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1º ano
Há mais de 30 anos o PBL vem endo implementado, avaliado e defendido, esse método rompe com o acumulo
mecânico de informações propedêuticas antes da inserção dos futuros profissionais médicos em atividades da pratica
profissional. No Aprendizado Baseado em Problemas (ABP) a formação ocorre por meio da resolução de problemas
estruturados pelos professores para que os alunos, pouco a pouco, construam o conhecimento necessário à resolução de
problemas reais no futuro, busca-se dar ao estudante condições de desenvolver habilidades técnicas, cognitivas e
atitudinais aplicáveis tanto para o cuidado dos paciente, quanto para a manutenção da postura de estudar para aprender
pelo resto da vida profissional, logo o foco do processo educativo está no estudante estimula-se a capacidade da
autoformação, fomentada na busca ativa por informações. O estudante é estimulado a construir ativamente sua
aprendizagem, articulando seus conhecimentos prévios com os de outros alunos do grupo, para a resolução de problemas
selecionados para o estudo, visando ao desenvolvimento do raciocínio crítico, de habilidades de comunicação e do
entendimento da necessidade de aprender ao longo da vida.
A educação problematizadora trabalha a construção de conhecimentos a partir da vivência de experiências
significativas. Apoiada nos processos de aprendizagem por descoberta, em oposição aos de recepção (em que os
conteúdos são oferecidos ao aluno em sua forma final), os conteúdos de ensino não são oferecidos aos alunos em sua
forma acabada, mas na forma de problemas, cujas relações devem ser descobertas e construídas pelo aluno, que precisa
reorganizar o material, adaptando-o à sua estrutura cognitiva prévia, para descobrir relações, leis ou conceitos que
precisará assimilar.
Contrapondo-se à prática corrente do ensino tradicional, a prática construtivista situa o professor no papel de provocar o
raciocínio do aluno, procurando gerar desequilíbrios cognitivos (conflitos, problemas) em relação ao objeto de
conhecimento a fim de possibilitar interações ativas com o conhecimento que levem o aluno a uma aprendizagem
significativa. Neste caso, o aluno utiliza diferentes processos mentais (capacidade de levantar hipóteses, comparar,
analisar, interpretar, avaliar), desenvolvendo capacidade de assumir responsabilidade por sua formação 11.
A ABP é uma proposta de reestruturação curricular que objetiva a integração de disciplinas tendo em vista a
prática. Para isso, organiza-se um elenco de situações que o aluno deverá saber/dominar, considerando o tipo de
organização curricular. "Este elenco é analisado situação por situação para que se determine que conhecimentos o aluno
deverá possuir para cada uma delas. São os denominados temas de estudo" 6 (p. 145). Cada um destes temas de estudo
será transformado em um problema para ser discutido em um grupo tutorial.
Assim, um problema é apresentado a um grupo de alunos por um professor tutor. Este problema, discutido em
grupo, deve incentivar o levantamento de hipóteses para explicá-lo. A partir daí, objetivos serão traçados para melhor
estudá-lo; pesquisas e estudos serão propostos e nova discussão em grupo será feita para síntese e aplicação do novo
conhecimento. O trabalho pode ocorrer de forma individual (cada aluno), mas também incentiva o trabalho em grupo
como produto das atividades individuais. O grupo de tutoria constitui um fórum de discussão, apresentando-se como um
laboratório que possibilita uma aprendizagem sobre a interação humana, constituindo-se numa oportunidade para
aprender a ouvir, a receber e assimilar críticas 21.
Os problemas são formulados e selecionados para serem apresentados a cada período do curso, no qual se espera que os
estudantes consigam produzir alguma teoria, mas sempre com a proposta de que uma teoria mais completa seja buscada.
A metodologia da problematização é, também, uma das manifestações do construtivismo na educação. Mas está
fortemente marcada pela dimensão política da educação, comprometida com uma visão crítica da relação educação e
sociedade. Volta-se à transformação social, à conscientização de direitos e deveres do cidadão, mediante uma educação
libertadora, emancipatória. Dirige-se para a transformação das relações sociais pela prática conscientizadora e crítica.
O processo de ensino começa com a exposição dos alunos a um problema real: observação da realidade. Segue-
se a "identificação das variáveis ou pontos-chave do problema, aqueles que, se modificados, poderiam resultar na solução
do problema porque são os mais centrais...". Na sequência, os alunos buscarão uma teorização sobre o problema por
intermédio de entrevistas com especialistas e pesquisas, buscando a contribuição da ciência para esclarecimento do
estudo. Haverá, então, aplicação das hipóteses identificadas para a solução do problema, ocorrendo uma interação entre
estudante e objeto de estudo, com intuito de um diálogo transformador para ambos.
O método expositivo é o que caracteriza a abordagem do ensino tradicional, privilegiando o papel do professor
como o transmissor dos conhecimentos e o ponto fundamental desse processo será o produto da aprendizagem (a ser
alcançado pelo aluno). Acredita-se que se o aluno foi capaz de reproduzir os conteúdos ensinados, ainda que de forma
automática e invariável, houve aprendizagem. Demonstra-se ainda que o envolvimento de outros fatores no processo de
ensino-aprendizagem, tais como os elementos da vida emocional ou afetiva do sujeito, são negligenciados ou até mesmo
negados nesta abordagem, supondo-se que eles poderiam comprometer negativamente o processo.
Em geral, em estudos, observa-se que os resultados dos cursos com ABP são mais positivos do que os dos cursos
com o método tradicional. Os graduados no ABP se sentem mais preparados e foram melhor avaliados do que os
graduandos dos cursos tradicionais, com maior competência em comunicar-se de forma eficiente, levar em conta aspectos
psicossociais no adoecimento e no tratamento, atuar em equipe, lidar com questões éticas, competências relacionadas à
prevenção de doenças e promoção de saúde e à compreensão da articulação entre a atenção primária e o hospital
além de maior
habilidade na autoaprendizagem e busca por conhecimento, iniciativa, lidar com críticas, limites pessoais, aceitar
responsabilidade, lidar com incertezas.
a) Participar das reuniões da Comissão de Planejamento de Módulo (CPM), relativo à série em que o módulo está
inserido;
b) Disponibilizar para os membros da CPM, o módulo a ser discutido, o cronograma para execução do módulo e
material didático-pedagógico que se fizer necessário;
c) Elaboração e definição, em conjunto com a CPM, dos objetivos do módulo, da semana-padrão, dos problemas,
dos objetivos dos problemas, do conteúdo programático, das atividades práticas, da lista de disciplinas
participantes, do plano do módulo;
d) Conclusão do Manual do Módulo, de acordo com as orientações da Comissão de Planejamento;
e) Revisão do Manual do Módulo Impresso;
f) Solicitar e providenciar, com antecedência, a bibliografia a ser utilizada no módulo.
A freqüência aos grupos tutoriais é obrigatória, pois estas atividades são fundamentais para o desenvolvimento do
currículo. São elas que orientam o aluno sobre o que deve ser aprendido, conforme a experiência e as expectativas do
grupo no qual está inserido.
O Tutor não deve tomar iniciativa no sentido de mudar os horários previstos para os trabalhos do módulo;
suspender atividades tutoriais ou prever tutoriais extras ou fora de horário; dispensar os alunos quando não previsto em
horário da universidade; especialmente para deixar os alunos livres para as provas ou semelhantes; contrariar os tutoriais,
discutindo problemas não previstos sob qualquer argumento, contratar aulas teóricas ou similares para suprir aspectos que
julgue não terem sido abordados; trazer bibliografia não pertinentes.
Avaliação
Avaliação formativa: O preceptor avalia cada acadêmico a partir de um instrumento de avaliação que é aplicado
mensalmente e convertido em Nota do Preceptor (NP), consta de diversos itens, como por exemplo: pontualidade,
responsabilidade e organização em relação ao trabalho, habilidade em se relacionar com as pessoas, habilidade de
comunicação, capacidade de solucionar problemas e auto-avaliação.
Avaliação cognitiva: Cada grupo de acadêmicos do PINESC elabora ao final do semestre um relatório de
atividades incluindo descrição, análise e revisão bibliográfica. Também é aplicada prova para avaliação dos objetivos
educacionais desenvolvidos.
O critério da média é aplicado de acordo com a seguinte fórmula:
O estresse pode ser definido como um estado antecipado ou real de ameaça ao equilíbrio do organismo e a
reação do mesmo, que visa restabelecer o equilíbrio através de um complexo conjunto de respostas fisiológicas e
comportamentais. A manutenção deste estado de equilíbrio, homeostase, é essencial para a vida e é constantemente
desafiado por forças internas ou externas. Esses desafios ativam os sistemas sensoriais, através de estímulos
interoceptivos, como os produzidos, por exemplo, por mudanças no volume ou osmolaridade do sangue, ou por estímulos
exteroceptivos, tais como o cheiro de um predador, desencadeando uma cadeia de respostas que objetivam minimizar os
danos para o organismo.
A resposta ao estresse é adaptativa e prepara o organismo para enfrentar o desafio, induzindo uma rápida
mobilização de energia nos locais apropriados resultando em aumento da frequência cardíaca e respiratória, da pressão
arterial e a mobilização de glicose dos depósitos, contribuem para a disponibilização de energia. Por outro lado, a inibição
da digestão, do crescimento e da reprodução, leva a uma economia de energia. Outras respostas, como analgesia e
melhora na memória e percepções, facilitam as respostas de luta e fuga.
Fisiologia do estresse
As respostas ao estresse são mediadas pelo sistema nervoso autônomo (SNA) e pelo eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal (HHA), com ações complementares através de todo o organismo.
O SNA é o responsável pela resposta mais imediata à exposição ao estressor. Suas duas partes, simpático e
parassimpático, provocam alterações rápidas (em segundos) nos estados fisiológicos através da inervação dos órgãos alvos.
Por exemplo, a inervação simpática pode rapidamente (em segundos) aumentar a freqüência cardíaca e a pressão arterial
através da liberação de noradrenalina, primariamente nas terminações dos nervos simpáticos e adrenalina pela
estimulação simpática das células da medula da glândula adrenal. Essa excitação do SNA diminui rapidamente em razão do
reflexo parassimpático, resultando em respostas de curta duração. Ativa-se também o eixo HHA, que resulta na elevação
dos níveis de glicocorticóides circulantes. A exposição ao estressor ativa os neurônios do núcleo paraventricular do
hipotálamo que secretam hormônios liberadores, como o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), também, exercer
seus efeitos em várias áreas cerebrais, como amígdala, hipocampo e locus ceruleous. O CRH age na hipófise anterior
promovendo a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que por sua vez vai atuar no córtex da glândula adrenal
iniciando a síntese e liberação de glicocorticóides, como o cortisol. Os glicocorticóides são secretados de uma forma
pulsátil, seguindo um ritmo circadiano, sobre o qual se sobrepõe uma explosão secretória por ocasião do estresse. A
ligação dos corticosteroides com seu receptor promove transcrição gênica (em horas), maior secreção de proteínas
dependendo do tipo de célula, os corticosteroides circulantes promovem a mobilização de energia armazenada
( gliconeogênese), potencializam os efeitos mediados pelo simpático, e controlam a atividade do HHA através de um
feedback - (inibitório- em minutos). Os corticosteróides (classicamente considerados de ação lenta) também podem mudar
rapidamente o funcionamento cerebral, através de vias não genômicas, como a ativação de receptores ReMR no
hipotálamo e hipocampo, aumentando a excitabilidade neuronal, pelo aumento da liberação de glutamato.
