níveis tensionais elevados retornam ao normal
ca parto cesariana mas, preferencialmente, parto vaginal; isto no pós-parto (6 a 12 semanas). A hipertensão na gravidez
porque um dos grandes fatores complicadores dessa síndro- é definida como PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥
me é a anemia, seja pela intensidade da hemólise, indicando 90 mmHg. Considera-se a pressão diastólica aquela que cor-
gravidade da doença, seja pelo sangramento intraoperatório responde ao desaparecimento do som (fase V de Korotko-
favorecido por alterações no sistema de coagulação. Assim, ff ). Quinze a 25% das mulheres com hipertensão gestacional
se possível, a indução do trabalho de parto, com evolução desenvolvem proteinúria, isto é, pré-eclâmpsia. Aquelas que
para parto normal, estão associados a menor morbiletalidade não exibem proteinúria terão diagnóstico definitivo apenas
materna. Deve-se, no entanto, realizar vigilância da vitalida- no puerpério: hipertensão transitória ou hipertensão crôni-
de fetal, pois esses fetos frequentemente podem manifestar ca. A hipertensão transitória é diagnosticada quando a PA
sofrimento agudo. A melhor anestesia para os casos de sín- retorna aos níveis normais, e a hipertensão crônica, quando
drome HELLP é a geral. O risco de hematoma epidural, sub- há persistência de níveis elevados de PA 12 semanas após o
dural ou subaracnoideo, com o bloqueio de condução parece parto. Resposta b.
óbvio, mas difícil de quantificar. O hematoma pode ocorrer,
mesmo na ausência dos fatores de risco. Para evitar o risco de 59. Na pré-eclâmpsia, pela falta de destruição da camada
um hematoma epidural, muitos autores têm contraindicado elástica das artérias espiraladas, ocorre aumento de substân-

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Obstetrícia | Gabarito comentado

cias vasoconstritoras (endotelina, TXA2) e redução das vaos 64. A eclâmpsia é a presença de crises convulsivas tonicoclô-
dilatadoras (ON, PGI2); com isso, ocorre vasoespasmo, o nicas generalizadas decorrentes do envolvimento cerebral da
que gera aumento da pressão e lesão endotelial. O endotélio pré-eclâmpsia, ou seja, acompanham-se de níveis pressóricos
também apresenta disfunção em função da ação de TXA2. elevados. Como toda crise convulsiva com essas característi-
Graças à lesão e disfunção endoteliais, ocorre agregação pla- cas pode levar a trauma materno e segue-se de período pós
quetária, que na área da placenta pode dificultar o fluxo fetal. -comicial. Assim sendo, gestantes sem histórico de epilepsia
Resposta e. que são encontradas desacordadas com a pressão arterial ele-
vada tem como principal hipótese diagnóstica a eclâmpsia.
60. Para mulheres de baixo risco, o diabetes gestacional deve Durante a crise, ou mesmo após a mesma, o tratamento deve
ser rastreado com glicemia de jejum na primeira consulta. ser realizado, até porque há alta chance de recidiva. O trata-
Caso ela esteja normal (abaixo de 85), realiza-se TOTG 75 mento de escolha será com sulfato de magnésio, um estabi-
entre 24 e 28 semanas, mas se alterado, o exame é imediato, lizador de membrana que compete com o cálcio na entrada
repetido entre 24 e 28 semanas se normal. Mulheres de alto de neurônios em sinapses, impedindo que um estímulo neu-
risco, fazem TOTG 75 imediato. Acreditamos que o exami- rológico se perpetue. Essa medicação deve ser mantida por
nador esteja se referindo à mulher de baixo risco e que terá 24 horas.
glicemia de jejum normal. Resposta c. O parto será indiscutivelmente indicado se a idade gesta
cional for maior ou igual a 34 semanas. A via de parto é de
61. As indicações de insulinoterapia em diabetes gestacional indicação obstétrica; no caso, como a vitalidade fetal é pre-
são: perfil glicêmico alterado (glicemia de jejum maior que servada, pode-se permitir o parto normal após estabilização
105 mg/dL ou 1 hora pós-prandial maior que 140 mg/dL) ou materna. Embora não conste na alternativa correta, também
circunferência abdominal maior que o percentil 75 na 32ª se- está indicado uso de hidralazina, pois a PA diastólica é de 110
mana. Feto macrossômico deve ter circunferência abdominal mmHg. Resposta a.
maior que o percentil 90, de modo que fica indicado o uso de
insulinoterapia. Resposta e. 65. Para diagnóstico de síndrome HELLP é preciso que este-
jam presentes todos os critérios de Sibai, quais sejam:
62. Apesar de se indicar rotineiramente, a dieta hipossódi- € anemia hemolítica microangiopática com esquizócitos
ca pouco influi nos resultados pressóricos da pré-eclâmpsia, no sangue periférico, DHL maior ou igual a 600 e bilirru
pois a fisiopatologia não envolve retenção de sódio, e sim
binas totais maiores ou iguais a 1,2;
vasoespasmo. Além disso, o acúmulo de líquido na gravidez
distende o átrio, aumenta o peptídeo natriurético atrial e faz € plaquetopenia (trombocitopenia) menor que 100.000/
a mulher perder sódio, de modo que alguns autores acredi- mm³;
tam que não devem reduzir tanto sua ingestão. € lesão hepática com aumento de transaminases, em espe
O uso de anti-hipertensivos é indicado para evitar conse- cial TGO maior ou igual a 70.
quências maternas das altas pressões, como eclâmspia e Em casos avançados há alteração de coagulograma, mas essa
síndrome HELLP, mas não melhora os resultados perina- alteração não é obrigatória. Resposta d.
tais, pois não reverte a má placentação e o hipofluxxo fetal
dela decorrente. Se a mulher já fazia uso de antihipertensivo
66. São critérios de pré-eclâmpsia grave:
iECA, esse deve ser trocado por medicação mais segura na
gravidez, como metildopa. € pressão arterial muito elevada: maior ou igual 160 x 110
mmHg;
Diversas substâncias já foram usada na tentativa de prevenir
pré-eclâmpsia, e apenas o AAS mostrou-se eficaz em grupos € lesão de órgãos-alvo:
isolados. Resposta a. renal: oligúria menor que 400 mL/24 h, creatinina elevada,
ureia elevada; Proteinúria ≥ 2 g/dia ou ≥ 5 g/dia de acordo
63. A doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), com alguns outros autores.
também chamada de pré-eclâmpsia, é entidade clínica defi- cerebral: sinais de iminência de eclâmpsia (epigastralgia, es-
nida como aumento dos níveis pressóricos acompanhado de cotomos, cefaleia occipital) ou convulsões (eclâmpsia);
proteinúria maior ou igual a 300 mg/24 h, após a 20ª sema-
microangiopatia: anemia microangiopática, DHL maior que
na. A etiologia é desconhecida, mas atribuída a imunidade
600, bilirrubinas totais maiores que 1,2, trombocitopenia
exacerbada, tanto que primeira gravidez e novos parceiros
(consumo na reparação da lesão vascular);
são fatores de risco, por expor a gestante a fetos com antí-
genos paternos a ela estranhas. Ela acomete cerca de 8% das fígado: elevação de enzimas hepáticas, alterações de coagu-
gestantes, sendo então fatores de risco: primigestação (é o lograma;
principal), gemelaridade (grande quantidade de antígenos), coração: IAM, edema agudo de pulmão;
moléstia trofoblástica gestacional, DHEG prévia, extremos
de idade reprodutiva, diabete, obesidade, hipertensão pree-
€ restrição de crescimento fetal.
xistente, nefropatias, síndrome do anticorpo-antifosfolípide, Nota-se, então, que ácido úrico não faz parte do rol dos cri-
isoimunização Rh (antígenos estranhos). A multiparidade e térios de gravidade, estabelecendo apenas prognóstico renal.
abortamentos anteriores são fatores protetores. Resposta a. Resposta e.

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8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

67. O mecanismo da eclâmpsia não é bem estabelecido, mas € Zuspan: 4 g EV de ataque e manutenção com 1 a 2 g EV/
se acredita que o foco convulsivo seja hipóxia decorrente de hora. Assim, a única resposta que contempla o ataque de
vasoespasmos, ou a presença de sangramentos por micror- um desses esquemas, é a letra A, que traz a dose de ataque
rupturas vasculares. Acredita-se ainda que essas rupturas do esquema de Zuspan.
podem se expandir, gerando hemorragia cerebral (AVC he- Resposta a.
morrágico), que consiste na principal causa de óbito mater-
no na gestante. O processo pode ser evitado com controle da
pressão arterial. Resposta a. 72. São consequências do diabete gestacional:
€ polidrâmnio: por diurese osmótica puxada pelo excesso
68. Na fisiopatologia da pré-ecplâmpsia, por questão prova- de glicose que o feto elimina na urina;
velmente imune, não há adequada invasão troboblástica, im- € policitemia: decorrente de estímulo a produção de he-
portante para promover a destruição da camada elástica dos
mácias por hipóxia tecidual devido a menor liberação de
ramos da uterina e reduzir a resistência local. Com isso, esse
oxigênio por hemoglobinas glicosiladas;
processo não ocorre criando um ambiente menos irrigado na
placenta o que, por motivos desconhecidos, faz elevar subs- € síndrome do desconforto respiratório: excesso de glico-
tâncias vasoconstritoras (endotelina e troboxana) e reduzir va- se estimula insulina fetal impede ação de corticoide em
sodilatadoras (prostaciclinas e óxido nítrico). Tais substâncias pneumócitos;
entram na corrente sanguínea materna gerando vasoespasmo € macrossomia fetal: excesso de glicose estimula insulina
generalizado, inclusive em arteríolas da retina. A presença de fetal que é anabolizante, desta ainda advém distócia de
exsudatos acontece em casos de hipertensão crônica, já edema ombro;
e hemorragia em casos mais graves. Resposta d.
€ hipoglicemia neonatal: após o nascimento perde se o
aporte de glicose, mas ainda há muita insulina;
69. A eclâmpsia é definida como convulsões tonicoclônicas
generalizadas decorrentes do envolvimento cerebral da pré-
€ hiperbilirrubinemia: decorrente da destruição do excesso
-eclâmpsia. Esta última caracterizada por níveis pressóricos de hemácias da policitemia;
elevados após 20 semanas, associada a proteinúria de, ao me- € hipocalcemia: por mecanismos não bem esclarecidos.
nos, 300 mg em 24 horas. Assim, a proteinúria está presente Resposta e.
na pré-eclâmpsia em consequentemente, na eclâmpsia. O tra-
tamento da pré-eclâmpsia não é curativo e deve ser instituído
quando os níveis pressóricos estão muito elevados (acima de 73. O diagnóstico de diabete gestacional pode ser feito por
100 mmHg na PA diastólica), com anti-hipertensivos, sendo alterações de exame de TOTG 75, indicado imediatamente
escolhas a metildopa e pindolol. Evitam-se os diuréticos, pois para mulheres de alto risco (como as que tiveram diabe-
podem trazer efeitos deletérios à mãe e feto. Já a eclâmpsia te anterior), as que iniciam investigação após 24 semanas e
será tratada com sulfato de magnésio, um estabilizador de as que apresentam glicemia de jejum entre 88 e 126 mg/dL.
membrana, que entra na sinapse neuronal no lugar do cálcio Também será diagnóstica a presença de duas glicemias de je-
e impede propagação do estímulo nervoso. Essa mediação jum maiores ou iguais a 126 mg/dL, situação que dispensa o
não é anti-hipertensiva, inclusive o uso de ambas as drogas TOTG 75, até porque seria temerário oferecer sobrecarga de
pode ser concomitante. O problema do sulfato de magnésio glicose a mulheres com glicemias tão altas. Resposta b.
é que ele pode levar a intoxicação, caracterizada por queda
dos reflexos, redução de frequência respiratória e até parada
cardíaca, portanto é interessante monitorar a magnesemia, 74. Define-se pré-eclâmpsia como a presença de hipertensão
mantendo-a de 4 a 7 mEq/L. Resposta a. (PA maior ou igual a 140 x 90 mmHg) associada a proteinú-
ria de, ao menos, 300 mg em 24 horas, após a 20ª semana de
gestação. Pode ser dividida em formas leve e grave, sendo a
70. A despeito de diferentes formas de triar o diabete ges-
tacional, o diagnóstico da doença será feito de duas formas: última indicativa de internação. Algumas complicações re-
glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL em duas situa- querem tratamentos específicos, a saber:
ções; ou TOTG 75 alterado. Neste exame, mede-se a glicemia € níveis pressóricos diastólicos maiores ou iguais a 110
de jejum, 1 e 2 horas após sobrecarga de 75 g de dextrose. Os mmHg: sob risco de AVC e outras complicações, deve-se
valores de referência são 95-180-155. Para o Ministério da usar anti-hipertensivo emergencial a fim de reduzir cerca
Saúde, será considerado exame positivo, portanto diagnósti- de 20% a PA média. A droga de escolha nesses casos é
co de DMG, quando dois dos valores de referência estiverem hidralazina.
alterados. Resposta c. € eclâmpsia/iminência de eclâmpsia: a eclâmpsia é dada
pela presença de convulsões tonicoclônicas generalizadas
71. O tratamento da eclâmpsia é feito com sulfato de magné- decorrentes da pré-eclâmpsia, e a iminência os sinais clí-
sio em um de três esquemas possíveis: nicos de que a eclâmpsia se aproxima, ou seja, escotomas
e/ou epigastralgia e/ou cefaleia occipital. O tratamen-
€ Sibai: 6 g EV de ataque e manutenção com 2 a 3 g EV/hora to deve ser uso de sulfato de magnésio e, sendo a idade
€ Pritchard: 4 g EV + 10 g IM de ataque e manutenção com gestacional maior que 34 semanas, resolução da gestação
5 g IM 4/4 h imediatamente após estabilização materna.

SJT Residência Médica – 2016


140
Obstetrícia | Gabarito comentado

€ síndrome HELLP: caracterizada por hemólise (anemia, 78. É possível notar, no traçado cardiotocográfico, que as de-
DHL maior que 600, bilirrubinas totais maiores que 1,2, sacelerações começam depois do início das contrações, existe
esquizócitos à hematoscopia), plaquetopenia (menor que uma distância entre o ápice de cada uma delas (decalage), e
100 mil) e aumento de enzimas hepáticas (TGO maior o término das desacelerações é posterior ao das contrações.
que 70). Requer resolução da gestação independente- Tratam-se, portanto, de DIPII, ou desacelerações tardias, que
mente da idade gestacional. No caso a gestante tem PA estão relacionadas a hipoxemia fetal. Feto sem oxigênio lança
160 x 110 mmHg, o que requer uso de anti-hipertensivo mão de metabolismo anaeróbio liberando ácido lático e ge-
rando acidose. Resposta b.
urgencial; tem iminência de eclâmpsia (cefaleia e escoto-
mas), o que requer uso de sulfato de magnésio; tem pro-
vável síndrome HELLP além de 37 semanas de gravidez, 79. Em gestante com mais de 20 semanas, que apresente hi-
o que requer resolução da gestação. Resposta b. pertensão e crise convulsiva, na impossibilidade de colher
dados de história clínica, deve-se considerar o diagnóstico de
eclâmpsia, cujo tratamento medicamentoso de eleição é feito
75. A questão traz um quadro de hipertensão sem sinais apa- com sulfato de magnésio. Resposta e.
rentes de gravidade, sequer pressão diastólica acima de 110
mmHg, que seria indicativa de uso de hidralazina. Entretan-
to, os níveis pressóricos diastólicos, em média, estão acima de 80. Existem quatro tipos de hipertensão durante a gravidez:
100 mmHg, o que indica ajuste da dose do anti-hipertensivo a pré-eclâmpsia, a hipertensão crônica preexistente, a pré-
para mantê-los abaixo desse valor. O uso de corticoidoterapia -eclâmpsia superajuntada à hipertensão crônica e a hiperten
é adequado, uma vez que a hipertensão aumenta sobrema- são transitória gestacional. Essa última tem etiologia desco
nhecida e se caracteriza por aumentos de níveis pressóricos
neira as chances de prematuridade. Não há necessidade de
próximo ao termo, sem proteinúria significativa. Resposta d.
resolução imediata da gravidez e é temerária a reavaliação
apenas após 3 semanas. Resposta a.
81. Para o diagnóstico de síndrome HELLP é necessário a
presença de todos os seguintes critérios diagnósticos:
76. Gestante hipertensa, com mais de 20 semanas, apresen- € Anemia com esquizócitos à hematoscopia.
tando cefaleia, escotomas e/ou epigastralgia, salvo sinais que
€ DHL > 600 U/L.
falem o contrário, deve-se considerar eminência de eclâmp-
€ Dosagem de bilirrubinas totais > 1,2 mg/dL.
sia, cujo tratamento de eleição é sulfato de magnésio. Obvia-
€ TGO > 70 UI/L.
mente, deve-se avaliar a possibilidade de síndrome HELLP
ou insuficiência renal concomitantes, solicitando a rotina € Contagem de plaquetas < 100.000/mm³.
hipertensiva (hemograma com hematoscopia, DHL, TGO, Resposta c.
TGP, bilirrubinas totais e frações, TGP, TGO, coagulograma,
ureia, creatinina, urina 1).
82. Na fisiopatologia da DHEG (pré-eclâmpsia), ocorre exata-
Deve-se tomar um cuidado que o examinador não teve: se a oli- mente o oposto da gravidez normal, ou seja, elevam-se substân-
gúria for menor que 25 mL/hora está contraindicado o uso do cias vasoconstritoras, ou que tornam os vasos mais sensíveis a
sulfato de magnésio pelo risco de intoxicação já que a elimina- vasopressores como renina (TXA2 e endotelina), e reduzem-se
ção é renal. Diante das resposta a melhor é a letra b. Resposta b. os vasodilatadores, ou que tornem os vasos resistentes a ação de
vasopressores (PGI2 e óxido nítrico). Com isso há vasoespasmo
generalizado, disfunção endotelial, perda de líquido ao terceiro
77. Considerando que pré-eclâmpsia é a presença de hiper- espaço com consequentes edema e hipovolemia, e lesão isquê-
tensão associado a proteinúria significativa (300 mg/24 h ou mica de órgãos alvo como rins e fígado. Resposta a.
1 g em amostra isolada ou ao menos + em urina I), após 20
semanas, não poderíamos considerar esse diagnóstico no
caso apresentado, pois a urina mostra traços de proteína, o 83. Tanto os inibidores de enzima conversora de angiotensia
que é absolutamente normal na gestação. (iECA – captopril, enalapril e lsonipril), quanto os bloque-
adores de receptores de angiotensina II (losartan, valsartan
A eclâmpsia definida pela presença de convulsões tônico e candesartan), são contraindicados durante a gestação. Seu
-clônicas generalizadas em gestantes com pré-eclâmpsia. Em uso no primeiro trimestre pode causar malformações car-
geral é precedida de sinais que caracterizam sua iminência, diovasculares e neurológicas e, com o avançar da gravidez,
sendo eles: cefaleia occipital, epigastralgia, escotomas e hi- geram oligoâmnio, hipoplasia pulmonar e deformidade de
perreflexia. Como não há pré-eclâmpsia e nenhum desses membros. Resposta d.
sinais, descarta-se a hipótese de iminência de eclâmpsia.
Somando-se os fatos: paciente portadora de anemia falcifor- 84. A glicemia elevada em período de embriogênese fetal
me, rigidez de nuca, cefaleia holocraniana e pressão elevada, pode ser responsável por malformações. A mais caracterís
sem critérios de pré-eclâmpsia, o diagnóstico mais provável tica é a síndrome da regressão caudal, mas as cardiopatias,
é de hemorragia cerebral subaracnoidea, cuja confirmação especialmente os defeitos septais (CIA e CIV) são as mais
será feita pela tomografia de crânio. Resposta d. prevalentes. Resposta c.

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141
8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

85. De todas as alterações de diabete tipo I, a que apresenta Critérios de gravidade na pré-eclâmpsia (Cont.)
maior chance de progressão durante a gravidez é a retinopa-
Cerebral Acidente cerebrovascular (perda
tia proliferativa, tanto que aconselha-se a esclerose com laser
aguda função cerebral, alteração
antes da gravidez. A nefropatia pode apresentar leve altera- do estado mental, coma), perda
ção que geralmente regride, assim como não é comum a pro- parcial ou total da visão
gressão de neuropatias. Resposta d.
Sinais de disfunção Visão turva, diplopia,
do sistema escotomas cintilantes
nervoso central
86. O quadro traz uma paciente com hipertensão, prova-
velmente uma pré-eclâmpsia, dado que há proteinúria sig- Sintomas de Dor persistente em região epigástrica ou
nificativa (4+). Essa evolui para convulsões tônico-clônicas distensão da no quadrante abdominal superior direito
cápsula hepática
generalizadas, configurando quadro de eclâmpsia. O trata-
mento dessa última entidade é feito com sulfato de magné- Rins Oligúria (< 500 mL/24 h).
sio. O controle emergencial da pressão arterial também se faz Creatinina sérica (> 1,2 mg/dL)
necessário, pois a PA diastólica é maior que 110 mmHg e, Plaquetas Plaquetopenia (< 100.000 céls/mm3)
com esse fim, a droga de escolha é a hidralazina endovenosa. Coagulopatia Tempo de protrombina prolongado
Resposta c. (> 1,4 s) + plaquetopenia (<
100.000 céls/mm3) + diminuição
do fibrinogênio (< 300 mg/dL)
87. Os tipos de hipertensão na gestação são: pré-eclâmpsia, Fígado > 2 x nas enzimas hepáticas (AST, TGP)
hipertensão crônica, hipertensão superajuntada, hipertensão
Pulmão Edema agudo
transitória (ou gestacional). A doença hipertensiva específica
da gravidez, ou toxemia gravídica, é caracterizada por hiper- Fetal Crescimento intrauterino restrito
tensão (≥ 140 x 90 mmHg), associada a proteinúria de, ao (peso fetal < p5 ou < p10 +
comprometimento fetal (oligoidrâmnio,
menos, 300 mg/24 h, de início em qualquer idade gestacio-
Doppler umbilical alterado)
nal após a 20ª semana. A hipertensão crônica é preexistente à
gravidez ou reconhecida antes de 20 semanas. A superajun Momento do PE diagnosticada em IG < 32 semanas
diagnóstico
tada é a sobreposição de uma pré-eclâmpsia à hipertensão
crônica. Por fim, a hipertensão transitória gestacional, é o Memorize esses critérios, eles recorrem nas provas de resi-
aumento da pressão arterial ao final da gravidez, não asso- dência *Recentemente alguns autores consideram ≥ 5 g/ 24
ciado à proteinúria significativa. No caso, a pressão alta se h. Resposta d.
iniciou após 38 semanas e não há proteinúria, caracterizando
a hipertensão transitória. Resposta b.
90. A doença hipertensiva específica da gravidez, ou toxe-
mia gravídica, é caracterizada por hipertensão (≥ 140 x 90
88. Nessa questão o examinador tenta desviar a sua atenção mmHg), associada a proteinúria de, ao menos, 300 mg/24 h,
para uma série de informações sem importância, para que de início em qualquer idade gestacional após a 20ª semana.
você não perceba a discrepância entre a idade gestacional e Quanto mais precoce for o seu aparecimento, maior será a
a altura uterina. Com 38 semanas, espera-se uma altura de gravidade do quadro. Felizmente, a grande maioria das toxe
34 a 36 cm, e nessa gestante ela é de 30 cm. Com isso faz-se mias se iniciam ao redor da 32ª semana de gravidez.
hipótese de restrição de crescimento intrauterino que precisa
Quadros graves, especialmente aqueles que se superajuntam
ser confirmada com ultrassonografia obstétrica, que trará o
a hipertensão preexistentes, podem elevar a resistência peri-
peso do feto, indicando se o mesmo está abaixo ou acima do
férica em tal monta a ponto de causão insuficiência cardíaca
percentil 10. Resposta b.
esquerda e edema agudo de pulmão.
Como a fisiopatologia é baseada em má placentação, pode
89. A pré-eclâmpsia se divide em formas leve e grave, sendo haver hipofluxo fetal, com provável restrição de crescimento
que a segunda será caracterizada na presença de um ou mais intrauterino e óbito. Resposta b.
dos critérios de gravidade listados na tabela a seguir.

Critérios de gravidade na pré-eclâmpsia


91. A pré-eclâmpsia define-se por hipertensão (PA ≥ 140 x
90 mmHg) e proteinúria (≥ 300 mg/24 h) após 20 semanas.
Parâmetro Critério Decorre de má placentação, sem adequada invasão trofoblás-
tica, não havendo destruição da camada musculoelástica dos
Pressão arterial PAD ≥ 110 mmHg e/ou
vasos uterinos nutridores da placenta, o que gera aumento
PAS ≥ 160 mmHg em 2 medidas
após repouso de 6 h de substâncias vasoconstritoras, como TXA2, e redução de
vasodilatadoras, como PGI2. O resultado será vasoespasmo
Proteinúria ≥ 2 g/24 h*
generalizado, com lesão de órgãos alvos como rins, onde
de 24 horas
ocorrem lesões como endoteliose glomerular. Além disso,
Eclâmpsia Convulsões generalizadas sem pela resistência permanentemente alta nos vasos que irrigam
doença neurológica presente
a placenta, essa é mal nutrida e, consequentemente, o feto

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142
Obstetrícia | Gabarito comentado

também o será, gerando restrição de crescimento e oligoâm- Na gravidez, considera-se normal Hb até 11 g/dL, pela dilui-
nio. A perda de líquido ao terceiro espaço, também pode ge- ção gravídica proporcionada pelo maior aumento da volemia
rar edema e hemoconcentração. Resposta b. em relação à massa eritrocitária. Assim, a partir de 20 sema-
nas administra-se apenas doses profiláticas de ferro elemen-
tar (30 a 60 mg/dia), e não terapêuticas (120 a 240 mg/dia).
92. O TOTG 75, modernamente, consiste em medir a glicemia
de jejum e 1 e 2 horas pós-sobrcarga de 75 g de glicose. Os Deve-se fazer Coombs indireto mensal para avaliar isoimu-
valores de normalidade são 95 180-155. Dois valores altera nização. Mesmo sendo primigesta, embora raro, pode haver
dos diagnosticam diabete gestacional. Na questão ele não traz contato de sangue maternofetal, desencadeando o processo
os três valores, mas os dois apresentados (jejum e 2 h pós-so- de imunização. Sem resposta.
brecarga) estão alterados, de modo que há diabete gestacional.
Entre as consequências fetais da doença, citam-se: macrosso- 95. O tratamento da eclâmpsia baseia-se em medidas gerais
mia, polidrâmnio, síndrome do desconforto respiratório, hi- (DLE, proteção de traumas, guedel oral, oxigênio) e trata-
perbilirrubinemia neonatal, hipocalcemia neonatal. mento farmacológico. Em relação a este último, a medicação
As malformações ocorrem em mulheres previamente diabé- mais eficaz é o sulfato de magnésio. Quando a eclâmpsia é
ticas que estão hiperglicêmicas no momento da embriogêne- acompanhada de níveis pressóricos muito elevados (PAD ≥
se, o que não é o caso, pois a glicemia às 10 semanas era nor- 110 mmHg), e geralmente esta é a voga, deve-se usar hipo-
mal. Respostas a, b e c. (o examinadro deve ter se esquecido tensor emergencial de forma concomitante, sendo a melhor
de escrever exceto). escolha a hidralazina EV. Resposta d.

93. Na gestação, estrogênio e progesterona estimulam a pro- 96. A morte materna é definida como a morte da mulher até
dução de insulina para que haja maior absorção de glicose 1 ano pós-parto, segundo a OMS, que outrora considerava
por parte da mãe, o que eleva as concentrações plasmáticas apenas até o 42º dia. Ela pode ser classificada em dois gru-
desse hormônio no jejum, com rápida redução na alimen- pos, o dos óbitos por causas diretas e o por causas indire-
tação pela ação exacerbada. Com o avançar da gravidez, e tas. As mortes obstétricas diretas são aquelas que resultam
especialmente após 24-28 semanas, há progressivo aumento de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério,
de contrarreguladores da ação da insulina, como hormônio devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou
lactogênio placentário, criando maior resistência insulínica de uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma
materna, o que faz com que haja menor absorção de carboi- destas situações. As mortes obstétricas indiretas são as que
dratos, os quais serão direcionados ao feto. Disso, se depre- resultam de doenças existentes antes da gravidez ou que se
ende que a tolerância aos carboidratos é variável na gravidez. desenvolvem durante a gravidez e que não foram devidas
a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pe-
Grande parte da glicose será direcionada ao feto, por difusão
los efeitos fisiológicos da gravidez. As causas não obstétri-
facilitada, via placenta, durante toda a gestação, o que contribui
cas são aquelas que não podem ser relacionadas a gravidez.
para hipoglicemia no primeiro trimestre, mas a disponibilida-
No caso apresentado, a causa provável do óbito foi AVC pós
de fetal de glicose será maior após 24-28 semanas pela menor
eclâmpsia, doença típica da gestação, que pode ocorrer até 4
absorção materna dada ação de hormônios contrainsulínicos.
semanas pós-parto. A morte poderia ser evitada com uso de
Graças à maior quantidade de insulina no primeiro trimestre e medicações para controle pressórico. Um exemplo de morte
a referida absorção fetal, muito embora essa seja maior no ter obstétrica indireta é a decorrente de diabete descompensado
ceiro trimestre, são comuns crises hipoglicêmicas nessa fase. na gravidez. Resposta a.
Mulheres com diabete gestacional não aumentam à produção
de insulina diante de um estímulo estrogênico, mas a libe-
97. A síndrome HELLP é caracterizada pela presença dos se-
ração de contrarreguladores ocorre normalmente, de modo
guintes parâmetros, obrigatoriamente: anemia hemolítica (Hb
que com o avançar da gravidez elas tendem à hiperglicemia.
< 11, esquizócitos, bilirrubinas totais > 1,2, DHL > 600 UI),
Pode-se dizer que a demanda insulínica não é suprimida por
plaquetopenia (< 100.000 mm³) e TGO > 70 UI. Geralmen-
falta de produção desse hormônio. Todas as afirmativas es-
te é assintomática, sendo achado de exames complementares.
tão, portanto, corretas. Resposta c.
Assim, essas alterações de exames, isoladas, serão diagnóstico
diferencial. Nesse rol se incluiriam anemias microangiopáticas
94. A gestante com DUM em 20/06/2011, terá, no dia (PTT, SHU, CIVD) e plaquetopenias. Hepatites costumam vir
17/10/2011 idade gestacional de 17 semanas. A data provável com evoluções significativas de aminotransferases e sorológi-
do parto, pela regra de Nagëlle, em que se soma 7 ao dia da cas positivas e, processos obstrutivos levam à elevação de FA,
última menstruação para se obter o dia do parto, e subtrai- gama-GT e bilirrubinas já conjugadas. Resposta e.
-se 3 do mês da DUM para se ter o mês do parto, será dia
27/03/2012 (e não 2011). 98. A pré-eclâmpsia é definida pelo aumento da pressão arte-
Sendo a glicemia de jeum menor que 85 mg/dL e não havendo rial (≥ 140 x 90 mmHg) associado a proteinúria (≥ 300 mg/24
fatores de risco, o TOTG 75 será solicitado apenas após 24-28 h), ambas de início após a 20ª semana. Geralmente é acom
semanas, quando aumentam os contrarreguladores insulíni- panhada de edema, embora não seja sinal obrigatório para
cos pela placenta, como hormônio lactogênio placentário. sua definição. Resposta a.

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143
8 Doença hipertensiva específica da gravidez, diabete melito e gestação

99. A pré-eclâmpsia é definida como a presença de hiperten- dL), plaquetopenia menor que 100.000 mm3, lesão hepá-
são arterial (PA ≥ 140 x 90 mmHg), associada a proteinúria tica com TGO maior que 70 UI. São necessários todos os
de, ao menos, 300 mg em 24 horas (não por litro), após 20 critérios para sua caracterização.
semanas. Ela se divide em formas leve e grave, sendo que a Não há método preventivo comprovadamente eficaz, sendo
segundo será caracterizada na presença de um dos critérios que o uso de AAS no primeiro trimestre foi a forma mais
de gravidade listados na tabela a seguir. usada. Resposta d.

Critérios de gravidade na pré-eclâmpsia


101. Define-se diabete gestacional por qualquer grau de
Parâmetro Critério intolerância à carboidrato de primeiro reconhecimento na
gestação. Mesmo que seja prévio, se diagnosticado na ges-
Pressão arterial PAD ≥ 110 mmHg e/ou
PAS ≥ 160 mmHg em 2 medidas tação, enquanto essa durar, será chamado de gestacional. O
após repouso de 6 h tratamento inicial é feito com dieta, que é suficiente em mais
de 50% dos casos. Eventualmente, será necessário o uso de
Proteinúria ≥ 2 g/24 h*
de 24 horas insulina. Resposta d.
Eclâmpsia Convulsões generalizadas sem
doença neurológica presente 102. A classificação de Priscila White divide o diabete em
Cerebral Acidente cerebrovascular (perda mais de 10 tipos, com prognóstico progressivamente desfa-
aguda função cerebral, alteração vorável, a saber:
do estado mental, coma), perda
parcial ou total da visão
€ A – Assintomático. A1 tratado com dieta apenas e A2
com insulina.
Sinais de disfunção Visão turva, diplopia,
do sistema escotomas cintilantes € B – Diagnóstico realizado com ao menos 20 anos de ida-
nervoso central de e menos de 10 anos de duração da doença.
Sintomas de Dor persistente em região epigástrica ou € C – Diagnóstico realizado entre 10 e 19 anos de idade ou
distensão da no quadrante abdominal superior direito duração da doença entre 10 e 19 anos.
cápsula hepática
€ D – Diagnóstico realizado antes dos 10 anos de idade ou
Rins Oligúria (< 500 mL/24 h).
doença com duração de mais de 20 anos ou ainda presen
Creatinina sérica (> 1,2 mg/dL)
ça de retinopatia simples.
Plaquetas Plaquetopenia (< 100.000 céls/mm3)
€ E – Vasculopatia em vasos pélvicos e de membros infe-
Coagulopatia Tempo de protrombina prolongado
riores.
(> 1,4 s) + plaquetopenia (<
100.000 céls/mm3) + diminuição € F – Presença de nefropatia diabética
do fibrinogênio (< 300 mg/dL)
€ G – Perdas fetais recorrentes
Fígado > 2 x nas enzimas hepáticas (AST, TGP)
€ H – Cardiomiopatia
Pulmão Edema agudo
€ R – Retinopatia proliferativa
Fetal Crescimento intrauterino restrito
(peso fetal < p5 ou < p10 + € T – Transplante renal.
comprometimento fetal (oligoidrâmnio, Note que a doença cardíaca aparece na classe H (heart) e não
Doppler umbilical alterado)
na F. Resposta e.
Momento do PE diagnosticada em IG < 32 semanas
diagnóstico
103. Considera-se proteinúria na gestação 300 mg ou mais
*Recentemente alguns autores consideram ≥ 5 g/24 h. de proteína na urina de 24 horas ou 1 g/L de urina ou mais
em amostra isolada ou ainda 3+/4+ de proteína na urina.
Pode apresentar diversas complicações, como: Resposta e.
€ descolamento prematuro de placenta
€ eclâmpsia presença de convulsões tônico-clônicas ge- 104. A vasocontrição provocada pelo tromboxano explica a
neralizadas decorrentes da pré-eclâmpsia. Geralmente é fisiopatologia da doença hipertensiva específica da gestação.
antecedida sinais preditores, como cefaleia, escotomas Não há prevenção eficaz, apenas alguns trabalhos que mos-
e epigastralgia, o que caracteriza iminência de eclâmp- traram benefício com AAS na dose de 100 mg/dia, de 16 a
sia. O tratamento e a prevenção são feitos com sulfato de 36 semanas de gestação associado a suplementação de cálcio,
magnésio. mas esse assunto é bastante controverso. Resposta c.
€ síndrome HELLP – síndrome clinicolaboratorial de dis-
função hepática e microangiopatia que tem como crité- 105. A paciente encontra-se hipertensa com sintomatologia.
rios: anemia, evidência de hemólise (esquizócitos, DHL Não há relato de proteinúria nem de edema para podermos
maior que 600 UI e bilirrubinas totais maior que 1,2 mg/ fechar o diagnóstisco de hipertensão super ajuntada (HAC

SJT Residência Médica – 2016


144
Obstetrícia | Gabarito comentado

+ DHEG). Porém devemos estabilizar a pressão arterial da de eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP), caracterizada
paciente com drogas da emergência hipertensiva (sendo hi- por hipertensão arterial, proteinúria e edema generalizado
dralazina a droga de escolha) se PA diastólica maior ou igual ou de MMII matutino a partir de 20 semanas ou mais de ida
a 110 mmHg (não é o caso) e evitar crises convulsivas atra- de gestacional; hipertensão arterial crônica (hipertensa crô-
vés do uso de sulfato de magnésio, quando da presença de nica que engravida); hipertensão superajuntada (hipertensa
sintomas de iminência de eclâmpsia (escotomas, epigastral- crônica que engravida e desenvolve DHEG a partir de 20
gia, cefakeia, hiperreflexia). Estabilizado o quadro, devemos semanas ou mais de idade gestacional) e; hipertensão tempo-
transferir a paciente para hospital de referência. Resposta c.
rária ou transitória da gestação (caracterizada por elevação
isolada da pressão arterial que normaliza sozinha, sem reper-
106. Gestante hipertensa que convulsiona sem nenhuma cussões maternas ou fetais, próximo do pico da volemia – 32
outra justificativa, indica eclâmpsia, onde independente da semanas de gestação. Resposta e.
idade gestacional, devemos internar a paciente, controlar a
pressão arterial com hidralazina, prescrever sulfato de mag-
nésio para controlar e evitar novas crises convulsivas e, após 110. Paciente com quadro de doença hipertensiva específica
estabilização da paciente, iniciar indução do parto, se os exa- da gestação sem sintomas é uma pré-eclâmpsia, onde o trata-
mes de vitalidade estiverem normais. Resposta a. mento depende da idade gestacional e se é uma forma grave
ou leve da doença. Como a paciente é de termo e tem pré-
-eclâmpsia, de vemos interná-la e proceder a interrupção da
107. Gestante hipertensa de base que já fazia uso de hipoten- gestação (indução do parto, se exames de rotina hipertensiva
sor previamente à gestação deve manter terapia medicamen- e vitalidade fetal normais), uma vez que a DHEG é progres-
tosa, apenas substituindo-se a droga que usava, caso terato-
siva. Resposta a.
gênica (no caso captopril), por alguma aceita na gestação.
Resposta b.
111. A síndroem HELLP é uma microangiopatia consequen-
108. Hipertensão arterial com proteinúria (300 mg ou mais de te da DHEG, onde a paciente cursa com hemólise, elevação
proteína na urina de 24 horas) indica doença hipertensiva espe- das enzimas hepáticas e plaquetopenia. Resposta e.
cífica da gestação (DHEG). Como a paciente evolui com sinto-
mas, trata-se de um quadro de iminência de eclâmpsia, onde a
112. Pré-eclâmpsia grave por altos níveis tensionais deve-
mesma deve ser internada para controle pressórico (hidralazi-
-se tentar a estabilizaçãoe, caso haja sucesso nesse sentido,
na), prevenção de crises convulsivas (com sulfato de magnésio)
e, após a estabilização do quadro, realizar indução do parto (es- aguardar até 37 semanas. Resposta e.
pecialmente se tiver 34 semanas ou mais de idade gestacional e
se os exames de vitalidade estiverem normais) Resposta a.
113. Trata-se de uma gestante em emergência hipertensiva
(PA = 160 x 110 mmHg) e torporosa, provavelmente apresen-
109. Existem 4 tipos de hipertensão arterial que encontramos tando-se em estado pós-comicial de uma convulsão eclâmp-
na gestação, a doença hipertensiva específica da gestação, tica. Nesses casos, mesmo a crise já tendo ocorrido, inicia-se
com suas quatro formas clínicas (pré-eclâmpsia, iminência o sulfato de magnésio para evitar a recidiva Resposta d.

“Esforce-se primeiro, descanse depois.”


R.A.G.

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento

Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR,


poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio
9

A coisa mais importante do mundo não é saber onde estamos, mas a direção que tomamos.
Johann Wolfgang Von Goethe

FMJ – 2015 e) não deve ser prescrita se a paciente estiver com dila-
1. Em relação à prematuridade em nosso país, é COR- tação superior a 6 cm
RETO afirmar que:
a) sua incidência tem diminuído nos últimos anos  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) representa a maior causa de mortalidade infantil
c) aumenta com a troca de parceiro Hospital Angelina Caron – 2015
d) tem grande relação com prematuridade em gestação 3. Qual das opções contem somente causas de oligod-
anterior râmnio?
e) tem grande relação com atividade sexual na gravidez a) crescimento intrauterino restrito, pós-datismo, in-
suficiência placentária
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) ruptura prematura de membranas, agenesia renal,
diabete gestacional
Hospital Angelina Caron – 2015 c) insuficiência placentária, pós-datismo, desordens
2. Gestante de 30 anos, sem comorbidades, interna- esqueléticas
da há 2 dias por rotura prematura de membranas, d) inibidores do ECA, intrauterino restrito, hidropsia
é encaminhada ao centro obstétrico em trabalho de fetal
parto com 35 semanas. Sobre a profilaxia de infecção e) estenose do JUP, crescimento intrauterino restrito,
neonatal pelo estreptococo o grupo B (EGB) nesta síndrome antifosfolipídio
paciente, é CORRETO afirmar:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) caso esteja indicada, necessita de dose de ataque e
manutenção
b) deve ser prescrita apenas se houver cultura positiva Hospital Angelina Caron – 2015
vaginal e retal positivas e recentes para EGB 4. Qual das situações abaixo constitui o mais importan-
c) o antibiótico de escolha é a cefazolina ou eritromicina te fator de risco para o trabalho de parto prematuro?
d) será realizada apenas se a paciente apresentar febre a) sangramento vaginal antes da décima segunda se-
intraparto mana de gestação
146
Obstetrícia | Questões para treinamento

b) consumo de álcool na gravidez e) esses cálculos estatísticos são de pouca valia porque
c) toques vaginais nas consultas de pré-natal a administração de progesterona entre 24 e 34 sema-
d) partos prematuros anteriores nas de gravidez e nociva ao feto
e) dois ou mais abortamentos de primeiro trimestre
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Santa Casa-SP – 2015
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 8. Secundigesta, com gestação gemelar, idade gestacio-
5. Você está de plantão no setor de urgência na mater- nal de 33 semanas, apresenta dores intermitentes no
nidade e recebe a paciente com exame de ultrasso- abdômen. É portadora de taquicardia sinusal em uso
nografia com as seguintes informações/; Feto único, de metoprolol 50 mg duas vezes ao dia. Ao exame apre-
cefálico com dorso anterior a direita, placenta cor- senta PA de 120/80 mmHg, frequência cardíaca de 96
poral anterior grau 2 de granum, Oligodramnia leve bpm, altura uterina de 37 cm, dinâmica uterina de 3
com maior bolsão de 2,9 cm. Peso abaixo do percen- contrações de 40 segundos em 10 minutos e, ao toque
til 10 para idade gestacional (1870 gramas +/ - 10%) vaginal, colo do útero médio, medianizado e pérvio
e circunferência abdominal fetal abaixo do p5 para para 3 cm. Cardiotocografia categoria I da OMS para
idade gestacional. Doppler Índice de pulsatilidade ambos os fetos. A melhor conduta, para esse caso, será:
da artéria umbilical de 1,16 e índice de resistência da a) inibição de trabalho de parto com atosibano
artéria umbilical de 0,56, com idade gestacional de b) resolução imediata da gestação
37 semanas. Após ler atentamente o exame você con- c) inibição de trabalho de parto com isoxissuprina
cluirá que está pronto para esclarecer o diagnostico d) inibição de trabalho de parto com terbutalina
da seguinte intercorrência gestacional: e) inibição de trabalho de parto com indometacina
a) centralização de fluxo ao Doppler e oligodramnia
b) diástole zero ao estudo do Doppler e oligodramnia  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) CIUR e Oligodramnia
d) displasia óssea fetal e oligodramnia Santa Casa-SP – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 9. Uma gestante de 32 semanas de gravidez procura o
hospital referindo perda de liquido via vaginal. O
exame especular revela conteúdo vaginal transpa-
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015 rente não fétido, discretamente aumentado, porém
6. Quais drogas são comumente utilizadas como tocolí- sem a visualização de saída de líquido pelo orifício
ticos na prevenção do parto pré-termo? cervical. Considerando-se este quadro clínico, qual
a) metidopa e hidralazina dos exames complementares abaixo apresenta maior
b) cabergolina e bromocriptina especificidade diagnóstica?
c) cefalosporinas e quinolonas a) teste de laneta
d) derivados do ergot e ocitocina b) pesquisa do pH vaginal
e) agonistas beta-2 e bloqueadores de canal de cálcio c) teste da cristalização
d) medida ultrassonográfica do índice de líquido amni-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ótico
e) pesquisa de alfa-1-microglobulina placentária em
IAMSPE – 2015 meio vaginal
7. E comum administrar progesterona (200 mg/dia, via  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
vaginal) para mulheres que tem entre 20 e 25 sema-
nas de gravidez, 15 mm ou menos de comprimento
do colo do útero, a fim de evitar partos antes de 34 UEPA – 2015
semanas de gravidez. O risco relativo de isso ocorrer 10. Paciente GII PI, primeiro parto normal há 2 anos,
entre as mulheres medicadas e as que não fazem uso chega à maternidade em 25/10/2014 referindo dor
de medicamentos foi calculado em: RR = 0,56 com tipo cólica em baixo ventre a cada 5 minutos e perda
intervalo de confiança de IC: 0,36 – 0,86. Isso permi- de tampão mucoso. Nega ter feito pré-natal, pois não
te concluir que tinha com quem deixar seu primeiro filho. Refere ci-
a) não ha diferença estatisticamente significante entre o clos regulares e data da última menstruação (DUM)
grupo que recebeu progesterona e o que não recebeu em 11/03/2014 e ter feito apenas uma ultrassonogra-
b) o grupo que recebeu progesterona tem 56% a mais de fia em 22/04/2014, a qual mostrava embrião com bio-
probabilidade de ter o parto abaixo de 34 semanas metria de 6 semanas. Ao exame, apresentava PA 110 /
c) o grupo que recebeu progesterona tem uma proba- 80 mmHg, altura uterina (A.U.) de 32 cm, BCF: 140/
bilidade significantemente menor, do ponto de vista min, dinâmica em 10’ (40” 45”) e ao toque vaginal
estatístico, de ter parto com menos de 34 semanas dilatação de 3 cm. A melhor conduta a ser adotada é:
d) o calculo do risco relativo não e uma boa forma de a) amniotomia e cardiotocografia
comparar os grupos com e sem terapêutica hormonal. b) condução do trabalho de parto

SJT Residência Médica – 2016


147
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

c) indução do trabalho de parto UFPI – 2015


d) cesárea segmentar 15. Sobre a prematuridade e as patologias do líquido am-
e) corticoterapia e inibição do trabalho de parto niótico, marque a opção CORRETA.
a) a urina fetal é a maior contribuinte para a produção
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
do líquido amniótico
b) o diabetes mellitus com vasculopatia está associado
UERN – 2015 etiologicamente com poliidrâmnio
11. A gestação prolongada se associa com todas abaixo, c) o oligoidrâmnio, provocado por amniorrexe prema-
exceto: tura, é considerado baixo fator de risco para parto
a) hipóxia fetal prematuro, estando presente em 10 a 15% dos casos
b) polidrâmnio d) a incompetência istmocervical, na gênese do parto
c) oligodrâmnio e insuficiência placentária prematuro, é mais prevalente do que os processos
d) macrossomia infecciosos
e) a progesterona não é recomendada para a prevenção
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA do trabalho de parto prematuro em gestantes com
risco elevado para prematuridade
FMJ – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
12. Em relação à prematuridade em nosso país, é COR-
RETO afirmar que
a) sua incidência tem diminuído nos últimos anos AMP – 2015
b) representa a maior causa de mortalidade infantil 16. Com relação à rotura prematura das membranas
c) aumenta com a troca de parceiro ovulares, assinale a INCORRETA.
d) tem grande relação com prematuridade em gestação a) a confirmação diagnóstica é feita clinicamente em
anterior aproximadamente 20% dos casos
e) tem grande relação com atividade sexual na gravidez b) a sensibilidade dos testes baseados no pH vaginal é
extremamente elevada, variando entre 96 e 99%
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) em sua forma espontânea tem incidência de apro-
ximadamente 5%, sendo associada a um terço dos
UFMA – 2015 partos prematuros
13. São causas de polidrâmnio, EXCETO: d) em casos de dúvidas de haver ocorrido, após reali-
a) diabetes mellitus e infecções congênitas zação do exame clínico, podem-se usar testes que
b) anencefalia e atresia esofágica verifiquem a mudança do pH vaginal
c) síndrome de transfusão feto-fetal e onfalocele e) consensualmente, é aquela que ocorre espontanea-
d) hidrocefalia e atresia de duodeno mente nas membranas coriônica e amniótica, com-
e) sofrimento fetal crônico e gestação prolongada provadamente antes do início do trabalho de parto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFMA – 2015 Hospital Albert Einstein – 2015


14. Paciente de 22 anos, secundigesta, idade gestacional 17. Quais os principais fatores de risco para trabalho
de 31 semanas. Refere dor no baixo ventre, tipo có- parto pré-termo?
lica, regular há 4 horas. Ao exame: EGB, eupneica, a) parto pré termo prévio, infecção do trato urinário,
corada, afebril, PA= 110 x 70 mmHg. Dinâmica uteri- polidramnia, rotura de membranas
na positiva (2/10’/40”). Altura uterina = 28 cm. Tônus b) hipotireoidismo, oligohidramnia, sobrepeso, inser-
uterino normal. BCF + (162/min/qse). Colo dilatado ção baixa de placenta
para 3 cm, 70 % apagado, bolsa íntegra. Qual hipóte- c) polidramnia, hipotireoidismo, rotura de membra-
se diagnóstica e conduta? nas, infecção do trato urinário
a) trabalho de parto prematuro. Tocólise, antibioticote- d) parto pré-termo prévio, oligohidramnia, sobrepeso,
rapia para profilaxia de infecção neonatal pelo strep- inserção baixa de placenta
tococcus do grupo B e corticoterapia
b) trabalho de parto prematuro. Tocólise e corticoterapia  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) útero irritável (ameaça de trabalho de parto prema-
turo). Tocólise e corticoterapia
Hospital da Cruz Vermelha – 2015
d) útero irritável (ameaça de trabalho de parto prematu-
18. Primigesta de 22 anos chega ao pronto atendimen-
ro). Tocólise e antibioticoterapia para profilaxia de in-
to com queixa de perda de líquido via vaginal há 2
fecção por estreptococos do grupo B e corticoterapia
dias, em grande quantidade, seguida de dor em baixo
e) resolução da gestação, devido à taquicardia fetal
ventre. Pré-natal com duas infecções urinárias trada-
configurando sofrimento agudo
das. Idade gestacional ecográfica e cronológica de 38
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA semanas. Ao exame apresenta: PA: 100/60 T: 36,3 ºC

SJT Residência Médica – 2016


148
Obstetrícia | Questões para treinamento

FC: 90 bpm FR: 16 mrpm. AU: 35 cm. Dinâmica ute- período de repouso. Toque vaginal demonstra colo
rina: 10’ (35” 25” 30”); Abdome doloroso à palpação. uterino amolecido, pérvio para 3 cm de dilatação,
Especular: saída de secreção mucosa pelo canal cer- apresentação cefálica, bolsa amniótica íntegra, bati-
vical. Não observado líquido amniótico fluindo pelo mento cardíaco fetal de 140 e tensão arterial de 120 x
OCE à manobra de Valsalva. Toque: colo pérvio para 80 mmHg, sem outras queixas.
2 cm. Qual afirmativa contém procedimentos de exa- A paciente foi internada. A hipótese diagnóstica e o
me clínico durante o exame ginecológico que podem tratamento medicamentoso são respectivamente:
confirmar a amniorréxis prematura? a) insuficiência cervical – ocitocina
a) ultrassonografia com medida de índice de líquido b) amniorrexe prematura – hidralazina
amniótico c) abortamento – sulfato de magnésio
b) amnioscopia para avaliação do aspecto do líquido d) trabalho de parto prematuro – indometacina
amniótico e) trabalho de parto prematuro – nifedipino
c) medida do pH vaginal e Teste de cristalização
d) teste de Sims-Huhner para avaliação do muco cer-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
vical
e) cardiotocografia basal anteparto PUC-RS – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 22. Em relação ao trabalho de parto pré-termo, é correto
afirmar que
a) o uso de tocolíticos está sempre indicado
Hospital Infantil Varela Santiago – 2015 b) a anencefalia é considerada um fator de risco
19. Rotura prematura das membranas ovulares significa: c) o uso de antibiótico profilático por 7 dias está indi-
a) ruptura espontânea das membranas ovulares, fora cado
de trabalho de parto e após 20 semanas d) o corticoide somente deve ser utilizado antes da 32ª
b) ruptura espontânea das membranas ovulares, fora semana
de trabalho de parto em qualquer época da dilatação e) o parto vaginal pélvico está contraindicado antes da
c) coriorrexe 34ª semana
d) amniorrexe
e) amnionite  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


PUC-RS – 2015
23. Primigesta, com 39 semanas, apresentou rotura es-
INCA – 2015 pontânea das membranas ovulares há cinco minutos,
20. O parto pré-termo é considerada a principal preocu- com líquido amniótico meconial. Colo uterino com 8
pação da obstetrícia atual por ser evento frequente, cm de dilatação, variedade da posição fetal occipito-
cuja incidência não apresenta diminuição consistente -púbica, altura da apresentação em +1 de De Lee e
nas últimas décadas, e por se constituir na principal monitorização fetal anteparto categoria 1. Atividade
causa de morbimortalidade neonatal. Sobre o parto uterina de 3 contrações fortes em 10 min. A conduta é
pré-termo assinale a alternativa correta: a) aguardar a evolução do trabalho de parto
a) o parto pré-termo é o que se dá com menos de 34 b) reduzir o colo manualmente e utilizar o fórceps
semanas completas (238 dias) contadas a partir do c) realizar imediatamente o parto por meio de cesariana
primeiro dia do último período menstrual, não im- d) administrar ocitocina para acelerar o trabalho de
portando o peso do recém-nascido parto
b) a bacteriúria assintomática não está associada a e) realizar imediatamente o parto por meio de extração
maior risco de prematuridade, e, quando presente fetal com fórcipe
não necessita de ser tratada com antibioticoterapia
c) chegou-se à conclusão de que a medida do colo ute-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
rino deveria ser indicada em todas as pacientes para
rastreamento rotineiro de parto pré-termo entre 10ª PUC-RS – 2015
e 14ª semana de gestação 24. Primigesta com 33 semanas de evolução procura a
d) dentre os fatores de risco, um dos que têm maior im- maternidade com queixa de perda de líquido vaginal
portância é a prematuridade anterior há uma semana e desconforto uterino há 12 horas.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Dinâmica uterina ausente, colo uterino com 3 cm,
temperatura axilar materna de 38,1 °C, pulso ma-
terno de 105 bpm e monitorização fetal categoria 1.
PUC-PR – 2015 Leucograma infeccioso e ultrassonografia com índice
21. M. A. S., 20 anos, primigesta, gestação de 33 semanas, de líquido amniótico de 3,2 cm. Além da antibiotico-
referindo dor em baixo ventre, procura maternidade terapia, deve-se
para ser avaliada. O exame obstétrico demonstra duas a) iniciar indução do parto
contrações a cada 10 minutos, regulares, mesmo após b) adotar conduta expectante

SJT Residência Médica – 2016


149
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

c) realizar cesariana de urgência c) antibiótico


d) administrar uterolítico e corticoide d) nifedipina
e) administrar uterolítico, corticóide e sulfato de mag- e) sulfato de magnésio
nésio
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNAERP – 2015
SURCE – 2015 28. Gestante de 32 semanas traz ultrassom mostrando
25. Paciente com gestação de 30 semanas, em acompa- peso fetal estimado de 1350g, ILA 6,8, doppler da
nhamento pré-natal na Unidade Básica de Saúde da artéria cerebral média de 68% e da artéria umbilical
Família. Ao exame obstétrico: fundo uterino = 26 cm, de 80%. Realizou cardiotocografia que mostrou feto
frequência cardíaca fetal = 140 bpm. Solicitado exa- ativo. Quais as suas hipóteses diagnósticas e melhor
me de ultrassonografia obstétrica que revelou os se- conduta frente ao caso?
guintes parâmetros para 30 semanas: circunferência Obs.: valor normal de peso para 32 semanas: 1290–2280
cefálica = percentil 25º; circunferência abdominal = Valor normal de ILA para 32 semanas: 7,1–20,4
percentil 8º; comprimento do fêmur = percentil 25º; a) restrição de crescimento intrauterino e resolução da
peso estimado = percentil 8º. gestação por sofrimento fetal
Ante o quadro clínico e os achados ultrassonográfi- b) oligoâmnio e reavaliações da vitalidade fetal semanais
cos, qual o diagnóstico a ser firmado? visto que avaliação dopplervelocimétrica normal
a) restrição do crescimento fetal do tipo simétrico c) ultrassonografia normal com retorno em 2 semanas
b) restrição do crescimento fetal do tipo assimétrico para nova consulta de pré-natal
c) restrição do crescimento fetal do tipo intermediário d) oligoâmnio e centralização fetal; como carditoco-
d) crescimento fetal adequado para a idade gestacional grafia normal, realizar corticoindução e acompa-
nhamento da vitalidade fetal diariamente
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) centralização fetal, restrição de crescimento intrau
terino e oligoâmnio, com indicação de resolução da
UERJ – 2015 gestação
26. Paciente de 22 anos, GI-P0-A0, com lúpus eritematoso
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
sistêmico, em uso de hidroxicloroquina e prednisona,
é atendida na 32ª semana de gestação em consulta pré-
-natal, assintomática e estável clinicamente. Ela apre- UNESP – 2015
senta o seguinte laudo de exame ultrassonográfico: feto 29. Mulher, 33a semana de gestação apresenta 1 contra-
único, situação longitudinal, apresentação cefálica, ção uterina a cada 5 minutos, colo uterino com 70%
placenta anterior Grau II de maturidade, normodra- de esvaecimento, 3 cm de dilatação, feto com apre-
mnia, circunferência abdominal e peso fetal abaixo do sentação cefálica e vitalidade preservada. AP: parto
percentil 3 para idade gestacional, dopplerfluxometria pré-termo em gestação anterior e internação há três
de artéria umbilical normal para idade gestacional. A semanas por trabalho de parto prematuro, quando a
cardiotocografia apresenta padrão reativo. A recomen- cultura para Streptococcus do grupo B revelou-se ne-
dação para condução inicial desse caso é: gativa e foi feita corticoterapia. A conduta é
a) prescrição de corticoterapia e posterior indução do a) realizar profilaxia para Streptococcus e resolver a ges-
parto tação
b) indicação de suplementação nutricional e início de b) administrar tocolítico e repetir corticoterapia
aspirina c) repetir corticoterapia e indicar cesárea
c) realização de cordocentese para cariotipagem e ras- d) administrar tocolítico e realizar profilaxia para
treio infeccioso fetal Streptococcus
d) seguimento pré-natal com acompanhamento rigo-
roso do bem-estar fetal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UNIOESTE – 2015
30. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO representa
UFSC – 2015 contraindicação à inibição do trabalho de parto pre-
27. Assinale a alternativa que responde CORRETAMEN- maturo?
TE à pergunta abaixo. a) sofrimento fetal agudo
Qual medicamento, quando administrado durante b) corioamnionite
o trabalho de parto prematuro, tem como principal c) gestação gemelar
objetivo a profilaxia da paralisia cerebral do recém- d) óbito fetal
-nascido (neuroprotetor)? e) maturidade pulmonar fetal
a) betametazona
b) dexametazona  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


150
Obstetrícia | Questões para treinamento

ABC – 2014 b) salbutamol


31. Gestante de 32 semanas percebe perda de líquido c) indometacina
pela vagina que escorre pelas coxas e que persiste há d) sulfato de magnésio
1 hora. Procura hospital que confirma a rotura de
membranas ovulares. A mulher está fora de trabalho  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
de parto. Frente a estas informações é CORRETO:
a) fazer um exame de toque para se avaliar a dilatação SUS-SP – 2014
e as características do líquido 35. Primigesta de 37 semanas de gestação procura o
c) introduzir imediatamente corticosteroide para ace- pronto-socorro por perda de líquido em grande
lerar a maturidade pulmonar quantidade há 2 horas. Ao exame, dinâmica uterina
d) afastar sinais clínicos e laboratoriais de infecção e ini- ausente, BCF 148 bpm e ao exame especular saída de
bir com nifedipina (via oral) se apresentar contrações líquido claro com grumos em grande quantidade. To-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA que vaginal: colo grosso, posterior, 1 cm de dilatação,
apresentação cefálica. Conduta adequada:
a) internação hospitalar, colher hemograma materno,
ABC – 2014 controle de curva térmica, pesquisa da vitalidade fe-
32. O trabalho de parto prematuro (TPP) é uma situação tal e repouso
que implica em mortalidade neonatal elevada. Em re- b) parto cesárea devido ao risco de infecção neonatal e
lação a esta intercorrência é CORRETO afirmar que: sepse
a) se uma gestante estiver em TPP a administração de c) avaliação da vitalidade fetal e indução do parto
antibiótico se impõe para profilaxia da infecção neo- d) internação hospitalar e aguardar o início do trabalho
natal pelo estreptococos grupo B de parto por até 48 horas
b) como o antecedente de prematuridade é fator epide- e) iniciar tratamento com antibiótico para profilaxia da
miológico marcante para esta intercorrência, a pres- sepse neonatal por Streptococcus agalactiae
crição de inibidores de TPP é indicada nestes casos
c) o uso de progesterona micronizada é indicado para  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
bloquear o TPP
d) sua inibição visa levar à gestação até a idade gesta- UNICAMP – 2014
cional de 37 semanas ou mais, evitando-se a prema- 36. Mulher, 22a, G1P0, 35 semanas de amenorreia. Pré-
turidade -natal adequado, última consulta há 3 semanas. Pro-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA cura o pronto atendimento obstétrico referindo dor
em baixo ventre há quatro horas. Exame físico: bom
estado geral, PA= 120 x 60 mmHg, P= 52 kg, afebril e
CREMESP – 2013 eupneica, ausência de edema em membros inferiores.
33. Quanto à ocorrência de líquido amniótico meconial Exame obstétrico: altura uterina= 32 cm, frequência
durante o trabalho de parto, é CORRETO afirmar: cardíaca fetal= 144 bpm, dinâmica uterina= 3 contra-
a) são fatores de risco: diabetes gestacional, pós-datismo, ções moderadas em 10 minutos, rítmicas e regulares.
restrição do crescimento fetal, e parto vaginal pélvico Toque vaginal= colo pérvio para 2 cm, esvaecido 60%,
b) o parto deve ser ultimado pela via mais rápida cefálico, plano alto e móvel, membranas íntegras. A
c) a aspiração com cateter das vias aéreas do concepto, conduta é internar e:
antes do desprendimento dos ombros, reduz o risco a) corticoterapia antenatal e antibiótico profilático;
da síndrome de aspiração meconial cultura para Streptococo B; investigar infecção do
d) o risco da síndrome de aspiração meconial aumenta trato urinário e vitalidade fetal; inibir trabalho de
em fetos com hipóxia intraparto parto
e) a síndrome de aspiração meconial ocorre em cerca b) antibiótico profilático; cultura para Streptococo B;
de 30% destes casos investigar infecção do trato urinário e vitalidade fe-
tal; acompanhar trabalho de parto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) investigar infecção do trato urinário e vitalidade fe-
tal e inibir trabalho de parto
UERJ – 2014 d) corticoterapia antenatal; cultura para Streptococo B;
34. Alessandra na 33ª semana de gestação, com diagnós- investigar infecção do trato urinário e vitalidade fe-
tico de diabete mellitus tipo I há 15 anos e glicemias tal; acompanhar trabalho de parto
descontroladas no pré-natal, é internada com diag-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nóstico de trabalho de parto prematuro. Ao exame
obstétrico, apresenta metrossístoles 2/10’/45”, BCF =
140 bpm, tônus uterino normal, colo centralizado de Albert Einstein – 2013
80% apagado, 2 cm de dilatação e bolsa íntegra. Nesta 37. Gestante tabagista (um maço de cigarros/dia), e aten-
situação, a melhor escolha para tocólise deve ser: dida na primeira consulta de pré-natal com história
a) nifedipina de ciclos menstruais irregulares. Segundo a data da

SJT Residência Médica – 2016


151
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

última menstruação, a idade gestacional e de 34 se- ( ) Calcificações pequenas e difusas.


manas. Ao exame clinico, apresenta altura uterina de ( ) Ecogenicidade placentária uniforme.
27 cm. Ainda não realizou exames laboratoriais/ sub- ( ) Calcificações maiores ao longo da placa basal.
sidiários nesta gestação. Nesse caso: ( ) Presença de cotilodones.
a) trata-se de restrição de crescimento fetal grave asso- a) A, B, C, D
ciada a elevado risco de óbito intrauterino devido a b) B, A, C, D
insuficiência placentária. A conduta preconizada e a c) C, A, B, D
realização de amniocentese, para pesquisa de matu- d) B, A, D, C
ridade pulmonar fetal e) C, B, A, D
b) dentre as hipóteses diagnósticas, vale considerar:
erro de data, presença de malformação fetal e restri-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ção de crescimento fetal
c) no exame ultrassonográfico, o oligoâmnio é achado INCA-RJ – 2013
patognomônico de insuficiência placentária grave 41. É um fator habitualmente associado à polidrâmnia:
d) no exame dopplervelocimétrico, a ausência de cen- a) displasia renal
tralização hemodinâmica fetal descarta a hipótese b) rins policísticos
de insuficiência placentária c) pós-maturidade
e) trata-se de restrição de crescimento fetal grave asso- d) infecção congênita
ciada a elevado risco de óbito intrauterino devido a
insuficiência placentária. A conduta preconizada e  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
corticoterapia para maturação pulmonar fetal e in-
terrupção da gestação
PUC-PR – 2013
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 42. São fatores associados à oligodrâmnia:
a) síndromes hipertensivas e gestação prolongada
b) obstruções intestinais do feto
Angelina Caron – 2013 c) anomalias do sistema nervoso central no diencéfalo
38. São causas de oligodrâmnio. Assinale a alternativa d) infecções congênitas
CORRETA: e) tumores fetais
a) insuficiência placentária, cromossomopatias e gesta-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ção múltipla
b) ruptura prematura de membranas, insuficiência pla-
centária e hipovolemia PUC-PR – 2013
c) anomalias congênitas, isoimunização ao fator Rh e 43. Para as gestações com pós-datismo ou prolongadas, é
gestação múltipla CORRETO afirmar:
d) cromossomopatias, insuficiência placentária e hipo- a) há menor incidência de distocias no trabalho de parto
volemia b) há menor incidência de cesarianas
e) síndrome hipertensiva, gestação múltipla e insufici- c) a ultrassonografia no primeiro trimestre não é im
ência placentária portante para determinação da idade gestacional
d) cerca de 10% dos partos ocorrem após 42 semanas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
de gestação
e) a vigilância da vitalidade fetal deve ser iniciada ao se
Angelina Caron – 2013 ultrapassarem 40 semanas
39. O valor normal da translucência nucal é de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) < 5 mm
b) < 3 mm
c) > 3 mm Santa Casa-SP – 2013
d) > 5 mm 44. Quartigesta teve três perdas gestacionais espontâneas
e) < 2 mm anteriores, com 24, 20 e 16 semanas respectivamente;
apresenta em exame ultrassonográfico de 11 sema-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nas: útero bicorno contendo feto único, biometria
compatível com 11 semanas, translucência nucal de
1,9 mm (normal), comprimento cervical de 1,5 cm.
Angelina Caron – 2013
Qual a hipótese diagnóstica MAIS provável:
40. Na classificação de Grannum, a placenta grau III
a) doença autoimune
apresenta 100% de maturidade pulmonar. Correla-
b) incompetência istmocervical
cione as colunas:
c) síndrome de Asherman
(a) Grau 0
d) cromossomopatia
(b) Grau I
e) diabete
(c) Grau II
(d) Grau III  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


