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ESTUDOS
SERVIÇO SOCIAL
E
PSICOLOGIA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ESCOLA JUDICIAL DOS SERVIDORES - EJUS
Presidente
Desembargador MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS
Número 15
SÃO PAULO
2018
Sumário
‘NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA PEDRA’: REFLEXÕES SOBRE O
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E/OU TRANSTORNOS MENTAIS ................................ 12
Introdução ...................................................................................................................... 14
1 - Uma pedra?............................................................................................................... 15
2 - Conceituações de deficiência Intelectual e transtornos mentais ................................ 15
3 - Dados iniciais obtidos na pesquisa com serviços de acolhimento ............................. 16
4 - Dados discutidos no grupo de estudos ...................................................................... 25
Caso 1 ............................................................................................................................ 25
Caso 2 ............................................................................................................................ 28
Caso 3 ............................................................................................................................ 28
5 - Um olhar sobre as pessoas com deficiência intelectual: diretrizes do Programa
Estadual de Atendimento à Pessoa com Deficiência Intelectual (PEAPDI) .................... 29
6 - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): processo de transição das políticas públicas
para pessoas com transtornos mentais .......................................................................... 32
7 - A centralidade da família no cuidado das crianças e adolescentes com deficiência
intelectual e/ou transtornos mentais e a situação de acolhimento .................................. 35
8 - Conclusão ................................................................................................................. 39
Referências .................................................................................................................... 41
Introdução ...................................................................................................................... 46
1 - ECA e perspectivas históricas ................................................................................... 46
2 - Principais pontos das leis que alteraram as políticas de proteção à infância............. 49
2.1 – Estatuto da Criança e do Adolescente - 1990 ........................................................ 49
2.2 - Plano Nacional de Assistência Social – 2004 ......................................................... 50
2.3 - Plano Nacional da Convivência Familiar e Comunitária – 2006.............................. 50
2.4 - Lei Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (Lei 12.010/2009) ................. 50
2.5 - Lei Nacional da Primeira Infância (0 a 6 anos) - Lei 13.257/2016........................... 51
2.6 - Depoimento especial - lei 13.431 /2017 .................................................................. 51
2.7 - Modificação do ECA ............................................................................................... 51
2.8 - Modificações na consolidação das leis trabalhistas ................................................ 52
2.9 - Projeto de lei Estatuto da Adoção .......................................................................... 52
3 - PL 394/2017 “Estatuto da Adoção”- reflexões críticas ............................................... 52
4 - Conclusão ................................................................................................................. 59
Referências .................................................................................................................... 61
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Introdução ...................................................................................................................... 64
1 - Considerações sobre as alterações do ECA advindas da Lei 13.509/2017 ............... 64
2 - Reflexões sobre políticas públicas de proteção para crianças e adolescentes .......... 67
3 - (Des) Proteção Social: apontamentos sobre negligência .......................................... 69
4 - Mediação de conflitos ................................................................................................ 71
5 - Mães abandonadas: a entrega de um filho em adoção ............................................. 72
6 - Reflexões sobre a adoção na legislação brasileira .................................................... 74
7 - Conclusão ................................................................................................................. 76
Referências .................................................................................................................... 77
Introdução ...................................................................................................................... 82
1 - A violência e suas múltiplas manifestações ............................................................... 83
2 - A violência nas relações familiares ............................................................................ 86
3 - A violência implícita nos casos que tramitam nas varas de família e sucessões ....... 91
3.1 - Denúncia de abuso sexual em varas de família ..................................................... 94
4 – Reflexões sobre os limites e as possíveis contribuições da perícia psicossocial para
a redução da violência nos litígios de Vara de Família ................................................... 95
4.1 - Métodos de resolução de disputas ......................................................................... 97
4.1.1 - A conciliação ....................................................................................................... 97
4.1.2 - A mediação de conflitos....................................................................................... 98
4.2 - A oficina de pais e filhos ....................................................................................... 100
4.3 - A constelação familiar .......................................................................................... 102
4.4 - A Justiça Restaurativa .......................................................................................... 103
5 - Conclusão ............................................................................................................... 106
Referências .................................................................................................................. 108
1.4 - Serviços e movimento feminista na luta por esta demanda .................................. 290
2 - Violência institucional no Judiciário ......................................................................... 292
2.1 – O Judiciário a partir de uma visão crítica ............................................................. 292
2.2 – Reprodução da violência estrutural...................................................................... 296
3 - Atuação dos(as) Assistentes Sociais e Psicólogos(as) diante das violências
institucionais ................................................................................................................. 300
Considerações finais .................................................................................................... 309
Referências .................................................................................................................. 311
COORDENAÇÃO
AUTORES
Deise Oliveira da Silva – Assistente Social Judiciário – Foro Regional II Santo Amaro
João Batista Alves Cabral – Assistente Social Judiciário – Comarca de Porto Ferreira
Karina Marinho dos Santos – Assistente Social Judiciário – Comarca de São Luiz do
Paraitinga
Marina Tomé Teixeira dos Santos – Assistente Social Judiciário – Foro Regional I
Santana
Paula Antônia Pansa Brumatti – Assistente Social Judiciário – Foro Regional VIII
Tatuapé
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INTRODUÇÃO
No Meio do Caminho
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1 - UMA PEDRA?
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crianças; 168;
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Quanto à deficiência:
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Comportamento autodestrutivo
Apatia
Dificuldade de concentração
Dificuldade de seguir regras
Ataque de fúria
Descontrole emocional
Alterações do sono
Atitude desafiadora
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CASO 1:
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1
ACIOLI NETO, Manoel de Lima; AMARANTE, Paulo Duarte de Carvalho. O acompanhamento
terapêutico como estratégia de cuidado na atenção psicossocial.Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 33,
n. 4, p. 964-975, 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932013000400014&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Dec. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
98932013000400014.
2
PITIA, Ana Celeste de Araújo; FUREGATO, Antonia Regina Ferreira. O Acompanhamento
Terapêutico (AT): dispositivo de atenção psicossocial em saúde mental. Interface (Botucatu),
Botucatu , v. 13, n. 30, p. 67-77, Sept. 2009 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832009000300007&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Dec. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
32832009000300007.
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CASO 2:
Outro caso discutido foi o de uma mãe com cinco filhos das seguintes
idades: 13, 12, 10, 08 e 05 anos. O genitor das crianças abandonou a prole e não foi
encontrado pela justiça. A família morava em sítio afastado do centro urbano, sem
condições de higiene e proteção, faltando cuidados básicos para as crianças e
tratamento médico.
Das cinco crianças, três delas tem diagnóstico de deficiência intelectual.
Não frequentavam escola.
O acompanhamento da rede se deu por mais de quatro anos até o
acolhimento institucional. A mãe também tem deficiência intelectual e foi inserida na
APAE.
Foram realizadas ações quanto à situação socioeconômica, moradia e
orientações. Porém, foi negligenciado o tratamento médico de uma das crianças.
Família extensa não se dispôs a ajudar.
Depois do acolhimento institucional, novas intervenções foram feitas, mas
mãe verbaliza que as crianças estão mais bem cuidadas no serviço de acolhimento
do que com ela e começou a apresentar distanciamento da prole.
CASO 3:
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8 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
ASSIS, Simone Gonçalves; FARIAS, Luís Otávio Pires. Levantamento Nacional das
Crianças e Adolescentes em Serviço de Acolhimento. São Paulo: Hucitec, 2013.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei Federal nº 8069, de 13 de julho
de 1990. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>.
Acesso em: 04 abr. 2016.
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<http://www.neca.org.br/images/Eunice%20F%C3%A1vero_RELATORIO_FINAL_R
EALIDADE_SOCIAL.pdf> Acesso em: 09 abr. 2016.
FÁVERO, Eunice Teresinha; CLEMENTE, Maria Luiza; GIACOMINI, Mônica.
Famílias e medida de proteção abrigo - realidade social, sentimentos, anseios e
perspectivas. In: FÁVERO, Eunice Teresinha; VITALE, Maria Amália Faller;
BAPTISTA, Myrian Veras (org.). Famílias de crianças e adolescentes abrigados:
Quem são, como vivem, o que pensam, o que desejam. São Paulo: Paulus, 2008.
FLEURY, Sonia; OUVERNEY, Assis Mafort. Política de Saúde: Uma Política Social.
Disponível em:
http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/TEXTO_1_POLITICA_DE_SAUDE
_POLITICA_SOCIAL.pdf.
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COORDENAÇÃO:
AUTORES
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INTRODUÇÃO
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4 - CONCLUSÃO
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atenção para os casos das “crianças e adolescentes invisíveis”, casos que devem
receber atenção especial.
Durante este ano o grupo acompanhou apreensivo a possibilidade de
aprovação do referido projeto de lei, que significaria um retrocesso no que tange à
Proteção à Infância e Juventude. Houve a mobilização e organização da sociedade
civil, representada, principalmente, pelo “Movimento Pela Proteção Integral de
Crianças e Adolescentes”. Esta discussão nos mostrou que o ECA, apesar de ser
uma Lei considerada “avançada” ainda é frágil diante de outros interesses da
sociedade. Percebemos que a luta pela defesa e real efetivação do ECA é uma
constante no cotidiano dos profissionais comprometidos com o bem estar das
crianças e adolescentes do nosso país.
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REFERÊNCIAS
https://www.neca.org.br/wp-content/uploads/Nota-Movimento-Pela-Protecao-
Integral.pdf Acesso em 23/07/2018
https://renansousa92.jusbrasil.com.br/artigos/254217814/as-medidas-de-protecao-
para-a-crianca-e-o-adolescente Acesso em 21/08/2018
Documento do Movimento Pró Convivência Familiar e Comunitária “Considerações
sobre o Estatuto da Adoção PLS n.º 394/2017 e a necessidade da Adoção ser
medida de proteção integral a ser mantida no ECA” -
https://www.neca.org.br/?p=7293 Acesso em 10/10/2018.
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COORDENAÇÃO
Paula Puertas Beltrame – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José dos Campos
Thabata Dapena Ribeiro – Assistente Social Judiciário – Comarca de Jacareí
AUTORES
Alberta Emília Dolores de Góes – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Itapecerica da Serra
Ana Roberta Prado Montanher – Psicóloga Judiciário – Comarca de Bauru
Cristiane Calvo – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do Rio Preto
Cristina Rodrigues Rosa Bento Augusto – Psicóloga Judiciário – Fórum Regional do
Ipiranga
Débora Nunes de Oliveira – Assistente Social Judiciário – Comarca de Embu das
Artes
Elisângela Fraga Ferreira – Psicóloga Judiciário – Comarca de Jundiaí
Gracielle Feitosa de Loiola Cardoso – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Vargem Grande Paulista
Graziele Galindo do Vale – Psicóloga Judiciário – Comarca de Indaiatuba
Jéssica de Moura Peixoto – Assistente Social Judiciário – Comarca de Ribeirão
Preto
Joelma Nascimento Carvalho – Assistente Social Judiciário – comarca de
Itaquaquecetuba
Juliana da Conceição Velloso – Psicóloga Judiciário – Comarca de Mogi das Cruzes
Luiza Gabriella Dias de Araújo – Assistente Social Judiciário – Comarca de Ferraz
de Vasconcelos
Maria Rosa Cavalcante – Assistente Social Judiciário – Fórum Regional VII -
Itaquera
Nina Rosa do Amaral – Psicóloga Judiciário – Comarca de Amparo
Renata Dias Galan Sommerman – Psicóloga Judiciário – Foro Regional Penha de
França
Rodrigo Gonzales de Oliveira – Psicólogo Judiciário – Comarca de Itanhaém
Rute de Toledo Moraes – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José dos Campos
Sabrina Renata de Andrade – Assistente Social Judiciário – Comarca de São Carlos
Sheila Carneiro da Silva – Assistente Social Judiciário – Comarca de Itapevi
Silvia Videira Zaparoli – Psicóloga Judiciário – Comarca de Sorocaba
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INTRODUÇÃO
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3
Política de Atenção à Gestante: apoio profissional para uma decisão amadurecida sobre
permanecer ou não com a criança. Publicada em 2015 pela parceria entre o TJ/SP, e as Secretarias
de Estado do Desenvolvimento Social e da Saúde. Disponível em:
http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/873.pdf
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que temos como meta? E, ainda, como podemos no cotidiano de nossas práticas
provocar o Estado para proteger essas famílias?
De acordo com Berberian, há riscos ao avaliarmos a intencionalidade
sobre o que chamamos de negligência, já que esse crivo passa por aspectos
subjetivos, a exemplo do que vêm a ser cuidado, vínculo, rotina, condições de
higiene, maternagem/paternagem, aspectos culturais, entre outros – em que
podemos incorrer em implicações no campo da ética e da valoração moral. Desse
modo, podem ocorrer equívocos pela falta de clareza do papel profissional,
reforçando um lugar de coerção e controle, com avaliações moralistas, com
prescrição de condutas de novos comportamentos, entre outros.
A autora aborda aspectos relacionados ao cotidiano (rotina, volume de
trabalho) em que há o risco de entrarmos no ‘automatismo’ com a repetição de
situações com demandas semelhantes que podem ser vistas como iguais e,
portanto, também serem declaradas como negligência. Mencionou o risco de
espontaneismo e a necessária ‘suspensão do cotidiano’5 para o retorno com
reflexão.
Berberian alertou para a necessidade da reflexão, inclusive, sobre o que
estamos, cotidianamente, chamando de ‘rede’. Qual é a “rede” que temos hoje?
Quem são os atores que, assim como nós, também se encontram fragilizados?
Como lidar com a fragmentação de ações? Qual é o acompanhamento que as
crianças recebem no acolhimento? É a rede ou a família que não dá conta? Como
garantir direitos nesse cenário?
Discorreu sobre o contexto desfavorável no campo das políticas e práticas
sociais e de retração de direitos, principalmente, na atenção às famílias que vem
ocorrendo de modo fragmentado e paliativo.
Ponderou que as famílias, quando conseguem auxilio, isso
frequentemente ocorre através de suas redes primárias, que não são institucionais.