Influência do estresse na saúde
A intensidade da resposta aguda ao estresse deve ser proporcional à ameaça do estressor, tanto em intensidade
como em duração. Assim a mobilização de energia induzida pelo estresse deve se adequar às necessidades para a
restauração do equilíbrio orgânico e deve persistir por um tempo limitado, que não comprometa o organismo, em razão,
por exemplo, de seus efeitos inibitórios sobre a digestão, crescimento, reprodução e resposta imune.
Dessa forma, o estresse frequente ou mantido por longo tempo pode comprometer o organismo gerando
doenças. Com o estresse crônico, novos estressores passam a ter as respostas de ACTH e cortisol facilitadas, além de
induzirem sensibilização na frequência de descargas do lócus cerúleo e maior liberação de noradrenalina. O estresse
mantido é relativamente recente na escala evolutiva, sendo observado apenas nos primatas sociais e no homem. Isso se
deve provavelmente ao fato do homem pensar e, dessa forma, poder antecipar situações de estresse ou manter suas
preocupações por longo tempo.
Sistema Cardiovascular
Produz um aumento na frequência, contratilidade e velocidade de condução. Sobre os vasos, essas ações vão
produzir uma redistribuição no fluxo sanguíneo. A estimulação α adrenérgica pelas fibras simpáticas, predominante no
sistema digestivo e pele, vai produzir uma vasoconstricção nesse território. Por outro lado, a estimulação β adrenérgica,
predominante nos músculos, vai produzir uma vasodilatação. Dessa forma o fluxo vai ser direcionado para os músculos. A
hipertensão arterial, ainda que não tenha causa única, resultando da interação de inúmeros fatores, tem entre eles o
estresse crônico.
Durante o estresse a ativação do sistema nervoso simpático desencadeia uma
cascata de citocinas pró-inflamatórias, que durante o estresse crônico pode sobrepujar
os efeitos imunosupressores da ativação do eixo HHA favorecendo os processos
inflamatórios, entre eles os que ocorrem no interior das artérias podendo resultar em placas ateroscleróticas, que
restringem o fluxo de sangueEste conjunto de mecanismos fisiopatológicos justificam a associação do estresse com o
aumento no risco de infarto do miocárdio e morte súbita por arritmia ventricular. Inúmeros estudos epidemiológicos
encontram maior risco de doença coronariana com alto estresse profissional (trabalhos com alta demanda e baixo controle
ou com desproporção entre a intensidade do trabalho e o reforço) e/ou conjuga.
Metabolismo
A liberação de glicocorticóides tem efeitos opostos aos da insulina, produzindo o que é conhecido como
resistência à insulina, através de dois mecanismos: a) diminuindo a supressão que a insulina provoca na produção hepática
de glicose (favorece gliconeogênese); b) prejudicando a entrada de glicose para o interior das células, que é mediada pela
insulina. Atuam diretamente nas células β do pâncreas inibindo a secreção de insulina juntamente com o SNA simpático.
Agudamente essas respostas ao estresse têm um sentido adaptativo no sentido de aumentar a disponibilidade de glicose
circulante, por longo prazo os níveis elevados de estresse pode contribuir para desencadear a diabetes.
Durante o estresse agudo produz uma lipólise com a transformação dos triglicerídeos em ácidos graxos livres e
glicerol e estimulam o apetite. Com o estresse crônico, no entanto, o excesso continuado de glicocorticóides pode levar a
um acúmulo no depósito de gordura, que ocorre de forma diferenciada dependendo do tecido adiposo. Durante a
recuperação do estresse o acúmulo de gordura ocorre predominantemente no tecido adiposo visceral do abdômen, que
possui mais células por unidade de massa, maior irrigação e maior expressão de
receptores glicocorticóides, gerando uma distribuição de gordura centrípeta. Por sua vez a maior obesidade visceral
representa um fator de risco para a aterosclerose, já que o tecido adiposo intra-abdominal é uma fonte importante da
citocina pró-inflamatória interleucina 6, que participa desse processo e contribui para a elevação dos níveis de LDL
colesterol. Síndrome Metabólica, que se caracteriza por:
- obesidade abdominal;
- hiperglicemia;
- dislipidemia (níveis elevados de triglicérides, níveis elevados de LDL colesterol e baixos de HDL colesterol);
- hipertensão arterial
Sistema Gastrointestinal
A ativação do sistema nervoso simpático e inibição da atividade vagal resultam numa inibição seletiva da
motilidade gástrica e do intestino delgado (músculo liso), bem como, da secreção de ácido e de enzimas digestivos. A
diminuição da irrigação gástrica e da secreção de acido, produzida pelo estresse, é acompanhada da diminuição do muco
que protege a parede do estomago, de seu próprio acido. Assim, quando o acido volta ser secretado vai encontrar uma
parede mais vulnerável.
Sistema Imunológico
A imunossupressão associada ao estresse tem sido atribuída ao aumento na secreção de cortisol, resultante da
ativação do eixo HHA. O cortisol diminui a proliferação de linfócitos, interfere na comunicação entre eles, inibe a migração
de granulócitos, inibe a produção de anticorpos, entre outros efeitos. Essa resposta pode parecer incompatível com as
necessidades do organismo num momento de luta ou fuga. Porém, deve-se ressaltar que o aumento na secreção de
cortisol,
em resposta ao estresse, tem uma latência de dezenas de minutos e que a resposta imediata ao estresse á dada pela
ativação do SNA simpático.
A ativação simpática pelo estresse produz uma resposta muito rápida na contagem de glóbulos brancos, com
elevação do número de neutrófilos e manutenção no de linfócitos com
aumento nas células NK (natural killer) e diminuição das células CD3+ e CD4+16. Essas alterações apresentam correlação
com as alterações cardíacas, além de ocorrem nos primeiros 14 minutos, quando os níveis de cortisol ainda não se
elevaram. Esse aumento agudo de neutrófilos e linfócitos NK poderia atender à necessidade de aumentar a defesa
imunológica numa situação aguda de estresse, o aumento posterior na secreção do glicocorticóide cumpriria a função de
trazer novamente o sistema ao seu funcionamento habitual, promovendo uma redução na contagem de glóbulos brancos.
A persistência do estresse mantém os níveis de glicocorticóides elevados, resultando em imunossupressão, que
facilita a ocorrência de doenças infecciosas, podendo contribuir, também, para o surgimento e disseminação do câncer,
pela redução da destruição de células tumorais. A interação entre o estresse e a resposta imunológica, no entanto, é muito
mais complexa, não se limitando à imunossupressão. É bem conhecida a associação entre o estresse e doenças alérgicas e
auto- imunes. Durante o estresse, tanto pela ação dos glicocorticóides como das catecolaminas, ocorre uma inibição na
produção de IL-12, desencadeando uma cascata de consequências, que resultam numa mudança do equilíbrio entre
respostas Th1/Th2,
com a diminuição das atividades Th1 e consequente aumento das Th2. A resultante desse desequilíbrio é uma diminuição
da imunidade celular e um aumento da imunidade humoral.
Outros Sistemas
A ativação do SNA e do eixo HHA, pelo stress, interfere numa série de outros
sistemas com repercussões sobre a reprodução, crescimento, memória, sono,
envelhecimento, osteoporose e outros.
FISIOLOGIA DO ESTRESSE E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE
Antonio Waldo Zuardi
GRIPE (Influenza)
Definição: doença respiratória febril aguda que ocorre em surtos anuais de gravidade variável e causa pandemias
imprevisíveis. O vírus infecta o trato respiratório, é altamente contagioso e, de forma característica, produz sintomas
sistêmicos proeminentes inicialmente na doença.
A infecção pode produzir várias síndromes clínicas em adultos, incluindo resfriados comuns, faringite,
traqueobronquite e pneumonia.
Vírus influenza A causaram três pandemias e um evento semelhante à pandemia no século XX. A pandemia de 1918 a
1919 causou mais de 40 milhões de mortes em todo o mundo.
As epidemias de influenza são associadas a enorme morbidade, perda econômica e substancial mortalidade. As
epidemias recentes causaram em média mais de 36 mil mortes relacionadas com problemas respiratórios e circulatórios.
O patógeno: os vírus da influenza são divididos em três tipos (A, B e C), que se distinguem por suas proteínas internas e
externas. O vírion é uma partícula pleomórfica de tamanho médio, dotada de envoltório (bicamada lipídica) e coberta com
dois tipos de glicoproteínas de superfície (hemaglutinina e neuraminidase). O genoma viral consiste em oito segmentos de
cadeia simples de RNA; o vírus influenza tipo C tem sete segmentos e uma única glicoproteína de superfície.
Enquanto os vírus da influenza B e C são principalmente patógenos humanos, os vírus influenza A infectam
principalmente aves aquáticas e às vezes outros hospedeiros animais (outras aves, suínos, cavalos, mamíferos marinhos,
cães e gatos).
Epidemiologia: os vírus da influenza são únicos entre os vírus respiratórios, no que concerne a extensão de variação
antigênica, comportamento epidêmico e frequente associação com excesso de mortalidade durante surtos em comunidades.
A antigenicidade mutável das glicoproteínas de superfície se responsabiliza em grande parte pelas epidemias
continuadas de influenza em humanos.
Anticorpo contra a hemaglutinina neutraliza a infectividade viral e é assim o principal determinante da imunidade. O
anticorpo à neuraminidase limita a replicação viral e provavelmente reduz a gravidade da infecção. Variação antigênica
importante é muito menos frequente com influenza B do que com influenza A, e pode não ocorrer com influenza C.
Infecção por um subtipo não proporciona proteção cruzada contra outro.
Fisiopatologia: a infecção é transmitida por secreções respiratórias que contêm vírus. Ambos aerossóis, de grandes e
pequenas partículas em curtas distancias (1 a 2m) parecem contribuir, mas a transmissão por outras vias pode ser possível.
Infecção por vírus aviários também pode ocorrer após contato direto com aves infectadas ou suas excretas, possivelmente
por ingestão de alimento contaminado, e às vezes inoculação na conjuntiva.
Uma vez que o vírus inicie a infecção do epitélio do trato respiratório, ciclos sucessivos de replicação viral infectam
grande número de células e resultam na destruição do epitélio ciliado através de efeitos citopáticos diretos ou apoptose.