152
Obstetrícia | Questões para treinamento

SES-SC – 2013 e) corticoterapia, antibioticoterapia com cefalosporina,


45. No auxílio da prevenção de parto pós-termo, qual o cesárea após 48 horas
método que altera sua incidência, usado durante o
pré-natal?  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) teste de β-hCG imediatamente após o atraso mens-
trual
UEL – 2013
b) calendário menstrual
49. Sobre a restrição de crescimento fetal intrauterino,
c) ecografia de primeiro trimestre
considere as afirmativas a seguir.
d) relação direta da data da última menstruação
(DUM) com a altura uterina I. A hipertensão arterial leva a restrição de cresci-
e) determinar a data do início da percepção dos movi- mento assimétrica.
mentos fetais II. A síndrome de Edwards leva a restrição simétrica.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA III. Todo feto restrito e pequeno para a idade gesta-
cional (PIG).
SES-SC – 2013 IV. Todo feto pequeno para a idade gestacional (PIG)
46. Qual a melhor conduta, a fim de diminuir a incidên- e restrito.
cia de parto cesárea e de mortalidade perinatal consi- Assinale a alternativa CORRETA.
derando uma gestação de 41 semanas? a) somente as afirmativas I e II são corretas
a) amniotomia para provocar o trabalho de parto b) somente as afirmativas I e IV são corretas
b) controle do bem-estar fetal até o parto espontâneo c) somente as afirmativas III e IV são corretas
c) aguardar o trabalho de parto espontâneo d) somente as afirmativas I, II e III são corretas
d) avaliar o bem-estar fetal ate 42 semanas e indicar ce- e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
sariana se não houver a evolução para parto vaginal
e) indução do trabalho de parto  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UEL – 2013
50. A respeito dos fatores de risco para gestação prolon-
SES-SC – 2013
gada, considere as afirmativas a seguir.
47. Em relação ao crescimento intrauterino restrito é IN-
CORRETO afirmar que: I. Anencefalia.
a) o CIUR diagnosticado precocemente na gestação faz II. Deficiência de sulfatase placentária.
suspeitar de alterações cromossômicas
b) pacientes com DUM incerta e sem ecografia preco- III. Feto do sexo masculino.
ce, só podem ser diagnosticadas com CIUR quando IV. Multiparidade.
se avalia a velocidade do crescimento fetal com eco-
Assinale a alternativa CORRETA.
grafias sequenciais
a) somente as afirmativas I e II são corretas
c) os fetos com CIUR frequentemente apresentarão
b) somente as afirmativas I e IV são corretas
complicações como asfixia e eliminação de mecônio
c) somente as afirmativas III e IV são corretas
d) o repouso e comprovadamente eficaz no tratamento
d) somente as afirmativas I, II e III são corretas
de gestantes com CIUR, principalmente se indicado
no terceiro trimestre da gestação e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
e) deve se dar preferência ao parto cesárea em gestan  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tes com diagnóstico de CIUR

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UCPEL-RS – 2013


51. Sobre a análise do crescimento fetal, assinale a asser-
SURCE-GO – 2013 tiva CORRETA.
48. Mulher com 32 semanas de gestação informa perda a) no final da gestação, se o feto estiver insinuado, a
líquida há três dias. Ao exame físico, apresenta pulso circunferência cefálica é o método de eleição para
de 106 bpm, temperatura de 39 °C, leucograma com datar a gestação e avaliar o crescimento fetal
22.330 leucócitos com 80% segmentados e 22% bas- b) a idade gestacional é mais bem avaliada quanto mais
tões. Qual a conduta mais acertada? tardiamente for realizada a primeira ecografia
a) corticoterapia e interrupção da gestação c) a restrição do crescimento fetal pode ser diagnos-
b) antibioticoterapia e interrupção da gestação ticada já na primeira ecografia, desde que realizada
c) hiper-hidratação, antibioticoterapia com penicilina após 20 semanas de gestação
e cesárea d) o aumento do comprimento do fêmur e o parâmetro
d) corticoterapia, antibioticoterapia tríplice, cesárea que mais se associa ao diagnóstico de macrossomia
após 48 horas fetal

SJT Residência Médica – 2016


153
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

e) faz parte da análise do crescimento fetal a avaliação O diagnóstico mais provável e os exames indicados
do diâmetro biparietal, da circunferência craniana, para esta situação são:
da circunferência abdominal e do comprimento do a) restrição do crescimento intraútero; ultrassonogra-
fêmur fia para avaliação da biometria fetal e doppler das
artérias umbilicais fetais
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) erro de data; ultrassonografia para avaliação da bio-
metria fetal e determinação da idade gestacional real
c) oligo-hidrâmnio; doppler das artérias uterinas ma-
UNICAMP – 2013
ternas e perfil biofísico fetal
52. Gestante, 42 anos, G3P2A0, 36 semanas de gestação,
d) restrição do crescimento intrauterino; cardiotoco-
tabagista, em acompanhamento pré-natal apresen-
grafia e perfil biofísico fetal
ta curva de altura uterina como ilustrado abaixo. O
diagnóstico clínico é sugestivo de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Angelina Caron – 2012


54. As seguintes condutas deverão ser adotadas em ca-
sos de suspeita de rotura prematura de membranas,
exceto:
a) determinação da idade gestacional
b) interrupção da gestação
c) verificação de infecção materna e/ou fetal
d) avaliação da vitalidade fetal
e) conduta expectante

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFPE – 2012
55. A presença de pele seca e apergaminhada corada in-
a) amniorrexe prematura tensamente de amarelo, assim como as unhas e o cor-
b) restrição de crescimento simétrico dão umbilical amarelo-esverdeado, configura diag-
c) restrição de crescimento assimétrico nóstico pós-natal definido pela escala de Clifford de
d) gemelaridade monocoriônica com transfusão feto- recém-nascido:
-fetal descompensada a) a termo
b) pós-maturidade Grau I
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) pós-maturidade Grau II
d) pós-maturidade Grau III
USP-RP – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
53. Paciente, 33 anos de idade, G4P0A3, com diagnós-
tico de síndrome do anticorpo antifosfolípide, está
usando aspirina e heparina. Comparece no retorno UFPE – 2012
com 31 semanas sem queixas. Na avaliação obstétrica 56. Responde como principal indicação obstétrica para o
constata-se altura uterina de 26 cm, sem outras alte- parto prematuro:
rações. A evolução da altura uterina durante o pré- a) sofrimento fetal
-natal encontra-se na figura abaixo. b) pré-eclâmpsia
c) crescimento intrauterino restrito
d) descolamento prematuro de placenta

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFPE – 2012
57. Qual das seguintes ocorrências é a mais comum na
patologia da gravidez prolongada?
a) diminuição do peso fetal e aumento do volume de
líquido amniótico
b) aumento do peso fetal e excesso de verniz caseoso
c) mecônio e escassez de líquido amniótico
d) diminuição do peso fetal e excesso de verniz caseaoso

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


154
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFRN – 2012 b) internação, repouso absoluto e hiper-hidratação in-


58. Em relação à amniorrexe prematura, pode-se afir- travenosa
mar que: c) amnioinfusão com o objetivo de reduzir a ocorrên-
a) a corticoterapia para maturação pulmonar fetal está cia de hipoplasia pulmonar
indicada entre 24 e 32 semanas de gestação d) indução da maturidade pulmonar fetal com corti-
b) a indução do parto é indicada se a idade gestacional costeroides e interrupção da gestação
for maior que 34 semanas, desde que haja condições
para o parto normal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) a hipoplasia pulmonar não está associada a períodos
prolongados de oligodramnia Gestante chega hoje (23/11/2011) ao Pronto-Socorro
d) a leucocitose materna é um marcador mais confiável de ginecologia e obstetrícia com queixa de dor em bai-
de corioamnionite do que a hipertermia materna xo ventre e perda de líquido via vaginal há 1 hora. No
cartão de pré-natal constam as informações abaixo.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA O exame físico de admissão no Pronto-Socorro tem
como informações:
Paciente descorada ++ em 4+; frequência cardíaca de
UFRN – 2012
89 bpm, eupneica, PA 90/60 mmHg. Altura uterina
59. Uma paciente em trabalho de parto, após realização
29 cm, dinâmica uterina ausente, frequência cardí-
de amniotomia, apresenta hipotensão, cianose, coa-
aca fetal 144 bpm. À palpação mostra polo cefálico
gulação intravascular disseminada e atonia uterina.
ocupando escava, fixo com dorso à direita da linha
Esse quadro clínico sugere:
média. Especular: colo com ectrópio, saída de líquido
a) embolia gasosa
pelo colo de coloração clara e sem grumos. Toque não
b) rotura de vasa prévia
realizado.
c) embolia amniótica
Com base no cartão pré-natal e nessas informações
d) prolapso de cordão
fornecidas acima, responda às próximas 8 questões:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UNITAU – 2012
62. No momento da internação, o diagnóstico CORRETO é:
UNICAMP – 2012 a) amniorrexe prematura em gestação de termo
60. Gestante, 24a, G2P1C0A0, 31 semanas, pré-natal sem b) amniorrexe prematura em gestação pré-termo
intercorrências, queixa-se de perda de líquido pela c) amniorrexe precoce em gestação prematura
vagina há 3 horas. Exame físico: PA= 110 x 60 mmHg; d) amniorrexe oportuna em gestação de termo
altura uterina = 30 cm; batimentos cardíacos fetais e) amniorrexe precoce em gestação de termo
= 152 bpm; dinâmica uterina ausente. Exame espe-
cular: colo aparentemente dilatado para uma polpa  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
digital, com saída de líquido claro, sem grumos pelo
canal cervical. A CONDUTA É: UNITAU – 2012
a) internação, inibição profilática do trabalho de parto 63. Assinale a alternativa que inclui fatores de risco iden-
prematuro com nifedipina e corticosteroide tificáveis no cartão de pré-natal para o diagnóstico de
b) confirmação da amniorrexe prematura por ultrasso- admissão:
nografia antes de qualquer conduta medicamentosa a) baixo peso materno, inadequado acompanhamento
c) internação, hiper-hidratação, corticosteroide e anti- pré-natal, restrição de crescimento fetal
bioticoprofilaxia para estreptococo do grupo B b) primigesta, negra, restrição de crescimento fetal e
d) internação, corticosteroide e indução do trabalho de uso de tabaco
parto com ocitocina após 48h c) baixo peso materno, anemia materna, uso de tabaco
e infecção urinária
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) abortamento em gestação anterior, uso de tabaco e
restrição de crescimento fetal
UNICAMP - 2012 e) primigesta, baixo nível socioeconômico e uso de ta-
61. Gestante, 20a, G2P0A1, 25 semanas (amenorreia de baco
certeza) apresentou aborto espontâneo na gravidez
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
anterior com 16 semanas. Na consulta pré-natal foi
verificada altura uterina de 20 cm. Ultrassonografia:
gestação compatível com 24/25 semanas e diminuição UNITAU – 2012
acentuada do volume de líquido amniótico (ILA= 10 64. Assinale a alternativa que inclui, respectivamente, a
mm). Nega perda de líquido por via vaginal. A CON- correta situação, apresentação e posição no exame de
DUTA É: admissão, hoje (23/11/2011):
a) amnioinfusão para diagnóstico de amniorrexe pre- a) longitudinal, cefálica e direita
matura ou malformação fetal b) cefálica, longitudinal e direita

SJT Residência Médica – 2016


155
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

c) direita, cefálica e longitudinal USP-RP – 2012


d) longitudinal, direita e cefálica 69. Primigesta, 32 semanas de gravidez, queixa-se de
e) cefálica, direita e longitudinal perda líquida via vaginal em grande quantidade há 2
horas, negando contrações uterinas. Ao exame cons-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tatou-se sinais vitais maternos normais, atividade
uterina não perceptível e vitalidade fetal normal. O
exame especular confirmou o diagnóstico de corioa-
UNITAU – 2012
mniorrexe prematura. Após a internação da paciente
65. Assinale a alternativa que inclui só condutas usuais qual conjunto de ações representa a melhor conduta
para o caso: para o caso?
a) pesquisa de infecções, avaliação da vitalidade e, se a) antibioticoterapia endovenosa e indução imediata
ambas normais, controle ambulatorial do caso do trabalho de parto com misoprostol
b) internação, introdução de antibiótico e indução do b) corticoindução da maturidade pulmonar fetal e re-
parto solução da gravidez após 48 horas
c) internação, inibição do trabalho de parto vigente e c) antibioticoterapia endovenosa e tocolítico via oral
corticoide d) corticoindução da maturidade pulmonar fetal e con-
d) tratamento da infecção urinária, avaliação da vitali- duta expectante com controle de infecção
dade, voltar ao hospital quando tiver contrações
e) internação, pesquisa de infecções, avaliação da vita-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
lidade fetal
Albert Einstein – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
70. Sobre a prematuridade, é correto afirmar:
a) é evitada na maior parte dos casos com a monitoriza-
UNITAU – 2012 ção tocográfica em pacientes sem contrações clínicas
66. Assinale a alternativa INCORRETA: b) 25% dos nascimentos prematuros são espontâneos e
a) paciente tem baixo peso decorrentes do trabalho de parto prematuro
b) paciente tinha fatores de risco pré-natais para restri- c) possui etiologia conhecida em 10% dos casos, sendo
de difícil predição
ção de crescimento fetal
d) a avaliação do colo uterino pela ultrassonografia
c) paciente deveria ter tomado vacinação antitetânica
transvaginal entre 22 e 24 semanas de gestação é im-
d) há discordância entre amenorreia e idade gestacional
portante para predição de risco
ultrassonográfica
e) pode ser prevenida na maior parte dos casos de tra
e) paciente é suscetível a toxoplasmose balho de parto prematuro, quando é realizada admi
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nistração endovenosa de antagonista da ocitocina

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UNITAU – 2012
67. Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, Hospital Albert Einstein – 2012
a data provável do parto pela regra de Nagele (DPP) 71. Primigesta de 30 anos, com 36 semanas, procura aten-
e a idade gestacional na admissão no pronto-atendi- dimento de urgência por perda de líquido via vaginal
mento, hoje (23/11/2011). há 1 hora. Ao exame, como única alteração, consta-
a) 27/01/2012 e 31 semanas ta-se saída de líquido em pequena quantidade pelo
b) 23/11/2011 e 40 semanas orifício externo do colo. Após avaliação de vitalida-
c) 27/12/2011 e 38 semanas de normal e pesquisa infecciosa negativa, interna-se
d) 30/01/2012 e 30 semanas a paciente. Considerando-se o feto em apresentação
e) 13/01/2012 e 31 semanas cefálica e pesquisa recente de estreptococo do grupo
B negativa, o médico deve:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) administrar antibioticoterapia com cefazolina e in-
dicar cesárea
b) realizar avaliação seriada de vitalidade fetal e de in-
UNITAU – 2012 fecção ovular e aguardar trabalho de parto espontâ-
68. Se este mesmo caso ocorresse no dia 11 de janeiro de neo
2012, os diagnósticos seriam: c) induzir trabalho de parto após corticoterapia para
a) amniorrexe prematura em gestação pré-termo maturação pulmonar fetal
b) amniorrexe prematura em gestação de termo d) preparar o colo com misoprostol, se colo desfavorá-
c) amniorrexe precoce em gestação prematura vel, administrar antibioticoterapia de amplo espec-
d) amniorrexe oportuna em gestação de termo tro e induzir o parto
e) amniorrexe precoce em gestação de termo e) induzir parto com ocitocina

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


156
Obstetrícia | Questões para treinamento

Santa Casa-SP – 2012 d) a corioamnionite pós-parto ocorrerá em 50% dos


72. Gestante com 35,1 semanas chega à maternidade re- casos
ferindo dor em baixo ventre. Ao exame, bom estado  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
geral, pulso: 118 batimentos/min e T: 38°C. No exa-
me obstétrico constata-se altura uterina de 28 cm,
BCF: 176 bpm, presença de três contrações uterinas CREMESP – 2011
moderadas em 10 minutos e colo uterino dilatado 75. Gestante de 24 anos, sem doença, II gesta I para (vagi-
para 3 cm. No exame especular observa-se corrimen- nal a termo), 33 semanas, procura pronto-atendimento
to amarelo-esverdeado bolhoso, sem perda líquida. com queixa de febre não medida há 1 dia. Ao exame:
O exame de ultrassom mostra feto único, cefálico, bom estado geral, temperatura = 38 °C, frequência
com peso de 1.370 g (P5), placenta posterior grau cardíaca = 104 bpm, dinâmica uterina = 1 contração
II-III e líquido amniótico diminuído. Neste caso a fraca em 10 minutos, altura uterina = 31 cm, frequência
melhor conduta seria: cardíaca fetal = 168 bpm. Especular: saída de pequena
a) inibir o trabalho de parto e realizar corticoterapia quantidade de secreção fétida pelo orifício externo do
em ciclo único, para maturidade pulmonar fetal colo. Toque vaginal: colo médio, medianizado, 3 cm,
b) inibir o trabalho de parto e introduzir antibioticote- não se toca bolsa, apresentação cefálica. Cardiotoco-
rapia para aumentar o período de latência grafia: feto ativo. Conduta adequada:
c) acompanhar trabalho de parto com monitorização a) antibioticoterapia de amplo espectro e indução do
da vitalidade fetal e introduzir ampicilina para pro- parto
filaxia de estreptococo do grupo B b) corticoterapia para maturação pulmonar e cesárea
d) inibir o trabalho de parto por 48 horas para efeito te- c) inibição do parto, antibioticoterapia de amplo es-
rapêutico adequado do corticosteroide na síndrome pectro e corticoterapia para maturação pulmonar
do desconforto respiratório do recém-nascido d) inibição do parto e antibioticoterapia de amplo es-
e) indicar parto cesáreo em função da prematuridade, pectro, apenas
do peso fetal e da cervicodilatação e) corticoterapia para maturação pulmonar, antibioti
coterapia de amplo espectro e cesárea
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UEL – 2012 UNIFESP – 2011


73. Sobre os perfis obstétricos que indicam a realização 76. Gestante de 34 5/7 semanas com perda de líquido va-
de uma cerclagem cervical uterina eletiva, considere ginal procurou o Pronto-Socorro sendo confirmada a
as afirmativas a seguir. ruptura prematura pré-termo das membranas. A con-
I. Três perdas fetais de segundo trimestre, sem evi- duta correta é indicar:
dência de trabalho de parto ou descolamento de pla- a) uso de tocolíticos e corticoide
centa. b) profilaxia para estreptococo do grupo B e indução
do parto
II. Gestação gemelar com comprimento cervical de
c) corticoide e antibioticoterapia profilática
3,5 cm ao ultrassom com 18 semanas.
d) corticoide e indução do parto
III. Presença ao ultrassom endovaginal do sinal de e) corticoide e profilaxia para estreptococo do grupo B
afunilamento do orifício endocervical com 18 sema-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nas de gestação.
IV. Três perdas fetais antes da 12ª semana de gestação.
SES-SC – 2011
Assinale a alternativa CORRETA.
77. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Colégio
a) somente as afirmativas I e II são corretas
Americano de Ginecologia e Obstetrícia e a Fede-
b) somente as afirmativas I e III são corretas ração Internacional de Ginecologistas e Obstetras
c) somente as afirmativas III e IV são corretas (FIGO) definem a gestação pós-termo como aquela
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas que ultrapassa (cálculos a partir do primeiro dia da
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas última menstruação):
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) 37 semanas ou 259 dias
b) 40 semanas ou 280 dias
c) 41 semanas ou 287 dias
UFG – 2011 d) 42 semanas ou 294 dias
74. Durante a gravidez, caso ocorra a rotura prematura
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
de membranas,
a) o tempo de latência pós-ruptura é inverso ao tempo
de gestação UNICAMP – 2011
b) a inibição do trabalho de parto está proscrita 78. Gestante, 25 anos, G2P1(C0), comparece ao pronto
c) a corticoterapia está proscrita atendimento com queixa de diminuição da movimen-

SJT Residência Médica – 2016


157
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

tação fetal. Nega contrações uterinas, perda de líqui- d) tabagismo


do ou sangramento vaginal. A idade gestacional é de
41 semanas por amenorreia e por ultrassonografia re-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
alizada no 1º trimestre. Exame obstétrico: dinâmica
uterina ausente, batimento cardíaco fetal = 142 bpm, UFSC – 2011
altura uterina = 35 cm. Toque vaginal: colo grosso, 82. Uma gestante comparece ao hospital com idade ges-
posterior e impérvio. A conduta é:
tacional confirmada de 42 semanas, assintomática,
a) retorno ao pré-natal de origem com orientação para
perfil biofísico fetal (PBF) 10, sem atividade uterina,
aguardar o trabalho de parto espontâneo
índice de Bishop 1, apresentação cefálica, segunda
b) avaliação da vitalidade fetal e preparo do colo para
gestação, com cesariana anterior há quatro anos por
posterior indução de parto
apresentação pélvica. Qual a conduta CORRETA?
c) internação para vigilância da vitalidade fetal e aguar-
a) indicar processo de indução de parto, iniciando com
dar o trabalho de parto espontâneo
a colocação de um cateter de Foley transcervical,
d) parto cesáreo por gestação prolongada e colo desfa-
com balão insuflado, para preparo do colo
vorável
b) iniciar indução com misoprostol, via vaginal, na
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA dose de 25 mcg de 6 em 6 horas
c) cesariana, após jejum de 8 horas
d) controle com PBF a cada 48 horas
USP-RP – 2011 e) definir conduta de acordo com a avaliação com dop-
79. Mulher, 28 anos de idade, primigesta, 33 semanas de plervelocimetria
gestação, queixa-se de contrações e perda de tampão
mucoso, há 5 horas. Ao exame detectou-se atividade  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
uterina (contrações 3/40 seg/10 min, moderadas),
BCF: 140 bpm com movimentação presente. Toque:
UFSC – 2011
colo médio, centrado, com 3 cm de dilatação e apre-
83. Em relação ao crescimento intrauterino restrito
sentação fetal pélvica. A conduta é:
(CIUR), assinale a alternativa correta.
a) resolução da gestação via alta
a) no tipo assimétrico, a alteração predominante é na
b) tocolíticos e progesterona
fase de hiperplasia celular
c) resolução da gestação por parto vaginal
b) a causa mais comum de CIUR simétrico é a insufici-
d) tocolíticos e corticosteroides
ência placentária de causa vascular
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) a cordocentese está indicada com mais frequência
no tipo assimétrico
d) há associação entre o baixo peso ao nascer e a pre-
Unificado-MG – 2011 sença de hipertensão e de doença cardiovascular na
80. Gestante de 24 anos, G2P1A0, apresentação cefálica, vida adulta
com gestação de 35 semanas confirmada por infor- e) as infecções congênitas associadas ao CIUR são tar-
mação contida no cartão de acompanhamento pré- dias e determinam mais o tipo assimétrico
-natal, procura a maternidade com queixa de perda
de líquido via vaginal. O exame especular confirma a  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
amniorrexe. Qual a melhor conduta a ser adotada?
a) administrar corticoides para acelerar o amadureci-
UFRN – 2011
mento pulmonar fetal e induzir o parto após 48 horas
84. Para uma primigesta no curso de 36 semanas, que
b) iniciar a antibioticoprofilaxia para sepse neonatal
chega à Urgência Obstétrica apresentando amnior-
por estreptococo do grupo beta, administrar cor-
rexe há uma hora, sem contração uterina, vitalidade
ticoides para o amadurecimento pulmonar fetal e
fetal preservada e colo uterino pérvio para 2 cm, a
aguardar o início espontâneo do trabalho de parto
c) realizar a antibioticoprofilaxia para sepse neonatal conduta adequada é:
por estreptococo do grupo beta e iniciar a indução a) acompanhamento ambulatorial, pesquisa de infec-
do parto ção materna e avaliação de vitalidade fetal a cada
d) realizar uma ultrassonografia para avaliar o volume dois dias
de líquido amniótico residual b) acompanhamento ambulatorial na ausência de cau-
sa infecciosa, corticoindução da maturidade pulmo-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nar fetal
c) internamento, antibioticoterapia, corticoindução da
maturidade pulmonar fetal e cesárea 24 horas após o
Unificado-MG – 2011 uso do corticoide
81. São fatores de risco para parto pré-termo, EXCETO: d) internamento, pesquisa de infecção materna, con
a) história de abortamento precoce trole de pulso e temperatura, e assistência ao parto
b) história de parto pré-termo prévio
c) malformações uterinas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


158
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFRJ – 2011
85. Gestante, 33 anos, 3 partos vaginais anteriores, com
33 semanas e 2 dias, confirmado pela data da última
menstruação (DUM) e pela USG de primeiro trimes-
tre, febril (38,5 ºC). Informa perda de líquido via va-
ginal há 16 horas. Exame especular: saída de líquido
pelo colo uterino. USG: índice de líquido amniótico
de 5 cm; BCF rítmico, 175 bpm. As condutas mais
adequadas são antibioticoterapia e:
a) indução
b) repouso
c) corticoterapia
d) corticoterapia e indução
a) erro de data
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) polidrâmnio
c) restrição de crescimento
d) gestação múltipla
UFC – 2011 e) macrossomia fetal
86. Gestante, 29 anos, G4P3A0, 3 partos vaginais ante-
riores (1º e 3º pré-termo), apresentou 3 episódios de  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
infecção urinária durante a gestação, diagnosticados
por urinocultura com isolamento de E. coli, tratadas SUS-SP – 2011
de forma inadequada. O exame direto do conteúdo 89. Gestante de 22 anos, sem doenças, internada há dois
vaginal realizado no 2º trimestre demonstrou vagino- dias por quadro de rotura prematura de membranas,
se bacteriana. Foi admitida com queixa de perda de é encaminhada ao centro obstétrico em trabalho de
líquido amniótico e sem atividade uterina. A idade parto com 35 semanas. Sobre a profilaxia de infecção
neonatal pelo estreptococo do grupo B (EGB) nesta
gestacional de 32 semanas foi confirmada e a vitalida-
paciente, é correto afirmar:
de fetal está preservada. Qual das opções abaixo NÃO
a) deve ser prescrita apenas se houver cultura vaginal e
faz parte da conduta para este caso?
retal positivas e recentes para EGB
a) fazer corticoide IM b) o antibiótico de escolha é a cefazolina ou eritromicina
b) fazer antibiótico VO c) será realizada apenas se a paciente apresentar febre
c) rastrear infecção intraparto
d) vigiar vitalidade fetal d) não deve ser prescrita se a paciente estiver com dila-
e) fazer uterolítico EV tação superior a 6 cm
e) caso esteja indicada, necessita de dose de ataque e
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA manutenção

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFC – 2011
87. Qual das opções abaixo NÃO interfere no volume de
PUC-PR – 2011
líquido amniótico?
90. Gestante, nulípara, com 30 semanas de gestação, pro-
a) movimentação fetal
cura serviço de atendimento obstétrico de urgência
b) deglutição fetal queixando-se de perda de líquido por via vaginal.
c) fluido pulmonar fetal Nesse caso, qual é a melhor conduta a ser adotada?
d) diurese fetal a) solicitar exame ultrassonográfico de urgência
e) idade gestacional b) realizar exame especular, teste do pH vaginal e toque
vaginal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) iniciar de imediato tocólise e antibioticoterapia
d) realizar exame especular, teste do pH vaginal, citolo-
UFC – 2011 gia, pesquisa de infecção (corioamnionite) e avaliar
a vitalidade fetal
88. Pode-se AFASTAR qual hipótese referente a uma pa-
e) após os procedimentos descritos na assertiva B, rea-
ciente com 28 semanas de gravidez e altura uterina de
lizar teste com azul de metileno
33 cm? Utilize gráfico abaixo que descreve a evolução
normal da altura uterina.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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159
9 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

IJF-CE – 2011 a) realizar amnioscopia e, se líquido claro, induzir o


91. No crescimento restrito assimétrico, a primeira medi- parto
da a ser afetada é: b) realizar amnioscopia e, se líquido claro, a gestante
a) circunferência cefálica deverá retomar a cada três dias para avaliação da vi-
b) diâmetro biparietal talidade fetal
c) circunferência abdominal c) realizar amnioscopia e, se líquido claro, tranquilizar
d) comprimento femoral
a gestante para aguardar o trabalho de parto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) indicar a cesárea por sofrimento fetal
e) repetir o perfil biofísico fetal em, no máximo, 24
horas
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
92. Gestante G2 P1 (parto normal), com idade gestacio-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nal de 40 semanas, deu entrada no Pronto-Socorro
com queixa de diminuição dos movimentos fetais.
Negava dor no baixo ventre ou sangramento vaginal. Hospital Angelina Caron-PR – 2011
Ao exame físico: bom estado geral, corada, hidratada, 93. A cerclagem uterina deve ser realizada com:
PA = 130 x 70 mmHg, edema +/4+, AU = 33 cm, BCF = a) 10 semanas
140 bpm, sem contrações. Toque vaginal: colo media- b) 12 semanas
nizado, pérvio para 2 cm, bolsa íntegra, apresentação c) 14 semanas
cefálica. Realizada cardiotocografia do feto: hipoati- d) 16 semanas
vo, hiporreativo bifásico, perfil biofísico = 8/10, com e) 18 semanas
índice de líquido amniótico = 4,5 mm. A melhor con-
duta a ser adotada é:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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Gabarito comentado

10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR,


poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

1. A prematuridade vem aumentando ao longo dos anos, rins e, portanto, ao feto. Este aporte advém da placenta.
sendo uma das principais causas de morbidade neonatal Assim sendo, o oligâmnio pode decorrer de: insuficiência
(não infantil). Tem diversas causas, sendo as principais placentária, displasias renais, obstruções do trato urinário,
infecções, amniorrexe prematura e idiopática, ou seja, 30% medicações que reduzam o fluxo glomerular como AINH ou
dos casos não apresentam causa definida. Justamente os iECA, além de ruptura prematura de membranas ovulares
casos idiopáticos apresentam maior chance de recidiva em obviamente. A restrição de crescimento fetal associa-se a
novas gestações. Resposta d. insuficiência placentária, que gera o oligoâmnio. Resposta a.

2. São indicações de profilaxia para estreptococo grupo 4. Mais de 30% dos trabalhos de parto prematuros (TPP)
B: SWAB anal ou vaginal positivos, qualquer ITU por espontâneos são de causa idiopática, sendo essa a principal
estreptococo B na gestação, passado de infecção neonatal causa daquela situação. Os TPPs idiopáticos tendem a se
por estrepto B; nos casos em que estão ausentes as condições repetir, de modo que a prematuridade anterior acaba sendo o
acima e SWAB anal e vaginal não foram colhidos indica- principal fator de risco para nova prematuridade. Resposta d.
se a profilaxia na presença de: febre intraparto de origem
desconhecida, trabalho de parto prematuro ou bolsa rota 5. O diagnóstico de oligodramnia já está citado no
há mais de 18 horas. A medicação preconizada é penicilina enunciado e aparece em todas as alternativas, de modo que
cristalina e deve ser feita dose de ataque de 5 milhões de a tarefa é descobrir o outro. A presença de feto com peso
unidades e manutenção de 2,5 milhões de unidades de 4 em estimado abaixo do percentil 10 para a idade gestacional
4 horas até o nascimento, ou inibição do trabalho de parto traz o diagnóstico de crescimento intrauterina restrito
caso essa seja a conduta. Resposta a. (CIUR), melhor nomeado de restrição de crescimento fetal.
Resposta c.
3. O líquido amniótico é produzido principalmente
pelos rins fetais. No entanto, para que a produção seja 6. As drogas mais usadas para tocólise são:
adequada é preciso haver adequado aporte sanguíneo aos € atosiban – inibidor de receptores de ocitocina;
161
10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

€ terbutalina – beta-agonista beta-2 que transforma ATP € há insuficiência placentária – nesse caso o feto apresenta
intracelular em AMPc reduzindo disponibilidade de menor aporte de liquido, tem consequentemente menor
energia para contração muscular lisa do miométrio; perfusão renal com menor produção de urina o que gera
€ nifedipina – bloqueador de canal de cálcio, que impede oligodramnia. Em casos mais avançados o aporte de san-
esse íon de entrar no miométrio e iniciar a contração; gue pode ser insuficiente para prover oxigenação adequa-
da ao feto que entra em hipóxia.
€ indometacina – anti-inflamatório que reduz a formação Resposta b.
de prostaglandina, importante para expor receptor de
ocitocina; 12. A prematuridade vem aumentando ao longo dos anos,
€ sulfato de magnésio – competidor com cálcio na entrada sendo uma das principais causas de morbidade neonatal
da célula. (não infantil). Tem diversas causas, sendo as principais
Resposta e. infecções, amniorrexe prematura e idiopática, ou seja, 30%
dos casos não apresenta causa definida. Justamente os casos
7. Risco relativo de 0,56 significa que, mulheres com colo de idiopáticos apresentam maior chance de recidiva em novas
15 mm ou menos e que recebem progesterona apresentam gestações. Resposta d.
risco cerca de 50% menor de entrarem em trabalho de parto
antes de 34 semanas. Como o intervalo de confiança engloba 13. O líquido amniótico é produzo pelos rins do feto (urina)
o valor encontrado, pode-se confiar neste resultado, pois é e reabsorvido pelo trato gastrointestinal. O excesso de
estatisticamente significativo. Resposta c. produção, como no diabetes em que há diurese osmótica
causada pela grande quantidade de glicose os túbulos renais,
8. O quadro clínico apresentado é de uma gestante em bem como a redução da reabsorção por obstruções do trato
trabalho de parto prematuro, pois há contrações uterinas gastrointestinal (atresia de esôfago, estenose de duodeno)
que modificam o colo (mais de 3 cm) e a idade gestacional são causas importantes de polidrâmnio. Outras condições
é menor que 37 semanas (33 semanas). Como ainda não se que levam ao polidrâmnio são: dificuldade de deglutição
atingiram as 34 semanas e há boa vitalidade dos fetos, a como em fendas labiais ou cromossomopatias, defeitos
inibição é adequada. abertos do tubo neural em que o líquor cai na cavidade
A droga mais eficaz e com menos efeitos colaterais para amniótica elevando o conteúdo local, infecções fetais que
produzem anemia tornando o sangue menos viscoso e mais
inibir trabalho de parto prematuro é o atosiban, um inibidor
fi ltrado nos rins elevando a produção de urina, síndrome de
de ocitocina. Diferentemente da terbutalina e isoxissuprina,
transfusão feto-feto em que o receptor recebe muito liquido
que são beta-agonistas, aquela medicação não promove
e do doador e acaba produzindo mais urina.
taquicardia o que, especialmente no caso apresentado,
Gestação prolongada e sofrimento fetal são condições em
poderia piorar a condição clínica da gestante e favorecer
que a placenta costuma ser insuficiente, manda menos
edema agudo de pulmão, já predisposto em gemelar pelo
sangue ao feto que, hipovolêmico, reduz fluxo renal e
aumento da volemia.
produção de urina. Resposta e.
A indometacina é contraindicada após 32 semanas pelo
risco de fechamento precoce do ducto arterioso. Resposta a.
14. A presença de contrações uterinas regulares que
promovem modificações do colo uterino caracteriza
9. Existem vários exames complementares que podem
trabalho de parto e, sendo este antes das 37 semanas, será
ser realizados na tentativa de se diagnosticar bolsa rota
prematuro. Sem a concomitância de RPMO, sofrimento
nas 10% das vezes em que isso é impossível clinicamente.
fetal ou malformação incompatível com a vida extrauterina
Com sensibilidade e especificidade que ultrapassam 95%, deve-se tentar a inibição do trabalho de parto prematuro.
a pesquisa de alfa-1-microglobulina placentária em meio Concomitantemente deve-se acelerar a maturidade fetal
vaginal é o teste mais eficaz. Essa proteína apresenta com corticoidoterapia. Para mulheres com cultura de
concentração 100 vezes maior no liquido amniótica que na estreptococo desconhecida e trabalho de parto prematuro é
vagina. Resposta e. indicação de profi laxia antibiótica contra infecção neonatal
por está bactéria. Resposta a.
10. A idade gestacional cronológica da paciente da questão é
32 semanas e 4 dias, idêntica à ultrassonográfica. Nessa idade 15. A alternativa A é tão óbvia que torna a questão extre-
gestacional havendo contrações uterinas com modificações mamente fácil. O principal contribuinte para formação de
do colo uterino pode-se diagnosticar trabalho de parto líquido amniótico é a urina fetal, de onde nasce mais de 90%
prematuro. Estando feto e mãe em boas condições deve-se do seu conteúdo.
inibir o trabalho de parto e se administrar corticoidoterapia Condições que promovam baixo fluxo placentário, como
com intuito de acelerar a maturidade do feto. Resposta e. vasculopatias, ainda que decorrente de diabetes, diminuem
afluxo de liquido ao feto e consequentemente seus rins, levando
11. Em gestação prolongada dois caminhos podem ser se- a menor produção de líquido amniótico, ou seja, oligâmnio.
guidos: As bolsas rotas, que são a principal causa de prematuridade
€ a placenta continua funcionando e mandando nutrientes conhecida, levam a tendência de trabalho de parto prematuro,
ao feto – o resultado pode ser o crescimento fetal excessi- que ocorre tão mais rápido quanto mais avançada a idade
vo e consequente macrossomia; gestacional no momento da ruptura das membranas.

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162
Obstetrícia | Gabarito comentado

A segunda causa de prematuridade são as infecções, que em 21. A presença, antes de 37 semanas de gestação, de con-
seu processo liberam fosfolipase A2 gerando formação de trações uterinas efetivas e regulares, de ao menos duas em
prostaglandina com potencial contrátil. cada 10 minutos, e que levem a modificações do colo, seja
Mulheres com prematuridade idiopática anterior e colo por dilatação de ao menos 2 cm, seja por esvaecimento de 50
curto ao USG beneficiam-se de uso de progesterona na a 80%, caracterizam o trabalho de parto prematuro (TPP).
prevenção de nova prematuridade. Resposta a. Assim, ele pode ser reconhecido na gestante da questão.
Não havendo sofrimento fetal ou doença materna descom-
16. O diagnóstico de RPMO é clínico, com visualização de pensada, o TPP deve ser inibido e as opções medicamentosas
liquido amniótico se exteriorizando pelo colo, em mais de para tanto são: atosiban (inibidor de ocitocina), terbutalina
90% das vezes, sendo exames complementares indicados (beta agonista), nifedipina (bloqueador de canal de cálcio),
nos outros 10% de casos duvidosos. Resposta a. indometacina (AINH, porém contraindicado após 32
semanas pelo risco de fechamento precoce do ducto
17. Os principais fatores de risco para parto pré-termo são: arterioso, e sulfato de magnésio (compete com cálcio no
€ parto pré-termo prévio; músculo, sendo menos eficaz)). Resposta e.
€ amniorrexe prematura; 22. A conduta no trabalho de parto prematuro (TPP) deve
€ infecções; incluir:
€ sangramentos uterinos (PP, DPP); € Inibição, caso não haja contraindicações, como: sofri-
mento fetal, doença materna descompensada, amniorre-
€ aumento do conteúdo uterino – polidramnio, gemelari-
xe, malformação fetal incompatível com a vida extraute-
dade; rina, óbito fetal.
€ redução do continente uterino – útero bicorno, unicorno, € Corticoidoterapia para aceleração maturidade, caso o
didelfo etc; feto seja viável e imaturo, ou seja, entre 26 e 34 semanas.
€ incompetência istmo-cervical. € Antibioticoprofilaxia para infecção neonatal por estrep-
Resposta a. tococo, desde que a cultura não seja reconhecidamente
negativa e colhida nas últimas cinco semanas, o que difi-
18. Nesta questão o autor descreve um caso clínico enorme cilmente terá ocorrido, pois comumente é feita entre 35 e
e no final pergunta que exame complementar pode ser feito 37 semanas. O antibiótico deve ser mantido até nascer ou
para diagnóstico de amniorrexe prematura. Seguem alguns até se inibir o parto.
exemplos:
€ Sulfatação para neuroproteção do feto, sendo indicado
€ pH vaginal – em bolsa rota passa de ácido a neutro-al-
até 32 semanas, embora sua realização não seja consenso
calino; entre os autores.
€ teste de cristalização – ao secar e liquido amniótico cris- Na anencefalia, pela insuficiência adrenal que os fetos ex-
taliza em folha de samambaia, o que pode ser visto ao perimentam, a gravidez costuma se prolongar e não ser
microscópio; prematuro. O corticoide fetal é responsável pelo início
€ teste de Ianeta – líquido amniótico aquecido sobre uma do trabalho de parto, pois atua na decídua aumentando a
lâmina adquire coloração esbranquiçada; produção de prostaglandina local e, consequentemente,
expõem-se receptores de ocitocina. Resposta e.
€ PAGF1 – esta substância apresenta concentração muito
maior em líquido amniótico. 23. Neste caso temos uma evolução normal de trabalho de
Resposta c. parto e a avaliação da vitalidade, por meio de cardiotocografia,
mostra o bem-estar do feto (categoria 1). Assim sendo, deve-
19. A rotura prematura de membranas ovulares é definida se aguardar a evolução natural até o parto.
como perda da integridade de âmnio e córion aténs de O mecônio pode ser normal em fetos de termo e pós-data, pois
iniciado o trabalho de parto; portanto, o prematuro refere- alguns apresentam liberação esfincteriana. Ele apenas alerta
se ao trabalho de parto. Alguns a consideram apenas após 20 para que se avalie a vitalidade, o que foi feito. Resposta a.
semanas, pois abaixo dessa idade gestacional diagnosticam
abortamento inevitável. 24. A ruptura prematura das membranas ovulares abaixo de
A sinonímia; e amniorrexe prematura e a letra D é errada 34 semanas somente tem indicação de resolução se houver
porque não traz o adjetivo prematura. Resposta b. sofrimento fetal ou corioamnionite, esta que pode ser
caracterizada por febre, fisiometria (perda de líquido fético
20. Parto pré-termo é aquele que ocorre antes de 37 sema- vaginal) e/ou leucocitose com desvio.
nas. Os três principais fatores de risco são: prematuridade Havendo infecção o uso de antibioticoterapia de amplo
anterior, ruptura prematura de membranas ovulares e espectro é mandatório e o parto pode ser via vaginal, desde
infecções (inclusive bacteriúria assintomática, que assim deve que não haja contraindicação obstétrica a esta via. Resposta a.
ser tratada). Mulheres que já tenham parto prematuro prévio
devem fazer avaliação de risco de nova prematuridade com a 25. Feto com peso abaixo do percentil 10 é considerado
medida do comprimento cervical por USG transvaginal entre restrito. Se isso ocorrer porque todos os parâmetros
20 e 24 semanas de gestação. Resposta d. biométricos são pequenos chamamos isto de restrição

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163
10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

simétrica, que geralmente ocorre por problema genético. € mais de 34 semanas – resolução da gravidez (via de parto
Caso a restrição seja à custa de redução do abdome com obstétrica)
demais parâmetros normais ela é chamada de assimétrica € menos de 34 semanas – na vigência de corioamnionite
e ocorre por insuficiência placentária e falta de nutrientes (saída de pus pela vagina, febre, leucocitose com desvio à
para acumular glicogênio no fígado fetal. Resposta b. esquerda) ou sofrimento fetal a resolução se impõe, caso
contrário mantém-se expectação, vigilância infecciosa
26. O caso apresenta uma gestante lúpica com restrição de com hemograma a cada 3 dias e indica-se corticoidote-
crescimento fetal. Justamente esta restrição pode decorrer de rapia. Deve-se ressaltar que o corticosteroide somente
insuficiência placentária por conta de formação de trombos pode ser administrado na ausência de quadro infeccioso,
em vasos da placenta devido a lesão autoimune do endotélio pois é imunossupressor, de modo que seu uso será pos-
local. Se a placenta é insuficiente é preciso estar atento ao bem terior ao hemograma. Alguns autores ainda preconizam
estar do feto que pode se comprometer a qualquer momento antibioticoterapia por sete dias para aumentar período de
pelo menor aporte de oxigênio e nutrientes. A resolução se latência. O toque vaginal deve ser evitado, preferindo-se
justifica apenas em graves alterações da vitalidade, como exame especular, pois o primeiro pode ser veículo de in
centralização ao Doppler. Resposta d. fecção. Resposta b.

27. Tem sido indicado, em trabalho de parto prematuro de 32. O TPP até 34 semanas deve, indiscutivelmente, desde
até 32 semanas, a administração de sulfato de magnésio que não haja contraindicação (sofrimento fetal ou doença
para a mãe, por 24 horas, nas mesmas doses de profi laxia materna descompensada), ser inibido com intuito de ganhar
de iminência de eclampsia. Isso porque esta medicação tempo para acelerar a maturidade pulmonar fetal. Alguns au-
mostrou efeito de neuroproteção e tem se observado melhor tores preconizam inibição até 36 semanas para avanço neuro-
do prognóstico neonatal. Resposta e. lógico do feto. De qualquer forma, a inibição somente estará
indicada na vigência do TPP, e não de forma profilática.
28. A questão traz um caso em que o peso fetal está dentro do Há como prevenir o TPP em mulheres de alto rico (prematu-
intervalo da normalidade e há redução do liquido amniótico, ridade anterior mais colo curto), e isso é feito com uso de pro-
portanto, oligoâmnio. O estudo Doppler revela que a gesterona micronizada via vaginal, que é um profilático e não
resistência na artéria umbilical está maior que na cerebral terapêutico. Medidas adjuvantes devem ser tomadas, como
média, caracterizando a centralização hemodinâmica fetal. corticoidoterapia entre 26 e 34 semanas e profilaxia de infec-
Como a idade gestacional é menor que 34 semanas, procede- ção por estreptococos. No tocante a esta última, geralmente se
se corticoidoterapia e avaliação diária da vitalidade fetal, baseia na cultura de swab anal e vaginal, porém as mesmas são
preferencialmente com análise de ducto venoso. A resolução colhidas apenas entre 35 e 37 semanas, de modo que no TPP
da gravidez é programada para 34 semanas ou quando se geralmente são desconhecidas e, em culturas desconhecidas, a
deteriorar a vitalidade fetal. Resposta d. antibioticoprofilaxia está indicada se: TPP, bolsa rota a mais de
18 horas, febre de origem desconhecida no trabalho de parto,
29. Em trabalho de parto prematuro abaixo de 34 semanas além de passado de infecção neonatal por estreptococo, que
a conduta deve ser inibição do trabalho de parto (salvo funciona como cultura positiva. Resposta: a
contraindicações) e corticoidoterapia para acelerar a
33. Líquido meconial é decorrente da eliminação de conte-
maturidade fetal. A profi lixia de estreptococo será indicada
údo intestinal pelo feto. Isso pode ser normal, decorrente de
a cultura seja positiva ou desconhecida.
maturidade fetal, mas também pode ser patológico, decor-
Dúvida haverá se a gestante recidivar no trabalho de parto
rente de estresse fetal gerado por hipóxia. Tal mecônio pode
prematuro. Neste caso, não havendo contraindicação,
ser aspirado pelo recém-nascido e, em alguns casos, causar
procede-se nova tentativa de inibição. O corticoide tem pico
insuficiência respiratória, situação conhecida como síndro-
de ação em 48-72 horas e duração de efeito de 1 semana. me de aspiração meconial. Felizmente, ele estará presente em
Ao contrário do que se preconizava há pouco tempo, o ciclo apenas 5% dos fetos com mecônio intrauterino.
pode ser repetido por uma única vez, caso haja novo trabalho Durante muito tempo, orientou-se ao obstetra que aspirasse
de parto prematuro depois de findado efeito da medicação. as vias aéreas de feto com mecônio antes do desprendimento
A cultura de estreptococo vale por cinco semanas e negativa dos ombros, mas essa conduta se mostrou ineficaz. Diabetes
não indica profi laxia antibiótica. Resposta b. gestacional não eleva o risco de mecônio. Resposta d.

30. Um trabalho de parto prematuro (TPP) de feto com 34. A primeira escolha para tocólise, na maioria das situa-
menos de 34 semanas deve ser inibido, exceto se houver ções, é o inibidor de ocitocina (atosiban), por produzir me-
contraindicação, sendo elas: sofrimento fetal, doença nos efeitos colaterais, mas esse não consta das alternativas.
materna descompensada, malformação fetal incompatível A segunda escolha seria beta-agonistas (terbutalina, salbu-
com a vida extrauterina, corioamnionite, óbito fetal. A tamol, ritodrina), entretanto apresentam efeitos colaterais
gemelaridade não contraindica inibição de TPP. Resposta c. como taquicardia, tremores e hiperglicemia (trocam glico
se por potássio nas células), de modo que não é boa opção
31. O diagnóstico de ruptura prematura de membranas ovu- para diabéticas. A terceira escolha é a nifedipina, tendo-se
lares, em 90% dos casos, é clínico. A conduta dependerá da cuidado com a hipotensão e hipofluxo placentário que pode
idade gestacional e status materno e fetal: causar, sendo boa opção para diabéticas e hipertensas. A

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Obstetrícia | Gabarito comentado

indometacina não deve ser usada após 32 semanas pelo ris- nobres, aos quais que não se inclui os rins, produtores de lí-
co de fechamento precoce do ducto arterioso e o sulfato de quido amniótico. No entanto a entidade é progressiva e os
magnésio tem baixa eficácia na inibição de parto prematuro. achados nem sempre estão presentes. Em fase final haverá
Resposta a. centralização hemodinâmica fetal ao Doppler. Resposta b.

35. A visualização de saída de líquido pelo orifício cervical é 38. Oligoâmnio é a redução do líquido amniótico. Diagnos-
suficiente para o diagnóstico de ruptura prematura de mem- tica quando o índice de líquido amniótico (ILA) está abaixo
branas ovulares. Nessa condição, sendo a idade gestacional do percentil 5 para a idade gestacional.
maior ou igual a 34 semanas a conduta deve ser resolutiva, ou Diversas são as suas causas, entre elas:
seja, parto. A via é de indicação obstétrica, cabendo avaliação € ruptura prematura de membranas ovulares: a causa mais
de vitalidade fetal antes de indução para verificar se há sofri- comum;
mento fetal. Sendo o estreptococos desconhecido, sua profi-
laxia estará indicada apenas se: febre, bolsa rota há mais de
€ insuficiência placentária: representa a segunda causa.
18 horas, trabalho de parto prematuro (antes da 37a semana), Nesses casos a placenta e insuficiente em enviar sangue ao
passado de infecção neonatal por estreptococo ou urocultura feto que prioriza o fluxo a órgãos nobres, o que não inclui
positiva para esta bactéria na gravidez. A gestante da questão os rins. Com menos aporte sanguíneo elas produzem menos
não se enquadra, a princípio, nesses critérios. Resposta c. urina, principal componente do líquido amniótico;
€ obstruções do trato urinário ou displasias renais: ou não
36. Presença de contrações uterinas (ao menos 2 em 10 mi- há formação de líquido pela alteração renal, ou ele não
nutos) que levem a modificações do colo uterino, dado por é escoado para o meio externo ao feto pelas obstruções;
dilatação de ao menos 2 cm ou esvaecimento de 50%, con- € hipovolemia: nesses casos há menor aporte de líquido ao
figuram trabalho de parto prematuro (TPP). A maioria dos feto e consequentemente menor produção urinária.
autores considera inibição até 34 semanas para que se possa
promover a maturidade fetal, outros o fazem até 36 sema- € doenças hipertensivas: costumam levar a insuficiência
nas para desenvolvimento neurológico. As alternativas aju- placentária. Fetos portadores de cromossomopatias ge-
dam na escolha. Medidas adjuvantes são importantes, como ralmente apresentam dificuldade de deglutição, de modo
administração de betametasona (2 duas de 12 mg IM com que fica comprometida a reabsorção de líquido amniótico,
intervalo de 24h) para acelerar a maturidade fetal em idades favorecendo-se polidrâmnio. Na isoimunização também
gestacionais entre 26 e 34 semanas, e nunca fora desse perí- há tendência a polidrâmnio, pois o sangue menos viscoso
odo; e profilaxia antibiótica para estreptococos caso este seja devido à hemólise é mais filtrado nos rins fetais. Gestação
desconhecido, mas isso não invalida a necessidade imedia- múltipla, por si só, não é causa de oligoâmnio. Resposta b.
ta de sua coleta e nova conduta após resultado. Apenas para
lembrar, seguem as indicações de profilaxia de infecção por 39. Essa questão está extremamente mal feita, e faltam in
estreptococos, se cultura desconhecida: febre, bolsa rota há formações. Não existe valor normal de translucência nucal,
mais de 18 horas, trabalho de parto prematuro (antes da 37ª o que se faz e um cálculo de risco de cromossomopatias a
semana), passado de infecção neonatal por estreptococo ou partir do valor da TN, idade gestacional e idade materna,
urocultura positiva para esta bactéria na gravidez. considerando-se elevados riscos maiores que 1:300. Assim,
TPP geralmente decorrem de processos infecciosos, sendo quanto maior o TN, maior será o risco, da mesma forma que
o mais comum o urinário; assim, deve-se coletar cultura de ele será proporcional à idade. Mulheres de 37 anos podem ter
urina nessas situações, além de se fazer boa análise clínica em alto risco com mesmo valor de TN de outras com 25 anos.
busca de outros focos infecciosos. Resposta b. De qualquer forma, se o valor de TN for maior que 3 mm,
independentemente da idade ou tempo de gravidez, haverá
37. No acompanhamento pré natal é importante realizar a alto risco de cromossomopatias, o que pode não existir para
medida da altura uterina em todas as consultas, verificando valores menores que esse. Resposta b.
sua normalidade. Existem tabelas com intervalos de norma-
lidade para cada idade gestacional, mas uma regra básica 40. O examinador está um pouco desatualizado. Afirmar que
aproximada é que a altura uterina, em centímetros, corres- placenta grau III indica maturidade é algo antigo e sabemos
ponde ao valor da idade gestacional até a 20a semana, após não ser verdade. De qualquer forma existe a classificação de
o que seria a idade gestacional menos dois, sendo o máximo Grannum para nível de calcificação da placenta visto a ul-
normal de 36 cm. Alterações da altura uterina servirão de trassonografia, que apresenta validade discutível, mas serve
triagem para maiores investigações, já que há pouco específi de norteador de possível insuficiência placentária quando os
cidade para doenças nessa análise clínica. Uma altura uterina graus avançam muito precocemente. Existem quatro graus:
reduzida, como no caso, pode ser decorrente de restrição de € Grau 0: a placenta não apresenta calcificações, de modo
crescimento, erro de data, oligoâmnio, malformação fetal, si- que sua ecogenicidade ultrassonográfica é uniforme;
tuação transversa etc. Assim sendo, a ultrassonografia é de
grande valia nesses casos. Enfim, a medida da altura uteri-
€ Grau I: há poucas calcificações esparsas pela placenta, e
na não permite estabelecer diagnóstico, é apenas triagem. afetam a placa corial, mais externa;
A insuficiência placentária, por reduzir o aporte sanguíneo € Grau II: toda a placa basal é calcificada grosseiramente,
ao feto, pode levar a restrição de crescimento e oligoâmnio, além da corial, e há projeções de calcificação para o inte-
na medida em que o feto tende a priorizar fluxo para órgãos rior da placenta (sinal da vírgula);

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10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

€ Grau III: os cotiledones podem ser individualizados, pois 43. Gestações pós-data são as que ultrapassam 40 semanas, e
apresentam todo o contorno calcificado. Resposta b. prolongadas as que avançam além das 42 semanas. Essas aco-
metem cerca de 10% das gestações. Quando estamos diante
41. O líquido amniótico é produzido principalmente pelos desses quadros, duas situações podem estar acontecendo:
rins, a partir da filtração do sangue fetal. Sua absorção se 1) A placenta continua funcionante e o feto mantém seu cres-
dará pela deglutição fetal e passagem do mesmo pela mucosa cimento, o que eleva as chances de macrossomias e distocias
intenstinal. Assim sendo, as causas de oligoâmnio incluem, do parto;
além da ruptura das membranas ovulares, quedas da volemia 2) A placenta se torna insuficiente. Nesse caso o aporte san
fetal, como nos casos de insuficiência placentária e desidrata- guíneo e menor ao feto, que acaba reduzindo o líquido am-
ção materna, e malformações do trato urinário, sejam renais niótico, consumindo as reservas e, porventura, entrando em
(displasias, rins policísticos) que impeçam a formação de sofrimento. A presença desse quadro, ou mesmo o receio que
urina, sejam as obstruções dos canais de drenagem da urina ele ocorra, faz aumentar as chances de cesariana. Além disso,
(ureteres e uretra). A pós-maturidade geralmente concorre após 42 semanas, para evitar esse quadro, a indução de parto
com insuficiência placentária, pois a placenta envelheceu, é indicada, mesmo que a gestante não esteja em trabalho, e
e por isso costuma cursar com oligoâmnio. O polidrâmnio existe o risco de falha de indução, que também eleva a chance
será decorrente de problemas de reabsorção, como em obs- de cesariana. Para monitorar o bem-estar fetal e surpreender
truções do trato gastrointestinal ou dificuldades deglutivas alterações da função placentária, permitindo que a gestação
(fenda palatina, cromossomopatias), ou excesso de produ- chegue a 42 semanas, a partir de 40 semanas deve ser feita
ção, que ocorre no diabete ou redução da viscosidade sanguí- investigação do bem-estar do feto a cada 3 dias, por meio
nea, comum em aloimunizações e infecções, que geralmente de perfil biofísico simplificado (cardiotocografia e medida de
cursam com hemólise no feto. Resposta d. líquido amniótico), resolvendo-se a gestação se ILA menor
que 5 ou alterações cardiotocográficas. Para se fazer o diag-
42. O líquido amniótico é produzido principalmente pelos nóstico correto de pós-datismo e gravidez prolongada é pre-
rins, a partir da filtração do sangue fetal. Sua absorção se ciso ter exato conhecimento da idade gestacional, o que será
dará pela deglutição fetal e passagem do mesmo pela mu- possível com USG precoce (entre 8 e 12 semanas), quando
cosa intestinal. ainda não há influências externas ou genéticas no crescimen-
Assim sendo, as causas de oligoâmnio incluem: to do feto. Resposta e.
€ ruptura das membranas ovulares;
44. Perdas gestacionais espontâneas e indolores, em idades
€ insuficiência placentária: nesse caso menos sangue chega gestacionais cada vez mais precoces, porém superiores a 16
ao feto e ele prioriza o fluxo a órgãos nobres, o que não in- semanas, trazem o diagnóstico de incompetência istmo-cer-
clui rins. Com menos aporte de sangue os rins produzem vical, ou seja, o colo não consegue manter o conteúdo da gra-
menos urina e, consequentemente, haverá menos líquido videz dentro do útero, abrindo-se pelo peso desse conteúdo.
amniótico. A principal causa de insuficiência placentária A presença de malformações uterinas é importante fator de
e a hipertensão, seguindo-se a gestação prolongada; risco para esses quadros e o diagnóstico pode ser corrobora-
€ desidratação materna: há menos líquido para formação do, na gravidez, pelo USG que, na maioria, mostra colo de
de urina fetal, tamanho reduzido (menor que 25 mm) e/ ou sinal do dedo
de luva (projeção da bolsa amniótica para dentro do colo ute-
€ malformações do trato urinário: aqui se incluem as renais
rino). Resposta b.
(displasias, rins policísticos) que impedem a formação de
urina, e as obstruções dos canais de drenagem da urina 45. Para diagnosticar prematuridade é preciso datar corre-
(ureteres e uretra), que impossibilitam que a urina seja tamente a gestação, o que pode ser tentado de várias formas,
ejetada do feto. como medida da altura uterina, início da percepção dos mo-
€ O polidrâmnio será decorrente de: vimentos fetais, data da última menstruação etc., porém a
forma mais fidedigna de se saber o tempo de gravidez é por
€ obstruções do trato gastrointestinal: impedem a reabsor-
meio de ultrassonografia de primeiro trimestre, em especial
ção do líquido por toda a mucosa intestinal do feto;
entre 8 e 14 semanas. Isso porque o tempo de gestação é dado
€ dificuldades deglutivas: dificultam a chegada do líquido pelo tamanho do feto e nessa idade gestacional ele é bem vi-
ao trato gastrointestinal para reabsorção. Aqui valem as sualizado e ainda não adquiriu as características genéticas
fenda palatina, as alterações neurológicas e cromossomo- pessoais. Resposta c.
patias;
€ redução da viscosidade do sangue: comum em aloimuni- 46. Existem duas condutas descritas para fetos com 41 se
zações e infecções, que geralmente cursam com hemólise manas de gravidez, de qualquer forma é possível responder
no feto. Os tumores fetais também podem sequestrar o a questão. A primeira, mais conservadora, advoga acompa-
sangue e levar a anemia e consequente polidrâmnio; nhar a vitalidade fetal por meio de perfil biofísico simplifi-
cado (cardiotocografia e medida do ILA ao USG), a cada 3
€ diabetes mellitus: é a principal causa de polidrâmnio e dias, até 42 semanas, após o que se deve induzir o parto, e
decorre de diurese osmótica pela glicosúria fetal. não realizar cesariana (salvo contraindicações). A segunda,
Resposta a. baseada em estudos que mostram que o melhor prognósti

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Obstetrícia | Gabarito comentado

co neonatal esta entre 39 e 41 semanas, preconiza que seja ção uterina será feito por presença de fisiometria (perda
feita a indução do parto se a gravidez chegar a 41ª semana. de conteúdo fétido purulento pela vagina), leucocitose
Note que não se deve aguardar, em nenhumas das condutas, maior que 20.000 ou com desvio e febre. Resposta b.
o trabalho de parto espontâneo eternamente, como dizem as
alternativas B e C. 49. Restrição de crescimento fetal é redução patológica do
A indução do parto será feita com ocitocina e preparação do peso de um feto, abaixo do percentil 10 para a idade gesta-
colo, se necessária, com prostaglandina ou sonda de Foley, e cional.
nunca com amniotomia, artifício útil na correção de distocia Pode ser de três tipos:
funcional. Resposta e. € Tipo I ou simétrica (20%): ocorre precocemente, desde
o primeiro trimestre, e caracteriza-se por feto simetrica-
47. Crescimento intrauterino restrito, ou mais corretamen- mente pequeno. Tem como principal causa as cromosso-
te restrição de crescimento fetal, e definida como peso fetal mopatias, entre elas a trissomia do 18, ou síndrome de
abaixo do percentil 10 para a idade gestacional. Assim sendo, Edwards.
para seu diagnóstico adequado é preciso datar corretamente
a gestação, de preferência por USG precoce. Caso contrário, € Tipo II ou assimétrica (80%): de início mais tardio, próxi-
o diagnóstico será dado pela curva normal de crescimento mo ao terceiro trimestre, caracteriza-se por um feto cres-
dos fetos, não acompanhada pelos restritos. Há três tipos de cido, mas com poucas reservas, de modo que o abdome
restrição de crescimento fetal: e reduzido. A principal causa é insuficiência placentária,
€ Tipo I ou simétrico (20%): ocorre precocemente, desde
principalmente por hipertensão.
o primeiro trimestre, e caracteriza-se por feto simetrica- € Tipo III ou mista (menos de 1%): misto das anteriores,
mente pequeno. Tem como principal causa as cromosso- decorrente do uso pesado de drogas ou cigarro.
mopatias, mas também pode ser decorrente de infecções, € Obviamente todos os fetos com restrição de crescimen-
medicações etc. to nascerão com peso abaixo do esperado para a idade
€ Tipo II ou assimétrico (80%): de início mais tardio, pró- gestacional, portanto serão PIG. Todavia, nem todos os
ximo ao terceiro trimestre, caracteriza-se por um feto recém-nascidos abaixo do peso apresentam a restrição de
crescido, mas com abdome reduzido, ou seja, magro. A crescimento, pois alguns podem ser pequenos constitu-
principal causa é insuficiência placentária, principalmen- cionais. Resposta d.
te por hipertensão, e por isso se manifesta no momento
em que o feto, maior, precisa de mais nutrientes da pla- 50. As causas de gravidez prolongada não estão esclareci-
centa. Essa condição faz elevar as chances de cesariana, das, mas provavelmente se devem a falhas no determinismo
pois tais não costumam suportar bem o trabalho de par- do parto.
to, uma vez que a placenta, insuficiente, não será capaz de Esse depende da queda da progesterona, aumento de estro-
nutrir o feto de reservas. Essas são necessárias para man- gênios e prostaglandinas. A progesterona, produzida na pla-
ter oxigenação do feto durante as contrações, em que há centa, tera sua queda no final da gestação, e como tem efeito
pinçamento de arteríolas nutridoras da placenta. Assim miorrelaxante sobre a musculatura lisa, facilitará as contrações
sendo, no trabalho de parto será mais comum a presença miometriais. O estrogênio é produzido, também na placenta,
de asfixia e eliminação de mecônio nessa modalidade de a partir DHEAS originário da suprarrenal do feto por ação da
restrição, que e mais comum. sulfatase placentária, e este estrogênio elevará o número de
€ Tipo III ou mista (menos de 1%): misto das anteriores, gap junctions entre as células musculares do útero, facilitando
decorrente do uso pesado de drogas ou cigarro. Não há transmissão do impulso contrátil. Finalmente, as prostaglan
tratamento eficaz para restrição de crescimento, deven- dinas tem sua produção, na decídua, estimulada por altos ní
do-se monitorar o bem-estar fetal. O repouso, muito in- veis de corticosteroides originários das suprarrenais do feto,
dicado nesses casos, não teve sua eficácia comprovada e agem no miométrio estimulando a exposição de receptores
cientificamente. Resposta d. de ocitocina. Pelo exposto, pode-se notar que é preciso matu
ridade adrenal para que haja produção adequada de substân
cias essenciais ao início do trabalho de parto. Fetos anence
48. A perda de líquido via vaginal, até que se prove o contrá-
falos apresentam deficiência suprarrenal, de modo que neles
rio, deve ser atribuída a ruptura prematura de membranas
é favorecida a gravidez prolongada. A deficiência de sulfatase
ovulares. Nessa situação a conduta será dependente da idade
placentária também poderá gerar gestações pós-termo, pois se
gestacional:
reduz a produção de estrogênio, importante para o início do
€ se maior ou igual a 34 semanas: interrupção da gestação
trabalho de parto, como vimos. Ainda são fatores de risco de
e antibioticoterapia ampla se houver infecção concomi- gravidez prolongada: fetos do sexo masculino, primigestação,
tante; antecedente do quadro. Resposta d.
€ se menor que 34 semanas: ausente infecção pode-se ado
tar conduta expectante e corticoidoterapia para matura 51. O crescimento fetal é basicamente avaliado pelo seu ga-
ção fetal; na vigência de quadro infeccioso, deve-se in- nho de peso, o qual é melhor estimado por cálculo envolven-
terromper a gestação e iniciar antibioticoterapia ampla, do várias de suas medidas, em especial: diâmetro biparietal,
com o ressalte de que a administração de corticoide é circunferência craniana, circunferência abdominal e compri-
contraindicada nesses casos, pois diminui a imunidade mento do fêmur. Há várias fórmulas para esse cálculo, sendo
materna e faz piorar a quadro. O diagnóstico de infec- a mais conhecida a de Hadlock. Restrição de crescimento fe-

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10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

tal é definida com peso estimado do feto abaixo do percentil 55. Os recém-nascidos que foram vitimados intraútero por
10 para a idade gestacional em análise. Assim, será necessária síndrome da pós maturidade (insuficiência placentária pelo
correta datação da gestação com USG precoce, de modo que envelhecimento da mesma) serão classificados em um dos
seu diagnóstico nunca é feito no primeiro ultrassom. Fetos três estágios de Clifford, com taxas de mortalidade progressi-
macrossômicos são aqueles acima do percentil 90 de peso, e vamente maiores, a saber:
geralmente decorrem de diabete gestacional, que torna o feto € estágio I – fenótipo característico que inclui panículo
obeso, elevando principalmente seu abdome, o parâmetro adiposo escasso, pele seca e enrugada, escassez ou ausên
que inclusive apresenta maior relevância no cálculo no peso cia de vérnix caseoso, membros delgados, dedos longos,
fetal. O melhor momento para datação de gestação por USG unhas crescidas, feição alerta e olhar apreensivo;
é entre 8 e 12 semanas, pela medida do CCN, quando o feto
€ estágio II – características do estágio I associado a líquido
ainda não adquiriu características genéticas pessoais que o
meconial em pele e vérnix caseoso;
tornem maior ou menor. Na insinuação ocorre cavalgamen-
to de suturas ósseas, reduzindo-se a circunferência cefálica € estágio III – características do estágio II associados a
e consequentemente sua precisão em datar uma gravidez. unhas e cordão intensamente corados pelo mecônio. Res-
Resposta e. posta d.

52. A altura uterina reduzida é um exame clínico de triagem, 56. A prematuridade deliberada apresenta mais comumente
já apresenta considerável quantidade de falso-positivos. A as seguintes indicações: 40% pré-eclâmpsia, 25% sofrimento
principal causa é restrição de crescimento fetal, sendo diag- fetal, 10% restrição de crescimento fetal e 7% descolamento
nósticos diferenciais o oligoâmnio ou a situação transversa prematuro de placenta. Resposta b.
do feto, nunca se excluindo também a possibilidade da nor-
malidade. As restrições de crescimento fetais podem ser: 57. Na gravidez prolongada duas situações podem ocorrer: a
simétricas, quando ocorrem desde o início da gestação de placenta se mantém funcionante e isso gera macrossomia fe-
modo que a altura uterina será sempre pequena e crescente tal. Ou a placenta, pelo envelhecimento, se torna insuficiente.
abaixo do percentil 10; ou assimétricas, que ocorrem após 24 Com isso, menor aporte de sangue será direcionado ao feto,
semanas e o feto desacelera seu crescimento, especialmente o que diante da escassez de nutrientes, desviará o fluxo para
peso, pois não recebe da placenta suficiente quantidade ne- órgãos nobres, como cérebro, adrenais e coração, em detri
cessária de nutrientes para manter suas reservas. Como, na mento de outros menos importantes, como os rins. Reduzido
questão, o crescimento reduziu após 25 semanas, pensamos o fluxo renal, menor será a produção de urina, o que gera
em restrição assimétrica. Não se pode esquecer que o diag- oligoâmnio. Aos poucos, pela hipóxia e desnutrição, o feto
nóstico final será firmado por ultrassonografia obstétrica e entra em sofrimento, eliminando mecônio. O vérnix caseoso
estimativa de peso fetal. Resposta c. será escasso e a pele enrugada. Resposta c.