Quando o acolhimento institucional acontece, geralmente, evidencia-se a ausência
ou a fragilidade de vínculos/redes sociais.
Comentou ainda sobre o uso da ‘judicialização’ como forma ‘educativa’,
ou mesmo como castigo, do tipo: “agora, vai acordar para a vida”. Nessa
5
Conceito de Agnes Heller, autora que estuda a categoria ‘cotidiano’.
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4 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
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Pesquisa da Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama, da Faculdade de Direito da USP.
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ou ter a foto do filho para guardar de lembrança. Quando este luto não é elaborado,
são frequentes as gestações de repetições a fim de ocupar o vazio deste filho
entregue em adoção, mesmo que inconsciente.
O desrespeito é comum, não apenas em instituições de acolhida, mas em
muitos hospitais. Observa-se que na rede privada de saúde o preconceito e a falta
de informação entre os profissionais é ainda mais evidente que nos hospitais
públicos, dado o menor número de ocorrências de entrega.
Há ainda a realidade de muitas mulheres que chegam sozinhas ao
judiciário para fazer a entrega, evidenciando o abandono do pai da criança, que se
eximiu do compromisso com o bebê. Nesta ótica é como se o pai “tivesse o direito
de abandonar” sem ser julgado. Assim, a mulher se vê abandonada pelo pai da
criança e, muitas vezes, pelo Estado e pela família. Neste contexto, a entrega nem
sempre é uma escolha, mas a única alternativa.
Nesse sentido, enfatizamos o fato de que a mulher é eternamente julgada,
seja pela entrega, ao ser rotulada como alguém que “abandonou”, seja por decidir
ficar com a criança, caso não consiga cuidar adequadamente.
Esse julgamento se relaciona com o mito do amor materno onde a
maternidade é compreendida como algo da essência feminina. Maternidade é
construção, mas por uma questão cultural e de interesses econômicos, nossa
sociedade estabeleceu que a mulher “nasceu para ser mãe”. Assim, observa-se
grande pressão social para que ela permaneça com a criança.
Quando esta construção social é reproduzida na atuação de quem atende
as mulheres que manifestam o desejo de entrega, a questão é ainda mais
preocupante. Constrangidas, estas mulheres podem levar a criança consigo e
construir vínculos frágeis ou até mesmo optar por formas ilegais de entrega. Visando
a superação desta problemática, é importante a capacitação profissional e a criação
de espaços permanentes de discussão sobre o assunto, contribuindo para que
tenhamos profissionais mais qualificados nesta atuação.
Discutiu-se também o direito da mulher necessitar de um tempo maior
para a tomada de decisão, caso esta não esteja amadurecida, assim como seu
direito de mudar o pensamento após o parto.
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aos valores tradicionais, que corroboram ainda mais com os já recorrentes projetos
que atentam contra o ECA em sua gênese.
A tese estudada aponta o quanto historicamente constrói-se a lei na
defesa do “melhor interesse da sociedade e do poder público”, tendo que avançar
muito para o “melhor interesse da criança”. E ainda, o pouco investimento no sentido
de reverter as condições que levam à chamada fragilidade familiar, sendo este o
ponto principal para se pensar em convivência familiar.
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7 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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COORDENAÇÃO
Glausa de Oliveira Munduruca – Psicóloga Judiciário – Comarca de Barra Bonita
Rosângela Maria Lenharo – Assistente Social Judiciário – Comarca de Ibitinga
AUTORES
Ana Maria Iria Leite de Ávila Camargo – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Miracatu
Cássia Carolina Matarazzo Guimarães Marteniuk – Psicóloga Judiciário – Comarca
de Itapetininga
Célia Regina de Souza Cauduro – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do
Rio Pardo
Denise Cristina Matheiski Alkmim – Psicóloga Judiciário – Comarca de Tatuí
Edna Correa Barbosa Ferreira – Assistente Social Judiciário – Fórum Regional de
Itaquera
Egli Maria Micheski – Psicóloga Judiciário – Comarca de Registro
Lucilena Vagostello – Psicóloga Judiciário – Comarca de Jundiaí
Lucy Vianna Alcebíades – Assistente Social Judiciário – Comarca de Guarujá
Lygia Ferreira Gomes Perchon – Psicóloga Judiciário – Comarca de Campinas
Mara Regina Perez Fernandes – Psicóloga Judiciário – Fórum Regional da Penha
Márcia Aparecida Thomé Garcia – Psicóloga Judiciário – Comarca de Botucatu
Talita Afonso Chaves – Psicóloga Judiciário – Comarca de Guarujá
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
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9
Lei n. 13.010, de 26 de junho de 2014, altera a Lei 8.069/90 para estabelecer o direito da criança e
do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel
ou degradante, e altera a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm
10 Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei
8069/90. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm
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essa possibilidade uma vez que a mudança abrupta de guardião pode representar
uma punição para o genitor alienante que perderá a guarda, mas sobretudo pode se
converter em violência para a criança caso a mesma não esteja preparada para
conviver com o genitor alienado.
Diante dos casos em que vislumbramos o “uso” da criança como
manipulação do ex-cônjuge de forma a prejudicar o vínculo pré-estabelecido na
família, ponderamos que as sanções previstas na lei da alienação parental devem
ser vistas com cautela.
Notamos que, apesar dos estudos extensos sobre essa temática na área
no Direito, é ainda modesta a produção científica na área da Psicologia e de Serviço
Social, não havendo estudos conclusivos, por enquanto, que demonstrem as
consequências das ações propostas pela Lei da Alienação Parental para os filhos,
por exemplo.
Entretanto, em um estudo psicossocial no qual existam indícios de
violência intrafamiliar, consideramos importante atender a criança e sua família “com
o objetivo de proporcionar um contexto de ajuda, de reflexão, para que possíveis
mudanças aconteçam na dinâmica relacional da família” (GRANJEIRO & COSTA,
2008, p.165).
Diante dessas reflexões, compreende-se que as acusações de violência
intrafamiliar, independente de sua veracidade, indicam que algo não vai bem
naquela família, sendo necessário o acompanhamento da mesma por profissionais
da área de saúde mental e da rede de apoio. Nestes casos consideramos que o
encaminhamento para tratamento psicológico é imprescindível a todos os envolvidos
na lide, evitando maior cisão familiar, bem como o fortalecimento da dicotomia
vítimas/algozes.
Como ponto crucial, entende-se que a conscientização da problemática
em tela pelos genitores é fundamental, no sentido de sensibilizá-los sobre suas
posturas exercidas na relação parental, as quais se encontram imersas em
dificuldades de diferenciar o exercício da parentalidade dos conflitos da
conjugalidade, oferecendo-lhes um caminho: o tratamento psicológico familiar (e não
apenas o da criança). Os afetos, quando bem discriminados e devidamente
nomeados, podem favorecer a comunicação entre as partes e o diminuir o nível de
violência (litígio).
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4.1.1 - A CONCILIAÇÃO
11 http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/conciliacao-e-mediacao-portal-da-conciliação.
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Justiça do Estado de São Paulo e inserida nas práticas dos CEJUSCS por meio do
Provimento CSM 2327/1613.
A Oficina da Parentalidade ou Oficina de Pais e Filhos é um programa
educacional, preventivo e multidisciplinar, direcionado às famílias que enfrentam a
fase de reestruturação familiar, motivada pela ruptura do laço conjugal dos pais, com
o intiuto de auxiliar todos os seus integrantes a superarem as eventuais dificuldades
inerentes a esta fase, sem maiores traumas, sobretudo para os filhos.
A Oficina atualmente implantada em algumas Comarcas foi projetada para
ser executada em um único encontro, com duração de cerca de quatro horas, com
explanações feitas por expositores, apresentação de slide e vídeos, espaço para
questionamentos, discussões e atividades lúdicas.
O público alvo é composto por pais e mães que apresentam algum
conflito relacionado ao exercício da parentalidade (divórcio, dissolução de união
estável, regulamentação ou alteração de guarda, regulamentação ou alteração de
sistema de convivência etc.) e os respectivos filhos menores, de seis a dezessete
anos de idade.
Sabemos que as habilidades parentais, devem ser apreciadas e
desenvolvidas principalmente porque, a relação entre as crianças e seus pais tem
uma grande influência na maioria das esferas do desenvolvimento da criança.
Otimizadas, as habilidades e comportamentos parentais influenciam positivamente
na autoestima, no sucesso escolar, no desenvolvimento cognitivo e no
comportamento da criança.
Seria importante que a Oficina de Pais, pudesse ter sequência na rede de
atendimento municipal como suporte ao trabalho iniciado no TJ. Existe um forte
consenso quanto à importância do papel dos pais para o modo como seus filhos se
desenvolvem e funcionam. Muitas das habilidades da criança dependem
fundamentalmente de suas interações com seus cuidadores e com seu ambiente
social mais amplo. Na verdade, entre os fatores de risco envolvidos no
desenvolvimento de problemas comportamentais e afetivos da criança, a qualidade
das práticas parentais é o mais importante entre os que podem ser modificados.
13
Dispõe sobre a implantação da Oficina da Parentalidade nos CENTROS JUDICIÁRIOS DE
SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA do Estado de São Paulo visando à estabilização,
harmonização e pacificação das relações familiares. Diário da Justiça Eletrônico, 04/03/2016. P.7.
101
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14 Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesse no
âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.
http://www.cnj.jus.br///images/atos_normativos/resolucao/resolucao_125_29112010_1103201616283
9.pdf.
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5 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
ANDERSON, Kimberley; VAN Ee, Elisa. Mothers and Children Exposed to Intimate
Partner Violence: A Review of Treatment Interventions. Int. J. Environ. Res. Public
Health, 15-22; 2018.
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ESCOLA JUDICIAL DOS SERVIDORES - EJUS
DAY, Vivian Peres; TELLES, Lisieux Elaine de Borba; ZORATTO, Pedro Henrique;
AZAMBUJA, Maria Regina Fay; MACHADO, Denise Arlete; SILVEIRA, Marisa Braz;
DEBIAGGI, Moema; REIS, Maria da Graça; CARDOSO, Rogério Goettert; BLANK,
Paulo. Violência doméstica e suas diferentes Manifestações. R. Psiquiatr. RS, 25'
(suplemento 1); 9 - 21, 2003.
FREUD, Sigmund. (1917/1915) Luto e Melancolia. In: Edição stantard brasileira das
obras completas de Sigmund Freud. Trad. sob a direção geral de Jayme Salomão.2
ed., Rio de Janeiro, Imago, v.14, p.271-291, 1974.
MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Edinilsa Ramos. Violência e Saúde como
um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História. Ciências. Saúde. Manguinhos,
p. 513-531, nov. 1997- fev. 1998.
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OLIVEIRA, Denise Cabral Carlos; RUSSO, Jane Araujo. Abuso sexual infantil em
laudos psicológicos: as “duas psicologias”. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio
de Janeiro, 27 [3]: 579-604, 2017.
SHINE, Sidney. Abuso Sexual de Crianças. IN: GROENINGA, G.C.; PEREIRA, R.C.
Direito de Família e Psicanálise: Rumo a uma nova epistemologia. Rio de Janeiro:
Imago, 2003.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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Thiago de Mello.
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INTRODUÇÃO
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Prezadas(os) colegas,
Em 2018 o Grupo de Estudos “Cotidiano da Prática Profissional –
Família – Capital” busca conhecer a identidade profissional de
Assistentes Sociais e Psicólogas(os) do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo.
Para atingir esse objetivo, elaboramos coletivamente um breve
questionário sobre as práticas cotidianas destas(es) profissionais e
de que forma são construídas.
Os resultados estarão disponíveis nos artigos produzidos por este
Grupo, respeitando os princípios éticos da pesquisa científica e
seguindo procedimentos de sigilo e discrição, mediante tratamento
de dados, estudos bibliográficos e reflexões coletivas, tendo em vista
compreender como se dá o exercício profissional no cotidiano.
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2 - PERITOS
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Especialista enquanto detentor de conhecimentos em determinada área de formação/graduação
profissional.
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centralidade dos sujeitos, são eles que nos dizem as suas reais
demandas (às vezes é aparente e cabe a nós chegar a essência da
solicitação) que por vezes as reconhecemos por meio do estudo
social e seus registros (Laudo, parecer, relatórios), mas não
somente. Por vezes a necessidade maior é de articulação com a
rede de serviços socioassistenciais e seus profissionais e
reconhecermos que a rede (executivo) tem seus limites em virtude do
sucateamento das políticas públicas, não nos cabe responsabilizá-
los, mas enfrentar a questão coletivamente.
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[...] utilizar seu saber para apresentar além das dinâmicas familiares
concretas ou imediatas, mas o contexto histórico-social que os
sujeitos/as famílias estão inseridos/as. Isto se traduz enquanto
resistência dentro de uma sociedade e, especialmente, uma
instituição tão conservadora e mantenedora do status quo.
Vejo a importância do assistente social ser capaz de olhar a família
que atende, de percebê-la em um contexto maior, mais amplo, de
dar-lhe voz e de apresentá-la à justiça com suas peculiaridades, sua
história, dores, vivências e possibilidades.
Trazer elementos, através do estudo social, que possam contribuir na
compreensão da realidade social em uma perspectiva de totalidade e
garantia de direitos.
Orientar e refletir com indivíduos e famílias sobre os determinantes
socioeconômicos, culturais, de gênero e étnico-raciais que
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4 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
COSSETTIN Costa Beber Brunini, Barbara & JOSÉ BENELLI, Sílvio (2016). A
localização genealógica da psicologia pericial no sistema judiciário:
implicações éticas. Quaderns de Psicologia, 18 (1), 53-61. Disponível em
http://dx.doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1315.
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SCHEINVAR, E. (2013). Demanda social e crise dos ideais: que lugar para o
Judiciário?. In C. M. B. COIMBRA, L. S. M. AYRES, & M. L. do. NASCIMENTO.
(Org.). Pivetes: Encontros entre a Psicologia e o Judiciário (pp. 177-183).