O período de incubação, que dura em média 2 dias e varia de 1 a 4 dias, pode ser um pouco mais longo em infecções
causadas por vírus aviários. A transmissão de vírus geralmente dura 3 a 5 dias em adultos, com frequência adentra a
segunda semana em crianças, e pode persistir durante semanas a meses em hospedeiros imunocomprometidos.
Concentrações elevadas de citocinas pró-inflamatórias como IFN-α, IL-6 e TNF-α ocorrem no sangue e em secreções
respiratórias e provavelmente contribuem para sintomas sistêmicos e febre. Imunidade adaptativa parece ser em grande
parte específica para o subtipo e durável para uma cepa particular.
Manifestações clínicas:
Síndrome gripal: um início abrupto de doença, com sensação de febre, frio, calafrios, cefaleia, mialgia e mal-
estar, embora característico de influenza, ocorre em menos de 2/3 dos casos. Sintomas sistêmicos predominam
inicialmente, e prostração ocorre nos casos mais graves.
Em geral, mialgia e cefaleia são os sintomas iniciais mais incômodos, e a sua gravidade é relacionada com o
nível de febre. Artralgia é comum. Às vezes, sintomas oculares incluindo fotofobia, lacrimejamento, ardência e
dor à movimentação dos olhos, são uteis para a suspeita diagnóstica.
Sintomas respiratórios, particularmente tosse seca e corrimento nasal, também estão geralmente presentes
desde o início, mas são superados pelos sintomas sistêmicos. Obstrução nasal, rouquidão e dor de garganta
também são comuns da mesma maneira.
À medida que a doença sistêmica diminui, sinais e sintomas respiratórios se tornam mais evidentes. Tosse é
o sintoma mais frequente e incômodo, e pode ser acompanhada por desconforto ou queimação subesternal.
Tosse, cansaço e mal-estar podem persistir por várias semanas antes da recuperação completa.
Febre é o mais importante achado físico inicial. A temperatura em geral se eleva de forma rápida até 38 a
40°C no período de 12h iniciais, concomitante com sintomas sistêmicos. A febre em geral é contínua, mas pode
ser intermitente, sobretudo se forem administrados antipiréticos. Normalmente, a duração da febre em adultos
é de 3 dias, mas pode durar 1 a 5 ou mais dias.
De início, no curso da doença, o paciente apresenta-s toxemiado, com fácies ruborizada e pele quente e
úmida. Os olhos são lacrimosos e avermelhados. Corrimento nasal transparente é comum. A mucosa do nariz e
da garganta é hiperemiada, mas não se observa exsudato. Pequenos linfonodos cervicais dolorosos à palpação
muitas vezes estão presentes. Roncos esparsos transitórios ou áreas localizadas de estertores são encontrados
em menos de 20% dos casos.
O padrão de enfermidade descrito ocorre com qualquer cepa de vírus influenza A ou B. o vírus influenza C
geralmente causa doença no trato respiratório superior esporádica ou bronquite febril.
Complicações respiratórias: três síndromes pneumônicas foram descritas (pneumonia primária viral por
influenza, pneumonia bacteriana secundária, e pneumonia mista viral e bacteriana).
Infecções pelos vírus influenza A e B podem ser associadas a outras complicações do trato respiratório,
incluindo exacerbações de bronquite crônica, asma ou fibrose cística; laringite e bronquiolite em crianças
pequenas; e otite média, sinusite, e raramente parotidite ou traqueíte bacteriana.
Depois de um início típico de influenza, há progressão rápida de febre, tosse, dispneia e cianose.
A expectoração pode ser sanguinolenta. Culturas virais de escarro ou aspirados traqueais usualmente
apresentam altos títulos de vírus influenza.
Antibióticos não têm utilidade, e o valor de terapias antivirais ou com imunomoduladores não está
provado. Depois de um quadro gripal típico, um período de melhora de 1 a 4 dias pode se seguir. A
recrudescência da febre associa-se tipicamente ao aumento da tosse, produção de expectoração, muitas vezes
dor pleurítica.
Complicações não pulmonares: a síndrome de Reye, uma complicação hepática e do SNC, que pode ocorrer em
crianças e raramente em adultos, é associada ao uso de salicilato.
Linfopenia e trombocitopenia são comuns em doença por influenza aviária. Síndrome hemofagocítica pode
ser uma complicação dessa infecção e, mais raramente, da influenza humana.
Meningite asséptica, mielite, encefalopatia associada à doença aguda, especialmente em crianças, e
encefalite pós-gripal.
Diagnóstico: individualmente, a influenza muitas vezes não pode ser distinguida da infecção por vários outros vírus que
produzem cefaleia, dores musculares, febre dor de garganta ou tosse (ou várias combinações dessas). Por outro lado,
quando as autoridades de saúde pública declaram que há uma epidemia de influenza A e B em uma dada comunidade e
um paciente tem doença típica, é altamente provável que esses sintomas sejam causados por uma infecção pelo vírus
influenza.
Vírus influenza são facilmente isolados de espécimes nasais, escarro ou secreção traqueal nos primeiros 2 ou 3 dias
de enfermidade. Amostras de orofaringe apresentam rendimento menor do que as nasais em infecções pelos vírus
humanos, mas parecem ser superiores a amostras nasais para detecção de infecções aviárias.
A detecção de RNA viral por transcrição reversa, reação em cadeia de polimerase, parece ser altamente sensível e
específica; esse é o teste rápido de escolha para suspeita de doença por influenza aviária.
Métodos sorológicos são menos úteis clinicamente porque exigem soro convalescente obtido 14 a 21 dias depois do
início da infecção.
Prevenção: vacinas inativadas administradas por injeção intramuscular fornecem 70% a 90% de proteção em adultos
jovens e de meia idade contra a influenza quando a composição da vacina coincide com a cepa epidêmica.
A imunogenicidade (taxas de proteção) é frequentemente mais baixa em pessoas idosas, debilitadas, em especial os
residentes em asilos, e nos pacientes imunossuprimidos, inclusive aqueles com infecção avançada por HIV, transplantados
e em quimioterapia. Em pessoas idosas institucionalizadas, a imunização tem eficácia de 50% a 60% para prevenir
hospitalização e pneumonia, e reduz a mortalidade relacionada com influenza em 70% a 80%.
Em pacientes ambulatoriais de alto risco, a imunização reduz hospitalizações por pneumonia, influenza e doença
cardiovascular, bem como a mortalidade por todas as causas durante a estação da influenza.
A imunização também parece ser custo-efetiva em adultos que trabalham, dependendo do tamanho da epidemia. A
imunização das crianças em idade escolar parece reduzir as enfermidades respiratórias nos outros familiares, com redução
do excesso de mortes em idosos.
A imunização dos profissionais de saúde reduz o risco de transmissão aos pacientes.
A composição antigênica das vacinas é revista anualmente, de tal modo que as vacinas trivalentes contenham as
cepas que circularam mais recentemente, em geral dois subtipos de influenza A e um influenza B. Na ocorrência de um
surto pessoas não imunizadas podem receber vacina inativada e profilaxia simultaneamente, sendo que esta deve ser
mantida por 14 dias.
Populações –alvo para as quais se recomenda imunização contra influenza:
Grupos de risco aumentado de complicações (recomendada):
̶ Pessoas com 50 anos e acima;
̶ Residentes de asilos e outras instituições de assistência crônica;
̶ Pacientes com afecção crônica pulmonar (inclusive asma) ou cardíaca;
̶ Pacientes com doenças metabólicas crônicas (inclusive diabetes), disfunção renal, hemoglobinopatias,
imunossupressão (inclusive infecção por HIV), ou condições (inclusive cognitivas, neuromusculares) que
comprometam a função respiratória ou aumentem o risco de aspiração;
̶ Crianças e adolescentes em uso de aspirina em longo prazo;
̶ Mulheres que engravidarão durante a temporada de influenza.
Grupos em contato com pessoas de alto risco (recomendada):
̶ Crianças com 6 meses a 5 anos de idade;
̶ Médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde;
̶ Empregados de asilos e instituições de assistência crônica e vital;
̶ Cuidadores de pessoas de alto risco em assistência domiciliar;
̶ Contactantes domiciliares (pais, irmãos, cuidadores) e cuidadores fora do domicílio de pessoas de alto risco,
inclusive crianças de 0-5 anos de idade.
Outros grupos (incentivada):
̶ Prestadores de serviços essenciais à comunidade (policiais, bombeiros, etc);
̶ Viajantes (inclusive aos trópicos, grandes grupos organizados, ou ao hemisfério sul no inverno);
̶ Estudantes, residentes em habitações coletivas para estudantes;
̶ Qualquer um que deseje reduzir seu risco de influenza.
Tratamento: terapia com rimantadina ou amantadina oral encurta a duração da febre e os sintomas sistêmicos e
respiratórios na influenza A não complicada causada por cepas suscetíveis em 1 a 2 dias e abrevia a recuperação
funcional. A possível
efetividade dessas drogas para prevenir ou tratar as complicações pulmonares da influenza é desconhecida. A rimantadina
acarreta um risco mais baixo de efeitos colaterais no SNC do que a amantadina, mas ambas podem causar alterações
gastrointestinais. Esses agentes são ineficazes para infecções pela influenza B. Essas drogas não são recomendadas para
uso de rotina no presente, devido a possibilidade de desenvolver resistência antiviral (H1N1, H3N2, H5N1 aviário).
Os inibidores de neuraminidase, zanamivir inalado e oseltamivir oral, são ativos contra os vírus influenza A e B.
Terapia de até 2 dias após o início da doença reduz os sintomas, o tempo de recuperação funcional, e o risco de
complicações respiratórias inferiores, inclusive bronquite e pneumonia. Terapia precoce com oseltamivir também diminui
o risco de hospitalização. Zanamivir pode infrequentemente ser associado à broncoespasmo, às vezes grave, e oseltamivir
se associa a náusea ou vômito.
Outras medidas sintomáticas incluem antipiréticos e antitussígenos. Aspirina não deve ser usada, sobretudo em
crianças com menos de 16 anos, por causa da sua associação à síndrome de Reye.
Pneumonia viral por influenza, inclusive H5N1 (aviário), com frequência exige monitoramento respiratório intensivo e
suporte ventilatório. Complicações de UTI, incluindo pneumonia associada à ventilação mecânica, são comuns. Pneumonia
bacteriana secundária deve ser tratada com antibióticos apropriados. Quando os exames de escarro não indicarem
claramente uma bactéria infectante, devem ser usados antibióticos que sejam eficazes contra os patógenos mais
prováveis. Prognóstico: a taxa de letalidade por influenza sazonal é muito baixa. A maioria dos pacientes tem recuperação
completa, e 90% das mortes relacionadas à influenza ocorrem em pessoas com mais de 65 anos ou de alto risco por causa
de comorbidades. Em pacientes cuja pneumonia viral progride para insuficiência respiratória, a taxa de mortalidade é de
cerca de 50%.
