x O Roubo do

Coração de Sangue

UMA AVENTURA POR

LUIZ FERNANDO “ALFACE”
 O Roubo do Sumário
Coração de Sangue
Uma Aventura por Luiz Fernando “Alface”
O Roubo do Coração de Sangue.............. 03
Escrito pela ilustríssima Luis Fernando
"Alface" Dramatis Personae............................... 04
Cuidadosamente cotejado pelo excelentíssi-
mo Pedro Feio.
Capítulo I - O Que Aconteceu Antes......... 05
Diagramação do lorde Fernando “del An- Capítulo II - Que se Iniciem as ..................
geles” Pires inspirado no lavor da Lady Cris
Viana. Investigações.............................. 06
Editor Fernando “del Angeles” Pires Capítulo III - Bons Anfitriões................. 07
Administrador Daniel Martins
Comandante G. Moraes Capítulo IV - O Pedido de um Mago........... 09
Pormenores Legais Solicitados por Nosso Capítulo V - Invasão à Casa de Campo........ 12
Advogado: Castle Falkenstein™, e todas as perso-
nagens & criações contidas neste livro são marcas re- Capítulo VI - O Desvelar da Trama.............. 13
gistradas de R. Talsorian Games, Inc., e utilizadas pela
RetroPunk Publicações sob licença. Castle Falkenstein Epílogo.................................................. 15
&Comme Il Faut são copyright © Mike Pondsmith, 1995,
2020. Todos os direitos reservados. Todos os incidentes,
as situações & as pessoas retratadas aqui são fictícias,
e qualquer semelhança, sem intenção satírica, é mera
coincidência.
 O Roubo doTitulo
Coração de Sangue
“Atravessei o continente por esse amuleto! Superei todos que ousaram ficar em
meu caminho! Todos os muros que construíram para me deter caíram!
E vocês acham que serão capazes de me impedir!?
Eu quero vê-los tentar!”

Um valioso amuleto foi roubado do Museu Britânico dois dias antes

da abertura de uma grande exposição que contará com a visita da Rainha.
Para piorar, um Vizir do Império Otomano, Fadil Davud Hulusi, clama que
alguns itens expostos no museu foram roubados de sua família e, com o
apoio de alguns inimigos políticos da Rainha, está fazendo pressão política
para eles lhe sejam devolvidos.
Quem está por trás do roubo? Conseguirão os personagens recuperarem
o amuleto antes do dia da exibição?
Essa é uma aventura de Castelo Falkenstein pensada para 3-5 jogadores.
Ela se passa em Londres, em qualquer período de tempo. Por ser uma in-
vestigação, com toques de magia, as habilidades mais utilizadas são Edu-
cação ♦, Percepção ♦ e Feitiçaria ♦. Perícias sociais e de combate também
são muito recomendadas e ajudarão a resolver muitos obstáculos para a
aventura. No entanto, jogadores são incentivados a serem criativos quan-
to ao uso de suas habilidades para resolverem os desafios. Caso alguma
das personagens dramáticas pertença a Ordem do Templo de Salomão, ela
pode ter algumas interações diferentes com a aventura!

PUNKVERSO 3 FEVEREIRO/2022
DRAMATIS PERSONAE EM ORDEM DE
APRESENTAÇÃO
VIZIR ISHAKI DAVUD HULUSI
Estrela em ascenção da política no Império
LADY KATE BRISTOW Turco Otomano
• Contatos [EXCELENTE]
Curadora do Museu Britânico • Situação Econômica [EXCELENTE]
• Educação [ÓTIMO] • Trato Social [EXCELENTE]
• Carisma [BOM] • Compleição Física [ÓTIMO]
• Trato Social [BOM] • Carisma [ÓTIMO]
• Contatos [BOM] • Percepção [ÓTIMO]
• Percepção [BOM] • Briga [BOM]
• Esgrima [FRACO] • Educação [BOM]
• Tiro [FRACO] • Tiro [BOM]

SIR JOSEPH HOLT EMIN ALVENSLEBEN

Diplomata da Inglaterra Magista clandestino, com segredos da Ordem
• Contatos [EXCELENTE] do Templo de Jerusalém
• Situação Econômica [ÓTIMO] • Compleição Física [ÓTIMO]
• Trato Social [ÓTIMO] • Esgrima [ÓTIMO]
• Carisma [BOM] • Feitiçaria [ÓTIMO]
• Coragem [BOM] • Percepção [BOM]
• Esgrima [BOM] • Carisma [FRACO]
• Compleição Física [FRACO]

SAMIA MERCENÁRIOS CONTRATADOS

Apenas querem um pouco de dinheiro
Interprete do Vizir e Djinniya disfarçada. • Briga [BOM]
• Compleição Física [ÓTIMO] • Tiro [BOM]
• Percepção [ÓTIMO] • Esgrima [BOM]
• Educação [ÓTIMO] • Situação Econômica [FRACO]
• Trato Social [ÓTIMO]
• Conceder um Desejo [BOM]
• Aparência [BOM]
• Glamour [BOM]
• Atuação [BOM]
• Carisma [BOM]

GUARDAS DA CASA DE
CAMPO
Apenas fazendo seu dever.
• Briga [BOM]
• Compleição Física [BOM]
• Esgrima [BOM]
• Percepção [BOM]

CASTELO FALKENSTEIN 4 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE

 CAPÍTULO I tentar corromper essas vontades para causar
prejuízos aos seus donos.