Curitiba: Juruá.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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INTRODUÇÃO
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- AVALIAÇÃO PRÉVIA
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- ANTECIPAÇÃO DA PROVA
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2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Roque, E.M.S.T.; Carlos, D.M.; Salzedas, P.L.; Silva, Yao; Martins, J.E.;
Ferriani, M.G.C. (2017). O significado da violência sexual intrafamiliar vivenciada por
adolescente durante a inquirição no sistema de justiça. I Jornada Internacional de
Pós-graduação em Enfermagem. Livro de resumos. 28-29 de novembro. Ribeirão
Preto/São Paulo/ Brasil.
https://odia.ig.com.br/esporte/2018/05/5538058-diego-hypolito-fala-em-
sensacao-de-alivio-apos-relatar-abusos-da-infancia.html. Acessado em 30/11/2018.
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COORDENAÇÃO:
AUTORES
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“O gosto do pão não revela quem plantou o trigo, e o processo examinado nada nos
diz sobre as condições em que ele se realiza, se sob o látego do feitor de escravos
ou sob o olhar ansioso do capitalista”. (O Leitor de Marx, p. 243).
INTRODUÇÃO
19
Viviane de Paula é doutoranda em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo - PUC-SP. Consultora do Projeto Social - Ação Social da Congregação das Irmãs da Assunção;
Docente do Centro Universitário Assunção - Unifai; e Assistente Social no Tribunal de Justiça de São
Paulo. Atuando principalmente nos seguintes temas: família, abuso sexual intrafamiliar e direitos da
criança e do adolescente. (Fonte: http://buscatextual.cnpq.br).
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[...] Mas a burguesia não se limitou a forjar apenas as armas que lhe
trarão a morte. [...] A burguesia produz, sobretudo, seus próprios
coveiros. [...] De tempos em tempos os operários vencem, porém só
transitoriamente. O verdadeiro resultado das suas lutas não é o êxito
imediato, mas a união cada vez mais ampla dos trabalhadores [...].
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das relações sociais que se estabelecem entre si e entre si e a natureza por meio do
trabalho.
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4 - ESTUDO DE CASO
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20 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988)
21 Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
179
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5 - CONCLUSÃO
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A hipótese é de que tudo falhou: poder público, políticas sociais e seu acesso,
condições para acompanhamento familiar, sobretudo, em se tratando, de saúde
mental pública. A análise elucida o equívoco das mediações articuladas por esses
agentes cuja opção política priorizou outras áreas que não a da esfera social,
distanciando-se do acesso aos direitos sociais em sua integralidade.
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6 - ANEXOS
- Os pretendentes
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portavam muito mal, até que ninguém mais queria ficar com as crianças e Maria foi
obrigada a parar de trabalhar, tendo montado um Pet Shop em casa.
Esse negócio não prosperou, sendo que ela culpabilizou as crianças por
roubarem dinheiro de suas clientes, obrigando-a a fechar o estabelecimento.
Reinaldo e Maria afirmaram que a vida social do casal foi muito
comprometida com a chegada das crianças, pois em função de seu mau
comportamento, parentes e amigos passaram a evitá-los.
Cristina passou a demonstrar claramente que não gostava da adotante,
passou a acusá-la de machucá-la, pedindo socorro na escola, na rua, voltando as
pessoas contra Maria, envergonhando-a em público. Maurício se mostrava
“manipulador e maldoso”, sendo que o casal passou a trancar a porta da cozinha,
para que não estragassem os alimentos, e a trancar a porta do próprio quarto, com
medo de serem atacados pelas crianças.
Buscaram auxílio Psiquiátrico e Psicológico e foram aconselhados a tomar
precauções com as crianças, pois ofertavam riscos; elas passaram a fazer uso de
medicação controlada, ainda assim mantinham o mesmo comportamento, tornando
a convivência entre eles insuportável (SIC).
Após várias denúncias ao conselho tutelar local, de prática de agressões
dos pais contra as crianças, elas foram acolhidas, sendo que Maurício passou a
culpabilizar a irmã pelo acolhimento; Maria afirmou ter corroborado com essa
impressão, afinal foi ela quem a expôs publicamente.
Reinaldo tentou manter contato com os filhos no acolhimento, porém
Maria confessou estar aliviada pela medida, pois alegou que as crianças afastaram
toda a possibilidade de formação de vínculo familiar.
Os adotantes passaram todos os contatos dos parentes biológicos que
conseguiram reunir, comprometeram-se a repassar recursos financeiros para as
crianças e fizeram cerca de duas visitas ao serviço de acolhimento.
Disseram ter buscado o fórum local para pedir orientações de como
proceder com os filhos, mas arguiram terem sido mal recebidos pelo setor técnico,
que se omitiu de intervir, uma vez que não respeitaram as orientações, tendo
empreendido busca ativa pelas crianças.
Alegaram que as crianças já tinham muitos problemas, todavia se
consideram enganados pelos diretores do serviço de acolhimento, uma vez que
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EPÍLOGO
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REFERÊNCIAS
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2010.
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NETTO, José Paulo. Capitalismo e Reificação. São Paulo: Ciências Humanas, 1981.
_______. Introdução ao método da teoria social. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
192
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ESCOLA JUDICIAL DOS SERVIDORES - EJUS
SOUSA, Charles Toniolo de. Práticas punitivas e Serviço Social: reflexões sobre o
cotidiano profissional no campo sociojurídico. In: Serviço Social e temas
sociojurídicos: debates e experiências. Eunice Fávero, Dalva Azevedo de Gois,
organizadoras. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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INTRODUÇÃO
O foco deste estudo recaiu sobre o papel dos avós, que, nos últimos
tempos tem se ocupado cada vez mais dos netos na tarefa, quase que exclusiva, de
educá-los, em detrimento da ausência dos pais ocupados com o trabalho fora de
casa. O tema da herança psíquica, quanto aos comportamentos, valores e cultura
são transmitidos entre as gerações e reproduzidos nas relações familiares, para
além dos aspectos materiais que sustentam o núcleo familiar.
Nas transmissões intersubjetivas, o sujeito receptor significa, interpreta e
ressignifica as expressões deformadas que outros seres humanos deram a seus
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Ainda:
(...) Suscitou uma série de recordações por parte dos avós, que os
remeteram às relações com os seus próprios avós, a infância, assim
como ao começo de suas vidas conjugais, quando se deu o
nascimento de seus filhos e posteriormente de seus netos. (...)
contextualizaram situações e condições sociais, econômicas,
históricas e culturais particulares, que se confrontam com as imagens
idealizadas do passado (...).
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4 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
MAINETTI, A.C. & WANDERBROOKE, A.C.N.S. Avós que Assumem a Criação dos
Netos. In: PENSANDO FAMÍLIAS, 17 (1), 2013, Pág. 87-98. PEPSIC.
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COORDENAÇÃO
AUTORAS
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INTRODUÇÃO
22
O artigo elaborado em 2016, intitulado “Justiça Restaurativa: um novo paradigma em construção”,
pode ser acessado na íntegra através da página:
<http://www.tjsp.jus.br/Download/EJUS/AVAS/CadernosDeEstudo/Caderno13GruposEstudosSSPJ.pd
f>
23
O artigo elaborado em 2017, intitulado: “Justiça Restaurativa: vivenciando a metodologia do
Processo Circular”, pode ser acessado na íntegra através da página:
<http://www.tjsp.jus.br/Download/EJUS/AVAS/CadernosDeEstudo/Caderno14GruposEstudosSSPJ.pd
f>
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24
Práticas Restaurativas compreendem a utilização de diferentes metodologias de estruturação e
promoção de encontros entre as partes envolvidas, objetivando a facilitação do diálogo, a superação
de conflitos e a resolução de problemas de forma consensual e colaborativa. Diferentes metodologias
podem ser escolhidas e utilizadas segundo as circunstâncias do caso, objetivando proporcionar um
ambiente seguro e protegido para o enfrentamento das questões propostas. (Brancher; Flores, 2016,
p. 110).
25
O bastão ou “objeto da fala”, elemento-chave do círculo, é um objeto escolhido pelo grupo ou pelo
facilitador, que é passado de pessoa para pessoa na sequência da roda. O objetivo do bastão é
regular o diálogo dos participantes, permitindo que o seu detentor fale sem interrupções e que os
demais foquem na escuta. (SVICERO e PENHA, Org. 2017, p. 217) Disponível em:
<http://www.tjsp.jus.br/ownload/EJUS/AVAS/CadernosDeEstudo/Caderno14GruposEstudosSSPJ.pdf
> Acesso em: 29 out. 2018.
26
Vide “No Coração da Esperança - guia de práticas circulares” - Carolyn Boyes-Watson & Kay
Pranis, p. 61-63, disponível em:
<https://parnamirimrestaurativa.files.wordpress.com/2014/10/guia_de_praticas_circulares.pdf>
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Acerca dos princípios, foco deste artigo, ilustramos abaixo aqueles que,
segundo Zehr, são fundamentais, agrupados abaixo em quatro pontos:
210
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Ressocialização.
É bom voltar pra casa, não vou falar que não, mas não consigo curtir direito.
Disseram lá no laudo que eu tô ressocializado, reabilitado, reeducado e
pronto para ser reintegrado na minha comunidade. Que eu me arrependi e
agora consigo ver a dimensão dos meus atos. Parece piada, mas é o jeito.
Como se seis meses na Fundação fossem servir de alguma coisa que não
mais dor? Como ressocializar um cara que sempre teve na escola um
ambiente hostil? Como reinserir na comunidade um cara que nunca foi
aceito por ela? Não conseguem ver que justamente aí que entra o crime? A
ideia da merda do roubo não surgiu do nada na minha cabeça, não foi um
ato impensado do qual me arrependo puramente. Foi um evento de certa
forma inevitável. Não que todo mundo acaba correndo pelo errado quando
tá na mesma situação que a minha. Mas a própria ideia de certo e errado é
relativa. O certo e o errado preto-no-branco é óbvio pra quem tem desde
sempre as referências deles. Quem não tem só se fode. Se não se adequa
abaixando a cabeça, se adequa na marra, na porrada. Voltando ao roubo, é
fácil pra caralho tratar como um erro isolado que comporta um
arrependimento qualquer. Difícil é compreendê-lo como sintoma de uma
doença maior, que é causada justamente por quem fala que vai combatê-lo
prendendo a molecada. Não é me vitimizar. Não sou santo, porra. Claro que
eu fiz merda, só que eu não acredito nesse lance de recompensa, de se
apegar pelo que fez. Porque no final das contas eu acabaria fazendo tudo
de novo. Isso não significa que eu não tenho jeito, que eu sou caso perdido,
senão que eu sou exatamente quem eles queriam que eu fosse: o vilão
perfeito para eles botarem na conta as atrocidades que eles mesmos
causam. É mais fácil quando se tem o inimigo tangível. O preto favelado
com o cano na mão é fácil de se desenhar. É uma ameaça visível que se
combate a tiro. E o filho da puta que faz propaganda de um tênis caro, que
salário de trabalhador nenhum consegue comprar, e que mesmo assim te
faz sentir um bosta sem ele? Ele não tem culpa de nada, tá fazendo o
trabalho honesto dele, com ele a sociedade se identifica. Comigo não. Eu
sou marginal, nasci marginal, me criei marginal e vou morrer marginal,
provavelmente na mão de um herói fardado que vai ganhar uma medalha.
Pode tentar me reeducar, me reabilitar, me ressocializar, me reinserir, me
re-a-porra-toda. É muito mais confortável, dá a impressão de que o trabalho
está sendo feito. Mas se os caminhos me levarem de novo até a mesma
situação eu puxo o gatilho que nem da outra vez. Sorte tua se não for
contigo.
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Zehr (2015, p. 26) recorda que os danos causados pelo crime possuem
dimensões públicas e privadas, isto é, uma dimensão social e outra mais pessoal ou
interpessoal. Para ele, o sistema jurídico se preocupa com a dimensão pública, ou
seja, os interesses e obrigações da sociedade representada pelo Estado. Mas esta
ênfase relega ao segundo plano, ou chega a ignorar, os aspectos pessoais e
interpessoais do crime”. Desse modo, a fim de compreendermos a dimensão
213
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27
Zehr (2017) cita exemplos de práticas tradicionais/comunitárias em países como Gana e Paquistão.
Contudo, neste artigo propomos uma extensão desta compreensão para alguns aspectos da interface
entre a justiça restaurativa e o modo de funcionamento de algumas políticas públicas no Brasil.
28
Disponível em
<http://www.cnj.jus.br/images/atos_normativos/resolucao/resolucao_225_31052016_0206201616141
4.pdf> Acesso em 19 nov 2018
218
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últimas podem contribuir para a criação de condições para que a ofensa não seja
perpetrada novamente pelo ofensor, ainda que dirigida a outra vítima.
Em outras palavras, a sociedade deve ser chamada para auxiliar o
ofensor em sua jornada pela reparação do dano a fim de que esta seja também uma
oportunidade, com intuito de que ele supere quaisquer circunstâncias que possam
ter contribuído para que viesse a perpetrar o dano.
Como ensina Kuhn (1998, p. 204) “o que um homem vê depende tanto
daquilo que ele olha como daquilo que sua experiência visual-conceitual prévia o
ensinou a ver”. A violência avassaladora existente na sociedade brasileira, que
registrou em 2017 mais de 60 mil homicídios e mortes violentas faz com que, à
primeira vista, a Justiça Restaurativa possa parecer uma quimera. Entretanto, ao
conferir protagonismo às vítimas e às comunidades, ela se apresenta como uma
alternativa importante para muitos casos, de modo que o objetivo maior seja
alcançado: a Justiça.
220
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Zehr (2015, p. 26) ressalta que o esforço do ofensor para corrigir o dano
causado, mesmo que seja de forma parcial, é uma maneira de dizer à vítima: “estou
assumindo a responsabilidade, você não é culpado/a pelo que eu fiz”.
Além disso, a responsabilização como parte do processo de Justiça
Restaurativa produz o reconhecimento simbólico do dano cometido, assegurando à
vítima a necessidade de segurança e confiança no grupo, ou ainda, na sociedade,
pelas necessidades cuidadas.
