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RECORDAÇÕES
DA
VIDA PARLAMENTAR
I.
RECORDAÇÕES
DA
VIDA PARLAMENTAR
DO ADVOGADO
VOL UME I
PIO' <:l
RIO DE JANEIRO
T P. UNIVERSAL DF. LAEMMERT
61.B, Rlla dos Invalidas, 61 B
1870
':; I • ~;~ ~! 't. L ftut~ I
I TRODUCQÀO
1831.
1832.
çõe' em contl'ario. »
I a me ma ão pag '. 151 16 O o pro-
jecto ..eO'uint (*):
« Art. 1.0 O jm ou intere e onven ionaI
1833.
ções em contrario..
u Paço da Camara, 16 de Outubro de 1833.
1837.
Rebouças.
• I
DISCURSO
Ing'ez Hol1anc1ez~'
c Franc ze , que pa ào
p~los po\"o mal oivili 'ado e indu o'ioso na
Emopa, ào, pel contrario, pregLUçoso , e tu.
pido e crneli, 'Uno em lia colonia .
.A.:ffil'mou men illn tl'e ollega que a fede·
ração dava força ao governo ac1111ini trativo',
Se é a do de, potismo em recm o ,Iso é fi:a·
queza quando ' falla em matel'ia de g'oYcrno,
Se a força é a da vIO'ilancia corripati\rel
pequenas. republi 'as, concedo. - ia, que tem
es a força de in ompati el om a integl'idac1e do
1mI rio, e com as reforma provin<liaes, que eu
~l'ofesso, e que no proporcionao a emenda elo
Senado? Ha a cl.i.ft rença que o y tema do
hom'ado orador ncerra male ÍDtrin e 0 ) que
não compensão os b n po ivei . e o federa·
li mo da no sa Oon 'tituiçao com o' de envolvi·
mento, que eu advogo, in lue todo o ben em
pl'obabilidade de gTaves riscos.
.A.ccrescentou o illu o' orador, que a pro-
víncias ficariào exteriormente mais defensavei
segtmdo as di tancia do centl'O commum. ão
po so' deixaI' de. crêr que o nobre orador l'
equivocou, emquanto que simelhante razão ataca
o grande plincipio fed ral . além de que 'uppoe
- Hl5
o 11.13 urdo de 11ao a i tu: á provm la direit
alg'Ull de defe a. Ma qu fi nao :; , que a "an-
ta 'eu federae. ao empi'e irrUtadOl'a da mao
e menOl'e do que a d ta? O facto é que
a proviu ia. immecliata ao eará fomo 10 0 '0
em el~ oc OlTO para ubjugarem o .. anguinario '_
Pinto "Madeira. O c l'to ,qu fi 'mo na épocha
mai r mota do fa to lo Bra i1 orno o honmd
orador a aba de r c u1ecer a pr viu ia do
Norte e oc orrêrào mlltuaD1ent~ para r p 11i1'
Hollandez no uI io'ualrnent a Franceze "
No E tado independente é que a acção é
mm. lenta p rqu ura- c de di cutil' e é o
ta u fced 1"Í.·, Ex mIl de i111 lhança o me-
mo E tado'- Di:lo na primitiva da ua Inde-
penden ia qqando a cau a da lil erdad pro la-
mada era principi o e encial da Confec1 raçao.
-E quanta.' falha .por :1hi nao houve!!!
Não pr inc1i de yandija e in ecto , que
apoqueutariàb o. e trangeiro in"a 01' . Que
t m i. o com a que tao t d mI? Nao ob tante,
é contrapI' duc nte o argllment ,ele. meu illu. tre
collcga porque vinelo o <: ceio com o aplU'o da
civili açao e\-andij a in ctos mortifi.cadOl:e
coadjuvariRo o ri. O' ela inva ão.
- 156 -
-=----'=--...:.-=;:=---:=====T==-.......-"-", ~__ = -
- 171 -
10 DISCUR o.
2° DISCURSO.
.
de ejar: uma vez que lhe cumpre conyerter-
e em tribunal de justiça, e julgar por crime
o maior p r::;onagens e funccionario do E -
tado. Todavia nã devêra er tamanha a
impres ao au ada por 'simelliante illcoheren-
cia' quando um outro illu tre orador, e
aliás, tido. por mui abalisado juri onsulto e pu-
blicista de puI o (o Sr. Vasconcellos) julgou
desvanecer a minha asserção obre erelli Vl-
- 220-
tali io os membros do Tribunal Supremo.do
Estado -Unido, com declarar, que ene. erào
~vestido mediante a declaração de rem con·
,ervado emqnanto bem erVIssem.