No Brasil: o país conta com um sistema de vigilância epidemiológica da influenza desde 2000, com 71 unidades-sentinela
instaladas predominantemente nas capitais estaduais e no Distrito Federal, com o objetivo de monitorar as cepas virais
circulantes. O acompanhamento das internações hospitalares evidencia que os extremos de faixas etárias são os grupos de
maior risco para as complicações da doença.
Desde 1999 é feita anualmente a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, nos meses de abril e maio. As
coberturas vacinais vêm se mantendo acima de 70%. Adicionalmente, deverão ser vacinadas as populações indígenas, de
presidiários e de profissionais que trabalham junto aos idosos.
Além da Campanha Nacional de Vacinação, a vacina contra influenza pode ser administrada com prescrição médica
nos Centros de Referencia de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), onde é disponível a pessoas que têm maior risco em
relação à influenza e suas complicações, a saber, pacientes com cardiopatias, nefropatias, diabetes mellitus
insulinodependente, cirrose hepática, hemoglobinopatias, portadores de DPOC, imunocomprometidos (transplantados,
pacientes em tratamento de câncer, portadores de HIV, miopatas) e seus familiares.
Antibióticos: Antibióticos são substâncias químicas derivadas de organismos vivos ou produzidos por eles, capazes de inibir
processos vitais de outros organismos. Entre os diversos critérios adotados na classificação de antibióticos, os principais são:
A- origem; B- biossíntese; C- ação predominante; D- mecanismo de ação; e E- estrutura química. Podem ser bacteriostáticos
como a sulfonamidas (inibe seu crescimento), comprometer a síntese protéica como a tetraciclina, interferir na síntese de
peptideoglicano como a penicilina.
Receitas caseiras: A automedicação existe desde a formação das primeiras civilizações tornando-se uma prática comum nas
sociedades modernas, este método é usado para amenizar e até mesmo combater a dores dos pacientes. Os pacientes
recorrem a meios mais rápidos para suprir a falta de profissionais na área médica os mesmos preferem se automedicar por
orientação de familiares ou através de receitas caseiras como os chás de ervas, receitas prescritas em consultas anteriores,
ao invés de enfrentar longas filas nos prontos socorros públicos e privados, o que leva riscos a saúde como por exemplo a
intoxicação. Os fármacos mais acessíveis sem prescrição médica e os mais usados em todo mundo são os analgésicos, anti-
inflamatórios e descongestionantes nasais, onde os princípios ativos são dipirona, diclofenaco e paracetamol devido à
facilidade de sua aquisição
RISCO DA AUTOMEDICAÇÃO: INFORMAÇAO EM PROL DA
MUDANÇA DE HABITO. Laura da Conceição Pacheco Miranda
A utilização de medicamentos naturais e receitas caseira são praticas comuns da população, embora alguns efeito
não tenha comprovação cientifica (clínica) resultados positivos podem ser explicados por reações psicossomáticas e
emocionais inerentes ao ser humano. Assim a crença nessas substâncias (motivação grande/desejo de ficar bom) muitas
vezes trás mais benefícios do que propriamente à prescrição de medicamentos pelos médicos. O placebo é definido como
substância inativa administradas para satisfazer a demando do paciente por um medicamento, sendo em geral, utilizado
em pesquisas. Naturalmente, essas melhoras pós-placebo, medicamentos naturais e receitas caseiras estão relacionadas
ao grau de comprometimento da alteração do individuo.
A UTILIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS CASEIRAS E DE MEDICAMENTOS NATURAIS
NO TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES VOCAIS: MITOS E CRENDICES .
Domingos Sávio Ferreira de Oliveira (Orientador)
INTRODUÇÃO - Problema 2
Joffre M. de Rezende
Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás
Membro da Sociedade Brasileira e Sociedade Internacional de História da Medicina
Atualizado em 10/09/2002
2- Discorrer sobre os principais marcos da história da medicina relacionando ao contexto social da época.
Época Fatos Históricos até 2010 - Medicina - Resumo Prof. Toninho (e colaboradores*)
Mitologia
Asclépio (Esculápio p/ romanos). Deus da Medicina – fulminado por Zeus por, além de curar doentes, ressuscitar mortos.
Grega
2600 a.C. Imhotep (egípcio) descobre o diagnóstico e tratamento de mais de 200 doenças.
Séc. VI a.C. 500 a.C. - Alcmaeon de Croton distingue veias de artérias
460 a.C. Nascimento de Hippocrates, pai da medicina, o grego começa seus estudos sobre o corpo e elabora uma forma de aspirina.Hipócrates (Grécia)
Séc. V a.C. Pai da Medicina. Separa medicina de religião/magia (doença não tem causa sobrenatural)
428 a.C. - Peste de Atenas (morre estadista grego Péricles)
396 a.C. - Peste de Siracusa (Itália)
Séc. IV a.C. Escola de Alexandria – Centro Cultural e Cientifico , financiado pelo intenso comércio marítimo(Macedônia)– Alexandre “O Grande”: autoriza dissecar
criminosos
300 a.C. - Diocles escreve o primeiro estudo sobre anatomia.
Séc. III a.C.
280 a.C. - Herophilus - estuda o sistema nervoso.
Cláudius Galenus: Médico grego, em Roma, contribuições p/ anatomia e fisiologia através da clínica e dissecções.
Séc. II d.C. Revitalizou doutrina humoral: (sanguíneo-fleumático-colérico-melancólico)
Peste Antonina (morre imperador Marco Aurélio)
Séc. III d.C. Peste do Século III (até 5000 mortes/dia em algumas cidades gregas e romanas)
552 d.C. Peste Justiniana (bacilo Yersínia pestis) até 10.000 mortes/dia em Istambul.
910 - O médico persa Rhazes identifica a varíola.
Século X
931 d.C. - 1º exame público para credenciamento de médicos. Bagdá (860 candidatos) Início da formalidade no exercício da medicina.
1222 – Fundação da Escola de Salermo e primeiras universidades européias:
Século XII- Pádua, (Futuro destaque: Andréas Vesálius)
XIII Bologna, primeira universidade do mundo.
1249 - Roger Bacon inventa o óculos de grau.
Século XIV 1334 - Peste Negra (dizima ½ da população européia e 23 milhões na Ásia).
1489 - Leonardo da Vinci disseca corpos.
Século XV
1500 - Primeira cesárea em vida (Jacob Nufer, leigo, suíço, castrador de porcas, realiza em sua esposa).
1543 - Andréas Vesálius (belga, estudou em Paris, ensinou anatomia através da dissecação em cadáveres (corrigiu erros de Galeno, que só dissecava
animais)). De Humani Corporis Fabrica, libri septem (mais conhecido como Fabrica), sua principal obra, que foi concluída em 1543
Ambroise Parré, não médico, cirurgião barbeiro, “pai da cirurgia moderna”, contribuições p/ hemostasia cirúrgica e amputações. (- “Eu trato, Deus
Século XVI
cura”)
Leonardo Da Vinci (1452 - 1519), retrata anatomia humana após estudos de dissecação de cadáveres.
1590 - Zacharius Jannssen inventa o microscópio.
Willian Harvey, inglês, estudou em Pádua, descreve a circulação sanguínea.
1655 - Robert Hooke: atribuída a invenção do microscópio composto (alguns atribuem a Leeuwenhoek), que consiste de lentes múltiplas (geralmente
três – uma ocular, uma lente de campo e uma objectiva) e a descoberta da célula. Embora tenha prestado muitos conselhos sobre novos projetos para
microscópios ao fabricante Christopher Cock, esta atribuição parece estar incorreta.
1656 - Sir Christopher Wren faz experimentos de transfusão em cães.
Século XVII
1670 - Anton van Leeuwenhoek descobre as células do sangue (hemácias).
1674 - Antonie van Leeuwenhoek, holandês, (aos quais alguns atribuem a invenção do microscópio) estuda e descreve, através da microscopia,
bactérias, protozoários, espermatozóides,...
Hermann Boerhaave, holandês, criou método padagógico fundamentado na observação clínica (bases hipocráticas).
Considerado “preceptor de toda a europa”.
Giavanni Battista Morgagni, estudou em Pádua, fundador da anatomia patológica.
1747 - James Lind publica seu tratado sobre escorbuto e descobre que frutas cítricas podem ajudar no tratamento da doença.
1763 - Claudius Aymand realiza a primeira apendicectomia.
Século
1773 – Joseph Priestley, descobre N2O (óxido nitroso), posteriormente usado como anestésico.
XVIII
1775 – Willian Withering, com as flores para miss Cooke, descobre a digital (cardiotônico).
1796 – Humphry Davy, inglês, aprendiz de farmacêutico, inala gás hilariante (N2O) para dor de dente. Edward Jenner, inocula líquido de vesícula de
lesão de varíola bovina das mãos de uma mulher, em criança (Jacob phipps), imunizando-o contra varíola humana.
1800 - Sir Humphry Davy descobre os efeitos anestésicos do óxido nitroso.
1781 / 1826 - René Théophile Hyacinthe Laennec, médico clínico francês, especializado em doenças respiratórias (viveu 45 anos), época que a
tuberculose matava centenas de pessoas na Europa. Considerado pai da auscultação por ter inventado o estetoscópio (do grego: tethos = peito e
skopeu = observar).Ao examinar jovem obesa, por dificuldade de ausculta, fez um cone enrolando folha de papel para ouvir melhor. Posteriormente
aprimorou o instrumento, confeccionando-o em madeira.1827 – Antoine Laurent Lavoisière, em Paris, funda a química moderna, descrevendo O2 e
CO2, em estudos da teoria flogística.
Hare e Burke, irlandeses, em sua pensão para mendigos em Edinburgo, asfixiam hóspedes para vender cadáveres para dissecção na Escola de
Século XIX Anatomia do Dr. Knox, quando cadáver de prostituta (Mary Peterson) é reconhecido por estudantes. Burke, após confessar 16 assassinatos, é
enforcado e dissecado. (livros com sua pele).
1816 - Rene Laennec inventa o estetoscópio.
1817 – José Correia Picanço realiza a primeira cesareana no Brasil
1818 - James Blundell realiza a primeira transfusão de sangue em humanos. (não se conheciam os sistemas AB0 nem RH).
1842 - Crawford W. Long usa o éter pela primeira vez como anestésico geral.
1844 - Dr. Horace Wells usa óxido nitroso como anestésico.
Theodor Schawnn, (1810-1882), anatomista alemão, descobriu a estrutura celular dos animais.