Importante ressaltarmos, neste momento, que o movimento de endireitar
as coisas na medida do possível mantém relação com o que Zehr (2017) identifica
como algo que a JR não é - e que muitas vezes é interpretado como volta às
circunstâncias anteriores ao fato danoso.
Assim, Zehr (2017, p. 20 e 21) se alinha a outros defensores da JR
vendo-a como caminho para restaurar um sentido de esperança, um sentido
comunitário no mundo ou, como explicita nos dizeres de Fania Davis, citada por ele:
“trata-se de retornar àquela parte de nós que realmente quer estar ligada ao outro de
um modo positivo. Retornar à bondade inerente presente em todos nós”.
Como bem refletido no texto exposto ao início deste artigo -
Ressocialização - o processo no sistema tradicional dificilmente estimula o ofensor a
desenvolver empatia para com a vítima, ou a compreender as consequências de
seus atos, contribuindo, antes, muito mais a um senso de alienação social de sua
parte, desestimulando sua responsabilidade e capacidade empática. (ZEHR, 2015).
Quanto mais aprofundamos acerca dos três pilares da JR – danos e
consequentes necessidades, obrigações e engajamento – mais percebemos a
essencial importância de implicações de atores políticos que com suas
responsabilidades garantam políticas públicas que atendam às necessidades de
vítima, ofensor, comunidade.
Em casos onde ocorrem círculos de resolução de conflito, não há isenção
da inclusão de representantes de políticas públicas, para atendimento das
necessidades dos envolvidos, sendo estes importantes atores no processo de
endireitar as coisas, de restauração.
222
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2 - CONCLUSÃO
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UM AJUDANDO O OUTRO
Não há poder maior do que uma comunidade descobrindo o que lhe importa.
Pergunta: “o que é possível” e não “o que está errado”
Continue perguntando.
Perceba aquilo que importa para você.
Suponha-se que muitos outros compartilhem o seu sonho.
Seja corajoso o suficiente para iniciar conversas que tenham significado.
Converse com as pessoas que você conhece.
Converse com pessoas que você não conhece.
Converse com pessoas com quem você nunca conversa.
Fique intrigado com as diferenças que você ouvir.
Espere ser surpreendido.
Valorize a curiosidade mais do que a certeza.
Convide a todos que se importam para trabalhar no que é possível.
Reconheça que todos são experts em alguma coisa.
Saiba que soluções criativas surgem de novas conexões.
Lembre-se, você não teme as pessoas de quem você conhece as histórias.
Escutar de verdade sempre aproxima as pessoas.
Confie que conversas significativas possam mudar o seu mundo.
Conte com a bondade humana.
Fiquem juntos…
(autor desconhecido).
225
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REFERÊNCIAS
VERZOLA, Lucas. Em conflito com a lei. São Paulo, 2016. Ed. Reformatório. pág.
57.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
Ana Beatriz Benetti Salesse dos Santos – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Araçatuba
Ana Carolina dos Santos Oliveira – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Guararema
Andreza Cristina Oliveira da Silva Calixto – Assistente Social Judiciário – Comarca
de Campinas
Bianca Da Silva Oliveira – Assistente Social Judiciário – FR Jabaquara
Dina Da Silva Branchini – Assistente Social Judiciário – Comarca de Poá
Dulce Alves Taveira Koller – Assistente Social Judiciário – Comarca de Mogi Cruzes
Elaine Aparecida Fante da Paixão – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Campinas
Glaucia Cristina de Melo – Assistente Social Judiciário – Comarca de Cordeirópolis
Greicieli Ramos Almeida Rufino – Assistente Social Judiciário – FR Santo Amaro
Josiane Dacome – Assistente Social Judiciário – Comarca de Hortolândia
Monica Giacometti Secco – Assistente Social Judiciário – Comarca de Hortolândia
Regina Celia Andreazzi – Assistente Social Judiciário – FR Penha
Solange Rolo Silveira – Assistente Social Judiciário – FR Santo Amaro
Sylvia Coutinho da Gama Pereira Correia – Assistente Social Judiciário – Comarca
de Jandira
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INTRODUÇÃO
29
Embora o conceito de família que adotamos supera a relação heteronormativa exclusiva entre homem e mulher
e a relação parental polarizada entre pai/mãe, utilizaremos tais termos por representarem ainda a maioria dos
usuários da justiça de família. O mesmo vale para as questões relativas à identidade de gênero que não foram
foco deste estudo.
230
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30
Ana Beatriz Benetti Salesse dos Santos, Ana Carolina dos Santos Oliveira, Glaucia Cristina de
Melo, Josiane Dacome, Monica Giacometti Secco, Rita de Cassia Silva Oliveira e Sylvia Coutinho da
Gama Pereira Correia contribuíram diretamente para a construção do texto.
231
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31
Disponível em
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/135/rc_2017_v44_informativo.pdf. Acessado em
10.12.2018.
32
O movimento dos homens que querem cuidar e conviver com os filhos deu origem à criação da
Associação de Pais Separados (APASE) em 1997, organização responsável pela apresentação e
aprovação de vários projetos de lei tais como o da guarda compartilhada e da alienação parental
dentre outros. Posteriormente a sua criação a APASE também incluiu as mães separadas.
33
Os participantes do GE 2017 realizaram levantamento em 113 laudos e relatórios sociais referentes
a processos judiciais das Varas de Família e Sucessões. Para mais informações, consulte o texto
“Particularidades da realidade social dos sujeitos dos Estudos Sociais: indicativos para a
fundamentação teórica nas demandas da Justiça de Família”, p.229/253, disponível nos CADERNOS
DOS GRUPOS DE ESTUDOS DE 2017, EJUS/TJSP, acessado por meio do Portal do Servidor do
TJSP.
232
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34
Das 115 crianças, 41 delas estavam na faixa de 0 a 3 anos, 34 estavam na faixa de 07 a 9 anos, 22
de 10 a 12 anos, e 13 delas estavam entre 13 a 15 anos.
35
Quanto a renda das mulheres requerentes à guarda dos filhos 61% (17) estavam na faixa de 1 a 3
salários mínimos e 11% (3) na faixa de 16 salários mínimos ou mais, as quais correspondiam às pós-
graduadas. Dos homens requerentes à guarda dos filhos: 23% (7) se inseriam na faixa de 1 a 3
salários mínimos, 16% (5) de 4 a 6 salários mínimos, 16% (5) sem informação e 6% (2) acima de 10
salários mínimos.
Sobre a escolaridade das mães requerentes a guarda 43% (12) tinham o ensino médio (completo ou
não), 18% (5) ensino superior (idem) e 14% (4) pós-graduação (advogada medica e psicóloga).
Dos pais requerentes a guarda 42% (13) tinham ensino médio (completo ou não), para 35% (11) não
havia a informação, 32% (10) ensino superior (completo ou não), 2 pós-graduados. Da escolaridade
dos pais e mães requerentes a guarda, portanto, o ensino médio completo se destaca para ambos,
índice superior ao da média da população brasileira na região sudeste, de 8,4 anos (PNAD 2015). Já
em relação ao ensino superior o destaque é para os pais (quando é requerente e especialmente
quando é requerido), contrariando a tendência das mulheres estudarem mais que os homens. Poderia
significar que para mulher o casamento e os filhos implicaram na suspensão do prosseguimento dos
estudos além do nível médio, enquanto o contrário se deu para o homem? Será que levamos em
consideração tal questão em nossos estudos sociais? (CADERNOS DOS GRUPOS DE ESTUDOS
DE 2017, EJUS/TJSP, n.14,p.251)
36
Sobre a inserção no trabalho das mães requerentes a guarda, 42% (12) tinham vínculo
empregatício e 25% (7) estavam fora do mercado de trabalho. Para várias das últimas, havia a
indicação de serem "do lar". Dos pais requerentes a guarda 45% (14) tinham vínculo empregatício,
29% (9) eram autônomos (dentre eles alguns empresários), 13% (4) não tinham vínculo empregatício,
e 6% (2) estavam fora do mercado de trabalho (IBID, p.251/252)
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de Eduardo sobre os cuidados ao filho. Não foi possível ainda para Monica
prosseguir nos estudos. Seu atual marido, formado em educação física, se divide em
duas atividades de trabalho, mas também tem rendimento mensal limitado. Sem
retaguarda familiar nesta cidade, Monica deixa o filhinho de Eduardo na casa da
sogra no período de contra turno escolar. Nem Eduardo, nem o filhinho apreciam tal
organização.
Como podemos analisar, a dissolução conjugal apontou uma relação
desigual de gênero entre Monica e Eduardo, haja vista que as possibilidades dele
são mais amplas que as dela, condição esta que implicou também na relação com o
filho já crescido, cujas vontades e necessidades serão facilmente atendidas pelo pai
e não pela mãe.
Nesse contexto, é fundamental, portanto, afinar nossa leitura de realidade
social a partir do conceito de gênero, especialmente se considerarmos que o
judiciário brasileiro, apesar de vir assumindo algumas defesas inovadoras, é uma
instituição conservadora que reproduz o poder da supremacia masculina,
heterossexual, branca, tal qual posto na sociedade brasileira capitalista. Segundo
Sartori “ao estudar gênero, procurar-se romper com a natureza do mundo
falocêntrico, isto é, com as simbologias identificadas com a prevalência do
masculino” e hierarquização dos sexos (2004, p 171).
Considerando que gênero é um conceito estudado especialmente pelas
Ciências Sociais, tal perspectiva representa importante contribuição do Serviço
Social nos estudos/perícias e seus respectivos registros. Dos textos indicados por
Graziela Pavez37, elegemos Heleietti Safiotti, socióloga marxista brasileira, como
nossa guia para o estudo. Conforme já mencionado, articulamos a discussão com
pesquisadoras(es) do Direito que deram destaque a tal conceito, a fim de melhor
compreender como as doutrinas jurídicas abordam a alienação parental. E,
especialmente, com três pesquisador(as) do Serviço Social que tiveram a alienação
parental como objeto de pesquisa.
O conceito de gênero traz em si vários aspectos, cada autor/a enfatiza um
destes, contudo há consenso na consideração de “gênero ser uma construção social
37
Neste ano contamos com a participação fundamental de Graziela Acquaviva Pavez, assistente
social com experiência profissional na área da violência contra a mulher, pesquisadora sobre as
relações de gênero. Além de realizar o diálogo com as participantes do GE, ela preparou a bibliografia
para estudo sobre o tema. E também com Maria Amalia Faller Vitalle, assistente social, terapeuta
familiar, pesquisadora sobre o tema família, com experiência como assistente técnica.
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donas de casa, como se fosse sua função exclusiva e inerente. Também é comum
observamos que as mulheres muitas vezes são depreciadas pelo ex-cônjuge pela
condição socioeconômica inferior, sem a devida valorização e respeito ao período de
dedicação exclusiva aos cuidados domésticos e dos filhos, tendo contribuído,
assumindo este papel, para o crescimento profissional e econômico do ex-marido.
Neste aspecto se observa uma relação de dominação do gênero masculino e de
fragilidade do gênero feminino durante o litígio do ex-casal, onde o homem se
reconhece numa condição de superioridade pela ascensão socioeconômica e a
mulher sem recursos internos e externos que possibilitem ascender, ao menos
inicialmente, de modo a possuir condição equiparada ao ex-cônjuge, considerando o
sistema econômico vigente e as dificuldades de recolocação no mercado de trabalho
atual.
39
Destacamos dentre eles as organizações que assinaram um manifesto público pedindo apoio da
sociedade: Coletivo de Proteção a Infância Voz Materna, Mães na Luta, Todas Maria, Mães
Clamando por Justiça, União pela Defesa da Infância UNIdi, Vozes de Anjos e Arte é Vida.
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4 - CONCLUSÃO
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e de violência contra a mãe que afetam os filhos, tendo em vista o balizamento dado
pela equidade de gênero, consideramos pertinente que o parecer social pondere se
a guarda unilateral materna poderia ser o que melhor represente essa perspectiva.
Articular a análise de gênero e de geração (interesse do adulto x o da
criança) gera dúvidas, questionamentos e angústia. Ao enxergarmos que Monica
teria vivenciado em seu casamento com Eduardo, não apenas a desigualdade de
gênero, mas também outras formas de violência, num primeiro momento,
consideramos que a demanda paterna pela modificação de moradia do filho seria
impertinente. Entretanto, aprofundando o estudo a partir do enfoque relacional de
gênero e especialmente da perspectiva do direito e da necessidade da criança,
chegamos a conclusão que seria benéfico para o filhinho de Eduardo conviver mais
com o pai, ainda que a mãe tivesse condições socioeconômicas de continuar
cuidando dele.
Ao recorrente questionamento sobre o risco de se tomar partido da
mulher/mãe ao se realizar um estudo ou perícia social com análise de relações de
gênero, consideramos importante levar em conta a perspectiva relacional de gênero
e a defesa da equidade entre homens e mulheres, que pressupõe levar em
consideração suas diferenças e extrapolar a perspectiva binária, excludente e
punitiva tão comum na lógica dos processos judiciais. Isso não significa ser uma
tarefa fácil, pelo contrário. Esperamos avançar nas análises sociais das demandas
da Justiça de Família adensando a leitura da realidade social das famílias a partir da
relação entre os eixos classe social, raça e gênero que elas apresentam.
Que as Monicas, assim como os Eduardos, possam se desenvolver como
indivíduos sociais e ambos compartilhem cuidados com casa e com os filhos!
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REFERÊNCIAS
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publica-do-conanda-sobre-a-lei-da-alienacao-parental-lei-ndeg-12-318-de-2010-30-
08-2018>. Acesso em: 5 set. 2018.
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AUTORES
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INTRODUÇÃO
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Esta prática foi concebida por uma participante deste grupo de estudos,
psicóloga Roberta Góes Linaris, da Comarca de Bragança Paulista, estado de São
Paulo, sendo idealizada a partir da percepção, durante avaliação psicossocial, de
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2 - “OFICINA DE PAIS”
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Um dos pontos que sempre chamou a atenção nos encontros deste grupo
era a queixa recorrente de um dos membros familiares, o sentimento de
exclusão do grupo familiar, mobilizando mágoas e comportamentos que contribuíam
de forma intensa para o litigio, podendo prejudicar, inclusive, a identificação das
necessidades reais e globais da criança. Por conta disso e pela crescente expansão
desta pratica terapêutica dentro do universo jurídico, escolheu-se estudá-la.