Pre indindo de. er e ta phra e entre nó
inconcns. a a respeito das nomeações do funccio-
nano á. vi.d[\,; - nao e ta,rGi, recordado o abio
j LU'iscon ulto de que a clau lua « qLbandiu e
bene gesse1'Ínt» sub titllio á que ant riormente
vogava na Inglater~'a • dU1'ante beneplacito I
e que por con cgninte, desde 1701, ficavão
ahi vitalícios os juizes, por acto especial elo
parlamento em o reina lo de Guilherme m?
'Desconhecerá o nobre orador que a me ma
phl'a e «quandiu se bene ge sel'int » foi aelop-
tada pelo' American s com toda a força de
expre' ao e de intelligencia pratica, com que
fôra concebida e acceita naqn lia na mãi pau'ia?
Dirá alg11em, I 01' aca o, que os juizes na
Grã-Bretanha sao amovivei , .ou temporaria-
mente succedidos ?
Por con eguinte é vi to que o illustre ora·
dor, Sr, Eval~sto, não decifrou o enig,ma, apezRr
de ter todo o tempo de 24 horas para con·
sultar, oU:"'U', combinar, cuscernir e descrever i
- 221 -
terrompeu-se a se são.
No seguinte dia 31 de Julho:
Dos Deputados Barros e Ferreira da Veiga:
«que seja acceita a demissão da Regencia e por uma
deputação se lhe dêem agradecimentos pelos el'-
viços que .prestou em tão alto emprego. Que
se convide ao' Senado para amanhã ao meio
dia proceder-se á nomeação da nova Regencia.
-A. Paes de Ba1'1'os, E. F. da TTeiga.»
Do Deputado Lessa: «Que se responda á Re·
gencia que a Assembléa dos Depu~ados nao julga
com eniente acceitar a sua demissão: mas ante.
louvando as suas virtudes, a solicíta para que
continue a empregar os seus des,ellos a bem
- 24.~ -
da patria emquanto a As embléa vai adoptar
a' medida convenientes.-Lessa.»
 pago 218, o relator da Commissao ad lwc,
o Sr. Paula A.l'a1.~o, leu outro parecer, sendo o
final da iutroducção:
I Tendo a 2tl. parte do seu parecer de a-
gradado á grande parte do membros da Ca-
mara toma sobre si toda a responsabilidade
moral, que de ju tiça deve recahir obre eus
membro, e nao obre os. que não partilhárão
a nas opiniãe a este re peito, pen a qlJ.e,
:ti.nda cabendo algumas medidas alvadoras nos
limite da Con tituição, tem lugar o retirar '0
,eu parecer, substituindo-o, pelo que submette
á con ideração da Camara. J
E o parecer é e te:
(Que e dirij a uma men agem á Regencia,
I convidando-a a pel1nanecer no seu po to,
( por não reconhece?' nem na Assel1~bléa nem
I na Regencia autoridade pa?'a ~b1na dar e a
convinha.
Dessa publicação; existente na .Bibliotheca
Nacional, farão col1igidós, em resumo e por
extenso, os Discursos do ·.Deputado Rebouça
que se s.éguem.
CMfARA ,DOS. :ç>EBU?,-'ADOS
r
CAMARA DOS DEPUTADOf'
. .
neraes, como Foy, Lamarque, Junot e outros.
Os estudantes, servindo um ou dous annos na
armas, não ficavão vedados de continuar seus
estudos os que não tivessem gosto pelo e.-
tado.
Julga que o fim que se teve em vista com o
projecto, conseguil'-se-ha do moelo que passa li,
propôr na seguinte emenda, que é apoiada:
« Para completar a forca de terra', fixada de
de 1837.-Rebouças. »
O Sr. Rebouças sustenta a resolução; mostra
que hade fixar a intelligencia obvia desta lei, e
todos os principias de utilidade; e lhe parece,
portanto, que ella está no caso de passar para
se evitar grandissimas demandas.
CAMARA DOS DEPUTADOS
,
Entra em discu ão um requerimento da Com-
mi são do orçamento pedindo cli,er as informa-
ções ao Governo.
O Sr. Rebouças julga que, qm:mdo os homa-
dos membros exprimem o eu zelo pela digni-
dade da Camara, emittem uma propo ição que
nao parece decorosa.
Entre as diversas cau a para nao se dar a
informações justamente peclid~s não se aéve
adoptar a peior dellas, que é dar-se por certo
que o Governo não manda a. informações por-
que não as quér mandar. Não se deve presu-
mn: e acreditar que haja um ~oYerno que trate
Com tanto desprezo a Camal'a do Deputados,
que não lhe manda as informaçõe que exige
para poder proceder como lhe cumpre. O ora-
dor quér antes presumu: qne o :Ministro se e-
- 30~
ORÇAMENTO.