Rudolf Wirchow, (1821-1902), patologista alemão, estabelece as bases da patologia, pondo fim às teorias dos 4 humores (que perdurou por mais de
2000 anos).(posteriormente, surgiram as 4 bases nitrogenadas (A,T,G,C) / 4 elementos (C, N, H, O)).
1846 – John Collins Warrow, realiza a 1ª. Cirurgia sob anestesia geral (éter), de um tumor no pescoço no jovem Gilbert abbot, anestesiado pelo
dentista Willian Thomas Green Morton. Cena não fotografada (fotógrafo sentiu-se mal ao assistir cirurgia).
1846 - Ignaz Philipp Semmelweis (1818-1865), médico húngaro, mostrou que, em clínicas de Viena, onde médicos e acadêmicos faziam partos, após
dissecar cadáveres, eram responsáveis por grande mortalidade pós-parto (febre puerperal) ao transmitir às pacientes “partículas cadavéricas”. Instituiu
a lavagem de mãos com solução de cloreto de cálcio.
1847 – James Simpson, médico inglês, utiliza pela primeira vez clorofórmio como anestésico em trabalho de parto.
1849 - Elizabeth Blackwell é a primeira mulher a graduar-se na Geneva Medical College em New York.
1853 - Charles Gabriel Pravaz e Alexander Wood desenvolvem a seringa.
1857 - Louis Pasteur descobre que germes podem causar doenças. Louis Pasteur, (1822-1895), francês, ao descrever o processo da fermentação, põe
fim à teoria da geração espontânea.
1865 – Joseph Lister, cirurgião inglês, lança as bases da assepsia cirúrgica (lavagem de mãos e instrumentos com àcido fênico, além de borrifação da
sala cirúrgica) e em 1867 aperfeiçoa o uso de antissépticos em métodos cirúrgicos e publica “Antiseptic Principle of the Practice of Surgery”.
1878 – começa-se a usar iodo como antisséptico.
1887 - Desenvolvidas as primeiras lentes de contato.
1879 - Desenvolvida a primeira vacina contra a
cólera.
1882 - Primeira vacina contra a raiva de Louis Pasteur. Robert Koch , bacteriologista alemão, descreve o agente causador da tuberculose (bacilo de
Koch).
1890 – Willian Halsted, do Hospital John Hopkins, encomenda à Goodyear, luvas de borracha para sua assistente Caroline Hampton, alérgica ao ác.
Fênico utilizado para assepsia das mãos antes das cirurgias, introduzindo o uso de luvas cirúrgicas.
1890 - Emil von Behring descobre a vacina contra tétano
1895 – Wilhelm Roentgen, descobre os raios X.
1896 – Reginaldo Heber Fitz, põe fim às tiflites e peri-tiflites, descrevendo a apendicite.
Scipione Riva-Rocci descreveu "um novo esfigmomanômetro”, tendo este aparelho uma longa história de desenvolvimento por vários pesquisadores
desde Stephen Hales, 1733 (primeira medição da PA de um animal), até os atuais esfigmomanômetros digitais.
1896 - Primeira vacina contra a febre tifóide.
1897 - Primeira vacina contra a peste bubônica.
1899 - Felix Hoffman desenvolve a fórmula da aspirina.
1901 – Karl Landsteiner, austríaco, descreve os tipos sanguíneos ABO.
1902 – Oswaldo Cruz, médico-sanitarista brasileiro, especializado em microbiologia e saúde pública pelo Instituto Pasteur, saneou a cidade do Rio de
Janeiro, reduzindo drasticamente diversas doenças e evitando epidemias.
1913 - Dr. Paul Dudley White é o pioneiro no uso da eletrocardiografia.
1918 – Gripe espanhola leva à morte, 20 milhões.
1921 - Earle Dickson inventa o Band-Aid.
1922 - Insulina começa a ser usada no tratamento da diabetes.
1923 - Primeira vacina contra difteria.
1926 - Primeira vacina contra pertussis (coqueluche)
1927 - Primeira vacina contra tuberculose. Primeira vacina contra Tétano.
1928 – Alexander Fleming, bacteriologista, durante suas férias, tem algumas de suas placas de cultura de estafilococos contaminadas com o fungo
penicilinum, o que levaria ao desenvolvimento da penicilina.
1935 - Primeira vacina contra a febre amarela.
1937 - Primeira vacina contra o tifo. Bernard Fantus cria o primeiro banco de sangue, em chicago.
1940 – Karl Landsteiner e seus colaboradores, descrevem o tipo sanguíneo Rh.
1942 - Doctor Karl Theodore Dussik publica o tratado sobre ultra som.
1943 - Selman A. Waksman descobre a estreptomicina (antibiótico)
1945 - Primeira vacina contra a Influenza
Século XX 1950 - John Hopps inventa o primeiro marca-passo.
1952 - Jonas Salk desenvolve a primeira vacina contra a poliomielite. Rosalind Franklin usa a difração dos Raios X para estudo do DNA.
1953 – Francis Crick e James Watson, apresentam o modelo da estrutura helicoidal do DNA, utilizando-se, porém, de dados não publicados e
fotografias obtidas por Rosalind Franklin e Maurice Wilkins.
1954 - Gertrude Elion patenteia a primeira droga contra a leucemia. Dr. Joseph E. Murray realiza o primeiro transplante de rim.
1957 – Basil Hirschowitz, sul-africano, dando seguimento a Rudolf Schindler que inventou o gastroscópio semi-flexível, em 1932, desenvolve o
endoscópio de fibra óptica.
1958 – Jean Baptiste Dausset, explica a rejeição aos transplantes através dos conceitos do MHC / HLA.
1963 – Rosalyn Yallow, americana, PhD em física nuclear, desenvolve a técnica de radioimunoensaio que permite a detecção de antígenos e
anticorpos.
1964 - Primeira vacina contra a caxumba.
1967 - First vaccine developed for mumps. Dr. Christiaan Barnard realiza o primeiro transplante de coração.
1970 - Primeira vacina contra a rubéola.
1970-80 – Werner Arber, suíço, doutor em ciências naturais, descreve as endonucleases / DNA recombinante, abrindo caminho para a engenharia
genética.
1974 - Primeira vacina contra a catapora.
1975 - Robert S. Ledley inventa a tomografia computadorizada.
1977 - Primeira vacina contra a pneumonia.
1978 - Nascido o primeiro bebê de proveta. Primeira vacina contra a Meningite.
1980 - Varíola é erradicada.
1981 - Primeira vacina contra a hepatite B.
1983 - HIV, o vírus que causa a AIDS, é identificado.
1984 - Alec Jeffreys formula o método de identificação por digital.
1985 - Willem J. Kolff inventa a máquina responsável pela hemodiálise.
1992 - Primeira vacina contra a hepatite A.
1996 - Dolly, a ovelha, é o primeiro ser clonado.
2010 - J. Craig Venter cria o primeiro genoma sintético (bactéria Mycoplasma mycoide).
*.Acadêmico Paulo Zanin (medicina UNIDERP) inseriu todas os fatos em cor marrom segundo a fonte: Timeline of History of Medicine – informação oficial do governo
britânico sobre a história da medicina. O original pode ser encontrado no endereço: http://www.history-timelines.org.uk/events-timelines/10-history-of-medicine-
timeline.htm
A pelve é subdividida em pelves maior e menor. A pelve maior, superior à abertura superior da pelve, protege as vísceras
abdominais inferiores (íleo e colo sigmoide). A pelve menor oferece a estrutura óssea para os compartimentos da cavidade
pélvica e do períneo, separados pelo diafragma da pelve. O períneo refere-se à região que inclui o ânus e os órgãos genitais
externos, se estendendo do cóccix até o púbis e abaixo do diafragma pélvico.
O quadril une a coluna vertebral aos dois fêmures. Contém funções primárias e secundárias.
Funções primárias: sustenta o peso do corpo nas posições sentadas e de pé; oferece fixação para os fortes
músculos da locomoção e postura;
Funções secundárias: conter e proteger as vísceras pélvicas e as vísceras abdominais inferiores; proporcionar
sustentação para as vísceras abdomino-pélvicas e para o útero grávido; proporcionar fixação por uma série de
estruturas como corpos eréteis (corpos cavernosos e o corpo esponjoso), músculos e membranas entre outros.
O termo pelve é usado para nomear o anel ósseo formado pelos dois ossos do quadril lateralmente, sacro e cóccix
posteriormente, e delimitada na porção anterior pela sínfise púbica e na inferior pelo diafragma pélvico, constituindo assim
o cíngulo do membro inferior. Faz parte da região inferior do abdome, sendo dividida em pelve óssea e visceral.
As vísceras pélvicas compreendem a bexiga, porções terminal dos ureteres, órgãos genitais, tanto masculino quanto
feminino, reto, assim como também contêm vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Portanto, a pelve, além de promover a união entre a coluna vertebral e os membros inferiores, tem fundamental
importância na sustentação do tronco e proteção dos órgãos que se situam nessa região. Na mulher, fornece proteção ao
feto em desenvolvimento.
RESÍDUOS INFECTANTES
Estes resíduos podem ser divididos em quatro grupos a saber:
MATERIAL PROVENIENTE DE ÁREAS DE ISOLAMENTO
Incluem-se aqui, sangue e secreções de pacientes que apresentam doenças transmissíveis.
MATERIAL BIOLÓGICO
Composto por culturas ou estoques de microrganismos provenientes de laboratórios clínicos ou de pesquisa, meios de
cultura, placas de Petri, instrumentos usados para manipular, misturar ou inocular microrganismos, vacinas vencidas ou
inutilizadas, filtros e gases aspiradas de áreas contaminadas.
SANGUE HUMANO E HEMODERIVADOS
Composto por bolsas de sangue com prazo de utilização vencida, inutilizada ou com sorologia positiva, mostras de sangue
para análise, soro, plasma, e outros subprodutos.
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O DESCARTE
As disposições inadequadas dos resíduos gerados em laboratório poderão constituir focos de doenças infecto-contagiosas
se, não forem observados os procedimentos para seu tratamento. Lixo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos
para o lixo tipo 1, de capacidade máxima de 100 litros, indicados pela NBR 9190 da ABNT.
Os sacos devem ser totalmente fechados, de forma a não permitir o derramamento de seu conteúdo, mesmo se
virados para baixo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros até o processamento ou destinação final
do resíduo. Caso ocorram rompimentos freqüentes dos sacos, deverão ser verificados, a qualidade do produto ou
os métodos de transporte utilizados. Não se admite abertura ou rompimento de saco contendo resíduo
infectante sem tratamento prévio.
Havendo derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com uma solução desinfetante (por exemplo,
hipoclorito de sódio a 10.000 ppm), recolhendo-se em seguida. Proceder, depois, a lavagem do local. Usar os
equipamentos de proteção necessários.
Todos os utensílios que entrarem em contato direto com o material deverão passar por desinfecção posterior.
Os sacos plásticos deverão ser identificados com o nome do laboratório de origem, sala, técnica responsável e
data do descarte.
