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Psicanálise em Educação

Professora Cristiana Carneiro


Alunas: Catarina Victor
Linda Elizabeth
Monica Oliveira

Leitura do texto
Evandro, O Menino Desatento?

O texto Inicialmente nos fala a respeito do conceito do mal estar de Freud. A


forma como estamos sempre em busca da felicidade, sempre recebendo tristezas, e
o fato de que por conta da nossa vivência em sociedade, sempre estaremos
infelizes, pois temos que negar muitas de nossas vontades. Nesse sentido, a escola
como instrumento civilizatório, certamente é um mar de desprazeres.
O texto também faz um apanhado sobre o uso de medicamentos para conter o
comportamento classificado como anormal e/ou patológico. Aponta a questão de
alterações do mundo e suas tecnologias no reflexo do comportamento das crianças
na escola e como esta instituição, em geral, não está preparada para o novo
comportamento com mais inquietação e energia, alimentado por todo tipo de
informação, pelas muitas telas e conteúdos cada vez mais curtos e dinâmicos. Em
um sistema engessado e formativo, a escola dita o comportamento esperado e
classifica tudo que está fora desta curva como patológico, e desta forma “ vem
aparecendo como dispositivo regulador da entrada da criança nos domínios do
saber médico” . O texto alerta para o alto índice de medicalização como saída para
conter os comportamentos sem a busca do entendimento das mudanças e dos seus
reflexos e, desta forma, tratando apenas o mal estar da escola. A escola precisa dos
medicamentos para manter seu ambiente estável e seus alunos “controlados”.
Evandro foi “diagnosticado” como inquieto aos 13 meses de idade, pela creche
que frequentava. A queixa era de que ele era inquieto e subia nas coisas. Aos 3
anos as reclamações na Educação Infantil eram por conta de agressão aos
coleguinhas e por acordá-los.(...) Aos seis anos foi ao neurologista, sendo medicado
com Ritalina a partir dos 7 anos. Deu entrada no Instituto de Psiquiatria em 2012,
quando somava 8 anos de idade. Há registros de que com o uso da Ritalina houve
grande melhora inicial no rendimento escolar e no comportamento.
Quando observamos parte da entrevista contida na pesquisa, onde a diretora
Maíra questiona se as visitas das pesquisadoras à escola poderiam influenciar na
retirada do remédio e a inquietação da mesma com a possibilidade desta suspensão
medicamentosa e se apressando em dizer que o menino não iria conseguir
aprender os conteúdos básicos e que apresentaria dificuldade quando fosse para
outra escola, só demonstra o despreparo e, com perdão da má palavra, a preguiça
por parte da escola em lidar com o comportamento livre, infantil e agitado do aluno.
Nos registros há a informação de que Evandro entrou no 1º ano já alfabetizado, o
que demonstra não ter problema algum de aprendizado, sendo medicado
posteriormente. Um fato que chamou a atenção foi a família ser chamada a
responsabilidade por deixá-lo sem remédio em algum momento, já deixando claro
que o aproveitamento acadêmico cairia de nível e que a culpa era da falta do
remédio. Desta forma a família acaba se sentindo obrigada a prosseguir com a
medicação e convencida de que é o único caminho. Com a retirada do remédio há a
expectativa por parte da escola, de que Evandro se apresentasse como um menino
“normal”, comportado e sociável. A falta de entendimento do processo e de
sensibilidade é tamanha que nem ao menos é dado o tempo necessário para que o
menino passe da “ressaca” medicamentosa e possa se mostrar como realmente é.
Todo mundo quer. Evandro é inteligente e todo mundo quer ele controlado. A
diretora quer ele medicamentado. A patroa da mãe quer que ele faça prova para o
CP II. Evandro quer ir ao passeio da escola atual. Evandro quer fazer letra de forma.
Ninguém escuta Evandro.
Evandro se via numa realidade onde todos tinham uma pré definição do seu
comportamento e de como ele deveria agir. Mesmo sendo uma criança, ele não
tinha liberdade de ser como ele é.
Um momento sua agitação causava mal estar entre a equipe escolar, o que
era conclusivo em dizer que ele estava sem medicação. Por outro lado, sua timidez
e cordialidade também causaram mal estar na escola, o que levou à conclusão de
que ele estava sem medicação também.
Isso demonstra que apenas o fato do aluno estar sem medicação já causava
um mal estar na diretora.

A atividade proposta à turma foi simples mas reveladora: cada um deveria


lembrar, e compartilhar, um comportamento seu que hoje poderia classificar como
TDAH. Todos nós temos, ou tivemos, uma desatenção, agitação, angústia, um
momento ruim, de raiva…

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