ORÇ~1ENTO DA FAZENDA.
\
- 37i -
privado da circulação os metaes introduzindo
a desconfiança por toda a parte.
Não me. acho habilitado para expôr á Ca-
mara em toda ,a extensão os males, que tem
resultado a todo o Brasil dessa Lei, que não
poderei déixar de chamar infensa quando
procuro reparar seus males ou. evitar a con-
tinuação delles: _mas posso affirmar que a res-
peito da minha provincia, elles não poderião
er maiores do que tem sido. Por exemplo, ha
um individuo que se quér estabelecer afazen-
dando-se; tem para isso um cabedal equiva-
lente a dez. contos de réis, mas, para se
afazendar preci a outros dez, e esses não ão
tomados por um juro qu~ corre ponda ao
quantum d~ rendimento do capital sujeito, de
orte que o rendimento da indu tria do estabe-
lecimento agronomico ou commercial não póde
fazer face ao aluguer do capital e ao custo do
trÇl.balho do emprehendedor ou proprietario ;
pelo contrario, sendo ordinariamente o aluguer
a 12 % e mais, não sendo commummente pos-
sivel que estabelecimento algum, ou seja com-
mercial ou seja fabril, ou seja agronomico.
produza mais de 6.0 / 0 , qual é o reslutado? É
- 37i-
tornarem-se os alugadores do dinheiro onera-
dos de premios, que não p6dem solver da
accumulação delles ou do anatocism.o, d'ahi fi,
impontualidade, as acçoes judi~iae , onele a ju -
tiça cheg'a a ser efficaz ao credor, e por fim
a insolubilidade, ou a ruína total dos que pro-
curavão, tomando. o dinheiro por aluguer, con -
tituir-se em estado de subsistir, e viver hon-
radamente na soc~ !dade civiL
Na minha pro'vincia, po'r exemplo, virão-se
lavradores, que tinhão de 20 a 24 escravos, e
mais em estabelecimentos .de lavolu'a de cannas
de assucar, os quaes, tomando dinheiro a pre-
mio de 2 até 4 % mensahriente, perdêrão seus
estabe ecimentos pela d.ifficuldade de oecorrê·
rem ao pagamento destes premios escandalo-
sos: os alugadores do dinheiro, poderosos; a
justiça efficaz para elles; postas as acções, OS
juizes admittindo-as sobre convenções eviden-
temente lesivas e enormissimamente escanda-
losas; as execuções com embargos de terceu'o,
e disputa de preferencia, com inteira excuS'
são de bens: eis os c.ampos que pal'ecião
brincar com a natureza reduzidos á esterili-
(lade! Familias inteiras desgraçadas, sem meios
- 373-
de ubsi tencia, por ter sido o dinheiro a pre-
mio, nao um instrumento de industria, mas
da cubiça de emprestadores assim nocivos á
cau a publica.
O que acontecia e o que acontece a res-
peito da agl'icultma dá- oe a respeito daquelles
que são possuidores de pl'edios.
:Máos calculos induzem o individuo a fazer
um predio na esperança de grandes lucros, a
despeza do predio era computada em 20 con-
to ; mas por :fim acha-se que s6 se p6de fazer
por 30· o seu rendimento, depois de. concluída
a obra não p6de ser maior de 3 por cento
até 6, e assim mesmo não é commum aos pre-
dia de grande valor; mas o dinheiro que se
tinha para concluir este predio é tomado a 1 %
mensalmente ou a 1 1/2 e 2 %, por tracto
convencional pa sa-se uma letra, apparece mes-
mo um condescendente ou fingido amigo que o
abona' vence-se a letra, não se p6de pagar
e ahi fica vencendo o jmo de 2 ou 4 %! Qual
é o resultado? E J que o proprietario fica em
pouco tempo sem o predio, ou este reduzido
a nada para seu dono! 'DJaqui dous terl'Ívei
males para a sociedade; ficão famílias arrui-
- 374-
. nadas, e ninguem cuida mais de se e, tabelecer
ua agricultm'a, ninguem quér fazer prec1ios, o
artistas ficão sem terem em que se occupem,
accumulao-se, inutilmente nas ~apitaes, na
cidade e nas villas mais populosas: acode
tudo então aos empregos publico, que geral-
mente são poucos para contentar os innu-
meraveis pretendentes; e tanto é ainda mais
I
mercadorias.