Autoclavar a 121 C (125F), pressão de 1 atmosfera (101kPa, 151 lb/in acima da pressão atmosférica) durante pelo
menos 20 minutos.
As lixeiras para resíduos desse tipo devem ser providas de tampas.
Estas lixeiras devem ser lavadas, pelo menos uma vez por semana, ou sempre que houver vazamento do saco.
RESÍDUOS PERFUROCORTANTES
Os resíduos perfurocortantes constituem a principal fonte potencial de riscos, tanto de acidentes físicos como de doenças
infecciosas. São compostos por: agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi, lâminas de barbear e qualquer vidraria
quebrada ou que se quebre facilmente.
Procedimentos recomendados para o descarte
• Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em recipientes de paredes rígidas, com tampa e resistentes à
autoclavação. Estes recipientes devem estar localizados tão próximo quanto possíveis da área de uso dos materiais. Os
recipientes devem ser identificados com etiquetas autocolantes, contendo
informações sobre o laboratório de origem, técnico responsável pelo descarte e data do descarte.
• Embalar os recipientes, após tratamento para descontaminação, em sacos adequados para descarte identificados como
material perfurocortantes e descartar como lixo comum, caso não sejam incinerados.
• A agulha não deve ser retirada da seringa após o uso.
• No caso de seringa de vidro, levá-la juntamente com a agulha para efetuar o processo de
descontaminação.
• Não quebrar, entortar ou recapear as agulhas.
RESÍDUOS RADIOATIVOS
Compostos por materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos com baixa atividade provenientes de
laboratórios de pesquisa em química e biologia, laboratórios de análises clínicas e serviços de Medicina Nuclear. São
normalmente, sólidos ou líquidos (seringas, papel absorvente, frascos, líquidos derramados, urina, fezes, etc.). Resíduos
radioativos, com atividade superior às recomendadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), deverão ser
acondicionados em depósitos de decaimento (até que suas atividades se encontrem dentro do limite permitido para sua
eliminação).
Procedimentos específicos para o descarte
• Não misturar rejeitos radioativos líquidos com sólidos.
• Preveja o uso de recipientes especiais, etiquetados e apropriados à natureza do produto radioativo em questão.
• Coletar materiais como agulhas, ponteiras de pipetas e outros objetos afiados, contaminados por radiação, em
recipientes específicos, com sinalização de radioatividade.
• Os containers devem ser identificados com: Isótopo presente, tipo de produto químico e concentração, volume do
conteúdo, laboratório de origem, técnico responsável pelo descarte e a data do descarte.
• Os rejeitos não devem ser armazenados no laboratório, mas sim em um local previamente adaptado para isto,
aguardando o recolhimento.
• Considerar como de dez meias vidas o tempo necessário para obter um decréscimo quase total para a atividade dos
materiais (fontes não seladas) empregadas na área biomédica.
• Pessoal responsável pela coleta de resíduos radioativos devem utilizar vestimentas protetoras e luvas descartáveis. Estas
serão eliminadas após o uso, também, como resíduo radioativo.
• Em caso de derramamento de líquidos radioativos, poderão ser usados papéis absorventes ou areia, dependendo da
quantidade derramada. Isto impedirá seu espalhamento. Estes deverão ser eliminados juntos com outros resíduos
radioativos.
RESÍDUOS QUÍMICOS
Os resíduos químicos apresentam riscos potenciais de acidentes inerentes às suas propriedades específicas. Devem ser
consideradas todas as etapas de seu descarte com a finalidade, de minimizar, não só acidentes decorrentes dos efeitos
agressivos imediatos (corrosivos e toxicológicos), como os riscos cujos efeitos venham a se manifestar a mais longo prazo,
tais como os teratogênicos, carcinogênicos e mutagênicos. São compostos por resíduos orgânicos ou inorgânicos tóxicos,
corrosivos, inflamáveis, explosivos, teratogênicos, etc.
Para a realização dos procedimentos adequados de descarte, é importante a observância do grau de toxicidade e do
procedimento de não mistura de resíduos de diferentes naturezas e composições. Com isto, é evitado o risco de
combinação química e combustão, além de danos ao ambiente de trabalho e ao meio ambiente. Para tanto, é necessário
que a coleta desses tipos de resíduos seja periódica. Os resíduos químicos devem ser tratados antes de descartados. Os
que não puderem ser recuperados, devem ser armazenados em recipientes próprios para posterior descarte.No
armazenamento de resíduos químicos devem ser considerados a compatibilidade dos produtos envolvidos, a natureza do
mesmo e o volume.
Procedimentos gerais de descarte
Cada uma das categorias de resíduos orgânicos ou inorgânicos relacionados deve ser separada, acondicionada,
de acordo com procedimentos e formas específicas e adequadas a cada categoria. Na fonte produtora do rejeito
e em sua embalagem deverão existir os símbolos internacionais estabelecidos pela Organização Internacional de
Normalização (ISO) e pelo Comitê de Especialistas em Transporte de Produtos Perigosos, ambos da Organização
das Nações Unidas, adequados a cada caso.
Além do símbolo identificador da substância, na embalagem contendo esses resíduos deve ser afixada uma
etiqueta autoadesiva, preenchida em grafite contendo as seguintes informações: Laboratório de origem,
conteúdo qualitativo, classificação quanto à natureza e advertências.
Os rejeitos orgânicos ou inorgânicos sem possibilidade de descarte imediato devem ser armazenados em
condições adequadas específicas.
Os resíduos orgânicos ou inorgânicos deverão ser desativados com o intuito de transformar pequenas
quantidades de produtos químicos reativos em produtos derivados inócuos, permitindo sua eliminação sem
riscos. Este trabalho deve ser executado com cuidado, por pessoas especializadas.
Os resíduos que serão armazenados para posterior recolhimento e descarte/incineração, devem ser recolhidos
separadamente em recipientes coletores impermeáveis a líquidos, resistentes, com tampas rosqueadas para
evitar derramamentos e fechados para evitar evaporação de gases.
Resíduos inorgânicos tóxicos e suas soluções aquosas – Sais inorgânicos de metais tóxicos e suas soluções
aquosas devem ser previamente diluídos a níveis de concentração que permitam o descarte direto na pia em
água corrente.
RESÍDUOS COMUNS
Composto por todos os resíduos que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores e que, por sua semelhança
com os resíduos domésticos comuns, podem ser considerados como tais.
1) Agulhas descartáveis
a) Contaminadas:
Após o uso imergir no vasilhame de paredes duras contendo formol a 10%, para isso destinado, pelo menos 24 horas.
Observação: DESPREZÁ-LAS SEM USAR O PROTETOR a fim de se evitar o risco de acidentes (punção acidental do dedo).
b) Sujas com material aderente:
Desprezá-las com o respectivo protetor bem preso. Após a descontaminação deverá ser incinerado
2) Material Cirúrgico
a) Contaminado:
Imergir em solução de glutaraldeido a 2% por 02 horas para desinfectar. Após lavar em água corrente e destilada, secar com
gase e guardar.
Se desejar esterilizar o material, submeter a glutaraldeido a 2% durante 10 horas, lavar e secar com água e gaze estéreis
dentro do fluxo laminar. Alternativamente.
3) Tampões de Gaze
a) Molhados com cultura
Colocar no vasilhame com hipoclorito de sódio a 1% para ser desprezado após desinfecção.
b) Secos
Deixar em vasilhame reservado por, no mínimo, 48 horas e em seguida reutilizá-los.
INTRODUÇÃO - Problema 3
“O MÉDICO DO SÉCULO XXI”: PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PRETENDIDO PARA O MÉDICO A SER FORMADO PELA UNIDERP
No âmbito mais específico da formação profissional, o médico a ser graduado pela
UNIDERP deverá apresentar o seguinte perfil (in: Projeto Pedagógico do Curso de Medicina
da UNIDERP, 2000:68):
· estar estimulado e capacitado para a prática da educação permanente, especialmente para a auto-aprendizagem;
· exercer a medicina, utilizando procedimentos diagnósticos e terapêuticos validados cientificamente;
· dominar as técnicas de leitura critica indispensáveis frente à sobrecarga de informações e da transitoriedade de
conhecimentos;
· dominar os conhecimentos científicos básicos, de natureza biopsicossocial atribuídos à prática médica;
· ter domínio dos conhecimentos de fisiopatologia, procedimentos diagnósticos e terapêuticos necessários à prevenção,
tratamento e reabilitação das doenças de maior prevalência epidemiológica e aspectos da saúde ao longo do
ciclobiológico: saúde individual da criança, do adolescente, do adulto e do idoso com as peculiaridades de cada sexo; saúde
da família e da comunidade; doenças crônico-degenerativas; neoplasias malignas; causas externas de morbimortalidade;
doenças mentais e psicossociais; doenças infecciosas e parasitárias; doenças nutricionais; doenças ocupacionais;
ambientais e iatrogênicas;
· ter capacitação para utilizar recursos semiológicos e terapêuticos contemporâneos, hierarquizados para atenção integral
à saúde, no primeiro, segundo e terceiro níveis de atenção;
· utilizar procedimentos semiológicos e terapêuticos, conhecendo critérios de indicação e contra-indicação, limitações,
riscos, confiabilidade e sua validação científica;
· atuar dentro do sistema hierarquizado de saúde, obedecendo aos princípios técnicos e éticos da referência e contra
referência;
· saber atuar em equipe multiprofissional, assumindo, quando necessário, o papel de responsável técnico, relacionando-se
com os demais membros em bases éticas;
· exercer a medicina com postura ética e humanística em relação ao paciente, família e à comunidade, observando os
aspectos sociais, culturais, psicológicos e econômicos relevantes do contexto, baseados nos princípios da bioética;
· ter uma visão social do papel do médico e disposição para engajar-se em atividades de política e de planejamento em saúde;
· Informar e educar seus pacientes, familiares e comunidade em relação àpromoção da saúde, prevenção, tratamento e
reabilitação das doenças, usando técnicas adequadas de comunicação;
· conhecer as principais características do mercado de trabalho onde deverá inserir-se, procurando atuar dentro dos
padrões locais, buscando o seu aperfeiçoamento, considerando a política de saúde vigente;
· utilizar ou administrar recursos financeiros e materiais, observando a efetividade, visando a eqüidade e a melhoria do
sistema de saúde, pautada em conhecimentos validados cientificamente.
As mudanças na educação médica brasileira em perspectiva: reflexões sobre a emergência de um novo estilo de
pensamento
Maria Inês Nogueira
Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil
Estudos e avaliações do ensino médico no Brasil contemporâneo, contudo, mostram que a maioria dos cursos de
Medicina se encontra ainda organizada de acordo com as proposições do Relatório Flexner. Com a reforma universitária de
1968, o conteúdo curricular das escolas médicas ajustou-se ao modelo flexneriano, que tornou obrigatório o ensino
centrado no hospital e oficializou a separação entre ciclo básico e profissional. Embora essa reformulação tenha
modernizado o ensino médico, ao propor uma formação com base científica, nele imprimiu características mecanicistas,
biologicistas e individualizantes. Assim, ficou estabelecido um modelo formador que fragmentava o conhecimento por
meio do estudo do corpo humano segundo órgãos e sistemas, estimulava a especialização profissional e atendia aos
interesses do complexo médico-industrial.