53. A evolução gráfica da altura uterina mostra que houve 58. A amniorrexe prematura tem sua conduta estabelecida, a
queda do desenvolvimento a partir da metade do segundo princípio, pela idade gestacional:
trimestre. A principal hipótese nessa situação é restrição € mais de 34 semanas – parto pela via obstétrica;
de crescimento fetal do tipo assimétrico, pois se inicia tar-
diamente, na fase de hipertrofia celular. A principal causa é € menos de 34 semanas
insuficiência placentária, em que os nutrientes não chegam € sem sinais de infecção ou sofrimento fetal expectante
adequadamente ao feto em desenvolvimento, que acaba por com corticoterapia entre 26 e 34 semanas e vigilância de
não acumular reserva e fica emagrecido. No início da gesta- sinais infecciosos e vitalidade fetal.
ção as necessidades fetais são menores, de modo que não se € com infecção ou sofrimento fetal – parto.
faz sentir essa insuficiência da placenta.
Entretanto há diagnóstico diferencial como oligoâmnio e si- € A infecção é diagnosticada por febre, fisiometria, leuco-
tuação transversa, de modo que apenas a ultrassonografia de- citose ou aumento de PCR. Os sinais clínicos são mais
finirá o diagnóstico, pois estima o peso fetal, considerando-se confiáveis, até porque a leucocitose pode ser normal na
que há restrição se o mesmo estiver abaixo do percentil 10. gestação. Resposta b.
Como a hipótese é de restrição assimétrica, caso se confirme
é preciso avaliar a vitalidade fetal, e a melhor maneira de fa- 59. Ao se romperem as membranas ovulares, o líquido e as
zê-lo é por meio de Doppler de artéria umbilical. Resposta a. substâncias nele contidas, como vérnix e mecônio, podem
cair na circulação materna e atingir seus capilares pulmo-
54. Se há SUSPEITA de RPMO, cabem algumas medidas, nares exercendo efeito irritativo e anafilático, e ocasionando
como: determinar a idade gestacional para posterior esta- edema pulmonar, o que reduz a pressão atrial e o débito car-
belecimento de conduta, vigiar infecção e vitalidade fetal díaco, gerando hipotensão, além de dificultar a troca de gases
estreitamente (pois é necessária resolução se alterados). A e proporcionar cianose. Juntamente com o material amnióti-
interrupção da gestação não é conduta inicial e será indicada co, há passagem de tromboplastina à corrente sanguínea, que
apenas após confirmação diagnóstica, desde que a gravidez ativa a cascata de coagulação e instala-se CIVD. Essa situação
apresente mais de 34 semanas ou haja sinais de corioamnio- é conhecida como embolia de líquido amniótico e geralmen-
nite ou sofrimento fetal. Resposta b. te evolui rapidamente, com mortalidade de 90%. Resposta c.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

60. Em amniorrexe prematura com menos de 34 semanas, entre o maior eixo fetal e o maior eixo do útero. Por fim, sen-
deve-se avaliar a vitalidade fetal e pesquisar sinais de infec- do posição o lado em que está o dorso do feto, no caso temos
ção (febre, fisiometria, leucocitose). Estando a vitalidade pre- posição à direita. Resposta a.
servada e não havendo quadro infeccioso, adota-se conduta
expectante em relação ao parto, tomando se algumas me 65. Amniorrexe prematura em gestações com mais de 34
didas, como corticoidoterapia para maturação pulmonar e, semanas, deve-se adotar conduta resolutiva da gestação, ou
segundo alguns autores, antibioticoterapia para aumentar o seja, parto. Em idades gestacionais menores, não havendo
período de latência. Segundo o CDC, a profilaxia de infec- sofrimento fetal ou infecção, opta-se pela internação da pa
ção neonatal por estreptococo deve ser feita no trabalho de ciente com medidas, a saber: vigilância estreita da vitalidade
parto em casos de parto prematuro ou bolsa rota há mais de fetal, pesquisa de infecções (hemograma, PCR, curva térmi-
18h, desde que não se conheça a cultura microbiana da pa- ca e análise de fisiometria) a cada 3 dias, corticoterapia se
ciente. A análise das últimas questões da UNICAMP mostra IG entre 26 e 34 semanas. Havendo infecção ou alteração da
que a conduta, nesta escola, é a administração de antibióticos vitalidade fetal, a resolução será imediata. Quanto aos an-
contra estreptococos imediatamente em casos de amniorrexe tibióticos, polêmica rege o assunto, mas serão obrigatórios
prematura pré-termo com cultura desconhecida. Resposta c. se houver infecção ou nas condições de profilaxia para es-
treptococo, ou seja, apenas no trabalho de parto em casos
61. A diminuição precoce de líquido amniótico pode ter duas de swab positivo ou, se desconhecido, na vigência de febre,
causas: amniorrexe prematura ou malformações do trato uri- trabalho de parto prematuro, bolsa rota há mais de 18 horas
nário. Não havendo história de perda de líquido e sendo o ou passado de infecção neonatal por estreptococo. Enfim, no
exame físico inconclusivo, a ultrassonografia deverá dirimir caso, deve-se internar a paciente e imediatamente avaliar se
tal dúvida. Entretanto, a boa visualização ultrassonográfica há infecção ou sofrimento fetal, para estabelecer a conduta.
de estruturas depende da presença de líquido. Assim, em Resposta e.
casos duvidosos como esse, opta-se pela amnioinfusão, que,
em bolsa rota, é acompanhada da perda do líquido pela via 66. Como a data da última menstruação era 20 de abril de
vaginal, sendo que nos demais casos ele fica no intraútero
2011, a idade gestacional cronológica no dia do atendimento
permitindo a análise das estruturas do feto. Lembre-se de que
(23 de novembro de 2011) era de 31 semanas.
a queratinização da pele se dá entre 20 e 24 semanas e apenas
Em 6 de julho havia sido feito uma ultrassonografia que re-
após essa fase os rins assumem o papel principal na produção
velava idade gestacional de 11 semanas e 3 dias. Do dia desta
de líquido amniótico, de modo que, mesmo em agenesias re-
ultrassonografia até 23 de novembro, passaram-se 20 sema-
nais, pode haver líquido amniótico normal até essa fase.
nas, que somadas às 11 semanas e 3 dias que o feto já possuía
Já está provado que a infusão de líquido em oligoâmnio não
no dia do ultrassom, tem-se idade gestacional de 31 semanas
reduz a ocorrência de hipoplasia pulmonar como se acredi-
e 3 dias. Como o erro do exame de primeiro trimestre para o
tava no passado. Resposta a.
cálculo da idade gestacional é de até 5 dias, pode-se dizer que
há compatibilidade entre as idades gestacionais cronológica
62. A visualização de saída de líquido pelo orifício do colo é
padrão ouro para o diagnóstico de amniorrexe, e permitirá a e ultrassonográfica.
identificação dessa condição em mais de 90% dos casos. Dir- Pacientes que não foram vacinadas para tétano devem re-
-se-á que a amniorrexe é prematura quando ocorrer antes de ceber as três doses da vacina. Caso já tenham feito, mas há
iniciado o trabalho de parto, e precoce se ocorrer antes dos mais de 5 anos, devem receber dose de reforço. A paciente
8 cm de dilatação. No caso, não havia contrações, de modo em questão não foi vacinada e deveria receber a imunização.
que a amniorrexe é prematura. Como a idade gestacional é Desnutrição e tabagismo, presentes na gestante que analisa-
de 31 semanas, trata-se de gestação pré-termo (menor que 37 mos, são fatores de risco para restrição de crescimento fetal.
semanas). Assim, o diagnóstico correto é amniorrexe prema Sendo IgG e IgM negativos para toxoplasmose, pode-se dizer
tura pré-termo. Resposta b. que há suscetibilidade à doença. Resposta d.

63. Diversos são os fatores de risco para amniorrexe prema- 67. Na carteira de pré-natal consta data da última menstru-
tura, entre eles citamos: infecções, tabagismo, más condições ação (DUM) de 20 de abril de 2011. Então no dia 23 de no-
higiênico-dietéticas, desnutrição (baixo peso), anemia, do- vembro a idade gestacional é de 31 semanas.
enças do colágeno, contrações de Braxton-Hicks exacerba- Para calcular a data provável do parto, soma-se 7 ao dia da
das, etc. Não entram no rol desses fatores: restrição de cres- DUM (20 + 7 = 27), e retira-se três do seu mês (4-3 = 1). As-
cimento fetal, raça negra, abortamento anterior ou primiges sim, a data provável do parto deve ser 27 de janeiro de 2012.
tação. Resposta c. Resposta a.

64. Considerando que apresentação é a parte fetal que ocupa 68. Em 11 de janeiro de 2012, uma gestante com data da últi-
o estreito superior da bacia e que nele tende a se insinuar, e ma menstruação de 20 de abril de 2011, tem idade gestacional
que a palpação da escava (escavação pélvica) indica a parte de 38 semanas, ou seja, está no termo, pois esse se dá entre
fetal que caminha ao estreito superior, no caso temos uma 37 e 42 semanas. O diagnóstico continua sendo amniorrexe
apresentação cefálica. Esse tipo de apresentação somente é prematura, pois ocorreu antes de iniciado o trabalho de parto
possível em situações longitudinais, pois nas transversas a (prematura em relação ao trabalho de parto), porém em ges-
apresentação é córmica; lembrando que situação é a relação tação de termo. Resposta b.

SJT Residência Médica – 2016


169
10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

69. Na amniorrexe prematura antes de 34 semanas, apenas são possivelmente causados por insuficiência placentária e
se indica a resolução se houver infecção (corioamnionite) indicam sofrimento fetal crônico.
ou sofrimento fetal. Assim, na ausência dessas condições a Como o estreptococo é desconhecido (não há referência), te-
expectação se impõe, mas com algumas medidas importan- mos duas indicações de seu uso: trabalho de parto prematuro
tes, entre elas: corticoindução da maturidade pulmonar, vi e febre de origem indeterminada. Poderiam ser indicações
gilância da vitalidade fetal e controle de sinais infecciosos. ainda: passado de infecção neonatal pela bactéria, bolsa rota
Neste último caso, com hemograma e PCR a cada 3 dias, há mais de 18 horas, qualquer urocultura positiva para strep-
curva térmica diária e análise de fisiometria. Colher cultura tococcus agalactiae. Na vigência de infecção, está contraindi-
para estreptococo é importante para verificar a necessidade cado o uso de corticoterapia. Resposta c.
de profilaxia da infecção neonatal dessa bactéria na hora do
parto. A inibição não está indicada, exceto em situações es- 73. O diagnóstico de incompetência istmocervical pode ser
pecíficas, como transporte a hospital terciário ou realização feito pela clínica ou por exames complementares. Em relação
de corticoterapia (por 48 horas), desde que não haja infecção à história clínica, esta é típica, dada por abortamentos tardios
ou sofrimento fetal. Resposta d. ou perdas fetais de repetição, de forma indolor. A confirma-
ção pode ser feita, durante a gestação, pela presença de colo
70. A prematuridade pode ser decorrente de trabalho de curto (menor que 25 mm) ou protrusão de parte da bolsa
parto prematuro ou ser deliberada pelo médico por doenças amniótica para dentro do colo (sinal do dedo de luva ou sinal
descompensadas maternas, sendo que a maioria encontra-se do afunilamento), ambos no segundo trimestre. Resposta b.
no primeiro grupo. Nestas, a administração de inibidores de
contrações, como antagonistas de ocitocina, é o tratamento 74. A ruptura prematura das membranas ovulares, ou seja,
indicado, porém a eficácia na manutenção da gestação em a que ocorre antes de iniciado o trabalho de parto, tende a
longo prazo é pequena. Há como predizer a chance de pre- iniciá-lo espontaneamente. O período transcorrido entre a
maturidade por meio de medida do colo uterino entre 22 e ruptura e o início das contrações é chamado de período de la-
24 semanas ou teste de fibronectina vaginal a partir de 24 tência, que é inversamente proporcional à idade gestacional.
semanas. No primeiro caso, considera-se alta a probabilidade Entre as complicações, pode-se citar: prematuridade, DPP e
de parto prematuro se a medida for menor que 25 mm, e no corioamnionite. Esta última é reconhecida clinicamente em
segundo, se a dosagem de fibronectina vaginal for maior que 10% dos casos gerais e 30% daqueles pré termo.
50ug/mL. Resposta d. A conduta é resolutiva após 34 semanas, ou se vigente infec-
ção ou sofrimento fetal. Nos demais, pode-se adotar conduta
71. A questão traz um caso de RPMO, cujo diagnóstico, em expectante com medidas como: administração de corticote-
90% das vezes, é feito pela visualização de saída de líquido rapia (entre 26 e 34 semanas), vigilância infecciosa e de vi-
pelo orifício externo do colo. Nessa situação, caso a gesta- talidade. A inibição do trabalho de parto é possível em duas
ção apresente mais de 34 semanas, não existe benefício na condições: na transferência para hospital terciário ou por 48
conduta expectante, mas há acréscimo de risco infeccioso. horas para ação do corticoide. Resposta a.
Assim, está indicada a resolução da gravidez, a princípio por
via obstétrica. O uso de antibiótico, nesses casos, pode ter 75. O quadro apresentado é típico de amniorrexe prematu-
duas finalidades: profilaxia de estreptococo ou tratamento de ra complicada por coriamnionite, pois não se palpou bolsa
corioamnionite. Como a cultura de estreptococo é negativa amniótica, há febre e fisiometria. Nesses casos, independen-
e recente e não há sinais de infecção, não há necessidade de temente da idade gestacional, impõe-se a resolução da ges-
antibioticoterapia. A corticoidoterapia não é indicada após tação e o uso de antibioticoterapia de amplo espectro, sendo
34 semanas. contraindicado o uso de corticoterapia por causa da infecção.
Em colo desfavorável o ideal é prepará-lo com misoprostol, Resposta a.
mas o uso de ocitocina diretamente é permitido, porém com
maior chance de falha. A resposta menos pior para a questão 76. Na rotura prematura de membranas ovulares (RPMO), a
está na letra e. Resposta e. conduta depende da idade gestacional, sendo ativa (indução
do parto) quando a gestante estiver com 34 semanas ou mais
72. No caso apresentado, tem-se uma gestante com quadro de idade gestacional. Tanto no trabalho de parto prematuro,
infeccioso (febre e taquicardia) associado a trabalho de parto quanto na RPMO, onde tomamos conduta ativa, está indica-
prematuro, uma vez que apresenta mais de duas contrações da a profilaxia para Estreptococo do grupo B, uma vez que as
em 10 minutos que levaram a uma dilatação do colo de mais culturas para sua identificação são desconhecidas. Resposta b.
de 2 cm, em gestante com menos de 37 semanas. Provavel-
mente a causa do TPP foi a infecção, que a princípio poderia 77. Gestação pós-data é quando a gravidez ultrapassa 40 se-
ser tratada e o TPP inibido com uterolítico. Entretanto, são manas ou 280 dias e a gestação pós-termo é aquela que ultra-
contraindicações à inibição uterina: doenças maternas des- passa 42 semanas ou 294 dias. Resposta e.
compensadas, sinais de sofrimento fetal (RCIU, oligoâmnio,
prova de vitalidade fetal alterada), feto com malformação 78. Estamos diante de uma gestação pós-data (mais de 40
incompatível com a vida extrauterina, óbito fetal. Note que semanas de idade gestacional), onde a conduta depende do
o peso do feto da questão está no percentil 5, indicando res- índice de Bishop que avalia parâmetros do colo uterino para
trição de crescimento fetal (definida por peso menor que o se indicar uma indução do parto. Se o índice de Bishop for
percentil 10), e o líquido amniótico é reduzido. Esses sinais favorável à indução (de 6 para cima), interna-se a paciente e

SJT Residência Médica – 2016


170
Obstetrícia | Gabarito comentado

induzimos o parto. Se o índice for de 5 para baixo (desfavorá- 84. A conduta na rotura prematura de membranas ovulares
vel à indução), faz-se exames de vitalidade até o índice se tor- (RPMO) depende da idade gestacional. Se a gestante tiver
nar favorável ou a paciente atingir 42 semanas, que é o limite menos de 34 semanas, opta-se pela conduta expectante, com
máximo que podemos esperar uma gestação chegar. Como a vigilância de infecção materna e da vitalidade fetal, com cor
paciente está se queixando de diminuição da movimentação ticoterapia de 24 a 34 semanas para acelerar o amadureci-
fetal, fazemos os exames de vitalidade e iniciamos a prepara- mento pulmonar fetal. Já a partir de 34 semanas, a conduta
ção do colo uterino para a indução do parto, normalmente é ativa, com internação, indução do parto e antibioticotera-
feito com misoprostol, via vaginal. Resposta b. pia, se diagnosticado infecção materna ou para profilaxia de
Streptococcus beta-hemolítico ou quando o feto não nascer
79. Contrações uterinas com esvaecimento e dilatação do até 6 horas do diagnóstico da rotura. Resposta d.
colo uterino numa gestante com menos de 37 semanas de
gestação caracteriza o verdadeiro trabalho de parto prematu- 85. Nos casos de rotura prematura de membranas em ges-
ro (TPP). Devemos internar a paciente e iniciar a inibição do tantes com menos de 34 semanas, está indicada a conduta
TPP (tocólise) e, se a gestante estiver entre 24 a 34 semanas expectante, com vigilância infecciosa e de vitalidade fetal. Na
está indicada a corticoterapia para amadurecimento do pul- menor suspeita de corioamnionite, como é o caso descrito,
mão fetal, devido ao risco de parto pré-termo. Resposta d. indica-se a interrupção da gestação, independente da idade
gestacional. Resposta a.
80. Na rotura prematura de membranas ovulares (RPMO),
em gestantes com 34 semanas ou mais de idade gestacional, a 86. Estamos diante de rotura prematura de membranas
conduta é ativa, com internação, antibioticoterapia e indução ovulares (RPMO) em gestantes com menos de 34 semanas;
do parto. Completada 6 horas da RPMO e não ocorrendo o a conduta deve ser expectante com vigilância de infecção e
parto, está indicada antibioticoterapia por 24 horas após o vitalidade fetal. Deve ser realizada corticoterapia entre 24
parto. Se o feto nascer até 6 horas da RPMO, o antibiótico a 34 semanas de gestação para acelerar o amadurecimento
é mantido até o clampeamento do cordão umbilical, tendo pulmonar fetal pelo risco de trabalho de parto prematuro.
como objetivo a profilaxia da infecção neonatal pelo estrep- O antibiótico só deve ser prescrito quando diagnosticado
infecção, para não mascarar o quadro de corioamnionite. A
tococo do grupo B. Resposta c.
RPMO é contraindicação absoluta à inibição do trabalho de
parto prematuro, salvo por 48 horas a fim de ser feita a ação
81. São fatores de risco para a prematuridade: gestação nos
máxima da corticoterapia. Resposta e.
extremos da vida reprodutiva, uso de cocaína, cigarro e cra
ck, nivel socioeconômico baixo, doenças ginecológicas que
87. O grande formador de líquido amniótico é a urina fetal.
distendem a fibra muscular uterina (miomatose), antece-
O líquido amniótico também serve para desenvolvimento
dente de parto pré termo, causas de sobredistensão uterina
dos tratos respiratório e digestivo fetais. A principal via de
(gestação gemelar, polidrâmnio, macrossomia fetal e mal-
absorção do líquido amniótico é a deglutição fetal, observa-
formações fetais), falta de assistência pré-natal e iatrogenia.
da desde 15-16 semanas de gestação. A movimentação fetal
Resposta a.
não é fator de interferência no volume do LA. Conforme a
gestação vai evoluindo, o índice de líquido amniótico vai au-
82. O limite máximo que podemos esperar uma gestação mentando. Resposta a.
chegar é de 42 semanas. Mesmo que o índice de Bishop es
teja desfavorável à indução (menor ou igual a 5) e os exames 88. A paciente está com uma altura uterina acima do espera-
de vitalidade estejam normais, não podemos esperar por ris- do para idade gestacional, onde o ideal seria de 26 cm (após
co iminente de sofrimento e óbito fetal. A paciente deve ser 20 semanas IG = AU + 2). Neste caso podemos estar diante
internada e iniciada a preparação química (misoprostol) ou de situações que aumentam a altura uterina como macrosso-
mecânica (sondas) do colo uterino, seguida de indução do mia fetal, polidrâmnio, gestação gemelar, miomatose uterina
parto com ocitocina. Resposta a. ou casos de erro de data. Na restrição de crescimento, a altura
uterina está menor do que o esperado para a idade gestacio-
83. O crescimento intrauterino restrito (CIUR) é classificado nal. Resposta c.
de acordo com a fase de desenvolvimento em que o agente
causador do retardo atuar. Se atuar na fase de hiperplasia fe- 89. A profilaxia para Streptococcus beta-hemolítico deve ser
tal, temos o CIUR tipo I ou simétrico, onde o feto inteiro é feita em todos os casos de trabalho de parto prematuro, ro
pequeno, tendo como causa as alterações genéticas, radiação tura prematura de membranas e naqueles com cultura de
ionizante, medicamentos utilizados pela gestante e infecções, secreção vaginal e/ou anal positivas e/ou desconhecidas, e
congênitas ou não. Se atuar na fase de hipertrofia fetal, temos urocultura positiva. Só não é realizada nos casos de cesárea
o tipo II ou assimétrico, que provoca diminuição da cintura eletiva. A droga de escolha é a penicilina cristalina feita em
abdominal, enquanto a cabeça continua crescendo normal e dose de ataque e manutenção de 4 em 4 horas até clampea-
tem como causa todas as doenças maternas que cursam com mento do cordão umbilical. É claro que devemos protocolar
insuficiência placentária. Se o agente atuar nas duas fases te- nesta paciente tal conduta. Resposta e.
mos o CIUR intermediário ou misto, provocado pelo uso de
drogas ilícitas, álcool, fumo e a desnutrição materna, que é a 90. A melhor forma de se diagnosticar a rotura prematura
principal causa de CIUR no Brasil. Resposta d. de membranas ovulares (RPMO) é através da visualização

SJT Residência Médica – 2016


171
10 Prematuridade, pós-datismo, RPMO, CIUR, poli-hidrâmnio, oligo-hidrâmnio

do líquido amniótico saindo pelo orifício do colo uterino 92. Nas gestantes com 40 semanas ou mais de idade gestacio-
através do exame especular. Se não for possível a visualiza- nal, devemos avaliar o índice de Bishop que, se for favorável
ção, partimos para os testes laboratoriais, como avaliação do (maior que 5), autoriza indicação de internação da paciente
pH vaginal (que encontra-se tendendo ao neutro ou alcalino com indução do parto, desde que os exames de vitalidade es-
na RPMO), cristalização do muco cervical e o teste de Ia- tejam normais. Se o índice for menor ou igual a 5 (desfavo-
neta positivo (não mudança de cor da secreção vaginal após rável), fazemos controle clínico a cada 3 dias com exames de
aquecimento). A ultrassonografia perde valor para avaliação vitalidade fetal (cardiotocografia a cada 3 dias, perfil biofísico
de líquido amniótico na rotura de membranas. A presença e doppler a cada 7 dias), até 42 semanas de gestação que é o
de células fetais na secreção vaginal sela o diagnóstico de limite máximo que podemos esperar uma gestação chegar.
No caso, temos uma alteração do líquido amniótico (normal
RPMO. Fechado o diagnóstico, o tratamento depende da ida-
de 8 a 18 mm), indicando a necessidade de interromper a
de gestacional, sendo indicada a indução do parto se a ges-
gestação. Como o colo uterino está dilatado, podemos avaliar
tante estiver com 34 semanas ou mais de idade gestacional e,
a cor do líquido amniótico, que se for claro, indica indução
se a gestação tiver menos de 34 semanas, devemos controlar
do parto. Resposta a.
infecção e a vitalidade fetal. Resposta d.
93. A cerclagem do colo uterino tem como objetivo tornar a
91. No CIUR assimétrico que decorre de agressão tardia e cérvice competente até que a gravidez atinja o termo. O me-
compromete a fase de hipertrofia celular, o feto apresenta di- lhor período gestacional para a sua realização se situa entre
minuição da gordura subcutânea e de órgãos de menor tama- 12 e 16 semanas de gravidez, época em que os riscos de abor-
nho. A circunferência abdominal fetal mostra-se diminuída, tamento por determinismo genético praticamente desapare-
em especial pelo comprometimento do tamanho do fígado, ceram e a probabilidade de complicações da operação, como
em contraste com a cabeça e os ossos longos, que exibem a amniorrexe prematura e o surgimento de metrossístoles,
crescimento apropriado. Resposta c. ainda é pequena. Resposta c.

Lembre! Seu objetivo nesta jornada é ser RM 2017. Conquistá-lo exige determinação. Sorte boa.
R.A.G

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

Nossa generosidade para com os outros é vital para uma experiência positiva no mundo. Há espaço suficiente para
que todos sejam bonitos. Há espaço suficiente para que todos tenham sucesso. Há espaço suficiente para que
todos sejam ricos. É apenas o nosso pensamento que bloqueia a possibilidade de tudo isso acontecer.
Marianne Williamson

FMJ – 2015 c) presença de BCF


1. Mulher eumenorreica, com atraso menstrual de dois d) ausência de líquido livre na cavidade
meses, ß-hCG positivo, com quadro de sangramen- e) condição hemodinâmica estável
to genital acompanhado de cólicas há dois dias, com
piora há 30 minutos. Ao exame clínico, descorada  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
+/4+, PA 90 x 60 mmHg, pulso 96. Exame especular
com sangramento moderado vermelho vivo. Toque Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015
revela útero aumentado para 8 semanas de gestação 3. Em paciente de 28 anos, primigesta, com diagnostico
com colo uterino amolecido e pérvio para uma polpa. de abortamento incompleto e gestação de 11 sema-
Esse quadro se refere nas, o melhor e mais seguro tratamento proposto a
a) ao abortamento inevitável ser realizado será:
b) ao abortamento evitável a) curetagem uterina instrumental
c) à insuficiência istmo cervical b) conduta expectante
d) ao abortamento incompleto c) histerotomia e curetagem uterina instrumental
e) ao abortamento retido d) aspiração manual intrauterina (AMIU)

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

FMJ – 2015 Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015


2. É contraindicação ao uso de metrotexato para o trata- 4. Dentre as situações clínicas descritas abaixo, obser-
mento da prenhez ectópica: vando a legislação brasileira, poderá o médico obs-
a) massa anexial menor que 3,0 cm tetra realizar “aborto ético” ou “legal” na seguinte
b) b-hCG menor que 5 000 mUi/mL situação:
173
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

a) feto com trissomia do 18 solicitar hemograma completo, enzimas hepáticas,


b) feto com trissomia do 21 ureia, creatinina, tipagem sanguínea e fator Rh, e, se
c) gravidez concomitante com câncer do colo do útero a paciente referir história prévia de doença pulmo-
d) gravidez após violência sexual nar, solicita-se RX de tórax, devido ao risco de pneu-
monite intersticial.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
IV. Na vigência de saco gestacional com embrião vivo,
de até 7 semanas, a dose preconizada de metotrexato
Hospital Naval Marcílio Dias – 2015 é de 50 mg/m², devendo ser repetida com 7 dias inde-
5. O anel de Bandl é característico de: pendente dos níveis de gonadotrofina coriônica.
a) puerpério precoce A alternativa que contém todas as afi rmativas cor-
b) puerpério tardio
retas é:
c) parto obstruído
a) I
d) wintercuretagem
b) I, II e III
e) cesariana
c) I e III
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) II e IV
e) III e IV

Santa Casa-SP – 2015  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


6. Preocupada por estar apresentando sangramento
vaginal, uma primigesta com idade gestacional de
UFG – 2015
7 semanas e 5 dias procurou o pronto-socorro. Ao
8. Uma gestante é atendida com queixa de sangramento
exame especular apresentava pequena quantidade
vaginal. A idade gestacional de 10 semanas é deter-
de sangue coletado em fundo de saco posterior ao
minada pela data da última menstruação. Ao toque,
toque vaginal colo impérvio. Como praxe, foi solici-
observam-se a presença dos sinais de Goodel e de He-
tada ultrassonografia que revelava saco gestacional
gar e colo fechado e tamanho uterino compatível com
regular localizado em fundo uterino e contendo no
a idade gestacional. A pressão arterial é de 100/80
seu interior embrião único e vivo com comprimento
mm/Hg. O diagnóstico provável é:
crânio-nádega de 15 mm (compatível com 7 semanas
a) ameaça de abortamento
e 6 dias) e frequência cardíaca de 172 bpm. No-
b) gestação ectópica
tava-se ainda, no interior do saco gestacional, adja-
c) mola hidatiforme
cente ao embrião, pequena estrutura arredondada e
d) abortamento completo
regular de conteúdo anecoico e paredes finas, além
de hematoma subcoriônico periférico, ocupando  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
cerca de 50% da área ovular. Apesar de diagnosticar
ameaça de abortamento, o médico responsável pelo
atendimento ficou preocupado, pois detectou achado FMJ – 2015
que sugeria mau prognóstico. Tal achado é: 9. Mulher eumenorreica, com atraso menstrual de dois
a) taquicardia embrionária meses, β-hCG positivo, com quadro de sangramen-
b) hematoma subcoriônico superior a 40% da área to genital acompanhado de cólicas há dois dias, com
ovular piora há 30 minutos. Ao exame clínico, descorada
c) imagem crítica próxima ao embrião +/4+, PA 90 x 60 mmHg, pulso 96. Exame especular
d) comprimento crânio-nádega incompatível com a com sangramento moderado vermelho vivo. Toque
idade gestacional revela útero aumentado para 8 semanas de gestação
e) localização fúndica do saco gestacional com colo uterino amolecido e pérvio para uma polpa.
Esse quadro se refere
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) ao abortamento inevitável
b) ao abortamento evitável
UEPA – 2015 c) à insuficiência istmo cervical
7. Em relação ao tratamento conservador da prenhez d) ao abortamento incompleto
ectópica, analise as afirmativas abaixo. e) ao abortamento retido
I. O metotrexato (MTX) está indicado em pacientes  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
hemodinamicamente estáveis, pouco sintomáticas e
com níveis de gonadotrofina coriônica inferiores a
5.000 mUI/mL. FMJ – 2015
10. É contraindicação ao uso de metrotexato para o tra-
II. Os melhores resultados com o uso de metotrexato
tamento da prenhez ectópica:
ocorrem quando o diâmetro máximo da massa ane-
a) massa anexial menor que 3,0 cm
xial é de até 4,5 cm.
b) ß-hCH menor que 5 000 mUi/mL
III. Antes de indicar o tratamento com MTX, deve-se c) presença de BCF

SJT Residência Médica – 2016


174
Obstetrícia | Questões para treinamento

d) ausência de líquido livre na cavidade d) estádio IV: outros sítios de doença metastática (cére-
e) condição hemodinâmica estável bro, fígado, rim, trato gastrintestinal)
e) estádio IV: metástases pulmonares, cérebro, fígado,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA rim e trato gastrintestinal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFMA – 2015
11. Paciente de 23 anos, gesta 4 P 0 A 3 (2 provocados e
1 espontâneo precoce), com 12 semanas de gestação, Hospital da Polícia Militar-MG – 2015
procura maternidade com queixas de sangramento 14. Em relação à gravidez ectópica, marque a alternativa
vaginal moderado e dor tipo cólicas há cerca de 3 ho- CORRETA:
ras. Ao exame: volume uterino compatível com idade a) ( ) quase 95% das gestações ectópicas se implan-
gestacional, colo uterino impérvio, com sangramen- tam nos ovários
to leve. Exame de ultrassom: vitalidade embrionária b) ( ) infecções recorrentes por Candida albicans pre
preservada. Qual o diagnóstico e a conduta? dispõem a gestações ectópicas
a) abortamento incompleto/curetagem uterina c) ( ) fumar mais de um maço de cigarros por dia au-
b) ameaça de abortamento/internação hospitalar menta o risco de gravidez ectópica em até 4 vezes
c) ameaça de abortamento / repouso e analgésico d) ( ) na gravidez ectópica, os níveis de β-hCG sérico
d) abortamento inevitável/esvaziamento uterino por deverão aumentar entre 53 e 66% a cada 48h
AMIU
e) abortamento de repetição/progesterona natural va-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ginal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA SURCE – 2015


15. Adolescente procura maternidade com queixa de san-
gramento transvaginal e dor de leve intensidade em
UFPI – 2015 baixo ventre. Não sabe informar data da última mens-
12. Paciente proveniente de Barras-PI deu entrada na truação. Traz beta-hCG = 2.300 mUI/ml e ultrassom
MDER com quadro de dor abdominal, atraso mens- transvaginal que não identificou saco gestacional in-
trual, sangramento transvaginal discreto, instabili- trauterino. Qual a principal hipótese diagnóstica?
dade hemodinâmica e b-HCG positivo. Em relação a) gravidez molar
ao caso clínico, marque a opção CORRETA. b) gravidez ectópica
a) trata-se de cisto teca luteínico roto secundário a c) gestação incipiente
mola hidatiforme completa d) gestação anembrionada
b) trata se de gravidez ectópica rota. Deve-se internar
a paciente, repor volemia com cristaloide, solicitar  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tipagem sanguínea, reservar sangue e proceder lapa-
rotomia exploradora
c) trata-se de gravidez ectópica rota. Deve-se internar UFSC – 2015
a paciente, repor volemia com cristaloide, solicitar 16. Assinale a alternativa que completa CORRETAMEN-
tipagem sanguínea, reservar sangue e proceder lapa- TE a frase abaixo.
roscopia Na gestação ectópica, o uso do metotrexato é con-
d) trata-se de gravidez ectópica rota. Deve-se internar a traindicado em:
paciente, repor volemia com 2 bolsas de concentra- a) ( ) gestação heterotópica
do de hemácias e proceder laparoscopia b) ( ) dosagem de beta-hCG menor que 2500 ui/l
e) trata-se de gravidez ectópica rota. Deve-se internar a c) ( ) massa anexial com 3 cm
paciente, repor volemia com 2 bolsas de concentra- d) ( ) gestação cervical
do de hemácias e proceder laparotomia e) ( ) saco gestacional localizado na parte ampular da
tuba
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

AMP – 2015
13. Com relação ao estadiamento e índice prognóstico UFSC – 2015
de acordo com o AJCC das neoplasias trofoblásticas 17. Paciente com ciclo irregular e sem dor comparece à
gestacionais, assinale a incorreta. emergência com discreto sangramento vaginal, colo
a) estádio I: persistência de beta-hCG elevado e doença do útero fechado, beta-hCG positivo. No exame de
confinada ao útero ultrassonografia transvaginal, é visualizado um saco
b) estádio II: doença além do útero, mas limitada à pel- gestacional tópico medindo 22 mm de diâmetro mé-
ve (ovário, tuba uterina, vagina) dio e apenas conteúdo anecoico em seu interior. Assi-
c) estádio III: metástases pulmonares com ou sem en- nale a alternativa CORRETA, que apresenta a condu-
volvimento uterino, vaginal ou pélvico ta a ser seguida.

SJT Residência Médica – 2016


175
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

a) ( ) repetir o exame ultrassonográfico em 7 a 10 dias a) para ser considerado aborto, o concepto deve ter até
b) ( ) administrar progesterona vaginal e prescrever 164 dias completos
repouso relativo b) por serem avaliações subjetivas, a intensidade e a re
c) ( ) realizar dilatação do colo e curetagem petição da dor não têm valor prognóstico no quadro
d) ( ) administrar misoprostol vaginal e amiu de abortamento
e) ( ) solicitar doppler e beta-hCG quantitativo c) dentre as anomalias cromossômicas, as trissomias
são as formas menos encontradas nos abortamentos
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
espontâneos
d) a ultrassonografia transvaginal, por estimular o colo
USP-RP – 2014 uterino, oferece risco de acelerar o abortamento
18. ID: secundigesta, 27 anos de idade, com atraso mens-
trual de três meses.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
HMA: queixa-se de dor intensa em cólica em hipo-
gástrio há 1 dia, associada a sangramento vaginal em
INCA-RJ – 2014
grande quantidade há 3 horas. Refere tonturas e fra-
21. Paciente de 27 anos de idade com diagnóstico de
queza intensa.
EF: encontra-se pálida, com mucosas descoradas gravidez de 12 semanas apresenta quadro de san-
(2+/4+), PA = 90 x 50 mmHg, FC = 110 bpm. gramento vaginal indolor e intermitente, com piora
EG: Ao exame especular observa-se grande quantida- progressiva, intercalado com corrimento amarelado,
de de coágulos em fundo de saco vaginal. Toque va- sem odor e mesclado com sangue, mucosas descora-
ginal: útero doloroso, aumentado de volume para 10 das, astenia, taquicardia e com o fundo do útero de
semanas e colo uterino pérvio 2 cm. consistência amolecida, palpável abaixo e próximo à
Pode-se dizer que se trata de: cicatriz umbilical. Após a ultrassonografia, recebeu o
a) gestação ectópica tubária. Deverá ser submetida à diagnóstico de prenhez molar. Em relação a essa neo-
laparoscopia para confirmação diagnóstica e salpin- plasia, é correto afirmar que:
gectomia para tratamento a) a ultrassonografia transvaginal é o exame de escolha
b) aborto retido. É necessária a administração de ocito- por sua alta capacidade no diagnóstico de mola hi-
cina endovenosa para promover maior dilatação do datiforme no primeiro trimestre de gestação
colo e expulsão fetal b) há relação direta entre o útero grande para a data da
c) aborto inevitável. A paciente deve ser submetida à prenhez, a presença de cistos tecaluteínicos e o risco
ultrassonografia transvaginal para confirmar o óbito de malignidade
fetal antes da curetagem uterina c) a maioria dos casos de mola hidatiforme é de evolu-
d) aborto incompleto. A curetagem uterina imediata é ção benigna
o tratamento de escolha para resolução do mesmo d) a coexistência do feto com mola hidatiforme ocorre
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA em cerca de 50% dos casos de neoplasia trofoblástica
gestacional e não altera a capacidade de diagnóstico
da ultrassonografia
ABC – 2014
19. Paciente de 23 anos chega ao pronto-socorro no sá-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
bado com sangramento genital há 1 hora. Ao exame
clínico PA 110 x 70 mmHg e pulso 80 bpm. No toque
constata-se colo dilatado para 2 cm tocando-se restos SUS-SP – 2014
placentários. Não há ultrassonografista no plantão. 22. Paciente com atraso menstrual de 9 semanas dá en-
Frente a este quadro: trada no pronto-socorro com queixa de sangramento
a) diagnostica-se abortamento evitável vaginal doloroso. Apresenta β-hCG de 1764 mUI/mL
b) se interna e aguarda, com controle de sangramento, e ultrassonografia transvaginal não demonstra saco
o ultrassonografista que virá na segunda-feira gestacional tópico e revela eco endometrial de 20 mm.
c) encaminha a paciente para outro serviço que tenha Neste caso, é correto afirmar:
ultrassonografia a) a curetagem uterina se faz mandatória para exclusão
d) procede-se o esvaziamento uterino de moléstia trofoblástica gestacional através do aná-
tomo patológico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) o eco endometrial espessado configura um aborta-
mento incompleto e deve-se internar a paciente para
INCA-RJ – 2014 realização de curetagem uterina
20. É grande o número de gestações que se interrompem c) a ausência de imagem intrauterina confirma o diag-
espontaneamente na fase inicial. Estima-se que essa nóstico de gestação ectópica e deve-se internar a pa-
incidência seja de 15% e basicamente pode-se destacar ciente para laparotomia exploradora
dois grupos maiores de abortos: espontâneos e provo- d) trata-se de possível gestação incipiente e deve-se fa-
cados. Em relação a este tema, é correto afirmar que: zer controle seriado do β-hCG

SJT Residência Médica – 2016


176
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) trata-se de gestação ectópica, mas o baixo valor de e) a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como
β-hCG e ausência de imagens sugestivas em regiões abortamento, a expulsão ou extração do feto, antes de
anexiais permite a conduta expectante com controle 19 semanas de gestação ou pesando menos de 450 g
seriado do β-hCG
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Municipal São José-SC – 2014


Albert Einstein – 2004 26. Paciente de 30 anos refere sangramento vaginal inter-
23. Mulher de 26 anos procura o pronto-socorro com mitente há sete dias. Sua última menstruação havia
queixa de sangramento vaginal há 1 dia. Refere atraso sido há 50 dias. O resultado do beta-hCG foi 1.820
menstrual de 14 dias. Sempre teve ciclos menstruais mUI/ml. Realizada ultrassonografia transvaginal,
regulares, e nunca fez uso de métodos contraceptivos. evidenciou-se endométrio decidualizado sem evidên-
Ao exame se encontra em bom estado geral, corada, cia de saco gestacional, e ovários e regiões anexiais
pressão arterial de 110 × 70 mmHg, palpação abdo- sem alterações visíveis. Qual o provável diagnóstico e
minal normal e, ao toque, útero de volume discreta- a conduta adequada?
mente aumentado. O colo está impérvio e, ao exame a) gravidez ectópica - repetir beta-hCG e ultrassono-
especular, apresenta sangramento escuro discreto co- grafia transvaginal em 48 horas
letado em fundo de saco posterior. Investigação labo- b) gravidez incipiente - repetir ultrassonografia trans-
ratorial revelou nível de beta-hCG de 2.850 mUI/mL, vaginal em sete dias
e o exame ultrassonográfico endovaginal não identi- c) gestação interrompida - conduta expectante
ficou saco gestacional no interior da cavidade uterina. d) abortamento incompleto - curetagem uterina
Assinale a hipótese diagnóstica mais provável: e) abortamento tubário - conduta expectante
a) abortamento incompleto
b) ameaça de abortamento  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) gestação molar
d) gestação ectópica
UEL – 2013
e) gestação normal de 6 semanas
27. Sobre as contraindicações a utilização de metrotrexa-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA te no tratamento conservador da gestação ectópica,
considere as afirmativas a seguir.
I. Massa ectópica menor que 3,5 cm.
PUC-RS – 2014 II. Disfunção renal.
24. G3P1A1, na 12ª semana de gestação, apresenta san- III. Instabilidade hemodinâmica.
gramento genital volumoso com perda de substância IV. Úlcera péptica ativa.
sólida. O colo é permeável e a ultrassonografia sugere Assinale a alternativa CORRETA.
retenção de membranas e restos placentários. Qual a a) somente as afirmativas I e II são corretas
conduta indicada? b) somente as afirmativas I e IV são corretas
a) proceder a curagem uterina c) somente as afirmativas III e IV são corretas
b) realizar curetagem uterina d) somente as afirmativas I, II e III são corretas
c) administrar misoprostol vaginal e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
d) aguardar resolução espontânea
e) administrar ocitocina em altas doses  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Albert Einstein – 2013
28. Paciente de 42 anos, 2 Gesta 1 Para, atraso menstrual
AMP-PR – 2014 de 7 semanas e 3 dias, procurou atendimento hospita-
25. Com relação ao abortamento, assinale a alternativa lar com quadro de sangramento vaginal com saída de
correta. material heterogêneo e cólicas. Foi submetida a cure-
a) se ocorrer até 16 semanas de gestação é denominado tagem uterina sem intercorrências e liberada para
como precoce; se for entre 16 e 19 semanas de gesta- casa. Após 10 dias, retorna com novos episódios de
ção é denominado como tardio sangramento, de maior intensidade, ainda com saída
b) representa complicação infrequente da gravidez, de material heterogêneo. Neste momento, a principal
aproximadamente 1:1000 mulheres terá um aborta- hipótese diagnóstica que precisa ser afastada é:
mento espontâneo durante sua vida reprodutiva a) gestação gemelar com abortamento do 2º gemelar
c) a síndrome dos ovários policísticos, afeta cerca de b) neoplasia de endométrio
10% das mulheres em idade reprodutiva e tem sido c) perfuração uterina
considerada como causa de abortamento d) infecção pós-curetagem
d) a taxa de abortamento em pacientes portadoras de Dia- e) molestia trofoblástica gestacional
betes Mellitus tipo I, encontra-se aumentada, indepen-
dentemente de estarem controladas clinicamente  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


177
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

CREMESP – 2012 UFRN – 2013


29. Primigesta jovem, com gestação de 10 semanas, refere 33. Diante de uma gestação ectópica, o tratamento com
sangramento vaginal e dor em baixo ventre há 1 dia. metotrexato poderá ser utilizado quando:
Ao exame clínico ginecológico, o útero e doloroso e a) o sangramento intra-abdominal, devido à ruptura
aumentado, compatível com 2 meses de gestação. O tubária, e de pequeno porte
colo uterino encontra-se impérvio. O exame espe- b) o nível sérico de β-hCG encontra-se acima de 10.000
cular revela sangramento de moderada intensidade. mUI/mL
Teste de gonadotrofina na urina positivo. O diagnós- c) o embrião ainda se encontra com atividade cardíaca
tico e conduta mais adequados são respectivamente: d) o diâmetro da massa ectópica não excede 4,0 cm
a) abortamento inevitável e esvaziamento uterino
b) abortamento retido e indução com misoprostol  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) abortamento infectado e antibióticoterapia e esva-
ziamento uterino Unificado-MG – 2013
d) prenhez ectopica íntegra e laparoscopia 34. Sobre a gestação ectópica assinale a alternativa ER-
e) ameaça de abortamento e ultrassonografia pélvica RADA:
a) a conduta expectante pode ser tentada se a paciente
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
estiver hemodinamicamente estável, a massa anexial
for ≤ 4 cm e os valores do hCG (Gonadotrofina Co-
UNAERP – 2013 rionica Humana) forem decrescentes
30. Em relação à gravidez ectópica, podemos afirmar que: b) as queixas mais comuns da paciente com gestação
a) a chance de ocorrência de ectópica em trompa con- tubaria são atraso menstrual, dor pélvica persistente
tralateral e de 20% e sangramento de pequena intensidade
b) é praticamente sinônimo de gravidez tubária, com c) na gravidez de evolução anormal a dosagem do hCG
75% dos casos dobra a cada 48 horas
c) é obrigatória a administração da imunoglobulina d) o local mais frequente de implantação da gestação
anti-D nos casos em que ocorrer sangramento ectópica e a região ampular da tuba
vaginal, mãe Rh negativo e pai Rh positivo, com
Coombs indireto positivo  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) o tratamento cirúrgico de escolha, quando obedeci-
dos os critérios, é a salpingostomia Hospital Albert Einstein – 2012
e) o DIU diminui a incidência de ocorrência da gravi- 35. Paciente de 26 anos, 3 gesta, 2 abortos (1º com 19 se-
dez ectópica manas de gestação há 4 anos e o 2º com 16 semanas
há 2 anos, ambos necessitando de curetagem após
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
eliminação), inicia acompanhamento pré-natal com 6
semanas, sem queixas atuais. Nesse caso:
UCPEL-RS – 2013 a) caso a avaliação ultrassonográfica revele colo curto,
31. Sobre abortamento, assinale a assertiva CORRETA. há indicação de cerclagem cervical eletiva entre a 12ª
a) no abortamento incompleto, o sangramento vaginal e a 16ª semanas de gestação
é discreto ou ausente e o colo uterino está fechado b) há indicação de biópsia de vilo corial para avaliação
b) no abortamento retido, o sangramento vaginal é in- cromossômica
tenso e o colo uterino está aberto c) não há necessidade de pesquisar infecção por Trepo-
c) no abortamento inevitável, o sangramento vaginal nema pallidum, Chlamydia trachomatis ou Neisseria
está presente e o colo uterino está aberto gonorrhoeae por serem causas agudas de aborta
d) no abortamento completo, o sangramento vaginal é mento
intenso e o colo uterino está aberto d) evita-se o exame ginecológico e se recomenda absti-
e) na ameaça de abortamento, o sangramento vaginal é nência sexual
intenso e o colo uterino está aberto e) não se faz pesquisa de trombofilia na gestação, uma
vez que os parâmetros encontram-se alterados na
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA gravidez

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UCPEL-RS – 2013
32. Não é fator de risco para gestação ectópica:
a) cirurgia tubária anterior Hospital Albert Einstein – 2012
b) gravidez ectópica anterior 36. Primigesta de 20 anos, com 9 semanas pela data da
c) doença inflamatória pélvica última menstruação, chega ao pronto-atendimento
d) miomatose uterina com queixa de sangramento genital há 1 hora e febre
e) tabagismo não medida há 1 dia. Ao exame físico: temperatura
axilar = 37,5 ºC; pulso = 104 bpm; pressão arterial =
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 80 x 50 mmHg; toque = útero amolecido, doloroso,

SJT Residência Médica – 2016


178
Obstetrícia | Questões para treinamento

aumentado 2 vezes e colo entreaberto. Exame espe- a) a síndrome de anticorpos antifosfolípides é uma
cular: pequena quantidade de sangramento pelo ori- causa de abortamento recorrente
fício externo do colo. Após solicitar ultrassonografia b) o achado de sangramento uterino, útero compatível
transvaginal, que revelou ausência de embrião, a con- com idade gestacional, colo uterino fechado e BCE
duta adequada é: positivo ao ultrassom caracterizam ameaça de abor-
a) curetagem uterina se leucocitose > 15.000 leucóci- tamento
tos/mm3 com qualquer medida de eco endometrial c) o diagnóstico de abortamento retido com idade
b) realizar curetagem uterina se eco endometrial for ≥ gestacional de 15 semanas necessita de internação e
15 mm curetagem uterina como tratamento inicial
c) antibioticoterapia e curetagem uterina com qual- d) a ausência de batimentos cardíacos em um embrião
quer medida de eco endometrial com comprimento cabeça-nádegas maior que 5 mi-
d) antibioticoterapia e observação por 24 horas se eco límetros, em gestante assintomática, caracteriza o
endometrial < 10 mm abortamento retido
e) curetagem uterina se leucocitose > 15.000 leucóci-
tos/mm3  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


SES-RJ – 2012
41. Sobre gestação ectópica, assinale a alternativa COR-
Hospital Angelina Caron – 2012 RETA:
37. Paciente com atraso menstrual de 9 semanas, beta- a) o uso de DIU aumenta o risco absoluto de uma ges-
-hCG +, sangramento vaginal intermitente, dor ab- tação ectópica
dominal e ultrassonografia mostrando útero vazio. b) a ausência de gestação intrauterina ao ultrassom en-
Qual o diagnóstico mais provável? dovaginal, com β-hCG qualitativo positivo, é diag-
a) abortamento incompleto nóstico de gestação ectópica
b) erro de data c) a gestação tubária ocorre mais frequentemente em
c) mola hidatiforme sua porção ampular, seguida pela porção ístmica
d) prenhez ectópica d) o seguimento do tratamento com metotrexate é feito
e) gestação normal rotineiramente com ultrassom endovaginal semanal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

ICC-CE – 2012 SES-SC – 2012


38. A prenhez ectópica mais comum é a: 42. Relativo às definições de abortamento e parto prema-
a) abdominal turo, analise os itens abaixo:
b) ovariana I. Abortamento é a expulsão do ovo antes da vitabi-
c) tubária lidade.
d) intraligamentar II. Parto prematuro é a eliminação do feto viável
e) cervical sem ter sido alcançado o termo.
III. A interrupção prematura da prenhez inclui con-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
sequentemente o abortamento.
IV. No parto prematuro acontece a expulsão do con-
PUC-PR – 2012 cepto antes de 22 semanas.
39. No estudo do abortamento, é CORRETO afirmar: V. No abortamento a expulsão do concepto acontece
a) no abortamento completo há sangramento intenso, antes de 37 semanas.
doloroso e o colo apresenta-se pérvio
b) no abortamento incompleto o sangramento é intenso, Está(ão) CORRETO(S):
o útero é aumentado de volume e o colo está pérvio a) todos os itens
c) no abortamento infectado o sangramento é intenso, b) apenas os itens IV e V
indolor e o colo está fechado c) apenas os itens I, II e III
d) no abortamento retido o sangramento é intenso, in- d) apenas os itens I e V
dolor e o colo está fechado e) apenas os itens II e IV
e) na ameaça de abortamento o sangramento é escasso,
indolor e o colo está pérvio  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFPE – 2012
43. Nos casos de mola completa, em 90% a 95% dos casos,
SES-RJ – 2012 observa-se cariótipo com:
40. Sobre abortamento, assinale a alternativa INCOR- a) triploidia
RETA: b) tetraploidia

SJT Residência Médica – 2016


179
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

c) 46XX b) a mola completa pode apresentar partes ou anexos


d) XY fetais
c) as metástases são frequentes para cérebro e osso,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA quando ocorre transformação maligna
d) o coriocarcinoma origina-se obrigatoriamente de
UFPE – 2012 uma gestação molar anterior
44. Nos casos de abortamento retido em que se observa  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
retenção prolongada do ovo (mais de 4 semanas), a
complicação mais temível é:
a) infecção intrauterina CREMESP - R1 - 2011
b) peritonite 48. Mulher de 32 anos, usuária de DIU há 4 anos, refe-
c) distúrbios da hemocoagulação re dor pélvica aguda de forte intensidade há 3 horas.
d) choque séptico Tem ciclos menstruais regulares, com data da última
menstruação há 38 dias. Ao exame, encontra-se des-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA corada, PA = 80 x 50 mmHg, P = 110 bpm. Abdome
tenso, doloroso em fossa ilíaca direita, com descom-
UFRN – 2012 pressão brusca presente. Observa-se sangramento
45. O coriocarcinoma é um tumor maligno do trofoblas- discreto pelo colo uterino. Toque vaginal: colo impér-
to e pode se seguir a qualquer tipo de evento gestacio- vio, com dor à mobilização do colo, útero discreta-
nal. Em relação a esse tumor, é correto afirmar: mente aumentado e abaulamento do fórnice vaginal
a) o metotrexate é uma das principais drogas de trata- posterior. O diagnóstico mais provável é:
mento dessa patologia a) doença inflamatória pélvica aguda
b) o local mais frequente de metástase é a vulva b) prenhez ectópica rota
c) as adolescentes são as mais propícias a ter esse tipo c) abortamento incompleto
de tumor d) abortamento evitável
d) as vilosidades coriônicas são encontradas em sua e) cisto roto de ovário
composição
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
CREMESP – 2011
UNIFICADO MG – 2012 49. Paciente refere atraso menstrual de 10 dias, cólica e
46. Paciente de 35 anos, G3P2, comparece na maternida- sangramento genital há 2 dias. Ao exame: útero dis-
de, com amenorreia de 12 semanas e ultrassonografia cretamente aumentado e amolecido, colo impérvio,
que mostra a imagem compatível com mola hidati- anexos não identificados. Teste de gravidez positivo.
forme. Havia sido atendida há dois dias por queixa Qual é a conduta mais adequada?
de sangramento genital intermitente. Um dia antes a) orientar repouso e ultrassonografia transvaginal se
do primeiro atendimento tinha realizado dosagem sangramento não cessar
de β-hCG, cujo resultado foi 50.000mUl/ml. Ao exa- b) ultrassonografia transvaginal o mais breve possível e
me clínico-ginecológico apresenta-se em bom esta- verificar tipagem ABO-Rh
do geral, normotensa, com discreto resíduo vaginal c) recomendar repouso domiciliar e ultrassonografia
sanguinolento, colo uterino fechado e útero palpável transvaginal na rotina
6 cm acima da sínfise púbica. A conduta CORRETA d) prescrever progesterona e ultrassonografia transva
para este caso deve ser: ginal na rotina
a) aguardar a expulsão espontânea e realizar cureta- e) prescrever antiespasmódicos e repouso absoluto
gem uterina após ultrassonografia confirmar gestação tópica
b) curetagem uterina e uso de ocitócicos durante o pro-
cedimento cirúrgico  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) uso de ócitocicos durante o procedimento cirúrgico
d) dilatação cervical seguida de curetagem uterina a SES-RJ – 2011
vácuo 50. Paciente de 25 anos, Gesta II Para I, procura aten-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA dimento médico com quadro de sangramento vagi-
nal de pequena quantidade e dor em ventre. Relata
β-hCG = 1.200 mUl/mL. A ultrassonografia transva-
COREME – UFG – 2011 ginal, realizada na emergência, evidencia endométrio
47. Durante a fecundação pode ocorrer o surgimento de com 9 mm espessura, sem imagem de saco gestacio-
doença trofoblástica gestacional. Então, na mola hi- nal. Orientada a repetir o β-hCG em 48 horas, retorna
datiforme: com um valor de 1.500 mUI/mL. A principal hipótese
a) a mola completa tem material genético exclusivo de diagnóstica é:
origem paterna a) gravidez ectópica

SJT Residência Médica – 2016


180
Obstetrícia | Questões para treinamento

b) abortamento completo de. Ao exame físico, apresenta-se descorada 2+/ 4+,


c) gestação fisiológica em curso pressão arterial de 90 x 60 mmHg e pulso de 100 bpm.
d) doença trofoblástica gestacional Ao exame especular, foi observado saída de moderada
quantidade de sangue com coágulos e sangramento
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA ativo pelo canal cervical. Ao toque, o colo era amole-
cido e pérvio para uma polpa digital e o útero aumen-
SES-RJ – 2011 tado de volume cerca de uma vez e meia. O diagnósti-
51. Analise o caso abaixo e responda. co e conduta corretos são respectivamente:
Data: 15/07/2009. Deu entrada no setor de emergên- a) gravidez ectópica rota e laparotomia exploradora
cia paciente de 27 anos nulípara com queixa de dor ab- b) doença trofoblástica gestacional e curetagem uterina
dominal de início há 48 horas. DUM em 01/06/2010. c) abortamento evitável e administração de progeste-
Ao exame, apresenta dor a palpação abdominal, sem rona
irritação peritoneal, discreto sangramento vaginal e, d) sangramento uterino disfuncional e estrogênio en-
ao toque, apresenta útero de tamanho normal e ane- dovenoso
xo direito palpável medindo cerca de 6 cm. Ultrasso- e) abortamento inevitável e aspiração manual intraute-
nografia mostra imagem anexial direita de 4,5 cm. A rina
principal hipótese diagnóstica e o exame a ser solici-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tado são:
a) gravidez ectópica e teste de gravidez
b) tumor de ovário e marcadores tumorais PUC-PR – 2011
c) torção de ovário e laparotomia de emergência 55. A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) se cons-
d) abscesso túbulo-ovariano e sorologia para DST titui de blastomas originários do tecido de revesti-
mento das vilosidades coriais, que se caracterizam
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA por aspectos degenerativos do estroma (hidropsia do
estroma) e proliferativos (hiperplasia/anaplasia). Sua
cura está na dependência do tipo histológico, da ex-
Hospital Albert Einstein – 2011
tensão da lesão, do sítio das metástases e da natureza
52. Paciente de 18 anos sem doenças procura pronto-
de antecedentes gravídicos. Sua incidência é extrema-
-atendimento com queixa de sangramento genital
mente variada, de acordo com a população estudada.
em pequena quantidade após atraso menstrual de 40
Analise as afirmativas abaixo relacionadas sobre o
dias. Tem vida sexual ativa e faz uso irregular de pre-
tema e assinale a alternativa CORRETA.
servativo. O exame físico geral está normal. Ao exame
I. Na mola hidatiforme completa, o cariótipo é in-
especular, observa-se saída de pequena quantidade de
variavelmente feminino, porém a carga genética é
sangue pelo orifício externo do colo. Ao toque: colo
totalmente paterna.
impérvio, levemente doloroso à mobilização, útero
II. O hipertireoidismo é manifestação comum da
aumentado duas vezes. O diagnóstico e a conduta são:
mola completa.
a) abortamento incompleto e curetagem uterina
III. A metástase mais comum da mola invasora (co-
b) mola hidatidorme e esvaziamento molar
rioadeno ma destruens) é cerebral.
c) gestação ectópica e laparoscopia
IV. A primeira opção de tratamento da mola hidati-
d) ameaça de abortamento e ultrassonografia
forme é a curetagem uterina.
e) aborto infectado, antibiótico e curetagem uterina
V. Deve ser realizada a anticoncepção hormonal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA após esvaziamento molar e a próxima gravidez
não deve ocorrer com menos de um ano de con-
trole.
Hospital Angelina Caron-PR – 2011 VI. O coriocarcinoma apresenta características pró-
53. Paciente de 30 anos, DUM há 7 semanas, dá entrada prias que permitem seu diagnóstico através da
no pronto socorro com taquicardia, sudorese, dor ab- ultrassonografia.
dominal e hipotensão. Qual é o diagnóstico provável? a) apenas as assertivas I, III, V e VI são verdadeiras
a) apendicite b) apenas as assertivas II, III, V e VI são verdadeiras
b) doença inflamatória pélvica c) apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras
c) gestação tubária rota d) apenas as assertivas I, II e VI são verdadeiras
d) gestação tubária íntegra e) apenas as assertivas II, IV, V e VI são verdadeiras
e) nenhuma das alternativas acima está correta
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UFC – 2011
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011 56. Rita com 27 anos, solteira, usuária de DIU de cobre
54. Mulher de 27 anos, G4 P2 A1, apresenta história de há dois anos, é admitida no hospital apresentando
atraso menstrual de 12 semanas. Há 1 hora apresen- sangramento genital moderado, dor pélvica, sinais
tou sangramento vaginal e cólica de forte intensida- de irritação peritoneal e pressão arterial de 50 x 30

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181
11 Hemorragia da primeira metade da gestação

mmHg. A primeira hipótese diagnóstica é: em hipogástrio, peristalse presente; útero aumentado


a) perfuração uterina pelo DIU de volume, medindo aproximadamente 14 cm. Ao so-
b) abortamento em curso nar, BFC de 160 bpm. Exame especular: sangramento
c) prenhez ectópica rota vaginal ausente, colo friável ao exame, porém fecha-
d) doença inflamatória pélvica aguda do. Observam-se 2 cápsulas de cor laranja no fundo
e) cisto ovariano hemorrágico roto de saco posterior, retiradas durante o exame. A con-
duta obstétrica adequada é:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) dilatação e curetagem uterina
b) aspiração manual intrauterina
UFC – 2011 c) hidratação venosa e administração de agonista beta 2
57. Mulher, G3P1A1, encontra-se na 9ª semana de ges- d) orientação, repouso e utilização de antiespasmódi
tação pela última menstruação e apresenta sangra- cos
mento transvaginal ativo, de moderada intensidade,
associado a cólicas leves. O colo é impérveo e a ultras-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
sonografia identifica a imagem a seguir. Qual a prin-
cipal hipótese diagnóstica? USP-RP – 2011
60. Mulher, 28 anos de idade, primigesta com gestação de
7 semanas, apresenta-se com queixa de sangramento
vaginal discreto há dois dias e cólica em baixo ventre.
Ao exame especular, observa-se pequena quantidade
de sangue escuro em fundo de saco vaginal e orifício
externo do colo uterino fechado. Ao toque vaginal
palpa-se útero com volume discretamente aumenta-
do, amolecido, indolor e móvel. A conduta é:
a) observação clínica e retorno ambulatorial
b) iniciar tratamento com AAS e heparina
c) iniciar tratamento com AAS e progesterona
d) indicar internação hospitalar e repouso absoluto
a) gestação ectópica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) aborto incompleto
c) ameaça de aborto
d) mola hidatiforme HUEC-PR – 2011
e) mola parcial 61. O coriocarcinoma gestacional é uma forma extre-
mamente agressiva de neoplasia trofoblástica gesta-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA cional e caracteriza-se por invadir profundamente o
miométrio e os vasos sanguíneos, disseminando-se
UFPR – 2011 por via hematogênica. Este tipo de tumor emite me-
58. Gestante no primeiro trimestre de gravidez apresenta tástases preferencialmente para:
hemorragia genital leve, associada a dor tipo cólica a) baço
em baixo ventre. O exame tocoginecológico revela b) rins
colo uterino impermeável, presença de secreção san- c) pulmão
guínea discreta em cavidade genital e, ao toque bima- d) intestinos
nual, a matriz uterina é concordante com o tempo de e) cérebro
amenorreia. Esse quadro clínico é sugestivo de:
a) abortamento retido  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) abortamento completo
c) abortamento inevitável HUEC-PR – 2011
d) ameaça de abortamento 62. Define-se poli-hidrâmnio quando o volume de líqui-
e) abortamento incompleto do amniótico excede a 2.000 mL. A etiologia desta si-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tuação é diversa, podendo envolver fatores tanto ma-
terno quanto fetais. Assinale a alternativa que NÃO
representa associação com poli-hidrâmnio:
UFRJ – 2011 a) diabetes mellitus
59. Gestante, 16 anos, chega à emergência da Maternida- b) macrossomia fetal
de Escola com dor abdominal, tipo cólica há 6 horas. c) mal formações gastrointestinais fetais
Fez uso de 2 comprimidos intravaginais de misopros- d) doença hipertensiva específica da gravidez
tol no dia anterior. Exame físico: corada, hidratada, e) anomalias do sistema nervoso central fetal
acianótica, anictérica, afebril. PA: 110 x 70 mmHg,
pulso: 86 bpm; abdome flácido, doloroso à palpação  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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182
Obstetrícia | Questões para treinamento

SES-SC – 2011 a) 45 X0
63. Gestante de 9 semanas chega à maternidade queixan- b) 46 XX
do-se de cólica em baixo ventre e sangramento vaginal. c) 46 XY
Ao exame apresenta bom estado geral, temperatura d) triploide
axilar de 38,2 ºC, frequência cardíaca de 110 bpm, pres- e) tetraploide
são arterial de 120 x 70 mmHg, abdome flácido, pouco
doloroso à palpação, sem sinais de irritação peritoneal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e toque com colo pérvio, doloroso à mobilização, útero
com volume compatível com a idade gestacional e san-
gramento discreto com odor fétido. UNIFESP – 2011
Qual o diagnóstico provável e seu manejo inicial? 65. Paciente de 38 anos submetida a esvaziamento ute-
a) aborto infectado. Tratamento com antitérmico e his- rino por mola hidatiforme completa há 2 meses, em
terectomia uso correto de contraceptivo hormonal, apresenta os
b) aborto em curso. Tratamento com esvaziamento seguintes resultados de β-hCG colhidos em 4 sema-
uterino nas consecutivas: 5.000 UI/L, 4.900 UI/L, 5.100 UI/L,
c) aborto retido. Tratamento com misoprostol vaginal 5.000 UI/L. Qual deve ser o passo seguinte?
e posterior esvaziamento uterino a) realizar histeroscopia diagnóstica para identificar a
d) aborto infectado. Tratamento com antibioticotera- presença de restos
pia endovenosa, antitérmico e esvaziamento uterino b) realizar curetagem uterina para excluir restos molares
e) aborto em curso. Conduta expectante com realiza- c) realizar tomografia pélvica para confirmar neoplasia
ção de exame ultrassonográfico em uma semana trofoblástica gestacional
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) solicitar outro β-hCG para confirmar neoplasia tro-
foblástica gestacional
e) realizar estadiamento para neoplasia trofoblástica
SES-SC – 2011 gestacional
64. Em aproximadamente 90% das vezes, o cariótipo da
mola completa é:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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Gabarito comentado
12 Hemorragia da primeira metade da gestação

1. Diante de atraso menstrual e sangramento vaginal três A primeira opção apresenta mais complicações, como
hipóteses são possíveis: maior chance de perfuração do útero ou posterior síndrome
€ moléstia trofoblástica gestacional – acompanha-se de hi- de Asherman (sinéquias intrauterinas). Entretanto, para
perêmese, o sangramento é escuro e intermitente, o útero AMIU são necessário pré-requisitos, como útero compatível
bastante elevado para o tempo de gravidez; com gestação de até 12 semanas e colo pérvio até 1,8 cm. Ë
preciso lembrar que, após 12 semanas, como há partes ósseas
€ prenhez ectópica – o sangramento vaginal é discreto, o
fetais deve-se primeiro estimular a eliminação do feto com
útero reduzido e geralmente há desconforto pélvico;
prostaglandina para depois proceder o esvaziamento dos
€ abortamentos – sangramento mais intenso, vermelho restos placentários. Resposta d.
vivo, com cólicas. Pode ser evitável, em que as cólicas são
mais discretas e o colo impérvio; ou inevitável, quando o 4. O abortamento legal, no Brasil, só é permitido em por lei
colo é pérvio. em três situações: risco iminente de morte da mãe, gestação
No caso temos colo pérvio, de modo que não há dúvida de decorrente de violência sexual ou anencefalia. A trissomia
que se trata de abortamento inevitável. Resposta a. do 18, embora seja incompatível com a vida extrauterina,
a princípio não é indicação de abortamento embora haja
2. Para tratamento clínico de ectópica com uso sistêmico de jurisprudência de aprovação judicial de tal prática nesses
metotrexatem, são necessárias algumas premissas: ectópica casos. Resposta d.
íntegra, massa anexial menor que 3,5 cm, beta-hCG menor
que 15000 mUI/mL (alguns protocolos trazem 5000 mUI/ 5. A obstrução mecânica ao parto faz com que o útero
mL), menos de 100 mL de liquido livre na cavidade pélvica, contraia intensamente na tentativa de vencê-la. Isso ocorre
ausência de batimentos cardíacos, paciente motivada a este de forma mais veemente no segmento (transição entre corpo
tipo de tratamento. Resposta c. e colo) e produz ligeira inclinação uterina, que faz o órgão
assumir o aspecto de ampulheta. O segmento extremamente
3. Abortamentos acima de 8 semanas de gravidez devem ser contraído é a parte mais interna da referida ampulheta e
seguidos de esvaziamento uterino. Esse pode ser realizado é conhecido como anel de Bandl. Trata-se de um sinal de
por curetagem ou aspiração manual intrauterina (AMIU). iminência de rotura uterina. Resposta c.
184
Obstetrícia | Gabarito comentado

6. São achados de mal prognóstico em ameaça de duas condições tem colo impérvio, mas ambas com tamanho
abortamento:  uterino reduzido: abortamento completo e abortamento
€ bradicardia menor que 100 bpm; retido, sendo que no primeiro ainda há sangramento muito
intenso e com cólicas.
€ hematoma subcoriônico ocupando mais de 40% da área
Na ameaça de abortamento a conduta se baseia em repouso
ovular; 
e sintomáticos, pois não é possível modificar a evolução do
€ descolamento ovular central;  quadro que, em sua maioria, decorre de cromossomopatias
€ malformações embrionárias; fetais. Resposta c.
€ CCN menor que 2DP para a idade gestacional; 12. Atraso menstrual, associado a sangramento vaginal
€ saco gestacional muito pequeno; discreto, dor abdominal e instabilidade hemodinâmica
€ vesícula vitelínica  de dimensões anormais; levam a hipótese de ectópica rota, já que o quadro é
compatível com abdome agudo hemorrágico na gravidez.
€ alterações da circulação embrionária. O tratamento envolve medidas clínicas, como reposição
Desses, o único achado do caso foi o descolamento maior de volume, e salpingectomia, via aberta ou laparoscópica,
que 40% da área ovular. Resposta b. com preferência à segunda. A tipagem sanguínea deve
ser solicitada, pois sendo a paciente Rh negativa deve-se
7. São condições si ne qua non para tratamento clínico administrar imunoglobulina. Resposta c.
sistêmico de gestação ectópica: beta-hCG inferior a 5000
UI segundo protocolos mais conservadores, ou 15000 13. Estadiamento anatômico da neoplasia trofoblástica
UI segundos os mais permissivos; massa anexial menor gestacional:
que 3,5cm, menos de 100mL de líquido livre em cavidade € Estádio I – Lesão limitada ao útero.
pélvica, estabilidade clínica e ausência de embrião vivo.
O metotrexate é medicação de metabolização hepática e
€ Estádio II Lesão limitada à pelve
excreção renal, de modo que a não deve haver lesão desses € Estádio III – Presença de metástases pulmonares
órgãos para se administrar a droga, ou seja, enzimas € Estádio IV – Presença de metástases em outros sítios, cé-
hepáticas, ureia e creatinina devem ser normais. Embora rebro e fígado em especial.
rara, a pneumonite intersticial também pode ocorrer com
Resposta e.
uso de metotrexate, de modo que doença pulmonar prévia
requer radiografia antes de sua administração.
14. A cotinina, encontrada na fumaça do tabaco, desenca-
A tipagem do fator Rh é essencial em gravidez ectópica,
deia  uma reação adversa que aumenta a concentração da
de tratamento clínico ou não, pois mulheres Rh negativas
proteína PROKR1 nas trompas de Falópio. Em quantias
com Coombs negativo e parceiro positivo ou desconhecido normais, a proteína comanda a fixação correta do óvulo
devem receber imunoprofilaxia. Resposta: C dentro do útero. Entretanto, as mulheres fumantes apresen-
tam o dobro de PROKR1, o que impede que os músculos
8. Gestante de primeiro trimestre com sangramento vaginal das trompas se contraiam, prejudicando a transferência do
discreto, colo impérvio e tamanho do útero compatível óvulo para a região uterina. Com isso o risco de ectópica
com o tempo de gravidez, até que se prove o contrário, aumenta em ate 4 vezes nas fumantes.
apresentaram ameaça de abortamento. Outras duas Embora a letra C esteja correta, a forma como a letra D está
condições tem colo impérvio, mas ambas com tamanho escrita deixa dúvida sobre sua correção. Não é obrigatório,
uterino reduzido: abortamento completo e abortamento em ectópica, o aumento de Β-HCG de até 66% em 48h, mas
retido, sendo que no primeiro ainda há sangramento muito sua presença favorece esse diagnóstico. Deve-se lembrar de
intenso e com cólicas. Resposta a. que em abortamentos tubários o Β-hCG reduz. Resposta c.