O QUE ACONTECEU A maioria desses artefatos desapareceu nas

areias do tempo, enterrados junto com tesou-

ANTES ros de grandes nobres ou esquecidos em anti-

Anos atrás a Ordem do Templo de Jerusalém
caçou e capturou diversos Jinns, antigas fa-
das da região do Oriente Médio e as prendeu
em artefatos. Essa prática começou como uma
resposta pelas ações de uma espécie particu-
larmente maligna de Jinns, os Ifrit, que toma-
vam e aterrorizavam cidades inteiras, porém
como eram incapazes de identificar os dife-
rentes tipos de Jinns, os Templários acabaram
erroneamente caçando e capturando diversos
Djinns também, uma espécie mais altruísta e
nobre. Esses seres aprisionados e escravizados
eram obrigados a fazer a vontade daqueles que
possuíssem o artefato, apesar de muitas vezes
gas ruínas com os esqueletos de seus donos.
Um desses itens, o amuleto Kan Kalbi, co-
nhecido também como O Coração de Sangue,
foi enterrado junto com seu antigo dono, o Vi-
zir Ishaki Davud Hulusi, e permaneceu tranca-
do em uma tumba por séculos, até ser achado
pelo famoso explorador e colecionador de ar-
tefatos Sir George Penell, que trouxe todos os
seus achados de sua expedição pelo Oriente
Médio de volta para Londres.
Hoje, 3 meses após a morte de Sir Penell,
uma exposição acontecerá no Museu Britânico
contendo todas as peças que este colecionou
por toda a sua vida. Menos um valioso amule-
to, que foi claramente retirado da coleção...

Jinns em Castelo Falkenstein

Essa espécie de fada do Oriente Médio aparece em muitas histórias que mexem com o imagi-
nário da Nova Europa. Apesar de serem apenas conhecidos como Jinns (ou Jinniyas no caso do
feminino) ou Gênios, na verdade existem pelo menos 3 tipos diferentes dessas criaturas que ha-
bitam as terras orientais. Os Djinns (Ou Djinniyas) são os mais nobres dessa espécie, ajudando
os humanos e concedendo desejos que considerem justos. Os Ifrit, por outro lado, são malignos
e costumam conceder desejos que distorcem as palavras das vítimas que são tolas os suficiente
para não saberem diferenciá-los dos Djinn. Por fim existem os Jann, que estão uma casta abaixo
dos Djinn e dos Ifrit e costumam serví-los geralmente.
A aparência dos Jinns está muito ligada aos elementos do ar e do fogo, costumando variar
bastante. Características possíveis são a pele completamente vermelha ou azul, chamas cons-
tantes ao arredor dos olhos, uma fumaça no lugar das pernas e por aí vai.
Os Jinns possuem Eterealidade e Glamour, como as outras fadas. Suas fraquezas são Aversão
a Ferro (por isso todo item feito pela Ordem do Templo de Salomão para prender um Jinn possui
pelo menos um pouco de ferro), Aversão a Símbolos sagrados e orações, Aversão ao Sal e Medo
de Sinos.
Seu poder especial é: Conceder um desejo - O Jinn pode emular qualquer poder de fada desde
que seja pedido por outro ser e que o pedido tenha sentido com o tipo de Jinn (Pedidos justos no
caso dos Djinns, pedidos distorcidos que possam acabar com a vida da pessoa no caso de Ifrits
e pedidos feitos por Jinns de casta superior no caso de Janns). Alternativamente, Jinns podem
usar seu nível nesse poder no lugar do Glamour caso apenas uma ilusão seja suficiente para aten-
der o pedido