Na segunda metade da década de 1970, surgia no Brasil um grande ator social coletivo - o Movimento Sanitário -,
que se caracterizava por lutar contra a ditadura, contra a forma de atenção do complexo médico-industrial e a favor da
necessidade de associar a saúde pública e a assistência médica em um só ministério. A partir da realização da 8ª
Conferência Nacional de Saúde, em 1986, desenhou-se, então, o projeto de construção de um sistema público de saúde
pautado numa concepção ampliada de saúde e no lema - "Saúde como direito de todos e dever do Estado". A aprovação da
nova constituição em 1988 e das Leis Orgânicas em 1990 garantiu legalmente o SUS (Sistema Único de Saúde) dentro dos
princípios da universalidade, integralidade, equidade, hierarquização da assistência e participação da comunidade.
Da década de 1990 até hoje, o SUS vem enfrentando inúmeros obstáculos para a sua consolidação efetiva como
sistema universal, humanizado e de qualidade. Assim, tornou-se imprescindível adotar medidas voltadas à formação e à
capacitação desse profissional por meio da viabilização de mudanças na graduação que atendam aos interesses apontados
por um novo modelo de atenção à saúde. Em 1991, a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), o Conselho
Federal de Medicina (CFM) e mais nove instituições relacionadas à profissão médica constituíram a Comissão
Interinstitucional Nacional de Avaliação das Escolas Médicas (Cinaem) com a finalidade de avaliar a educação médica e
fomentar o aperfeiçoamento do Sistema de Saúde.
Na primeira fase do projeto desenvolvido pela Cinaem, traçou-se um perfil das escolas médicas brasileiras a partir
de um roteiro elaborado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Em decorrência dos resultados obtidos nessa
fase, foram identificadas algumas questões importantes, que foram contempladas numa segunda fase do projeto, tais
como: os métodos pedagógicos, o sistema de avaliação docente e discente, e a proposta curricular. Em 1998, a terceira
fase do projeto Cinaem, chamada "Transformação do Ensino Médico no Brasil", contou com adesão significativa das
escolas médicas para um movimento de mudanças cujo objetivo maior seria o real atendimento das necessidades de saúde
da população3,4. Assim, após um longo processo de discussão e de negociação, foram homologadas em 2001, pelo
Conselho
Nacional de Educação, as Diretrizes Curriculares do Ensino Médico, tendo como eixo norteador o papel social do aparelho
formador. As premissas enfatizadas nas novas diretrizes incluem: integração entre teoria e prática, pesquisa e ensino, e
entre conteúdos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais do processo saúde-doença, além da inserção precoce e
responsável
dos estudantes em atividades formativas nos serviços de saúde e o estímulo à participação ativa destes na construção do
conhecimento.
Ainda em 2001, como resultado de uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação, é lançado um
programa de incentivo às mudanças nos cursos de Medicina - o Promed. Este programa visa oferecer apoio técnico e
financeiro às escolas médicas dispostas a desenvolver processos de mudança que levem a uma articulação com os serviços
de saúde, à adoção de metodologias ativas de ensino-aprendizagem e a uma formação crítica e humanista do profissional
médico. Além do Promed, políticas mais recentes no Brasil, como, por exemplo, os Polos de Educação Permanente em
Saúde e o Aprender SUS, aproximam os ministérios da Saúde e Educação na coordenação de ações que visam encurtar
distâncias entre as escolas médicas, os serviços e a comunidade3.
Ao propor a formação de médicos competentes, éticos e comprometidos com as necessidades de saúde da população, as
novas diretrizes curriculares, que atualmente constituem os princípios gerais para a formação médica, instigam uma
interação ativa entre estudantes, professores, profissionais de saúde e usuários. Para uma reorientação efetiva da
educação médica, há que se lidar com mudanças profundas que implicam transformação de concepções de saúde, de
práticas clínicas e de relações de poder dentro das universidades, dos serviços de saúde e do espaço social. Portanto, a
implementação das novas diretrizes curriculares não é um processo estático, apesar de garantido pela legislação, mas, ao
contrário, é um processo dinâmico e acidentado, intercalado por avanços e retrocessos, que precisa ser cotidianamente
construído nos diversos cenários de prática profissional para o enfrentamento dos problemas que se apresentam na
realidade.
Vale a pena ressaltar o ecletismo desse movimento de mudança, que conta com a participação de atores sociais
diversos, como a Abem, a Cinaem, a Rede Unida, o CFM e a Abrasco - os quais também não pensam exatamente da mesma
forma. Assim, a partir da constatação consensual de que as universidades precisam formar um outro tipo de profissional,
vem se desenvolvendo um longo processo de discussão em várias instâncias e de acordo com os diversos contextos
institucionais, políticos e sociais vigentes.
O relatório Lalonde foi um relatório produzido em 1974 no Canadá, sob o nome de A new perspective on the health of
Canadians (Uma nova perspectiva da saúde de canadenses). É considerado o "primeiro relatório governamental moderno
no mundo ocidental a reconhecer que a ênfase em assistência médica sob um ponto de vista biomédico é errado, e que é
necessário olhar além do sistema tradicional de saúde (tratamento dos doentes) se o objetivo é melhorar a saúde do
público." reuniu e analisou os chamados determinantes de saúde, referindo-os à realidade canadense: a biologia humana;
o ambiente físico e social; o estilo de vida; e a organização da assistência à saúde
Rede UNIDA
• Surgiu como “Rede de Integração de Projetos Docente-Assistenciais – Rede IDA”, em 1985 (UFMG), e consistia num
grande movimento de mudança na formação de profissionais de Saúde.
• Ela tem seus primórdios no início dos anos 70, com o movimento social: Reforma Sanitária.
• Foram desenvolvidas lideranças e elaboradas propostas abrangentes para a saúde no país que foram levadas a VIII
Conferência Nacional de Saúde (1986), e culminou no capítulo Da Saúde, na Constituição Federal Brasileira (1988), e na
criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
• No bojo da Reforma Sanitária Brasileira, foi constituindo-se um movimento pela mudança na formação dos profissionais de
saúde, que ganhou mais vigor a partir dos anos 90, durante o processo de implementação do SUS.
• Em meados dos anos 90, com o desenvolvimento do Programa UNI (Uma Nova Iniciativa na Educação dos Profissionais de
Saúde: união com a comunidade), ocorreu uma evolução da Rede IDA através da articulação com os projetos UNI, e sua
denominação passou a ser Rede UNI-IDA, e, posteriormente, Rede UNIDA.
• Reúne projetos, instituições e pessoas interessadas em mudar a formação dos profissionais de saúde e consolidar um
sistema de saúde equitativo e eficaz com forte participação social.
• Promove parcerias entre universidades, serviços de saúde e organizações comunitárias, em uma modalidade de co-gestão
do processo de trabalho colaborativo, em que os sócios compartilham poderes, saberes e recursos.
• Secretaria executiva em Londrina, procura dinamizar as relações entre membros, propondo debates e intervenções
organizadas em eventos, e questões relevantes das políticas de saúde e educação do país.
A primeira conferência internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 21 de Novembro de 1986,
aprovou a presente Carta, que contém as orientações para atingir a Saúde para Todos no ano 2000 e seguintes. Foi
essencialmente uma resposta às crescentes expectativas no sentido de se conseguir um novo movimento de Saúde Pública
a nível mundial. As discussões centraram-se nas necessidades dos países industrializados, mas também tomaram em
consideração todas as outras regiões.
A Carta de Ottawa defende a promoção da saúde como fator fundamental de melhoria da qualidade de vida, assim como
defende a capacitação da comunidade nesse processo, salientando que tal promoção não é responsabilidade exclusiva do
setor da saúde, mas é responsabilidade de todos, em direção ao bem-estar global. Propõe cinco campos de ação: a
elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis, a criação de ambientes favoráveis à saúde, o reforço da ação
comunitária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação do sistema de saúde. Além do provimento de
serviços assistenciais, fica proposta claramente.
ProgramaUNI
“Uma nova iniciativa na formação dos profissionais de saúde: união com a comunidade”
Criado no início dos nos 90 pela Fundação W. K. Kellogg. Parte de avaliação crítica das experiências de integração docente-
assistencial e visava a implantação de prática pedagógica inovadora, articuladamente com mudanças na assistência à
saúde no âmbito dos sistemas locais de saúde - SILOS, e acompanhada de novo tipo de participação social, voltada à
promoção da saúde e à melhoria da qualidade de vida.
Colaboradores:
Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e
Network of Community Oriented Educational Institutions for Health Sciences”.
Três componentes: universidade, serviços de saúde e comunidade.
Foi implantado em universidades de vinte e três cidades da América Latina, seis das quais, no Brasil: Botucatu - SP, Marília
- SP, Londrina - PR, Natal - RN, Salvador – BA e Brasília - DF.
Objetivos:
• Promover movimentos de progresso sincrônico na educação, prestação de serviços de saúde e na comunidade;
• Criar e difundir modelos, passíveis de replicação, envolvendo três parceiros - universidade, serviços de saúde e comunidade;
• Apoiar modelos de Integração Docente Assistencial no âmbito de sistemas locais de saúde - SILOS, baseados no trabalho
interdisciplinar e multiprofissional e na inovação de métodos pedagógicos;
• Promover o aprimoramento da formação profissional dos graduandos na área de saúde, adequando-os às necessidades de
saúde na comunidade e às características da futura prática profissional;
• Promover a participação comunitária nas decisões relativas ao setor da saúde;
• Apoiar o desenvolvimento de lideranças (na universidade, nos serviços de saúde e na comunidade).
Criado 4 séculos antes de Cristo, o JH contem em sua essência preceitos considerados fundamentais da Ética
médica, como o reconhecimento da sacralidade da vida e o respeito à dignidade humana. É um fator afirmados e de
compromisso com os princípios éticos vigentes. Contudo com as conquistas tecnológicas atuais, foi introduzido muitas
inovações no exercício na medicina e passaram a conclamar uma revisão de seus postulados éticos. Buscando-se adequar à
realidade de cada época o JH teve diversas alterações ao longo dos anos, partes omitidas e outras acrescentadas. Respeito
ao paciente, compromisso em honrar a profissão e o segredo médico são alguns ideais presentes até hoje nos juramentos.