9. A perviedade do colo no início da gravidez, associada 15. Quando os níveis de beta-hCG estão acima de 1500 mUI/
a sangramento vaginal, permite concluir tratar-se de mL já existe um saco gestacional visível ao ultrassom. Se ele
abortamento inevitável. Resposta a. não está intraútero, provavelmente é ectópico. Resposta b.

10. Para tratamento clínico de ectópica com uso sistêmico de 16. São condições para uso de metotrexate em gestações
metotrexatem, são necessárias algumas premissas: ectópica ectópicas:
íntegra, massa anexial menor que 3,5cm, beta-hCG menor € ausência de batimentos cardíacos do embrião;
que 15000 mUI/mL (alguns protocolos trazem 5000 mUI/
mL), menos de 100 mL de liquido livre na cavidade pélvica, € massa ectópica menor que 3,5 cm;
ausência de batimentos cardíacos, paciente motivada a este € beta-hCG até 5000 a 15000 UI/L (a depender do autor);
tipo de tratamento. Resposta: C
€ gestação íntegra com menos de 200 mL de líquido livre
em fundo de saco posterior;
11. Gestante de primeiro trimestre com sangramento
vaginal discreto, colo impérvio e tamanho do útero € mulher motivada ao tratamento clínico.
compatível com o tempo de gravidez, até que se prove o Em gestações heterotópicas, ou seja, concomitância de
contrário, apresentaram ameaça de abortamento. Outras tópica e ectópica, obviamente não se deve usar metotrexate,

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185
12 Hemorragia da primeira metade da gestação

pois a medicação também atuará sobre o concepto tópico, 21. A presença de tumor proliferativo de trofoblasto (com-
evitando seu desenvolvimento. Resposta a. ponente placentário) é chamada de moléstia trofoblástica ges-
tacional, cujo principal representante é a mola hidatiforme.
17. Saco gestacional maior que 20 mm deve conter embrião Seu diagnóstico definitivo, especialmente a diferenciação
no seu interior, assim como embriões com mais de 5 entre as formas de moléstia trofoblástica, somente podem
ser conseguidas por meio de anatomia patológica, sendo
mm deve apresentar batimentos cardíacos. Sendo o saco
a ultrassonografia, com imagem de nevasca, sugestiva do
gestacional maior que este valor e o embrião não é visto, o quadro.
diagnóstico é de gestação anembrionada, ou seja, uma forma A maioria dos casos de mola hidatiforme tende a evoluir de
de abortamento retido. Diante desse quadro duas condutas forma benigna, apesar de a malignização ser possível. Esta
são possíveis: tem chances aumentadas se houver altos índices de β-hCG,
€ expectação até eliminação, podendo se esperar cerca de sinais de hipertireoidismo, útero extremamente volumosos
30 dias; e cistos teca luteínicos maiores que 6 cm, já que apenas a
presença dos mesmos não indica chances maiores de câncer.
€ esvaziamento uterino neste caso curetagem ou AMIU. A mola hidatiforme pode ser completa ou parcial, esta
Como o colo é impérvio é preciso dilatá-lo e a melhor segunda, coexiste com partes fetais e representa apenas 1/3
forma é com medicação, para reduzir riscos de incompe- dos casos de mola. Resposta c.
tência istmo cervial. Para o esvaziamento propriamen-
te dito, AMIU é mais adequado, pois reduz os riscos de 22. A imagem do saco gestacional ao USG transvaginal deve
perfuração uterina e síndrome de Asherman. vista quando o nível de β-hCG for maior que 1000 mUI/mL.
Caso tenha-se esse valor de β-hCG e não se encontre saco
Resposta d.
gestacional intrauterino, o mesmo é ectópico, especialmente
com eco endometrial espessado (reação de Arias Stella – Res-
18. A presença da tríade composta por atraso menstrual, posta endometrial ao estímulo progestogênico persistente da
sangramento vaginal e colo uterino pérvio leva ao diagnós- gravidez). Como há dor abdominal a ectópica deve ser rota,
tico de abortamento inevitável ou incompleto. A conduta de modo que o quadro é cirúrgico. Resposta c.
mais adequada é o esvaziamento uterino caso a gestação seja
compatível com mais de 8 semanas ou haja instabilidade he- 23. A imagem do saco gestacional ao USG transvaginal deve
modinâmica materna, como no caso. A ultrassonografia não vista quando o nível de β-hCG for maior que 1000 mUI/mL.
se faz necessária, uma vez que o colo é pérvio. Ausentes tais Caso tenha-se esse valor de β-hCG e não se encontre saco
condições é possível a conduta expectante. Resposta d. gestacional intrauterino, o mesmo é ectópico. Resposta d.

24. Gestante com 12 semanas, sangramento vaginal e colo


19. Presença de restos placentários no canal indica aborta- pérvio é diagnóstico de abortamento inevitável tardio. Caso
mento, e se o colo é pérvio, o abortamento é inevitável. Ge- USG revele a prévia eliminação do feto procede-se cureta-
ralmente procede-se esvaziamento uterino, desnecessário gem uterina, isso porque após 8 semanas dificilmente há eli
apenas para mulheres estáveis com úteros menores que 8 cm, minação espontânea de todo o conteúdo gravídico intraute-
mas não há opção de expectação. Você deve estar pensando rino. Resposta b.
que se o feto for maior que 12 semanas (útero de mais de 12
cm) é preciso primeiro eliminá-lo. Realmente é verdade, mas 25. Abortamento é perda do produto conceptual antes de 20-
o esvaziamento será necessário posteriormente. 22 semanas ou feto pesando menos de 500 g. É situação bas-
Na verdade o examinador, na sua forma pouco minuciosa tante frequente com chances de ocorrência beirando os 30%.
Pode ser classificado de várias formas, sendo uma delas, de
de explicar, quer saber se você sabe que colo pérvio é aborto
acordo com o tempo gestacional de ocorrência, em precoce
inevitável e não precisa de USG para diagnóstico. Resposta d. (abaixo de 12 semanas) e tardio (após 12 semanas). A prin-
cipal causa é doença cromossômica, em especial trissomias,
20. Abortamento é perda ou óbito do produto conceptual mas também pode ser decorrente de doenças metabólicas
antes de 20-22 semanas (140 – 154 dias). No caso de aborta- descompensadas, como diabetes, hipertireoidismo ou mes-
mentos espontâneos a principal causa é cromossomopatias, mo síndrome de ovários policísticos, com mecanismos ainda
especialmente trissomia do 21, e estas respondem por mais não bem elucidados. Doenças metabólicas bem controladas
de 80% dos casos. Para diagnóstico interessa as condições não geram abortamentos. Resposta c.
do colo, que se pérvio indica abortamento inevitável, mas se
impérvio cabe ultrassonografia para diferenciar ameaça de 26. A imagem do saco gestacional ao USG transvaginal deve
vista quando o nível de β-hCG for maior que 1000 mUI/mL.
abortamento do abortamento retido. Esta em nada modifica
Caso tenha-se esse valor de β-hCG e não se encontre saco
a evolução do quadro, até porque o transdutor do ultrassom gestacional intrauterino, o mesmo deve ser ectópico. Como
é alojado no fundo de saco posterior, atrás do colo. não foi vista imagem anexial, seria adequado repetir o exa-
A dor, embora seja mais presente em casos de aborto inevi- me em 48 horas, isso porque em ectópicas o β-hCG aumenta
tável, não é elemento diagnóstico ou de conduta, dada sua cerca de 33% nesse período, diferentemente dos 100% das
subjetividade. Resposta b. gestações tópicas normais. Resposta a.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

27. O tratamento da gestação ectópica íntegra pode ser reali- Apesar de todas essas possibilidades, mais de 90% dos casos
zado, em situações específicas, com uso de medicação, espe- ocorre na tuba uterina. Existem diversos fatores de risco para
cificamente metotrexaté. Para tanto são condições sine qua essa doença, sendo o principal a presença de DIPA anterior
non: motivação materna, estabilidade hemodinâmica (sua que promove fibroses e aderências pélvicas, inclusive com
ausência é indicativo de ruptura), quantidade menor que tubas, o que torna seu trajeto tortuoso, dificultando a passa-
100 mL de líquido livre na cavidade pélvica (volumes maio- gem do ovo. Nessa situação há grande chance da outra tuba
res também indicam ruptura), “massa” ectópica menor que também estar comprometida, o que eleva para 20% a chance
3,5 cm de diâmetro, nível de beta-hCG menor que 15 mil, de nova ectópica. Não havendo rotura, e em Situações especí-
embora alguns autores não aceitem essa conduta com níveis ficas, e possível tratamento clínico. Em outros casos, ou falha
maiores que 5 mil. O metotrexaté apresenta efeitos de meta- de terapêutica medicamentosa, parte-se para o tratamento
bolização hepática e excreção renal, de modo que as funções cirúrgico, sendo a escolha a salpingectomia.
desses órgãos devem ser investigadas antes do tratamento e Tratamentos cirúrgicos conservadores, como salpingostomia
precisam estar normalizadas. Além disso, a medicação pro- (abertura na tuba para retirar ectópica), são exceções (mulheres
move paresia gastrointestinal, causando dores abdominais e com tuba única e impossibilidade de fertilização), pois mantém
piorando úlceras gástricas. O uso concomitante de anti-infla- a tuba doente e o risco de recorrência é alto. Como em outros
matórios é contraindicado, pois reduz o efeito da medicação. sangramentos gestacionais pode haver contato de sangues fe-
Resposta e. tal e materno, indicando-se imunoglobulina anti-D se mãe Rh
negativo e pai Rh positivo, mas Coombs indireto negativo. Isso
28. A presença de sangramento vaginal com restos após porque o Coombs positivo indica que a mulher já está isoimu-
a curetagem traz a hipótese de que há ativamente material nizada e em nada adiantará a profilaxia. Resposta a.
proliferativo no interior do útero, o que ocorre em tumores
como os das moléstias trofoblásticas gestacionais (mola hi-
datiforme, coriocarcinoma etc). É possível que a primeira 31. Os tipos de abortamento, na ausência de ultrassonogra-
curetagem tenha sido insuficiente, mas antes de se chegar a fia, podem ser diagnosticados clinicamente, cada um com
essa conclusão deve-se afastar o diagnóstico de moléstia tro- características específicas:
foblástica gestacional, por análise de material expelido. Até
porque nova curetagem nesses casos é temerária na medida € abortamento incompleto (inevitável): sangramento atual
em que pode haver tumor invadindo miométrio, o que faci e colo pérvio;
litaria a ruptura do útero, sangramento e implantes tumorais € abortamento completo: colo impérvio precedido de san-
no abdome. O tratamento, então, seria com quimioterapia. gramento intenso;
Resposta e. € abortamento evitável (ameaça): colo impérvio e sangra-
mento discreto, útero se desenvolvendo com tamanho
29. O sangramento vaginal da primeira metade da gravidez
compatível com a idade gestacional;
tem como principal causa os abortamentos, sendo diferen-
cial prenhez ectópica e moléstia trofoblástica gestacional € abortamento retido: colo impérvio e parada do cresci-
(MTG). Na ectópica o sangramento é discreto, o útero pe- mento uterino.
queno e há desconforto em região anexial, já na MTG temos Resposta c.
útero aumentado e sangramento indolor e intermitente. Não
obstante, tais hipóteses são raras. Os abortamentos podem 32. A gestação ectópica tem como fatores de risco situações
ser inevitáveis, em que se incluem completos, incompletos e que dificultem a passagem do ovo pela tuba para o interior da
retidos, ou evitáveis, também conhecidos como ameaças de cavidade uterina, tanto relacionados a tortuosidade da tuba
abortamento. Abortos incompletos cursam com colo uteri- por aderências da mesma, como DIPA prévia, endometrio-
no pérvio. Os completos podem ter colo impérvio, mas há se e cirurgias tubárias; quanto pela diminuição de sua mo-
histórico de grande sangramento. Os abortamentos retidos tilidade como as provocadas por uso de progesterona e pelo
apresentam útero reduzido com o tempo, apesar do colo im- tabagismo; ou ainda por alterações intrínsecas do ovo, quan-
pérvio, pois para o desenvolvimento fetal. De qualquer for- do este apresenta tamanho elevado ou maturação precoce.
ma a principal causa de sangramento com colo impérvio é Mioma não costuma facilitar gestação ectópica, a não ser em
ameaça de abortamento; nesses casos, é importante realizar raras situações que, pela sua localização, comprima a tuba
ultrassonografia que permitirá afastar o diagnóstico diferen- uterina. Resposta d.
cial, sendo o principal justamente o aborto retido. Qualquer
variedade de abortamento pode estar acompanhada de in 33. Em gestação ectópica íntegra é possível o tratamento clí-
fecção (abortamento infectado), situação em que haverá fe- nico sistêmico com metotrexaté, mas para tanto alguns cri-
bre é/ou fisiometria. No caso, temos sangramento discreto, térios devem ser obedecidos, a saber: mulher disposta a este
colo impérvio e útero com tamanho compatível com tempo tratamento, hemodinâmicamente estável, massa da ectópica
de gravidez, sendo a principal hipótese a ameaça de aborta- com maior diâmetro menor que 3,5 a 4 cm (depende da re-
mento. Resposta e. ferência), ausência de atividade cardíaca embrionária, nível
de beta-hCG menor que 5 a 15 mil (depende da referência).
30. Gestação ectópica é definida como aquela que ocorre fora Note que a letra B está errada, pois beta-hCG acima de 10 mil
da grande cavidade corporal do útero, podendo acometer tu- pode incluir muitos valores, inclusive aqueles que contrain-
bas, ovários, colo, abdome ou cicatriz de cesariana anterior. dicam a terapia clínica. Resposta d.

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187
12 Hemorragia da primeira metade da gestação

34. A gestação ectópica é aquela que ocorre fora da grande € ameaça de abortamento (ou abortamento evitável) – colo
cavidade corporal do útero. Em mais de 95% das vezes afeta impérvio, sangramento discreto, útero de volume ade-
a tuba uterina, principalmente a região ampolar, sítio da fe- quado à idade gestacional, indolor.
cundação. Estando íntegra a clínica e frustra, havendo atraso € abortamento incompleto (ou inevitável) colo pérvio,
menstrual, discreto sangramento vaginal (dada a prolifera-
sangramento exacerbado, doloroso, útero de volume au-
ção do endométrio) e desconforto pélvico persistente (algia
mentado.
pélvica). O diagnóstico será mais bem firmado por USG, na
não visualização de saco gestacional no interior do útero, € abortamento retido – colo impérvio, sangramento ausen-
associado a imagem na região tubária. Entretanto, com ní- te ou discreto, indolor, útero de tamanho menor que o
veis de beta-hCG menores que 1000 UI/mL o saco gestacio- esperado para a idade gestacional.
nal não pode ser visto e o diagnóstico será dado pela dosa- € abortamento completo – colo impérvio, após sangramen-
gem seriada do beta-hCG que, na ectópica, eleva-se 2/3 em to intenso, útero intrapélvico.
48 horas, menos que na gravidez normal quando os valores
duplicam nesse período. O tratamento pode ser cirúrgico ou Qualquer forma de abortamento pode ser infectada, quan-
clínico, mas para esse último a paciente deve estar motivada, do haverá conteúdo fétido e útero doloroso, além de febre.
hemodinamicamente estável, com massa da ectópcia menor Resposta b.
que 3,5 a 4 cm e β-hCG baixo (menor que 5.000 a 15.000
mUI/mL). A manutenção desse tratamento depende da que- 40. Diversas podem ser as formas de abortamento, a saber:
da dos níveis hormonais em, ao menos, 20% nos primeiros 7
€ abortamento completo – perda total do concepto. Carac-
dias. Resposta c.
teriza-se por útero reduzido de volume e colo impérvio,
seguindo sangramento intenso. Ao USG útero vazio.
35. A principal causa de abortamento tardio é a incompetên-
cia istmo-cervical, especialmente quando é de repetição e em € abortamento incompleto – perda parcial do concepto.
idades gestacionais cada vez mais precoces. O diagnóstico Caracteriza-se por sangramento intenso, cólicas e colo
desta condição é feito fora da gravidez, quando há passagem pérvio. Presença de restos ovulares ao USG.
de vela de Hegar número 8 pelo colo, ou durante a gravidez, € abortamento evitável (ameaça de abortamento) – peque-
pelo encurtamento cervical visto à USG transvaginal ou pela no descolamento ovular sem acometimento fetal. Carac-
herniação da bolsa amniótica no orifício do colo (sinal do teriza-se por colo impérvio e útero de tamanho normal
dedo de luva). O tratamento é feito com cerclagem uterina,
para a idade gestacional. O sangramento é discreto e in-
preferencialmente entre 12-14 e 16 semanas. A história já
dolor. Ao USG vê-se embrião com BCF.
permitiria tal conduta, mas o colo curto não deixa dúvidas a
respeito da necessidade do procedimento. € abortamento retido – morte do embrião sem sua elimi-
Ainda são causas possíveis de abortamentos, e que devem ser nação. Geralmente não há sangramento e o colo é impér-
investigadas: trombofilias, infecções, malformações uterinas, vio. O útero estará normal ou diminuído, a depender do
etc. Resposta a. tempo transcorrido entre a morte do embrião e a análise
clínica. USG revela ausência de batimentos, que devem
36. A curetagem uterina nem sempre será necessária em ca- estar presentes a partir de 6 semanas ou quando o em-
sos de abortamento precoce, todavia ela será obrigatória na brião apresenta CCN de 5 mm.
presença de instabilidade hemodinâmica ou infecção. Como € abortamento de repetição – três ou mais perdas conse-
a paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico (taqui- cutivas e espontâneas. Diversas são as causas, entre elas
cardia e hipotensão), não há dúvidas de que a curetagem se a síndrome do anticorpo antifosfolípide, mas também
faz necessária. Em relação ao antibiótico, como existe histó- cromossomopatias, infecções, insuficiência lútea, trom-
ria de febre não se pode descartar infecção concomitante, o
bofilias, etc.
que leva à obrigatoriedade do uso desse tipo de medicação,
além da curetagem. Resposta c. Os abortamentos ainda se dividem em precoces (antes de 12
semanas) e tardios (após 12 semanas). Nem sempre a cureta-
37. Sangramento vaginal, dor abdominal e atraso menstrual gem é necessária, e em abortamentos tardios ela somente po-
de mais de 5 semanas, com útero vazio, remete ao diagnós- derá ser feita após eliminação fetal, espontânea ou induzida
tico de ectópica, pois há indícios da existência de um saco com ocitocina ou prostaglandina. Resposta c.
gestacional não afixado no interior do útero. Resposta d.
41. Gestação ectópica é aquela que ocorre fora da grande
38. É ectópica toda gravidez que se implanta fora da grande cavidade corporal do útero, sendo seu principal sítio a tuba
cavidade corporal do útero. Seus sítios possíveis, com respec- uterina. Os principais fatores de risco são DIPA, técnicas de
tivas frequências são: tuba uterina (98%), ovário (1,5%), colo fertilização in vitro e endometriose. O DIU reduz o risco de
uterino (0,15%), abdômen (0,11%) e em cicatriz de cesariana. gravidez, de modo que reduz a chance de ectópica em termos
A gravidez tubária ainda se divide em ampolar (72%), ístmi- absolutos, porém na sua falha, há maior risco da prenhez
ca (12%), fimbrial (11,1%) e intersticial (2,4%). Resposta c. subsequente ser ectópica.
O sítio tubário mais frequentemente acometido é a porção
39. Vamos rever as características clínicas dos tipos de abor- ampolar, onde há o encontro do espermatozoide com o ovó-
tamento: cito, seguido da porção ístmica.

SJT Residência Médica – 2016


188
Obstetrícia | Gabarito comentado

O diagnóstico confirmatório é ultrassonográfico, com útero ser por curetagem ou a vácuo. Sendo útero menor que 12
vazio e massa anexial. Todavia, quando β-hCG é menor que cm, e a dilatação menor que 2 cm, a melhor opção é a AMIU
1.000mUI/mL não é possível visualizar sequer o saco gesta- (aspiração manual intrauterina) feita por dispositivo a vácuo,
cional, e a gravidez pode ser tópica mesmo com útero apa- pelas menores chances de complicação. O uso de ocitócitos
rentemente vazio ao USG. deve ser evitado para prevenir metástases por espalhamen-
O tratamento será clínico ou cirúrgico, a depender do tama- to pós-constrição de vasos pela contração da parede uterina;
nho da massa e do nível de β-hCG. Optando-se pelo trata- quando necessário deve ser feito no início do procedimento
mento clínico, a medicação de escolha é o metotrexate e a cirúrgico. Resposta d.
eficácia terapêutica será analisada pela dosagem de β-hCG, e
não por USG. Resposta c. 47. Entende-se por moléstia trofoblástica gestacional um
grupo de doenças decorrentes de neoplasia de tecido tro-
42. Define-se abortamento como a perda do concepto antes foblástico. O principal representante desse grupo de do-
da 20-22ª semana de gravidez, época considerada limite da enças é a mola hidatiforme, que se divide nas formas com-
vitalidade, embora saibamos que fetos com essa idade ges-
pleta e incompleta. A primeira apresenta apenas tecido
tacional são inviáveis. Nascimentos após esse período, e até
trofoblástico e é originária da fecundação de um ovócito
37 semanas, são considerados partos prematuros. Esses de-
vazio por dois espermatozoides, ou da duplicação de um
vem ser diferenciados da interrupção prematura, que seria
espermatozoide dentro daquele ovo. Assim, a mola com-
a eliminação induzida do produto conceptual em qualquer
pleta será diploide com material genético exclusivamente
período antes da 37ª semana de gravidez, incluindo as fases
do abortamento. Resposta c. de origem paterna.
Já a mola parcial contém partes fetais, e ocorre pela fecunda
43. A mola hidatiforme, ou neoplasia do tecido trofoblásti- ção de um ovócito normal por dois espermatozoides, portan-
co, é dividida em dois tipos: completa (sem partes fetais) e to é triploide.
parcial (com partes fetais). A mola completa será formada O coriocarcinoma, forma maligna da doença, pode ocorrer
quando há fecundação de um ovócito vazio (sem material espontaneamente ou por degeneração da mola. As metásta-
genético) por dois espermatozoides ou por um único com ses são raras, e acometem mais comumente fígado, pulmões,
material genético duplicado (diploide). Assim, será sempre vulva e pelve. Resposta a.
diploide, em sua maioria com cariótipo XX. A mola par
cial será formada pela fecundação de um ovócito normal 48. O quadro clínico típico de ectópica tubária rota é atraso
por dois espermatozoides ou por um que duplica seu ma- menstrual, dor abdominal e choque, associado a sangramen-
terial genético, de modo que será triploide, pois contém os to vaginal discreto. Isso porque há grande extravasamento
cromossomos de dois espermatozoides mais o do ovócito. de sangue do sítio de implantação placentária para dentro
Resposta c. da cavidade abdominal, onde causa irritação peritoneal. As-
sim, sempre que houver atraso menstrual, dor abdominal e
44. Curioso esse tipo de questão! Temor é uma sensação sangramento vaginal discreto, deve-se considerar gravidez
subjetiva e depende das experiências de cada um! A barata, ectópica, e havendo choque, pensar em rotura da ectópica.
por exemplo, é um inseto inofensivo e causa extremo pavor No caso, ainda corrobora o abaulamento de fundo de saco
em algumas pessoas! Entretanto, imaginamos que o exami- posterior, pelo sangue acumulado. Resposta b.
nador queira se referir a complicação de pior prognóstico,
ou associada à maior mortalidade, e essa é a CIVD, causada
49. Gestante de primeiro trimestre com sangramento vagi-
por liberação de substâncias pró-coagulantes pelo concepto.
nal e colo impérvio tem como principal hipótese diagnóstica
Resposta c.
ameaça de abortamento, não se podendo afastar a hipótese de
abortamento retido, ectópica ou moléstia trofoblástica gesta-
45. O coriocarcinoma é uma forma maligna de moléstia tro-
cional. A forma imediata mais eficaz de dirimir tal dúvida é
foblástica gestacional. Incide principalmente em mulheres
mais idosas e com baixo nível socioeconômico. Apresen- por USG, mas na sua impossibilidade ou em caso de β-hCG
ta células trofoblásticas dispostas de forma anárquica, sem menor que 1.000, faz-se a dosagem seriada desse hormônio.
formar as vilosidades, como ocorre na mola. Os principais A tipagem sanguínea é fundamental, pois sendo o sangue Rh
sítios de metástase, em ordem de frequência, são: pulmões negativo, com Coombs indireto negativo, e pai Rh positivo, a
(70%), vulva e vagina (50%), pelve (15%), fígado (10%) e profilaxia para aloimunização com imunoglobulina anti-D é
cérebro (10%). obrigatória. Resposta b.
O tratamento envolve quimioterapia, com ou sem histerecto-
mia, sendo impeditiva a curetagem pelo risco de perfuração. 50. O comportamento normal de um β-hCG é dobrar a cada
Diversos são os esquemas quimioterápicos, a depender do 48 horas de gestação, até atingir seu pico por volta de 10 a 12
estadiamento da doença, mas envolvem o uso de metotrexa- semanas de gestação. Na gravidez ectópica ele aumenta no
te. Resposta a. máximo 66% a cada 48 horas. E não podemos esquecer que
paciente com vida sexual ativa apresentando atraso menstru-
46. Diante de quadro sugestivo de moléstia trofoblástica ges- al e dor abdominal apresenta como principal hipótese diag-
tacional o conteúdo uterino deve ser esvaziado, ou pela re- nóstica a prenhez ectópica, que é um dos sangramentos da
tirado do útero ou por extração de seu conteúdo, que pode primeira metade da gestação. Resposta a.

SJT Residência Médica – 2016


189
12 Hemorragia da primeira metade da gestação

51. Paciente com vida sexual ativa apresentando atraso brião para a cavidade uterina, quando ele chega na região
menstrual e dor abdominal nos faz pensar primeiro em pre- cornual, que é a transição entre a trompa e a cavidade uteri-
nhez ectópica. A massa anexial indica o local mais comum de na. Esta região cornual é altamente vascularizada, sangrando
prenhez ectópica, que é a tuba uterina. Desta forma, devemos muito na gestação ectópica, responsável pelo rápido quadro
solicitar o teste de gravidez. Resposta a. de descompensação hemodinâmica e abdômen agudo he-
morrágico. Resposta c.
52. No abortamento incompleto, o colo uterino está aber-
to, com sangramento vaginal presente, acompanhado por 57. Na moléstia trofoblástica gestacional ocorre excesso de
tamanho uterino compatível com o atraso menstrual. Na tecido trofoblástico com degeneração hidrópica dos vilos co-
mola hidatiforme temos um útero maior que o esperado riais, que assumem o aspecto de nevasca ou flocos de neve à
para o atraso menstrual, acompanhado pela emissão de ultrassonografia. Resposta d.
vesículas no sangramento vaginal. Na gestação ectópica, o
útero está de tamanho normal, acompanhado por dor ab- 58. No abortamento retido, a paciente não apresenta sintomas
dominal, e, no abortamento infectado, temos um sangra- e o produto conceptual tem o diagnóstico da parada de seus
mento com odor fétido acompanhado de febre. O melhor batimentos cardíacos por 30 dias ou mais. No abortamento
método para se fazer a classificação clínica do abortamento completo a paciente apresenta história de sangramento com
é a ultrassonografia. Resposta d. eliminação de coágulos e dor, o colo uterino está fechado e
o útero menor que o esperado para o atraso menstrual. No
53. Paciente com atraso menstrual e dor abdominal nos obri- abortamento inevitável, a paciente apresenta sangramento e
ga a pensar em prenhez ectópica. Como a paciente está com dor, e o colo uterino está aberto, com útero compatível com
quando clínico de descompensação hemodinâmica, isso nos atraso menstrual. Já no incompleto, a paciente apresenta
leva a diagnosticar uma prenhez ecópica rota, sendo a trom- sangramento vaginal com eliminação de restos placentários,
pa o local de 99% dos casos de gravidez ectópico. Resposta c. ovulares ou fetais, com colo uterino pérvio. E na ameaça de
abortamento, a paciente apresenta dor e sangramento vagi-
54. Sangramento vaginal ativo com colo uterino pérvio nal, com colo uterino impérvio e tamanho uterino compatí-
indica abortamento inevitável. A diferença com o abor- vel com o atraso menstrual. Resposta d.
tamento incompleto é que neste último visualizamos res-
tos ovulares, fetais ou placentários, saindo pelo orifício 59. Trata-se de uma tentativa de abortamento, onde a condu-
externo do colo uterino. No abortamento evitável, o colo ta deve ser a mesma de uma ameaça de abortamento, ou seja,
uterino está impérvio. Na prenhez ectópica, o útero tem repouso, abstinência sexual e antiespasmódicos para alívio
dimensão normal e na doença trofoblástica ocorre a eli- da dor. Resposta d.
minação de vesículas junto com o sangramento vaginal.
O tratamento do abortamento inevitável é esperar a pa- 60. Gestante na primeira metade da gestação apresentando
rada dos batimentos cardíacos fetais para se proceder o sangramento vaginal, cólica, com colo uterino fechado e úte-
esvaziamento da cavidade uterina, com vácuo aspiração ro aumentado de tamanho, sugere ameaça de abortamento,
(de preferência até 10 semanas) ou curetagem uterina onde a conduta é ambulatorial, com repouso, abstinência se-
(em qualquer idade gestacional), desde que a paciente xual e antiespasmódico. Resposta a.
nâo esteja correndo nenhum risco, quando procede-se o
esvaziamento imediato da cavidade uterina. Resposta e. 61. A moléstia trofoblástica gestacional pode malignizar para
mola invasora (corioademona destruens) ou o coriocarcino-
55. Na mola completa, onde não ocorre formação de feto ma, que é mais indiferenciado. Nas duas situações podemos
nem de partes fetais, não ocorre mistura do material gené- encontrar metástases, sendo em ordem de frequência o pul-
tico masculino com o feminino, ou seja, ocorre fecunda mão, vagina, fígado e cérebro. Resposta c.
ção de óvulo vazio. A metástase mais comum é a pulmo-
nar, seguida da vaginal, depois a hepática e cerebral. Na 62. Na doença hipertensiva específica da gestação, temos
mola hidatiforme, o tratamento é o esvaziamento da cavi- uma vasoconstricção no território placentário, diminuindo
dade uterina, que deve ser feito com vácuo aspiração se- o aporte de sangue para o feto. Este sangue em menor quan-
guido de curetagem uterina, uma vez que a quantidade de tidade é desviado para os órgãos nobres do feto (coração,
tecido trofoblástico é enorme. Como na mola hidatiforme, cérebro e suprarrenais). O rim sofre uma vasoconstricção e
o endométrio prolifera muito, ele deve ficar em repouso filtra menos, produzindo menos urina, que é o grande for
por um tempo mínimo de um ano, daí a necessidade de se mador de líquido amniótico, ou seja, ocorre oligoidrâmnio.
evitar a gestação no primeiro ano pós-molar. A única dife- Resposta d.
rença entre o coriocarcinoma e a mola invasora é o padrão
histológico, onde no primeiro não conseguimos distinguir 63. Sangramento vaginal com odor fétido acompanhado de
o que é tecido trofoblástico e vilos degenerados, uma vez febre numa gestante na primeira metade da gestação indica
que o tumor é indiferenciado. Resposta c. abortamento infectado que é tratado com antibioticoterapia
de amplo espectro intravenosa e esvaziamento da cavidade
56. O DIU é a principal causa de prenhez ectópica cornual, uterina. No abortamento em curso, o colo uterino encontra
uma vez que provoca uma intensa reação de corpo estranho -se aberto com eliminação de restos ovulares, placentários ou
dentro da cavidade uterina que impede a progressão do em- fetais (dependendo da idade gestacional). No abortamento

SJT Residência Médica – 2016


190
Obstetrícia | Gabarito comentado

retido (que pode evoluir para infectado), o colo está impér- havendo formações de feto ou pelo menos de partes fetais,
vio, não há sangramento e o produto conceptual está sem ba- porém com erro na divisão do material genético, ocorrendo
timentos cardíacos a 30 dias ou mais. Resposta d. triploidias. Resposta b.

64. Na mola completa não ocorre formação de feto nem de 65. O grande problema da mola hidatiforme é que ela pode
partes fetais, uma vez que não há mistura do material genéti- malignizar, daí a importância do acompanhamento pós molar
co masculino como feminino, ocorre quando um espermato- durante 1 anos após a negativação do β-hCG. O principal pa-
zoide normal fecunda um óvulo vazio e seu material genético râmetro para o acompanhamento pós-molar é a dosagem de
duplica ou quando dois espermatozoides normais fecundam β-hCG que deve ser realizado semanalmente no primeiro mês,
simultaneamente um óvulo vazio. Dizemos que a mola com- a cada 15 dias nos próximos 2 meses e mensalmente a partir
pleta tem origem androgenética por partenogênese, sendo do terceiro mês até completar um ano da sua negativação. Se o
em mais de 90% dos casos com cariótipo 46 XX. Já na mola nível de β-hCG não cair ou aumentar, indica neoplasia trofo-
parcial ou incompleta, ocorre mistura dos materiais genético, blástica gestacional, que deve ser estadiada. Resposta e.

Não há vitória sem dificuldades. O sábio sabe vencê-las. A palavra chave é perseverança.
R.A.G

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento
13 Hemorragia da segunda metade da gestação

Viver bem é uma arte que pode ser desenvolvida. É claro que são necessárias aptidões básicas para dar-lhe
sustentação: amor pela vida e capacidade de tirar grande prazer de pequenas ofertas, a certeza
de que o mundo nada lhe deve e que cada dom é exatamente isso, um dom.
Maya Angelou

FMABC – 2015 movimentação fetal. Nega febre. Nega disúria. Sem


1. Gestante, 40 anos, 3G, 2 partos cesáreas anteriores, outras queixas. Ao exame: Bom estado geral, corada,
IG 32 semanas, chega ao PS com queixa de sangra- hidratada, afebril, epneica, AU: 31 cm, BCF 145 bpm,
mento vaginal há 2 horas. AP: HAC em uso de metil- dinâmica uterina ausente, tônus uterino normal.
dopa1g/dia na gestação, 2 partos cesáreas anteriores Especular: colo aparentemente impérvio, pequena
por pré-eclâmpsia grave. Sem intercorrências no pré- quantidade de líquido claro coletado em fundo de
-natal atual. Ao exame físico apresentava-se em BEG, saco. Fenol POSITIVO, AP: Nega comorbidades,
corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril, nega intercorrências nessa gestação, AF: Pai com
eupneica. PA 130 x 80 mmHg, P 90 bpm, FR 20 ipm. IAM, Ultrassonografia do PS: PBF 10, ILA 7,1cm;
AU 32 cm, BCF 160 bpm, dinâmica uterina ausente, Doppler artéria umbilical normal, peso fetal estima-
tônus uterino normal. Especular com presença de do 1980 gramas. Qual a conduta?
sangue coletado em moderada quantidade, colo apa- a) internação para parto cesárea
rentemente impérvio. Qual hipótese diagnóstica? b) internação para indução do parto
a) descolamento prematuro de placenta c) hidratação e observação do pródromo do trabalho
b) placenta de inserção baixa de parto
c) trabalho de parto prematuro d) internação, coleta de culturas vaginais + strepto B,
d) rotura prematura de membranas ovulares hemograma + PCR + Urina 1 + Urocultura

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

FMABC – 2015 FMJ – 2015


2. E. F. M.; 28 anos, natural da Bahia e residente em 3. Secundigesta de 39 semanas, com um parto normal
São Paulo, amasiada, trabalha como arrumadeira. anterior, sem intercorrência nessa gestação até en-
Veio ao PSO com queixa de perda líquida atípica há tão, apresenta perda abrupta de líquido amniótico
um dia. Nega sangramento. Nega contrações. Boa em grande quantidade pela vagina. Ao exame clínico
192
Obstetrícia | Questões para treinamento

BCF +, DU ausente, exame especular identifica gran- BCF +, DU ausente, exame especular identifica gran-
de quantidade de saída de LA pelo OE do colo uteri- de quantidade de saída de LA pelo OE do colo uteri-
no. O diagnóstico e conduta são no. O diagnóstico e conduta são
a) amniorrexe precoce e indução imediata do TP a) amniorrexe precoce e indução imediata do TP
b) amniorrexe precoce e conduta expectante por 24 h b) amniorrexe precoce e conduta expectante por 24 h
c) amniorrexe prematura e indução imediata do TP c) amniorrexe prematura e indução imediata do TP
d) amniorrexe prematura e conduta expectante por 24 h d) amniorrexe prematura e conduta expectante por 24 h
e) amniorrexe oportuna e indução imediata do TP e) amniorrexe oportuna e indução imediata do TP
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 UFPR – 2015


4. Em gestante de 34 sem admitida no setor de interna- 8. Gestante de 38 semanas, GII CI com diagnóstico de
ção com quadro de dor abdominal, hipertonia ute- placenta prévia marginal, encontra-se em trabalho
rina e sangramento vaginal importante, bcf de 110 de parto com 8 centímetros de dilatação, feto com o
bpm e colo uterino dilatado 5 cm a primeira ação da polo cefálico insinuado e boa vitalidade. O médico
equipe assistencial visando preservar binômio ma- plantonista opta por realizar uma amniotomia para
terno fetal será:
acelerar o trabalho de parto e o líquido amniótico
a) realização de cesariana de urgência
tem aspecto hemático. Alguns minutos após a am-
b) amniotomia
niotomia, a paciente permanece com atividade uteri-
c) prescrição de sulfato de magnésio
na normal e o feto encontra-se em óbito. A complica-
d) prescrição de uteroliticos e drogas vasoativas
ção mais provável foi:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) descolamento prematuro de placenta
b) rotura de vasa prévia
c) rotura uterina
IAMSPE – 2015 d) útero de Couvelaire
5. Em mulheres com uma ou mais cesáreas anteriores e e) embolia amniótica
mais frequente a ocorrência de acretismo placentário
do que naquelas sem histerotomia. O método mais  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
seguro para diagnosticar essa complicação e
a) ressonância magnética
b) tomografia computadorizada UFSC – 2015
c) amniografia com contraste iodado 9. Assinale a alternativa que completa CORRETA-
d) dopplervelocimetria das artérias umbilicais MENTE a frase abaixo.
e) ultrassonografia bidimensional Gestante em trabalho de parto apresenta sangramen-
to vaginal importante, indolor e acompanhado de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA bradicardia fetal. O diagnóstico provável é de:
a) ( ) rotura de vasa prévia
b) ( ) rotura de seio marginal
UFG – 2015
c) ( ) descolamento de placenta
6. Uma gestante é admitida com queixa de sangramento
d) ( ) placenta prévia
vaginal importante e sintomatologia dolorosa abdo-
minal, mucosas descoradas ++/4+ e PA = 100/80 mm/ e) ( ) rotura uterina
Hg. A palpação uterina demonstra útero contraído
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
sem intervalo entre as metrossístoles e batimentos
cardiofetais = 100 bpm.
Qual é o diagnóstico provável? UFRN – 2015
a) placenta prévia 10. Considerando as causas de hemorragia da segunda
b) descolamento prematuro de placenta metade da gestação, é CORRETO afirmar:
c) rotura de vasa prévia a) em casos de placenta prévia centro total, a indicação
d) rotura uterina de cesárea é questionável, devendo-se tentar indu-
ção de parto via vaginal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) em casos de descolamento prematuro de placenta
normalmente inserida (DPPNI), não se pode optar
FMJ – 2015 pelo parto via vaginal, sendo indicação absoluta de
7. Secundigesta de 39 semanas, com um parto normal cesárea
anterior, sem intercorrência nessa gestação até en- c) em casos de placenta prévia marginal, indica-se parto
tão, apresenta perda abrupta de líquido amniótico vaginal, pois, com a evolução do trabalho de parto,
em grande quantidade pela vagina. Ao exame clínico pode haver redução ou até parada do sangramento

SJT Residência Médica – 2016


193
13 Hemorragia da segunda metade da gestação

d) em casos de distensão uterina com elevação de se- UERJ – 2014


guimento uterino, suspeita-se fortemente de inser- 13. Carla, 38 anos, gesta III para II, na 35ª semana de
ção baixa de placenta do tipo marginal, sendo indi- gestação é atendida por queixar-se de perda de líqui-
cada cesárea do há duas horas e dor abdominal intensa. Durante o
pré-natal, apresentou diagnóstico de polidramnia. Ao
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA exame físico, apresenta: PA=140/90mmHg, FU=34cm,
BCF=152bpm, tônus uterino aumentado, saída de lí-
quido claro pela vagina, mesclado com discreta quanti-
UNIOESTE – 2015 dade de sangue escuro; colo uterino dilatado para 2cm.
11. Qual é o tratamento obstétrico mais indicado para Considerando a principal hipótese diagnóstica deste
o Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) com caso, o método de escolha para o diagnóstico deve ser:
feto vivo? a) dopplerfluxometria
a) acompanhar atentamente a evolução do trabalho de b) cardiotocografia
parto c) ultrassonografia
b) repouso absoluto no leito e hemograma a cada 2 dias d) exame clínico
c) repor a volemia e fatores de coagulação
d) repouso no leito e não realizar exames vaginais (to-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ques)
e) cesariana de emergência SUS-SP – 2014
14. Secundigesta de 29 semanas, com um parto cesárea
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
anterior, chega ao pronto-socorro queixando-se de
sangramento vaginal de moderada intensidade de iní-
USP-RP – 2014 cio súbito, sem outras queixas. Refere outro episódio
12. ID: secundigesta (parto cesárea há seis anos), 27 semelhante há 2 semanas, em menor quantidade. É
anos de idade, com 33 semanas e 3 dias de idade ges- tabagista e hipertensa. Encontrava-se em bom estado
tacional, tipagem sanguínea O Rh positivo, em con- geral, FC 90 bpm, PA 110 × 70 mmHg, abdome gra-
sulta no PA. vídico, tônus normal, BCF 140 bpm. Ao exame espe-
HMA: relata início de contrações há duas horas, evo- cular, presença de sangue vivo coletado em fundo de
luindo com sangramento genital em moderada quan- saco posterior, pequeno sangramento exteriorizando
tidade há uma hora. Refere movimentação presente, pelo orifício do colo. A principal hipótese diagnóstica
porém que diminuiu após início do quadro. Nega ou- e fator de risco associado são:
a) placenta prévia e hipertensão arterial crônica
tras queixas.
b) descolamento prematuro de placenta e hipertensão
EF= bom estado geral; hipocorada (1+/4+); hidrata-
arterial crônica
da; PA= 90 x 60 mmHg; FC= 92 bpm; altura uterina:
c) placenta prévia e cicatriz uterina prévia
31 cm; BCF= 155 bpm sem desacelerações, movimen-
d) descolamento prematuro de placenta e tabagismo
tação fetal não percebida. Durante a palpação uteri-
e) moléstia trofoblástica gestacional e tabagismo
na, constatado útero normotenso e ocorrência de três
contrações de 30 segundos, fracas, em 10 minutos de  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
avaliação.
EG: Ao exame especular nota-se moderada quantida-
de de sangue em fundo de saco vaginal, com pequena UNICAMP – 2014
15. Gestante, 26a, G2P1(C1)A0, em fase ativa do traba-
saída ativa pelo orifício externo do colo uterino du-
lho de parto, é encaminhada para analgesia. Exame
rante manobra de Valsalva. A cardiotocografia basal
obstétrico: toque vaginal= 6 cm, esvaecimento= 80%,
de controle evidenciou feto hipoativo reativo. A eco-
apresentação= cefálica, occipício direita posterior,
grafia realizada em seguida mostrou borda placentá-
plano-2 de De Lee; bolsa rota. Após 90 minutos iden-
ria recobrindo orifício interno do colo uterino.
tifica-se hipotensão materna acompanhada de bradi-
A conduta mais adequada é: cardia fetal, repetido toque com colo dilatado para
a) internação hospitalar para prescrição de tocolítico, 8 cm, perda do nível da apresentação fetal e discreto
corticosteroide IM e observação clínica sangramento transvaginal. A hipótese diagnóstica e a
b) avaliar a evolução da dilatação cervical e altura da conduta são:
apresentação fetal por toque vaginal para decidir a a) discordância no toque vaginal entre os observado-
via de parto res; manter monitorização fetal
c) manter observação clínica domiciliar e corticoste- b) ruptura uterina; cesárea de urgência
roide IM c) compressão aortocaval; mudança de decúbito e mo-
d) internação hospitalar e resolução da gestação via ce- nitorização fetal
sárea imediatamente d) desproporção cefalopélvica; cesárea

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


194
Obstetrícia | Questões para treinamento

Santa Casa-SP – 2014 e) placenta de inserção baixa, realizar ultrassonografia


16. No acompanhamento de trabalho de parto de terci- seriada para avaliar migração placentária, interna-
gesta, com antecedente de parto cesáreo há 12 anos ção para acompanhamento clínico com parto na vi-
e parto normal há cinco anos, observou-se após in- gência de sangramento incontrolável
trodução de ocitocina endovenosa, presença de qua-
tro contrações uterinas de forte intensidade, com  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
duração de 40 segundos, acompanhadas de grande
sensibilidade álgica e inquietação, com retesamento UFRN – 2014
dos ligamentos redondos e estiramento com elevação 18. Placenta prévia é a implantação de qualquer parte da
visível do seguimento inferior. Ao toque: dilatação to- placenta no segmento inferior do útero (OMS, FIGO,
tal. Posteriormente, sucedeu-se acalmia da parturien- 1976). São fatores de risco para essa situação:
te, acompanhada de instabilidade hemodinâmica e a) hipertensão arterial, multiparidade e idade materna
ausência dos batimentos fetais. Assinale a alternativa avançada
que contempla a hipótese diagnóstica e conduta mais b) tabagismo, hipertensão arterial e cesárea prévia
adequada: c) tabagismo, multiparidade e cesárea prévia
a) trabalho de parto franco, sofrimento fetal agudo – d) gemelaridade, tabagismo e idade materna avançada
retirar ocitocina e cesárea de emergência
b) síndrome de Bandl-Frommel, rotura uterina – lapa-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
rotomia exploradora de emergência
c) distócia funcional, taquissistolia – amniotomia para AMP – 2013
correção 19. Com relação à placenta prévia, assinale a INCOR-
d) síndrome de Bandl-Frommel, amniotomia – fórceps RETA:
alto para extração fetal a) seu diagnóstico deve ser sempre suspeitado em
e) macrossomia fetal, óbito fetal – acelerar trabalho de qualquer gestante com sangramento indolor após a
parto para expulsão fetal 24ª semana de gestação
b) o toque vaginal sempre deve ser feito em caso de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA suspeita de placenta prévia, para sua confirmação
clínica
Santa Casa-SP – 2014 c) menos de 10% das mulheres são assintomáticas e o
17. Secundigesta com parto cesariano anterior, idade diagnóstico e realizado pelo exame ultrassonográfico
gestacional de 31 semanas, vem à maternidade re- d) vários estudos tem demonstrado a acurácia da ultras-
sonografia transvaginal e a superioridade dela em re-
ferindo sangramento genital enquanto dormia. Ao
lação a via transabdominal para este diagnóstico
exame: BEG, descorada +/4+, eupneica. PA = 100x70
e) a ressonância nuclear magnética consiste em alter-
mmHg, FC = 86 bpm. Exame obstétrico: Altura Ute-
nativa quando a ultrassonografia transvaginal for
rina = 29 cm, BCF = 152 bpm, ausência de contra-
inconclusiva para o diagnóstico de placenta prévia
ções uterinas. Presença de sangramento ativo, pro-
veniente do colo uterino em pequena quantidade.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Solicitado ultrassonografia: feto único, vivo, pélvi-
co, com biometria compatível com 31 semanas, lí-
quido amniótico normal, placenta grau 1, posterior UC-PR – 2013
recobrindo parcialmente o orifício interno do colo. 20. Gestante de 33 semanas apresenta-se com queixa de
Assinale a alternativa com a hipótese diagnóstica sangramento via vaginal indolor, de início súbito e
correta, propedêutica complementar adequada para de coloração vermelho-viva, com história de episódio
seguimento e conduta: anterior de menor intensidade. O útero tem consis-
a) descolamento de placenta, solicitar hemograma e tência normal e indolor e os batimentos cardíacos
fetais são normais. Dado esse contexto, é CORRETO
coagulograma para cesariana de urgência com inci-
afirmar:
são segmento-corporal
a) o quadro sugere placenta previa e deve-se evitar o
b) placenta prévia parcial, solicitar dopplervelocime-
toque vaginal
tria para avaliar acretismo, antecipar o parto com
b) trata-se de descolamento prematuro de placenta e o
equipe multidisciplinar, após resultado de exame
toque vaginal e imperativo para avaliação
c) placenta prévia, solicitar ressonância magnética para
c) a ultrassonografia não é importante para o diagnós-
avaliar acretismo, programar o parto com 36-37 se- tico
manas com cateterização vascular para obliteração d) a conduta expectante é contraindicada, mesmo que a
do fluxo nas uterinas se confirmado acretismo hemorragia não traga riscos imediatos para mãe e feto
d) descolamento placentário crônico em placenta de e) o número de cesarianas prévias não é fator de risco
inserção baixa, realizar dopplervelocimetria para para essa complicação hemorrágica da gestação
acompanhamento do hematoma, antecipação do
parto após 48-72 horas de ciclo de betametasona  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


195
13 Hemorragia da segunda metade da gestação

Santa Casa-SP – 2013 a) descolamento prematuro de placenta


21. Secundigesta com parto cesárea anterior, 33 semanas b) placenta prévia
pela DUM, vem a maternidade referindo sangramen- c) rotura uterina
to genital há 4 horas em moderada quantidade, que se d) vasa previa
iniciou enquanto trabalhava, com aumento progres-
sivo e saída de coágulos. Ao exame: BEG, descorada  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
1+/4+, PA = 100 x 60 mmHg, P = 96 bpm. EFO: AU: 31
cm, BCF: 140 bpm, tônus uterino normal e dinâmica
UFF-RJ – 2013
uterina ausente, especular: moderada quantidade de
23. No puerpério, quando da execução da manobra de
sangue com poucos coágulos em fundo de saco, toque:
pressão do útero para baixo, seguida de elevação do
colo posterior, impérvio. Realizado ultrassonografia
útero com a extremidade do cordão pinçada, pode-se
que revelou presença de feto vivo situação longitudi-
observar a elevação da pinça, acompanhando o órgão.
nal, apresentação pélvica com biometria compatível
com 32 semanas; placenta anterior, atingindo segui- Nesse caso, o diagnóstico é de:
mento inferior, distando 5,0 cm do orifício interno do a) atonia uterina
colo; presença de imagem hipoecogenica, retropla- b) placenta aderida
centária de 3,0 x 2,1 x 0,7 cm (hematoma?), líquido c) placenta prévia total
amniótico normal. Assinale a alternativa com a hipó- d) restos placentários
tese diagnóstica provável e conduta adequada: e) inversão uterina aguda
a) descolamento prematuro de placenta; interrupção
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
imediata por via alta
b) descolamento prematuro de placenta crônico; cor-
ticosteroide com controle materno e fetal rigoroso UFF-RJ – 2013
por 48 horas, para interrupção por via alta 24. Acretismo placentário, placenta suscenturiada, corio-
c) placenta prévia; interrupção imediata por via alta amnionite, parto prematuro e doença trofoblástica
d) placenta prévia; corticosteroide com controle mater gestacional constituem fatores de risco para:
no e fetal rigoroso, interrupção por via alta se des- a) pré-eclampsia
compensação materna ou fetal b) inversão uterina
e) acretismo placentário, programação de parto cesá- c) amniorrexe prematura
rea com equipe multidisciplinar d) rotura uterina
e) restos placentários
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UERJ – 2013
22. Paciente Gesta III Para II Aborto 0 e admitida em tra- UNAERP – 2013
balho de parto com o seguinte exame físico: metros- 25. Paciente de 29 anos, tercigesta (2 partos cesáreas an-
sistoles 3/10’/45”, BCF: 148 bpm, tônus uterino nor- teriores), apresenta 32 semanas de gestação.
mal, colo 90% apagado, 5 cm dilatado, feto em plano 0 Procura atendimento de urgência devido a sangra-
de De Lee. A paciente refere diagnóstico pré-natal de mento vaginal indolor, contínuo, de pequena quan-
inserção baixa de placenta e traz a seguinte imagem tidade, sem contrações, há 16 horas. Colo fechado.
ao ultrassom: Batimentos cardíacos fetais de 136 bpm, sem desa-
celerações. A hipótese diagnóstica mais provável é a
conduta inicial a ser feita constam na alternativa:
a) placenta prévia, realização de ultrassonografia
b) descolamento prematuro de placenta, resolução
imediata
c) rotura uterina, resolução imediata por laparotomia
d) trabalho de parto incipiente, avaliação da vitalidade
fetal, inibição se feto viável
e) rotura de vasa prévia, retirada imediata do feto por
via alta

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Após duas horas, é realizada amniotomia, seguida
imediatamente por sangramento vaginal moderado.
Ao exame, apresentou metrossístoles 4/10’/45”, tônus UFRN – 2013
uterino normal, BCF: 80 bpm, colo 100% apagado, 26. Paciente chega a maternidade com 33 semanas de
7 cm dilatado, feto em plano 0 de De Lee. De acor- gestação, apresentando importante sangramento
do com o caso descrito acima, pode-se afirmar que a transvaginal. Após avaliação clínica e obstétrica,
principal hipótese diagnóstica é: observou-se pressão arterial de 150 x 100 mmHg, hi-

SJT Residência Médica – 2016


196
Obstetrícia | Questões para treinamento

pertonia uterina, ausculta cárdio fetal de 120 bpm e ICC-CE – 2012


colo uterino pérvio para 2 cm. Nesse caso, a melhor 30. Quanto à placenta prévia é correto dizer que:
conduta é: a) é mais comum em primigestas
a) orientar repouso absoluto, monitorização fetal e rea- b) apresenta hemorragia dolorosa
valiar em 12 horas c) normalmente apresenta sangue escuro
b) realizar amniocentese para comprovação de maturi- d) o tônus do útero é normal
dade pulmonar fetal e interromper a gestação se as e) a hemorragia piora com a amniotomia
provas forem positivas
c) coletar sangue para provas de coagulação e hemo-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
grama e, em seguida, realizar a cesárea
d) realizar amniotomia imediata e aguardar o parto via
PUC-PR – 2012
vaginal
31. Sobre os sangramentos gestacionais de último trimes-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tre, é CORRETO afirmar:
a) na placenta prévia o sangramento é insidioso, pro-
gressivo, contínuo, de sangue vermelho vivo. A ori-
UNITAU – 2013 gem do sangramento é materna.
27. Acompanhando um trabalho de parto a termo, o b) no DPP – descolamento prematuro de placenta – a
obstetra encontrou a parturiente agitada, com fortes origem do sangramento é materna, rapidamente
dores abdominais, dinâmica uterina evidenciando evoluindo para choque hemorrágico. É vermelho
polissistolia. Apresentava, a palpação do abdome, escuro e com coágulos.
anel de constrição do útero próximo à cicatriz um- c) o diagnóstico diferencial entre placenta prévia e
bilical e ligamentos redondos tensos, colo dilatado DPP somente é possível através da ultrassonografia
para 5 cm. Após alguns minutos, as dores e as con- que mostra a presença de coágulo retroplacentário
trações cessaram. Diante desse quadro, o diagnósti- com muita sensibilidade.
co mais provavel é: d) a placenta prévia é situação de emergência obsté-
a) trabalho de parto em período expulsivo trica, pois se trata de sangramento vermelho vivo,
b) descolamento prematuro de placenta
indolor, mas de origem fetal com grandes riscos de
c) rotura uterina
sofrimento fetal agudo.
d) placenta prévia
e) na placenta prévia, o sangramento é vermelho escu-
e) rotura de vasa prévia
ro, escasso, indolor, progressivo durante a gestação,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA espoliando gradativamente a mãe e o feto.

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


AMP – 2012
28. São considerados fatores de risco para o descolamen-
Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012
to prematuro da placenta, exceto:
32. Pode-se afirmar em relação ao descolamento prema-
a) hipertensão
turo da placenta:
b) amniorrexe prematura
c) uso de cocaína I. Em 20% dos casos o sangramento pode ser oculto
d) gestação múltipla II. Hiperdistensão uterina e abuso de drogas (cocaí-
e) hipotireoidismo na e álcool) são considerados fatores de risco
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA III. A realização de ultrassom com viabilização de co-
águlo retroplacentário é fundamental para o diagnós-
tico
CREMESP – 2012
29. Na placenta prévia: IV. Útero de Couvelaire é uma das complicações do
a) o sangramento genital é insidioso, vermelho vivo, e descolamento
geralmente acompanhado de dor no fundo uterino Marque a alternativa CORRETA:
b) o descolamento prematuro de placenta, a rotura a) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas
uterina e a moléstia trofoblástica gestacional, consti b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
tuem diagnósticos diferenciais c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas
c) a etiologia pode ser explicada pela ausência da se- d) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
gunda onda de migração trofoblástica
d) o acretismo placentário está relacionado com alta  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
morbimortalidade materna
e) o parto vaginal está contraindicado nos casos de pla-
centas marginais e laterais Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012
33. Considerando a hemorragia pós-parto, todas as afir-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA mativas estão corretas, EXCETO:

SJT Residência Médica – 2016


197
13 Hemorragia da segunda metade da gestação

a) Placenta prévia, multiparidade e pré-eclâmpsia são d) tromboflebite séptica pélvica


consideradas fatores de risco.
b)] Lacerações vaginais e retenção de restos placentários  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
são as principais responsáveis.
c) A prevenção pode ser feita com a conduta ativa no USP-RP – 2012
3° período do trabalho de parto. 37. Paciente, 30 anos de idade, G7P7A0, gestação de 38
d) As ligaduras das artérias uterinas, ováricas e hipo- semanas, com gemelaridade dicoriônica e diamnió-
gástricas promovem a redução do fluxo uterino com tica, foi submetida a parto cesárea por apresentação
consequente diminuição da hemorragia pélvica dos dois fetos. Antecedentes pessoais: Dia-
betes mellitus gestacional controlado com dieta. Na
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA primeira hora de puerpério, apresentou sangramento
via vaginal aumentado com repercussão hemodinâ-
SES-SC – 2012 mica e necessidade de uterotônicos e massagem ute-
34. Com relação à placenta prévia podemos afirmar que: rina. Dentre os itens listados, o conjunto de fatores de
a) o principal sintoma é hemorragia risco para hipotonia uterina nesta paciente é:
a) multiparidade e idade materna
b) a hemorragia é indolor
b) diabetes gestacional e parto cesárea
c) a hemorragia ocorre desvinculada de qualquer es-
c) apresentação pélvica e multiparidade
forço ou traumatismo
d) gemelaridade e parto cesárea
d) por via de regra acontece no segundo trimestre
e) as alternativas A, B e C estão corretas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Hospital Santa Casa de Belo Horizonte – 2012
38. Gestante submetida à cesárea, na 40ª semana de ges-
SES-SC – 2012 tação, evoluiu com hemorragia pós-parto, por atonia
35. Com relação ao deslocamento prematuro da placenta, uterina, e choque hipovolêmico. Submetida a his-
podemos afirmar que: terectomia subtotal e encaminhada ao CTI. Evoluiu
I. Admite-se que a DPP incide mais frequentemente com insuficiência renal e óbito 40 dias após o parto.
nas pacientes toxêmicas. Nesse caso, é CORRETO afirmar que se trata de mor-
te materna:
II. Existe relação direta entre a incidência da DPP e a
a) Obstétrica tardia de causa direta
gravidade da toxemia.
b) Obstétrica de causa indireta
III. Na DPP o desenvolvimento da sintomatologia é c) Obstétrica de causa direta
gradual e se faz em algumas horas acompanhando d) Não obstétrica
pari passu o aumento da zona placentária descolada.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
IV. Na DPP algumas vezes a área descolada se limita a
pequenas áreas da placenta, assim como podem ocor-
rer casos em que o descolamento se totaliza logo ao se USP-RP – 2012
iniciar. 39. As figuras abaixo representam uma situação obstétri-
ca de risco materno e perinatal. Sobre esta situação,
V. Geralmente a sintomatologia é inconfundível e o qual é a alternativa CORRETA?
diagnóstico é seguro.