PUNKVERSO 5 FEVEREIRO/2022
 CAPÍTULO II
QUE SE INICIEM AS
INVESTIGAÇÕES
No qual as personagens dramáticas são contrata-
das pelo Museu Britânico para descobrir o paradeiro do
Amuleto Kan Kalbi. E no qual as personagens começam
entrar em contato com outros poderes que podem estar
interessados no amuleto.
As personagens dramáticas são chamadas às
pressas para o Museu Britânico. Talvez sejam
um grupo particularmente versátil e conhecido
pela Inglaterra ou talvez possuam habilidades e/
ou contatos que lhes fizeram serem contactadas
individualmente. Independente do motivo, elas
recebem uma carta que os convida para o Museu
Britânico para tratar de um assunto urgente.
Ao chegarem no museu, são recebidas por
Lady Kate Bristow, a especialista responsável
pela coleção de George Penell e Joseph Holt, um
diplomata da coroa britânica.
Lady Bristow está muito afoita e visivelmente
preocupada pelo sumiço do amuleto Kan Kalbi,
a peça principal da exposição. Ela pede para que
as personagens recuperem-no antes da exibição,
que ocorrerá em dois dias, ou o Museu será en-
vergonhado diante da rainha. Ela pede que an-
tes que eles tomem uma decisão se ajudarão ou
não museu, que pelo menos olhem o local onde
o amuleto foi roubado e saí para pegar a chave da
sala onde estão os artefatos de Sir Penell.
Quando Lady Bristow se ausenta, o Lorde Holt
informa aos personagens que o roubo provavel-
mente tem um caráter político, pois um Vizir do
Império Otomano tem feito declarações públicas
sobre como Sir George Penell saqueou uma tum-
ba de sua família e como o Kan Kalbi deveria ser
devolvido à sua família. Isso normalmente não
seria problema, pois o Império Otomano não
goza de boa força política atualmente, mas o Vi-
zir tem recebido apoio de alguns inimigos políti-
cos da Rainha, que pretendem usar esse inciden-
te diplomático para minar o poder da mesma. Ele
CASTELO FALKENSTEIN
ressalta que se as personagens dramáticas conse-
guirem recuperar o amuleto antes de dois dias a
Rainha considerará como um favor pessoal e que
elas cairão nas boas graças da nobreza.
Nesse momento, Lady Bristow volta com a
chave nas mãos e leva as personagens até a sala
com os pertences do antigo explorador. Nela
existem artefatos de diversas regiões do globo,
mas o que mais chama atenção está no centro da
sala: Um estande de vidro, vazio e com escritos
turco otomanos em vermelho em cima do vidro!
Uma personagem com Educação♦ Boa ou me-
lhor e que conheça o idioma turco otomano pode
traduzir o que está escrito. Caso contrário, Lady
Bristow fala aos personagens: “Nosso especialistas
aqui no Museu conseguiram traduzir o que está escrito. 
É de uma versão um pouco antiga do dialeto Turco Oto-
mano. A frase diz: ‘A justiça dos céus será feita, mesmo
que por meio de ações impuras!’” Ela suspira e então
completa: “Entendem porque estou desesperada? Não
parece ter sido um roubo qualquer!”
Uma vez que aceitam procurar pelo amuleto,
Lady Bristow agradece profusamente às perso-
nagens e deixa a sala junto com o Lorde Holt para
que eles possam começar seu trabalho.
Existem dois tipos de investigações que po-
dem ser conduzidas no local. Uma delas envolve
o método tradicional de recolher pistas e anali-
sar provas, que deve ser rolado com Percepção ♦,
e a outra de forma mágica, tentando ver se existe
alguma alteração na realidade que não possa ser
percebida a olho nu, que deve ser rolado com Fei-
tiçaria ♦. Ambos os testes são rolados contra um
Nível de Habilidade Exigido Bom.
Um Sucesso Parcial no teste de Percepção re-
vela que não houve qualquer tipo de contato fí-
sico direto com o vidro, tirando as inscrições. Ele
não foi tocado por uma mão humana; Um suces-
so completo revela que pelo menos duas pessoas
estiveram na sala, mas em momentos diferen-
tes - existem demonstrações de que uma delas
procurou coisas em outros lugares da exposição;
Enquanto um sucesso decisivo revela que o vidro
está quente, como se tivesse sido manipulado
sem deixar impressões digitais e que pelo menos
uma das pessoas que veio aqui pertence ao povo
6 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE
das fadas, uma vez que um resquício muito pe-
queno do uso de glamour pode ser notado nos
padrões deixados.
Já no teste de Feitiçaria um sucesso parcial re-
vela que magia foi usada aqui, pois nós mágicos
parecem estar alterados ao redor do local onde o
amuleto estava; Um sucesso completo revela que
o amuleto possui muito poder inerente a ele. Tal-
vez possa ser um artefato; Enquanto um sucesso
decisivo revela que a magia usada tem relação com
o movimento - o vidro levitou para que o amuleto
pudesse ser roubado! Se alguma das personagens
dramáticas for ou tiver contato com a Ordem do
Templo de Jerusalém, ela pode saber que a magia é
de um dos livros doutrinários desse grupo.
Após as personagens dramáticas concluírem
as investigações, Joseph Holt dá a elas o endere-
ço de onde o Vizir se encontra e aconselha: “Pro-