Sami Storch, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, é
o precursor na aplicação das constelações familiares, no sistema judiciário do Brasil
e também autor da expressão "Direito Sistêmico". Desde o ano de 2012, o juiz
passou a utilizar a técnica como forma de melhorar ainda mais os resultados das
sessões de conciliação.
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Nádia Cristina de Oliveira também coordena o projeto “Mediação a Serviço da Vida” junto ao
CEJUSC do Fórum Regional I – Santana, onde realiza palestras, oficinas e supervisiona mediações
que utilizam a técnica das Constelações Sistêmicas como ferramenta facilitadora.
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Cada uma dessas três ordens submete o indivíduo a forças que desafiam
seus desejos e ânsias pessoais, controlando, exigindo obediência e coagindo.
Operando, então, como leis que limitam as vontades e expressões individuais, mas
também tornam possíveis os relacionamentos íntimos com outras pessoas.
(HELLINGER. 2015.p.25).
“A dinâmica dessa teoria afirma que existe uma ligação inconsciente que
influencia mutuamente as pessoas que convivem dentro de um sistema” (POSSATO,
2008).
Para Hellinger o seu trabalho busca uma competência apurada para
escutar a autoridade da nossa própria alma que seria a única verdadeira técnica que
é a oposição a uma aceitação cega dos nossos comportamentos. Ele valoriza a
importância do seu aprendizado por meio da integração das diversas fontes e
estudos.
Durante uma constelação, a proposta é identificar quais destas Leis
podem ter sido transgredidas e contribuir para que o indivíduo possa ter a
oportunidade de sair da aceitação cega destes comportamentos inconscientes.
Segundo Bert Hellinger (2001), sistema significa um grupo de pessoas
unidas pelo destino, de maneira que, os atos de cada um influenciam nos destinos
uns dos outros, inclusive através das gerações. Nessa direção, frisa que o primeiro e
mais importante sistema no qual o indivíduo é inserido é sua família, na qual
decorrem as primeiras interações (MADALENO, 2015).
A palestrante citou que durante a aplicação da técnica, ela busca aonde
está o “amor” daquela pessoa, aquilo que lhe move, promovendo a sua
capacidade de poder retornar ao período de sua infância. A pessoa é então,
convidada a observar respostas corporais e vivenciá-las livremente, a exemplo de
sensações de frio ou calor, batimentos do coração, postura corporal, respiração e
etc. Nas palavras do mentor da prática:
O aspecto mais importante foi reconhecer que o amor atua por trás
de todos os comportamentos, por mais estranhos que nos pareçam,
e também de todos os sintomas de uma pessoa. Por esse motivo, é
fundamental na terapia que encontremos o ponto onde se concentra
o amor. Então chegamos à raiz, onde se encontra também o
caminho para a solução, que sempre passa também pelo amor
(Hellinger, 2001).
268
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considerando que pode haver risco de profissionais de áreas não afeitas às práticas
de cuidado apropriarem-se de forma equivocada sobre esta técnica.
A falta de aceitação e espontaneidade dos envolvidos pode ser um fator
limitante dessa modalidade de intervenção, bem como a fantasia de que a exposição
possa promover eventual prejuízo no processo.
É necessário atentar-se à importância da qualidade da formação do
Constelador, com relevo ao suporte do profissional por meio de supervisão e
aprimoramento. Foi questionada em que medida as questões abordadas possam
vir a ser acompanhadas posteriormente, sendo apontada a clareza dos profissionais
capacitados na identificação dos conteúdos trabalhados, sobretudo por conta do
grau crítico de fragilização do público atendido.
Compreendeu-se também que é uma técnica rica de elementos,
construída a partir de diversas bases epistemológicas e empíricas, mas que
necessita de pesquisas para que Psicólogos e Assistentes Sociais possam utilizá-la
com maior segurança científica.
4 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
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41
A Escola de Harvard de negociação e mediação, em termos de estigma, ficou identificada como a
linha de pensamento que propõe o enfoque de interesses ao invés de posições, e com a teoria da
negociação baseada em princípios. (...) Pode-se afirmar que os “modelos” transformativo e circular-
narrativo se apoiam no fundamento de focar em interesses e em criação de valor, entre outros
princípios fundamentais. Assim, não podem ser considerados como contrapostos à Harvard, mas
sim como desdobramentos dos estudos de sua linha mestra. (Faleck e Tartuce, 2016, p.11).
42
Esta corrente decorre do processo criativo da professora americana Sara Cobb, que em uma de
suas obras criticou as concepções tradicionais de empoderamento, investigando e criticando se
realmente sua ocorrência era real; embora pesquisas em comunidades respondessem
positivamente, em seu sentir era questionável o resultado porque a simples ausência de conflitos na
comunidade não indicava a presença de justiça. (...) tal concepção foca a desconstrução das
narrativas iniciais da história dos envolvidos; por meio de perguntas circulares (promotoras de
mudança de foco do problema), visa a permitir diferenciadas conotações e compreensões sobre as
ocorrências vivenciadas rumo à construção de outra história.
43
Nessa concepção empoderamento e reconhecimento são os dois mais relevantes efeitos que a
mediação pode gerar e atingi-los é o objetivo mais importante. Em termos gerais, há
empoderamento quando os envolvidos fortalecem a consciência sobre seu próprio valor e sobre sua
habilidade de lidar com quaisquer dificuldades com que se deparem a despeito de pressões
externas; já o reconhecimento é alcançado quando as partes em disputa vivenciam uma ampliada
disposição de admitir e ser compreensivo quanto às situações da outra pessoa. Como se pode
perceber, a meta é modificar a relação entre as partes, não importando se é celebrado ou não um
acordo desde que haja “transformação relacional”. (Faleck e Tartuce, 2016, p. 14)
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ultima pelo professor Adolfo Braga Neto44, expert no tema, o qual aceitou convite do
grupo.
Em sua exposição Braga Neto deixou claro que praticamente todos os
conflitos são mediáveis, havendo ressalvas àqueles que envolvam violência e
os decorrentes de alguma patologia que comprometa as faculdades mentais.
Narrou que a prática da mediação nos instiga a olhar para os conflitos e
sua amplitude, enfatizando que estes deveriam ser entendidos como naturais a
qualquer laço familiar, fruto da evolução dos diversos níveis relacionais.
Relatou ainda que a prática que se dá no judiciário é diferente da que tem
praticado na via extrajudicial, mas corroborou que tem iniciativas para introduzir o
viés transformativo também como alternativa nas mediações processuais.
Exemplificou como o emprego adequado de técnicas pode favorecer a
construção de soluções inovadoras e criativas, resgatar laços de harmonia e
capacitar as pessoas para o exercício da autonomia, o que de modo geral
consubstancia que as demandas tratadas não retornem ao judiciário, haja vista que
um acordo construído pelas partes traz uma apropriação diferenciada e é mais
aberto a reajustes, quando necessário.
As exposições apresentadas produziram no grupo conclusões sobre o
quanto, o emprego adequado dessa alternativa, descongestionaria o judiciário e
permitiria a atuação mais focada dos técnicos, apenas nos casos em que a
litigiosidade não fosse resolvida por meio da mediação.
Restou claro também que a mediação atende adequadamente o
conflito, por ser célere e tratar a demanda em profundidade. Em contrapartida
o descongestionamento das pautas judiciárias permitira o acesso à justiça
previsto no artigo 5º da constituição, em tempo mais apropriado ao que a
realidade solicita.
Os entraves levantados foram: a baixa adesão de alguns profissionais do
Direito, tais como advogados e juízes, que cumprem o determinado no código civil,
44
Adolfo Braga Neto: Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Mediação e
Arbitragem do Brasil – IMAB; Vice-Presidente do CONIMA - Conselho Nacional das Instituições de
Mediação e Arbitragem; Diretor do Fórum Mundial de Mediação; Diretor do Conselho de
Administração do Instituto de Mediação e Arbitragem de Portugal – IMAP; Coordenador do GT de
Mediação de Conflito da Comissão de Arbitragem da OAB, secção São Paulo; Conciliador de 1ª
Instância do Setor de Conciliação do Fórum João Mendes de São Paulo e do Fórum Regional de
Pinheiro; Co-Autor do livro “O que é Mediação de Conflito”, 2007; Mediador e árbitro incluído em
listas de entidades brasileiras e estrangeiras; Advogado.
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sem implicação para que o processo alcance o objetivo de pacificação das relações;
o caráter de voluntariado da atividade (especificamente em São Paulo); a falta de
supervisão quanto à qualidade do serviço ofertado; a disponibilização desse
instrumento em pautas abarrotadas, que muitas vezes, sugerem sessões de 15 a 20
minutos, inviabilizando a prestação de um serviço adequado conforme as
recomendações da literatura.
Dito isto, considera-se que a leitura adequada da conjuntura envolvendo a
mediação favoreceria a constituição de acordos exequíveis, onde cabem os
contornos e adequações necessárias a realidade dos envolvidos.
Enquanto técnicos do sistema judiciário, concluiu-se que a concepção sobre a
natureza humana e a evolução da maneira de lidar com os conflitos familiares são
muito próximos das bases teóricas de formação de Psicólogos e Assistentes Sociais,
influenciando a partir delas a similaridade em algumas técnicas usadas na
mediação, como as comunicacionais, de modo que estudar sobre Mediação pode
ser de grande serventia para promover reflexões que ajudem os envolvidos a
realizarem movimentos empáticos que diminuam a litigiosidade.
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5 – CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
BRAGA NETO, Adolfo. Mediação: uma experiência brasileira, São Paulo. CLA
Editora, 2017.
HELLINGER, Bert. Simetria oculta do amor. Trad. Newton A. Queiroz. 6ed. São
Paulo: Cultrix, 2015, p.25.
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GRUPO DE ESTUDOS
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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INTRODUÇÃO
1 - VIOLÊNCIA DE GÊNERO
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questiona a inferioridade da mulher em relação ao homem, uma vez que essa é uma
ideia preconceituosa que busca impor uma hierarquia masculina com bases
biológicas.
A violência de gênero não pode ser entendida fora de valores culturais e
históricos. A compreensão deste fenômeno inclui diversas visões, mas partimos de
um pressuposto de que nenhum ser humano tem o direito de submeter o outro a
qualquer comportamento que vise a satisfação própria em detrimento de outra
pessoa, sendo esta postura considerada violência.
Gênero problematiza a tentativa de imposição cultural sobre o que é ser
homem e o que é ser mulher na sociedade e possibilita uma análise crítica sobre o
padrão estabelecido em relação ao comportamento esperado e aceitável para cada
um deles, já que legitima as relações de poder entre ambos.
“A estratégia de fortalecimento de uma perspectiva feminista, mostrou que
a condição de gênero definiu lugares e papéis sociais diferenciados para homens e
mulheres nas formas de sociabilidade” (Mirales, 2013, p. 30).
A autora explica o fenômeno do entrelaçamento a outras formas de
dominação-exploração que:
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Outro aspecto a ser observado é que esta questão só pode ser entendida
no contexto das relações desiguais de gênero, como forma de reprodução do
controle do corpo feminino numa sociedade sexista, misógina e patriarcal. As
discriminações cometidas pelos trabalhadores ocorrem e perpassam as questões de
gênero, raça, etnia, classe social e geração.
Conforme Chauí (2006, p. 119 ) a “violência por não ter medida e nem
limites, devasta a natureza, o corpo, o espírito e a sociedade”. Ainda a autora aponta
que, ao ser compreendida como questão social e cultural é considerada “um ato
brutal e antinatural de transgressão e violação da natureza, do direito, da justiça, das
leis, dos costumes, do sagrado, das mulheres e dos mais fracos”. Chauí ( 2006, p.
120).
A autora menciona que a violência representa a brutalidade e as relações
violentas transformam os diferentes em desiguais, desqualificando as vítimas por
intermédio das relações sociais, interpessoais e atravessando as instituições
públicas. Tal prática ao longo do tempo foi tratada como algo normal e tolerável. A
Lei Maria da Penha rompe com a naturalização da violência e, por consequência,
com a obediência à determinação masculina, propondo e reivindicando tratamento
respeitoso e justo às mulheres.
Nesta perspectiva, é importante pensar na situação vivenciada pelas
mulheres encarceradas que por vezes são privadas de seus direitos fundamentais,
em especial, quanto aos direitos sexuais e reprodutivos.
É importante ressaltar que a implantação de instituições especializadas
não elimina a violência institucional contra a mulher, sendo necessário repensar o
papel da mulher enquanto sujeito que pode ser protagonista e cidadã, exercendo
pressão e cobrando ações do poder público no efetivo combate à violência que lhe é
imposta.
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à totalidade social. Resumidamente, para fins analíticos tendo em vista que estas
não se segregam, o trabalho é uma posição teleológica primária de interação dos
homens com a natureza para produzir os meios de sua subsistência a partir dos
instrumentos e técnicas. Já as secundárias visam agir sobre um grupo de homens, a
sociedade, um coletivo e isso pode ser na direção de transformação ou manutenção
da ordem. A ação política serve como exemplo de transformação, assim como o
próprio Direito que tem um papel importante de reprodução societária, ou seja, na
manutenção da ordem. A autora aponta que é por meio das teologias secundárias
que se criam mediações que se institucionalizam dando “as formas da totalidade
social no universo burguês” (Borgianni, 2013, p. 417).
Salientamos assim que as formas de consciência trazem relação de
determinação econômica e política. E o Estado, como expressão da sociedade
política, colabora na representação das relações de produção postas nesta
sociedade que em conjunto constituiu a estrutura econômica (Gruppi, 1996).
Reafirmando Mascaro (2018) aponta que o Estado é forma política do Capital e é
forma social que materialmente estrutura a acumulação do Capital a partir das suas
regulamentações legais.