Algumas partes perderam validade como os votos de honrar seu mestre e seus filhos e provê-los financeira e
intelectualmente se necessário. Temas conflitantes como eutanásia e aborto passaram a ser excluídos em alguns casos
enquanto outros temas não implícitos no juramento mas que adquiriram importância hoje, como consentimento
informado e justiça social, passaram a ser incluídos.
Levantam-se questões como: é necessário um juramento? Se sim, deve ser um juramento de 2000 anos ou um
novo? O juramento faz um médico diferente ou até melhor do que aquele que não jurou?
Apesar das discussões, os juramentos são amplamente utilizados nas escolas médicas em todo o mundo,
algumas usam versões modernas do JH, outras a Declaração de Genebra ou um juramento próprio. A utilização de
juramento médico é amplamente difundida nas escolas médicas brasileiras, mas, ao contrário de outros países, os textos
utilizados ainda são baseados, em sua grande maioria, no JH e não abordam temas atuais relevantes para a Ética Médica e
Bioética. É importante que se discuta os juramentos durante a graduação, proporcionando aos estudantes a oportunidade
de debater os
compromissos que julgam essenciais a seu exercício profissional. A partir daí, caberá a eles a escolha de fazer um
juramento e que tipo de juramento vão prestar. Esta reflexão é fundamental para a identificação do formando com a sua
profissão e para impedir que o juramento hipocrático se torne um juramento “hipócrita” e sem valores para o estudante.
ÉTICA
A ética propriamente dita, i.e., como estudo sistemático sobre os conceitos relativos ao bem e ao mal, supõe-se
que nasceu quando o ser humano começou a refletir como seria a melhor maneira de viver e conviver. A palavra ética, do
latim éthicus e do grego éthikós, etimologicamente é o ramo de conhecimento que estuda a conduta humana,
estabelecendo os conceitos do bem e do mal, numa determinada sociedade em uma determinada época. De acordo
com McFaden (1961:164) a palavra ética deriva do grego ethos, que significa costume ou prática, maneira característica de
agir nos atos deliberados do ser humano.
Ética é hábito, arte, de fazer o bem, que torna bom aquilo que é feito e quem o fez (PLATÃO, 428 a. C., apud ROSAS,
2004:1).
Segundo Lopes (1980:46) ética, de modo técnico, é a ciência que estuda a moralidade dos atos humanos, exercidos
à luz da razão e de modo específico: é uma ciência, um sistema de conhecimentos, estabelecidos claramente e baseados
em princípios comprovados; é uma ciência natural, pois se norteia pela razão natural do ser humano; é uma ciência prática
e normativa.
Ética implica em juízo de valores e vem de dentro para fora do indivíduo, está imbricada com o seu próprio eu e
depende das opções dadas ao sujeito, portanto, precisa de liberdade. Pelo exposto, entende-se que diante de uma
determinada situação, o ser humano age de uma determinada maneira, de acordo com seus valores e com as alternativas
que tem no momento, fazendo portanto, suas escolhas. Além de necessitar de liberdade, o exercício da ética implica em
responsabilidade. A ética, deste modo, convida o indivíduo a tomar parte na elaboração das regras de sua conduta. Os
comandos éticos engajam sempre a liberdade do sujeito, afirmando sua autonomia, condição, si ne qua non, para o diálogo
da ética.
A palavra ética vulgarizou-se, tornando-se amplamente utilizada em nosso meio como sinônimo de correto,
certo. Entre os médicos o termo ficou atrelado historicamente ao Código de Ética Médica (CEM), criando uma linguagem
própria, universal, cômoda e de interpretação falsa, como um vício ou dogma. Poder-se-ia sugerir que do CEM emanam as
normas de conduta destinadas aos médicos brasileiros durante seu exercício profissional.
MORAL
Moral, do latim Moralis, que significa, ou relativo a costumes, conjunto de regras de conduta. Segundo o dicionário
etimológico, moral é o “conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer
tempo e lugar, quer para grupo ou pessoa determinada” (CUNHA, et al., 1986:46). Conduta por sua vez seria o
comportamento, procedimento, norma de uma pessoa, ou grupo ou comunidade (FERNANDES, 1998:226). Nesta
conceituação há pouca ou nenhuma diferença em relação ao conceito de ética.
Desta maneira, moral fica entendido como alguma coisa que se impõe de fora para dentro, baseada nos
costumes, de um determinado grupo ou sociedade, logo, variam com o tempo e o lugar. Moral está mais ligada aos
costumes do lugar e do tempo em que os sujeitos estão inseridos. Os comportamentos cobrados pelo grupo, são regras
que na maioria das vezes, não estão dispostos em códigos ou leis.
A lei moral ou suas normas e códigos têm por finalidade ordenar um conjunto de direitos e deveres do indivíduo
em uma determinada sociedade. Para que estas normas sejam exeqüíveis é necessária à presença de um comando, seja
Deus, Juiz ou Governo, que as imponha e em caso de desobediência, esta autoridade terá o direito de castigar o infrator.
ÉTICA MÉDICA
Naturalmente os pressupostos da Ética Médica são direcionados aos médicos no seu exercício profissional, ou
seja, durante o ato médico. Moura Fé (2000:1) imagina que a Medicina nasceu com o homem. Cita que: “Quando o
primeiro ser humano se queixou de dor, a mão de alguém se estendeu para trazer alívio. Ali ocorria o primeiro ato médico”.
Assim sendo, acredita que o nascimento da Medicina tem uma ligação muito íntima com o sofrimento humano e
a tentativa de minimizá-lo. A força propulsora que gerou a atividade médica foi o desejo de curar as doenças. Todavia, nem
sempre isto é possível, e o mesmo autor orienta que a conduta médica deve: “curar quando possível, mas aliviar
sempre”. Neste sentido , o foco da Medicina sai da cura e passa a ser o cuidado, buscando aliviar o sofrimento.
Segundo Lopes (1980:46) Ética Médica é uma forma especial de ética, que se preocupa com os problemas morais
da profissão médica. Para aprimorar o exercício profissional da Medicina, a Ética Médica é traduzida em formato de Código
de Ética Médica (CEM), composta através de diversos capítulos contendo artigos que devem ser adotados pelos
profissionais.
Fundamentos éticos da Medicina hipocrática
A Medicina hipocrática inaugura o pensamento ético contemporâneo, respeitando a autonomia do paciente e
prevenindo danos. Desde o Juramento de Hipócrates já ficava evidente o tríplice compromisso dos médicos: com os
doentes, com os colegas e com a sociedade, dentro desta ordem hierárquica. A filosofia hipocrática defende que a ação do
médico deve ser realizada inicialmente em benefício do paciente, esta postura evita a caracterização de uma ação
primariamente comercial e sim numa relação de ajuda e confiança Três valores hipocráticos merecem consideração para o
exercício da profissão: a filantropia, a filosofia e a filotécnica.
O primeiro a filantropia cujo significado é amor às pessoas, amor aos seres humanos, trata-se de gostar de gente.
O médico deve no mínimo gostar dos pacientes para ao menos consolar quando não consegue curar ou aliviar o sofrimento
humano. Vale ressaltar que o oposto da filantropia, ou seja sua negação, seria a indiferença, que também pode ser
relatada como a falta de indignação com atitudes descabidas, socialmente prejudiciais. Já o termo filosofia significa amor
ao conhecimento, seria gostar de aprender. Refere-se a uma pessoa desejosa de saber cada vez mais, de se atualizar, de
descobrir, seria o prazer do conhecimento. O princípio da filotécnica refere-se ao amor a arte, no sentido de oficio,
ocupação, profissão, seria gostar do seu trabalho, amor pelo que faz. Neste sentido seria dedicar-se ao trabalho com amor
(SÁ JR, 2002:80).
Princípios basilares da Medicina hipocrática
A Medicina hipocrática é a origem da Medicina ocidental contemporânea, de ascendência grega, ela foi adaptada
de acordo com a evolução do conhecimento científico moderno.
1)Favorecer e não prejudicar (primo non nocere, primeiro, não fazer o mal) que significa estar escolhendo o mal menor;
2)Abster-se de tentar procedimentos inúteis (os médicos gregos não atendiam aos moribundos e aos doentes considerados
incuráveis, porque o consideravam fora do alcance de sua profissão);
3)O dever de dedicar lealdade prioritária ao paciente (fidelidade e altruísmo, colocando sempre em primeiro lugar os
interesses do doente e depois, os interesses da cidade, inclusive os interesses dos demais médicos, todos estes postos acima
dos próprios interesses);
4)Atacar, de preferência, as causas da enfermidade (o tratamento dos efeitos é sempre considerado pelos hipocráticos uma
pobre alternativa à terapêutica etiológica);
5)Princípio da dignidade especial do homem, diante dos demais seres da natureza e da Medicina, diante das outras
atividades humanas na sociedade, e que produziu o humanismo greco-romano;
CÓDIGOS DE ÉTICA
Não basta o ser humano conhecer o que é certo e errado para escolher o certo, é necessário haver limites legais
e punições para a regulamentação profissional. Logo, as relações sociais necessitam ser intermediadas por leis, resoluções
e códigos de comportamento para que os cidadãos se respeitem reciprocamente e possam conviver de maneira
harmônica. Esta afirmativa ganha ainda mais força quando se trata de uma atividade como a Medicina, que permite a um
ser humano, o médico invadir o corpo e mente de outro ser humano, o paciente. Nestas circunstancias nada é absoluto,
porque se trata da pessoa humana. Trata-se de gente, gente que cuida de gente. Gente que precisa de limites para
respeitar seu semelhante Códigos de Ética Médica
Os códigos de Ética Médica se debruçam sobre um conjunto de normas ligadas ao comportamento do médico
durante o chamado ato médico, ou seja, em cabal atividade profissional. Ele tem um enfoque educativo e outro punitivo,
sendo que ambos convergem para a construção da cidadania. A estrutura destes códigos é disposta em capítulos que por
sua vez compreendem artigos, que abordam múltiplos temas relativos ao relacionamento dos médicos com seu entorno.
Todas estas iniciativas foram legitimadas por conselhos ou ordens que integram as categorias profissionais do país, e
posteriormente foram promulgadas pelos governos federais, tornando-se lei para a classe.
Códigos de Ética Médica brasileiros
Os códigos de Ética Médica brasileiros tiveram suas raízes históricas e o contexto da evolução dos seus princípios,
a partir da tradição hipocrática até o desenvolvimento técnico-científico da atualidade. Grande parte da influência destes
códigos foi contextualizada com os acontecimentos do mundo ocidental e seu aparecimento foi tardio, somente no início
do século XX e seu enriquecimento ocorreu a partir da criação do Conselho Federal de Medicina, em 1945. Os princípios do
código de Ética Médica não são leis imutáveis, destinadas a controlar o médico, mas sim, um norte ao qual ele deve guiar
sua conduta. Aos Conselhos Federal e Regionais de Medicina, cabe interpretar esses princípios de acordo com cada
circunstância.