vavelmente vocês conseguirão mais informações lá! Ele
já espera que funcionários do Museu apareçam para
confirmar os detalhes da visita. Só tomem cuidado para
não revelarem sobre o sumiço do coração de sangue!”
Ao saírem do Museu, as personagens notam
PUNKVERSO
uma figura estranha observando-as do outro lado
da rua. Um homem de longas barbas, roupas no-
bres de segunda mão e feições Otomanas e Euro-
peias misturadas. Assim que ele percebe que foi
notado, ele foge e acaba desaparecendo nas ruas
de Londres.
CAPÍTULO III
BONS ANFITRIÕES
No qual as personagens dramáticas são muito bem
recebidas pelo Vizir e sua intérprete, mas sinais de que
eles sabem de algo começam a transparecer no ar.
Com o endereço do local em mãos, as perso-
nagens dramáticas partem em direção a casa de
campo onde o Vizir está hospedado, nos arredo-
res de Londres. É sabido que o Vizir se encontra
na casa de campo de Lorde Peter Asmouth, um
dos Lordes do Vapor da Grã-Bretanha, que é um
parceiro comercial de Ishaki. O próprio Lorde
Asmouth não se encontra na Inglaterra nesse
7 FEVEREIRO/2022
momento, mas emprestou a casa para seu ami-
go, provavelmente com propósitos escusos.
Após algumas horas de viagem, as persona-
gens chegam ao local. A propriedade é grande e
conta com belos jardins que servem como ador-
no para a suntuosa casa. Ao se identificarem
como agentes do Museu, as personagens são
informadas de que o Vizir Ishaki Davud Hulusi
logo irá recebê-las e são escoltadas até uma sala
de visitas, que foi redecorada para acomodar a
moda e design Turco-Otomana.
Personagens com Percepção ♦ Boa ou melhor
percebem que a casa está muito bem vigiada pe-
los guardas do Vizir, em um número maior do
que seria o comum para uma visita dessas. Per-
sonagens com Esgrima ♣ Boa ou melhor perce-
bem também pela postura dos guardas que estes
são muito bem treinados, mais do que soldados
normalmente seriam. O que o Vizir pretende
aqui?
Empregados da casa se aproximam e tentam
atender às necessidades das personagens. Pou-
co tempo depois entra na sala uma mulher com
belos trajes coloridos, um lenço para cobrir os
cabelos (Shayla) e óculos de lentes verdes co-
brindo os olhos (veja o quadro abaixo) . Ela se
aproxima com uma etiqueta impecável e fala
em inglês com pouco sotaque: “É um prazer contar
com a sua presença aqui. Sou Samia, a intérprete do
Óculos Escuros na Era Vitoriana
O primeiro relato de óculos para prote-
ger os olhos do Sol vêm do Século I, com
Imperador Nero utilizando lentes pesadas
e verdes que ficavam presas na ponta do
Nariz. As hastes laterais só passaram a ser
utilizadas a partir do século XVII e até o sé-
culo XX, todas as lentes eram sempre ver-
des. Nessa aventura, Samia utiliza os ócu-
los para esconder suas características de
Djinniya e nada impede que personagens
fadas possam fazer o mesmo para se passa-
rem por humanas, desde que se preocupem
com o material no qual as hastes são feitas!
CASTELO FALKENSTEIN
Vizir Ishaki Davud Hulusi, que logo se juntará a nós.
Estou correta em acreditar que tudo está certo para
sua visita ao Museu daqui a dois dias?”
Ela observa atentamente a resposta e as
reações das personagens. Se alguma delas ten-
tar mentir, será necessário um teste oposto de
Carisma ♥ contra a Percepção ♦ de Samia, caso
tente evadir ou dar uma resposta vazia, utilize
Trato Social ♠ ou Atuação ♥ ao invés de Carisma.
Se Samia falhar, significa que ela acredita que
as personagens foram enviadas como comitê de
boas-vindas ao Vizir, sem saberem do sumiço do
amuleto. Se a intérprete passar, no entanto, ela
não dá nenhuma indicação disso, mas isso cer-
tamente trará consequências futuras.
Se as personagens aproveitarem a situação
para indagarem Samia sobre a exposição de
Sir George Penell ou as declarações do Vizir de
ter sido roubado, ela responde com sincerida-
de que sabe que o Vizir está certo e aproveita a
oportunidade para criticar a ação da Inglaterra
em terras estrangeiras e questionar a diferença
entre arqueologia e roubo de tumbas.
No entanto, se em algum momento dessa
conversa ou da conversa com o Vizir o Kan Kalbi
for citado, ela não consegue esconder um des-
conforto. Nesse momento as personagens dra-
máticas devem fazer um teste de Percepção ♠
contra a Atuação ♥ de Samia. Se alguém conse-
guir um sucesso parcial descobre que o assun-
to é incômodo para Samia e ela faz questão de
mudá-lo rapidamente; Um sucesso completo
revela não apenas ela não deseja que o assunto
seja discutido, mas tenta terminar a conversa
antes do Vizir chegar ou, caso seja mencionado
enquanto ele está ali, tenta encerrar sem tra-
duzir o que foi dito a ele; Enquanto um sucesso
decisivo faz a personagem reconhecer em Samia
traços de culpa.
Obviamente acusar a intérprete de algo seria
muito descortês, uma vez que as personagens
dramáticas não possuem nenhuma prova sobre
o roubo. Tentar provar que ela é uma fada, atra-
vés de qualquer um dos métodos repelir fadas,