Gruppi (1996) aborda o quanto as leis que declaram que todos são iguais
juridicamente colabora para separar a vida econômica do homem (como ele se
insere nas relações de produção) da sua figura jurídica. A igualdade forjada cinde a
unidade homem – trabalho, homem – lei. Borgianni (2013) em conformidade aborda
a aparência do Direito como algo acima dos interesses antagônicos das classes
sociais tendo o Capitalismo colaborado para que surjam especialistas e para que o
Judiciário assuma a figura de autonomia relativa, que acompanham o próprio
desenvolvimento social.
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neste espaço que percebemos as(o) Assistentes Sociais e as(os) Psicólogas (os)
inseridas (os).
A questão que nos desafia é como o Assistentes Sociais e Psicólogos no
espaço do Judiciário podem colaborar com o rompimento dos elementos da
sociedade capitalista que estão intrínsecos a forma que o próprio Tribunal de Justiça
assume nesta sociedade? Ou seja, como não revitimar ou violentar, como
representantes de uma instituição, mulheres que adentram este espaço? O
compromisso ético-político de ambas categorias pode nos deixar pistas, mas
também entender a origem do Direito em uma sociedade de classes é um
compromisso de localizar as forças contraditórias que estão no seu interior. Isso é
ferramenta, estratégia para a luta coletiva.
E prossegue o filósofo,
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Fernanda Caldas de. O trabalho das Assistentes Sociais no Fórum das
Varas Especiais da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo: tempo de trabalho, intensificação e precarização. Tese (Doutorado) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, SP, 2017.
311
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MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
312
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SARTORI, Vitor Bartoletti. Lukács e a crítica ontológica do direito. São Paulo: Cortez,
2010.
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COORDENAÇÃO
AUTORES:
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INTRODUÇÃO
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Os pais adotivos que aguardam e anseiam pelo filho que vão adotar
também devem adaptar o “espaço” físico e psíquico para sua
chegada. Toda essa preparação constitui o processo de transição
para a parentalidade, que não se encerra com a chegada da criança
ao lar, mas que recobre todo o tempo que antecedeu esse fato – a
preparação dos pais e da família, participação nos cursos de
postulantes à adoção – e também os primeiros meses ou anos da
constituição dessa nova família. (MORELLI; SCORSOLINI-COMIN;
SANTEIRO, 2015, p. 189).
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Esclarecedor
Desmotivador
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Facilitadores
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Não manifestaram
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5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 10.406, de 10.01.2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União.
Brasília, 11 jan 2002.
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COORDENAÇÃO
AUTORAS
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
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INTRODUÇÃO
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processo de adoção, com ênfase no arcabouço teórico que respalda a atuação dos
assistentes sociais e psicólogos atuantes no judiciário, durante a avaliação
psicossocial dos pretendentes à adoção. Na sequência, apresentou-se uma
discussão, dividida em duas partes, sobre a atuação desses profissionais no que diz
respeito, especificamente, à habilitação dos pretendentes à adoção. Para finalizar,
foi exposta uma discussão sobre as vivências dos processos de avaliação
psicossocial para habilitação à adoção, realizados pela equipe do Setor Técnico.
Intencionamos, com isso, proporcionar uma análise acerca das diretrizes
orientadoras do processo de adoção e reflexões sobre suas repercussões no
cotidiano da prática profissional dos assistentes sociais e psicólogos no poder
judiciário. Todavia, não temos a pretensão de esgotar o assunto, visto ser rico,
importante e dinâmico, passível de ganhar contornos próprios de quem o trata.
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45Rapport: Técnica utilizada na Psicologia para criar empatia com outra pessoa numa situação de
entrevista ou estabelecimento de aliança terapêutica, dentro de um processo de trabalho.
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do Estado de São Paulo, o qual nos traz alguns apontamentos para a habilitação dos
pretendentes à adoção. Entretanto, nota-se que o que diz respeito a esse tema, há
escassez de bibliografia específica sobre o assunto, principalmente para os
profissionais do Serviço Social, o que é sentido como um empecilho para o
aperfeiçoamento dos atendimentos, uma vez que este último fica parcialmente à
deriva e dependendo, preponderantemente, da experiência de cada profissional.
Um dos temas mais recorrentes nas nossas discussões desse ano, disse
respeito ao cuidado que os profissionais devem ter para não padronizar os
procedimentos de forma automática e mecânica a partir das orientações recebidas.
Refletimos, então, que tal postura não significaria um alheamento às
diretrizes proporcionadas pelo citado Manual, mas a partir delas, tornar-se um
processo de assunção responsável, por meio do qual os profissionais da Psicologia
e do Serviço Social compreenderiam seu papel e participariam como co-atores -
junto aos pretendentes - na construção de uma leitura fidedigna da realidade social e
da subjetividade e subjetivação de cada envolvido.
Também emergiram outros questionamentos que vão além do que é
considerado nos Estudos Sociais e Avaliações Psicológicas de Processos da Vara
da Infância e Juventude, como por exemplo, a necessidade de avaliar a família
extensa dos pretendentes, a obrigatoriedade de participação em Grupos de Apoio à
Adoção e, até mesmo, as questões em torno de um parecer desfavorável à
habilitação.
Em relação à avaliação da família extensa, chamou atenção a importância
de uma avaliação mais ampla, abrangendo também a família extensa e outras
pessoas de referência familiar, embora não seja uma obrigatoriedade. Tal ação se
justifica quando consideramos o real interesse da criança e, também, que o instituto
da adoção, conforme o Art. 41. do ECA, pressupõe "[...] a condição de filho ao
adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de
qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais."
Discutiu-se, ainda, sobre a autonomia do casal em tomar decisões a partir
de suas reflexões e desejo, que vão além da concordância de outros entes
familiares.
Concluiu-se, a partir das ponderações feitas, que o profissional envolvido
em um processo de habilitação de pretendentes à adoção precisa ter aporte teórico-
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REFERÊNCIAS
CFESS (Org.). O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos. São Paulo:
Cortez, 2003.
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AGRADECIMENTOS
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INTRODUÇÃO
1 - ENTREGA VOLUNTÁRIA
“Que absurdo! Onde já se viu fazer isso? Não é cachorro para dar...
Por que não se preveniu? Não tem coração... Precisa ter muita
coragem para fazer isso...”
Essas frases são comentários típicos voltados a mulheres que
entregaram ou intencionam entregar o filho para adoção. Uma
mescla de raiva, repulsa e punição são dirigidos a essas mulheres,
tidas como monstros.
Mas será bem assim? O que motiva tal atitude? O que fez essas
mulheres atravessarem os desafios de uma gestação para
entregarem um filho? Quais sentimentos vivenciam? Será que
encerram com a entrega? Qual caminho percorrem? Recebem os
atendimentos de que necessitam?
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2 - ACOLHIMENTO
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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-
lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
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SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE “decorrentes da pobreza, privação (ausência de renda,
precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência,
dentre outros)”. (PNAS/2004, p. 33).
SITUAÇÕES DE RISCO PESSOAL E SOCIAL, “por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e,
ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas
socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras” (PNAS/2004, p. 37).
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5 – ADOÇÃO
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6 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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COORDENAÇÃO
AUTORAS
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INTRODUÇÃO
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1 - A PARENTALIDADE NA CONTEMPORANEIDADE
alteração dos papéis sociais assumidos pelo homem e pela mulher, no trato da
infância e adolescência, na relação entre adultos e crianças, produzindo avanços
também no marco das legislações.
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de DNA indicou a não paternidade. Separaram-se quando a criança tinha por volta
de cinco anos. A mãe revelou ao filho seu possível pai biológico e foi à procura
deste, o localizando pelas redes sociais. Hoje a criança está com 11 anos de idade e
durante esses cinco anos não conheceu pessoalmente seu possível pai biológico,
que é casado e tem outros filhos. Durante estudo realizado a criança perguntou para
as técnicas se poderia ficar com os dois pais. O pai registral se mostrou totalmente
resistente em manter qualquer contato mais próximo com a criança, alegando que
não conseguia, pois não o via como filho. O objeto do estudo versou em avaliar a
paternidade socioafetiva, sendo pontuado que ela se tornou unilateral, isto é, apenas
da criança para com o pai registral, bem como assinalado que, embora o desejo
manifesto da criança fosse ficar com os dois pais, poderia acabar por ficar sem
nenhum deles, e sem nenhuma referência afetiva nesse sentido.
Mais exemplos foram discutidos e um assunto que também acabou
levantando reflexões do grupo foi a existência de práticas de inseminações caseiras.
A ação chegou para estudo psicossocial como pedido de adoção unilateral, ajuizada
pela companheira da genitora da criança. Esse tipo de conduta vem sendo
disseminada, e ao se pesquisar na rede sobre o assunto, percebeu-se que várias
pessoas se predispõem a fazê-la. Comentários sobre essa prática foram feitos uma
vez que ações já estão em curso no judiciário, traduzidas em ações de adoções
unilaterais.
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4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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Este documento pode ser encontrado na intranet do TJSP, dentro do site da Coordenadoria da
Infância e Juventude, na área reservado ao Núcleo de Apoio, em ‘Novas Informações’.
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apropriar daquilo que nos compete, enquanto atores sociais que participam desse
processo, não apenas de avaliação dos pretendentes, como também, do estágio de
convivência e de seus resultados, sejam eles frutíferos ou não para a concretização
da filiação adotiva.
O norte que define nossas ações e intervenções é o princípio do melhor
interesse da criança, respeitando as prerrogativas estabelecidas no ECA, que, sem
dúvidas, trouxe avanços significativos no Direito da Infância e Juventude de nosso
país, tornando crianças e adolescentes protagonistas e sujeitos de direitos e
deveres.
Nesse sentido, não se trata simplesmente de habilitar (sim) ou não os
pretendentes à adoção, mas avaliar e analisar se estes reúnem condições de
receberem uma criança e, ou um adolescente em seus lares, tratando-os não como
filhos adotivos, como filhos, aceitando-os em suas limitações e imperfeições, sem
(re) abandoná-los.
Longe de esgotar uma temática tão complexa e delicada, nosso intento
caminhou na direção de nos perceber responsáveis pelo processo de habilitação
daqueles que manifestam o interesse pela filiação adotiva e externar os desafios
dessa intervenção no cotidiano profissional.
Mais do que respostas às nossas angústias e inquietações, vislumbramos
no decorrer deste ano e, sobretudo, ao final dele, que precisamos nos aprimorar, nos
capacitar e nos qualificar profissionalmente não apenas por um dia, mas por toda a
vida, para que consigamos acompanhar a dinâmica das relações psicossociais, seja
na demanda de adoção como em todas as outras.
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REFERÊNCIAS
Brasília, 1990. BRASIL. Lei 12010, de 03 de Agosto de 2009. Dispõe sobre adoção.
Brasília, DF, 2009.
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total prioridade aos casos das crianças e adolescentes que estiverem privados do
exercício deste direito primordial.
“A falta de sistematização e detalhamento dos procedimentos desse longo
percurso da Adoção dentro do Tribunal, reconhecida de maneira geral, pode
comprometer a qualidade do acompanhamento realizado em todo esse delicado
processo, além de levar a dificuldades operacionais, inclusive na concretização da
adoção entre comarcas distintas” (CADERNOS, p. 448).
REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO
PLANILHAS E HABILITAÇÃO:
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4 - ACOLHIMENTO
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6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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INTRODUÇÃO
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1 - DIAGNÓSTICO
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que temos de como deveria uma família funcionar (como deveria uma família
funcionar? Tem modelo ideal? Não tem modelo ideal?). Conforme citam as colegas
do Grupo de Estudos de São Paulo, referindo Minuchin:
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quem é bom para você”. Esse discurso burguês e meritocrático não faz avançar e
modificar uma sociedade, mas corrobora para a manutenção e “exploração do
homem pelo próprio homem”, neste caso, de crianças e adolescentes violados em
direitos básicos. A Assistência Social tenta garantir o acesso ao mínimo necessário,
mas necessita de outros atores e demais políticas para compor com ela quando o
que está em debate é a qualidade e garantia de direitos de crianças e adolescentes
em risco de destituição do poder familiar.
As Políticas Públicas são suficientes em sua teoria, embora nem sempre
efetivas e eficazes. A intersetorialidade acontece muito mais dependendo dos
“atores sociais”, do que da compreensão da necessidade de readequação do que
está previsto na lei. As leis vigentes são de fato, voltadas para a garantia de direitos,
mas a pactuação política para a destinação de recursos financeiros, a fim de efetivar
concretamente estas mesmas leis, estão longe de ser uma realidade no universo do
Poder Público e dos homens que detêm nas mãos o poder de mando.
Se o investimento e a eficiência dos serviços prestados a essas famílias
fossem parte do cotidiano profissional, talvez outros fatores pudessem ser mais bem
avaliados, como por exemplo, a função de uma família de cuidar, para além das
condições sociais e econômicas, uma vez que essas não seriam determinantes
quando o assunto a ser tratado fosse a destituição do poder familiar. Atualmente os
desafios são muitos, pois a escassez de todo tipo de recurso é uma realidade na
vida destes indivíduos.
2 - TIPIFICAÇÃO SUAS
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3 - TIPIFICAÇÃO SUS
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5 - CONCLUSÃO
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técnica que pode ser utilizada para esse fim, entretanto, pouco conhecida, utilizada e
não reconhecida pelo CFP.
No entanto, nossas reflexões não se pautaram apenas em lamentar nossa
atuação no âmbito do judiciário e das dificuldades de trabalhar em rede e de
observar as famílias com possibilidades de destituição do poder familiar
precocemente. Na contra mão do sistema, temos como exemplo e estímulo, a
cidade de Pinhalzinho, município no qual uma das assistentes sociais do grupo atua
há algum tempo. A rede municipal nos ensina sobre articulação, cooperação,
superação, pertencimento, insistência, resistência e resiliência. Não ficando apenas
no discurso das dificuldades, mas colocando em prática o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários, desenvolvendo potencialidades e aquisições, pontos tão
bem explanados na tipificação dos serviços socioassistenciais.