Com o fim, pois, de vêr se podemos cons y•
gllir remediar todos ou parte destes m .cLles, oft'e-
reço á consideração da Oamara o f' guÍJ1te pro-
jecto (lê). '
illtimamente, senhores, tenhr J de oft'erecer dua
proposições que tendem a môrali ar a nossa po-
litica; uma della é :Jara a derogação do artigo
constitucional lue determina que quando um
Depum rlrj fôr nomeado Ministro deL'{a vao'o
o
o seu
lugar, e que se procêda á nova eleição para vêr
se é ou não reeleito. A outra é sobre a depen-
dencia da lista' triplice para que e nomeie um
Senador quando. vague o seu lugar por morte
ou outra causa decisiva.
Pretendo que I a reforma do artigo consti-
- 382
em contrario.
c Paço da Camara dos Deputados; 7 de
.
do meu syllogismo para concluir 'oro segmança,
e nisto ,não me sei guardar uma medida inal
teravel.
O ~r. Presidente: - O Sr. Deputado é muito
perspicaz para conhecer que não pócle fazer
reflexões tão amplas a respeito de uma Lei, que
não está em discussão. Se o Sr. Deputado julga
que essa Lei é má, o unico meio que lhe r:esta
é apresentar um projecto revogando-a; mas
agora fazer taes reflexões sobre um acto, que
é hoje Lei do paiz, que não faz o objecto da
- 521 -
,
maioridade pelos motivos politicos, que expunha j
Do 1° Volume.
IntrodUCCão P AG. 1
Discurso 'sobre a pena de morte em 1830 . . 5
l- reunião das camaras em Assembléa Geral no
anno de 1830. . : . . . . . . . 29
Trabalhos parlamentares em 1831,1832,1833 e 1837 30
Discurso sobre o voto de graças em 1832. . . 43
l° Discurso em defesa do Tutor Imperial José
Bonifacio em 1832 . . . . . . . . . . 69
. 2° Discurso sobre o mesmo aQsumpto em 1832. 88
Discurso obre a Lei da Guarda Nacional em 1832 108
l° Discurso sobre as emenda do 'enado ao pro-
jecto de reformas da Constituicão em 1832. . 120
2° Discurso sobre o mesmo assumpto em 1832. 163
l° Discurso sobre a vitaliciedade do Senado. . 183
2° Discurso sobre o mesmo assumpto . . . . 214
Consideracões sobre as occul'l'encias de 30 e 3~
de Julho de 1 8 3 2 . . . 239
Extracto das actas de 30 e 31 de Julho . . . 241
Considerações sobre oDiscurso contra os projectos
de banimento. . . . . . . . . . . . 247
I" Discurso sobre fixacll.o de forcas navaes em
1837. . " ....:.. 251
2°. Discurso sobre o mesmo objecto. . 256
DIscurso sobre fixacllo de orden&.êios. . 269
l° Discurso sobre li fuacão de forcas em 1837. 273
2° Discurso sobre o mesmo assumpto. . . . 275
l° Discurso sobre o recrutamento em 1831. . 284
3" Discurso sobre a frxaçll.o de forças em 1831. 287
- - 562 -
Discurso sobre a assistencia dos Ministros ás
essões. , " , ., 291
2° Di curso sobre o recrutamento em 1837 296
Discurso sobTe a execução da Lei de 6 de Ou-
tubro de 1835.. " • 301
Discurso sobre pedido de inIormacões da com-
missão do orcamento em 1837. '. . , . . 303
Di.,curso sobre' o areamento do Minüiterio dos
egocio Extrangeiros em 1837. . . . I. • 305
Discurso sobre o Rio-Grande do Sul em 1837 . 307
l° Discurso sobre o orçamento da Fazenda em
1837 . • 313
2° Dito sobre o mesmo objecto. 318
3° DitO» » » 326
4° Dito» )) » .,. 349
Discurso sobre a dotação da Imperatriz viuva. 356
Disc~ll'SO sobre a importação de Africanos.. 357
5° DIscurso sobre o orcamento em 1837 . , 363
6° Discurso sobre o mésmo objecto . . 366
1" DiscUl'sO sobre o juro coúvencional em 1843. 368
Discurso subre o direito de peticão. . , 388
Discl1l'sO sobre o voto de graças' em 184:3.. 391
Di. curso sobre incompatibilidades em 1843 . • 4Z1
1° Discurso obre um projecto de resolução em
lugar da Lei do Orcamento em 1843. . . . 432
2° DLcurso sobre o rrie~mo objecto . .. 443
l° D~scurso sobre operações de credito em 1843 451
2° DIscurso sobre o mesmo objecto. .., 475
l° Diticurso sobre o orçamento do Imperio em
1843 . . . . . . . . . . 502
2° Discurso sobre o me. mo objecto 541
/0 d-