também o seria. Se as personagens tentarem
qualquer uma dessas coisas, serão expulsas da
8 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE
casa, escoltadas pelos seguranças do Vizir. Nes-
se caso, pule a aventura direta para o encontro
com o mago.
Após algum tempo de conversa com Samia, o
Vizir chega. Ishaki Davud Hulusi é um homem
jovem, com uma barba bem aparada ao redor do
rosto, vestindo um turbante e um longo casa-
co branco, abotoado pela frente e com mangas
longas (Cafetã).
Ishaki é um homem muito carismático e cor-
tês. Ele se preocupa muito em ser um bom an-
fitrião independente do status de seus convida-
dos, tentando garantir que suas vontades sejam
atendidas e que saiam com uma boa impressão
dele.
As personagens dramáticas podem descon-
fiar que a atitude do Vizir é uma fachada, mas
logo fica claro que receber bem alguém em sua
casa é uma característica cultural que o Ishaki
leva muito a sério.
Personagens dramáticas carismáticas podem
tentar fazer perguntas para entender se o Vizir
sabe do roubo e se ele tem alguma relação com
o acontecido. Nesse caso, uma personagem dra-
mática pode fazer um teste de Carisma ♥ contra
um Nível de Habilidade Exigido Médio. Um su-
cesso parcial no teste revela que o Vizir não sabe
sobre o roubo e realmente acredita que as per-
sonagens são apenas enviadas do Museu para
acertar a visita com a Rainha; Um sucesso com-
pleto faz a personagem perceber que apesar do
Vizir não saber sobre o roubo, ele tem interesses
políticos em sua vinda para a Inglaterra e a visi-
ta ao museu é uma forma de conseguir o que ele
deseja ; Por fim um sucesso decisivo mostra que
Samia é mais para o Vizir do que uma intérprete.
Na verdade, parece que ela tem mais controle e
informações sobre as coisas que acontecem do
que Ishaki.
Após algum tempo de conversa o Vizir se
desculpa, mas ele e Samia possuem um com-
promisso que devem atender e caminha com
as personagens até a entrada da casa onde uma
carruagem está pronta para levá-las de volta
para a cidade de Londres. Ele agradece a pre-
sença das personagens e a atenção que o museu
PUNKVERSO
dispôs a ele, reafirmando seu compromisso em
comparecer na exposição ao lado da Rainha dali
a dois dias.
De volta a carruagem, o caminho vai seguin-
do tranquilamente. O condutor da carruagem
parece ser um dos soldados do Vizir, usando
roupas típicas da Turquia e panos que cobrem
completamente seu rosto. Ele se mantém ca-
lado a viagem toda, respondendo apenas com
acenos e de forma monossilábica.
No meio do trajeto, porém, ele para os ca-
valos e tira os panos do rosto, revelando ser o
homem que as personagens viram em frente
ao Museu. Ele fala com um sotaque carregado:
“Peço perdão pelo disfarce, garanto que o condutor
da caravana se encontra em segurança, mas precisava
entrar em contato com vocês e não podia me revelar
diante do Vizir. Eu fui aquele que roubou o Kan Kalbi!
Podemos conversar?”
CAPÍTULO IV
O PEDIDO DE UM
MAGO
No qual as personagens dramáticas se encontram com
um mago que tem objetivos com o amuleto! E no qual uma
emboscada acontece para impedí-las de chegar à verda-
de!
Agora que estão diante do homem, as per-
sonagens dramáticas percebem nele vários he-
matomas e sinais de que esteve em uma luta
recente. Ele sai da carruagem, sacode um pouco
de poeira das roupas e se apresenta: “Sou Emin Al-
vensleben, um membro da ordem do Templo de Jerusa-
lém.” E nisso ele mostra um anel bem desgastado
com o símbolo da ordem em seus dedos. “Apesar
de meus antepassados virem aqui do Ocidente, eu cresci
na Terra Santa, continuando a tradição de minha famí-
lia de encontrar demônios malignos que assolam a terra
e destruí-los ou aprisioná-los em objetos. Esse objetivo
me fez roubar o Kan Kalbi.”
9 FEVEREIRO/2022
 Se alguma das personagens dramáticas per-
tencer à Ordem do templo de Jerusalém, ela per-
cebe que o anel de Emin é de uma versão bem
antiquada do símbolo da Ordem e pode fazer
um teste de Feitiçaria ♦ contra Nível de Habili-
dade Exigido Ótimo para lembrar se na história
da ordem existe alguma menção ao sobrenome
Alvensleben. Caso consiga um sucesso parcial a
personagem se lembra que um ramo da família
Alvensleben foi expulso da ordem, apesar de não
lembrar o que aconteceu; Um sucesso comple-
to a faz recordar que o motivo da expulsão foi a
obsessão do líder desse ramo da família em caçar
Djinns, mesmo após a comprovação de que não
eram os malignos; Por fim um sucesso decisivo
revela que eles não apenas fugiram e se escon-
deram da ordem, mas também roubaram alguns
segredos e continuaram a passar as tradições má-
gicas ao longo de sua linhagem. Cabe a persona-
gem dramática decidir o que vai fazer com essa
informação, caso a tenha.
“Explico” Ele continua “minha família por séculos
caçou demônios malignos e detentores de habilidades
terríveis ao longo da terra santa. Esses demônios se
CASTELO FALKENSTEIN
chamavam Jinn e as histórias locais falam muito so-