Está(ão) CORRETO(S):
a) todos os itens
b) apenas o item V
c) apenas os itens II e III
d) apenas os itens I, II e III
e) apenas os itens III e IV
a) este quadro está associado com síndromes hiperten
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sivas e uso de cocaína
b) as imagens acima associam-se frequentemente a ce-
sárea anterior e acretismo placentário
UFRN – 2012
c) o quadro clínico tem início súbito, seguido de hiper-
36. O Útero de Couvelaire é uma situação frequente tonia uterina
quando há: d) nos casos em que o feto está vivo é obrigatória a re-
a) descolamento prematuro de placenta solução imediata da gravidez
b) trabalho de parto prematuro
c) rotura prematura de membranas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


198
Obstetrícia | Questões para treinamento

UNICAMP – 2011 cm, ausência de contrações uterinas, BCF 144 ao dop-


40. Gestante, 37 anos, G6P4A1, está em fase ativa de tra- tone. Ao exame vaginal, não foram observadas lesões
balho de parto induzido com misoprostol 25 mg (via vaginais ou cervicais, porém, pelo orifício cervical,
vaginal). Partograma: dinâmica uterina = 5 contrações fluía sangramento vermelho vivo, moderado, e coágu-
de moderada a forte intensidade e duração média de los exteriorizando-se através do orifício cervical exter-
45 segundos; batimentos cardíacos fetais = 152 bpm; no. Considerando esse contexto, qual é o diagnóstico
toque vaginal: dilatação de 5 cm, bolsa amniótica rota; que se impõe e a melhor conduta a ser adotada?
apresentação fetal cefálica no plano -1 de De Lee. Após a) descolamento prematuro de placenta – internação
30 minutos do último controle refere dor súbita de for- imediata para realização da interrupção da gestação
te intensidade na região escapular acompanhada de di- b) trabalho de parto prematuro – repouso domiciliar;
minuição da contratilidade uterina. Exame físico: FC = antiespasmódicos; retorno ambulatorial; e investiga-
144 bpm, PA = 80 x 40 mmHg. Toque vaginal: sangra- ção de anemia
mento vaginal discreto, dilatação de 6 cm, apresenta- c) placenta prévia – internação para repouso físico e
ção fetal alta e móvel. O diagnóstico mais provável é: observação do sangramento; ultrassonografia para
a) descolamento prematuro de placenta avaliar a localização placentária; e hemograma
b) sangramento de colo uterino d) placenta prévia marginal – após exame físico, libera-
c) rotura de vasa prévia ção para acompanhamento ambulatorial, com retor-
d) rotura uterina no previsto para 15 dias
e) placenta prévia – cesariana imediata
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Hospital Albert Einstein – 2011
41. O sangramento exteriorizado pelo colo uterino em UFC – 2011
gestante no terceiro trimestre da gestação: 44. Na 1ª hora do pós-parto de um bebê de 4000g, onde
a) indica internação pelo potencial de gravidade o delivramento não foi assistido, a paciente passou
b) sugere diagnóstico de acretismo placentário, quan- apresentar sangramento transvaginal de grande inten-
do indolor sidade. Ao exame apresentava-se pálida, com sudorese,
c) só pode ser tratado adequadamente após realização pulso fino (FC=130bpm) e PA 80 x 60mmHg. O fundo
de ultrassonografia uterino estava acima da cicatriz umbilical. Diante do
d) impede a realização de parto pela via vaginal quadro qual a principal hipótese diagnóstica?
e) tem como diagnósticos diferenciais a rotura uterina a) laceração de trajeto
e a rotura de vasa prévia b) rotura uterina
c) distúrbio de coagulação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) atonia uterina
e) inversão uterina
Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
42. Assinale as complicações mais comuns nos casos de
placenta prévia:
a) rotura das membranas, restrição de crescimento in- UFMS – 2011
trauterino e anemia materna 45. A figura abaixo representa o esquema de uma compli-
b) coagulopatia, oligoâmnio e restrição de crescimento cação obstétrica em paciente G4P2A1 (uma cesárea,
intrauterino um parto normal) com 29 semanas de gestação. Gra-
c) restrição de crescimento intrauterino, pré-eclâmpsia videz atual sem intercorrências. Sobre essa complica-
e polidrâmnio ção pode-se dizer que:
d) hiperglicemia fetal, restrição de crescimento intrau- I. As intervenções obstétricas prévias sobre o útero
terino e oligoâmnio não influenciam sua ocorrência.
e) sofrimento fetal agudo, anemia materna e restrição II. O risco de apresentar acretismo placentário é
de crescimento intrauterino maior.
III. Não interfere nas taxas de hipotonia uterina pós-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
-parto.
IV. Sofre influência da paridade.
PUC-PR – 2011
43. Uma gestante com 35 anos, 4ª gestação, 3 partos va-
ginais anteriores, 28 semanas de gestação, em acom-
panhamento pré-natal na UBS, despertou hoje com
pequeno sangramento, de coloração vermelho clara,
alguns coágulos, sem dor. Procurou serviço de emer-
gência e, ao exame, mostrou-se discretamente hipoco-
rada, hidratada, PA 110 x 70 mmHg, altura uterina 26

SJT Residência Médica – 2016


199
13 Hemorragia da segunda metade da gestação

Está correto apenas o contido em: Unificado-MG – 2011


a) I, II e III 50. Paciente de 38 anos, dois partos normais anteriores,
b) I e III hipertensa, dá entrada na emergência com gestação
c) II e IV de 36 semanas, queixando-se de dor abdominal con-
d) IV tínua. Ao exame, é constatado tônus uterino aumen-
e) II tado, colo com 2 cm de dilatação, bolsa íntegra, san-
gramento uterino ausente e batimentos cardiofetais
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA (BCF): 120 bpm. A primeira conduta a ser tomada é:
a) amniotomia
b) indicar cesariana de urgência
UFRJ – 2011 c) indução do trabalho de parto
46. O diagnóstico mais provável é: d) ultrassom obstétrico
a) placenta prévia
b) rotura uterina  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) descolamento prematuro de placenta
d) pródromos de trabalho de parto UNICAMP – 2011
51. Mulher, 20 anos, G2P1 (cesárea por apresentação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
pélvica), com 30 semanas de gestação, chega em ma-
ternidade terciária com sudorese intensa e agitação.
UFRJ – 2011 É usuária de cocaína inclusive durante a gestação.
47. O tratamento adequado é: Exame físico: descorada 2+/4+, taquipneica, FC = 115
a) internação, repouso e corticoide para amadureci- bpm, PA = 150 x 90 mmHg. Exame obstétrico: altura
uterina = 32 cm, tônus aumentado, batimentos car-
mento do pulmão fetal
díacos fetais não audíveis ao doppler. Toque vaginal:
b) indução do parto com misoprostol 25 mcg intrava-
ausência de sangramento, colo uterino medianizado,
ginal
esvaecido 60% e orifício interno impérvio. A HIPÓ-
c) interrupção imediata da gestação TESE DIAGNÓSTICA É:
d) prescrição de anti-hipertensivo, antiespasmódico e a) descolamento prematuro de placenta
repouso domiciliar b) rotura uterina
c) embolia de líquido amniótico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) pré-eclâmpsia

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UFSC – 2011
48. principal fator predisponente na etiologia do descola-
mento prematuro da placenta é: SES-SC – 2011
a) trauma abdominal 52. Gestante de 32 semanas apresenta quadro de dor ab-
b) hipertensão materna dominal súbita e sangramento vaginal discreto inicia-
c) brevidade do cordão umbilical do há aproximadamente uma hora. Ao exame físico
d) cirurgia uterina prévia apresenta-se agitada, sudorética, com pressão arterial
e) diabetes gestacional de 80 x 35 mmHg e frequência cardíaca de 120 bpm;
contrações frequentes de pequena intensidade; tônus
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA uterino aumentado e batimentos cardiofetais de 90
bpm. Ao toque, o colo está fechado e, ao exame es-
pecular, há a presença de sangramento escurecido em
Unificado-MG – 2011 pequena quantidade vindo do orifício cervical exter-
49. Paciente de 38 anos, dois partos normais anterio- no. Qual o diagnóstico provável?
res, hipertensa, dá entrada na emergência com a) rotura uterina
gestação de 36 semanas, queixando-se de dor abdo- b) placenta prévia total
minal contínua. Ao exame, é constatado tônus ute- c) placenta prévia marginal
rino aumentado, colo com 2 cm de dilatação, bolsa d) descolamento prematuro de placenta
íntegra, sangramento uterino ausente e batimentos e) sangramento de início de trabalho de parto
cardiofetais (BCF): 120 bpm. A primeira conduta a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ser tomada é:
a) amniotomia
b) indicar cesariana de urgência SES-SC – 2011
c) indução do trabalho de parto 53. GIICI há 3 anos, por desproporção cefalopélvica
d) ultrassom obstétrico encontra-se na 36ª semana. Há 1 hora iniciou subi-
tamente com sangramento vaginal abundante, ver-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA melho vivo, sendo este o primeiro episódio nesta

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200
Obstetrícia | Questões para treinamento

gestação. Ao exame físico encontra-se normotensa, SES-SC – 2011


os batimentos cardíacos fetais apresentam frequência 54. Após indução prolongada, uma parturiente de
de 130 bpm com períodos de aceleração associados à 23 anos, gesta 3, para termo 2, apresenta sangramento
movimentação fetal, não há contrações uterinas e o em quantidade moderada logo após a dequitação da
tônus uterino encontra-se normal. A principal hipó- placenta. Qual é a causa mais provável da hemorragia
tese diagnóstica é: pós-parto?
a) vasa prévia a) atonia uterina
b) rotura uterina b) laceração cervical
c) placenta prévia c) laceração da parede vaginal e do períneo
d) rotura do seio marginal d) restos da placenta e das membranas
e) descolamento prematuro de placenta e) coagulopatia de consumo

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

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Gabarito comentado
14 Hemorragia da segunda metade da gestação

1. A presença de sangramento vaginal repentino e devemos proceder a internação e pesquisar infecções, além
INDOLOR, sem hipertonia uterina, especialmente com de estreptococos. A via de parto é de indicação obstétrica.
batimentos cardiofetais normais e estabilidade materna, O teste do fenol consiste em aplicar fenolftaleína em
traz como principal hipótese diagnóstica placenta prévia, conteúdo vaginal e se o mesmo ficar róseo á porque há
também conhecida como placenta de inserção baixa. A alcalinização do meio, que normalmente é ácido. Isso ocorre
confirmação virá com ultrassonografia transvaginal. O em amniorrexe prematura. Resposta d.
DPP, principal diagnóstico diferencial, acompanha-se de
hipertonia. Resposta b. 3. A visualização de saída de líquido claro pelo colo do
útero, antes de iniciado o trabalho de parto, é suficiente para
2. Quando há ruptura prematura de membranas ovulares, se firmar o diagnóstico de amniorrexe prematura. Estando
como neste caso, a conduta depende de: idade gestacional, a gestação com mais de 34 semanas deve-se optar pela
presença de sinais infecciosos e vitalidade fetal. Tendo a resolução da mesma, em via de parto obstétrica, pelo risco
gestação mais de 34 semanas a resolução está indicada, infeccioso da espera. Abaixo dessa idade gestacional resolve
já nas idades gestacionais abaixo dessa apenas se houver se imediatamente apenas da vigência de corioamnionite ou
corioamnionite ou sofrimento fetal. Entretanto, mesmo sofrimento fetal. Resposta c.
que se pense em resolução é importante verificar se não há
infecção visando tratamento. Também deve ser pesquisado 4. Hipertonia uterina, especialmente se presente sangramento
estreptococo para posterior profilaxia se necessário. No caso vaginal, em gestante com mais de 20 semanas remete
não sabemos se a gravidez tem mais ou menos de 34 semanas, ao diagnóstico de descolamento prematuro de placenta.
mas provavelmente menos pelo peso fetal, de modo que Estando o feto vivo e viável, como no caso, procede-se o
202
Obstetrícia | Gabarito comentado

parto imediato pela via mais rápida. Entretanto, enquanto se feto esteja vivo, deve ser pela via mais rápida, ou seja, vaginal
encaminha a paciente à sala cirúrgica é prudente proceder- (com ou sem auxílio de fórcipe) caso a dilatação seja total e
se amniotomia, a fim de se reduzir a pressão intrauterina. o feto esteja insinuado, ou cesariana nos demais casos, Feto
Resposta b. em óbito é possível o parto normal desde que as condições
maternas permitam.
5. Acretismo placentário é a invasão do trofoblasto além Distensão uterina com elevação do segmento caracteriza
da decídua basal, podendo atingir miométrio (placenta iminência de rotura uterina. Resposta c.
increta) e até serosa uterina e órgãos adjacentes (placenta
percreta). Essa condição pode ser suspeitada pela perda 11. Havendo descolamento prematuro de placenta (DPP) o
da interface placenta-útero ao USG, ou por Doppler com feto perde o aporte de oxigênio de modo que, caso ele esteja
invasão miometrial de vasos da placenta, todavia a maior vivo e seja viável, deve-se findar imediatamente a gestação,
especificidade diagnóstica é obtida por meio de ressonância caso contrário haverá óbito fetal. O parto será cesariana na
magnética. Resposta a. grande maioria dos casos, exceção feita para dilatação total
e feto insinuado, em que o fórcipe para a ser a forma mais
6. Impossível responder essa questão corretamente sem rápida de extração fetal. Resposta e.
o conhecimento da idade gestacional. Imaginando que há
mais de 20 semanas, o sangramento com hipertonia uterina, 12. Na presença de sangramento genital em gravidez avança-
especialmente havendo comprometimento do bem estar fetal da sem hipertonia ou alteração da vitalidade fetal a primeira
(bradicardia) leva a pensar em descolamento prematuro de hipótese diagnóstica é placenta prévia. A confirmação virá
placenta. Embora a principal causa seja hipertensão, mesmo por ultrassonografia que mostra que parte da placenta está
em hipertensas a pressão pode estar normal ou reduzido em no segmento inferior do útero (até 7cm do orifício interno
decorrência de choque hemorrágico. Resposta b. do colo), recobrindo ou não a cérvice. A conduta dependerá
da idade gestacional e quadro materno:
7. A visualização de saída de liquido pelo orifício externo € acima de 37 semanas – resolução da gravidez;
do colo é diagnóstica de amniorrexe prematura, condição
de reconhecimento clínico em mais de 90% dos casos. A € abaixo de 37 semanas – se mãe normotensa e feto está-
conduta depende, a princípio, da idade gestacional. Se a vel, não há necessidade de resolução da gravidez, pois o
gravidez ultrapassar as 34 semanas deve se proceder ao sangramento tende a estancar. Medidas adjuvantes como
parto, abaixo disso o parto será imediato apenas na vigência corticoidoterapia podem ser tomadas. A inibição é dis-
de corioamnionite e/ou sofrimento fetal. Resposta c. cutível, mas pode ser realizada diante da boa vitalidade
fetal. Caso contrário a resolução se impõe.
8. Pode ocorrer especialmente em casos de placenta prévia, A cesariana é obrigatória se a placenta recobre total ou
de que a geleia de Warthon, que recobre os vasos umbilicais, parcialmente o colo; e a via de parto é obstétrica nos demais
não os envolver até a inserção placentária, deixando uma casos. Resposta a.
parte descoberta e grudada nas membranas ovulares, o
que se conhece como inserção velamentosa do cordão 13. Presença de sangramento vaginal associado a hipertonia
umbilical. Quando estes vasos descobertos estão à frente da uterina traz como principal hipótese diagnóstica o desco
apresentação, ou seja, entre ela e o colo, temos a vasa prévia. lamento prematuro de placenta (DPP). A perda de líquido
A ruptura das membranas pode fazer com que esses vasos deve ser por ruptura das membranas, comum no DPP. Como
a ela acolados também se rompam com saída de grande se trata de emergência médica obstétrica, não há tempo para
quantidade de sangue junto ao liquido amniótico e gerando realização de exames complementares, sendo o diagnóstico
o óbito fetal: essa é a rotura da vasa prévia. Resposta b. baseado no exame físico. Se o feto é vivo e viável o parto deve
ocorrer imediatamente pela via mais rápida. Resposta d.
9. Sangramento vaginal intenso e indolor é compatível
com duas situações: placenta prévia e rotura da vasa
14. Sangramento indolor, intermitente, imotivado e progres-
prévia. Entretanto, no primeiro caso não costuma haver
sivo, sem acometer a vitalidade fetal nem causar hipertonia
comprometimento do bem estar fetal e costuma se iniciar
uterina nos remete à hipótese, a ser confirmada por USG
antes do trabalho de parto ou em seu início. Na rotura
transvaginal, de placenta prévia. Essa possui vários fatores
da vasa prévia, como se rompe um vaso umbilical, o
de risco, sendo o principal cirurgia uterina prévia, como a
comprometimento da vitalidade do feto é imediato e esta
cesariana. Resposta c.
situação costuma ocorrer durante o trabalho de parto, com
a ruptura das membranas ovulares. Resposta a.
15. Sangramento vaginal com hipotensão materna, bradicar-
10. A placenta prévia é indicação de cesariana caso seja centro- dia fetal e, principalmente, subida da apresentação (perda do
total ou centro-parcial, pois não há como a placenta nascer nível da apresentação – sinal de Recasens) fazem o diagnós-
antes do feto. Nas demais situações pode-se permitir o parto tico de ruptura uterina. Nessa ainda ocorre parada das con-
normal, inclusive porque o polo fetal de insinuação é capaz de trações, enfisema abdominal e fácil palpação de partes fetais.
comprimir e tamponar a borda placentária sangrante. A conduta deve ser a laparotomia imediata para retirada fetal
Já no tocante ao desolamento prematuro de palcenta, este e hemostasia materna, ou com histerectomia ou sutura ute-
indica morte fetal iminente e a resolução do parto, caso o rina. Resposta b.

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203
14 Hemorragia da segunda metade da gestação

16. Gestantes em trabalho de parto, com fortes contrações, es- 18. A placenta prévia ocorre quando há problemas de irriga-
pecialmente se possuírem cicatriz de cesariana anterior, que ção uterina, o que leva a busca de placentária de local mais
apresentarem retesamento dos ligamentos redondos (sinal de bem nutrido em partes inferiores. Assim, cicatrizes uterinas
Frommel) e elevação do segmento inferior (sinal de Bandl), es- fibróticas, como de cesarianas e de miomectomias são os
tão em iminência de rotura uterina. A evolução para a mesma principais fatores de risco. Multiparidade também pode ser
será percebida por um ou mais dos seguintes sinais: parada das predisponente de placenta prévia, dadas pequenas áreas de
contrações uterinas (acalmia), instabilidade hemodinâmica, necrose e subsequente fibrose miometrial que ocorrem em
ausência de batimentos cardíacos fetais, enfisema abdominal cada gestação e trabalho de parto. O tabagismo, por reduzir
(sinal de Clark), elevação da apresentação (sinal de Recasens), fluxo sanguíneo uterino, é outro fator de risco para placenta
maior facilidade de palpação das partes fetais (feto à “flor da prévia. Em mulheres com idade avançada a irrigação uteri-
pele”). A conduta nesses casos é proceder a amniotomia para na também é comprometida e há favorecimento de placenta
reduzir a pressão intrauterina e realizar imediata laparotomia, prévia. Em gemelaridade, outros fatores de risco, a placenta é
para retirada do feto e controle do sangramento uterino, por muito volumosa e pode avançar ao seguimento. Pelo exposto,
histerectomia ou histerorrafia. Resposta b. note que há duas respostas para a questão. Resposta C e D.

17. Define-se placenta prévia como aquela que se insere, total 19. Placenta prévia é aquela que se mantém total ou parcial-
ou parcialmente, e após 28 semanas, no segmento inferior do mente inserida no segmento inferior do útero após 28 sema-
útero, desde que o espaço esteja localizado até 7 cm do orifí- nas, desde que se localiza na área que se estende do orifício
cio interno do colo. A placenta prévia pode se subdividir em: interno do colo do útero até 7 cm acima dele. Situações como
essa deixam pequenos vasos da extremidade placentária
€ centrototal, quando recobre totalmente o orifício interno
muito próximos ao colo uterino que, ao se romperem, pro-
do colo uterino;
movem sangramento vermelho vivo, embora geralmente sem
€ centroparcial, quando recobre parcialmente o orifício in- repercussões maternas ou fetais. São justamente esses san-
terno do colo uterino; gramentos e idades gestacionais avançadas (perto do ou no
€ marginal, quando margeia o orifício interno do colo ute- terceiro trimestre) que trarão a suspeita da doença. A maio-
rino; ria das mulheres apresentam esse sintoma, sendo que menos
de 10% não sangraram, fato que é preocupante pois indica
€ lateral, quando se localiza a certa distância do orifício in- que a placenta está firmemente aderida ao útero, trazendo
terno do colo uterino. a hipótese de acretismo placentário, complicação grave da
O diagnóstico é ultrassonográfico e cesariana anterior é o placenta prévia. Diante da suspeita, o diagnóstico deve ser
principal fator de risco. confirmado por meio de ultrassonografia transvaginal, pois
No caso apresentado, estando a gestante com 31 semanas e pla- essa tem melhor precisão em determinar a distância colopla-
centa recobrindo parcialmente o orifício interno do colo, não centa. Havendo dúvidas ou suspeitando-se de acretismo, a
restam dúvidas de que se trata de placenta prévia centroparcial. ressonância magnética em finos cortes costuma ser bastante
esclarecedora. O que não se deve fazer, sob pena de empurrar
A conduta dependerá da idade gestacional, tipo de placenta
a placenta descolando-a e aumentando o sangramento, é o
prévia e quantidade de sangramento. O parto deve ser pro-
toque vaginal. Caso seja imprescindível, o mesmo deverá ser
gramado para 37 semanas, e pode ser antecipado caso haja
feito em ambiente de centro cirúrgico e com muito cuidado.
sangramento abundante a ponto de comprometer a vitalida-
Resposta b.
de fetal ou o bem estar materno. Cesariana será obrigatória
em placentas centro totais ou parciais.
Uma das principais complicações da placenta prévia é acre- 20. O caso versa sobre sangramento na segunda metade da
tismo placentário (invasão da placenta além da decídua ba- gravidez, sendo as principais causas e seus respectivos qua-
sal), especialmente se houver cesarianas prévias e a placenta dros clínicos e tratamentos:
estiver localizada anteriormente. Geralmente, em casos de € Descolamento prematuro de placenta: geralmente de-
acretismo severo, não há sangramento vaginal, pois a placen- corrente de hipertensão na gestação, causa sangramento
ta é firmemente aderida. O diagnóstico de acretismo pode escurecido, hipertonia, dor e alteração da vitalidade fetal,
ser suspeitado por estigmas ultrassonográficos (lagos veno- com êxito letal em 90% dos casos. Diante da suspeita clí-
sos, perda da interface miométrio-trofoblasto, Doppler com nica com feto vivo e viável a conduta é parto imediato,
vasos placentários invadindo miométrio) e confirmado por pela via mais rápida.
ressonância magnética. Uma vez que se confirme acretismo, € Placenta prévia: tem como causa principal a presença de
opta-se por realizar cesariana mais histerectomia com até 37 múltiplas cesarianas anteriores. Clínicamente promove
semanas, catéterizando-se préviamente as uterinas para in- sangramento vermelho-vivo, intermitente, indolor e imo-
terromper seu fluxo durante o procedimento e evitar maiores tivado, com melhora espontânea e que se torna mais in-
sangramentos intra-operatórios. tenso a cada episódio. Em geral, não promove alterações
Discordamos de que em gestante com placenta prévia pos- de vitalidade fetal. A conduta no termo será resolutiva,
terior sangrante, mesmo que ela tenha cesariana prévia, sem senão é possível a expectação, desde que o sangramen-
antes avaliar estigmas ultrassonográficos, deva-se fazer res- to não seja muito intenso a ponto de trazer repercussões
sonância magnética. Assim, não encontramos Resposta cor materno-fetais. Realmente a clínica é típica e pode acertar
reta. O gabarito oficial traz alternativa c. Resposta c. o diagnóstico na maioria das vezes, dispensando o USG

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204
Obstetrícia | Gabarito comentado

com esse fim, mas o mesmo será importante para avaliar gramento intenso e óbito fetal, situação chamada de rotura
o tipo de placenta prévia (centrototal, centroparcial, mar- da vasa prévia, que felizmente não ocorreu no caso descrito.
ginal, lateral) e assim definir via de parto. Resposta d.
€ Rotura da vasa prévia: vasos umbilicais que passam na
frente da apresentação podem se romper com a ruptu- 23. Diversos sinais demonstram que já houve o descolamen-
ra de membranas ovulares. O sangramento é intenso, em to da placenta no terceiro período do parto. Citemos os dois
jato, com óbito fetal em 100% dos casos. A conduta é ce- mais importantes:
sariana imediata. € sinal de Kustner: a elevação do útero não se acompanha
€ Rotura do seio marginal: seio marginal é local de acúmu- da movimentação do cordão umbilical (na questão ocor-
lo de sangue venoso na borda da placenta. Pode se rom- reu o contrário, de modo que a placenta era aderida);
per próximo ao parto, trazendo hemoâmnio ou pequeno € sinal de Fabre: não transmissão da tração do cordão a
sangramento venoso via vaginal, sem repercussão fetal. A mão que palpa o fundo do útero. Resposta b.
conduta e expectante. Assim, a Resposta menos falha é a
letra C, pois consideramos o USG importante na placenta
24. Acretismo placentário é a infiltração placentária além da
previa pelos motivos supracitados. Resposta c.
camada basal da decídua, podendo aderir ao miométrio e es-
truturas vizinhas, de modo que é mais firmemente presa ao
21. A presença de sangramento vaginal imotivado, intempes- útero. Placenta succenturiada é aquela que apresenta um lobo
tivo e indolor, após 28 semanas, e sem o comprometimento acessório, longe da massa principal e a ela presa por fina linha
da vitalidade fetal ou bem-estar materno traz como principal fibrosa que rompe facilmente. Doença trofoblástica é uma ne-
hipótese placenta prévia. Essa é definida como inserção total oplasia proliferativa de tecido placentário. Em todos os casos
ou parcial da placenta, após 28 semanas, no segmento uteri- poderá haver retenção de parte da placenta, no acretimso pela
no, localizado em espaço até 7 cm acima do orifício interno aderência, na sucenturiada o lobo acessório, e na doença tro-
do colo. Nesses casos é útil realizar ultrassonografia para ve- foblástica restos tumorais. Em prematuridade a placenta é fina
rificar a exata posição da placenta. No caso a placenta está e frágil e pode se reter. A corioamnionite é consequência de
a 5 cm do colo, portanto, é prévia. A conduta é parto se já retenção, andando ao lado da mesma. Resposta e.
houver o termo da gestação, senão opta-se pela expectação,
procedendo-se resolução da gravidez apenas se descompen- 25. No caso temos uma gestante com sangramento na segunda
sação materna ou fetal. Como a placenta prévia está muito metade da gravidez. São causas e suas respectivas condutas:
associada a prematuridade, tanto pelo sangramento que se
torna mais intenso quanto pelas contrações que ele estimula, € Descolamento prematuro de placenta: geralmente de-
diante de seu diagnóstico até 34 semanas é adequada corti- corrente de hipertensão na gestação, causa sangramento
coidoterapia. Resposta d. escurecido, hipertonia, dor e alteração da vitalidade fetal.
Diante da suspeita clínica com feto vivo e viável a conduta
é parto imediato, pela via mais rápida, não havendo tem-
22. A figura traz uma imagem de ultrassonografia cuja inter- po para exames complementares.
pretação é fundamental para o acerto da Resposta, o que tor-
na a questão dificílima. Nesta imagem vemos o colo do útero,
€ Placenta prévia: tem como causa principal a presença de
a placenta próxima a seu orifício e o Doppler mostrando um múltiplas cesarianas anteriores. Clinicamente promo-
vaso sanguíneo (do cordão umbilical) passando por cima do ve sangramento vermelho-vivo, intermitente, indolor e
colo e à frente da apresentação fetal, para se inserir na perife- imotivado, com melhora espontânea e que se torna mais
intenso a cada episodio. Em geral, não promove altera-
ria da placenta. Trata se de situação analoga a figura abaixo:
ções de vitalidade fetal. A conduta ideal, a princípio, é a
realização de ultrassonografia transvaginal, que não so
confirma o diagnóstico como permite classificar o tipo
de placenta prévia (centro-total, centro parcial, marginal,
lateral) e assim definir via de parto. No termo deve-se
resolver a gravidez, senão é possível a expectação, desde
que o sangramento não seja muito intenso a ponto de tra-
zer repercussões materno-fetais.
€ Rotura da vasa prévia: vasos umbilicais que passam na
frente da apresentação podem se romper com a ruptura
de membranas ovulares. O sangramento é intenso, em
jato, com óbito fetal em 100% dos casos. A conduta é ce-
sariana imediata.
€ Rotura do seio marginal: seio marginal é local de acúmu-
lo de sangue venoso na borda da placenta. Pode se rom-
Enfim, os vasos do cordão estão prévios à apresentação, si- per próximo ao parto, trazendo hemoâmnio ou pequeno
tuação conhecida como vasa prévia. Há um risco de ruptura sangramento venoso via vaginal, sem repercussão fetal. A
desses vasos no momento da amniorrexe, o que levaria a san- conduta é expectante. Resposta a.

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14 Hemorragia da segunda metade da gestação

26. Gestante na segunda metade da gravidez que apresen- 30. A placenta prévia é aquela que se permanece total ou
ta sangramento vaginal associado a hipertonia tem como parcialmente implantada no segmento uterino (até 7 cm do
principal hipótese diagnóstica o descolamento prematuro de orifício interno do colo) após 28 semanas de gestação. Ge-
placenta (DPP), especialmente se a pressão estiver elevada, ralmente decorre de ambiente hostil para implantação no
dado que quadros hipertensivos são os principais responsá- corpo, sendo fatores de risco: multiparidade, idade materna
veis pelo DPP. A conduta então depende da viabilidade fetal. avançada, cirurgias uterinas anteriores, inflamações uterinas
Sendo o feto vivo e viável deve-se proceder o parto imediato, prévias, placentas volumosas, tabagismo.
pela via mais rápida, a fim de tentar salvaguardar a vida fe- O quadro clínico é de sangramento imotivado, insidioso e in-
tal. Sendo o feto morto ou inviável, pode-se esperar o nas- termitente, vermelho vivo, em geral sem comprometimento
cimento por até 4 horas, desde que as condições maternas fetal ou materno, e sem hipertonia uterina. A amniotomia,
permitam. Como o DPP leva a sangramento retroplacentário por permitir a insinuação do feto, faz com que a apresenta-
importante, apresenta como complicações insuficiência renal ção do mesmo exerça efeito compressivo na área sangrante,
por necrose tubular aguda (NTA), coagulação intravascular reduzindo a hemorragia. Resposta d.
disseminada (CIVD) e Síndrome de Sheeham. Assim, é im-
portante, de forma coadjuvante, sondar a paciente e hidrata-
31. Placenta prévia e DPP diferem clinicamente pelo tipo de
-la a fim de manter diurese adequada (evita a NTA) e solici-
sangramento e quadro álgico.
tar provas de coagulação para corrigir possíveis distúrbios da
CIVD. Resposta c. Em placenta prévia há o sangramento dos três is, ou seja, in-
sidioso, indolor e intermitente (não contínuo), além de ser
vermelho vivo, pois decorre de rupturas de pequenos vasos
27. A questão traz um típico caso de rotura uterina. A dinâ-
placentários próximos ao colo. Apesar de apresentar quanti-
mica exacerbada (polissistolia) que gerou o quadro. A seguir
dade aparentemente elevada, não costuma causar repercus-
houve sinais de iminência de rotura, como anel de constrição
sões feto-maternas agudas. A confirmação diagnóstica virá
uterino (sinal de Bandl) e retesamento dos ligamentos redon-
por USG transvaginal.
dos (sinal de Frommel). Finalmente advem a rotura uterina,
cessando-se as contrações. Nesse momento também poderia Em DPP, o sangramento é escurecido, doloroso e, em re-
ser possível sentir ar na cavidade abdominal da gestante (si- gra, se acompanha de hipertonia uterina. Apesar de geral
nal de Clark) e elevação da apresentação (sinal de Recasens). mente exteriorizar-se em quantidade não muito exacerbada,
Resposta c. acompanha-se de instabilidade hemodinâmica, pois parte
do sangue fica retido atrás da placenta. A mortalidade fetal
é altíssima. O quadro constitui emergência obstétrica, sendo
28. De todos os fatores de risco para DPP, o mais importante a conduta baseada na clínica, não havendo tempo para reali-
é a hipertensão. Além desse, outros podem ser citados: uso zação de USG. Resposta b.
de cocaína, pelos aumentos pressóricos que promove; am-
niorrexe prematura, dada a descompressão brusca da pres-
32. O descolamento prematuro de placenta ou DPP é a sepa-
são intraútero; gestação múltipla, pela retração uterina após a
ração intempestiva e inopinada de uma placenta normoinse-
saída do primeiro gemelar; etc. O hipotireoidismo não é fator
rida, após a 20ª semana de gravidez. Tem como causa princi-
de risco para DPP. Resposta e.
pal a hipertensão, mas pode ser decorrente de trauma, uso de
drogas vasoconstritoras, e amniorrexe em útero sobredisten-
29. A placenta prévia é aquela que se permanece total ou
dido pelo polidrâmnio.
parcialmente implantada no segmento uterino (até 7 cm do
orifício interno do colo) após 28 semanas de gestação. Geral- Trata-se de uma emergência médica, não cabendo realiza-
mente decorre de ambiente hostil para implantação no cor- ção de ultrassonografia ou outros exames para o diagnóstico,
po, por cesarianas prévias, cicatrizes, multiparidade, etc. O que deve ser clínico. O principal sintoma é o sangramento
quadro clínico será de sangramentos de repetição, insidiosos, vaginal, presente em 80% das mulheres, já que em 10% dos
intermitentes e indolores, pois decorrem de pequenas ruptu- casos o sangue fica retido atrás da placenta. Outro sintoma
ras de vasos na parte inferior da placenta, próxima ao colo. comum, e bastante característico, é a hipertonia uterina.
Moléstia trofoblástica gestacional não é diagnóstico diferen- As complicações podem ser locais ou sistêmicas. Das locais
cial, pois ocorre no primeiro trimestre. cita-se rotura uterina, apoplexia miometrial (útero com áreas
Como a região segmentar é menos irrigada, não raro há in- de necrose, também chamado útero de Covelaire) e atonia
vasão de tecido placentário além da camada compacta da de- uterina, além do óbito fetal. Sistemicamente pode ocorrer
cídua, podendo invadir o miométrio e até órgãos vizinhos, CIVD, síndrome de Sheehan, insuficiência renal e choque
numa tentativa de buscar nutrição mais eficiente. Essa condi- hipovolêmico. Resposta c.
ção é conhecida como acretismo placentário e tem alta mor-
bimortalidade materna, frequentemente obrigando a histe- 33. A hemorragia pós-parto tem como principal representante
rectomia puerperal. a atonia uterina, responsável pela grande maioria dos casos.
O parto normal será impossível em casos de placentas que Secundariamente pode ser devida a: lacerações vaginais, re-
recobrem o colo uterino (centro-total e centro-parcial), mas tenção placentária, inversão uterina e distúrbios de coagula-
pode ser realizado nos demais casos. Resposta d. ção. As demais alternativas estão corretas. Resposta b.

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206
Obstetrícia | Gabarito comentado

34. Placenta prévia é aquela que se mantém parcialmente Serão consideradas tardias as mortes que ocorrem mais de 42
inserida no segmento uterino (até 7 cm do orifício interno) dias pós-parto. Resposta c.
após 28 semanas de gravidez, de modo que, por definição,
ocorre apenas no terceiro trimestre. Cerca de 90% das pla- 39. As figuras mostram, em vermelho, placentas. Note que
centas baixas antes da 28ª semana migram e passam a apre- essas placentas, a depender da figura, ou recobrem o orifício
sentar-se normais. interno do colo, total ou parcialmente, ou estão próximas a
A hipótese virá com a presença de sangramento vaginal, ca- ele, de modo que se pode dizer tratar-se de placenta prévia,
racterizado pelos três is, ou seja, insidioso, indolor e imotiva- ou seja, placenta que se insere, ao menos em parte, até 7 cm
do, de modo que pode ocorrer mesmo sem trauma. Em ter- do orifício interno do colo uterino, após 28 semanas. Este
mos visuais, o sangramento é vermelho vivo. A confirmação tipo de situação é mais comum em mulheres com cesariana
diagnóstica será ultrassonográfica. Resposta e. anterior e tem como complicação possível o acretismo pla-
centário. O sangramento decorrente desse tipo de placenta é
35. O DPP tem como principal causa a hipertensão na gesta vermelho vivo, indolor, imotivado e intermitente, geralmente
ção. Quanto mais grave o quadro hipertensivo, maior a chan não causando repercussão fetal nem hipertonia. A conduta
ce de DPP. Fisiopatologicamente, as altas pressões sanguíneas será ativa apenas após 37 semanas ou se o sangramento for
em vasos de alta resistência, levam à ruptura dos mesmos em intenso e continuado. Não há relação entre placenta prévia e
uma área retroplacentária, promovendo sangramento inten hipertensão ou uso de cocaína. Resposta b.
so local, que faz descolar o restante da placenta. Conforme o
descolamento avança, mais evidente se torna a sintomatologia. 40. A dor súbita na região escapular indica o sinal de Laffond,
A princípio há sangramento vaginal e leve hipertonia, com o que aparece por sangue irritando os ramos subdiafragmáti-
tempo iniciam-se sinais de choque a até insuficiência renal. A cos do nervo frênico, ou seja, abdômen agudo hemorrági-
progressão é a regra, sendo que haverá diferença na sua veloci co. Associado ao fato da paciente estar em trabalho de parto
dade, podendo ocorrer um descolamento total e imediato, ou (com 5 contrações moderadas a fortes a cada 10 minutos) e
iniciar-se em pequenas áreas e daí progredir em algumas ho as contrações terem diminuído subitamente, isto indica um
ras. O quadro de sangramento e hipertonia praticamente traz quadro de rotura uterina. O que é confirmado pela subida da
a certeza diagnóstica, e a conduta será baseada na clínica, sem apresentação fetal, uma vez que o feto cai na cavidade abdo-
necessidade de exames complementares. Resposta a. minal. Resposta d.

36. Útero de Couvelaire é aquele que apresenta áreas de ne- 41. São cinco os sangramentos da segunda metade da gesta
crose e ocorre em descolamentos prematuros de placenta. ção: rotura uterina, placenta prévia, descolamento prematuro
Isso porque, nessa situação, há hipertonia uterina que com- de placenta, rotura do seio marginal e rotura da vasa prévia.
prime os vasos responsáveis pela irrigação do útero provo-
Resposta e.
cando sua má nutrição e consequente necrose. Associa-se à
atonia uterina. Resposta a.
42. A inserção placentária na parte mais baixa do útero
(placenta prévia) é o segundo sangramento mais comum da
37. A principal causa de hemorragia pós-parto é a atonia ute-
segunda metade da gestação. Na placenta prévia, o sangra
rina, que representa a maior causa de morte materna no mun-
mento é materno, gerando risco de anemia para a gestante.
do. Existem inúmeros fatores de risco para o quadro, como
Como a inserção da placenta ocorre numa região menor
situações em que há: sobredistensão uterina (gemelaridade,
para a implantação placentária, podemos ter uma circulação
polidrâmnio, macrossomia), substituição fibrosa do miomé-
prejudicada para o feto com risco de retardo de crescimento
trio (idade avançada e multiparidade), desarranjo miometrial
intrauterino, oligo-hidrâmnio e sofrimento fetal agudo. Con-
(miomas), cesariana, estafa de fibras musculares (partos taqui-
forme o colo uterino vai dilatando, expõe as membranas fe-
tócitos ou prolongados) e infiltração de líquido na parede do
tais que podem romper, aumentando a incidência de ruptura
útero (infecção puerperal e hipoproteinemia). Resposta d.
prematura de membranas. Resposta a.

38. A morte materna, ou morte da mulher até 1 ano pós-


43. Sangramento indolor e repetido, na segunda metade da
-parto, pode ser classificada em: de causa direta e de causa in-
gestação, indica placenta prévia. A conduta na placenta pré-
direta. As mortes obstétricas diretas são aquelas que resultam
via depende do estado hemodinâmico da gestante, uma vez
de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério,
que o sangramento é materno. Se a gestante estiver hemo-
devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou de
dinamicamente instável, faz-se cesárea. Se estiver hemodi-
uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma des-
namicamente estável, orientamos repouso, ultrassonografia
sas situações, como ocorreu no quadro acima, em que uma
atonia, que não existiria se não houvesse gravidez, levou a para confirmação diagnóstica e classificação da placenta pré-
uma sequência de eventos que resultaram em óbito mater- via e controle da perda sanguínea materna com hemograma.
no. As mortes obstétricas indiretas são as que resultam de Resposta c.
doenças existentes antes da gravidez ou que se desenvolvem
durante a gravidez e que não se devem a causas obstétricas 44. Nos casos em que o útero cresce mais do que o esperado
diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da para a idade gestacional, como nos casos de gestação gemelar
gravidez, como cardiopatias, por exemplo. e macrossomia fetal, no pós-parto, o útero tem dificuldade

SJT Residência Médica – 2016


207
14 Hemorragia da segunda metade da gestação

de contrair por distensão importante da fibra muscular, ge- a interrupção imediata da gestação através da cesárea, uma
rando a hipotonia ou atonia uterina, responsável por grande vez que o descolamento é progressivo e após 50% ou mais
sangramento no pós-parto. Resposta d. de descolamento placentário ocorre o óbito fetal. Resposta b.

45. Trata-se de uma placenta prévia centro total, uma vez 51. A cocaína provoca uma irritação importante nas fibras
que oclui completamente o colo uterino. É uma doença com musculares uterinas provocando a hipertonia uterina. O qua-
maior incidência em multíparas, uma vez que é causada por dro de descompensação hemodinâmica sugere sangramento
esgotamento endometrial, que aparece nos casos de manipu- importante e a hipertensão arterial é a principal causa de des-
lação uterina como curetagens repetidas. É a principal causa colamento prematuro de placenta (DPP), na qual em até 20%
de acretismo placentário e pode provocar hipotonia e atonia dos casos o sangramento vaginal está ausente, sendo que o
uterina no pós-parto. Resposta c. sangue se acumula atrás da placenta na forma do hematoma
retroplacentário, ou na cavidade amniótica (hemoâmnio), ao
46. Sangramento vaginal acompanhado de hipertonia uteri- passar pelos poros das membranas. Resposta a.
na, em gestante na segunda metade da gravidez SEMPRE é
descolamento prematuro de placenta. Resposta c. 52. Gestante na segunda metade da gestação apresentando
sangramento vaginal e hipertonia uterina indica descola-
47. No descolamento prematuro de placenta (DPP), a condu- mento prematuro de placenta (DPP). O comprometimento
ta depende se o feto está vivo ou não. Se estiver, a conduta é fetal reforça a suspeita de DPP onde a perda sanguínea é a
cesárea. Se o feto estiver morto, a conduta depende do estado que estaria indo para o feto. Resposta d.
hemodinâmico da paciente. Se ela estiver instável hemodi-
namicamente, faz-se cesárea, mesmo com o feto morto. Se 53. Sangramento vaginal indolor e repetido na segunda me-
estiver estável, podemos deixar o parto evoluir para normal tade da gestação sugere placenta prévia, na qual o feto não
até 6 horas após o diagnóstico de DPP. Se passar de 6 horas e sofre grandes comprometimentos, uma vez que o sangue
o feto não nascer, faz-se cesárea pelo risco iminente de CIVD
perdido é materno. A atividade e o tônus uterino encontram-
materna. Resposta c.
-se normais. No descolamento prematuro de placenta ocorre
hipertonia uterina e consequente comprometimento fetal.
48. 50% dos casos de descolamento prematuro de placenta Na rotura da vasa prévia, que é o vaso umbilical que termi-
(DPP) se devem à hipertensão arterial. Outras causas são na entre o âmnio e o cório, ocorre sangramento intenso com
mecânica (trauma) e placentárias (cordão umbilical curto). morte fetal instantânea. A rotura uterina é um sangramento
Resposta b. do parto e a rotura do seio marginal provoca um pequeno
sangramento vaginal que ocorre durante o trabalho de parto,
49. Gestante na segunda metade da gestação com sangra- consequente à uma rotura da parte mais periférica do disco
mento vaginal e hipertonia uterina é descolamento prematu- placentário. Resposta c.
ro de placenta (DPP), onde a conduta depende se o feto esti-
ver vivo ou não. Caso o feto esteja vivo, a conduta é cesárea 54. A principal causa de sangramento vaginal no pós-parto
independente da idade gestacional. Resposta b. imediato é a atonia uterina, que é muito comum nos casos em
que o útero cresce mais do que o esperado para a idade gesta-
50. Trata-se de um quadro de descolamento prematuro de cional (como macrossomia, polidrâmnio e gestação gemelar)
placenta (DPP), uma vez que a paciente encontra-se na se- e quando a paciente se submete à indução prolongada. Nestas
gunda metade da gestação e apresenta sangramento vaginal situações a fibra muscular uterina é muito solicitada e entra
com hipertonia uterina. A conduta no DPP com feto vivo é em exaustão no pós-parto. Resposta a.

Abundância. Supere seus limites.


Stephen R. Covery

SJT Residência Médica – 2016


Questões para Treinamento
15 Temas gerais

Às vezes... quando você resiste a tudo, vai embora sem nada.


Ally Mcbel

FMABC – 2015 d) prescrever imunoglobulina anti-Rh somente se o


1. Quais são as indicações absolutas de fertilização in teste de Kleihouer-Betke for significativo
vitro?
a) antecedente de gravidez ectópica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) oligospermia
c) tempo de infertilidade maior que 2 anos FMABC – 2015
d) endometriose3 3. Gestante, 40 anos, 35 semanas, 3G, 2 partos cesáreas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA anteriores prematuros por restrição de crescimento +
oligoâmnio + diástole zero. Esta internada há 4 dias
por falso trabalho de parto prematuro, IMC 40. Evo-
FMABC – 2015 luiu na enfermaria com dor em panturrilha esquerda
2. Puérpera O Rh negativo teve parto cesárea há 24 de forte intensidade. Ao exame físico apresentava-se
horas e o RN é do grupo A Rh positivo, Coombs em BEG, corada, hidratada, anictérica, acianótica,
direto negativo. No pré-natal a gestante havia afebril, eupneica. PA 120 x 80 mmHg, P 90 bpm, FR 20
recebido imunoglobulina anti-Rh com 29 semanas. ipm. AU 32 cm, BCF 160 bpm, dinâmica uterina au-
Qual a conduta correta? sente, tônus uterino normal. Membro inferior direito
a) prescrever Imunoglobulina anti-Rh até 72 horas com edema, calor local e empastamento em panturri-
pós-parto lha. Qual a hipótese diagnóstica e o tratamento?
b) não prescrever nada, pois a puérpera é grupo O, a) trombose venosa profunda. Anticoagulação com
possuindo anticorpos naturais anti-A e anti-B, o que enoxaparina 1 mg/kg/peso/dia
impede a sensibilização pelas hemácias fetais, que b) flebite. Antibioticoterapia + Anticoagulação com
embora seja Rh positivo são do grupo A enoxaparina 1 mg/kg/peso/dia
c) não prescrever, pois já recebeu Imunoglobulina anti c) trombose venosa profunda. Anticoagulação com
Rh no pré-natal enoxaparina 1 mg/kg/peso/dose
209
15 Temas gerais

d) pré-eclâmpsia grave. Parto cesárea a) warfarim


b) ácido acetilsalicílico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) heparina não fracionada
d) prednisona
Hospital Angelina Caron – 2015
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
4. Qual a principal causa de hemorragia no pós-parto?
a) distúrbio de coagulação
b) laceração do trajeto pélvico Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015
c) restos placentários 8. A morte da mãe resultante de causas acidentais ou
d) placenta prévia incidentais não relacionadas com a gestação, como
e) atonia uterina por exemplo, resultante de um acidente de transito é
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA definida como:
a) morte não materna
b) morte materna indireta
Hospital Angelina Caron – 2015 c) morte materna direta
5. Durante a gestação, o preventivo do câncer do colo d) razão de mortalidade materna
uterino é:
a) contraindicado no terceiro trimestre  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) supervalorizado e deve ser avaliado cuidadosamente
c) em geral atípico ou ASCUS
d) sem importância diagnóstica Hospital Naval Marcílio Dias – 2015
e) parte da avaliação normal 9. Na gestação gemelar há um risco maior de hospitali-
zação por qual condição abaixo?
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) abortamento
b) corioamnionite
c) serotinidade
Hospital Angelina Caron – 2015
d) pré-eclampsia
6. Com relação às aneuploidias durante o primeiro tri-
e) malformações cardíacas fetais
mestre de gestação, assinale a alternativa correta:
a) o Doppler do ducto venoso é um exame de rastrea-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mento que pode ser utilizado no rastreamento das
cardiopatias fetais
b) o período mais adequado para a realização da trans- Hospital da Polícia Militar-MG – 2015
lucência nucal é 10 semanas 10. Sobre as neoplasias maternas durante a gravidez é
c) a presença do osso nasal confirma o diagnóstico da INCORRETO afirmar que:
síndrome de Down a) existe um retardo diagnóstico quando os sintomas
d) translucência nucal alterada isoladamente é um for- digestivos, as dores abdominais e os distúrbios do
te preditor de síndrome de Down trânsito intestinal são imputados à gravidez
e) a translucência nucal é avaliada por ecografia trans- b) o câncer colorretal dá metástases para a placenta e o
vaginal feto da mesma forma que o melanoma e as hemopa-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA tias malignas
c) a gravidez leva a um estado de imunotolerância que
poderia favorecer ao aparecimento, ao desenvolvi-
Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – 2015 mento e a difusão tumoral
7. Mulher jovem procura ambulatório de clínica médi- d) a radioterapia subdiafragmática é contraindicada
ca com quadro de cefaleia parietal unilateral pulsá- na mulher grávida, pois é teratogênica, induz a for
til com fotofobia e náuseas associadas. Nega comor- mação de tumores na criança e pode levar à morte
bidades. História familiar revelando pai portador intraútero
de HAS e dislipidemia. Relata ser ansiosa e sedentá-
ria. Nega tabagismo e etilismo. Menarca aos 12 anos  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
com ritmo menstrual regular no momento. Está
tentando engravidar novamente e está angustiada
por já ter abortado espontaneamente três vezes, Hospital Santa Marta – 2015
sempre no primeiro trimestre de gestação. Ao exa- 11. Uma mulher na trigésima semana de gestação foi tra-
me físico: RCR 2T sem sopros. PA: 110x80 mmHg, zida ao setor de emergência após ter sido vítima de
MVUA sem ruídos adventícios, pupilas iscocóricas atropelamento. A condição de estar grávida, por si
e fotorreagentes. Exames complementares revelan- só, leva a diversas alterações fisiológicas que o médi-
do positividade de anticardiolipina IgM e IgG. Qual co deve reconhecer. Com base nesse caso hipotético, é
medicamento deveria ser iniciado para tal paciente correto afirmar que a alteração fisiológica que ocorre
já que ela deseja engravidar? na gravidez é a diminuição do(da)

SJT Residência Médica – 2016


210
Obstetrícia | Questões para treinamento

a) frequência cardíaca a) trata-se de gestação gemelar dizigótica


b) volume sanguíneo b) há alto risco de síndrome de transfusão feto-feto.
c) tempo de esvaziamento gástrico c) caso a gestação seja monozigótica a clivagem do zi-
d) ritmo de filtração glomerular goto ocorreu até o quarto dia pós-fecundação
e) hematócrito d) nesta gravidez haverá uma constante preocupação
com entrelaçamento dos cordões umbilicais e con-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sequente óbito de ambos os fetos
e) no termo da gestação é mais provável que ambos os
IAMSPE – 2015 fetos estejam em apresentação pélvica
12. Segundo o ACOG (Colégio Americano de Obstetras  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e Ginecologistas), 1994, assinale a alternativa que
apresenta o que e necessário para que um fórcipe seja
considerado de alívio. Santa Casa-SP – 2015
a) o feto estar pelo menos no plano +1 de De Lee 16. Secundigesta com um parto normal domiciliar an-
b) o feto pode rodar ate 45° terior, idade gestacional de 28 semanas, portadora
c) o feto pode rodar ate 90° de tipagem sanguínea Rh negativo Du negativo, com
d) o feto deve estar em OP parceiro Rh positivo, realizou Coombs indireto que
e) qualquer rotação e permitida se o feto estiver no pla- se revelou positivo para anti-D no valor de 1:64. Por
no +2 de De Lee ou mais baixo tal motivo foi solicitado avaliação dopplervelocimétri-
ca do pico sistólico da artéria cerebral média (ACM),
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e este mostrou valor de 62 cm/s. Observando a tabela
abaixo que traz a mediana de picos sistólicos de ACM
IAMSPE – 2015 para cada idade gestacional, assinale a alternativa que
13. Paciente submetida à operação cesariana queixa-se apresenta a melhor conduta para esse caso:
de prurido generalizado, após algumas horas de pós-
-operatório. Isso, provavelmente, deve-se ao (a) Idade gestacional Mediana para pico sistólico
a) efeito do anestésico (semanas) da ACM (cm/s)
b) alergia ao antisséptico utilizado 26 33,6
c) alergia ao esparadrapo 28 36,9
d) alergia aos fios de sutura
30 40,5
e) efeito da morfina associada ao anestésico
32 44,4
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 34 48,7
36 53,5
Santa Casa-SP – 2015
14. A pedido do médico residente, o aluno de medicina a) resolução da gestação
foi avaliar uma puérpera primípara em seu segundo b) conduta expectante com acompanhamento semanal
dia pós-parto e encontrou os seguintes achados: to- do pico sistólico da artéria cerebral média
que vaginal revelando colo uterino pérvio para 1,5 c) cordocentese para verificar hematimetria fetal e ne-
cm, loquiação rubra e útero com altura de 18 cm. O cessidade de transfusão intrauterina
aluno deve interpretar tais achados como: d) amniocentese e coleta de líquido amniótico para es-
a) puerpério fisiológico pectofotometria
b) atonia uterina e) repetir Coombs indireto e Doppler de artéria cere-
c) retenção de restos placentários bral média em quatro semanas
d) endometrite puerperal
e) inversão uterina  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Santa Casa-SP – 2015
17. Primigesta de 40 semanas e 3 dias de gravidez en-
Santa Casa-SP – 2015 contra-se em fase final do trabalho de parto, com
15. Feliz por descobrir a gravidez em exame de sangue, dilatação total do colo uterino e membranas rotas.
embora muito nauseada, uma gestante vai realizar Inicia-se quadro de bradicardia fetal persistente e
sua primeira ultrassonografia. A idade gestacio- eliminação de mecônio espesso. A apresentação fetal
nal cronológica é de 11 semanas. Pra sua surpresa encontra-se no plano +3 de De Lee, defletida de pri-
a análise ultrassonográfica revela dois fetos com meiro grau com o ponto de referência voltado para a
comprimentos crânio-nádega compatíveis com 11 linha arqueada direita. Qual a variedade de posição e
semanas, e mostra ainda sinal do lambda no territó- conduta mais adequada para esse caso?
rio placentário. Com base nesses achados é possível a) ODT, cesariana
afirmar que: b) ODT, fórcipe de Kielland

SJT Residência Médica – 2016


211
15 Temas gerais

c) BDT, fórcipe de Simpson em até 15% dos casos de mulheres com abortamento
d) BDT, fórcipe de Kielland habitual.
e) ODT, fórcipe de Simpson IV. Considera-se aborto retido quando há morte fetal
intrauterina sem eliminação do ovo após 1 semana.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
A alternativa que contém todas as afirmativas corre-
tas é:
UEPA – 2015 a) I
18. Gestante é portadora de herpes genital, na 39ª sema- b) I, II e III
na de gestação apresenta recidiva com lesões em re- c) I e III
gião perineal. A melhor conduta, nesse caso, será: d) II e IV
a) permitir o parto vaginal, proteger o períneo e obser- e) III e IV
var o recém-nato
b) permitir o parto vaginal e tratar o recém-nato com  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
aciclovir intravenoso
c) permitir o parto vaginal e tratar o recém-nato com UFMA – 2015
globulina hiperimune 21. Paciente 23 anos, multípara. Evolui no pós-parto
d) indicar cesárea apenas se a gestante apresentar rotu- vaginal imediato com sangramento ativo, observa-
ra prematura de membranas, para evitar o contágio do após dequitação placentária, está sem alterações.
do bebê Pré-natal e trabalho de parto sem anormalidades.
e) indicar cesárea eletiva para evitar o contágio do bebê Ao exame: estado geral regular, sudoréica, PA= 110 x
60 mmhg, FC = 110 BPM. Diante do exposto, qual a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
principal hipótese diagnóstica e conduta inicial?
a) hemorragia pós-parto (coagulopatia) / transfusão
UEPA – 2015 hemoconcentrados
19. Gestante com 24 semanas procura o pronto atendi- b) hemorragia pós-parto (atonia uterina) / correção da
mento obstétrico com queixa de desconforto respi- hipovolemia, massagem uterina e uso de uterotôni-
ratório. No exame físico, a ausculta pulmonar estava cos (ocitocina / metilergometrina/ misoprostol)
normal e no exame obstétrico, a altura uterina era de c) hemorragia pós-parto / tratamento cirúrgico (histe-
35 cm. Foi realizada ultrassonografia demonstrando rectomia), devido à instabilidade hemodinâmica
gravidez gemelar, sendo que um dos fetos apresenta- d) hemorragia pós-parto (acretismo placentário) / cor-
va peso de 700 gramas e o maior bolsão do líquido reção da hipovolemia / massagem uterina / uso de
amniótico era de 14 cm, enquanto o outro feto apre- uterotônicos (ocitocina / metilergometrina/ miso-
sentava peso de 450 gramas e o maior bolsão de lí- prostol), seguido de curetagem uterina
quido amniótico era de 1 cm. Diante deste quadro, é e) hemorragia pós-parto (laceração do trajeto no canal
correto afirmar que se trata de: do parto) / correção da hipovolemia, massagem ute-
a) gestação monozigótica, monocoriônica e monoam- rina e uso de uterotônicos (ocitocina / metilergome
niótica com síndrome de transfusão feto-fetal trina/ misoprostol)
b) gestação monozigótica, monocoriônica e monoam-
niótica com gemelidade imperfeita  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) gestação dizigótica, dicoriônica e diamniótica com
superfetação UFPI – 2015
d) gestação monozigótica, monocoriônica e diamnióti- 22. Sobre a gravidez de alto risco, marque a opção COR-
ca com síndrome de transfusão feto-fetal RETA.
e) gestação dizigótica, monocoriônica e diamniótica a) a recomendação para uso de insulina no diabetes
com superfetação mellitus é de 0,9; 0,7 e 0,5 U/Kg/dia no primeiro, se-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA gundo e terceiro trimestre, respectivamente
b) a frequência de malformações fetais maiores aumen-
ta expressivamente quando a hemoglobina glicosila-
UEPA – 2015 da se encontra acima de 9,5 g% no período embrio-
20. Quanto ao abortamento, analise as afi rmativas nário de gestantes diabéticas
abaixo. c) a educação dietética não é a terapêutica suficiente
I. As anormalidades cromossômicas são as causas para controle glicêmico de pacientes com diabetes
mais comuns de abortamento (50 – 80%). gestacional
d) a transmissão vertical, na citomegalovirose primária
II. O uso de álcool, uso excessivo de cafeína e tabagis-
é baixa, não ultrapassando a taxa de 10%
mo materno e paterno são fatores de risco para abor-
e) anemia e rotura prematura das membranas não são
tamento.
consideradas fatores de risco para infecção puerperal
III. A síndrome antifosfolipídeo, com anticorpos an-
ticardiolipina e anticoagulante lúpico, está presente  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


212
Obstetrícia | Questões para treinamento

UFPR – 2015 d) despreparo do profissional para resolução do parto


23. Hoje muito se discute a respeito do aumento do nú- vaginal
mero de cesáreas em alguns países. Conhecer, por- e) conveniência do obstetra
tanto, os benefícios e desvantagens de cada via de
parto é indispensável ao médico. Identifique como  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
verdadeiros (V) os efeitos que aumentam com a ce-
sárea e como falsos (F) os que não apresentam essa AMP – 2015
correlação. 26. Em relação ao fórcipe, qual dos abaixo tem seu uso
( ) Lesão de bexiga. indicado para casos de cabeça derradeira encravada
( ) Óbito fetal em gestação futura. em apresentações pélvicas?
( ) Depressão pós-parto. a) Piper
( ) Morbidade respiratória neonatal. b) Simpson
( ) Dor nas costas. c) Braun
d) Kielland
Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor- e) Luikart
reta, de cima para baixo:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) F–V–F–F–F
b) F–F–F–V–V
c) V–V–V–F–V AMP – 2015
d) V–F–V–V–V 27. Com relação ao parto e puerpério, assinale a incor-
e) V–V–F–V–F reta.
a) puerpério imediato é aquele que vai até a quarta
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
hora após o parto
b) puerpério mediato é aquele que vai do início da ter
AMP – 2015 ceira hora até o final do décimo dia pós-parto
24. Paciente de 24 anos de idade, puérpera de 2 semanas, c) alguns estudos defendem a tese de que o final do
relata uma semana de evolução de dispneia progres- puerpério ocorre somente doze semanas após o parto
siva, com ortopneia e dispneia paroxística noturna. d) o puerpério tem início logo após a dequitação pla-
Nega dor torácica, febre ou tosse. Ao exame com FR centária e se estende até seis semanas completas
28 mrm, PA 100/72 mmHg, jugulares ingurgitadas, após o parto
edema de membros inferiores ++/4 com cacifo, aus- e) puerpério tardio é aquele que vai do início do déci-
culta cardíaca com presença de ritmo de galope e mo primeiro dia até o retorno das menstruações, ou
pulmonar com estertores bolhosos até terço médio seis a oito semanas nas lactantes
bilateralmente. Considerando a hipótese diagnóstica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mais provável é correto afirmar que:
a) a recuperação é total após 8 semanas de doença
b) o tratamento inclui diuréticos e bloqueadores do ca- Hospital da Polícia Militar-MG – 2015
nal de cálcio 28. Sobre as neoplasias maternas durante a gravidez é
c) o uso de antiinflamatórios não esteroidais reduz o INCORRETO afirmar que:
tempo de doença a) ( ) existe um retardo diagnóstico quando os sinto
d) é ocorrência frequente em primíparas e pode recidi- mas digestivos, as dores abdominais e os distúrbios
var em gestações subsequentes do trânsito intestinal são imputados à gravidez
e) a gestação deve ser evitada em pacientes que não b) ( ) o câncer colorretal dá metástases para a placen-
apresentam recuperação de função, pelo risco de re- ta e o feto da mesma forma que o melanoma e as
corrência hemopatias malignas
c) ( ) a gravidez leva a um estado de imunotolerância
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA que poderia favorecer ao aparecimento, ao desenvol-
vimento e a difusão tumoral
AMP – 2015 d) ( ) a radioterapia subdiafragmática é contraindi-
25. No Brasil, tem-se observado um número elevado de cada na mulher grávida pois é teratogênica, induz a
cesarianas, associadas a fatores não obstétricos e sim formação de tumores na criança e pode levar à mor-
de causas socioeconômicas. Das alternativas abaixo, te intraútero
qual não se enquadra neste conceito?  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) falta de normatização e legislação de incentivo às
práticas humanizadas de parto vaginal
b) remuneração similar para partos normais e cesaria- PUC-PR – 2015
nas pelo SUS e planos de saúde 29. R. S. T., 25 anos, tercigesta, Rh(D) negativo, atual-
c) uso excessivo de tecnologia aliada ao temor de pro- mente na 32ª semana, com antecedentes obstétricos
cessos judiciais de parto normal de termo e aborto na 12ª semana de

SJT Residência Médica – 2016


213
15 Temas gerais

gestação; foi realizada, profilaticamente, a imuno- III. Realizar imunoglobulina anti-Rh para evitar
globulina anti-D. Durante este pré-natal teve todos agravamento da doença fetal.
os Teste de Coombs indiretos negativos. Após so- Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa (s)
frer acidente de trânsito, procurou imediatamente a) I, apenas
a Maternidade e, mesmo sem sangramento uterino b) II, apenas
presente, foi realizado o Teste de Kleihauer, que foi c) III, apenas
positivo. Esse teste corresponde à presença: d) I e II, apenas
a) de hemólise fetal e) I, II e III
b) e a quantidade de anticorpos anti-D na circulação
materna  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) de hemácia materna na circulação fetal
d) e a quantidade de anticorpos anti-D na circulação
PUC-RS – 2015
fetal
33. Em relação à asma na gestação, considere as afirmati-
e) de hemácia fetal na circulação materna
vas abaixo:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA I. Os efeitos deletérios da asma não controlada para
mãe-feto são pré-eclâmpsia, necessidade de partos
cesarianos, prematuridade, baixo peso ao nascer,
PUC-PR – 2015 malformações e aumento da mortalidade perinatal.
30. Deve-se orientar que a puérpera NÃO amamente, por
colocar em risco o recém-nascido, no caso de: II. A SPO2 materna, devido à especial fisiologia da
a) sorologia positiva para HTLV 1e 2 gravidez, deve ser mantida acima de 95% para que
b) sorologia positiva para hepatite B não haja hipoxemia fetal.
c) sorologia positiva para hepatite A III. O salbutamol deve ser o b-agonista de curta ação
d) sepse materna preferido.
e) herpes vírus
Está / estão correta (s) a (s) afirmativa (s)
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
PUC-RS – 2015 d) I e III, apenas
31. Em relação às gestações gemelares monocoriônicas, e) I, II e III
considere as seguintes afirmativas:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
I. Apresentam risco de síndrome de transfusão feto-
feto somente se monoaminióticas.
Santa Casa-BH– 2015
II. Apresentam as mesmas complicações que as gesta-
34. Sobre o parto vaginal cirúrgico, assinale a alternati-
ções gemelares dicoriônicas.
va INCORRETA.
III. Tem origem monozigótica em 100% dos casos. a) a incapacidade para expulsão (exaustão materna), o
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa (s) uso de drogas analgésicas e a resistência dos tecidos
a) I, apenas moles à descida do feto são indicações para parto
b) II, apenas vaginal cirúrgico
c) III, apenas b) o colo uterino completamente dilatado a certeza de
d) I e II, apenas encaixamento e da variedade de posição do polo ce-
e) I, II e III fálico fetal e membranas amnióticas rotas são pré-
-requisitos para utilização do fórcipe
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) no fórcipe ou vácuo extração baixos, as rotações são
divididas em ≤ 45 graus ou > 45 graus
d) o suporte emocional contínuo não se mostrou eficaz
PUC-RS – 2015 na prevenção do uso de vácuo-extrator
32. G2P1, Rh negativo, sem intercorrências na gestação
anterior, relata que seu filho anterior nasceu com fa-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tor Rh positivo e não sabe informar se recebeu imu-
noglobulina anti-Rh no pós-parto. No momento,
com 24 semanas de gestação, traz teste de Coombs SURCE – 2015
indireto positivo com titulação de 1:4. Em relação ao 35. Grande multípara, cujo 2º. período demorou 3h e
caso clínico, considere as seguintes afirmativas: recém-nascido pesou 4300g, passou a apresentar, na
1ª hora de pós-parto, sangramento transvaginal volu-
I. Realizar cordocentese para avaliar diretamente o
moso associado à hipotensão e taquicardia. Levando
grau de anemia fetal.
em consideração a PRINCIPAL causa desse quadro
II. Realizar controle seriado com Teste de Coombs clínico, qual conduta abaixo representa ação de pri-
indireto até atingir titulação crítica. meira linha de tratamento?