A destituição do poder familiar provavelmente permanecerá como questão
a ser incitada, explorada, por mais algum tempo por estes profissionais. De forma
alguma pudemos elencar um “check list” em relação às dinâmicas familiares,
comportamentos existentes e esperados que acarretem ou que previnem a
destituição do poder familiar. No decorrer dos estudos foi possível visualizar
possibilidades de intervenções positivas de garantia e acesso de direitos como
alternativas para que as famílias possam desempenhar integralmente seus poderes
parentais.
O que permaneceu claro ao grupo é a necessidade de mantermos nossas
ponderações e “catracas ativas”, para não nos engessarmos diante de Sistemas que
nem sempre garantem direitos e incorrermos no erro de culpabilizar a família pelas
mazelas a que estão expostas, e que possamos de fato trabalhar em Rede e inserir
as famílias – ponto principal – em nossas conversas, considerando suas
potencialidades, fragilidades e necessidades, e em justa medida há de se considerar
o mesmo em relação às Políticas Públicas.
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mundo”, “ser-com”, “ser-em relação” escolhido pelo ser humano em relação à sua
ação e ao fenômeno da vida em sua totalidade. Nessa linha de pensamento o
cuidado é ontológico, ou seja, inerente à existência e essência humana.
apropriada” (Isabella et al., 1989, apud Alvarenga, Weber & Bolsoni-Silva, 2016, p.
07). Já na perspectiva comportamental, à medida que o cuidador é sensível e
responsivo há uma tendência à ampliação do repertório comportamental da criança,
acarretando nela sensações como conforto, segurança ou confiança, tornando
possível o estabelecimento de recursos emocionais e comportamentais, os quais
favorecerão o desenvolvimento de habilidades para explorar o ambiente (Alvarenga
et al., 2016).
Dessen e Braz (2005) ao mencionar dados da literatura apontam para a
existência de fatores que estão associados à maneira como os pais/mães
influenciam o desenvolvimento dos filhos, a partir das relações parentais
estabelecidas. Tais fatores incluem os recursos psicológicos pessoais dos genitores,
as características das crianças e as fontes de estresse e suporte.
Refletindo sobre o cuidado, especificamente, em relação aos filhos das
famílias litigantes, tecemos considerações sobre a conjugalidade e a parentalidade,
e como esses dois aspectos muitas vezes se entrelaçam nas famílias que recorrem
ao Judiciário, buscando a interferência de um terceiro, o juiz, para determinar como
se dará então o convívio e o cuidado por parte dos pais a partir da separação.
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críticas no sentido de que ele nunca fez questão de se envolver e somente agora,
com a separação, apresenta essa mudança de atitude. Outro exemplo seria o pai
que solicita a guarda dos filhos, alegando que a mãe seria muito rígida e exigente
com os infantes. Porém, durante a constância do relacionamento conjugal, ele
compactuava com a forma como a genitora tratava os filhos comuns do casal.
Nesse sentido, garantir que os pais possam exercer a parentalidade em sua
integralidade, ou seja, participar efetivamente dos cuidados e responsabilidades
inerentes à criação dos filhos minimiza os prejuízos decorrentes das mudanças na
dinâmica familiar a que ficaram expostos com a separação dos pais.
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Brito (2008) comenta que, na luta por maior proximidade com seus
filhos, muitos pais travam batalhas intermináveis nos tribunais,
valendo-se de argumentos que desqualificam o ex-cônjuge, na
tentativa de ter sua competência reconhecida para ficar mais tempo
com suas crianças (apud Rangel, 2014, p.55).
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2 - O MAL-ESTAR NA PÓS-MODERNIDADE
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3 - SOCIEDADE DO CANSAÇO
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avoluma de tal maneira que a todos cabe a pecha de desajustado. Assim, todos
deveriam ser trancados entre muros – ou ainda o próprio personagem.
Em 1920, com a chegada da psicanálise aqui, o Brasil seria interpretado
ainda como um país “desajustado”, sempre questionando-se se chegaria a dar certo,
ou se quer viável para seus habitantes.
Nina Rodrigues, importante pensador, antropólogo, psiquiatra, entre
várias outras formações, defendia então a ideia de que o país só daria certo quando
“branqueasse”, visto que, sob seu ponto de vista, o cruzamento entre raças era
medicamente suspeito e indesejado, pois a mistura das diferentes subjetividades da
raça branca e da negra levaria a problemas incontornáveis.
A isto se oporiam Oswald e Mário de Andrade, através do Manifesto
Antropofágico, para quem a brasilidade se manifestaria mais genuinamente nessa
mistura recorrente no país. Eventualmente o povo até poderia branquear, mas por
força de tanta mistura. De toda forma, para eles não residiria ali, a razão de nosso
atraso.
Na busca de uma identidade para o brasileiro, outros autores
apresentariam sua tese: Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda apresentam a
teoria do “homem cordial” entre 1930 e 1940, que teve grande aceitação e definiu de
certa forma o “caráter brasileiro” pelas décadas seguintes.
Já na década de 1950, Moreira Leite fazia um diagnóstico do Brasil
entendendo nossos conflitos internos como moduladores de nosso caráter. Um povo
ainda e sempre em busca de uma identidade.
Dez anos depois, nos anos 1960 assumimos a miscigenação como parte
de nossas características e Nelson Rodrigues cria a expressão e nos define como
“um povo com complexo de vira-latas”. Ao aceitarmos isto, seria como assumimos
nossa democracia racial. Como se a aceitação da denominação tornasse tudo assim
tão fácil.
O foco então para a causa de ainda não termos dado certo como povo
estaria em nosso atraso econômico. O diagnóstico da época apontaria que o Brasil
só daria certo quando se desenvolvesse. O que decorre então é o surgimento e
expansão das teorias de desenvolvimento. Na área da Psicologia, maior ênfase é
dada aos testes para se mensurar o desenvolvimento de crianças e adultos, e o
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desenvolvimento econômico seria visto como algo a ocorrer pari passu com o
desenvolvimento individual.
Com o golpe militar de 1964, o Brasil deixa de elaborar seus conflitos e
sofrimentos, concentrando as energias em outros pontos, formando sintomas sociais
e, sob a influência crescente do avanço do neoliberalismo americano de um lado e
os movimentos libertários franceses de outro, o brasileiro como que se confunde
mais uma vez.
Esse povo sem firmeza em sua identidade vai copiando modelos. Em
1965 o cineasta Jean-Luc Godard filma “Alphaville”, um mundo distópico, perfeito em
tese, onde as pessoas vivem de forma planejada – um lugar protegido entre muros.
A ironia da leitura brasileira da questão é que, em 1970, Alphaville é
construída em Barueri, entre os primeiros condomínios residenciais do Brasil.
Tentativas de se isolar dos não-iguais, buscando se fugir da angústia e mal estar da
convivência ordinária, não seletiva.
Outros surgirão: Passárgada, também horizontal e nas redondezas de
São Paulo; Ilha do Sul, na Zona Oeste da capital paulista, reforçam a busca de se
criar um paraíso, no último caso, vertical, para cerca de 4.000 pessoas viverem um
mundo a parte. Ele quase se auto-sustenta. Tem restaurantes, escola até o Ensino
Fundamental, locadora de vídeos, biblioteca, um teatro de alto luxo, piscinas,
quadras de esportes variados, cabeleireiro, barbeiro, aulas de inglês, yoga, duas
agências bancárias... Tudo a ser desfrutado apenas por seus moradores e
convidados, entre muros.
É o sonho de consumo, realização de um projeto de bem viver, entre
iguais, com economia própria inclusive, em muitos aspectos.
Assim, na aplicação de ideais neoliberais – nada fica fora da economia –
áreas que antes eram obrigação do Estado, como saúde e educação, vão deixando
de ser.
A sociedade vai se segmentando, tudo cada vez mais específico para
determinadas coisas e circunstâncias. Assim ocorre também com os transtornos na
saúde, que mais acentuadamente são vistos de forma dissociada. O sofrimento
gerado pelo trabalho deixa de ser pensado como consequência e a doença é
dissociada da questão em si. Doença é da ordem do indivíduo e trabalho é relativo
ao coletivo. Em 1974 a reformulação do DMS-CID muda a nomenclatura das
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doenças e coloca-se sob suspeição a ideia de que um sintoma tem relação com o
contexto da pessoa que o desenvolve e que ele se desloca, na mera tentativa de
supressão.
Na França, Jean-Christophe Dejours pesquisa os sintomas das
telefonistas francesas com uma demanda excessiva de trabalho e descobre que a
forma que elas encontram de superar o sofrimento é se anestesiando com mais
trabalho, por assim dizer, executando-o cada vez mais rapidamente.
O sofrimento virou parte do capital.
No Brasil, vemos uma recorrência da ideia de rupturas, de isolamento,
segmentação, seja na psicopatologia, seja na cultura, na forma de viver.
E o Brasil ainda não descobriu sua verdadeira identidade, continua
esperando se tornar um país viável, que dê certo. O sofrimento desse compasso de
espera afeta geração após geração. Se misturou racialmente, mas não se integrou.
Se isolou entre muros, na busca de uma falsa liberdade e não está ainda feliz...
O mal estar na cultura está permeado pelo sentimento de estar fora de
lugar, “eu não pertenço ao lugar onde estou”. O ideal a ser atingido está sempre
depositado em outro locus.
Nossa cultura não nos dá paz – como Dunker coloca, cultura é um lugar
de descanso, onde se toma fôlego, apenas se está. Isto ainda não alcançamos.
A vida entre muros de condomínios prosperou muito no país como ideal -
mas ideais não são exatamente para serem alcançados, há neles a condição de algo
“faltante”, que os fazem ser ideais. Uma vez alcançados, a felicidade é depositada
além – talvez no país que já deu certo, longe da América do Sul, outro ideal a ser
sonhado.
A segurança entre iguais pressupõe a exclusão da diferença, atrás dos
muros do condomínio, com o que se barra o Outro.
Para Dunker, vivemos ilusões de felicidade e o sintoma em nossa
sociedade surge como forma de tentar nos adaptar ao sofrimento. É uma metáfora,
como o condomínio é uma metáfora para nosso microcosmos.
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7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
FREUD, S. O mal estar na civilização. Vol. 21, Rio de Janeiro/RJ, Ed. Imago,
Standard Brasileira das Obras Completas s/d.
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http://obviousmag.org/sensusagape/2015/10/o-mal.html#ixzz5ZKflWDln
http://www.palavraescuta.com.br/textos/o-mal-estar-na-civilizacao-1930-resenha.
Site acessado em 30/05/2018
https://www.youtube.com/watch?v=VRXmsVF_QFY
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COORDENAÇÃO
Ana Cristina Turino Silva – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente Prudente
Vera Lúcia Vieira Ferreira Screpanti – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Venceslau
AUTORES
Ana Luiza Yassuda Viel – Psicóloga Judiciário – Comarca de Martinópolis
Anna Maria Britto de Araújo – Assistente Social Judiciário – Comarca de Rancharia
Adriana Lário Ramalho Rodrigues – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Prudente
Andréia da Silva Cavalcante – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Venceslau
Carlos Siqueira da Mata – Assistente Social Judiciário – Comarca de Mirante do
Paranapanema
Célia Regina Grigoleto Rosa – Assistente Social Judiciário – Comarca de Regente Feijó
Daniela Franco Motta Nesso – Psicóloga Judiciário – Comarca de Presidente Venceslau
Denise Ocolati Vitale – Psicóloga Judiciário – Comarca de Presidente Prudente
Elisangela Carvalho de Lima Paulino – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Venceslau
Gisele Peruzzo – Psicóloga Judiciário – Comarca de Rosana
Irene Cristina Correa de Brito Farah – Psicóloga Judiciário – Comarca de Presidente
Epitácio
Katiúscia Cristina Pereira – Assistente Social Judiciário – Comarca de Quatá
Letícia Mara Batalini Menosse Galeti – Psicóloga Judiciário – Comarca de Pirapozinho
Linda Delaine da Silva Ibañez Tiago – Psicóloga Judiciário – Comarca de Presidente
Venceslau
Luci Meire Dias – Assistente Social Judiciário – Comarca de Pirapozinho
Lucilene Almeida Bertone de Cápua – Assistente Social Judiciário – Comarca de Santo
Anastácio
Maria Lucia Trevisanelli Dela Viuda – Psicóloga Judiciário – Comarca de Rancharia
Pedrina Celismara Girotto Dornelas – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Bernardes
Salma El Hage – Psicóloga Judiciário – Comarca de Presidente Venceslau
Vanuza da Fonseca Matos Tedesco – Assistente Social Judiciário – Comarca de Presidente
Epitácio
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INTRODUÇÃO
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violador, destituída ou não do poder familiar, considerando que esta pode ser a única
fonte de pertencimento destas crianças e adolescentes?
DESENVOLVIMENTO
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Levantamento mais detalhado dessa fase pode ser lido no artigo de Cuneo (2016): Abrigamento
Prolongado: os filhos do esquecimento.
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[...] Por melhor que seja a instituição, por mais que haja uma
atmosfera de ambiência familiar artificialmente criada, somente uma
relação familiar propicia um sentimento de intimidade, cumplicidade e
um convívio mais afetuoso, personalizado e individualizado.
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pessoal tanto para buscar os recursos materiais quanto para restaurar a própria
autoestima, construir condições de responsabilizar-se por suas escolhas e suas
trajetórias, na perspectiva de alcançar emancipação e autonomia e deixar de ser
tutelada pelo Estado.
O trabalho realizado com a família se dá na perspectiva que o ambiente
familiar é o melhor lugar para o desenvolvimento de uma criança, não obstante
algumas vezes, este mesmo ambiente trazer risco e vulnerabilidade. Em que pese a
ambivalência familiar, na maioria dos casos, é lá que a criança/adolescente quer
estar, pois há a necessidade de trocas afetivas com suas figuras de referência.