bre como esses seres prometem desejos aos humanos e
os subvertem para acabar com a vida das pobres almas
que fazem esses pedidos. Muitos demônios eram pode-
rosos demais e por isso ao invés de serem destruídos eles
foram aprisionados em objetos, o que não os deixava
menos perigosos, mas pelo menos podíamos controlar
quem tinha acesso a esse poder. O Coração de Sangue,
Kan Kalbi, é um desses objetos. Ele aprisiona a alma de
um Jinn muito poderosa e eu temo o que pode ser feito se
ela se libertar!”
Nesse momento personagens que conheçam
as fadas ou que sejam familiarizados com a histó-
ria e cultura da região do Império Turco Otoma-
no podem fazer um teste de Educação ♦ contra
Nível de Habilidade Exigido Médio para ter mais
informações sobre os Jinns. Um sucesso parcial 
revela que os Jinns são fadas e possuem poderes
semelhantes à espécie, de conseguir atravessar
objetos e fazer ilusões, mas também possuem o
poder único de realizar um desejo quando este
é pedido e o Jinn sente vontade de atender; Um
sucesso completo revela que existem pelo menos
dois tipos de Jinns, os Ifrits, que realmente são
malignos e o Djinn, que são uma espécie mais
nobre e altruísta; Por fim um sucesso decisivo
faz a personagem entender que qualquer um em
posse de um Jinn aprisionado pode fazer pedidos
a ele, indefinidamente e que o processo de liber-
tar um de sua prisão é algo muito difícil, quase
nunca ouvido na história.
Emin dá uma pausa para avaliar a reação das
personagens mas logo continua: “Para piorar tudo,
a intérprete do Vizir é uma Jinn! Eu desconfio que ela
deseja libertar a outra para alcançarem o poder juntas!
Pouco depois de eu conseguir roubar o Coração de San-
gue da exposição, fui atacado por ela e alguns asseclas
que conseguiram roubar o amuleto de minha mãos! Por
isso peço ajuda a vocês. Me ajudem a recuperar o amu-
leto e destruir esse demônio antes que ele cause mais
sofrimento!”
Se em algum momento as personagens dra-
máticas questionarem Emin sobre o fato de exis-
tirem Jinns bondosos, ele fala que saberia a di-
ferença, uma vez que a família dele tem caçado
essa por um bom tempo. Um sucesso no teste
10 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE
de Percepção ♦ contra o Carisma ♥ dele revela
que ele está escondendo informações sobre isso,
apesar de que ele jamais admitirá se for confron-
tado. Se um membro da Ordem do Templo de Je-
rusalém questionar sobre a expulsão da família
dele, ele admite que realmente não pode falar
pela Ordem, mas que ele está dedicado a tentar
ser readmitido nos Templários uma vez que cum-
pra seu objetivo. Ele fala sobre como sua família
foi injustiçada com uma campanha de notícias
falsas que os demônios fizeram para acabar com
a reputação de seus pares.
Enim por fim avisa: “Hoje a noite, dentro de al-
gumas horas, o Vizir se ausentará da casa e apenas a
sua intérprete estará lá, junto com poucos guardas. Em
posse do coração, eu imagino que ela fará o ritual para
libertar o outro monstro. Eu planejo invadir a casa e pe-
gar o Amuleto novamente, para destruir de vez a criatu-
ra maligna. Posso contar com a ajuda de vocês?”
Se Samia passou no teste de Percepção contra
as personagens ao se encontrarem, percebendo
que elas têm alguma relação com a investigação
sobre o roubo, antes que as personagens possam
dar alguma resposta, elas percebem duas car-
ruagens se aproximando em alta velocidade da
direção de onde vieram. Caso contrário, ignore
esse encontro e pule diretamente para a parte da
resposta.
As duas carruagens param em frente a carrua-
gem estacionada das personagens dramáticas e
dela saem [Número de Personagens Dramáticas]
+2 mercenários de nacionalidades e tipos varia-
dos. O Emin se prepara sacando um sabre e diz:
“Nos descobriram!”.
  Os mercenários inicialmente não sacam suas
armas, apenas caminham em direção às perso-
nagens e um deles diz: “Senhoras e Senhores, fomos
instruídos que, para a sua segurança, devem escoltá-los
para fora da cidade por uns dois ou três dias. Não se
preocupem quanto às acomodações, pois meu contra-
tante garantiu quartos e refeições para cada um de
vocês em uma estalagem na cidade vizinha. Acreditem,
queremos apenas que ninguém se machuque.” Após
sua fala ele dá um sorriso amarelo e espera a rea-
ção das personagens. Se elas não fizerem nada,
Emin atacará os soldados o que iniciará um com-
PUNKVERSO
bate. Caso queiram resolver o combate de manei-
ra diferente, as personagens podem usar Caris-
ma ♥ (“Eis bons motivos para irem embora, meus bons
senhores...”), Contatos ♠ (“Espero que quem contra-
tou vocês tenha avisado com quem estão lidando!”) ou
Situação Econômica ♠ (“Podemos resolver isso de
uma maneira mais amigável, não? Que tal o dobro do
que receberam?”) contra Nível de Habilidade Exi-
gido Bom. Ao serem derrotados os mercenários
revelam que foram contratados por uma mulher
cuja descrição bate exatamente com a de Samia,