SJT Residência Médica – 2016


214
Obstetrícia | Questões para treinamento

a) manobra de Taxe a) hipoplasia pulmonar fetal


b) sutura de B-Lynch b) insuficiência placentária
c) ocitocina endovenosa c) prolapso de cordão
d) ligadura de artéria ilíaca interna d) corioamnionite

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2015 UERJ – 2015


36. Mulher de 38 anos, GIII-PI-AI, comparece à con- 39. Paciente de 30 anos, GIII-PII-A0, comparece à con-
sulta pré-natal apresentando o seguinte laudo de sulta pré-natal apresentando teste de Coombs indire-
exame ultrassonográfico: feto único com CCN = to de 1:4; seu Rh é negativo e o do marido é positivo,
58 mm, compatível com 12 semanas e dois dias, sendo o mesmo pai das gestações prévias. Ela refere
BCF = 158bpm, translucência nucal medindo duas cesarianas anteriores sem intercorrências na
3mm, osso nasal ausente, ducto venoso com onda gestação e com alta após 48 horas, acompanhada do
A positiva (normal). Calculado o risco relativo recém-nascido, tendo realizado laqueadura tubária
pós-teste, obteve-se resultado de 1:40. Com base na segunda gravidez. A avaliação da caderneta de
nesses dados, deve-se fornecer a seguinte orienta- acompanhamento de puericultura dos filhos prévios
ção à paciente: revela primeiro filho com Rh negativo e o segundo
a) informar a paciente que se trata de um diagnóstico de com Rh positivo, não sendo realizada imunoprofila-
aneuploidia fetal e que não há tratamento para o caso xia na segunda gestação, em virtude da laqueadura
b) aguardar o segundo trimestre para realizar ultrasso- tubária. O acompanhamento, nessa gravidez, deve ser
nografia morfológica para confirmação diagnóstica realizado inicialmente com:
c) tranquilizar a paciente em relação ao prognóstico a) realização de cordocentese
fetal, pois o risco relativo de 1:40 é baixo b) dosagem seriada de Coombs indireto
d) realizar teste invasivo para coleta de material fetal, c) realização de espectrofotometria de líquido amnió-
visando realização de cariótipo tico
d) seguimento com dopplerfluxometria de artéria cere-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA bral média

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UERJ – 2015
37. Gestante de 21 anos é atendida no ambulatório de
pré-natal na oitava semana de gravidez. História UFF – 2015
obstétrica indica GIV-PI-AII, sendo dois aborta- 40. O conhecimento do tipo de gestação gemelar é de ex-
mentos de primeiro trimestre e um natimorto na trema importância para que possamos estar atentos
30ª semana de gravidez com morfologia normal; às suas complicações específicas. Esse conhecimento
nega uso de medicação nas gestações anteriores e possibilita ao médico saber que:
nega antecedentes de trombose vascular; possui a) a Síndrome de Transfusão Feto-fetal (STFF) é en-
duas dosagens de lúpus anticoagulante positivas contrada nos gêmeos monocoriônicos
com dez semanas de diferença. Nessa paciente, está b) o risco de morte de um dos fetos é maior nos dicori-
indicado o uso de: ônicos
a) heparina não fracionada plena c) o risco de coagulação intravascular disseminada é
b) enoxaparina profilática muito alto quando ocorre o óbito de um dos fetos
c) cumarínico d) a gestação deve ser interrompida imediatamente
d) prednisona quando ocorre o óbito de um dos fetos
e) o entrelaçamento de cordão ocorre principalmente
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nos diamnióticos

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UERJ – 2015
38. Primigesta de 19 anos é atendida com 23 semanas de
gestação no pré-natal de alto risco, devido ao achado UNAERP – 2015
ultrassonográfico de oligodramnia. A paciente está 41. Assinale dentre as alternativas abaixo aquela que não
assintomática, nega perdas transvaginais ou quais- corresponde a um critério clínico para pesquisa de
quer outras queixas. Ela apresenta exame ultrassono- SAAF:
gráfico realizado há uma semana com o seguinte lau- a) paciente com antecedente de trombose venosa pro-
do: feto único, pélvico, com biometria de 22 semanas funda
de gravidez, adramnia, agenesia renal bilateral, res- b) paciente que refere parto pré termo prévio com 31
tante da morfologia aparentemente sem alterações. semanas por corioamniorrexe
Entre as complicações encontradas nesse caso, é cor- c) paciente com antecedente de 3 abortos com até 10
reto citar: semanas excluídas outras causas

SJT Residência Médica – 2016


215
15 Temas gerais

d) paciente com antecedente de eclampsia em gestação UNICAMP – 2015


prévia levando a resolução da gestação com 28 se- 44. Mulher 32a, G3P2, idade gestacional = 25 semanas.
manas Refere ter “Rh negativo” e o pai da criança tem “Rh
e) paciente com óbito fetal em gestação anterior com positivo”. Teste indireto da antiglobulina (Coombs
35 semanas indireto) = positivo com identificação de anticorpo
anti-Lewis A, classe IgM. A conduta é:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) acompanhar o feto com dopplerfluxometria de arté-
rias cerebrais
UNITAU – 2015 b) repetir Coombs indireto com 28 semanas
42. A imunoglobulina anti-Rh deve ser administrada nas c) realizar cordocentese
primeiras 72 horas pós-parto, em casos de d) realizar amniocentese
a) RN Rh (+), mãe Rh (-), Coombs indireto com anti-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
-D positivo
b) RN Rh (+), mãe Rh ( ), Coombs indireto com anti-
-D negativo UNIOESTE – 2015
c) RN Rh (-), mãe Rh (+), Coombs indireto com anti- 45. Qual das alternativas abaixo NÃO é considerada fator
-D positivo de risco para infecção puerperal?
d) RN Rh (-), mãe Rh (+), Coombs indireto com anti- a) baixo nível socioeconômico da parturiente
-D negativo b) rotura espontânea da bolsa amniótica em pleno pe-
e) RN Rh (-), não importando Rh materno, desde que ríodo expulsivo
Coombs indireto seja positivo c) operação cesariana com duração superior a 60 mi-
nutos
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) número excessivo de exames (toques) vaginais
e) obesidade
UNICAMP – 2015
43. Mulher, 39a, negra, G5P5A0, chega ao Pronto Atendi-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mento no quinto dia após parto normal. Refere que,
desde o parto, apresenta falta de ar progressiva, can- UNIOESTE – 2015
saço, dor no peito e aumento do inchaço nas pernas. 46. Qual das alternativas abaixo é indicação absoluta de
Nega antecedentes mórbidos. Exame físico: descora- operação cesariana?
da +/4+; T = 36,5 °C; FC = 110 bpm; FR = 26 irpm; a) placenta prévia centro total
PA= 140 x 80 mmHg. Hemograma: Hb = 10.8g/dl; Htc b) polidrâmnio
= 37%; Leucócitos = 6.890/mm³; Plaquetas = 220.000/ c) antecedente de ameaça de aborto na gestação atual
mm³. Radiograma de tórax: d) rotura prematura da bolsa amniótica
e) pré-eclâmpsia leve

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

USP-RP – 2014
47. ID: Puérpera: G5P3A2, no 1º dia após parto cesárea e
laqueadura tubária devido às múltiplas cesáreas ante-
riores. Tipo sanguíneo é O negativo.
RN: O tipo sanguíneo é O positivo.
HMA: Fez seguimento em pré-natal de alto risco por
causa do diagnóstico de hipertensão arterial crônica.
Recebeu imunoglobulina anti-Rh D na 28ª semana.
Com relação à profilaxia da aloimunização Rh, a imu-
noglobulina anti-Rh D.
a) deve ser administrada, se o resultado do Coombs In-
direto materno colhido antes do parto for negativo
b) não deve ser administrada, pois a mãe já a recebeu
O diagnóstico é: durante o seguimento pré-natal
a) tromboembolismo pulmonar c) deve ser administrada imediatamente, uma vez que
b) cardiomiopatia periparto o tipo sanguíneo do recém-nascido é positivo
c) infarto agudo do miocárdio d) não deve ser administrada, pois a paciente fez laque-
d) edema pulmonar secundário à pré-eclâmpsia atípica adura tubária e não terá mais filhos

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


216
Obstetrícia | Questões para treinamento

USP-RP – 2014 materna, quando comparada com a administração


48. ID: Mulher, 24 anos de idade, G4P3A1, IMC: 34 Kg/m². exclusivamente após o parto
HMA: está na 5ª semanas pós-parto cesariana por feto b) situações de risco para hemorragia feto materna e
pélvico e vem à consulta para iniciar algum método sensibilização incluem: gestação ectópica, biópsia
contraceptivo. Não está amamentando, não apresenta de vilo corial, amniocentese, trauma abdominal fe-
doenças e nem vícios. chado, versão externa, hemorragias do 3º trimestre,
Indique os contraceptivos que podem ser prescritos óbito fetal e gestação molar
com base na atualização dos critérios de elegibilidade c) a administração de imunoglobulina anti-D pela via
da Organização Mundial de Saúde para puerpério - endovenosa está associada a menor meia vida
OMS (2010) -categoria 1 e/ou 2. d) a pesquisa rotineira de DNA fetal livre no sangue
a) pílula apenas de progestagênio, injetável mensal e materno evita administração desnecessária de imu
dispositivo intrauterino de cobre após 48 horas do noglobulina anti-D em cerca de 30 a 40% das gestan-
parto tes Rh negativas não sensibilizadas
b) implante, injetável trimestral e sistema intrauterino e) o teste de Kleihauer-Betke permite estimar o volume
liberador de levonorgestrel após 4 semanas do parto de hemorragia feto-materna
c) dispositivo intrauterino de cobre inserido 3 sema-
nas após o parto, adesivo e injetável trimestral  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) pílula combinada, implante e anel vaginal

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA UERJ – 2014


52. Roberta, primigesta, é atendida na 20ª semana de
gestação com quadro sugestivo de trombose venosa
ABC – 2014 profunda. Com relação à investigação diagnóstica e o
49. Uma gestante Rh negativo, casada com marido Rh tratamento deste caso, pode-se afirmar que a(o):
positivo está com 26 semanas e apresenta teste de a) warfarin é uma alternativa segura de tratamento na
Coombs indireto positivo. Frente a estas informações gravidez
pode-se afirmar que: b) D dímero é útil para o diagnóstico de trombose ve
a) se o título for inferior a 1/32 é sinal de que o marido nosa profunda na gestação
possa ser heterozigoto e o feto que está sendo gerado c) anticoagulação deve ser mantida até, pelo menos,
possa ser Rh negativo quatro a seis semanas pós-parto
b) o controle da destruição das hemácias fetais se fará d) doppler colorido de membros inferiores tem menor
por análise de sangue fetal obtido por cordocentese sensibilidade no diagnóstico de trombose venosa
c) está indicada aceleração da maturidade fetal e pro- dos sistemas poplíteo
gramar a interrupção da gestação
d) o grau da anemia é inferido por análise do pico sis-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tólico da artéria cerebral média
UERJ – 2014
CREMESP – 2013 53. Cátia é atendida com 42 dias pós-parto, com quadro
50. Com relação a uma mulher tercigesta tercípara, que de febre de 39ºC, dor ao amamentar e mal-estar. Ao
teve parto vaginal há 38 horas: exame físico, apresenta mama direita ingurgitada
a) os achados de útero hipoinvoluído, doloroso e pasto- com área de hiperemia e calor em quadrantes exter-
so são sugestivos da presença de restos placentários nos, sem evidências de abscessos ao exame clínico e
b) a constatação de temperatura axilar de 38 °C é indi- ultrassonográfico. A melhor conduta, neste caso, é
cativo de infecção puerperal iniciar antibioticoterapia e orientar a paciente quanto
c) os achados de empastamento e dor na panturrilha a amamentação:
são complicações decorrentes do edema de mem- a) manter o regime vigente
bros inferiores b) continuar somente na mama esquerda
d) a sucção mamária pelo recém-nascido pode deter c) reiniciar logo após término da antibioticoterapia
minar contrações uterinas d) suspender por duas horas após cada dose do antibi-
e) a loquiação obedece a seguinte sequência: fusca, ru- ótico
bra, flava e alva
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2014
CREMESP – 2013 54. Marcela com hipertensão arterial sistêmica é atendi-
51. Quanto à aloimunização durante a gestação, é IN- da com quadro de descolamento prematuro de pla-
CORRETO afirmar: centa, evoluindo com parto em alude de feto morto.
a) a administração rotineira de imunoglobulina anti-D Após dez minutos do parto, inicia quadro de sangra-
no terceiro trimestre da gestação, e após o parto, re- mento vaginal intenso. Ao exame físico apresenta:
duz significativamente a ocorrência de sensibilização PA=150/100 mmHg, FC = 100 bpm, útero 1cm acima

SJT Residência Médica – 2016


217
15 Temas gerais

de cicatriz umbilical, amolecido, colo uterino aberto PUC-RS – 2014


com sangramento vaginal intenso. Associado à esta- 57. Com relação à mastite puerperal, são feitas as seguin-
bilização hemodinâmica dessa paciente, o tratamento tes assertivas:
de primeira linha nesta situação deve ser: I. O agente etiológico mais frequente é o Streptococ-
a) aplicação de metilergonovina cus agalactiae.
b) infusão venosa de ocitocina
c) indicação de curetagem uterina II. A amamentação deverá ser suspensa na mama afe-
d) realização de tamponamento uterino tada somente por 24 horas.
III. A maior incidência ocorre entre a primeira e a
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
quinta semanas puerperais.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):
UNICAMP – 2014 a) I, apenas
55. Gestante faz sua primeira ultrassonografia obstétrica b) II, apenas
com 22 semanas de gestação. O laudo assinado por c) III, apenas
dois médicos vem acompanhado por duas fotografias d) II e III, apenas
(face e polo cefálico) e define, de maneira inequívoca, e) I, II, III
o diagnóstico de anencefalia fetal. Após ser informa-
da sobre o diagnóstico fetal, a gestante deseja inter-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
romper a gravidez. Assinale a alternativa correta:
a) a interrupção da gravidez não é permitida, pois a
PUC-RS – 2014
idade gestacional é superior a 12 semanas
58. Em relação à bossa serossanguínea e sua permanên-
b) é necessária autorização judicial para interrupção da
cia, são feitas as seguintes afirmações:
gravidez
c) a interrupção da gravidez poderá ser realizada me- I. A localização é variada (cabeça, nádega, face).
diante solicitação assinada pela mulher II. Deve ser reavaliada em 5-7 dias após identificada.
d) o procedimento para a interrupção da gravidez de-
verá ser realizado em hospital com serviço de UTI III. Trata-se de edema do tecido com reabsorção pre-
neonatal vista em 24-48 horas.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
Albert Einstein – 2004
d) II e III, apenas
56. Assinale o caso em que a via de parto preferencial é a
e) I, II, III
cesárea eletiva agendada:
a) paciente primigesta, idade gestacional 35 semanas,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
com amniorrexe prematura, saída de líquido claro
com grumos médios, colo pérvio para 4 cm, perfil
biofísico fetal 8/10, feto em apresentação cefálica
b) paciente 2G com um parto fórcipe anterior, idade PUC-RS – 2014
gestacional 38 semanas, com 3 contrações a cada 59. Sobre gestações gemelares monocoriôndricas e diam-
10 minutos, dor abdominal, sangramento vaginal nióticas, são feitas as seguintes assertivas:
abundante, útero hipertônico, feto bradicárdico,
I. Têm origem monozigótica.
apresentação cefálica e colo dilatado para 5 cm
c) paciente primigesta, idade gestacional de 41 sema- II. Apresentam risco de síndrome de transfusão feto-
nas, assintomática, colo grosso pérvio para 1 polpa fetal.
digital, amnioscopia revelando líquido claro com III. São mais frequentes que as gestações dicoriônicas.
grumos grossos, perfil biofísico fetal = 10, feto em
apresentação cefálica Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s):
d) paciente 3G com dois partos vaginais anteriores, 38 a) I, apenas
semanas + 5dias, história de perda de liquido há 2 b) II, apenas
horas. Ao exame: 1 contração uterina fraca em 10 c) I e II, apenas
minutos, colo pérvio para 4 cm, mecônio fluido d) II e III, apenas
2+/4+ com grumos, perfil biofísico fetal 8/10, feto e) I, II, III
em apresentação cefálica  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) paciente 3G com dois partos vaginais anteriores, 39
semanas, portadora do vírus HIV, colo impérvio,
perfil biofísico fetal 10, carga viral indectectável, feto AMP-PR – 2014
em apresentação cefálica 60. O tromboembolismo venoso é uma doença potencial-
mente fatal e causa importante de óbito materno. Sua
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA incidência é de 5 a 50 vezes maior em mulheres grávi-

SJT Residência Médica – 2016


218
Obstetrícia | Questões para treinamento

das do que em não grávidas da mesma idade. Consi- b) a ultrassonografia convencional bidimensional é a
derando essa doença, qual das alternativas abaixo não ferramenta primária e na maioria dos casos, sufi-
é correta? ciente para a avaliação da morfologia e rastreamento
a) os eventos tromboembólicos na gestação estão as- de anormalidades fetais
sociados, estima-se, a trombofilias hereditárias em c) a ultrassonografia tridimensional é uma tecnologia
mais de 50% dos casos relativamente nova e que gradualmente vem con
b) a ultrassonografia com Doppler consiste no primei- quistando espaço para uso em diagnóstico pré-natal
ro exame a ser solicitado em casos de suspeita de d) as principais indicações de ressonância nuclear
trombose venosa profunda magnética são para o estudo dos órgãos abdominais
c) a Tomografia computadorizada de tórax é o pri- do feto e de seu sistema musculoesquelético
meiro exame a ser solicitado para o diagnóstico de e) a ressonância nuclear magnética tem seu uso limita-
tromboembolismo pulmonar do pelo alto custo e presença de artefatos de movi-
d) a heparina de baixo peso molecular deve ser a dro- mentação fetal, dentre outros fatores
ga de escolha para a anticoagulação na gestação, nos
casos de tromboembolismo venoso  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) o parto deve ser programado entre 37 e 40 semanas
de gestação, suspendendo-se a anticoagulação tem- Hospital Municipal São José-SC – 2014
porariamente; esta deve ser reiniciada entre 6 e 8 ho- 63. Secundigesta, casada, com 10 semanas de gestação
ras após o parto pela data da última menstruação, vai à sua primeira
consulta de pré-natal. Refere que sua tipagem sanguí-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
nea é A negativo. Qual deve ser a primeira conduta na
avaliação de risco e de prevenção para a doença he-
AMP-PR – 2014 molítica pré-natal?
61. Considerando que o objetivo maior no rastreamento a) solicitar Coombs indireto
das aneuploidias fetais, é a detecção da trissomia do b) conhecer o Rh do parceiro
cromossomo 21 – Síndrome de Down, assinale o as- c) solicitar Coombs direto
pecto abaixo relacionado que não é correto. d) realizar profilaxia antenatal com imunoglobulina
a) no primeiro trimestre de gestação (11 a 13 semanas anti-D
e 6 dias), o melhor método de rastreamento para e) realizar profilaxia pós-natal com imunoglobulina
anomalias cromossômicas é a combinação da trans- anti-D
lucência nucal com fração beta livre da gonadotrofi-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
na coriônica humana e proteína plasmática-A asso-
ciada à gestação
b) na presença de malformação estrutural, deve-se con Albert Einstein – 2013
siderar a investigação do cariótipo fetal, independen- 64. Mulher, 3 Gesta, 2 Para, tem tipagem sanguínea A,
temente de resultados de rastreamentos prévios RhD negativo, e o marido apresenta tipagem sanguí-
c) a melhor idade gestacional para realização do rastre- nea O, RhD positivo. Encontra-se na 28ª semana da
amento ultrassonográfico no segundo trimestre de gestação, tem título de 128 no exame de Coombs in-
gestação é entre 20 e 24 semanas de gravidez direto contra o antígeno D. Ao exame ultrassonográ-
d) na interpretação do rastreamento de segundo tri- fico, o volume de líquido amniótico é normal, o feto
mestre, deve-se levar em consideração o resultado não apresenta edema ou derrames cavitários, e não há
do rastreamento do primeiro trimestre alterações morfológicas. Nesse caso:
e) o risco para trissomias fetais será maior quanto maior a) para descartar anemia fetal, e necessária a realização
for a idade materna e maior for a idade gestacional de cardiotocografia anteparto e pesquisa do padrão
sinusoidal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) o feto esta anêmico e deve ser tratado pela transfu-
são intrauterina
AMP-PR – 2014 c) o feto não está anêmico e os exames devem ser repe-
62. No acompanhamento da evolução da gestação, os mé- tidos em 3 semanas
todos de imagem são de fundamental importância. d) o feto não está anêmico e a gestante deve receber
Devido aos avanços tecnológicos nas últimas décadas, imunoglobulina anti-D
vários métodos têm ganhado importância. Conside- e) o feto pode estar anêmico e é necessária avaliação
rando tais métodos assinale a alternativa incorreta. dopplervelocimetrica da artéria cerebral média fetal
a) diante de determinados diagnósticos de malforma-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ções fetais ou de suspeita de alteração no exame ul-
trassonográfico bidimensional, pode ser necessária
a complementação propedêutica por meio da ultras- Albert Einstein – 2013
sonografia tridimensional ou da ressonância nuclear 65. Parturiente no termo da gestação, com história de
magnética rotura das membranas ha 2 horas. Ao exame clínico:

SJT Residência Médica – 2016


219
15 Temas gerais

frequência cardíaca fetal de 170 bpm, cervicodilata- e) gestantes com uma cesárea prévia
ção completa, variedade de posição ODA, plano +3 de
De Lee, saída de líquido meconial++. Após a extração  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
fetal, observa-se circular cervical apertada de cordão
umbilical. A provável indicação do procedimento e
HMSJ-SC – 2013
tocurgia realizada são, respectivamente:
69. Parturiente de 40 semanas, G2, com uma cesaria-
a) abreviação do período expulsivo e manobra de Kris-
na anterior ha 3 anos, foi submetida a cesariana ou
teller
diagnóstico de desproporção cefalopélvica. O proce-
b) sofrimento fetal e cesarea
c) sofrimento fetal e fórcipe de Simpson Braun dimento cirúrgico transcorreu sem intercorrências.
d) circular de cordão umbilical e fórcipe de Kielland Cerca de meia hora após o procedimento, a puérpera
e) desproporção cefalopélvica e cesárea apresenta sangramento intenso via vaginal. Qual a
causa mais provável desse sangramento?
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) coagulopatia
b) atonia uterina
c) retenção placentária
Albert Einstein – 2013
d) acidente cirúrgico
66. Puérpera primípara retorna ao hospital no 4º dia de
pós-operatório (cesárea por síndrome hipertensiva e) rotura uterina
grave). Queixa de dor no baixo ventre. Nega febre. Ao  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
exame clínico: regular estado geral, palidez cutaneo-
mucosa 2+, pressão arterial: 130 × 90 mmHg, pulso:
95 bpm, temperatura oral: 36,8°C. O abdome apre- HMSJ-SC – 2013
senta abaulamento na região hipogástrica, útero de 70. Que alternativa apresenta uma indicação absoluta de
difícil exame devido a dor local. Ao toque vaginal: cesariana?
colo impervio com sangramento vermelho em peque- a) placenta prévia centro total
na quantidade. Considerando o caso descrito, a prin- b) peso fetal estimado superior a 4000 g
cipal hipótese diagnóstica e os respectivo(s) exame(s) c) hipertensão gestacional com convulsões
comprobatório(s), são: d) presença de duas ou mais circulares cervicais de cor-
a) ligadura acidental de ureter - ultrassonografia dão
b) infecção puerperal - hemograma completo e) rotura prematura de membranas com colo desfavo-
c) restos placentário - ultrassonografia rável
d) hematoma de parede abdominal - ultrassonografia
e) abscesso de parede abdominal - ultrassonografia e  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
hemograma completo

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA HMSJ-SC – 2013


71. As principais causas de morte materna no Brasil são:
a) hipertensão, diabete e lúpus
Angelina Caron – 2013
67. No parto operatório a fórcipe é necessário: b) hipertensão, infecções e sangramentos
a) a sutura sagital deve estar perpendicular ao plano c) infecção, fenômenos tromboembólicos e sangra-
das hastes, e a fontanela posterior, 1 cm abaixo das mento
hastes d) hipertensão, fenômenos tromboembólicos e infecção
b) não e necessária certeza em relação a posição correta e) sangramento, aborto e diabete
do feto
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) o colo uterino deve ter 9 cm de dilatação
d) a sutura sagital deve estar perpendicular ao plano das
hastes, e a fontanela posterior, 1 cm acima das hastes HMSJ-SC – 2013
e) a sutura sagital deve estar paralela ao plano das has- 72. Uma puérpera de 18 anos teve seu primeiro filho há
tes, e a fontanela posterior 1 cm acima das hastes 3 dias. No momento está amamentando o bebê exclu-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sivamente, mas sente dor ao amamentar e apresenta
uma fissura em mamilo direito, sem sinais inflamató-
rios no momento. Esta(ão) indicado(as):
AMP – 2013 a) antibiótico tópico
68. São indicações de cesarianas, exceto: b) compressas frias em mamas
a) sofrimento fetal agudo c) esvaziamento mamário com bomba
b) síndromes hemorrágicas agudas d) esvaziamento mamário com ordenha manual
c) cesarea post-mortem (morte materna) e) orientar a pega correta e estimular o aleitamento
d) prolápso de cordão umbilical em fase inicial do tra-
balho de parto  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


220
Obstetrícia | Questões para treinamento

INCA-RJ – 2013 d) parametrite


73. A placenta cuja inserção alcança quase toda a cavida- e) pielonefrite
de do útero, não havendo diferenciação entre corio
frondoso e corio liso, e a:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) zonaria
b) fenestrada SURCE-GO – 2013
c) marginada 78. Primigesta, 39 semanas, altura uterina 34 cm, em tra-
d) membranacea balho de parto, foi submetida a anestesia peridural
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA contínua. Exame obstétrico revelou feto em boas con-
dições de vitalidade, ângulo subpubico normal, espi-
nhas isquiáticas planas, apresentação cefálica flétida e
PUC-PR – 2013 bolsa rota. Após 1 hora de período expulsivo, a apre-
74. Para a prevenção da aloimunização Rh, em gestantes sentação fetal encontrava-se 3 cm abaixo do plano
Rh-negativo e parceiros Rh-positivo, é correto: das espinhas isquiáticas, com bossa serossanguínea
a) administrar imunoglobulina anti-D se Coombs in- (2+/4+), parietal anterior pouco acessível ao toque,
direto reagente sutura sagital no plano transverso da pelve materna e
b) administrar imunoglobulina anti-D se gestante não fontanela occipital situada à direita. Qual o diagnós-
sensibilizada, com 28 semanas de gestação tico mais provável e a conduta mais indicada?
c) administrar imunoglobulina anti-D se Coombs-di- a) distocia de insinuação, defletida de 1º grau, estando
reto reagente indicado uso de forcipe de Kielland
d) solicitar Coombs indireto semanal no terceiro tri- b) desproporção cefalopélvica em estreito superior, as-
mestre sinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
e) no puerpério administrar imunoglobulina anti-D se c) distocia de rotação em variedade de posição ODT,
recém-nascido Rh-negativo assinclitismo anterior, estando indicada a cesárea
d) distocia de rotação em variedade de posição ODP,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
assinclitismo posterior, estando indicada a cesárea
e) distocia de rotação em variedade de posição ODT,
SES-SC – 2013 assinclitismo posterior, estando indicado uso de fór-
75. Diante de um caso grave de eritroblastose fetal, o obs- cipe de Kielland
tetra deve estar preparado para encontrar:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) morte fetal
b) edema subcutaneo
c) ascite fetal SURCE-GO – 2013
d) todas as anteriores 79. Mulher de 30 anos de idade, G3P2, com gestação de 38
e) nenhuma das anteriores semanas e dois partos vaginais prévios, iniciou traba-
lho de parto ha duas horas. Ao exame obstétrico, apre-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
senta padrao contrátil de 4/10´/40´´. Os batimentos
cardíacos fetais apresentam queda durante a contração
SES-SC – 2013 (de 136 bpm para 112 bpm), com retorno aos níveis
76. A gestação múltipla apresenta uma maior morbimor- prévios ao término da contração. O colo uterino apre-
talidade. A causa deste aumento de risco está relacio- senta dilatação de 8 cm, com líquido amniótico meco-
nada a(a): nial flúido. Qual a conduta mais indicada?
a) distocia no trabalho de parto a) fazer cesárea de imediato
b) doença hipertensiva específica da gestação b) iniciar tocólise e realizar cesariana
c) malformações mais frequentes na gestação múltipla c) aguardar a evolução para parto vaginal
d) diabete melito gestacional d) fazer traquelotomia e fórcipe de alívio
e) prematuridade e) administrar ocitócico para acelerar o trabalho de parto

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SURCE-GO – 2013 SURCE-GO – 2013


77. Mulher com quadro de infecção puerperal, em regime 80. Primípara que teve parto normal há 3 horas, seguido
de antibioticoterapia adequada, persiste com febre de secundamento ativo e completo, apresenta sangra-
alta diária. O exame abdominal e a ultrassonografia mento transvaginal volumoso. Ao exame, apresenta
abdominopélvica estão normais. Qual o diagnóstico palidez, hipotensão, taquicardia, útero de consistên-
clínico mais provável? cia firme e indolor e fundo uterino 4 cm abaixo da ci-
a) tromboflebite pélvica séptica catriz umbilical. Após infusão de soro fisiológico com
b) endometrite por anaeróbios ocitocina, o sangramento persiste volumoso. Qual a
c) endocardite bacteriana melhor conduta a seguir?

SJT Residência Médica – 2016


221
15 Temas gerais

a) manobra da Taxe (D) Gestação gemelar dicoriônica.


b) curetagem uterina (E) Iminência de rotura uterina.
c) tamponamento uterino Assinale a alternativa que contém a associação correta.
d) exame do canal de parto a) I-A, II-B, III-E, IV-C, V-D
e) ligadura das artérias uterinas b) I-A, II-D, III-B, IV-C, V-E
c) I-B, II-A, III-C, IV-E, V-D
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) I-B, II-A, III-E, IV-D, V-C
e) I-D, II-E, III-B, IV-A, V-C
UEL – 2013
81. Em relação a gestação gemelar, atribua V (verdadei-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ro) ou F (falso) as afirmativas a seguir.
( ) A morte fetal nas gestações monocoriônicas mo- UERJ – 2013
noamnióticas ocorre devido ao entrelaçamento 84. No Brasil, a infecção puerperal é a terceira causa de
entre os cordões umbilicais. morte materna. O critério mais importante para o
( ) A transfusão feto-feto é uma complicação comum diagnóstico de endometrite pós-parto é:
nas gestações dicoriônicas. a) febre
( ) Fetos siameses ocorrem quando a divisão celular b) leucocitose
ocorreu entre o terceiro e oitavo dia. c) elevação do PCR
d) loquios de odor fetido
( ) Quando a divisão celular ocorre nas primeiras 72
horas, a gestação será dicoriônica diamniótica.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
( ) Translucência nucal aumentada de um dos gemela-
res no primeiro trimestre de gestação é preditor de
transfusão feto feto nas gestações dicoriônicas. UERJ – 2013
85. Paciente anti-D negativo, Gesta IV Para II AI, com-
Assinale a alternativa que contem, de cima para bai- parece ao acompanhamento pré-natal especializado,
xo, a sequência correta. apresentando teste de Coombs indireto de 1:8 na 20ª
a) V, F, V, F, V semana de gestação. Refere um parto normal a termo
b) V, F, F, V, F
na primeira gestação e um natimorto por hidropsia
c) F, V, V, F, F
fetal. Deve-se recomendar para o seguimento dessa
d) F, V, F, V, V
paciente:
e) F, F, V, V, V
a) cordocentese
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA b) teste de Coombs indireto mensal
c) espectrofotometria de líquido amniótico
d) doppler fluxometria de artéria cerebral média
UEL – 2013
82. Assinale a alternativa que corresponde, corretamente,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
ao perfil bioquímico (teste duplo) de feto com síndro-
me de Down no primeiro trimestre da gestação.
UERJ – 2013
a) β-hCG diminuído e PAPP-A aumentada
86. O Estreptococo β-hemolítico do grupo B (GBS) é
b) β -hCG elevado e proteína plasmática A associada a
um conhecido agente etiológico de sepse neonatal,
gestação (PAPP-A) diminuída
e a administração de antibioticoterapia durante o
c) β -hCG e PAPP-A elevados
trabalho de parto é eficaz na prevenção da doença.
d) β -hCG e PAPP-A diminuídos
Sendo assim, considera-se indicação para profilaxia
e) β -hCG e PAPP-A normais
de Estreptococcia do grupo B o(a):
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) trabalho de parto prolongado
b) bacteriúria por Estreptococo do grupo B
c) amniorrexe por tempo maior que 12 horas
UEL – 2013 d) gestação prévia com cultura positiva para GBS
83. Em relação aos sinais observados em Obstetrícia, re-
lacione a coluna da esquerda com a da direita.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
(I) Sinal da tartaruga.
(II) Sinal do T invertido.
UFF-RJ – 2013
(III)Sinal de Frommel.
87. Paciente de 35 anos solicita a seu médico contracep-
(IV)Sinal do bico de mamadeira.
ção definitiva com esterilização cirúrgica. Dentre as
(V)Sinal do lambda.
opções possíveis, a que apresenta o pior prognóstico
(A) Distócia de ombro. em tentativa futura de restauração da fertilidade é:
(B) Gestação gemelar monocoriônica. a) laqueadura tubária pela técnica de Pomeroy por via
(C) Insuficiência istmocervical. laparotômica

SJT Residência Médica – 2016


222
Obstetrícia | Questões para treinamento

b) esterilização histeroscópica com implante intratu- d) a sutura de B-Lynch e uma boa alternativa na falha
bário medicamentosa
c) vasectomia e) a ligadura das artérias hipogástricas pode evitar a
d) laqueadura tubária por via laparoscópica histerectomia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFF-RJ – 2013 UNAERP – 2013


88. Sobre as gestações dicoriônicas e diamnióticas, é cor- 92. Em uma cesárea eletiva em grávida sem intercorrên-
reto afirmar que: cias, o antibiótico profilático deve ser feito:
a) o enovelamento dos cordões, complicação comum, a) 2 horas antes da cirurgia
constitui risco de vida para os conceptos b) 1 hora antes da cirurgia
b) a cesariana está sempre indicada c) no momento da anestesia
c) é o principal fator de risco para a síndrome da d) após o clampeamento do cordão
transfusão feto-fetal e) no pós-parto
d) é o principal fator de risco para os gêmeos unidos
e) os sexos dos fetos podem ser iguais ou diferentes  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


UCPEL-RS – 2013
93. Durante a gestação, destacam-se as seguintes modifi-
UFG-GO – 2013 cações gerais:
89. A gestação gemelar, sonho de muitos casais, aumenta a) retardo no esvaziamento gástrico e aumento da se-
o risco de complicações durante a gravidez. Em rela- creção gástrica
ção a gestação múltipla, pode-se constatar o seguinte: b) aumento da frequência cardíaca e diminuição da
a) a grande maioria e monozigótica pressão arterial
b) a gravidez monocoriônica e sempre monozigótica c) diminuição da taxa de filtração glomerular e presen-
c) a frequência desse tipo de gestacao corresponde a ça de acidose respiratória
20% do total das gravidezes d) aumento da capacidade residual funcional e da fre-
d) os gêmeos siameses ocorrem em gestações dizigóti- quência respiratória
cas em que a divisão se deu após o décimo terceiro e) diminuição na concentração de fibrinogênio e dos
dia da fecundação fatores de coagulação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFPR – 2013 UFPE – 2013


90. A respeito do puerpério normal, é incorreto afirmar: 94. Qual dos seguintes marcadores não se inclui no “teste
a) a infecção urinária deverá ser lembrada quando triplo” para a síndrome de Down?
ocorrer febre
a) α-fetoproteína sérica materna
b) algumas puérperas podem apresentar calafrios logo
b) lactogênio placentário
após o parto
c) estriol não conjugado
c) depressão leve e transitória e complicação comum,
d) gonadotropina coriônica
ocorrendo em 10 a 15% das gestações
d) a primeira hora pós-parto também é chamada de  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
quarto período
e) no caso de hipotonia uterina pós-parto, a manobra
de Pajot é a primeira a ser realizada UFPE – 2013
95. Qual das seguintes medidas têm-se mostrado eficaz
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA na prevenção da infecção pélvica pós-parto?
a) permitir o delivramento espontâneo
b) trocar as luvas durante a cesárea apos a dequitação
UFPR – 2013
da placenta
91. A hemorragia pós-parto é a causa mais frequente de
c) tratar as infecções assintomáticas durante o pré-natal
mortalidade materna em todo o mundo, sendo res-
d) fechar o peritônio
ponsável por 25% dos casos de morte materna.
Sobre esse assunto, assinale a alternativa incorreta.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) a metilergometrina pode ser usada se a paciente não
for hipertensa
b) o misoprostol tem boa indicação pela via retal UFRN – 2013
c) tamponamento uterino com condon ou sondas deve 96. Em relação ao Índice de Líquido Amniótico (ILA), é
ser evitado, devido aos riscos de choque neurogênico correto afirmar:

SJT Residência Médica – 2016


223
15 Temas gerais

a) o oligoâmnio é diagnosticado diante de ILA abaixo UFSC – 2013


de 8 cm 100. Em relação a gravidez gemelar, assinale a alternativa
b) o polidrâmnio é diagnosticado diante de ILA maior correta.
que 25 cm a) pode ser classificada pelo número de placentas (cha-
c) o oligoâmnio é indicativo de resolução imediata da mada de zigotia ou amnionia)
gestação b) os gêmeos dizigóticos sao o resultado de um ovo fer-
d) o ILA normal é considerado entre 5 e 18 cm tilizado por dois espermatozoides
c) os gêmeos monozigóticos resultam da fertilização de
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
dois óvulos por dois espermatozoides
d) quando a divisão do zigoto ocorre muito precoce-
UFRN – 2013 mente, pela divisão da morula, os gêmeos serão di-
97. Em relação às gestações gemelares, é correto afirmar: coriônicos e diamnióticos
a) a síndrome de transfusão feto-fetal só ocorre em e) a gemelaridade monozigótica e influenciada por
gestações dicoriônicas raca, família e idade
b) as gestações monozigóticas são sempre monocoriô-
nicas e monoamnióticas  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
c) os gêmeos monozigóticos surgem de um único óvu-
lo fertilizado
UNESP – 2013
d) a gestação gemelar nao aumenta o risco de hiperten-
101. Primipara, no 5º dia pós-cesárea, procurou atendi-
são gestacional
mento médico devido a loquiação com odor fétido.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Ao exame físico: bom estado geral, temperatura 37,8
°C, pulso 100 bpm, cicatriz cirúrgica em bom estado,
útero palpável na cicatriz umbilical, amolecido e do-
UFSC – 2013 loroso a mobilização. Toque vaginal colo com dilata-
98. Após o parto, verifica-se um aumento de volume na ção de 3 cm. A conduta é:
região do couro cabeludo do recém-nato. A lesão é re- a) repouso, hiperidratação e retorno se houver piora
presentada pela figura abaixo: do quadro
b) dipirona, cefalexina e retorno se houver piora do
quadro
c) internação, dipirona e hiperidratação EV
d) internação e tratamento com clindamicina e genta-
micina
e) internação e tratamento com cefalotina

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Assinale a alternativa que apresenta corretamente o
nome desta alteração. UNESP – 2013
a) bossa serossanguinea 102. No quarto dia do puerpério, paciente apresentou au-
b) caput succedaneum mento de temperatura axilar, mamas doloridas e in-
c) hemorragia subdural gurgitadas. A orientação é:
d) toco-seroma a) analgésico e calor local entre as mamadas
e) cefalematoma b) suspender a amamentação até melhora do quadro
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) compressas frias e ordenha manual
d) analgésico e elevação das mamas com sutiã
e) introdução de aleitamento misto
UFSC – 2013
99. Durante o trabalho de parto de um feto vivo e a ter-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
mo em primingesta, um toque vaginal com 6 cm de
dilatação do colo revela a glabela como ponto de refe-
UNESP – 2013
rência fetal. No segundo toque, após duas horas, per-
103. A profilaxia antenatal de mulher Rh-negativo com
manece a mesma referencia, agora com 8 cm. Assinale
imunoglobulina anti-D
a alternativa que apresenta a conduta correta.
a) dispensa o teste de Coombs indireto após sua aplica-
a) realizar correção manual
ção
b) indicar cesariana
c) administrar ocitocina b) e realizada após 34 semanas de gestação
d) utilizar fórceps de Kielland c) e realizada de acordo com a tipagem sanguínea do
e) mudar o decúbito materno feto
d) e utilizada para prevenir a doença hemolítica peri-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA natal na gestacao atual

SJT Residência Médica – 2016


224
Obstetrícia | Questões para treinamento

e) não dispensa o uso da imunoglobulina anti-D após o b) I, II e III, apenas


parto c) II, III e IV, apenas
d) I e III, apenas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA e) II e IV, apenas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Unificado-MG – 2013
104. Em relação a hemorragia pós-parto, assinale a alter-
AMP – 2012
nativa errada:
107. Com relação às doenças psiquiátricas, assinale a er-
a) na maioria dos casos não há fatores de risco identi-
rada:
ficáveis, portanto, toda puérpera deve ser rigorosa-
a) Blues puerperal é manifestação infrequente, no perí-
mente monitorizada quanto a perda sanguínea
odo puerperal, afetando entre 5 a 10% das mães
b) o clampeamento precoce do cordão umbilical (até
b) Na depressão puerperal, o início dos sintomas ocor-
60 segundos após a expulsão fetal) reduz o risco de re geralmente na terceira ou quarta semana de puer-
hemorragia pós-parto pério
c) o misoprostol e mais efetivo do que a ocitocina na c) Na psicose puerperal, o início dos sintomas, ocorre
prevenção da hemorragia pós-parto geralmente nas duas primeiras semanas pós-parto
d) placenta prévia, pré-eclâmpsia, multiparidade e obe- d) Acredita-se que de 20 a 30% das pacientes com dis-
sidade são conhecidos fatores de risco para hemor- túrbio bipolar desenvolvem psicose puerperal
ragia pós-parto e) A carbamazepina e o valproato são as drogas mais
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA indicadas para tratamento de distúrbios de humor
durante o período de amamentação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Hospital Albert Einstein – 2012
105. A asma na gestação:
I. Está presente em 0,5% das pacientes. AMP – 2012
108. Com relação aos direitos da mulher no ciclo gravídi-
II. Tem curso imprevisível, com maior tendência de co-puerperal, está incorreto:
piora nos casos graves. a) a Associação Brasileira de Agências de Viagem
III. É de difícil avaliação por conta das modi昀椀cações (ABAV) solicita atestado médico a partir de 36 se-
gravídicas sistêmicas, que alteram os parâme- manas de gestação para viajar de avião
tros de prova de função pulmonar. b) a Associação Brasileira de Agências de Viagem
(ABAV) solicita presença do médico a partir de
IV. Se mal controlada, aumenta o risco de pré- 38 semanas de gestação para viajar de avião, para
-eclâmpsia, prematuridade e sofrimento fetal. acompanhar a gestante durante o voo
Está correto o contido em: c) em se tratando de empregada doméstica ou segurada
a) I, II, III e IV avulsa, o salário-maternidade não precisará ser pago
b) I, II, III, apenas d) o período de licença para mãe adotiva será de 120
c) I e III, apenas dias no caso de criança até 1 ano de idade
d) II e IV, apenas e) em caso de aborto não criminoso, comprovado por
e) IV, apenas atestado médico, a mulher terá direito a repouso re-
munerado de duas semanas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

Hospital Albert Einstein – 2012


CREMESP – 2011
106. Lactante no 10º dia pós-parto retorna em consulta
109. Puérpera, no 7º dia pós-parto, amamentando, apre-
com queixa de dor e inchaço em mama esquerda, as-
senta dor e ingurgitamento de mamas, cefaleia, mal-
sociados à temperatura oral = 38ºC. Ao exame físico:
-estar geral e T = 38°C. Ao exame das mamas observa-
edema e eritema em mama esquerda, sem sinais de
-se hiperemia e tumefação da mama direita, porém
abscesso. Conduta:
sem abscesso local. Além do uso de analgésicos, deve-
I. Ultrassonogra昀椀a de mamas. -se recomendar:
II. Bacterioscopia, cultura e antibiograma de pro- a) ordenha mecânica, compressas quentes, clindamicina
duto de ordenha mamária. b) continuidade da amamentação, compressas frias, ce-
falexina
III. Ordenha mamária e antibioticoterapia com ce- c) continuidade da amamentação, compressas quentes,
falosporina de 1ª geração via oral. cloranfenicol
IV. Suspensão da lactação. d) inibição da lactação, compressas quentes, doxiciclina
e) inibição da lactação, compressas frias, estreptomicina
Estão corretas as condutas apresentadas em:
a) I, II, III e IV  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


225
15 Temas gerais

CREMESP – 2011 d) II e III


110. NÃO constitui indicação de prescrição de imunoglo- e) Todas as alternativas anteriores estão corretas
bulina anti-D em pacientes Rh negativo, DU negati-
vo, com parceiro Rh positivo:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) após-parto de recém-nascido Rh positivo
b) puérpera com perda gestacional anterior devido à ICC-CE – 2012
aloimunização Rh 114. Para a rotação da cabeça fetal com o uso do fórcipe
c) após biópsia de vilo corial ou amniocentese deve-se fazer o movimento para a criação de um cone
d) gestantes em vigência de sangramento vaginal com base
e) após-parto de recém-nascido Rh negativo, DU posi- a) na extremidade manual do instrumento
tivo b) nos bicos (parte em contato com o feto) do fórcipe
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA c) virada para a posição fetal
d) contrária à posição fetal
e) sempre virada para o púbis
CREMESP – 2011
111. Sobre hemorragia de quarto período do parto, é cor-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
reto afirmar que:
a) o exame físico de admissão em centro obstétrico é
capaz de identificar grande parte dos seus fatores de PUC-PR – 2012
risco 115. Sobre a profilaxia da hidropsia fetal imune, é COR-
b) é de ocorrência súbita e de curso imprevisível, o que RETO afirmar:
faz seu tratamento difícil de ser padronizado a) Administrar dose única de gamaglobulina humana
c) tem etiologia imprecisa e multifatorial, assim como anti-Rh em todas as pacientes Rh negativo até 24 ho-
apresentação variável, o que dificulta seu diagnóstico ras pós-parto.
d) gastrosquise, hidrocefalia e agenesia renal bilateral b) Administrar a vacina anti-Rh em todas as gestantes
são diagnósticos fetais associados a sua ocorrência Rh negativo, com 24 semanas de gestação.
e) caso identificado o fator de risco, deve-se indicar re- c) Após abortamento espontâneo e gestação ectópica,
solução no termo da gestação por cesariana todas as mulheres Rh negativo devem receber a imu-
noglobulina Rh.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) Todas as gestantes Rh negativo deverão receber a
profilaxia durante o pré-natal, que consiste em 3 do-
ses durante a gestação e uma dose puerperal.
HOSPITAL ANGELINA CARON – 2012
e) A profilaxia deverá ser realizada com dose padrão
112. São indicações para a identificação de anticoagulante
lúpico e anticorpos antifosfolipídeos: em todas as pacientes submetidas a procedimentos
a) Abortamento habitual e perda inexplicada no se- intrauterinos, desde que sejam Rh negativo, inde-
gundo ou terceiro trimestre pendente da tipagem paterna.
b) Doença hipertensiva específica da gravidez de início  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
precoce
c) Restrição de crescimento fetal inexplicada
d) Trombose venosa ou arterial Santa Casa-SP – 2012
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas 116. Em visita domiciliar, o agente de saúde identifica
óbito de mulher de 32 anos, 21 dias após ter tido alta
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA hospitalar por parto cesáreo, cuja indicação foi por
hipertensão arterial grave. O familiar relatou ter en-
HOSPITAL ANGELINA CARON – 2012 contrado a mesma caída, enrijecida e convulsionan-
113. Quanto à hemorragia uterina pós-parto: do de forma generalizada. Buscou auxílio imediato,
que não chegou a tempo. Na investigação, tratava-
I. As três causas mais comuns são atonia uteri-
-se de primigesta, sem doenças prévias ou durante a
na, lacerações de tecidos maternos, retenção de
gravidez, que realizou seis consultas pré-natais e no
fragmentos de placenta
oitavo mês deu entrada na maternidade com quadro
II. A atonia uterina constitui 90% de todas as he- de hipertensão arterial grave, sendo então submetida
morragias pós-parto ao parto por este motivo. Neste caso podemos afirmar
tratar-se de morte materna cuja causa é:
III. Coagulopatia, inversão uterina e ruptura uteri-
a) obstétrica direta evitável
na correspondem a 80% das hemorragias pós-
b) não obstétrica inevitável
-parto
c) obstétrica direta inevitável
Estão corretas as afirmativas: d) indeterminada
a) I e II e) obstétrica indireta relacionada à pré-natal insuficiente
b) I, II e III
c) I e III  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


226
Obstetrícia | Questões para treinamento

Santa Casa-SP – 2012 c) a paciente poderia ser submetida à laqueadura tubá-


117. Gestante, com 27 semanas, vem para consulta pré-na- ria durante a cesariana, e se o consentimento tivesse
tal com tipagem sanguínea Rh(-) e exame de Coombs sido assinado há pelo menos 90 dias
indireto(+). Encontra-se na segunda gestação, com d) a paciente, nestas condições, não pode ser submeti-
antecedente de abortamento espontâneo precoce na da à laqueadura tubária durante o parto
adolescência. Neste caso, a melhor conduta é:
a) administrar imunoglobulina anti-Rh de imediato,  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e repetir aplicação no pós-parto se recém-nascido
Rh(+) SES-SC – 2012
b) administrar imunoglobulina anti-Rh de imediato, 120. A infecção puerperal é caracterizada pelos seguintes
sem repetir no pós-parto, independentemente da fatos:
tipagem do recém-nascido a) se origina no aparelho genital
c) administrar imunoglogulina no pós-parto, até 72 b) caracteriza-se por febre com temperatura que ultra-
horas preferencialmente, apenas se recém-nascido passa 38ºC
Rh(+) c) tem origem microbiana e surge dentro dos primei-
d) indicar cordocentese para tipagem do recém-nasci- ros 10 dias do parto
do e hemotransfusão intrauterina na dependência d) ao lado da toxemia hipertensiva e das hemorragias é
da hemoglobina fetal uma das maiores causas de morte materna
e) realizar dopplervelocimetria das artérias cerebrais e) todas alternativas estão corretas
médias do feto para avaliação e seguimento da ane-
mia fetal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
SES-SC – 2012
121. Referente à necessidade de cuidados intensivos em
SES-RJ – 2012 maternidades podemos afirmar que:
118. Paciente de 16 anos, primípara, comparece à materni- I. Os eventos hemorrágicos no puerpério repre-
dade 4 dias pós-parto por cesariana, indicada devido a sentam importante causa de necessidade de cui-
desproporção cefalopélvica. Relata febre (38ºC recor- dados intensivos.
rente há dois dias) e dor abdominal. Ao exame: hipo-
corada +, desidratada +, febril. PA: 100 x 60 mmHg; II. Embora o parto cesáreo esteja associado a eleva-
FC 100 bpm; Tax: 39ºC. Útero em cicatriz umbilical dos coe昀椀cientes de morbimortalidade materna
doloroso à palpação. Colo dilatado de 3 cm e lóquios quando comparado ao parto vaginal, interrup-
de odor fétido. Assinale a alternativa CORRETA: ções bem indicadas e oportunas das gestações
a) trata se de infecção puerperal e a Chlamydia tracho também podem contribuir de maneira importan-
matis é o agente etiológico mais prevalente te para redução do risco de óbito maternofetal.
b) trata-se de endometrite e o tratamento de escolha é III. O pronto reconhecimento dos casos de cuidados
a penicilina cristalina venosa intensivos associado à existência de retaguar-
c) a cesariana intraparto constitui fator de risco inde- da de serviços com maior complexidade para o
pendente para tal condição adequado acompanhamento são decisivos para
d) trata-se de quadro febril relacionado à elevação fi- a manutenção da vida das pacientes.
siológica da temperatura basal no pós-parto IV. Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Fe-
deração Internacional de Ginecologia e Obs-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
tetrícia (FIGO) de昀椀nem mortalidade materna
como sendo o óbito da mulher enquanto grávida
SES-RJ – 2012 ou dentro dos 42 dias completos do puerpério.
119. Paciente de 23 anos, hígida, casada, G3Pn1c1, com- V. Embora tenha ocorrido diminuição significativa
parece à maternidade com queixa de perda de líquido nos casos infecciosos durante o ciclo gravídico-
vaginal há 1 hora. Ao exame: corada, afebril. PA: 120 -puerperal nas últimas décadas, percebe-se que
x 80 mmHg; FC 90 bpm; UF 36 cm; BCF 140 bpm. Au- práticas ilegais de abortamento e assistência ina-
sência de contrações uterinas. Colo: longo, posterior dequada ao parto ainda fazem parte realidade as-
e fechado. Indicada cesariana segmentar. Paciente sistencial no Brasil.
trouxe consentimento para laqueadura tubária assi- Está(ão) CORRETO(S):
nado pelo casal há 70 dias. Considerando a legislação a) todos os itens
vigente, assinale a alternativa CORRETA. b) apenas o item V
a) a paciente poderá ser submetida à laqueadura tubá- c) apenas os itens I, II e III
ria durante cesariana, devido cesariana prévia. d) apenas o item IV
b) a paciente não poderá ser submetida à laqueadura e) apenas os itens I e V
tubária durante a cesariana porque tem menos de 25
anos  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


227
15 Temas gerais

SUS-SP – 2012 UEL – 2012


122. A infecção intra-amniótica 125. Paciente com gestação gemelar monocoriônica diam-
a) está associada à ocorrência de mecônio e latência niótica de 30 semanas bem datada pelo ultrassom de
entre rotura de membranas e parto < 12 horas. primeiro trimestre (10 semanas de gestação) compa-
b) é de fácil diagnóstico clínico, o que facilita introdu- rece para avaliação fetal periódica ecográfica. Ambos
ção terapêutica (cefalosporina de lª geração). os fetos são de sexo masculino. O gemelar B apresenta-
c) é polimicrobiana, com patógenos anaeróbios, aeró- -se bem menor que o gemelar A e com oligodramnia.
bios e bacilos Gram negativos. Pensando-se na complicação específica deste tipo de
d) ocorre sobretudo por via hematogênica e transpla- placentação, presume-se que o gemelar A esteja com:
a) insuficiência cardíaca congestiva
centária.
b) anemia
e) ocorre em 25% das gestações.
c) hipovolemia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) hipotensão
e) diminuição do líquido amniótico
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UEL – 2012
123. Sobre as indicações de profilaxia intraparto para es-
treptococo do grupo B (SGB), com penicilina crista- UERJ – 2012
lina para gestante em trabalho de parto, mas que não 126. Evoluía bem a gravidez de uma universitária de 21
apresenta ainda resultado da cultura de swab vaginal anos até que, no inicio do sétimo mês, ela passou a ter
e retal para a bactéria ou ainda não colheram a mes- palpitações, tremores finos nas mãos, sudorese e into-
ma, considere as afirmativas a seguir. lerância ao calor. De imediato, foram feitas dosagens
hormonais que confirmaram hipertireoidismo pri-
I. Cesárea eletiva com bolsa íntegra e fora de tra-
mário. Na endocrinopatia em questão, caso você fos-
balho de parto, mas com cultura positiva para
se consultado sob a conduta a tomar, agiria de modo
SGB.
correto se opinasse no sentido de:
II. Febre intraparto maior ou igual a 38ºC. a) prescrever tionamida por via oral, na menor dose
possível
III. Infecção urinária na gestação atual por SGB.
b) adotar atitude expectante, só intervindo se ocorresse
IV. Gestação anterior com recém-nato infectado por crise tireotóxica
SGB. c) empregar iodo radioativo, por ser um procedimento
Assinale a alternativa correta. inócuo à mãe e ao feto
a) somente as afirmativas I e II são corretas d) acelerar o parto, fornecendo o adequado suporte ao
b) somente as afirmativas I e III são corretas recém-nascido prematuro
c) somente as afirmativas III e IV são corretas
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
UERJ – 2012
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA 127. Se, por um lado, a espera do primogênito trouxe in-
descritível alegria a uma técnica de química analítica
UEL – 2012 de 37 anos, por outro, deixou-a temerosa quando à
124. Quanto às opções terapêuticas conservadoras frente à enfermidade genética que afetava a prole de duas pri-
atonia uterina puerperal pós-parto vaginal ou cesárea mas em primeiro grau. Para minimizar a ansiedade
que a dominou, ela quis se cercar de todos os cuida-
em um serviço médico terciário, considere as afirma-
dos possíveis e, dentro das muitas orientações obsté-
tivas a seguir.
tricas recebidas, agendou submeter-se a:
I. Histerectomia total ou subtotal. a) aminiocentese na 16ª semana
II. Misoprostol. b) biópsia de vilo corial na 7ª semana
c) ecocardiografia fetal na 10ª semana
III. Sutura de B-Lynch. d) dosagem de hPL sérico na 4ª semana
IV. Balão de Bakri.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Assinale a alternativa correta.
a) somente as afirmativas I e II são corretas
b) somente as afirmativas I e III são corretas UERJ – 2012
c) somente as afirmativas III e IV são corretas 128. O defeito no septo atrial, diagnosticado na infância, fa-
zia uma atriz de 22 anos ouvir das amigas que seria ar-
d) somente as afirmativas I, II e IV são corretas
riscado demais ter filhos. Porém, uma prenhez impre-
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas
vista sobreveio e, desejando levá-la a termo, marcou
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA consulta com cardiologista. Baseando na estratificação

SJT Residência Médica – 2016


228
Obstetrícia | Questões para treinamento

da New York Heart Association, ele afirmou que o risco nota diminuição do crescimento fetal superior a
de mortalidade materna em sua cardiopatia era baixo 25% no feto considerado como doador
(inferior a 1%), o que também se observa em casos de: e) em gestação monocoriônica e diamniótica, ocorre
a) insuficiência tricúspide e hipertensão pulmonar pri- óbito de um dos fetos
mária
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) persistência do canal arterial e insuficiência tricúspide
c) hipertensão pulmonar primária e coartação da aorta
d) coartação da aorta e persistência do canal arterial UFF-RJ – 2012
132. Gestante secundípara, cuja gestação se complicou
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA com pré-eclâmpsia, deu à luz sem dificuldades por
via vaginal. O secundamento é espontâneo e comple-
UERJ – 2012 to, porém ela apresenta sangramento vaginal intenso,
129. Todas as etapas da gestação gemelar, de primípara hí- taquicardia, hipotensão e sudorese. Nesse caso, a con-
gida e normotensa, evoluíram sem quaisquer intercor- duta inicial é:
rências. O parto se fez por via vaginal e a placenta des- a) utilização de misoprostol retal
prendeu-se sem dificuldades. Quatro horas mais tarde, b) perfusão de ocitocina venosa
contudo, foi preciso atendê-la em caráter de urgência c) coleta de amostra para coagulograma
com sangramento excessivo por atonia uterina. A ação d) revisão do trajeto
que não se insere como potencialmente benéfica no e) tamponamento uterino com balão
manejo inicial da complicação hemorrágica é:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) recomendar à puérpera que evite esvaziar a bexiga
b) administrar metilergovina por via intramuscular
c) promover compressão bimanual do útero UFF-RJ – 2012
d) infundir ocitocina em drip intravenoso 133. Dentre as condutas médicas a serem tomadas em rela-
ção ao parto, assinale a correta.
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) a cesariana deve ser evitada em casos de placenta
prévia total em fetos vivos.
b) o parto com aplicação do fórcipe alto justifica-se ex-
UERJ – 2012 clusivamente em fetos mortos.
130. Secundípara, de 33 anos, decide visitar parentes na c) o parto de fetos em apresentação pélvica deve ser re-
capital capixaba e, ao desembarcar na rodoviária, sen- alizado por cesariana.
te fortes contrações no hipogástrio e procura emer- d) o fórcipe tipo médio é aquele que se aplica para pro-
gência obstétrica. Ela avisa que está a poucos dias do mover a rotação do pólo cefálico.
parto e, por conveniência pessoal e familiar, pede ao e) a manobra de Kristeller (expressão do fundo uteri
plantonista que induza o parto. Após anamnese e exa- no) é indicada para promover a insinuação do polo
me físico, ele faz uma ultrassonografia e confirma a cefálico no estreito superior materno.
viabilidade do feto, mas considera o procedimento
inapropriado diante de:  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
a) ruptura prematura das membranas
b) crescimento intrauterino restrito
UFPE – 2012
c) cicatriz uterina fúndica
134. Em relação ao choque séptico em obstetrícia, é corre-
d) oligoidramnia to afirmar que:
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA a) os principais organismos responsáveis são os bacilos
gram negativos aeróbicos.
b) observa-se, na fase inicial, pele fria e viscosa.
UFF-RJ – 2012 c) a mortalidade em pacientes saudáveis é de 45%.
131. A síndrome da transfusão fetofetal é diagnosticada d) a corticoterapia está indicada.
quando:
a) em gestação monocoriônica e diamniótica, se obser-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
va Doppler umbilical normal e alterado nos fetos con-
siderados como receptor e doador respectivamente UFPE – 2012
b) em gestação dicoriônica e diamniótica, ocorre dis- 135. A presença de índice de massa corporal (IMC) maior
cordância do crescimento fetal superior a 25% no ou igual a 35 no início do pré-natal e de anticorpos an-
feto considerado como receptor tifosfolipídes são considerados fatores de risco para:
c) em gestação monocoriônica e diamniótica, se obser- a) pré-eclâmpsia
va a sequência polidramnia (maior bolsão vertical b) neoplasia trofoblástica gestacional
> 10 cm)/oligodramnia (maior bolsão vertical < 2 c) placenta prévia
cm) nos fetos considerados como receptor e doador, d) prenhez ectópica
respectivamente
d) em gestação monocoriônica e monoamniótica, se  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


229
15 Temas gerais

UFPE – 2012 UFRN – 2012


136. Dos seguintes defeitos congênitos cardíacos, qual é 140. Um complemento cromossômico triploide produz:
considerado o mais frequente? a) mola completa
a) Defeito do septo ventricular b) mola parcial
b) Ducto arterioso patente c) mola invasora
c) Estenose pulmonar d) coriocarcinoma
d) Estenose aórtica
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UNICAMP – 2012
UFPE – 2012 141. Gestante, 31a, G2P1A0C1, 36 semanas, queixa-se
137. A presença de creatinina entre 1,4 e 2,5 mg/dL define de parada dos movimentos fetais há 1 dia. Pré-natal
uma insuficiência renal na gravidez como: sem intercorrências. Exame físico: bom estado geral,
a) leve corada e afebril; PA = 120 x 80 mmHg. Exame obs-
b) moderada tétrico: altura uterina = 38 cm, batimentos cardíacos
c) grave fetais inaudíveis; dinâmica uterina ausente. Toque
d) indicação absoluta de transplante renal vaginal: colo grosso, posteriorizado e impérvio. Ul-
trassonografia: feto compatível com idade gestacio-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA nal de 37 semanas, ausência de batimentos cardíacos
fetais e quantidade de líquido amniótico aumentada.
A CONDUTA APÓS A INTERNAÇÃO É:
UFPR – 2012 a) avaliar a coagulação sanguínea, investigar as possí-
138. Mulher de 22 anos procura o pronto-atendimento veis causas do óbito e aguardar o desencadeamento
(PA) da Maternidade com queixas de disúria, dor, do trabalho de parto.
polaciúria, nictúria e hematúria. É primigesta, mora- b) investigar as possíveis causas do óbito e induzir o
dora de rua, drogadita, com 29 semanas de gestação, parto com ocitocina.
gemelar e revela atividade uterina compatível com c) interromper a gestação por cesariana.
trabalho de parto prematuro (TPP). Apresenta uma d) investigar as possíveis causas do óbito, preparar o
altura uterina de 38 cm. Das alternativas abaixo, qual colo cervical e induzir o parto com misoprostol.
a MENOS PROVÁVEL?
a) a gemelidade pode ser um fator para o trabalho de  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
parto prematuro.
b) o quadro de polidrâmnio pode estar contribuindo UNICAMP – 2012
para o trabalho de parto prematuro. 142. Primigesta, 25a, 26 semanas, queixa-se de febre, dor
c) o fato de ser primigesta é fator determinante para o lombar e apresenta queda do estado geral. Exame fí-
TPP. sico: PA = 80 x 40 mmHg; FC = 120 bpm; T = 38,5ºC;
d) há uma relação importante entre o uso de drogas ilí- altura uterina = 25 cm; batimentos cardíacos fetais =
citas e a prematuridade. 180 bpm. A fita urinária evidencia nitrito positivo e
e) apresenta quadro sugestivo de ITU, que é importan- leucocitúria. O DIAGNÓSTICO E A CONDUTA SÃO:
te causa de TPP. a) infecção urinária não complicada; antibioticotera-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA pia ambulatorial com cefalosporina de primeira ge-
ração, sem indicação de nitrofurantoína profilática
posteriormente.
UFPR – 2012 b) pielonefrite; internação para antibioticoterapia in-
139. Na condução de uma gestante isoimunizada, a prope- travenosa, sem indicação de nitrofurantoína profilá-
dêutica complementar tem importância fundamen- tica posteriormente.
tal, além da história clínico-obstétrica. A respeito c) infecção urinária não complicada; antibioticoterapia
desse assunto, assinale a alternativa correta. ambulatorial com cefalosporina de primeira gera-
a) em fetos comprometidos, o padrão sinusoidal em ção, com indicação de nitrofurantoína profilática
cardiotocografia não é encontrado. posteriormente e uroculturas periódicas.
b) o Doppler da artéria cerebral média é método confi- d) pielonefrite; internação para antibioticoterapia in-
ável para avaliar o grau de comprometimento fetal. travenosa, com indicação de nitrofurantoína profi
c) a história obstétrica anterior não fornece subsídios lática posteriormente e uroculturas periódicas.
importantes para a orientação de solicitação de exa-
mes complementares.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
d) títulos ascendentes de Coombs indireto não indi-
cam provável agravamento do feto.
UNICAMP – 2012
e) o risco inerente de agravos referente à cordocentese
143. Gestante, 33a, G4P2C2A1 realizou ultrassonografia
é bastante elevado.
de rotina que evidenciou acretismo placentário em
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA gestação de 34 semanas. Altura uterina= 27 cm; bati-

SJT Residência Médica – 2016


230
Obstetrícia | Questões para treinamento

mentos cardíacos fetais = 144 bpm e dinâmica uterina lesão intraepitelial de alto grau. Assinale a MELHOR
ausente. SÃO FATORES DE RISCO PARA O ACRE- conduta para o caso:
TISMO PLACENTÁRIO: a) aguardar o término da gestação para realizar a bióp-
a) cesariana prévia, antecedente de miometrite, cureta- sia evitando-se, assim, o risco de abortamento
gem prévia, multiparidade. b) fazer colposcopia e biópsia; confirmando a presença
b) cesariana prévia, gemelaridade, multiparidade, res- de NIC II ou III seguir rigorosamente com citologia
trição do crescimento fetal. oncótica e colposcopia seriadas, ficando o tratamen-
c) gemelaridade, antecedente de miometrite, restrição to definitivo para o pós-parto
do crescimento fetal, multiparidade. c) fazer colposcopia e biópsia; confirmando-se a pre-
d) antecedente de miometrite, miomectomia, restrição sença de NIC II ou III indicar conização imediata
do crescimento fetal, inversão uterina prévia. durante a gestação
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA d) tranquilizar a gestante e repetir colpocitologia oncó-
tica em seis meses

UNICAMP – 2012  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


144. Primigesta, com gestação de termo, em trabalho de
parto, sob analgesia peridural contínua, apresenta di-
UNIFICADO MG – 2012
latação total, bolsa rota, variedade de posição BEA,
147. Correlacione a 1ª coluna com a 2ª coluna e marque a
em plano +2 de DeLee, com mecônio espesso e bradi-
alternativa CORRETA:
cardia sustentada. A CONDUTA É:
a) parto fórcipe Simpson, com rotação de 45o anti-ho-
rário e tração. I. Diminuição da frequên- A. Presença de incisura proto-
b) parto fórcipe Kielland, com rotação de 90o horário e cia da mastite puerperal diastólica após 26 semanas
tração com Simpson. II. Apresentação pélvica B. Adoção de alojamento conjunto
c) cesárea pela deflexão de primeiro grau associada a III. Globo de segu- C. Posição viciosa dos mem-
sofrimento fetal. rança de Pinard bros inferiores fetais
d) parto fórcipe Kielland, com rotação de 135o horário IV. Pré-eclâmpsia D. Hemostasia do sítio placentário
e tração com Kielland.
a) IB; IIC; IIIA; IVD
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
b) IB; IIC; IIID; IVA
c) ID; IIA; IIIB; IVC
UNICAMP – 2012 d) ID; IIA; IIIC; IVB
145. Mulher, 33a, G4P0A3, 29 semanas, portadora de lúpus
eritematoso sistêmico em uso de 40 mg de prednisona.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Procura a unidade de emergência obstétrica por apre-
sentar edema generalizado, agravado há 1 semana. UNIFICADO-MG – 2012
Refere redução da movimentação fetal. Exame físico: 148. Sobre a prevenção da isoimunização pelo fator Rh é
PA= 160 x 106 mmHg; reflexos patelares normais. Exa- CORRETO afirmar:
me obstétrico: altura uterina= 25 cm; batimentos car- a) a administração da imunoglobulina anti-Rh com 28
díacos fetais= 156 bpm. Exames laboratoriais: fita uri- semanas para gestantes Rh negativo não sensibiliza-
nária= proteinúria 4+/4+; FAN positivo 1/320 padrão
das não reduz o risco de isomunização
pontilhado fino e complementos (C3 e C4) normais. O
b) a dose de 300mcg de imunoglobulina previne a isoi
DIAGNÓSTICO E A CONDUTA SÃO:
munização independentemente do volume da he-
a) lúpus em atividade; controle pressórico e interrup-
morragia fetomaterna
ção da gravidez.
c) em gestantes Rh negativo não sensibilizadas subme-
b) lúpus com provável pré-eclâmpsia; controle pressó-
tidas a procedimentos invasivos pré-natais nos quais
rico, corticosteroide para maturação pulmonar fetal
não exista a perfuração da placenta, não é necessário
e vigilância da vitalidade fetal.
administrar a imunoglobulina anti-Rh
c) lúpus com síndrome antifosfolípide e pré-eclâmpsia;
controle pressórico, heparinização e vigilância da vi- d) em gestantes Rh(Du) negativo não sensibilizadas,
talidade fetal. após abortamentos precoces ( menores que 10 se
d) lúpus em atividade e síndrome antifosfolípide; pela manas), a aplicação de imunoglobulina anti-Rh é
restrição de crescimento está indicada a interrupção mandatória
da gestação.  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
UNIFICADO-MG – 2012
UNIFICADO MG – 2012 149. Com relação ao puerpério, é CORRETO afirmar que:
146. Paciente de 28 anos, com gestação de 24 semanas, a) a pressão arterial tende a diminuir nos primeiros
apresenta resultado de colpocitologia oncótica com dias de puerpério

SJT Residência Médica – 2016


231
15 Temas gerais

b) o colostro é secretado, em média, a partir do 5º dia b) a presença de sinais de infecção amniótica levariam
de pós-parto à interrupção da gestação
c) o edema dos membros inferiores não é comum no c) a cardiotocografia é um bom método de avaliação
puerpério imediato e seu achado deve ser sempre da vitalidade fetal para este caso
considerado patológico d) na evolução para trabalho de parto, a profilaxia para
d) o volume sanguíneo que aumenta durante a gestação estreptococos B estaria indicada
levará cerca de três semanas para retornar ao nível e) seria obrigatório o toque vaginal no momento da
anterior a gestação admissão da paciente

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNIFICADO MG – 2012 USP-RP – 2012


150. Você está acompanhando o trabalho de parto de uma 153. Mulher, com 19 semanas de gestação chega à materni-
parturiente de 26 anos, primigesta, com gestação de dade com um quadro de abortamento em curso. Hou-
39 semanas. Após um período de dilatação sem in- ve expulsão de um feto de 350g, 18 cm, apresentando
tercorrências, durante o período expulsivo, você aus- movimentos respiratórios e batimento do cordão um-
culta uma frequência cardíaca fetal de 80 bpm, sem bilical. Após 30 minutos constatou-se o óbito do feto.
alterações durante ou após as contrações. Ao toque, Qual(is) documento(s) deve(m) ser emitido(s) pelo
o polo cefálico se encontra no plano +3 de De Lee e a médico obrigatoriamente?
variedade de posição em occipitossacro (OS). Qual a a) declaração de Nascido Vivo e Declaração de Óbito
conduta mais apropriada? b) declaração de Óbito
a) aguardar parto espontâneo, pois uma diminuição na c) declaração de Nascido Vivo
frequência cardíaca fetal é comum no período ex- d) pedido de anatomopatológico
pulsivo e o parto em OS ocorre mais rapidamente
b) Colocar um cateter de O2 na parturiente para me-  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
lhorar a oxigenação fetal e solicitar a um auxiliar que
faça manobra depressão no fundo uterino forçando
USP-RP – 2012
a expulsão fetal
154. Secundigesta, 28 anos de idade, 31 semanas de ges-
c) aplicar fórceps de alívio para auxiliar o período ex-
tação, procurou atendimento médico com queixa de
pulsivo e reduzir o risco de complicações perinatais
contrações uterinas. Ao exame constatou-se duas con-
devido ao sofrimento fetal agudo
trações moderadas de 40 segundos em 10 minutos,
d) realizar cesariana de urgência, pois a variedade PE
frequência cardíaca fetal de 130 bpm e colo uterino
posição impede a aplicação do fórcipe
médio, com 2 cm de dilatação. Após a administração
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA de 1.000 mL de ringer lactato, em repouso, sem redu-
ção da atividade uterina, houve evolução da dilatação
cervical para 3 cm. Com esses achados, ela foi inter-
UNIFICADO MG – 2012 nada, recebeu terbutalina endovenosa para inibição
151. A infecção do trato urinário (ITU) é uma das compli- das contrações e betametasona IM para corticoindu-
cações mais comuns da gravidez. Assinale a alternati- ção da maturidade pulmonar fetal. Evoluiu com disp-
va ERRADA: neia, taquipneia e queda da saturação de oxigênio
a) a pielonefrite representa um quadro grave, devendo para 91%. O diagnóstico e o tratamento são:
ser tratada, inicialmente, em regime hospitalar, com a) tromboembolismo pulmonar; heparina endovenosa
medicação parenteral b) pneumonia; antibioticoterapia endovenosa
b) a quimioprofilaxia da ITU está indicada naquelas c) edema agudo de pulmão; furosemida endovenosa
pacientes com dois ou mais episódios de infecção d) miocardiopatia periparto; digitálico endovenoso
urinária na gestação atual
c) as primeiras escolhas para o tratamento da ITU não  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
complicada são as penicilinas e derivados e a nitro-
furantoína SES-RJ – 2011
d) o tratamento da bacteriúria assintomática não traz 155. A prevenção da doença hemolítica do feto e recém-
benefícios para a gestante, devendo ser realizado -nascido provocada por isoimunização Rh materna
apenas o acompanhamento mais frequente pode ser obtida com uso de imunoglobulina anti-Rh,
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA sendo esta indicada na seguinte situação:
a) após abortamento espontâneo, em paciente Rh ne-
gativo
UNITAU – 2012 b) após cordocentese, em paciente Rh negativo, feto Rh
152. Assinale a alternativa INCORRETA. negativo
a) o líquido vaginal visualizado poderia ser submetido c) até 72 horas pós-parto, em paciente Rh negativo,
ao teste de cristalização Coombs indireto positivo