O grupo apontou a importância tanto da escuta quanto da reavaliação
continuada do núcleo familiar e membros da família extensa de modo que o
acompanhamento contemple as condições de vida dos envolvidos, as relações
estabelecidas e principalmente as potencialidades buscando sempre dar voz aos
personagens. Destacou ainda a necessidade de um trabalho com a família que
propicie a conscientização sobre o motivo do acolhimento, assim como sua
responsabilidade na condução das ações necessárias à superação de suas
fragilidades.
Importante observar que o encaminhamento da família para atendimentos
da Rede de serviços pode chocar com as orientações sobre a necessidade dela se
tornar autônoma para garantir o sustento da prole. Ou seja, o profissional judiciário
que tem a devolutiva de tais serviços quanto à 'não aderência' da família, deve se
atentar para a viabilidade do comparecimento dessa nos cursos, grupos e
atendimentos da área da saúde, concomitante ao trabalho recém iniciado na
tentativa de sua melhoria.
A medida de acolhimento institucional ratifica a contradição já
mencionada: suprime-se a convivência familiar, com o objetivo final de garantir a
convivência. Vários questionamentos surgiram principalmente ao se tratar das
famílias cujos contatos já estão rompidos.
Observa-se que o lugar da família de origem aparece de forma
antagônica, pois apesar de ser considerada como incapaz em determinado momento
e contexto, muitas vezes ela volta a ser reconhecida como possibilidade de
convivência, quando não são vislumbradas alternativas para criança/adolescente.
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5 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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INTRODUÇÃO
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Uma nova Lei foi promulgada, Lei 4.655 de 1965, onde houve a criação
da “legitimação adotiva”. Através de uma decisão judicial, as crianças que estavam
em “situação irregular” passaram a ter os mesmos direitos dos filhos biológicos. Tais
situações foram descritas na legislação como filhos de pais desconhecidos ou pais
que declararam por escrito a concordância com adoção. Para as crianças menores
de sete anos, também se considerou situações em que os pais perderam os direitos
legais sobre os filhos e nenhum outro familiar reivindicou sua guarda. Para as
maiores de sete anos, foi prevista a legitimação adotiva para as crianças que já
estavam sob os cuidados dos adotantes, como no caso de viúvos(as) ou
desquitados(as).
A legislação de 1965 inclui outros dois aspectos, que estão mantidos até
hoje: 1) o rompimento definitivo da criança com a família de origem através da
formalização do registro de nascimento, fazendo constar o nome dos pais e avós
adotantes, suprimindo o nome da família biológica e, por consequência, 2) a
irrevogabilidade da adoção, isto é, ela não poderia mais ser desfeita.
As atenções do poder público continuaram voltadas para a infância, e a
Lei de 1979, Código de Menores, traz grandes alterações quanto à “assistência,
proteção e vigilância” de crianças menores de idade. No que diz respeito à adoção,
esta passa a ser incluída agora como uma medida protetiva da infância – e não mais
dentro do direito de família. Essa legislação estabeleceu dois tipos de adoção:
simples e plena. A adoção simples visava a regulamentação da situação irregular em
que algumas crianças se encontravam, intermediando o acordo entre famílias. Já a
adoção plena, dissolvia as diferenças entre os direitos de filhos biológicos e filhos
por adoção, e explicitou o rompimento de qualquer vínculo entre o adotado e a
família de origem. Pela primeira vez, a lei ordena parâmetros para a adoção
internacional: os estrangeiros só podiam realizar a adoção simples.
O Código de Menores estabeleceu ainda que os adotantes deveriam
comprovar através de documentos as seguintes qualificações: estabilidade conjugal,
comprovação de idoneidade moral, atestado de sanidade física e mental e
adequação do lar. Tais documentações tornaram-se obrigatórias nos processos de
adoção.
A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) passa a assegurar a
igualdade entre os filhos, anunciando no artigo 227: “Os filhos, havidos ou não da
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Art. 39:
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve
recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do
parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009).
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os
mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de
qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
matrimoniais.
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Art.197
§ 1º É obrigatória à participação dos postulantes em programa
oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos
de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da
Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica,
orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de
adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017).
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Art. 197-E.
Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros
referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a
adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e
conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009).
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro
regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de
serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide
Lei nº 12.010, de 2009).
§ 5 Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional
de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de
pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009).
§ 10 Consultados os cadastros e verificada a ausência de
pretendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito
nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017).
A referida autora ainda destaca que (2007, p.24 apud Nabinger, 1997,
p.80):
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Por outro lado, Mendes (2007) aponta que nas adoções de crianças
maiores há forte presença de motivações consideradas como altruístas, que não são
diretamente relacionadas a ganhos pessoais, portanto, diferente das motivações
narcísicas, levando a inserção familiar daquela criança sem a expectativa de ver a
própria imagem refletida no filho adotivo.
Referindo-se às motivações altruístas, Mendes (2007, p.34 apud
Levinzon, 2004, p.17) reforça:
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insegurança e merecem uma resposta que seja célere, sem, no entanto, prejudicar
as avaliações necessárias para a obtenção da medida.
Para Weber, 2001
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GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Traduzido por
Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Rio de Janeiro: LTC, 1975.
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adotante possa demonstrar maior habilidade para lidar com essa situação sem
transparecer excessivo constrangimento.
Também é possível notar em algumas situações o contraste entre o momento
da preparação do adotante para o contato com o adotando, em que fora cogitada a
possibilidade de que o adotando tivesse presenciado relações sexuais no contexto
de sua família de origem e que isso resultasse em manifestações precoces da
sexualidade, e a reação de repulsa quando efetivamente essas manifestações
ocorrem durante o estágio de convivência.
No caso de adolescentes, os adotantes podem se defrontar com o desafio
de lidar com as vivências de sexualidade no contexto da família de origem, podendo,
inclusive, terem ocorrido precocemente durante a infância.
Em todos esses casos, a capacidade demonstrada pelos adotantes em
lidar com a própria sexualidade da forma mais espontânea possível parece ser um
indicador importante de um bom manejo dessas situações junto aos adotandos.
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REFERÊNCIAS
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CONNELL, R.; PEARSE, R. Gênero: uma perspectiva global. Traduzido por Marília
Moschkovich. São Paulo: nVersos, 2015.
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RUFINO, S.S. Nos elos de uma filiação multirracial: A adoção inter-racial nos
limiares da educação intercultural. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2003.
SARTI, C.A. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres, 7ª
ed. Editora Cortez, São Paulo, 2011.
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São Paulo. Perfil dos requerentes estrangeiros que solicitaram habilitação à CEJAI
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo durante o ano de 2004. São Paulo:
CEJAI, 2004.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
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INTRODUÇÃO
1- DESENVOLVIMENTO
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criança sob uma vertente e ora visam protegê-la com base em outra, provocando
indícios de ambiguidades no próprio conceito de proteção e sua efetivação. Um
exemplo é a análise relacional entre a lei que estabeleceu a prioridade para a
atribuição da guarda compartilhada e a lei que prevê a identificação e
responsabilização em casos de alienação parental. Por um lado, observa-se a
tentativa legal de preservação dos vínculos parentais de maneira minimamente
igualitária e, por outro lado, observa-se a aplicação de uma normativa legal que
aprecia o conflito parental de uma perspectiva maniqueísta na qual um dos genitores
é apontado como bom e o outro como ruim para a criança ou o adolescente,
podendo promover distorções na compreensão da dinâmica familiar.
Outro exemplo seria a perspectiva de proteção apontada no título II do
ECA (Das medidas de proteção) em relação à lei 13.431/2017, que estabelece o
sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de
violência. Nos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes é emergente
a polêmica com relação à condução das intervenções para vítimas e testemunhas, já
que por um lado está prevista a proteção integral por meio do encaminhamento para
atendimento psicossocial especializado e atendimentos de saúde, em uma
perspectiva não revitimizante e de superação da violência e, por outro lado, a
obrigatoriedade da oitiva da criança ou do adolescente em juízo para criminalização
do abusador, em uma perspectiva punitiva e raramente focada na elaboração
emocional da criança sobre a violência sofrida.
As reflexões sobre o histórico da proteção à criança e ao adolescente no
contexto brasileiro provocaram a compreensão da proteção social como um direito,
conforme preconiza a CF em vigor. Emerge a necessidade de considerar as
demandas de um coletivo, como um todo articulado em suas singularidades
culturais, sociais e históricas, e nas especificidades de alguns de seus membros que
exigem atenções particulares, como nos casos das demandas de crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos em situação peculiar de desenvolvimento.
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2 - CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
MACHADO, Elisana Marta. Risco e proteção: busca por uma compreensão não
linear desses constructos. Dissertação (Mestrado). Campinas: Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, 2004.
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COORDENAÇÃO
AUTORES
Ana Carolina Petrolini André – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do Rio
Preto
Ana Lúcia da Silva – Assistente Social Judiciário – Comarca de Américo Brasiliense
Diviane Luiza Santana – Assistente Social Judiciário – Comarca de São José do Rio
Preto
Elaine Cristina Dos Santos De Souza – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Tanabi
Evelisi Tavoloni – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do Rio Preto
Fernanda Azevedo Cintra e Souza – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do
Rio Preto
Karen Menezes Hirs – Psicóloga Judiciário – Comarca de Novo Horizonte
Luciana de Oliveira – Psicóloga Judiciário – Comarca de Tabapuã
Maria Teresa Braz Da Silva – Psicóloga Judiciário – Comarca de Itajobi
Mariana Sato dos Reis – Assistente Social Judiciário – Comarca de José Bonifácio
Marli Salvador Corrêa da Silva – Assistente Social Judiciário – Comarca de Novo
Horizonte
Priscila Silveira Duarte Pasqual – Psicóloga Judiciário – Comarca de São José do
Rio Preto
Rosangela Cristina Alves – Assistente Social Judiciário – Comarca de Tabapuã
Rosimara Oliveira Moraes Teixeira – Assistente Social Judiciário – Comarca de
Macaubal
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INTRODUÇÃO
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O Movimento pela Proteção Integral de Crianças e Adolescentes emitiu nota, posicionando-se
contrário ao PLS 394/2017, que pretende instituir o "Estatuto da Adoção", deslocando do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) para uma lei à parte o instituto da adoção, conferindo a estes novos
princípios e sistemática.
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[...] ter a história como aliada nos permite pensar nas relações que
foram qualificando a pobreza como perigosa, desestruturada,
incompetente, fracassada, delinquente, dentre outros atributos de
inferioridade; concebendo, por fim, os pobres como necessitados de
intervenções especialistas que venham regular e tutelar suas vidas
(NASCIMENTO,2008)
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Ghirardi (2016) ainda ressalta que atualmente, os pais por adoção têm
consciência da necessidade da criança ter conhecimento da adoção, contudo,
continua sendo uma tarefa angustiante para os adotantes. A relação afetiva que é
construída com a criança é permeada por fantasias inconscientes, mitos e valores
que os adotantes trazem em relação à origem do filho, que podem incluir a ideia de
terem “roubado” a criança da família biológica, além do medo de causar sofrimento à
criança por abordar o desamparo. Todavia, muitas vezes, na intenção de evitar o
sofrimento do filho, os adotantes acabam por intensificá-lo através do silêncio sobre
as origens. Contudo, na comunicação não verbal e inconsciente que perpassa a
relação afetiva pais-filhos, há algo que é percebido pela criança e que, por não poder
ser falado, se torna fonte de insegurança e desconfiança, vindo à tona através de
sintomas, tais como a dificuldade de aprendizagem, na medida em que a curiosidade
(o desejo de conhecer) da criança fica bloqueado no “não poder saber” (p. 34). Por
outro lado, “ao nomear a experiência, os pais propiciam à criança a sua elaboração”
(Rosa, 2000, apud Ghirardi, p. 34).
Porém, para atender as necessidades psíquicas da criança, a revelação
sobre sua adoção não pode ser reduzida a um evento pontual, a uma mera
informação factual. É necessário que o diálogo sobre sua origem e história de vida
se dê em um processo contínuo na relação pais-filho, no qual a criança possa ir
construindo sentidos cada vez mais complexos sobre a sua existência, de acordo
com a fase de seu desenvolvimento.
Assim, reitera-se a importância da construção de uma relação sólida e
segura entre pais e filho(s) por adoção, com pais suficientemente elaborados nos
próprios lutos e conflitos, a fim de que possam auxiliar o(s) filho(s) na construção de
sentidos para a sua história, ao longo de toda sua trajetória de vida e não apenas em
um momento de revelação sobre sua origem.
Segundo Souza et al (2016), ainda se faz necessário aos pais adotivos,
acolherem as intensidades emocionais seguidas da adoção, carregadas de
esperanças e desconfianças quanto a essa nova ligação, com cautela para que os
sentimentos de rejeição, abandono e rupturas não sejam atualizados, pois uma vez
que uma nova relação adquire importância, surge o medo do abandono e a
desconfiança da repetição do trauma.
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4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
FORD, Juliana Viana; GAVA, Mariana Azevedo; ALVES, Adriana Amaral Ferreira. O
paradoxo da adoção de crianças e adolescentes na sociedade capitalista. Rev. da
faculdade de Serv. Social Libertas Online, São Paulo, v.12 n2. Disponível:
https://libertas.ufjf.emnuvens.com.br/libertas/article/view/2066/1502.
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FREUD, Sigmund (1914). Recordar, repetir e elaborar. In: Edição Standard Brasileira
das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago,
1977.vol. XII.
LADEIRA, Pedro. Nova lei para adoção reduz prazos e divide opinião na área da
infância. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/11/1938156-
nova-lei-para-adocao-reduz-prazos-e-divide-opiniao-na-area-da-infancia.shtml.
LEVINZON, Gina Khafif. Adoção. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
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SOUZA, Cristina Almeida de.; SEGUIM, Cristina Maria B.; LEVISKY,Flávia Blay. e
cols. O direito de construir a própria história: contribuições psicanalíticas na clínica e
no abrigo. In GHIRARDI, Maria Luiza de Assis Moura e FERREIRA, Marcia Porto
(org). Laços e rupturas: leituras psicanalíticas e o acolhimento institucional. 1ª ed.
São Paulo: Escuta: Instituto Tortuga, 2016.
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