que realmente preferia que eles não apelassem à
violência. Depois de falarem o pouco que sabem,
eles tentam partir em direção à floresta (caso as
personagens dramáticas permitam) ou aceitem
serem presas e enfrentar a justiça (o que pode
ser uma prova contra as ações de Samia, mas não
boa o suficiente, afinal contam apenas com a pa-
lavra de mercenários), temendo represálias.
Independente de terem tido o encontro com
os mercenários ou não, o mago espera uma res-
posta das personagens dramáticas. Caso aceitem
ajudar Emin a recuperar o Kan Kalbi, eles pla-
nejam o ataque à casa do Vizir e você pode pular
diretamente para o capítulo 5. Se elas negarem
o pedido do mago, ele olha ressentido para as
personagens dramáticas e se retira para o bosque
nos arredores da estrada, deixando-as no meio
do caminho com a carruagem. Nesse caso o le-
que de possibilidades se abre mais: Elas podem,
com as informações adquiridas tentar confron-
tar Samia sobre o roubo do coração e escutar o
lado dela (Nesse caso, pule para o Capítulo 6) ou
ir ao Museu e apresentar para Lady Bristow e Sir
Holt o que encontraram até agora sobre o caso.
Se isso de fato acontecer, eles lamentam que ne-
nhuma das informações traz provas o suficiente
para causar um incidente diplomático que seria
acusar Samia do roubo. Eles se dispõem a perse-
guir Emin para responder pelo roubo, mas infe-
lizmente precisam do Coração de Sangue ou de
mais provas para fazer algo contra o Vizir ou Sa-
mia. Membros da Ordem do Templo de Salomão
também podem procurar a ordem para avisar so-
bre a presença de Emin ou a situação do Amule-
to. Nesse caso, eles recebem a missão da Ordem
11 FEVEREIRO/2022
de capturar o mago expulso e averiguar se a cria-
tura presa no Kan Kalbi é uma Ifrit ou Djinn. Seja
qual forem as opções, as personagens dramáticas
devem lidar com Samia para descobrirem o para-
deiro do Coração de Sangue.
CAPÍTULO V
INVASÃO À CASA DE
CAMPO
Na qual as personagens dramáticas começam uma
invasão que traz o risco de um incidente diplomático! E
no qual são surpreendidas com mais obstáculos do que
esperavam!
CASTELO FALKENSTEIN
Se as personagens dramáticas aceitarem a
proposta de Emin de invadirem o local juntos, o
mago espera até a noite para iniciar a infiltração.
A casa de campo de Lorde Peter Asmouth possui
2 andares, um porão e um sótão. Pelas informa-
ções que Emin conseguiu enquanto vigiava o lo-
cal Samia fez do Sótão seus aposentos e ele acre-
dita que é lá onde o Amuleto estará!
A entrada da propriedade é vigiada por dois
guardas do Vizir. Os homens parecem um pouco
tensos, como se esperassem que algo de errado
acontecesse. No entanto, caso Samia tenha per-
cebido as intenções das personagens dramáticas
e os mercenários não tenham voltado do ataque,
existem mais dois guardas de prontidão perto
de uma caserna ao lado do portão. As persona-
gens dramáticas podem tentar lutar contra eles,
12 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE
já que a entrada da propriedade é longe da casa
em si, ou passarem despercebidas com um teste
de Furtividade ♣ contra  Percepção ♦ deles (caso
Samia tenha percebido a intenção das persona-
gens, considere que a percepção deles é um nível
maior). Magistas ou Fadas podem ter vantagens
para lidarem com os guardas através de métodos
sobrenaturais. De qualquer forma, a criatividade
dos jogadores é incentivada para lidar com esse
primeiro desafio.
Ao chegarem na entrada na casa de Campo, as
personagens percebem que a casa não estava tão
desguardada quanto Emin havia dito anterior-
mente. Na entrada da casa existem 2 guardas de
prontidão e na varanda do segundo andar exis-
te um guarda olhando atentamente o terreno.
Felizmente o escuro faz com que seja mais fácil
se movimentar pelo jardin, caso evitem as lam-
parinas que existem no caminho até a casa. Por
isso toda a dificuldade de testes de Furtividade
♣ até chegarem próximas a casa é feita contra
um Nível de Habilidade Exigido Fraco.  Além dos
3 guardas citados anteriormente, um faz ronda
pelos arredores da casa.
Assim que vê as diversas sentinelas, o mago
sussurra às personagens: “Eu não esperava por isso.
Se essa casa está tão protegida, mesmo sem o Vizir aqui,
significa que o ritual será feito essa noite!”
E então sussurrando uma magia ele começa a
levitar e diz: “Peço desculpas, caros colegas, mas não
posso deixar esse ritual acontecer! Espero que possamos
nos encontrar lá dentro!” E então ele voa acima das
nuvens para posteriormente invadir a casa por
cima.
As personagens dramáticas podem invadir a
casa de várias maneiras, a depender de suas ha-
bilidades. Podem tentar invadir a casa furtiva-
mente, nesse caso fazendo testes de Furtividade
a cada andar contra a Percepção dos guardas.
Podem também tentar Lutar contra os guardas,
o que é um pouco mais difícil, pois uma vez que
o barulho comece todos os guardas da casa (10)
irão em auxílio de seus aliados. E uma maneira