SJT Residência Médica – 2016


232
Obstetrícia | Questões para treinamento

d) com 28 semanas de gestação, em paciente Rh negati- c) Coombs indireto negativo e recém-nato Rh positivo
vo, parceiro Rh negativo d) Coombs indireto positivo e recém nato Rh negativo
e) Coombs direto negativo e recém-nato Rh negativo
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
SES-RJ – 2011
156. Paciente no quarto dia de pós-parto cesário inicia Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
quadro de desconforto abdominal e temperatura axi- 161. O quadro clínico de endometrite puerperal se carac-
lar de 38,5°C. Ao exame, apresenta útero ao nível da teriza por:
cicatriz umbilical, amolecido com colo entreaberto. A a) subinvolução uterina, dor, hipertermia, lóquios pu
hipótese diagnóstica principal para esta paciente é: rulentos
a) endometrite b) lóquios fétidos, dor, útero bem contraído
b) restos ovulares c) subinvolução uterina, lóquios fisiológicos, hipotermia
c) hipotonia uterina d) hipertermia, dor, útero bem contraído
d) abscesso de parede abdominal e) útero bem contraído, sangramento escuro, hipertermia
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UERJ – 2011 IJF-CE – 2011


157. Em exame ultrassonográfico, realizado em gestante 162. A dose-padrão de globulina imune Rh(D) é 300 µg
com gravidez gemelar e idade gestacional de 18 sema- intramuscular. Cada 10 microgramas é considerado
nas, o achado mais consistente com o diagnóstico de protetor para:
dicorionicidade é: a) 1 cc de sangue fetal
a) sexos discordantes b) 2 cc de sangue fetal
b) identificação de septo com dois folhetos c) 5 cc de sangue fetal
c) junção do septo na placenta em forma de T d) 10 cc de sangue fetal
d) diferença de peso entre os conceptos maior que 25%
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFMS – 2011
Hospital Angelina Caron-PR – 2011
163. Tercigesta de 32 anos, idade gestacional de 30 sema-
158. Qual a apresentação mais comum nas gestações ge-
nas, é encaminhada para o ambulatório de gravidez
melares?
de alto risco por ser Rh negativa e apresentar prova
a) cefálico – pélvico
de Coombs indireto positivo, com titulação 1/64. O
b) cefálico – cefálico
companheiro da paciente e pai da criança é Rh posi-
c) pélvico – cefálico
tivo, com fenotipagem de heterozigoto para o sistema
d) pélvico – pélvico
Rh. Refere não ter recebido imunoglobulina anti-D
e) cefálico – córmico
profilática após o último parto. A conduta mais ade-
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA quada para essa gestação é:
a) realizar estudo de dopplerfluxometria de artérias ce-
rebrais do feto e, se o valor for superior a 1,5 MoM
Hospital Angelina Caron-PR – 2011 (múltiplos da mediana), indicar cordocentese
159. São as três causas mais comuns de morte materna: b) indicar cordocentese, inicialmente, já que há 50% de
a) infecção, DHEG, insuficiência renal chance do feto atual ser Rh negativo
b) infecção, hemorragia, infarto agudo do miocárdio c) repetir a prova de Coombs indireto com 32 semanas
c) infecção, insuficiência renal, tromboembolismo pul- e, de acordo com o resultado, programar utilização
monar da imunoglobulina anti-D profilática
d) infecção, hemorragia, DHEG d) realizar amniocentese e, se alterada, programar
e) CIVD, insuficiência renal, tromboembolismo pul- transfusão intraútero
monar e) realizar estudo de dopplerfluxometria de artérias ce-
rebrais do feto e, se o valor for inferior a 1,5 MoM
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA (múltiplos da mediana), indicar cordocentese

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA


Hospital da Cruz Vermelha-PR – 2011
160. A profilaxia após o parto na doença hemolítica peri-
natal está indicada em: UFPR – 2011
a) Coombs indireto negativo e recém-nato Rh negativo 164. A expressão cesárea clássica refere-se a:
b) Coombs indireto positivo e recém-nato Rh positivo a) histerotomia vertical ou corporal

SJT Residência Médica – 2016


233
15 Temas gerais

b) incisão no miométrio feita transversalmente, intro- d) a amniocentese permite a avaliação do grau de com-
duzida por Kerr em 1926 prometimento cerebral fetal, pela análise indireta do
c) incisão de Pfannenstiel líquido amniótico
d) histerotomia segmento corporal
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
e) cesárea minimamente invasiva

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA Unificado-MG – 2011


168. O principal fator de risco isolado para infecção uteri-
UFRJ – 2011 na pós-parto é:
165. Ao receber os resultados dos exames laboratoriais a) cesariana
solicitados na primeira consulta pré-natal de uma se- b) diabetes
cundigesta, o obstetra se depara com a seguinte situa- c) número de toques durante o trabalho de parto
ção: tipagem sanguínea B Rh+, com Coombs indireto d) trabalho de parto prolongado
positivo. Seu primeiro filho tem tipo sanguíneo AB  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA
Rh+. Com estes dados pode-se afirmar que:
a) é possível que a paciente tenha anticorpos circulantes
contra outros antígenos eritrocitários que não o Rh Unificado-MG – 2011
b) é um erro laboratorial e o exame deve ser repetido 169. Paciente no 5º dia pós-parto apresentando febre há
quando realizado neste período gestacional dois dias, útero amolecido e lóquios com coloração
c) não será erro laboratorial apenas se o marido for A achocolatada. Esta paciente deverá receber cobertura
positivo ou se a paciente tiver recebido transfusão antibiótica contra quais patógenos?
sanguínea com sangue Rh negativo a) Anaeróbios e gram-negativos
d) não tem importância durante o pré natal, pois não b) Enterococos
há interferência na evolução do concepto, já que a c) Estafilococos e anaeróbios
paciente é Rh positivo d) Estreptococos do grupo b

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UFRN – 2011 USP-RP – 2011


166. Puérpera, no sétimo dia pós-cesárea, apresenta tem- 170. Mulher, 34 anos de idade, G4P4A0, retorna à mater-
peratura de 39ºC, astenia, mialgia, aumento da in- nidade no 10º dia de puerpério de parto vaginal quei-
tensidade da loquiação e dor à mobilização do útero. xando-se de dor abdominal e sangramento vaginal.
Está em aleitamento exclusivo. O provável diagnósti- Ao exame, evidencia-se fundo uterino 2 cm abaixo da
co e a conduta correta a este tipo de caso são, respecti- cicatriz umbilical, lóquios de coloração avermelha-
vamente: da e colo dilatado 2 cm. Em relação à evolução deste
a) infecção puerperal antibioticoterapia e manuten- puerpério é correto concluir que:
ção do aleitamento a) a evolução puerperal é satisfatória, com involução
b) mastite puerperal – suspensão do aleitamento e con- uterina e lóquios de aspecto esperado para o dia
duta expectante do puerpério. A paciente poderá ser liberada com
c) corioamnionite – curetagem uterina e suspensão do orientações e analgésicos
aleitamento b) a involução uterina, as modificações dos lóquios e a
d) infecção hospitalar – tratamento expectante e ma- regressão da dilatação do colo uterino ocorrem de
nutenção do aleitamento forma mais lenta na multípara. Os achados do exa-
me físico podem ser normais, não sendo necessária
 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA investigação complementar imediata, mas a pacien-
te deverá ser reavaliada após alguns dias
c) o quadro clínico desta puérpera não corresponde ao
UFRN – 2011
esperado pelo tempo de puerpério. Os achados po-
167. Em relação à propedêutica da isoimunização, é corre- dem corresponder à retenção de restos placentários
to afirmar que: e/ou infecção intraútero e a investigação deverá ser
a) a fluxometria da artéria cerebral média permite ava- ampliada para descartar estas hipóteses
liar o grau de anemia fetal pela relação direta com a d) os achados do exame físico são normais, exceto o
velocidade sistólica máxima da artéria fundo uterino que está um pouco acima do esperado
b) a avaliação através do Doppler da artéria umbilical pelo tempo de puerpério. A administração de deri-
mostra relação direta entre a intensidade da hemóli- vado do ergot ou ocitocina intramuscular é o trata-
se e o índice de resistência da artéria mento de eleição para estes casos
c) a cordocentese é o procedimento que permite avaliar
o tipo e o grau de incompatibilidade materno-fetal  ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


234
Obstetrícia | Questões para treinamento

SES-SC – 2011
171. Em consulta do pré-natal, uma mulher, com aproximadamente 11 semanas de gestação, refere grupo sanguíneo Rh
negativo, com história prévia de abortamento, recebe um resultado de exame Coombs indireto de 1:16. A conduta
imediata a seguir é:
a) administrar imunoglobulina anti-D
b) planejar amniocentese entre 16 e 18 semanas
c) determinar o fenótipo das hemácias paternas
d) realizar ultrassonografia obstétrica para determinar a idade gestacional
e) repetir o rastreamento materno de anticorpos em 4 a 6 semanas

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

UNIFESP – 2011
172. Nas gestações gemelares monocoriônicas, o gêmeo acárdico e a síndrome de transfusão fetofetal estão relacionados,
respectivamente, às seguintes anastomoses vasculares:
a) venovenosa e arterioarterial
b) arterioarterial e venovenosa
c) arteriovenosa e arterioarterial
d) venovenosa e arteriovenosa
e) arterioarterial e arteriovenosa

 ACERTEI  ERREI  DÚVIDA

SJT Residência Médica – 2016


Gabarito comentado
16 Temas gerais

1. A fertilização in vitro estará indicada diante de esterilidade materno fetal de hemácias, e indica nova dose de imunoglo-
sem causa aparente, após inseminações repetidas e sem su- bulina, mesmo que já tenha sido administrada previamente.
cesso ou na oligospermia. Endometriose nem sempre é causa Resposta a.
de infertilidade, assim como antecedente de ectópica em uma
tuba uterina, já que, mesmo ela tendo que ser retirada, a pre- 3. Na presença de edema unilateral de membro inferior em
sença da outra mantém a fertilidade. Resposta b. grávida deve-se considerar a hipótese de trombose venosa
profunda, dado aumento da chance desse evento na gravi-
2. No caso existe uma incompatilidade Rh, com mãe negativa dez pela elevação de fatores de coagulação. Havendo em
que pode produzir anticorpos contra antígenos das hemácias pastamento e calor local o diagnóstico torna-se ainda mais
do feto Rh positivo, inclusive criando memória e mantendo provável. Soma-se, nesse caso, o passado obstétrico de insu-
essa produção constante. Para se evitar esta catástrofe admi- ficiência placentária que pode ter ocorrido pela formação de
nistra-se imunoglobulina à mãe para ela destrua as hemácias trombos locais, o que deixa evidente alguma alteração trom-
fetais no sangue materno antes que o sistema de defesa re- bogênica nesta mulher (trombofilia ou SAAF). A conduta é
conheça os antígenos de hemácias desse feto e produza an- iniciar imediatamente tratamento com anticoagulante, sen-
ticorpos ou crie memória. Geralmente quando a produção do a melhor opção enoxaparina. A dose deve ser terapêutica
de anticorpos pela mãe já ocorreu não adianta mais a profi- pois já há o trombo, e não profilática, portanto será de 1mg/
laxia e isso pode ser analisado dosando se imunoglobulinas kg cada dose. A ultrassonografia com Doppler de membros
(coombs indireto). Entretanto, dando-se exógena ela pode inferiores deve ser solicitada, mas sua normalidade, diante da
ficar presente no sangue materno por até 12 semanas, então, clínica apresentada, não afasta a necessidade de tratamento.
se foi administrada com 29 semanas, estará presente até 41 Resposta c.
semanas. Assim, após o nascimento é preciso fazer profila-
xia, independentemente do coombs indireto. O parto, assim 4. A hemorragia pós-parto pode ser decorrente de: atonia
como sangramentos gestacionais ou procedimentos invasi- uterina, laceração de canal de parto, inversão uterina, reten-
vos, é evento que acompanha alta probabilidade de contato ção de restos placentários e distúrbios de coagulação. Destes
236
Obstetrícia | Gabarito comentado

a atonia uterina é a causa mais frequente, sendo o responsá- 03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 semanas
vel em cerce de 80% dos casos, tanto que se preconiza sua de idade gestacional, sem anormalidades hormonais ou ana-
prevenção com aplicação de 10UI de ocitocina parenteral no tômicas maternas, e causas cromossomiais paternas ou ma-
terceiro período do parto. Resposta e. ternas excluídas.
CRITÉRIOS LABORATORIAIS:
5. A gestação não deve ser um empecilho a realização de cito-
logia oncótica do colo uterino, devendo se aplicada a mesma € Anticoagulante lúpico presente no plasma em 02 ou mais
técnica das não gestantes. Deve-se lembrar de que a gestante é ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas, detectado
momento em que a mulher procura o médico e, estando em de acordo com as recomendações da Sociedade Interna-
época de fazê-lo, o Papanicolau deve ser realizado. Resposta e. cional de Trombose e Hemostasia;
€ anticardiolipina IgG ou IgM em títulos moderados (> 40)
6. O rastreamento de aneuploidias no primeiro trimestre de a altos (> 80);
gravidez pode ser feito por dosagem de marcadores bioquí
€ Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou
micos (fração livre de beta-HCG e PAPP-A) e por exame ul-
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por
trassonográfico. Nesse último, que deve ser realizado entre 11
teste ELISA padronizado.
semanas e 13 semanas e 6 dias, três parâmetros são principais:
Translucência nucal – trata-se de um edema de nuca presen- No caso há critério clínico de abortamentos e positividade
te em todos os fetos que, quando aumentado, indica maior para anticardiolipina. Resposta c.
chance de cromossomopatias em geral, entre elas a mais co-
mum é síndrome de Down. Deve ser feito com corte sagital 8. Segundo a OMS, a morte materna é aquela de uma mulher
do feto, que pode ser conseguido tanto via abdominal como durante a gestação ou até 42 dias após o término da mesma,
transvaginal. independentemente de sua duração ou localização, devida
Osso nasal – sua ausência é mais um preditor de cromosso- a qualquer causa relacionada com ou agravada pela própria
mopatias, porém não é confirmatório. gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devi-
Ducto venoso – vaso sanguíneo que liga veia umbilical à cava da a causas acidentais ou incidentais. Assim sendo, acidente
ou átrio direito. Sua alteração, portanto, indica maior chance de trânsito não pode ser classificado como morte materna.
de cardiopatia fetal, alteração que também está associada a Resposta a.
cromossomopatias.
É preciso ressaltar que estes marcadores são preditores de do- 9. Apesar de gestações gemelares ais frequentemente resulta-
ença, mas não confirmatórios. Mais que isso, mesmo eles es- rem em abortamento e associarem-se a malformações fetais,
tando alterados a chance do feto ser normal é sempre maior as principais complicações são trabalho de parto prematuro e
que a de apresentar uma doença cromossômica como Down. pré-eclâmpsia, e estas situações respondem pela maioria das
Resposta a. internações. Serotinidade é gestação prolongada, portanto
raríssima em gemelar. Resposta d.
7. A Síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) é doença
autoimune em que há produção de anticorpos contra fosfolípe- 10. Na gravidez, por ação da progesterona, há retardo na mo-
des de membranas, como as endoteliais, que se lesadas ativam tilidade da musculatura lisa gastrointestinal, ao mesmo tem-
a cascata de coagulação, levando a formação de trombos. Caso po em que relaxa o esfíncter inferior do esôfago favorecendo
isso ocorra de forma intensificada em microvasculatura placen- refluxo. Com isso notam-se constipação e dores abdominais
tária pode resultar em abortamento, óbito fetal ou restrição de consequentes, bem como azia. Além disso, são comuns so-
crescimento. Assim sendo, seu tratamento deve ser com antico- nolência, náuseas e vômitos. Estes sintomas também podem
agulante e antiagregante plaquetário, sendo o primeiro o mais acompanhar cânceres do trato gastrointestinal de modo que,
importante. A gravidez é momento de se fazer tal tratamento estando a mulher grávida, eles podem ser imputados à gra
por causa da hipercoagulabilidade fisiológica que amplifica o videz de modo a retardar o diagnóstico da doença maligna.
processo da doença. Seu diagnóstico depende da presença de É sabido que a gravidez, para permitir a implantação do
um critério clínico e um laboratorial, dos que seguem: embrião com antígenos paternos estranhos ao organismo
materno, acompanha-se de imunodepressão, em especial
CRITÉRIOS CLÍNICOS: celular, e essa redução de defesa imune pode favorecer o
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- desenvolvimento e expansão de alguns tumores.
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou Radioterapia na região pélvica obviamente pode gerar mal-
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua formações fetais e promover o desenvolvimento de tumores.
vasculite. Melanoma e doenças hemáticas malignas, nesta ordem, são
Morbidade Gestacional (qualquer uma das três): os tumores que mais provocam metástases para feto e placen-
ta, seguidos pelo câncer de pulmão, por outro lado, embora
01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal com
haja aumento da incidência de câncer colorretal em grávidas,
mais de 10 semanas de idade gestacional, confirmado por US
nunca se observou metástases fetoplacentárias nestes casos.
ou exame do feto;
Resposta: A
01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologicamen-
te normal com 34 semanas ou menos em virtude de eclâmp- 11. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação. Em
sia, pré-eclâmpsia ou causas de insuficiencia placentária; termos circulatórios há elevação da volemia sanguínea e con

SJT Residência Médica – 2016


237
16 Temas gerais

sequentemente do débito cardíaco. O resultado também en- Apresentações defletidas de primeiro grau têm como pon-
volve maior perfusão renal com elevação do ritmo de filtração to de referência o bregma (B) que, neste caso, volta-se para
glomerular. As hemácias se elevam, porém em porcentagem a linha arqueada direita, ou seja, região transversa direita
menor que a volemia, de modo que há mais hemodiluição (ODT). Para o desprendimento o feto deve rodar 90 graus a
com queda de hematócrito. O aumento da progesterona rela- fim de se levar o ponto de referência ao pube. Rotações dessa
xa a musculatura lisa do organismo e eleva o tempo de esva- magnitude somente são possíveis com fórcipe de Kielland.
ziamento gástrico. Resposta e. Resposta d.

12. Para que um fórcipe seja de alívio é preciso que seja baixo 18. O herpes genital ativa e até quatro semanas do apareci-
(+3 de DeLee) e a rotação, se for necessária, não seja maior que mento de vesículas contraindica o parto vaginal pelo risco
45 graus. Caso contrário, o fórcipe é de rotação. Resposta b. de contaminação do nascituro. A ruptura das membranas
ovulares deve ser evitada, pois também eleva o risco de con
13. É extremamente comum puérperas que receberam taminação e, caso ela ultrapasse 4 horas, perde-se o benefício
anestesia apresentarem prurido no pós-parto. Tal situação é da cesariana. Resposta e.
devida ao efeito da morfina, constante na anestesia, que pro-
move liberação histamínica. Resposta e. 19. Gestações gemelares com diferença de pesos fetais maior
que 20% associada a grande diferença de liquido amniótico
14. No pós-parto imediato o útero mede 20 cm de altura e entre eles, especialmente polidrâmnio do maior (receptor) e
há redução de 1cm/dia nos primeiros três dias, ou seja, es- oligoâmnio do menor (doador), traz à tona a hipótese de sín-
tará com 18cm no segundo dia de puerpério. A loquiação drome de transfusão feto-feto. Essa condição decorre da pre
rubra, ou vermelha, pode durar até 4 dias pós nascimento, sença de anastomoses arteriovenosas profundas em placenta
sendo então esperada no segundo dia. Em relação à dilata- compartilhada, portanto só ocorre em gestações monocoriô-
ção cervical, em primíparas, ela permanece cerca de 1,5 cm nicas, que por sua vez só existem em gêmeos monozigóticos.
no segundo-terceiro dia pós parto, e o colo é impérvio por Por motivos desconhecidos a condição também só é presente
volta do quinto dia. Em multíparas este processo é mais lento em diamnionia. Resposta d.
tornando-se o colo impérvio apenas por volta do 10o dia pós-
20. Abortamentos esporádicos tem como principal causa
-parto. Resposta a.
anormalidades cromossômicas, especialmente as trissomias
como a do 21, que ocorrem ao acaso na maioria das vezes,
15. O sinal do lâmbda é uma saliência de tecido placentário
não requerendo maiores investigações. Fatores externos
para o interior do septo amniótico que divide os fetos. Sua
também podem ser causa de perda fetal, como alcoolismo,
presença confirma a existência de 2 placentas, ou seja, gesta-
tabagismo e uso excessivo de cafeína. O tabagismo passivo
ção dicoriônica. Essa condição é compatível com gemelari-
também eleva o risco de abortamento.
dade dizigótica (dois zigotos) ou monozigótica com clivagem
Casos habituais já possuem outras causas principais, entre
precoce do ovo, mais especificamente até o quarto dia pós-
elas o fator auto-imune, conhecida como síndrome de anti
fecundação. Resposta c.
corpo antifosfolípede (SAAF), em que há produção de anti-
corpos contra fosfolípides de membrana do endotélio que, ao
16. Mulher Rh negativo com parceiro Rh positivo e que apre- ser lesado, ativa a cascata de coagulação e formam-se trom-
senta Coombs indireto para antígeno D, sem receber imu- bos na microcirculação da placenta, gerando hipóxia e con-
noprofilaxia, é sensibilizada e está produzindo anticorpos sequente óbito do feto. A presença de anticoagulante lúpico
contra o antígeno D de hemácias fetais Rh+. Como o nível e/ou anticorpo anticardiolipina, juntamente com critério clí-
de anticorpos produzido é alto, é possível que eles estejam ul- nico como abortamentos, constitui-se de critério para diag-
trapassando a barreira placentária e destruindo hemácias no nóstico dessa condição presente em até 15% das mulheres
próprio feto e provocando anemia do mesmo. Isso será pre- com abortamento habitual. Resposta b.
dito pelo pico sistólico da artéria cerebral média: caso esteja
aumentado acima de 1,5 múltiplos de mediana para a idade 21. A presença de sangramento pós-dequitação em grande
gestacional há alta probabilidade de anemia fetal. No caso quantidade é conhecida como sangramento pós-parto. Embo-
tem-se, às 28 semanas, pico sistólico de 62 cm/s, acima de ra possa ser decorrente de laceração de canal, inversão uterina
1,5 vezes a mediana para a idade gestacional, que é 36,9 cm/s. e até coagulopatia, a principal causa, presente em mais de 80%
Constatada alta probabilidade de anemia, caso o feto tenha dos casos, é atonia uterina, a que serão direcionadas as atitudes
mais de 34 semanas deve-se resolver a gestação, senão se pro- terapêuticas. Além de se repor a volemia perdida com sangra-
cede cordocentese e transfusão intraútero na confirmação da mento, ações uterotônicas serão tomadas, como administra-
anemia por hematimetria. Resposta c. ção de ocitocina, metilergometrina e misoprostol. Resposta b.

17. O sofrimento fetal presente no caso, e constatado por bra- 22. Com o avançar da gravidez aumenta o nível de hormônio
dicardia persistente e eliminação de mecônio espesso, requer lactogênio placentário, que é contrarregulador da ação da in-
resolução imediata da gestação, que deve ocorrer pela via sulina, de modo que as necessidades deste hormônio são pro-
mais rápida. Como há dilatação total e o feto está insinuado, gressivamente maiores com o avançar da gestação. Para diabé
esta via á a vaginal, sendo o fórcipe auxiliar na extração ime- ticas usa-se de 0,5 a 0,6 UI/Kg de insulina NPH no primeiro
diata do feto. trimestre, 0,7 a 0,8 no segundo e 0,9 a 1,0 UI no terceiro.

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238
Obstetrícia | Gabarito comentado

A diabetes pode causar malformações, desde que no perío- puerpério imediato – até a segunda hora pós expulsão pla-
do de embriogênese haja descompensação com altos níveis centária;
glicêmicos, pois a glicose liga-se a hemoglobina e dificulta a
puerpério mediato – da terceira hora pós-parto até o final do
liberação de oxigênio ao embrião. Isso será reconhecido pelo
décimo dia;
nível de hemoglobina glicada no primeiro trimestre. Quanto
mais altos seus valores maiores as chances de malformações, puerpério tardio – do décimo primeiro dia pós parto até iní-
especialmente quando acima de 9,5 a 10g%. cio da menstruação, que geralmente ocorrem em 6 a 8 sema-
O tratamento do diabetes gestacional deve se iniciar com nas, embora alguns defendam 12 semanas.
adequação dietética, e cerca de 50% dos casos apresentação Resposta a.
melhora somente com essa atitude, sem a necessidade de su-
plementação medicamentosa. 28. Na gravidez, por ação da progesterona, há retardo na mo-
Citomegalovirose é altamente contagiante, assim como rup- tilidade da musculatura lisa gastrointestinal, ao mesmo tem-
tura de membranas é um dos principais fatores de risco para po em que relaxa o esfíncter inferior do esôfago favorecendo
infecção puerperal. Resposta b. refluxo. Com isso notam-se constipação e dores abdominais
consequentes, bem como azia. Além disso, são comuns so
23. Dentre as complicações de cesarianas, as mais comuns nolência, náuseas e vômitos. Estes sintomas também podem
são infecção, sangramento e lesão do trato urinário, em espe- acompanhar cânceres do trato gastrointestinal de modo que,
cial bexiga, de modo que a primeira afirmativa é verdadeira. estando a mulher grávida, eles podem ser imputados à gra-
Como a cicatriz de cesariana favorece rotura uterina em pró- videz de modo a retardar o diagnóstico da doença maligna.
xima gravidez, leva mais facialmente a óbito fetal caso essa É sabido que a gravidez, para permitir a implantação do
complicação ocorra. Segunda afirmação verdadeira. embrião com antígenos paternos estranhos ao organismo
Embora haja certa controvérsia nesse assunto, os estudo não materno, acompanha-se de imunodepressão, em especial
foram conclusivos em associar cesarianas a maior chance de celular, e essa redução de defesa imune pode favorecer o
depressão pós-parto, que parece mais relacionada a predispo- desenvolvimento e expansão de alguns tumores.
sição pessoal e complicações fetais. Terceira afirmação falsa. Radioterapia na região pélvica obviamente pode gerar mal-
Não há dúvidas que cesarianas eletivas elevam o risco de par- formações fetais e promover o desenvolvimento de tumores.
to antes da maturidade pulmonar fetal completa, e se acom- Melanoma e doenças hemáticas malignas, nesta ordem, são
panham de maior morbidade respiratória neonatal. Quarta os tumores que mais provocam metástases para feto e placen-
afirmativa verdadeira. ta, seguidos pelo câncer de pulmão, por outro lado, embora
A cesariana associa-se a maior dor em ferida operatória e não haja aumento da incidência de câncer colorretal em grávidas,
nas costas. Última afirmativa falsa. Resposta e. nunca se observou metástases feto-placentárias nestes casos.
Resposta b.
24. O quadro clínico envolvendo dispneia, ortopneia, es-
tertores bolhosos, cacifo e ingurgitamento jugular indicam 29. O teste de Kleihauer usa coloração que tinge de forma
insuficiência cardíaca com edema agudo de pulmão. Acon- distinta a hemácia fetal, de modo que tem o intuito de veri-
tecendo tal situação em puerpério deve-se aventar a hipótese ficar a presença de hemácias fetais no sangue materno. Este
de cardiomiopatia periparto. É um evento raro que ocorre teste pode ser usado para mulheres com Coombs negativo e
em 1 a cada 3 mil nascimentos. O tratamento inclui drogas que apresentem suspeita de troca de sangue entre mãe e feto.
inotrópicas nos casos graves, como digoxina. Gravidez sub- Confirmada, justifica-se o uso de imunoglobulina para inati-
sequente associa-se a recorrência do quadro e deve ser desa- var os antígenos destas hemácias. Resposta e.
conselhada quando função e tamanho do ventrículo esquer-
do não retornam ao normal. Resposta e. 30. As únicas contraindicações infecciosas à amamentação
são HTLV e HIV, dada a gravidade dos casos e risco de trans-
25. Desde 2002 existe o programa de humanização do parto missão. Resposta a.
do Ministério da Saúde, inclusive com manual e de humani-
zação de pré-natal e nascimento. Assim sendo, os elevados ín- 31. Gestações gemelares monocoriônicas são aquelas em
dices de cesariana no país não podem ser atribuídos a falta de que os fetos compartilham da mesma placenta. Elas somente
normatização. Também o Ministério aumenta repasses, como ocorrem em gemelaridades monozigóticos em que a cliva
incentivo, a hospitais que adotam práticas de parto humaniza- gem do zigoto se deu após o 4o dia que sucede a fecundação.
do. As demais alternativas trazem justificativas comuns para Diferentemente das gestações dicoriônicas, nas monocoriô-
cesariana, relatadas pelos próprios médicos. Resposta a. nicas pode ocorrer entrelaçamento e óbitos dos fetos, caso a
bolsa amniótica seja única (monoamniótica), ou síndrome
26. Embora possa ser substituído por Simpson em sua ausên- de transfusão feto-feto, caso existam duas bolsas amnióticas
cia, o fórcipe preferencial para cabeça derradeira encravada (diamniótica). Resposta c.
é o Piper, por ter cabo longo, que ultrapassa o corpo fetal
situado acima dele. Resposta a. 32. Mulher que não tenha recebido imunoglobulina recente-
mente e que apresente teste de coombs indireto positivo para
27. Existem várias classificações de puerpério. Embora não anti-Rh pode ser considerada aloimunizada. Nestes casos já
seja a forma internacionalmente mais aceita, uma das usadas não adianta mais realizar aplicação de imunoglobulina exóge-
no Brasil é a de Bussâmara Neme: na. O foco passa a ser, então, evitar anemia fetal grave. Assim,

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16 Temas gerais

colhe-se mensalmente coombs indireto quantitativo e, se este € 01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal
for maior ou igual a 1:16, faz-se avaliação dopplervelocimé- com mais de 10 semanas de idade gestacional, confirma-
trica do pico sistólico da artéria cerebral média, sendo a cor- do por US ou exame do feto;
docentese apenas indicada na alteração deste último exame. € 01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologica-
Valores de coombs menores que 1:16 são considerados não mente normal com 34 semanas ou menos em
críticos, com baixo risco e anemia fetal associada. Resposta b.
€ virtude de eclâmpsia, pré- eclâmpsia ou causas de
insuficiência placentária;
33. Analisemos as afirmativas separadamente:
Correta. A asma não controlada cria ambiente de hipóxia € 03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 sema-
materno-fetal e placentário, de modo que o feto pode apre- nas de idade gestacional, sem anormalidades hormonais
sentar baixo peso e maior mortalidade, além de muitas vezes ou anatômicas maternas, e causas cromossomiais pater-
ser necessária antecipação do parto por sofrimento fetal. No nas ou maternas excluídas.
início da gravidez, esse ambiente hipóxico ainda pode pro- 2) CRITÉRIOS LABORATORIAIS
mover malformações e alteração de vascularização placentá- • LA presente no plasma em 02 ou mais ocasiões com in-
rio, que é uma das bases para pré-eclâmpsia. tervalo mínimo de 12 semanas, detectado de acordo com as
Correta. O oxigênio passa da mão ao feto pela placenta por recomendações da Sociedade Internacional de Trombose e
difusão simples, de modo que é preciso manter ótima con- Hemostasia;
centração de oxigênio materno para assegurar que este gás € aCL IgG ou IgM em títulos moderados (> 40) a altos (>
chegue ao feto de forma suficiente. 80), em 2 ou mais ocasiões com intervalo de, no mínimo,
Correta. Salbutamol já vem sendo usado há tempo em 12 semanas por teste ELISA padronizado;
gestantes e se mostrou medicação segura.
Resposta e.
€ Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por
teste ELISA padronizado.
34. Parto vaginal cirúrgico envolve fórcipe ou vácuo-extra-
tor. Em apresentações cefálicas apresentam duas indicações: A presença de pelo menos 01 critério clínico e 01 laboratorial
alívio materno-fetal ou distocia de rotação. O primeiro caso permite a classificação do doente.
envolvem apenas extração de feto rodado ou pequenas rota- Assim, a presença dos abortamentos associada ao natimorto
ções de até 45 graus, e se indica por exaustão materna, rela- e mais o critério laboratorial de anticoagulante lúpico positi-
vo confirmam o diagnóstico de SAAF, doença em que auto-
xamento muscular por uso de analgésicos, resistência de te-
anticorpos destroem os fosfolípides de membrana o que ativa
cidos moles a feto insinuado ou sofrimento fetal. O segundo
a cascata de coagulação e formação de trombos. Portanto, o
inclui as grandes rotações, ou seja, maiores que 45 graus.
tratamento deve ser com anticoagulante e o mais seguro é
Para que se proceda o parto vaginal instrumentalizado são
enoxaparina sódica. Resposta b.
necessários alguns pré-requisitos, a saber: dilatação total,
feto insinuado (abaixo de plano zero de DeLee) e vivo, bolsa
38. A agenesia renal bilateral leva à conhecida sequência de
rota, e conhecimento da variedade de posição. Potter. Nesta, pelo fato de não haver rins não se produz li
Obviamento o suporte emocional faz a mulher ser mais co- quido amniótico. Como este é responsável por estimular a
laborativa durante o parto e evitando a exaustão. Resposta d. expansão dos pulmões, sua ausência promove a hipoplasia
pulmonar. Além disso, sabe o papel do liquido permitindo o
35. Sangramento pós-parto imediato tem como principal desenvolvimento neuromuscular por facilitar a movimenta-
causa (> 80%) a atonia uterina, especialmente na vigência de ção fetal, de modo que a ausência dele pode levar a deformi-
fatores de risco como macrossomia, multiparidade e gran- dade de membros e face. Resposta a.
de período expulsivo. A conduta inicial nesses casos envolve
massagem uterina e uso de uterotônico medicamentoso, em 39. Mulher que não tenha recebido imunoglobulina recente-
especial ocitocina endovenosa. Resposta c. mente e que apresente teste de coombs indireto positivo para
anti-Rh pode ser considerada aloimunizada. Nestes casos já
36. Superior a 1:30 fica indicado oferecer a pesquisa de cari- não adianta mais realizar aplicação de imunoglobulina exóge-
ótipo fetal para confirmar se há ou não a alteração cromossô- na. O foco passa a ser, então, evitar anemia fetal grave. Assim,
mica. Essa análise é feita por teste invasivo que pode ser até colhe-se mensalmente coombs indireto quantitativo e, se este
14 semanas a biópsia de vilo; de 18 a 22 semanas a amniocen- for maior ou igual a 1:16, faz-se avaliação dopplervelocimé-
tese e após, a cordocentese. Resposta d. trica do pico sistólico da artéria cerebral média, sendo a cor-
docentese apenas indicada na alteração deste último exame.
37. São critérios diagnósticos de SAAF: Valores de coombs menores que 1:16 são considerados não
1) CRITÉRIOS CLÍNICOS críticos, com baixo risco e anemia fetal associada. Resposta b.
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- 40. Fetos gemelares que compartilham da mesma placenta
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou são chamados de dicoriônicos e eles podem ou não estar na
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua mesma cavidade amniótica senque que se estiverem serão
vasculite. chamados de monoamnióticos e se não estiverem diamnió-
Morbidade Gestacional: ticos. Nas gestações monocoriônicas e diamnióticas podem

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240
Obstetrícia | Gabarito comentado

existir anastomoses arteriovenosas profundas na placenta piratória. Soma-se ao quadro aumento importante da área
que promovem o desvio de sangue de um feto (doador) para cardíaca ao Rx de tórax. Esse quadro é compatível com car-
outro (receptor) caracterizando a síndrome da transfusão diomiopatia periparto, uma lesão cardíaca autoimune de
feto-feto, situação em que ambos podem ter consequências causa desconhecida que acomete algumas raras puérperas e
graves. Por outro lado, nas gestações monoamnióticas o risco que leva a IIC por cardiopatia dilatada. Resposta b.
maior é de entrelaçamento dos cordões umbilicais e morte de
ambos os fetos. 44. Sendo a gestante Rh negativo e pai Rh positivo, a criança
A morte unifetal pode ocorrer em qualquer gestação geme pode ser Rh positivo, ter o antígeno D na hemácia e estimular
lar e o feto morto libera toxinas e fatores de coagulação que a produção materna de anticorpos anti este antígeno (anti-
podem, de forma rara, causar CIVD e lesão neurológica do -D), tanto que na suspeita de contato entre circulações ma-
feto vivo. terna e fetal deve-se aplicar imunoglobulina.
Gemelares com placentas distintas, ou seja, dicoriônicos, É possível saber se a mãe está produzindo anticorpos contra
apresentam melhor prognóstico. Resposta a. hemácias do feto e para isso dosa-se coombs indireto e, se
este estiver positivo para anti-D, há aloimunização. No caso,
41. São critérios diagnósticos de SAAF: a positividade foi para anti-Lewis, que nada tem a ver com
1) CRITÉRIOS CLÍNICOS sistema Rh e não se reveste de grande importância, devendo-
Trombose Vascular: 01 ou mais episódios de trombose ar- -se manter o monitoramento da presença de aloimunização
terial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer órgão ou com dosagem rotineira de coombs indireto. Caso este mante-
tecido confirmada por Doppler ou histopatologia, que exclua nha-se negativo para anti-D com 28 semanas, aplica-se imu-
vasculite. noglobulina profilática. Resposta b.
Morbidade Gestacional: 45. Os faores de risco para infecção puerperal são aqueles que
€ 01 ou mais mortes de feto morfologicamente normal favorecem a contaminação do meio intrauterino por patóge-
com mais de 10 semanas de idade gestacional, confirma- nos e queda da imunidade, e incluem baixo nível socioeconô-
do por US ou exame do feto; mico, baixa condições higiênico dietéticas, imunodepressão,
€ 01 ou mais nascimentos prematuros de feto morfologi- toques vaginais repetidos, cirurgia prolongada, obesidade e
camente normal com 34 semanas ou menos em virtude tempo prolongado de ruptura de membranas ovulares. A
de eclâmpsia, pré- eclâmpsia ou causas de insuficiência bolsa rota tardia é inerente ao nascimento. Resposta b.
placentária;
46. Poucas são as indicações absolutas de cesariana, entre
€ 03 ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 sema-
elas: placenta prévia centro total ou parcial; múltiplas cesa-
nas de idade gestacional, sem anormalidades hormonais
rianas; herpes genital ativo; sofrimento fetal agudo de feto
ou anatômicas maternas, e causas cromossomiais pater-
não insinuado. Resposta a.
nas ou maternas excluídas.
2) CRITÉRIOS LABORATORIAIS 47. A questão traz um caso de incompatibilidade Rh, com
€ LA presente no plasma em 02 ou mais ocasiões com in- mãe Rh negativo e RN Rh positivo. Como a mãe recebeu pro-
tervalo mínimo de 12 semanas, detectado de acordo com filaxia com 28 semanas, está indicado repetir a mesma no
as recomendações da Sociedade Internacional de Trom pós-parto, mesmo se Coombs indireto positivo, pois ainda
bose e Hemostasia; pode haver anticorpos circulantes da primeira administração
de imunoglobulina que trará a positividade ao exame. A dose
€ aCL IgG ou IgM em títulos moderados (> 40) a altos (>
deve ser repetida, pois esses anticorpos estarão em pequena
80), em 2 ou mais ocasiões com intervalo de, no mínimo,
quantidade.
12 semanas por teste ELISA padronizado;
Ter feito laqueadura não dispensa a administração da imu
€ Anti-b2GPI IgG ou IgM presente no plasma em 02 ou noglobulina, pois o método não é 100% seguro e ainda pode
mais ocasiões com intervalo mínimo de 12 semanas por haver reversão cirúrgica futuramente. Resposta c.
teste ELISA padronizado.
A presença de pelo menos 01 critério clínico e 01 laboratorial 48. Segundo os critérios de elegibilidade, os anticoncepcio-
permite a classificação do doente. Resposta b. nais a base de estrogênio, como injetável mensal, adesivo, pí-
lula combinada ou anel vaginal somente podem ser usados
42. Imunoglobulina anti-D deve ser administrada se houver 6 semanas pós-parto, pois aumentam a coagulabilidade já
risco de aloimunização. Portanto, quando a mãe é Rh ne- elevada nesse período por efeito de estrogênio elevado pela
gativo e o feto positivo, evitando que ela produza, de forma gravidez. Até esse período, então, ficam permitida anticon-
permanente, anticorpos contra o antígeno D da membrana cepção a base de progesterona, como implantes, injetável tri-
de hemácias Rh positivo. O coombs deve ser negativo, caso mestral e DIU de levonorgestrel. Não há necessidade do uso
contrário a imunização já está instalada, ou seja, já há produ- dos mesmos antes de 4 semanas pós-parto, pois esse deve ser
ção permanente de anticorpos anti-D e de nada adiantará a período de abstinência sexual. Resposta b.
administração da imunoglobulina. Resposta b.
49. Na incompatibilidade Rh (mãe Rh negativo e pai Rh po-
43. O enunciado mostra quadro de dispneia progressiva, sitivo) a presença de Coombs indireto, sem a administração
associada a edema, aumento de frequências cardíaca e res- exógena de imunoglobulina, significa que já há aloimuniza-

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16 Temas gerais

ção, ou seja, a mãe já está produzindo anticorpos contra he- para avaliar o sistema venoso de membros inferiores, inclu-
mácias Rh positivas através de seus linfócitos B de memória. sive poplítea. Pouca valia terá D-dímero, pois seus valores
Nesses casos acompanha-se mensalmente o nível de Coombs estão normalmente elevados na gravidez.
indireto e quando o mesmo atinge 1:16, faz-se semanalmente O tratamento deve ser instituído imediatamente, com uso de
a medida ultrassonográfica do pico sistólico da artéria cere- heparina de alto ou baixo peso molecular, e deve ser mantido
bral média para avaliar o grau de anemia. Esta estará presente até cerca de 6 semanas pós-parto, período necessário para
de forma significativa quando a referida velocidade sistólica que os fatores de coagulaçãoo voltem aos seus níveis normais.
se eleva acima 1,5 vezes a mediana para aquela idade gesta- O uso de warfarina não é boa alternativa para gestantes, es-
cional. Somente nessa situação indica-se cordocentese para pecialmente no primeiro trimestre, em que está associado a
transfusão intraútero, desde que a gravidez seja menor que malformações fetais. Resposta c.
34 semanas, a partir do que se procede ao parto. Resposta d.
53. Uma das causas de mastite puerperal é o ingurgitamento
50. A infecção puerperal é definida por febre, em mais de uma mamário, decorrente do esvaziamento incompleto das ma-
medida diária, por dois dias consecutivos, nos primeiros dez mas. A conduta, então, inclui antibioticoterapia, antiinfla-
dias pós-parto, excetuando-se o primeiro dia. Assim, ter tem- matórios e promover o esvaziamento mamário, preferêncial-
peratura axilar elevada em um dia isolada não caracteriza in- mente oferecendo as mamas ao bebê. Assim, deve-se manter
fecção, especialmente se isso ocorrer três dias pós-parto, época o esquema vigente de amamentação. Resposta a.
da apojadura do leite e que pode elevar a temperatura axilar.
Na infecção puerperal o útero costuma estar hipoinvoluído, 54. A questão traz um quadro de hemorragia pós-parto,
doloroso e amolecido (tríade de Bunn). Restos ovulares po- muito provavelmente causada por atonia uterina, sua repre-
dem ser causa de infecção puerperal, mas costumam se acom- sentante em mais de 80% das vezes.
panhar de sangramento intenso. Outra complicação comum Diante da atonia a conduta é massagem uterina e uso de
em puerpério é TVP. Essa deve ser suspeitada na presença de úterotônicos. Três são as opções: ocitocina, ergonovina e mi-
empastamento doloroso das pernas. O comum em puerpério soprostol. O misoprostol é última escolha pelos efeitos cola-
normal é edema indolor e mole. A loquiação, que é a saída terais, a ergonovina eleva a pressão arterial, de modo que é
de restos descamativos intrauterinos pela vagina, segue a se- contraindicada em hipertensas. Assim, deve-se administrar,
quência: rubra (vermelha clara), fusca (vermelha escura), flava no caso, ocitocina. Resposta b.
(amarelada), alba (branco-transparente). A sucção do bebê, ao
estimular liberação de ocitocina para ejeção de leite, promove 55. Para se realizar interrupção de gravidez por anencefalia é
também contração uterina. Resposta d. necessário exame ultrassonográfico com foto de face e pólo
cefálico, demonstrando a ausência de calota craniana e assi-
51. A imunoglobulina anti-D deve ser administrada a mãe nado por dois médicos. Tal exame somente terá valia se for
Rh negativo com feto possívelmente Rh positivo como forma realizado após a 12a semana de gravidez. Deve haver solici-
de profilaxia de aloimunização Rh. Ela impede que os linfó- tação assinada pela gestante e não há mais a necessidade de
citos maternos reconheçam o antígeno D das hemácias fetais autorização judicial. Resposta c.
e criem anticorpos permanentes contra eles. Assim, deve ser
administrada tanto no pós-parto, quanto com 28 semanas ou 56. Poucas são as situações em que a cesariana eletiva é in-
na presença de situações de risco de hemorragia feto-materna, dicada, entre elas temos: iteratividade, passado de cirurgia
como amniocentse, trauma, versão, sangramentos vaginais etc. uterina, cardiopatia grave entre outras. Para as portadoras de
Geralmente desconfiamos que o feto é Rh positivo se o pai vírus HIV geralmente agenda-se cesariana, mas é permitido
for deste tipo sanguíneo, mas ainda nesses casos há chances o parto normal, caso haja trabalho de parto espontâneo até
do feto ser negativo em 30 a 40%, impossibilitando a aloimu- 40 semanas, se: carga viral menor que 1000 cópias após 34
nização. Uma das maneiras de saber com feto intraútero é semanas e uso de terapia antirretroviral tríplice no pré-natal.
por meio de pesquisa de DNA fetal no sangue materno, ainda È preciso ter certeza de tais informações para se optar pela
fora do alcance da maioria pelo custo. via vaginal. A letra E cita carga viral indetectável sem dizer
A administração de imunoglobulina geralmente é feita na dose a data de coleta e não há citação sobre uso de antirretroviral
de 300 mcg, por via intramuscular, sendo possível a subcutâ- na gravidez, portanto, indica-se cesariana. A letra B também
nea se houver reação muscular. A via endovenosa não deve ser traz uma indicação de cesariana (DPP com feto vivo e viável),
usada pelo risco de choque anafilático. A meia vida da imu- mas seria emergencial e não eletiva. Resposta e.
noglobulina é de 3 a 4 semanas, independentemente da via de
administração, sendo a metabolização feita pelo sistema reti- 57. A mastite puerperal é situação comum, com maior inci-
culoendotelial. Doses maiores podem ser necessárias em casos dência nas primeiras semanas pós-parto. Seu principal agen-
de contato intenso de sangue fetal com materno, o que pode te causador é o Staphilococcus aureus, presente na cavidade
ser investigado pelo teste de Kleihauer-Betke, que quantifica as oral do bebê. Como o ingurgitamento mamário é um dos
hemácias fetais no sangue materno. Resposta c. fatores predisponentes mais importantes, diante de mastite a
amamentação deve ser mantida, inclusive na mama afetada,
52. A trombose venosa profunda é situação que tem risco pois é a melhor forma de esvaziá-la. Resposta c.
aumentado de ocorrer na gestação, dado o aumento de fato-
res de coagulação. Seu diagnóstico será baseado na clínica e 58. Bossa serosanguínea é um edema da pele exposta ao trau
ultrassonografia Doppler, este último com boa sensibilidade ma no canal de parto, por isso localiza-se na parte fetal insi-

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242
Obstetrícia | Gabarito comentado

nuada, por exemplo, na cabeça de cefálicas fletidas, na face cariótipo fetal independentemente dos resultados do morfo-
de defletidas de terceiro grau e nas nádegas de pélvicas. Em lógico de primeiro trimestre, até porque esse exame avalia
sendo edema, com o fim do fator agressor tende a regredir, risco e não oferece diagnóstico. Apesar disso, alterações de
o que em sua maioria ocorre em 24 a 48 horas. O princi- morfológico de primeiro trimestre associadas a de segundo
pal diagnóstico diferencial é cefalo-hematoma (acúmulo de elevam as chances de alterações cromossômicas e devem ser
sangue em periósteo), porém este se associa a fratura e tem levadas em consideração.
duração maior, destarte deve-se reavaliar a bossa em 5 a 7 Fetos com cromossomopatias tendem a sucumbir durante a
dias. Resposta e. gravidez pelas anomalias estruturais, sendo que poucos al-
cançam o termo. As chances de óbito fetal decrescem com a
59. Dizer que uma gestação gemelar é monocoriônica e idade gestacional, pois fetos que sobrevivem à embriogênese
diamniótica significa dizer que os fetos compartilham da são mais resistentes, ou tem menos anomalias. Resposta e.
mesma placenta, porém estão em bolsas amnióticas distintas.
Isso ocorre devido a clivagem do zigoto do 4o ao 8o dia pós 62. A ultrassonografia bidimensional ainda é a melhor forma
fecundução, portanto é corolário monozigotia. Nas gestações de rastreamento e diagnóstico de malformações fetais, po-
dizigóticas formam-se dois ovos e cada um originará seu feto rém por vezes pode trazer alguma dúvida a ser sanada com
com placenta própria. outros exames. Entre eles temos o ultrassom tridimensional
É justamente na gestação monocoriônica e diamniótica que que, relativamente recente, vem conquistando espaço e per-
pode ocorrer a síndrome da transfusão feto-feto. Felizmente mite visualizar melhor alguns defeitos, como lábios lepo-
essa condição é mais rara que gestações dizigóticas, em que a rinos. Há ainda a ressonância magnética, que pela rapidez
citada síndrome não ocorre. Resposta c. atual de aquisição de imagens praticamente não sofre efeitos
da movimentação fetal e ainda permite cortes mais próximos
60. Como dito no enunciado da questão, o tromboembolis- como requer um feto; sua serventia concentra-se mais em
mo é bem mais frequente na gravidez e puerpério do que fora defeitos do sistema nervoso central (por exemplo agenesia de
deles, pelo aumento de fatores de coagulação estimulado pelo corpo caloso), e na diferenciação de hérnia diafragmática de
estrogênio. Divide-se em trombose venosa profunda (TVP) outras patologias pulmonares. Resposta d.
e tromboembolismo pulmonar (TEP), e tem alta associação
com trombofilia hereditária, que corresponde a alteração ge- 63. A aloimunização Rh somente acontece se a mão é Rh ne
nética pró-coagulante que se soma ao efeito gravídico. gativo e o feto Rh positivo. Como o sangue negativo é recessi-
A TVP deve ser suspeitada diante do empastamento da pan- vo, o feto com mãe Rh negativo somente será Rh positivo se o
turrilha e confirmada por meio de Doppler de membros pai for Rh positivo. Portanto, no caso apresentado a primeira
inferiores. O TEP é suspeito quando além do referido em- conduta será determinar a tipagem sanguínea patérna e tran-
pastamento há dispneia; a confirmação pode ser feita por quilizar a mãe se mesma for negativa. Resposta b.
cintilografia ou tomografia, porém o primeiro exame deve
ser preferido na gestação porque a tomografia de tórax na 64. Sendo a mãe Rh negativa e o pai Rh positivo, o feto pode
gravidez pode elevar o risco de câncer de mama. ser Rh positivo, e a essa situação chamamos de incompatibi
Seja qual for a doença encontrada, o tratamento será com lidade Rh. Se o feto for efetivamente Rh positivo seu sangue
anticoagulante e, na gestação não se deve usar os cumaríni- pode entrar em contato com o materno estimulando a pro-
cos, preferindo-se heparina, especialmente as de baixo peso dução, pelo sistema imune da mãe, de anticorpos anti-D (não
molecular, pela facilidade de controle. A anticoagulação deve presentes em sangues negativos) que atravessam a placenta
ser mantida por 4 a 6 semanas pós-parto. O nascimento deve e atacam os antígenos D da membrana das hemácias fetais,
ser programado para o termo (de 37 a 40 semanas), em via promovendo hemólise e possível anemia. Nas incompatibili-
obstétrica, e a anticoagulação suspensa momentos antes e dades Rh e importante saber se a mãe está produzindo esses
reintroduzida posteriormente. Resposta c. anticorpos e em que quantidade o faz, por meio de Coom-
bs indireto. Sendo esse maior ou igual a 1:16 (título de 16)
61. Rastreamento de aneuploidias e malformações deve ser está estabelecido o risco de anemia fetal, que deve ser melhor
feito em dois períodos: investigada. Para tanto, lança-se mão do estudo Doppler da
No primeiro trimestre, entre 11 e 14 semanas, por meio de artéria cerebral média, em especial no que tange a velocidade
ultrassonografia morfológica em que se avalia translucência sistólica local. Quanto maior essa velocidade, menos viscoso
nucal e outros parâmetros (osso nasal, ducto venoso), além é o sangue e maior a probabilidade de anemia. Velocidades
de dosagem sérica de marcadores de cromossomopatias, muito elevadas são indicativos de resolução em gestações
como PAPP A (proteína plasmática A associada à gestação) maiores que 34 semanas e cordocentese para possível trans-
e f beta-HCG (fração livre de beta-HCG). Quantos mais pa- fusão intrautero em idades gestacionais menores. Resposta e.
râmetros forem usados, maior a eficácia na predição de cro-
mossomopatias. Fetos de alto risco devem ser submetidos à 65. São sinais de sofrimento fetal intraparto: taquicardia
pesquisa de cariótipo. persistente, bradicardia, desacelerações tardias, eliminação
No segundo trimestre, entre 20 e 24 semanas, por meio de de mecônio. No caso apresentado havia taquicardia e
ultrassom morfológico, que se analisa toda a estrutura fetal. eliminação de mecônio. Diante dessa hipótese estabelecida,
Nesse caso, algumas alterações, consideradas marcadores de faz-se necessário o abreviamento do trabalho de parto que,
cromossomopatias (onfalocele, holoprosencefalia, hérnia em estando a dilatação completa e o feto insinuado (abaixo
diafragmática, defeito cardíaco, etc) indicam investigação de do plano zero de DeLee), pode ser feita com uso de fórcipe.

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16 Temas gerais

No caso o feto apresentava-se na variedade de posição ODA, tumores obstrutivos do canal de parto, presença de cicatriz
de modo que, seguindo seu mecanismo de parto normal, de- no CORPO do útero (como as de miomectomias prévias),
veria seguir para OP pelo caminho mais curto, ou seja, rodar iteratividade (mais de uma cesariana anterior). Note que a
45 graus em sentido horário, antes do desprendimento. Isso presença de apenas uma cesariana segmentar transversa an
deve ser auxiliado também por fórcipe. Além do Kielland, o terior não contraindica parto normal, mas vale a ressalva de
fórcipe de Simpson Braun também serve para pequenas ro- que o trabalho de parto será pouco seguro se esta cesariana
tações, de até 45 graus. A manobra de Kristeller (pressão no ocorreu a menos de um ano. A questão não é muito bem fei-
fundo do útero) e proscrita, pois eleva risco de roturas uteri- ta, pois ao pé da letra teríamos mais de uma Resposta. Res-
na e hepática maternas e traumas fetais. Resposta c. posta e.

66. Essa questão deve ser respondida por exclusão. Toda vez 69. A presença de hemorragia pós-parto pode ter diversas
que aparece um caso de puérpera com dor abdominal a pri- causas, a saber: atonia uterina, inversão uterina, laceração
meira hipótese que se aventa é infecção puerperal, entretanto do canal de parto e retenção placentária. A última apresen-
a mesma é definida pela presença de febre por ao menos dois ta sangramento tardio, a laceração de canal não ocorrerá em
dias, nos dez dias que sucedem parto, exceto o primeiro, e cesariana, a inversão uterina também é de reconhecimento e
no caso apresentado não há febre. A presença de abscesso é correção imediatos na cesariana, a retenção placentária apre-
complicação de endometrite e também concorre com febre. senta sangramento tardio, além de ser rara em partos por via
Outra hipótese seria a retenção placentária, que levaria ao alta. Assim, a principal hipótese será atonia. Corroboram
acúmulo de sangue dentro do útero e sua consequente dis- para isso o fato dessa entidade ser responsável por mais de
tensão dolorosa. Entretanto, havendo restos o sangramento 80% dos sangramentos pós-parto e de haver fatores de ris-
é mais intenso e o colo uterino mantem-se pérvio, o que não co como a desproporção cefalopélvica e a própria cesariana.
aconteceu. Aliás, espera-se que em primigestas o colo esteja Resposta b.
impérvio por volta de 5 dias após o parto no puerpério nor-
mal, como ocorreu nesse caso. A ligadura acidental de ureter 70. Serão indicações de cesariana: desproporção cefalopélvi-
não provoca dor intensa, pode levar a acúmulo de líquido ca, herpes genital ativo, placenta prévia centrototal ou par-
na cavidade abdominal e formação de fístula. Assim sendo, cial, morte materna com feto vivo (cesariana post-mortem),
a hipótese mais plausível é hematoma da parede, provável prolapso de cordão sem dilatação avançada, sofrimento fetal
sangramento retroaponeurótico, que é situação comum em (exceto se dilatação total e feto insinuado), hemorragia agu-
hipertensas, que apresentam melhora da pressão no momen- da como descolamento prematuro de placenta (também se
to do parto e consequente redução do sangramento, porém não houver dilatação total e feto insinuado, que permite uso
algumas horas ou dias após a pressão volta a subir, fazendo de fórcipe), tumores obstrutivos do canal de parto, presença
com que pequenos vasos exteriorizem o sangue. A área re- de cicatriz no CORPO do útero (como as de miomectomias
troaponeurótica é rica em microvasculatura lesada na sepa- prévias), iteratividade (mais de uma cesariana anterior). Fe-
ração de aponeurose e músculo reto abdominal na cesariana tos grandes, embora aumentem a chance de desproporção
e torna-se susceptível a essa situação. Como não se trata de cefalopélvica, não fecham tal diagnóstico, obtido por parto-
uma cavidade a área se distende, forma abaulamento e dor. A grama. Na presença de eclâmpsia ou outras convulsão, após
confirmação da hipótese será dada por ultrassonografia que a estabilização materna, pode-se induzir o parto. A presença
permite visualização da coleção de sangue e o local em que se de circular de cordão, independentemente do número, não
encontra. Resposta d. indicará cesariana. Na ruptura de me mbranas o parto pode
ser induzido, mesmo com colo desfavorável. Resposta a.
67. São condições essenciais a realização de fórcipe: dilatação
total (10 cm), bolsa rota, feto insinuado (abaixo de zero de 71. Morte materna, segundo a OMS, é a morte da mulher
De Lee), conhecimento da variedade de posição, BCF pre- nos primeiros 42 dias pós-parto ou evento relacionado, como
sente. Independentemente do tipo de fórcipe escolhido, as abortamento. No Brasil, o Ministério da Saúde, considera a
colheres são locadas dos ossos parietais do feto, com as has- morte até 1 ano pós-parto.
tes seguindo pelo canal vaginal. Assim, a sutura sagital ficará Pode ser de causa obstétrica ou não, sendo as primeiras as mais
perpendicular a essas hastes. Em geral o fórcipe é feito em comuns. Assim, a principal causa de morte materna no Brasil
variedades cefálicas fletidas e, nesses casos, a sutura sagital é hipertensão (13,8/100 mil nascidos vivos), em segundo lu-
deve ficar abaixo do plano das hastes, pois assim se mantém gar temos as hemorragias (7,9/100 mil nascidos vivos), e em
a flexão da cabeça durante a tração. Resposta a. terceiro as infecções (4,4/100 mil nascidos vivos). Resposta b.

68. Vivemos em um país com altíssimas taxas de cesariana, 72. A amamentação pode trazer problemas, com destaque
talvez porque não se conheçam as indicações desse procedi- para fissuras, escoriações, ingurgitamentos e mastites. As
mento. Citemos algumas: desproporção cefalopélvica, herpes fissuras ou escoriações geralmente decorrem de pega inade-
genital ativo, placenta prévia centrototal ou parcial, morte quada, de modo que se deve orientar a lactante a fazê-la de
materna com feto vivo (cesariana post-mortem), prolapso forma adequada. O aleitamento não deve ser interrompido,
de cordão sem dilatação avançada, sofrimento fetal (exceto e como auxiliar pode-se orientar exposição a luz e analgési-
se dilatação total e feto insinuado), hemorragia aguda como cos. Os ingurgitamentos decorrem de esvaziamento incom
descolamento prematuro de placenta (também se não houver pleto e para tratá-los deve-se orientar ordenha mamária. As
dilatação total e feto insinuado, que permite uso de fórcipe), mastites acompanham-se de sinais flogísticos e presença de

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Obstetrícia | Gabarito comentado

pus, devendo ser tratadas com ordenha, anti-inflamatórios e do ao terceiro espaço gerando edema, ascite, derrame pleural
antibióticos se necessário. Também não se interrompe ama- e até pericárdico. Esse último pode ser tão intenso a ponto
mentação. Resposta e. de levar a tamponamento cardíaco e óbito fetal. Resposta d.

73. A placenta humana normalmente tem um formato circu- 76. As grandes multíparas já expuseram inúmeras vezes seus
lar ou ovalar, com inserção ligeiramente excêntrica do cordão úteros a estiramentos e isquemias provocadas por contrações
umbilical. Apresenta limites precisos e, ao termo, costuma uterinas que pinçam os vasos nutridores do miométrio. Com
pesar algo em torno de 500 g, inserindo na região de fundo isso, há microinfartos uterinos e consequente fibrose repara-
ou corpo uterinos. Alguns aspectos morfologicos configu- dora. Enfim, ocorre certa fibrosubstituição da musculatura
ram tipos especiais de placenta, a saber: uterina, o que pode gerar redução da capacidade contrátil e
€ placenta marginada: com a presença de orla fibrinoide distocias funcionais. Igualmente, a rotação fetal depende da
total ou parcial; musculatura perineal, enfraquecida na multiparidade, o que
também levará a distocias de rotação. A multiparidade não é
€ placenta circunvalada: a face materna é maior que a face fe-
fator de risco para as demais condições patológicas descritas.
tal da placenta, com transição fibrosa entre as duas partes;
Resposta a.
€ placenta sucenturiada: nessa há um lobo acessório (su-
centuriado), ou seja, alguns cotiledones separados da 77. Quadros de infecção puerperal devem ser tratados com
massa placentária principal, e a ela unidos por fina mem- antibioticoterapia de amplo espectro e observados de perto
brana fibrosa; por, ao menos, 72 horas em relação a sua evolução. Caso haja
€ placenta membranácea: extensa e fina, sua área de inser- piora importante do estado clínico, inclusive da algia pélvica,
ção corresponde a quase totalidade da superfície intrau- considera se falha terapêutica clínica, indicando-se cirurgia.
terina. Havendo melhora geral com desaparecimento da febre, há
Resposta d. boa resposta ao tratamento, que deve ser mantido. Por fim, se
houver melhora clínica, mas manutenção de febre alta diária
74. Havendo incompatibilidade Rh, ou seja, mãe Rh (D) a despeito da antibioticoterapia, a hipótese será de trombo-
negativo e pai Rh (D) positivo, realiza-se Coombs indireto flebite pélvica e, nesse caso, considera-se associação de hepa-
mensalmente no sangue materno. Esse exame detecta se a rina na terapia. Resposta a.
mãe está produzindo anticorpos contra o sangue positivo, o
anti-D, que atravessa a placenta e pode destruir hemácias fe- 78. No caso apresentado temos dilatação total, uma vez que
tais levando a sua anemia. A produção desse anticorpo pelo há referência de que o parto se encontra em período expulsi-
sistema imune da mãe somente ocorre após o reconhecimen- vo. O normal é que o feto seja expelido juntamente ou na pri-
to do antígeno e criação de memória contra ele. Assim, quan- meira hora após essa dilatação, o que não ocorreu, levando
do realizamos a profilaxia dessa situação, administramos os ao diagnóstico sindrômico de parada secundária da descida,
anticorpos para que eles destruam os antígenos antes que o restando-se saber a etiologia para conduta. O primeiro pon-
organismo materno os reconheça e crie memória. Pelo ex- to a analisar é a altura da apresentação. Estando essa acima
posto, fica claro que de nada adiantará realizar profilaxia em do plano zero de DeLee (não insinuado) a primeira hipóte-
mulheres que já apresentem Coombs indireto positivo. As se será desproporção cefalopélvico, embora raras vezes essa
demais, a profilaxia (com imunoglobulina anti D) deve ser condição possa ser decorrente de distocia funcional; todavia,
realizada em até 72 horas após o evento causador de contato tal diferenciação e simples pela análise das contrações, exa-
de sangue mãe-feto (aborto, amniocentese, parto etc.) e as 28 cerbadas na desproporção e frustras na distocia funcional.
semanas, para contemplar contatos inesperados e não diag- Por outro lado, se o feto ja estiver insinuado (abaixo de plano
nosticados. No pós-parto há a vantagem de se saber a tipa- zero de DeLee, localizado as espinhas ciáticas), o diagnósti-
gem do feto e se esta for a mesma da mãe não há necessidade co será de distócia de rotação, o que dificulta completar-se o
de administrar a imunoglobulina, pois o sangue negativo não mecanismo de parto. A correção desse distúrbio é realizada
estimulará a Resposta imune da mãe por não ter o antígeno com fórcipe, sendo o de Kielland obrigatório nas rotações de
D. Resposta b. 90 graus. Caso a sutura sagital localize-se transversa no ca-
nal de parto e occipicio voltado para a direita (como nesse
75. A eritroblastose fetal e a repercussão clínica da aloimu- caso), a variedade de posição é ODT, devendo o feto rodar
nização Rh, sendo aquele nome pouco usado em obstetrícia, 90 graus para chegar a OP e, pelo exposto, isso será auxiliado
mas todos nós conhecemos da época do ensino médio. Nessa por fórcipe de Kielland. Distocias de rotação em variedades
doença a mãe produz anticorpos contra um antígeno pre- de posição transversas costumam se acompanhar de assincli-
sente na hemácia fetal, o antígeno D. Esse anticorpo, por ser tismo, ou seja, a insinuação maior de um parietal em relação
IgG, ultrapassa a placenta, ataca as hemácias no feto in locus, ao outro. Se o parietal a se insinuar for o posterior em relação
e gera hemólise. Com isso, em casos graves, ele desenvolve a mãe a sutura sagital situa-se mais anteriormente e o parietal
anemia e tentará corrigir produzindo mais hemácias. Como anterior será de mais díficil acesso ao toque vaginal, e vice-
a fabricação desses elementos no feto se dá principalmente -versa. Resposta e.
no fígado, há uma hepatossubstituição por tecido hemato-
poiético, e consequente redução da produção protéica, em 79. A queda de batimentos cardíacos fetais durante a con-
especial de albumina. O resultado será redução da pressão trações caracteriza a desaceleração precoce, ou DIP I, que e
coloidosmótica na circulação fetal, extravasamento de líqui- decorrente da compressão do pólo cefálico pelo útero e con

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16 Temas gerais

sequente ativação de reflexo vagal fetal. A não ser que os ba- de crescimento e oligoâmnio do doador; caso essa situação
timentos atinjam valores muito baixos, como os de 60 bpm ocorra muito precocemente, o receptor logo terá o edema,
ou menos, tal tipo de desaceleração não apresenta prognós- que poderá ser diagnosticado pelo aumento de sua translu-
tico desfavorável e nenhuma conduta específica precisa ser cência nucal (essa que nada mais é que um edema na nuca
tomada. A DIP I é comum em bolsa rota e fases avançadas do feto). Nas gestações monoamnióticas o risco é de entre-
do trabalho de parto. Em relação a quantidade de contrações, laçamento dos cordões umbilicais e óbito de ambos os fetos.
ao final do trabalho de parto é normal haver 4 contrações em Resposta b.
10 minutos, com intensidade de cerca de 50 mmHg (fortes),
ou seja, atividade uterina de 200 uM. Há uma relação entre 82. O rastreio de cromossomopatias também pode ser feito
duração e intensidade e, para ser adequada, uma contração por dosagem de marcadores bioquímicos no sangue materno.
deve durar ao menos 40 segundos. Assim, com 8 cm, a ges- Com valores preditivos menores que os do ultrassom morfo-
tante da questão apresenta um padrão contrátil normal, não lógico de primeiro trimestre, podem agregar valor a esse. Os
requerendo medicações uterotônicas. marcadores mais usados no primeiro trimestre são a fração
A eliminação de mecônio, em especial fluido, nem sempre livre do beta-hCG e PAPP-A. Em casos de trissomia do 21
indica sofrimento, pode ser decorrente de maturidade fetal. o beta hCG é aumentado, enquanto há redução de PAPP A.
Ele terá valor nesse sentido se muito espesso ou acompanha- Nas trissomias do 13 (Patau) e 18 (Edwards), ambos estão
do de alterações de provas de vitalidade fetal. Resposta c. reduzidos. Nas monossomias do X (Turner) o beta-hCG e
normal. Resposta b.
80. Sangramento profuso após secundamento caracteriza a
hemorragia pós-parto, uma das principais causas de morte 83. A obstetrícia é composta de muitos sinais, alguns epô-
materna. Essa pode ser decorrente de: nimos e outros não, mas é preciso memorizá-los. A questão
1) Atonia uterina – o útero apresenta consistência amolecida traz alguns:
e tamanho aumentado (o normal pós-parto e que localize-se € I – sinal da tartaruga: ocorre na distocia de ombro, em
abaixo da cicatriz umbilical); que o feto fica com a cabeça para fora da vulva, mas o
2) Inversão uterina – não se palpa o fundo do útero e o espe- resto fixo no interior materno, assemelhando-se a uma
cular revela “tumor” vaginal, que nada mais é que o fundo se tartaruga que coloca a cabeça para fora do casco;
exteriorizando pelo colo; € II – sinal do T invertido: em gestações gemelares com duas
3) Laceração de canal de parto – o útero está contraído e com cavidades amnióticas, os fetos podem ou não comparti-
tamanho adequado; lhar da mesma placenta e tal diferenciação será difícil na
4) Retenção placentária – o sangramento é mais tardio, perce- medida em que mesmo que as placentas sejam distintas
bido muitas horas pós parto, e segue a secundamento incom- elas podem estar unidas. Para dirimir essa dúvida faz-se
pleto. No caso apresentado temos sangramento importante ultrassonografi a no primeiro trimestre e observa-se o
nas primeiras horas pós-parto, útero contraído e de tamanho septo amnico que separa os fetos: se este tiver a mesma
normal. Portanto, o diagnóstico será de laceração de canal de espessura em todo o seu trajeto (a que chamamos sinal
parto e a conduta deve ser a revisão desse canal para localiza- do T invertido) tem-se placenta única, ou monocoriônia;
ção do ponto sangrante e a sutura primária. Resposta d. € III – sinal de Frommel: trata-se do retesamento dos liga-
mentos redondos e geralmente se acompanha de hiperto-
81. As gestações gemelares podem apresentar duas placentas nia do segmento (sinal de Bandl) na iminência de rotura
(dicoriônicas), ou ter placenta única (monocoriônicas). Nes- uterina, dando ao útero um aspecto de ampulheta;
se último caso, ainda é possível que tenham duas bolsas am- € IV – sinal do bico de mamadeira: também chamado de
nióticas (diamnióticas) ou bolsa única (monoamnióticas), si- sinal do dedo de luva, trata-se de uma dilatação na parte
tuação essa que ainda pode ser acompanhada de acolamento superior do colo uterino, desde orifício interno, por onde
dos gêmeos (gêmeos conjugados ou siameses). Nas gestações há protrusão de parte da bolsa amniótica, de modo que
dizigóticas, em que se formaram dois ovos, pois dois ovócitos é típico de insuficiência istmocervical, em que o colo é
distintos foram fecundados, sempre haverá dicorionia. Já nas incompetente para se manter fechado;
monozigóticas, o tipo de gemelaridade depende do momen-
to da clivagem, em relação a fecundação: € V – sinal do lambda: na gemelaridade de duas placentas
(dicorionia), o septo que separa os fetos é mais espesso
€ até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica; em sua emergência placentária, o que caracteriza esse si-
€ do 4º ao 8º dia: gestação monocoriônica diamniótica; nal. Resposta a.
€ do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica.
84. Infecção puerperal, que é caracterizada pela endo-
Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. metrite pós parto com ou sem complicações, é definida
As gestações dicoriônicas apresentam melhor prognósti- como a presença de febre maior ou igual a 38 graus em
co. Nas monocoriônicas diamnióticas, e apenas nessas (por dois dias consecutivos, nos dez dias que se seguem ao
motivos não bem esclarecidos), pode ocorrer a síndrome da parto, excetuando-se o primeiro dia. Assim sendo, a febre é
transfusão feto-feto, em que a nutrição de um feto é desviada condição essencial para seu diagnóstico, não sendo obrigató-
a outro por anastomoses arteriovenosas profundas, levando a rios demais coadjuvantes, como leucocitose, fisiometria, dor
macrossomia, edema e polidrâmnio do receptor, e restrição- pélvica etc. Resposta a.

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Obstetrícia | Gabarito comentado

85. Pacientes com incompatibilidade Rh devem ser acompa- matozóides distintos. Nesse caso cada um terá sua pla-
nhadas mensalmente com Coombs indireto. Um vez que o centa e sua bolsa amniótica, de modo que a gestação será
exame esteja positivo, sem uso de imunoglobulina, a pacien- dicoriônica e diamniótica.
te encontra-se isoimunizada, ou seja, ela produz anticorpos. € Monozigóticas (1/3 dos casos): é formado único zigoto
Caso o Coombs indireto alcance o valor de 1:16, indica-se que se divide, formando dois fetos geneticamente idên-
a dopplervelocimentria de artéria cerebral média para verifi ticos. A quantidade de placentas e bolsas amnióticas de-
car a possibilidade de anemia, que torna o sangue menos vis- penderádo momento de clivagem: Até o 4o dia pós-fecun-
coso e aumenta a velocidade do fluxo. Com Coombs menor dação: duas placentas e duas bolsas se formarão (gestação
que 1:16 a quantidade de anticorpos produzido pela mãe não dicoriônica e diamniótica);
será suficiente para causar anemia fetal. Assim, discordamos
Do 4o ao 8o dia: haverá uma placenta (monocoriônica) e
do gabarito oficial. Resposta b e d.
duas bolsas amnióticas (diamniótica);
Após 8o dia: a placenta e a bolsa amnica são únicas, ou seja,
86. A profilaxia de infecção por estreptococo será feita ape-
a gestação é monocoriônica e monoamniótica. Após 12º dia
nas no momento do parto, caso se pretenda via vaginal. As-
os gêmeos ainda serão acolados (siameses). Assim, gestações
sim, está indicada se:
que compatilham da mesma bolsa (monoamnióticas) certa-
Cultura de swab anal ou vaginal positiva;
mente terão mesma placenta (monocoriônicas).
Urocultura positiva para estreptococo em qualquer momen-
Resposta b.
to da gravidez;
Passado de recém-nato com infecção por estreptococo;
90. Impressionante a mistura de conceitos que os examina-
Casos de cultura desconhecida, se: amniorrexe há mais de 18
dores fazem para tentar confundir o aluno. Por exemplo, o
horas, trabalho de parto prematuro, febre de origem indeter- enunciado pergunta o que é incorreto em relação ao puérpe-
minada no trabalho de parto. rio normal e alternativa C versa sobre depressão na gestação.
Enfim, o examinador quer apenas saber o que é errado, e ain-
87. A esterilização cirúrgica já foi considerada método con- da confunde conceitos. Em primeiro, sempre que há febre na
traceptivo irreversível, entretanto surgiram formas de rever- mulher a infecção urinária deve ser lembrada, pois devido ao
sibilidade. A princípio existiam as esterilizações femininas e tamanho reduzido da uretra essa afecção é comum no sexo fe-
masculinas, sendo que no primeiro rol incluam-se as laquea- minino. Logo após o parto, pela exposição sanguínea ao meio
duras tubárias em suas diversas formas, e no segundo a vasec- vaginal infectado, costuma haver bacteremia transitória, o
tomia. Em ambos os casos o intuito é de interromper a conti que gera calafrios. Felizmente na quase totalidade dos casos
nuidade de um duto essencial para a fundação: na vasectomia, não há infecção, dadas as defesas imunitárias. Mais de 70%
impede-se que os espermatozoides atinjam o ejaculado final das gestantes apresentam alguns sintomas depressivos, entre-
e na laqueadura esses não podem alcancar o ovócito. Formas tanto o diagnóstico de depressão pode ser realizado em 10 a
de recanalização cirúrgica surgiram, seja via laparoscópica ou 15% das gravidas, sendo a quase totalidade depressão menor.
laparotômica, com altas taxas de sucesso. Entretanto o incon- No puerpério, o blues tem incidência de 85% e a depressão
veniente do ato cirúrgico fez surgir, recentemente, uma esteri- também de 10 a 15%. A primeira hora pós-dequitação é cha-
lização definitiva realizada por via histeroscópica, conhecida mada de quarto periodo, embora seja um dos períodos do
como Essure. Ela consiste na injeção, por histeroscopia, de en- parto, alguns chamam de período pós-parto, pois as hemor-
xertos de poliester e outros componentes na região intramural ragias desse período são nomeadas hemorragias pós-parto.
da tuba uterina. Esse material leva a uma reacao inflamatória Ressalta-se que foge aos conceitos mais aceitos. Finalmente,
local com consequente fibrose e obstrução definitiva da tuba manobra de Pajot serve para extração de braço estendido em
em até 3 meses. Trata-se do método de menor reversibilidade parto pélvico, nada tendo a ver com hipotonia, tratada com
existente na atualidade. Resposta b. massagem uterina e medicamentos (ocitocina, ergometrina,
misoprostol) ou intervenções cirúrgicas (sutura de B-Lynch,
88. Gestação dicoriônica e diamnióticas são aquelas que ligadura de hipogástrica, histerectomia). Resposta e.
apresentam duas placentas e duas bolsas amnióticas. Isso
pode ocorrer em duas Situações: na dizigotia, quando dois 91. A hemorragia pós-parto e a perda sanguínea intensa
espermatozoides distintos fecundam ovócitos diferentes, de (acima de 500 mL) no pós-parto. Em mais de 80% das ve-
modo que os fetos podem ter sexos discordantes, pois são zes deve-se a atonia uterina, de modo que na falta do diag-
zigotos distintos; ou na clivagem de um ovo ou zigoto for- nóstico da causa a conduta deve ser tomada considerando-
mado até o 4o dia pós-fecundação, caso em que os fetos serão -se esse quadro. A princípio, realiza-se tratamento clínico,
idênticos. Para enovelamento dos cordões a bolsa amniótica sendo possível administração de três drogas: ocitocina 20
deve ser única o que só ocorrem em clivagens após 8 dias da UI EV, metilergometrina 1 ampola IM (esta contraindicada
fecundação, assim como gêmeos conjugados somente serão em hipertensas por elevar a pressão arterial) e misoprostol
possíveis em clivagens do zigoto posteriores ao 12º dia pós- 800 mcg via retal. Falha a conduta clínica medicamentosa,
-fecundação. Para síndrome da transfusão feto-feto a gesta- existem outras opções que requerem anestesia. A colocação
ção deve ser monocoriônica e diamniótica. Resposta e. de balão intrauterino pode ser feita sob anestesia, mas nunca
sem a mesma pelo risco de choque neurogênico, dada a dor
89. Gestações gemelares podem ser de dois tipos: que provoca. Outras opções são a sutura de B Lynch, hemos
€ Dizigóticas (2/3 dos casos): são formados dois zigotos, tática, e a ligadura das artérias ilíacas internas (hipogástri-
pois dois ovócitos são liberados e fecundados por esper- cas). Todas essas medidas visam evitar a histerectomia, que

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16 Temas gerais

em muitas vezes não pode ser dispensada. O examinador en- pós-clampeamento do cordão. Nos partos normais também
tão considera a Resposta correta a letra C, mas estaria melhor se deve evitar extração manual da placenta e episiotomias,
escrito se ele colacasse que as sondas devem ser evitadas sem pois são focos de infecção. Assim, permitir que haja dequi-
a prévia analgesia. Resposta c. tação (delivramento) espontânea, reduz chances de infecção
puerperal. Resposta a.
92. De acordo com normas internacionais, em cesariana ele-
tiva fica indicada antibioticoprofilaxia de infecção materna 96. Modernamente o líquido amniótico normal é aquele
com dose única de 2 g de cefalosporina de primeira geração, compreendido entre os percentis 5 e 95 para a respectiva
como cefazolina, imediatamente após o clampeamento do idade gestacional, de acordo com a curva de Moore. Se não
cordão umbilical. Havendo alergia a betalactâmicos, a esco- é possível avaliar tal curva imediatamente, considera-se ILA
lha será clindamicina. Resposta d. normal valores situados entre 8 e 18 cm, o polidrâmnio será
diagnosticado se ILA maior que 25 cm e o oligoâmnio se me-
93. Existem diversas alterações fisiológicas na gestação, como nor que 5 cm. Valores intermediários são limites superior ou
formas de adaptação ao estado gravídico. Elas envolvem qua- inferior da normalidade. Resposta b.
se todos os sistemas, sendo os principais:
€ cardiovasculares: por ação estrogênica ativa-se o sistema 97. As gestações gemelares podem apresentar duas placentas
renina-angiotensina-aldosterona, o que eleva a absorção (dicoriônicas), ou ter placenta única (monocoriônicas). Nes-
tubular de sódio e líquido, elevando-se a volemia desde o se último caso, ainda é possível que tenham duas bolsas am
início da gestação. Por outro lado a ação da prostaciclina, nióticas (diamnióticas) ou bolsa única (monoamnióticas), si-
produzida na placenta, promove vasodilatação, reduzin- tuação essa que ainda pode ser acompanhada de acolamento
do a pressão arterial. Para bombear todo líquido adiante, dos gêmeos (gêmeos conjugados ou siameses). Nas gestações
ocorre aumento da frequência cardíaca. dizigóticas, em que se formaram dois ovos, pois dois ovócitos
distintos foram fecundados, sempre haverá dicorionia. Ja nas
€ gastrointestinais: a progesterona promove relaxamento
monozigóticas, o tipo de gemelaridade depende do momen-
da musculatura lisa esôfago-gástrica-intestinal, favore-
to da clivagem, em relação a fecundação:
cendo refluxo e constipação. Felizmente, também há re-
dução da secreção de ácido clorídrico. € até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica;
€ urinário: com maior volemia, eleva-se a taxa de filtração € do 4º ao 8º dia: gestação monocoriônica diamniótica;
glomerular. Os ureteres diminuem motilidade por ação € do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica.
de progestágeno, o que favorece pielonefrite. A bexiga di-
minui sua capacidade de enchimento. Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. As gestações
dicoriônicas apresentam melhor prognóstico.
€ pulmonar: com a elevação do diafragma há redução de
Nas monocoriônicas diamnióticas, e apenas nessas, pode
volumes de reserva (capacidades residuais), mas ocorre
ocorrer a síndrome da transfusão feto-feto. Nas gestações
aumento do volume corrente, com entrada de oxigênio
monoamnióticas o risco é de entrelaçamento dos cordões
e saída de gás carbônico. Como esse último gás é mais
umbilicais e óbito de ambos os fetos.
difusível, ocorre maior saída do mesmo que entrada de
Independentemente do tipo, a gemelaridade associa-se a
oxigênio, reduzindo-se sua pressão parcial e levando a
maior risco de: estrias, parto prematuro, hipertensão, hipe-
discreta alcalose respiratória.
rêmese gravídica, etc. Resposta c.
€ sanguíneo: elevam-se fatores de coagulação, especial-
mente fibrinogênio. Também há elevação de leucócitos e 98. Questões com figura quebram a mesmice do branco e
redução da concentração de hemoglobina por diluição. preto das palavras. Esta, especificamente, versa sobre fenô-
Resposta b. menos plasticos do parto, sendo eles:
€ Bossa serosanguínea: edema de pele na região do conta-
94. O triplo teste refere-se a dosagem de três marcadores bio- to do feto com o colo uterino. Como tal não respeita os
químicos no soro da gestante: limites das suturas ósseas, acentua-se ao choro ou tosse e
€ alfafeto proteína – reduzido na síndrome de Down e ele- tende a desaparecer em 24 a 36 horas.
vado em defeitos abertos do tubo neural; € Cefalo-hematoma: acúmulo de sangue abaixo do peri-
€ estriol não conjugado: também reduzido na síndrome de ósteo, de modo que não avança suturas ou fontanelas.
Down; Relaciona-se a trauma e não se acentua ao choro.
€ gonadotrofina coriônica: elevada na síndrome de Down. € Acavalgamento das suturas: sobreposição de ossos do
Essas substâncias podem ser dosadas entre 12 e 22 se- crânio, para que a cabeça possa entrar no canal do parto.
manas. Atualmente prefere-se a dosagem de PAPP-A e A figura revela sangue abaixo do periósteo e dentro do
β-hCG livre no primeiro trimestre, por ser mais precoce. limite do osso, não avançando a sutura, portanto e cefalo-
Resposta b. -hematoma. Resposta e.

95. Além da assepsia e colocação de campos estéreis, a pre- 99. Sendo a glabela, ou base do nariz, o ponto de referência
venção de infecção pós-parto se faz, em cesariana, pela não (parte fetal mais facilmente palpável ao toque) persistente de
dequitação manual da placenta e uso de cefazolina 2 g EV uma apresentação, esta então é cefálica defletida de segundo

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Obstetrícia | Gabarito comentado

grau. Isso significa que seu diâmetro de insinuação seria o € procedimentos invasivos uterinos (amniocentese, cordo-
occipitomentoneiro, que mede cerca de 13 cm, superior ao centese, biópsia de vilo corial);
maior diâmetro da bacia, o transverso, que mede em torno € as 28 semanas;
de 12 cm. Assim sendo, não há insinuação de modo que a
conduta deve ser a realização de cesariana. Resposta b.
€ em até 72 horas pós-parto.
O fato de ter realizado profilaxia por um motivo, não impede
100. As gestações gemelares podem ser classificadas quanto de fazê-lo por outro. Por exemplo, ter feito profilaxia as 28
ao número de zigotos formados, em dizigóticas (75% dos ca- semanas, não exclui necessidade de refazer pós-parto;
sos) ou monozigóticas (25% dos casos). Nas primeiras, dois igualmente, ter feito por ameaça de aborto, não exclui nova
ovócitos distintos liberados ao mesmo tempo são fecundados dose com 28 semanas. Resposta e.
por dois espermatozoides distintos, já nas segundas um ovo é
fecundado por um espermatozoide, forma-se um zigoto que 104. Hemorragia pós-parto, ou perda sanguínea exacerba-
se cliva. As gestações gemelares dizigóticas apresentam cara- da, tem como principal causa, representando mais de 80%
tér hereditário, diferentemente das monozogóticas. São divi dos casos, a atonia uterina. Para essa são fatores de risco im-
didas ainda em relação ao número de placentas (corioni). Po- portantes: multiparidade, gemelaridade, trabalho de parto
dem apresentar duas placentas (dicoriônicas), ou ter placenta prolongado, sangramentos da segunda metade da gravidez
única (monocoriônicas). Nesse último caso, ainda é possível (DPP, placenta prévia), pré-eclampsia (que eleva o risco de
que tenham duas bolsas amnióticas (diamnióticas) ou bolsa DPP), miomatose e obesidade. Apesar desses fatores conhe-
única (monoamnióticas), situação essa que ainda pode ser cidos, muitos casos acontecem na ausência dos mesmos, de
acompanhada de acolamento dos gêmeos (gêmeos conjuga- modo que atenção deve ser dada a todas as mulheres. Tanto
dos ou siameses). Nas gestações dizigóticas, sempre haverá isso e verdade, que Greenberg criou o quarto período do
dicorionia. Já nas monozigóticas, o tipo de gemelaridade de- parto, até uma hora pós-dequitação, para que os obstetras
pende do momento da clivagem, em relação à fecundação: observassem o sangramento vaginal e a contração uterina,
além das condições clínicas maternas. A profilaxia se faz
€ até o 4º dia: gestação dicoriônica diamniótica; – do 4º ao com clampeamento precoce do cordão, em casos de alto
8º dia: gestação monocoriônica diamniótica; risco, e uso de 10 UI de ocitocina, EV ou IM, no terceiro
€ do 8º ao 12º dia: gestação monocoriônica monoamiótica. período do parto. Essa medicação apresenta eficácia seme-
lhante às demais (como metilergometrina e misoprostol),
Se após 12 dias, os gêmeos serão conjugados. Resposta d.
porém com menos efeitos colaterais. Diante da atonia ins-
talada, o tratamento será com dose maior de ocitocina (20
101. A endometrite pós-parto é caracterizada clinicamente
UI), seguido de metilergometrina (se paciente normotensa)
pela tríade de Bunn, representada por útero hipoinvoluido,
e misoprostol se necessário, antes que se adotem medidas
amolecido e doloroso, além do quadro febril comum às in-
cirúrgicas. Resposta c.
fecções puerperias. No caso, temos tal tríade, pois o útero
está na cicatriz umbilical (onde deveria estar imediatamen- 105. As estatísticas revelam que 1 a 9% das gestantes apre-
te pós-parto), e amolecido e doloroso, e a mulher apresenta sentam asma. O curso da doença é imprevisível durante a
temperatura elevada. Feito o diagnóstico de endometrite tra- gestação, sendo que 1/3 melhora, 1/3 piora e 1/3 fica inaltera-
tamento antibiótico endovenoso de amplo espectro deve ser do. O curso pode ser distinto em gestações subsequuentes na
prontamente indicado, em regime de internação hospitalar. mesma mulher. Em geral, quadros mais graves apresentam
Pensar em restos ovulares, estando o colo pérvio, é plausível, maior chance de piora. A evolução desfavorável ocorre 13%
o que pode requerer posterior avaliação ultrassonográfica. dos casos de asma leve, 26% dos casos de asma moderada e
Resposta d. 50% dos casos de asma grave. O diagnóstico será semelhan-
te ao da mulher não grávida. Efeitos perinatais adversos não
102. O ingurgitamento mamário é complicação comum no são comuns, e ocorrem principalmente em casos graves da
processo de amamentação. Ele ocorre porque o leite produzi doença, sendo exemplos: prematuridade, sofrimento fetal e
do não foi completamente drenado. Para resolver o problema pré-eclâmpsia. Resposta d.
é preciso ordenhar a mama para esvaziá-las, o que ja promo-
verá o alívio da dor. Paralelamente, utilizam-se compressas 106. Os quadros de mastite puerperal serão reconhecidos
frias que promovem vasoconstrição mamária e reduzem a pela hiperemia, dor e ingurgitamento mamários, acompa-
produção de leite. Nunca devemos suspender a amamenta- nhados ou não de febre. Independentemente de haver ou não
ção nessas situações e é preciso lembrar que a temperatua abscesso, a ordenha da mama afetada é indicada para drena-
axilar está elevada pelo aquecimento da mama adjacente. gem de líquido local (que pode ser meio de cultura) e elimi-
Resposta c. nação de bactérias, assim como se indica o uso de antibiótico,
em geral cefalosporinas de 1ª geração ou ciprofloxacina. É
103. A profilaxia de aloimunização Rh, como imunoglobuli- adequado, paralelamente, realizar a investigação ultrassono-
na anti-D, será feita sempre que houver mãe Rh negativo com gráfica da mama para analisar se não há abscesso parenqui-
Coombs indireto positivo, e feto possívelmente positivo, nas matoso, em que a drenagem é a terapia ideal. A amamenta-
seguintes situações: ção não deve ser suspensa. A bacterioscopia será auxiliar na
€ sangramentos da gestação (abortamentos, ectópica, DPP, escolha do tratamento, especialmente em falha terapêutica.
PP, mola hidatiforme etc.), em cada sangramento; Resposta b.

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16 Temas gerais

107. Três são os principais distúrbios puerperais psiquiátri- sinais de choque. Suas causas podem ser: atonia uterina, in-
cos, a saber: versão uterina, laceração de canal de parto, retenção de restos
€ Blues puerperal – incide em 85% das mães. Quadro clíni- placentários e distúrbios de coagulação. De todas, a mais co-
co se inicia em até 2 semanas, com sintomas leves (triste mum é a atonia uterina, cujos fatores de risco são facilmente
za, irritabilidade e choro fácil). Autolimitado, sem trata- identificados e incluem: polidrâmnio, gemelaridade, multi-
mento específico. paridade, parto prolongado, corioamnionite, cesariana, etc.
O mais importante é identificar a etiologia para estabelecer o
€ Depressão pós-parto – incide em 10 a 15% das puérperas.
tratamento correto:
Inicia-se leve, 3 semanas pós-parto, e tem piora progres-
€ atonia – útero aumentado e amolecido. Tratamento se-
siva, retardando o diagnóstico. Tratamento: antidepres-
quencial com ocitocna – ergometrina – misoprostol – ba-
sivos.
lão intraútero – sutura de B-Lynch – ligadura de hipogás-
€ Psicose puerperal – incide em 0,1 a 0,2% das mães. Início tricas histerectomia.
súbito até duas semanas do parto, sendo agravada com
€ inversão – fundo não palpável + tumor vaginal. Realoca-
mania, depressão e esquizofrenia. Trata-se os três distúr-
ção uterina com manobra de Taxe e ocitocina posterior-
bios com medicações como valproato ou carbamazepina.
mente.
Resposta a.
€ laceração do canal de parto – útero normolocado e con-
108. A Associação Brasileira de Agências de Viagem solicita traído. Revisão do canal visualizando-se as lacerações,
atestado médico para gestantes com mais de 36 semanas que que devem ser imediatamente suturadas.
queiram viajar de avião e a presença de um médico acompa- € retenção de placenta hemorragia tardia. Tratado com
nhando a viagem àquelas com mais de 38 semanas. Recomen- curetagem.
da ainda o uso de meia elástica e movimentar-se durante o vôo. Agenesia renal levaria a oligoâmnio, não sendo fator de risco
As mães, ainda que adotivas, têm direito à licença-maternida- para sangramento pós-parto. Resposta a.
de, que será de 120 dias para crianças até 1 ano, 60 dias para
aquelas com até 4 anos e 30 dias se a criança tiver até 8 anos. 112. O anticoagulante lúpico e os anticorpos anticardiolipi-
O abortamento espontâneo também permite repouso remu- na e beta 2 microglobulina são exames para diagnóstico de
nerado de 15 dias. síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAFF). A suspeita
Trabalhadoras avulsas têm direito à licença-maternidade e re- advém da história clínica, em que que é possível identificar
cebem o recurso diretamente da previdência social. Resposta c. abortamentos de repetição, perdas gestacionais tardias inex-
plicáveis, restrição de crescimento, tromboses, DHEG de
109. Os quadros de mastite puerperal serão reconhecidos início precoce, etc. Tudo porque na doença se produz anti-
pela hiperemia, dor e ingurgitamento mamários, acompa- corpos contra fosfolípides de membrana, lesando as mesmas
nhados ou não de febre. Independentemente de haver ou não e formando trombos, o que pode acometer o território pla-
abscesso, a ordenha da mama afetada é indicada para drena- centário, levando à má nutrição fetal e suas consequências
gem de líquido acumulado no local e manter o fluxo auxiliar (RCIU, abortamento, DHEG). Resposta e.
na eliminação de bactérias. É também indicado o uso de an-
tibiótico, em geral cefalosporinas de 1ª geração ou ciproflo- 113. São causas possíveis de hemorragia pós-parto: atonia
xacina. A amamentação não deve ser suspensa, até porque uterina, inversão uterina, laceração de canal de parto,
mantém a dinâmica do leite. Caso se opte por compressas, a retenção de restos placentários, distúrbios de coagulação e
preferência será pelas compressas frias, pois as quentes au- rotura uterina. De todas, a mais comum é a atonia uterina,
mentam muito a produção de leite. Resposta b. representando perto de 90% dos casos. As formas mais raras
são inversão uterina, distúrbios de coagulação e rotura ute-
110. Serão indicações de profilaxia para imunização Rh, em rina. Resposta a.
gestantes Rh negativo, Du negativo e parceiro Rh positivo:
sangramentos gestacionais (abortamento, ectópica, molés- 114. Ao se fazer a rotação com fórcipe, especialmente de
tia trofoblástica, placenta prévia, descolamento de placenta, Simpson, o ideal é que o movimento interno (intravaginal)
etc.), procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentese, das colheres seja o menor possível, para minimizar lacera-
biópsia de vilo corial), às 28 semanas de gestação, pós-parto ções de trajeto. Para tanto o movimento externo é amplo, de
se RN Rh positivo ou com fator Du positivo (este funciona modo a criar um cone com base na extremidade manual do
como Rh positivo). Não estará indicada a profilaxia se já hou- instrumento, como é mostrado na figura abaixo à direita,
ver a imunização, ou seja, se a mãe já estiver produzindo an- sendo que a esquerda mostra o método errado, que pode le-
ticorpos anti-D (Coombs indireto positivo). Lembra-se que var a lacerações. Resposta a.
a imunização é permanente e, uma vez aloimunizada, sem-
pre aloimunizada. Assim, ter tido perda por aloimunização 115. Serão indicações de profilaxia para imunização Rh, em
mostra que a gestante já é aloimunizada, e não se justifica a gestantes Rh negativo e parceiro Rh positivo: sangramentos
profilaxia. Resposta b. gestacionais (abortamento, ectópica, moléstia trofoblástica,
placenta prévia, descolamento de placenta, etc.), procedi-
111. A hemorragia pós-parto é a perda de mais de 500mL de mentos invasivos (amniocentese, cordocentese, biópsia de
sangue em parto normal, ou mais de 1.000mL em cesariana. vilo corial), às 28 semanas de gestação, até 72 horas pós-parto
Essas análises serão feitas subjetivamente pela presença de se RN Rh positivo. A alternativa “a” está errada, pois fala em

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Obstetrícia | Gabarito comentado

24 horas (e não 72h), a “b” também por falar em 24 semanas 119. A legislação vigente permite a laqueadura tubária em
(e não 28), a “d” porque não se faz três doses habitualmente, e mulheres com mais de 25 anos ou com dois ou mais filhos,
a letra “e” porque se o pai também é Rh negativo, não é neces- todavia ela não pode ser realizada durante o parto. Somente
sária profilaxia. A menos errada é a letra “b”, com a ressalva será possível nesse momento se houver risco de vida à mu-
de que a tipagem Rh paterna deve ser positiva. Resposta c. lher em uma próxima gravidez. Resposta d.

116. A morte materna é definida como a morte da mulher 120. A infecção puerperal é definida como febre de ao menos
até 1 ano pós-parto, segundo a OMS, que outrora conside- 38º C nos primeiros 10 dias, por dois dias consecutivos, ex-
rava apenas até o 42º dia. Ela pode ser classificada em dois cetuando-se o primeiro. É causada por flora polimicrobiana,
grupos, o dos óbitos por causas diretas e o por causas indi- tendo predomínio de anaeróbios. Geralmente é ascendente
retas. As mortes obstétricas diretas são aquelas que resultam e envolve os germes do aparelho genital. Responde por uma
de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério, das três principais causas de morte materna, perdendo ape-
devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou nas para hipertensão e hemorragias pós-parto. Resposta e.
de uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma
dessas situações. As mortes obstétricas indiretas são as que 121. Vamos avaliar cada item em separado.
resultam de doenças existentes antes da gravidez ou que se € Item I – correto – a hemorragia pós-parto é uma das
desenvolvem durante a gravidez e que não foram devidas a principais causas de óbito materno e apresenta elevada
causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos morbidade. Geralmente é acompanhada de choque e
efeitos fisiológicos da gravidez. As causas não obstétricas pode evoluir para CIVD, não raro necessitando de cuida-
são aquelas que não podem ser relacionadas à gravidez. No dos em unidade de terapia intensiva.
caso apresentado, a causa provável do óbito foi AVC pós- € Item II – correto – a cesariana está associada a maior
-eclâmpsia, doença típica da gestação, que pode ocorrer até 4 morbimortalidade que o parto normal, às custas de infec-
semanas pós parto. A morte poderia ser evitada com uso de ções, lesões de trato urinário, sangramentos, etc. Porém
medicações para controle pressórico. Um exemplo de morte sua prática, quando bem indicada, traz benefícios mater
obstétrica indireta é a decorrente de diabetes descompensa- nofetais inexoráveis. Assim, o uso criterioso da cesaria-
do na gravidez. Resposta a. na reduz as taxas de morbidade e mortalidade materna
e fetal.
117. Mulheres que apresentam Coombs indireto positivo
€ Item III correto casos de alto risco devem ser pron
para anti-D já estão aloimunizadas, ou seja, possuem memó
tamente reconhecidos e encaminhados a hospitais terci-
ria contra os antígenos de sangues Rh positivos e produzem
ários, onde há estrutura preparada para cuidados inten-
esse anticorpo rapidamente, em grande escala, diante do
sivos imediatos, o que será importante para a sobrevida
contato. Nesses casos a profilaxia não apresenta valia. Es
materna e fetal.
tando a mulher grávida, faz-se o acompanhamento seriado
mensal do Coombs indireto quantitativo e, sendo o mesmo € Item IV – parcialmente correto – a OMS considerou, por
for ≥1:16, faz-se semanalmente o Doppler de artéria cerebral muito tempo, a morte materna como aquela ocorrida
média a fim de se verificar o pico sistólico desse vaso. Picos na gravidez e até 42 dias pós-parto, assim como o faz a
aumentados apontam para o alto risco de anemia fetal, sendo FIGO. Todavia, ampliou, recentemente, o período de 42
indicada resolução da gestação se IG > 34 semanas, ou cor- dias para 1 ano.
docentese e transfusão intraútero se Hb fetal < 10mg/dL, nas € Item V – correto – com o advento do antibiótico e a evo-
gestantes com IG < 34 semanas. Não temos todas as infor- lução tecnológica assistencial, reduz-se sobremaneira os
mações necessárias para estabelecer a melhor conduta, mas a quadros infecciosos na gravidez e no parto, entretanto ain-
letra “e” é a mais condizente com o caso. Resposta e. da são comuns abortamentos provocados sem as menores
condições de higiene e assistências inadequadas ao parto
118. A infecção puerperal é definida como febre de ao me- em nosso país, especialmente em suas regiões periféricas.
nos 38º C nos primeiros 10 dias, por dois dias consecutivos, Assim, a melhor resposta estará na alternativa “a”. Resposta a.
excetuando-se o primeiro. É causada por flora polimicro-
biana, tendo predomínio de anaeróbios. Quadros atípicos, 122. A infecção intra-amniótica, felizmente, é evento raro, e
de início precoce ou tardio, podem ocorrer: no primeiro geralmente associado a quadros de amniorrexe prematura,
caso tendo como principal responsável o estreptococo e no situação que se apresenta em 10% dos casos. A etiologia é
segundo a clamídia. polimicrobiana, envolvendo bactérias que ascendem do tra-
Clinicamente, além da febre, ocorre aumento doloroso do to genital, sendo rara a origem hematogênica. Igualmente,
volume uterino, além de loquiação fétida, como no quadro o tratamento será feito com antibioticoterapia de amplo es-
em questão. pectro. Em relação à clínica, esta será exuberante em casos
O tratamento deve ser com antibioticoterapia de amplo es- avançados, sendo que infecções iniciais se apresentam com
pectro, reservando a cirurgia para quando houver falha da leucocitose com desvio e aumento de provas inflamatórias
primeira conduta. (PCR e VHS). Resposta c.
Diversos são os fatores de risco, mas o principal é a cesariana,
que aumenta em até 10 vezes as chances de agravamento do 123. A profilaxia de infecção neonatal por estreptococo será
quadro. Resposta c. indicada apenas quando houver pretensão de parto normal,

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16 Temas gerais

pois a contaminação ocorre na passagem pelo canal vaginal. € USG morfológico de segundo trimestre – realizado entre
Cesarianas eletivas não necessitam dessa profilaxia, ainda 20 e 24 semanas;
que a cultura seja positiva. € ecocardiografia fetal – realizada entre 20 e 24 semanas;
Então, quando se pretende o parto normal, a profilaxia será
feita a todas as gestantes com cultura positiva e nenhuma € testes bioquímicos (β-hCG, estradiol, PAPP-A) – dosa-
com cultura negativa, desde que as mesmas tenham sido co- dos entre 10 e 14 semanas ;
lhidas nas últimas cinco semanas. Caso a cultura seja desco- € cariótipo e estudo genético de material fetal, que pode ser
nhecida, as indicações serão: colhido por:
€ trabalho de parto prematuro; - biópsia de vilo corial – entre 11 e 14 semanas;
€ passado de infecção neonatal por estreptococo; - amniocentese – entre 16 e 20 - 22 semanas;
- cordocentese após 20 semanas.
€ febre de origem indeterminada durante o trabalho de Resposta a.
parto;
€ amniorrexe há mais de 18 horas; 128. Dividem-se as lesões cardíacas em três grupos diferen-
€ qualquer urocultura positiva para espreptococo durante tes de risco, com mortalidade menor que 1% para o grupo I,
o pré-natal. 5 a 15 % para o grupo II e 15 a 50% para o grupo III. Veja o
quadro abaixo:
Resposta e.

124. Diante de uma atonia uterina, especialmente em primi- Grupo I


gestas ou mulheres jovens, a conduta será, a princípio, con- Regurgitação valvar, cardiopatias congênitas (CIA, CIV, PCA, te-
servadora, obedecendo à seguinte sequência: tralogia de Fallot corrigida), prótese valvar biológica, insufici-
€ I. Massagem uterina ências tricúspide e pulmonar, arritmias e miocardiopatias não
incluídas nos grupos II e III
€ II. uso de uterotônicos (ocitocina, metilergometrina e
misoprostol) Grupo II
Estenose mitral ou aórtica graves, lesões valvares com hiperten-
€ III. passagem de balão intrauterino (balão de Sengstaken- são pulmonar, válvulas metálicas, coartação de aorta não com-
-Blakemore ou balão de Baikri) plicada, síndrome de Marfan sem acometimento de aorta, mio-
€ IV. realização de sutura de B-Lynch cardiopatias com fração de ejeção menor que 0,45, arterite de
Takayasu, angina instável e infarto prévio do miocárdio.
€ V. ligadura de uterina ou hipogástrica
Grupo III
A histerectomia subtotal será a última alternativa, e não
constitui conduta conservadora. Resposta e. Hipertensão pulmonar primária ou por TEP de repetição, es-
quistossomose pulmonar, estenose valvar em bioprótese, coar-
125. Diferença de peso de mais de 20% entre fetos de ges-
tação de aorta complicada, síndrome de Marfan com envolvi-
tação gemelar monocoriônica e diamniótica caracteriza a mento da aorta, síndrome de Eisenmenger, IAM, trombose em
síndrome de transfusão fetofetal (STFF). Essa ocorre devido prótese, aneurisma dissecante de aorta, endocardite bacteriana
à presença de anastomoses arteriovenosas profundas que fa- na gestação.
zem com que o fluxo seja desviado de um doador para um
receptor. O primeiro adquire restrição de crescimento, oli- Note que tanto a persistência do canal arterial quanto a insu-
goâmnio e anemia, enquanto o segundo apresentar se-á hi- ficiência tricúspide encontram-se no Grupo I da NYHA, não
pervolêmico, com polidrâmnio, policitemia e possível insufi- havendo outra alternativa que contemple duas patologias de
ciência cardíaca congestiva. Na questão o doador seria o feto baixo risco. Resposta b.
B e o receptor o feto A. Resposta a.
129. O tratamento da atonia uterina, como medidas iniciais,
126. Depois do diabetes mellitus, as doenças funcionais da consiste na massagem uterina bimanual (compressão do fun-
tireoide representam as endocrinopatias mais comuns na do do útero) e uso de drogas uterotônicas, a princípio ocito-
gestação, com incidência de 1:500. cina e, na sua falha, metilergonovina ou prostaglandina. O
O tratamento nesses casos não deve ser postergado pelos esvaziamento da bexiga é desnecessário e ineficaz. Resposta a.
riscos maternos. No caso de hipertireoidismo visa diminuir
a excessiva produção de hormônios tireoidianos, para tan- 130. Quais procedimentos cirúrgicos prévios no corpo ou
to utilizando drogas bloqueadoras da síntese hormonal ou fundo do útero, a exemplo de miomectomias, contraindicam
redutoras da massa tireoideana. O PTU, uma tioamida, é a as contrações do parto normal pelo risco de rotura uterina
escolha, em face da sua menor passagem pela barreira pla- devido à abertura da cicatriz. É preciso lembrar que, pelo trí-
centária, bem como em decorrência da possibilidade de mal- plice gradiente descendente, as contrações serão mais fortes
formações associadas ao uso de tapazol. Resposta a. e duradouras no fundo, facilitando sobremaneira o rompi-
mento de cicatrizes aí localizadas. Resposta c.
127. Dos exames que podem rastrear malformações, os mais
importantes são: 131. A síndrome de transfusão fetofetal (STFF) é caracteri-
€ USG morfológico de primeiro trimestre – realizado entre zada pela diferença de peso de mais de 20% entre fetos de
11 e 14 semanas; gestação gemelar monocoriônica e diamniótica. Ela ocorre

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Obstetrícia | Gabarito comentado

devido à presença de anastomoses arteriovenosas profun- foblástica gestacional, entre outras. Especificamente na sín-
das que fazem com que o fluxo seja desviado de um doador drome dos anticorpos antifosfolípides, ocorrem obstruções
para um receptor. O primeiro (doador) adquire restrição de na vasculatura da placenta pela formação de microtrombos
crescimento, oligoâmnio e anemia. O segundo (receptor) decorrentes do ataque de anticorpos a fosfolípides de mem
apresenta-se hipervolêmico, com polidrâmnio, policitemia e brana. Isso gera um fluxo placentário reduzido, o que, por
possível insuficiência cardíaca congestiva. Alterações ao Do- mecanismos incertos, faz elevar a produção de substâncias
ppler não fazem o diagnóstico da doença, embora possam vasoconstritoras e reduzir a de substâncias vasodilatadoras,
ocorrer. Resposta c. gerando hipertensão. Resposta a.

132. Das causas de hemorragia pós-parto a mais frequente 136. Das anomalias cardíacas fetais, as mais comuns são os de-
é a atonia uterina, que será o alvo da terapêutica inicial na feitos do fechamento dos septos, seja atrial ou ventricular. Por-
dúvida diagnóstica. As duas primeiras medidas a serem to- tanto, mais comumente encontraremos comunicação intera-
madas, de forma simultânea, são: massagem uterina e uso de trial (CIA) e comunicação interventricular (CIV). Resposta a.
uterotônico, a princípio ocitocina. As demais drogas do gru-
po serão usadas na falha de ação do ocitócito, e incluem alca- 137. A insuficiência renal na gravidez será classificada em
loides de ergot e prostaglandinas. Outras medidas invasivas, gravidade de acordo com o nível de creatinina pré-gravídico,
como passagem de balão intrauterino e sutura de B-Lynch, nas seguintes formas:
ficam reservadas na falha da terapia clínica. Investigação de com função renal levemente diminuída (forma leve) – nível
outras causas de sangramento deve ser a voga diante de falha de creatinina menor que 1,4 mg/dL.
nas manobras iniciais, desde que persista a dúvida diagnós com função renal moderadamente diminuída (forma mode-
tica. Resposta b. rada) – nível de creatinina entre 1,4 mg/dL e 2,8 mg/dL.
com função renal acentuadamente diminuída (forma grave)
133. A cesariana é de indicação absoluta em casos de placen- – nível de creatinina maior que 2,8 mg/dL.
ta prévia centro-total e centro-parcial, esteja o feto vivo ou A forma grave inclui a doença renal terminal, em que o cle-
morto, pelos riscos de sangramento. O mesmo não se pode arance de creatinina é menor que 10 mL/min. Com maior
dizer em relação às apresentações pélvicas, cuja indicação nível de creatinina, menor as chances de gravidez, mas pior o
de via alta é relativa, podendo-se tentar parto normal caso o prognóstico gravídico, especialmente no que diz respeito aos
peso fetal esteja entre 2.500 e 4.000g. níveis pressóricos. Resposta b.
O parto fórcipe terá três indicações: desprendimento de ca-
beça derradeira encravada em parto pélvico, alívio materno- 138. A mulher descrita na questão apresenta útero muito au-
fetal e distocia de rotação. No alívio o feto geralmente está mentado para o tempo de gravidez, não justificável apenas
em +3 de DeLee ou abaixo e obrigatoriamente com ponto pela gemelaridade, devendo haver polidrâmnio associado,
de referência voltado ao pube, de modo que o auxílio será esse que, juntamente com macrossomia, é uma das principais
apenas para o desprendimento, sendo chamado de fórcipe causas de crescimento uterino exacerbado.
baixo. Na distocia de rotação a altura da apresentação, em Como fatores de risco para parto prematuro, temos: disten
sua maioria, é +2 de DeLee, e o ponto de referência ainda não sões exageradas do útero (polidrâmnio, gemelar), rotura pre-
está direcionado ao pube, ocorrendo frequentemente assin- matura das membranas ovulares, infecções, prematuridade
clitismo; nessa situação o fórcipe é chamado de médio-baixo. anterior, sangramentos intrauterinos, uso de drogas ilícitas,
Serão condições de aplicabilidade: dilatação total, bolsa rota, extremos de idade, desnutrição, baixo nível socioeconômico,
conhecimento da variedade de posição, feto vivo e insinuado. higiene precária, anemia, hábito de fumar, exercícios físicos
A manobra de Kristeller, hoje proscrita, consiste em empur- extenuantes.
rar o feto pelo fundo uterino para que haja o desprendimen- Note que desses, a mulher tem: drogadição, gemelaridade,
to, ou seja, passagem pelo estreito inferior. Resposta d. infecção, polidrâmnio, condições socioeconômicas precárias
(moradora de rua). Note ainda que a primigravidez não é
134. O choque séptico em obstetrícia é, felizmente, um even- importante fator de risco para parto prematuro. Resposta c.
to raro e segue principalmente casos de corioamnionite e
abortamento infectado. Sua mortalidade é alta, da monta de 139. A isoimunização Rh é uma doença em que mãe, com
15%. Os principais agentes causadores são bactérias do trato sangue negativos, produz anticorpos IgG contra hemácias
geniturinário, em especial os bacilos aeróbios gram-negati- Rh + do seu feto, que atravessam a placenta e as destroem in
vos (E. coli, Klebsiella). Diante do choque, a fase inicial será locus, promovendo graus variados de anemia fetal. Para que
de vasodilatação deixando a pele quente e úmida, posterior a mãe produza tais anticorpos é preciso que haja uma con-
mente vem a fase fria. Nunca, na vigência de infecção, deve taminação anterior de sangue positivo em sua circulação, de
ser feita corticoterapia para maturação pulmonar, dado que a modo que a história obstétrica será importante, dado que os
medicação é imunossupressora. Resposta a. contatos acontecem principalmente no parto ou em sangra-
mentos de primeiro e segundo trimestres, diante dos quais
135. Diversos são os fatores de risco para doença hiperten- fica indicada a vacina profilática.
siva gestacional (pré-eclâmpsia), entre os quais citamos: A presença dos anticorpos circulantes será detectada por
primiparidade, hipertensão pré-existente, diabetes mellitus, Coombs indireto, e sua quantificação também pode ser feita
doenças autoimunes (lúpus, síndrome anticorpo antifosfolí- nesse exame. Os títulos ascendentes denotam que a produção
pide), idade materna avançada, gemelaridade, moléstia tro- está em elevação e o ataque às hemácias fetais se agravando.

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16 Temas gerais

Quando os níveis de Coombs indireto estão maiores ou iguais sinais de choque séptico como taquicardia e hipotensão. A
a 1:16, fica indicada a pesquisa de anemia fetal. Uma triagem conduta deve ser a internação e antibioticoterapia endoveno-
será feita com Doppler da artéria cerebral média, cujo pico sa. Após o tratamento cerca de 30 a 40% das gestantes desen-
sistólico é método confiável como preditor dessa situação. volvem infecção recorrente, de modo que está indicado uso
Picos sistólicos elevados indicam maior chance de anemia, e de 100mg/dia de nitrofurantoína, como forma profilática, até
justificam, em gestações com menos de 34 semanas, a reali- o nascimento, o que reduz esta chance para menos de 8%.
zação de cordocentese, para coleta de sangue do feto e verifi- Resposta d.
cação de Hb/Ht, já se indicando transfusão intraútero caso a
anemia fetal seja confirmada. Os riscos do procedimento são 143. Qualquer fator que produza cicatrização no útero irá di-
menores que 1%. ficultar sua irrigação e fazer com que a placenta busque nu-
Em fetos extremamente anêmicos, nota-se, à cardiotocogra- trientes em camadas mais profundas do útero, invadindo-as, o
fia, um padrão sinusoidal, também conhecido como padrão que caracteriza o acretismo. Os principais fatores responsáveis
terminal. Resposta b. por essa condição são cesarianas prévias e placenta de inserção
baixa, mas se incluem nesse rol as miomectomias, curetagens,
140. A mola hidatiforme é formada quando há duplicação infecções endomiometriais e multiparidade. Resposta a.
do material genético de origem paterna. Pode ocorrer pela
entrada de dois espermatozoides em um ovócito, o que se co- 144. Gestante com dilatação total, bolsa rota, feto insinua-
nhece por dispermia, ou pela entrada de um único esperma- do (+2 de DeLee), vivo, mas com sinais de sofrimento, deve
tozoide que se duplica no interior desse ovócito (diandria). ter seu período expulsivo abreviado. Como há condições de
Caso tal ovócito não apresente cromossomo nenhum em seu aplicabilidade do fórcipe (acima citadas) essa é a melhor op-
interior por problemas de disjunção na sua gênese, formar- ção, pela rapidez que permite na retirada do feto.
-se-á um ovo apenas com o material masculino duplicado, Pelo mecanismo de parto normal em apresentações cefálicas,
ou seja, um ovo diploide, que originará a mola completa. a rotação interna se dará no sentido de levar o ponto de refe-
Por outro lado, se este ovócito for normal, possuindo cro- rência fetal para o pube, pelo caminho mais curto.
mossomos, ele terá, além do seu material genético, os dois Na questão temos um feto que possui o bregma como ponto
de origem paterna (duplicado ou por dispermia), formando de referência, ou seja, a apresentação é cefálica defletida de 1º
um ovo triploide que dará origem à mola parcial. Resposta b. grau. O bregma está voltado para a esquerda anterior e deve
sofrer rotação até o pube, assim, deve ser rodado 45º graus
141. Uma leitura rápida e desatenta dessa questão pode dei- em sentido anti-horário. O auxílio a esta pequena rotação,
xar escapar um pequeno detalhe que faz toda a diferença na bem como a tração do feto, podem ser feitos tanto com fórci-
conduta a ser tomada. Vamos analisar sequencialmente. pe de Simpson quanto de Kielland. Resposta a.
Primeiro que temos um óbito fetal. Nesses casos até é possí-
vel aguardar-se o trabalho de parto, que pode ocorrer espon- 145. Nessa questão o examinador já cita que a paciente apre-
taneamente, todavia não é a tendência na maioria dos hospi- senta diagnóstico de lúpus, tanto que ele aparece em todas as
tais escola, até porque a aceitação do casal em tal conduta é alternativas. Resta saber se o mesmo está ou não em ativida-
mínima. de, e a resposta é não, pois o lúpus ativo consome comple-
Segundo, em óbito fetal realmente existe o risco de CIVD mento, o que não ocorre neste caso.
pela liberação de substâncias pró-coagulantes pelo feto mor- Simultaneamente ao lúpus há uma provável pré-eclâmpsia,
to, entretanto esse risco é dependente do tempo transcorrido pois os níveis tensionais são normais e há proteinúria sig-
desde o óbito e passa a ser considerado apenas após 4 sema- nificativa em fita numa gestante de mais de 20 semanas (a
nas desse trágico evento, o que não parece ser o caso dadas as confirmação virá com proteinúria de 24 horas). Como a pres-
idades gestacionais e altura uterina. são diastólica é maior que 100 mmHg é conveniente o uso de
Terceiro, para indução de parto em mulheres com colo des- anti-hipertensivo para controle da PA.
favorável (BISHOP < 6), como é o caso, geralmente usamos O feto apresenta grandes chances de prematuridade devido
misoprostol até o amadurecimento desse colo. Contudo, a às complicações maternas, assim sua maturidade pulmonar
presença de cesariana anterior contraindica o uso dessa me- deve ser acelerada com betametasona (corticoide). Apesar do
dicação, pelo risco de rotura uterina. Nesses casos pode-se uso de prednisona isso se faz necessário, pois esta droga é
tentar indução diretamente com ocitocina, que tem meia- metabolizada na placenta e não atinge o feto, diferentemente
-vida mais curta e pode ser suspensa em casos de taquissis- da betametasona.
tolia, ou preparar previamente o colo com método mecânico, Em qualquer caso de hipertensão deve se atentar para a
como passagem de sonda de Foley. A primeira opção tem vitalidade fetal, assegurando-se do fluxo placentário, espe-
maior chance de falha e a segunda eleva os riscos de incom- cialmente se altura uterina for reduzida, como neste caso.
petência istmocervical futura. Resposta b.
Deve-se então atentar ao detalhe da cesariana anterior que
a gestante possui. Obviamente deve-se investigar a causa do 146. A conduta de lesão de alto grau na gestação difere das
óbito numa tentativa de prevenir a recorrência. Resposta b. não gestantes. Havendo esse achado por papanicolau, o mes-
mo deve ser confirmado com colposcopia e biópsia. Cons-
142. Alguns indícios, nesse caso, nos levam ao diagnóstico tatando se realmente tal condição seu tratamento deve ser
de pielonefrite, a saber: dor lombar, queda do estado geral, postergado ao pós-parto, com controle rigoroso de CO e col-
nitrito positivo, e principalmente a febre. Além disso, há poscopia na gravidez. Caso haja câncer, no primeiro trimes-

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Obstetrícia | Gabarito comentado

tre deve ser tratado apesar da gestação, no segundo e terceiro quer hospitalização e uso de antibioticoterapia endovenosa.
é possível esperar o parto, quando da maturidade pulmonar Em relação à bacteriúria assintomática, ao contrário dos de-
fetal. Resposta b. mais casos, deve ser tratada nas gestantes, isso porque a ação
miorrelaxante da progesterona lentifica os ureteres e favorece
147. O alojamento conjunto permite a amamentação em livre a ascensão bacteriana. Resposta d.
demanda do recém-nascido, evitando o acúmulo de leite nas
mamas, seu empedramento e consequente mastite puerperal. 152. O toque vaginal deve ser evitado em casos de amnior-
A apresentação pélvica, especialmente sua forma mais co- rexe prematura, pois eleva as chances de infecção. A mulher
mum (Agripina ou incompleta modo nádegas) faz com que o estava fora de trabalho de parto e pouco acrescentaria o to
recém-nascido mantenha a posição intraútero dos membros que à conduta.
durante alguns dias, de forma viciosa. Não há problemas em se submeter o líquido vaginal a teste
A hemostasia pós-parto do sítio placentário dá-se pela se- de cristalização e, sendo ele amniótico, o teste será positivo.
quência de: miotamponamento, trombotamponamento,
Testes de vitalidade e avaliação de infecção são importantes,
inércia uterina e contração uterina fixa (globo de segurança
pois na presença de qualquer dessas duas condições, o parto
de Pinard).
deve ser realizado imediatamente. São formas de análise da
A presença de incisura protodiastólica em Doppler de uterinas
vitalidade fetal: cardiotocografia, perfil biofísico fetal, dop-
após 26 semanas é preditora de pré-eclâmpsia. Resposta b.
plerfluxometria. Serão considerados sinais de infecção: líqui-
148. Em mulheres Rh negativo (Du negativo), gestantes de do amniótico fétido (fisiometria), febre, leucocitose impor
pais Rh positivo ou desconhecido, não sensibilizadas, de tante com desvio, aumento de proteína C reativa.
vem receber imunoglobulina anti-Rh sempre que houver A cultura para estreptococo é colhida, normalmente, entre
sangramento genital de origem uterina (abortamento, ectó- 35 e 37 semanas, idade que a gestante da questão ainda não
pica, moléstia trofoblástica gestacional, DPP, PP, etc.), proce- alcançou. Assim, a cultura é desconhecida, situação em que a
dimentos uterinos (amniocentese, cordocentese, biópsia de profilaxia para infecção por estreptococo estará indicada se:
vilo) independentemente de envolverem ou não a placenta, trabalho de parto prematuro, bolsa rota há mais de 18 horas,
às 28 semanas (reduz o risco de imunização espontânea) e ao febre de origem indeterminada durante o trabalho de parto,
nascimento. A dose usualmente dada é de 300μg, que anulam passado de infecção neonatal por estreptococo ou qualquer
30 mL de contato de sangue, sendo que pode ser aumentada urocultura positiva para essa bactéria no pré-natal. Caso a
caso de suspeite de contato maior. O teste de Kleihauer, que mulher da questão entre em trabalho de parto, ele será pre-
detecta hemácias fetais no sangue materno, serve para deter- maturo e a profilaxia está indicada. Resposta e.
minar se esta dose foi suficiente (caso positivo, não haverá
eritrócitos do feto na circulação materna). Resposta d. 153. Segundo as normas do Ministério da Saúde, será con-
siderado nativivo qualquer concepto que apresente bati-
149. Com a expulsão do concepto, finda a compressão uteri- mentos cardíacos ao nascer, independentemente de seu
na sobre a veia cava de modo que o retorno venoso e, con- peso. Nesse caso, faz-se necessário preencher declaração de
sequentemente, o débito cardíaco elevam-se cerca de 10 a nascido vivo e atestado de óbito, providenciando-se o se-
20%. A normalização desse estado se dará em seis semanas. pultamento. Resposta a.
Apesar disso, dada a perda sanguínea e alguns mecanismos
de ajustes, há queda da pressão arterial logo após o delivra- 154. Um dos principais efeitos colaterais dos beta-agonitas,
mento, com normalização em até 5 dias. O colostro, senão como a terbutalina, é a taquicardia, dada sua ação cardíaca.
presente no pré-parto, aparece de imediato após o nascimen- Essa pode se tornar importante a ponto de, a cada contra-
to. O edema será normal no puerpério, desaparecendo pau- ção, impedir que o sangue seja completamente bombeado,
latinamente. Resposta a.
fazendo com que o mesmo fique retesado, encharcando os
pulmões, ou seja, produzindo edema agudo de pulmão. O
150. Caso haja constatação de sofrimento fetal no período
quadro será piorado se houver hidratação vigorosa, pois ele-
expulsivo do parto, este deve ser abreviado. A preferência
va a volemia, já aumentada, da grávida. O tratamento será
será o uso de fórcipe, desde que haja condições para aplica-
feito à base de diuréticos. Resposta c.
ção do mesmo (dilatação total, feto insinuado, vivo, conheci-
mento da variedade de posição e bolsa rota).
No caso, o feto apresenta bradicardia sustentada, indicando 155. A imunoglobulina anti-Rh deve ser indicada para ges-
sofrimento. O feto está em OS, o que torna a expulsão mais tantes Rh negativo não sensibilizadas, ou seja, com teste de
difícil, mas não impede o uso de fórcipe. Empurrar o fundo Coombs indireto negativo, quando chegam na 28ª semana
do útero (manobra de Kristeller) é atitude proscrita, pois au- de gestação, nos casos de abortamento, prenhez ectópica,
menta o risco de trauma maternofetal. Resposta c. após procedimentos invasivos, traumas e casos de sangra-
mento intenso e até 72 horas após parto, se RN for Rh po-
151. Três formas de infecção urinária podem acometer as sitivo. Resposta a.
gestantes: a infecção urinária alta (pielonefrite), a infecção 156. O quadro clínico da infecção puerperal é caracterizado
urinária baixa sintomática (cistite/uretrite) e a bacteriúria por febre, loquiação com odor fétido ou purulenta e a tríade
assintomática. Obviamente, os casos sintomáticos devem de Bumm, ou seja, útero amolecido, hipoinvoluído e doloro-
ser tratados, sendo que a pielonefrite, por ser mais grave, re- so. Resposta a.

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16 Temas gerais

157. O sinal do lambda, ou do T, indica a presença de duas a tríade de Bumm (útero amolecido, hipoinvoluído e do-
placentas numa gestação gemelar. Mesmo na monocoriônica loroso) indica infecção puerperal que é a terceira causa de
podemos ter duas placentas, quando a divisão do único ovo mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal. Na me-
ocorrer após o terceiro dia da fecundação. Resposta c. nor suspeita clínica de infecção puerperal devemos internar
a paciente e iniciar antibioticoterapia, uma vez que a infec
158. Em qualquer tipo de gestação a apresentação mais co- ção é progressiva e, quanto mais demorrmos para iniciar o
mum sempre é a cefálica, pois o feto sempre segue a teoria de tratamento, maior o número de estruturas comprometidas e
acomodação ou da gravitação, ou seja, a cabeça sendo a parte pior o prognóstico da paciente. Inicia-se antibioticoterapia
fetal mais pesada tende a ficar para baixo. Resposta b. de amplo espectro e o aleitamento é mantido desde que os
medicamentos não tenham ação no RN. Resposta a.
159. A principal causa de mortalidade materna no ciclo gra-
vídico puerperal são as síndromes hipertensivas (dentre as 167. Na isoimunização pelo sistema Rh o grau de anemia fe-
quais a mais comum é a DHEG), seguida das síndromes he- tal pode ser avaliado diretamente através da obtenção do san-
morrágicas, e a terceira é a infecção puerperal. Resposta d. gue fetal através da cordocentese, quando houver alterações
utrassonográficas no feto e a titulação do teste de Coombs
160. No pós-parto, a imunoglobulina anti-Rh está indicada indireto for maior ou igual a 1/16 e, indiretamente, através
se a paciente ainda estiver não sensibilizada (Coombs indire- da velocidade sistólica máxima da artéria cerebral média do
to negativo) e o RN for Rh positivo. Resposta c. feto avaliada pela dopplervelocimetria. Antigamente, avalia-
ção indireta do grau de anemia fetal era feita pelo nível de
161. O quadro clínico da endometrite puerperal é caracteri- bilirrubina no líquido amniótico, avaliado através da espec
zado por febre, loquiação com odor fétido ou purulenta e a trofotometria. Resposta a.
tríade de Bumm, ou seja, útero amolecido, hipoinvoluído e
doloroso. 168. A principal causa de infecção puerperal, disparada na
€ Diagnóstico: basicamente clínico: frente das outras, é o parto cesárea. Como outras causas te-
mos: rotura prematura de membranas ovulares, trabalho de
€ dor à mobilização uterina; parto prolongado, múltiplos toques vaginais, monitorização
€ lóquios purulentos; invasiva, anemia materna e nível socioeconômico baixo (fal-
€ temperatura bucal > 38ºC em dois dos primeiros dez ta de acesso ao pré-natal). Resposta a.
dias de puerpério excetuando as primeiras 24 horas, ou >
38,7ºC nas primeiras 24 horas; 169. A infecção puerperal é uma infecção polimicrobiana,
progressiva e ascendente dos órgãos genitais, que aparece nos
€ geralmente entre 3º e 7º dias do puerpério. primeiros quarenta dias pós-parto, provocada por micro-or-
Resposta a. ganismos do intestino, vagina e colo uterino. Deve receber
cobertura antibiótica de amplo espectro para cobrir Gram
162. 300 µg de imunoglobulina anti-Rh neutraliza 30 mL de positivos e negativos, anaeróbios e aeróbios. A secreção acho-
sangue fetal ou 15 mL de hemácias fetais. Cada 10 µg é con- colatada nos lóquios é indicativa de anaeróbios. Resposta a.
siderado protetor para 1 cc de sangue fetal.
Resposta a. 170. No puerpério normal, o tamanho uterino vai regredin-
do cerca de 1 a 2 cm por dia, e após 10 dias espera-se que o
163. Nos casos em que a gestante é sensibilizada pelo fator colo uterino já esteja impérvio. A loquiação passa de rubra
RH, ou seja, Coombs indireto positivo, devemos iniciar a in- (vermelha) para fosca, depois flava e, por fim, alba, que surge
vestigação fetal quando a titulação for maior ou igual a 1/16. cerca de 10 dias após o parto. O útero amolecido, hipoinvolu-
Se houver alterações ultrassonográficas fetais sugestivas de ído e doloroso indica a tríade de Bumm, que sugere infecção
doença hemolítica (principalmente os edemas), é indicada puerperal. Resposta c.
a cordocentese. Se não houver alterações ultrassonográficas
no feto, fazemos uma avaliação indireta do grau de anemia 171. Na isoimunização pelo sistema Rh, onde a titulação do
fetal, através do doppler da artéria cerebral média do feto. teste de Coombs indireto for maior ou igual que 1/16, deve-
Resposta a. mos iniciar investigação de anemia fetal. Se o exame ultras-
sonográfico vier alterado, devemos fazer cordocentese para
164. A primeira cirurgia realizada visando a extração fetal avaliar diretamente o grau de anemia fetal. Se vier normal,
do útero é a cesárea, que era realizada através de uma incisão temos uma medida indireta da anemia do feto através do do
longitudinal no fundo ou corpo uterino. Resposta a. ppler da artéria cerebral média fetal. Mas antes de qualquer
conduta é fundamental ter a certeza da idade gestacional fe-
165. Como a gestante é Rh+, é impossível a produção de an- tal, obtida pela ultrassonografia. Resposta d.
ticorpos contra o sistema Rh, devendo o Coombs indireto
positivo indicar a presença de anticorpos contra outros antí- 172. Uma alteração crônica na relação entre as trocas das cir-
genos dos glóbulos vermelhos. Resposta a. culações fetais de fetos monocoriônicos é conhecida como
síndrome de transfusão fetofetal. Foi descrita pela primeira
166. Paciente que nos pós-parto desenvolve febre, associada vez por Schatz, em 1882, e pode ocorrer entre 5,5 e 17,5% das
à loquiação com odor fétido ou purulento, juntamente com gestações monocoriônicas. A STFF é causada pelo excesso de

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Obstetrícia | Gabarito comentado

anastomoses arteriovenosas unidirecionais, criando um flu- de cerca de 50% dos fetos doadores é devido à insuficiência
xo preferencial de um feto para outro, acima da possibilidade cardíaca ou ao trabalho de parto pré-termo (TPP) causado
de compensação das outras anastomoses. É uma das compli- pelo polidrâmnio. Todos os fetos acárdicos morrem por mal-
cações perinatais mais letais, com uma taxa de mortalidade formações múltiplas. A conduta a ser tomada é a oclusão do
de 80 a 100% e um risco de sequela no feto sobrevivente de cordão umbilical do feto acárdico com separação completa
15 a 50%. Normalmente a transfusão de sangue entre fetos das circulações fetais.
monocoriônicos é um evento constante e harmônico. Quan- O manejo dessa patologia inclui a conduta expectante com
do há um desequilíbrio entre essa troca, pode ocorrer a STFF. uma taxa de sobrevida de 10% dos fetos. A conduta terapêu-
O gemelar que recebe maior fluxo é chamado de receptor e tica inclui três possibilidades: (a) amniocentese seriada, (b)
tende a apresentar sobrecarga circulatória com consequente septostomia e (c) ablação a laser das anastomoses. A amnio-
insuficiência cardíaca e polidrâmnio, ambos causados pela centese, ou amniodrenagem seriada, é feita baseada no pres
hipervolemia. Esse gemelar também apresenta aumento da suposto de que a diminuição do polidrâmnio irá diminuir
osmolaridade plasmática, com aumento da pressão oncótica a pressão intrauterina, melhorando a circulação fetal e os
e hidropisia. O outro gemelar é dito doador, recebe menor sintomas maternos. É um procedimento simples e barato. A
fluxo sanguíneo e tende a ser menor e apresentar hipovole- maioria dos casos necessita de mais de um procedimento, e
mia e anemia, com consequente hipóxia e oligo ou anidrâm- o novo acúmulo de líquido amniótico geralmente é rápido. A
nio. O anidrâmnio do gêmeo doador pode levar à aparência septostomia procura equilibrar as pressões entre as cavida-
de um gemelar comprimido contra a parede uterina pelo des, apesar de já haver comprovação de que a pressão entre
saco amniótico excessivamente distendido do outro gemelar as cavidades, mesmo com grande diferença de volume de lí-
(stuck twin). A presença da STFF com polidrâmnio grave é quido entre elas, é similar. Acaba sendo similar a uma am-
associada ao aumento significativo da resistência vascular niodrenagem, acrescentando o risco de criar uma cavidade
uteroplacentária e hiperaldosteronismo materno. única. Os resultados das técnicas são similares (um feto vivo
A manifestação extrema das alterações hemodinâmicas pre- ao nascimento e sobrevida de 6 meses de 56 e 51%, respecti-
sentes na síndrome de transfusão fetofetal é o feto acárdico. vamente), com taxas de complicações (ruptura prematura de
Essa patologia, denominada sequência da perfusão reversa membranas, trabalho de parto pré-termo, infecção e DPP) de
do gemelar, ocorre em 1% das gestações monoamnióticas. 15 a 20%. A coagulação a laser das anastomoses vasculares é
O gêmeo acárdico (receptor) recebe sangue de forma para- realizada por meio de fetoscopia e apresenta melhores taxas
sitária por uma grande comunicação arterioarterial do do- de sucesso (um feto vivo ao nascimento e sobrevida de 6 me-
ador. Praticamente todos os órgãos do gêmeo receptor são ses de 76 e 76%, respectivamente). Esse tratamento procura
anormais, provavelmente pela recepção de um suprimento eliminar, por meio de uma abordagem seletiva, os vasos que
sanguíneo desoxigenado. O tronco em geral está presente, estão comunicando as circulações fetais, sendo um tratamen
mas o coração pode ser ausente ou rudimentar; tanto o polo to que procura corrigir a causa da patologia e não apenas os
cefálico quanto os membros superiores frequentemente são sintomas, como na amniodrenagem. É, no entanto, um trata-
ausentes. O gêmeo receptor desenvolve edema e pode ser mento mais caro, invasivo e de difícil acesso, pois é realizado
duas vezes maior do que o gêmeo doador. A mortalidade em poucos centros de referência. Resposta e.

Chegamos ao fim desta jornada. Esperamos que você esteja pleno de conhecimento e certo de que será RM 2017.
Equipe SJT.

SJT Residência Médica – 2016

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