mais atlética é tentar ir pela lateral da casa (se
aproveitando da facilidade do teste de Furtivi-
dade para não serem percebidos do lado de fora)
PUNKVERSO
e escalar a casa, tentando chegar ao telhado que
facilmente levará ao sótão. Nesse será neces-
sário um teste de Atletismo ♣ contra Nível de
Habilidade Exigido Ótimo. Personagens diferen-
tes podem tentar métodos diferentes e aqueles
com habilidades que possam auxiliar a situação
(como a Eterealidade das Fadas, por exemplo)
são encorajados a usá-los para encontrar novas
situações.
Além dos 3 guardas na entrada e um fazendo
ronda do lado de fora, existem mais 3 guardas
espalhados pelo primeiro andar e outros 3 no se-
gundo. Os guardas estão particularmente alertas
porque foram avisados por Samia que deveriam
se preparar para problemas durante o Ritual.
Independente da forma como resolveram li-
dar com a situação, as personagens dramáticas
eventualmente chegam ao Sótão, onde vêem
Emin no chão, ferido e próximo a ele Samia, sem
os adereços que escondiam sua natureza. Agora
as personagens podem ver que os olhos dela sol-
tam chamas e possuem os globos completamen-
te brancos. Seus cabelos são esvoaçantes e pa-
recem sempre estar sob efeito de um vento que
sopra levemente pela sala. Ela apenas olha para
as personagens dramáticas sem tomar nenhuma
atitude agressiva.
“Agora vocês veem a forma da demônia! Acabem
com ela!” Grita Emin com as poucas forças que
lhe restam.
“No entanto, antes de o fazerem” Samia começa a
falar com calma “Peço que escutem o que tenho a dizer.”
CAPÍTULO VI
O DESVELAR DA
TRAMA
No qual as personagens descobrem a verdade sobre
os planos de Samia! E no qual elas devem decidir sobre
o futuro do Coração de Sangue!
“Eu não sei o este homem lhes disse sobre o Kan Kalbi, ou o
que as pessoas do Museu, que querem exibir coleções roubadas
ao longo do globo, falaram sobre como ele conseguiu as peças.
13 FEVEREIRO/2022
Mas peço que tomem uma decisão sabendo do que realmente
aconteceu.” Nesse momento a Djinnyia aponta para
Emin, que já está fraco demais para retrucar, e diz: “Eu
tentei fazer com que ele me ouvisse também, mas ele escolheu
o caminho do ódio. Não sou um demônio e eu sou mais velha
que a criação desta nação. Acho que o mínimo que mereço é um
pouco da sua atenção. Tudo bem?”
Se as personagens dramáticas resolverem escutar
Samia, ela adota uma postura um pouco mais relaxa-
da e sorri agradecida e o diálogo continua. No entan-
to, se insistirem em lutar pelo coração ou tomarem
atitudes agressivas, ela irá revidar desesperada. Nesse
caso você pode pular para a resolução apresentada no
epílogo. 
Ela toma um pouco de ar e continua a sua histó-
ria: “Sou uma Jinniya, uma membra dos Jinn, algo próximo
às fadas que vocês possuem aqui no ocidente. Há séculos
atrás, magos da ordem do Templo de Salomão vieram às mi-
nhas terras e começaram a observar algumas atrocidades
cometidas pelos Ifrit, fadas malignas, não muito diferentes
dos Unseelies que assolam essa terra. Como nós Jinns somos
particularmente poderosos, a forma que eles encontraram de
lidar com essa ameaça foi prendendo os Ifrits que achavam
em objetos mágicos. Certamente já ouviram a história de
lâmpadas mágicas, anéis do desejo e outros objetos seme-
lhantes, não?”
Nesse momento a expressão dela começa a ficar
um pouco mais séria e seus olhos começam a arder
com chamas mais intensas.
“No entanto, nem todos os Jinns são malignos. Incapazes
de entender a diferença entre meu povo, os magos Templários
começaram a prender criaturas inocentes, como Djinns ou
Janns, como se fossemos a mesma coisa. Esse ritual sombrio
não apenas tira nossa liberdade, mas também nos obriga a
servir o dono do objeto. Não lhes parece errado condenar à
escravidão seres que vocês não entendem apenas por serem
diferentes de vocês?”
Nesse momento os olhos de Samia começam a
projetar as chamas de maneira violenta, o que seria
perigoso caso alguém estivesse próximo, no entanto
a Djinniya se mantém propositalmente longe o sufi-
ciente para não machucar ninguém.
“Até que a família dele”Ela diz apontando para Emin
“prendeu injustamente minha companheira, o amor da minha
vida e um dos seres mais nobres que já conheci! Soube que eles
foram expulsos da ordem, mas não era o suficiente, não quan-
CASTELO FALKENSTEIN
do conderam à infelicidade não apenas uma vida, mas duas!
Eu descobri que ela havia sido presa em um amuleto, mas isso
não era informação o suficiente. Eventualmente o dono do
amuleto morreu e vasculhei por muitas tumbas até finalmente
conseguir a informação de ele havia estado por último na mão
de um ancestral doVizir Ishaki Davud Hulusi. Mas para minha
surpresa o amuleto desapareceu na mão de um colecionador
particular que escondeu muito bem seus passos para não ser
descoberto. Perdi minhas esperanças até que ouvi dizer sobre
a morte e a exposição de Sir George Penell. Sabia que era mi-
nha última chance de libertar minha amada e tudo ficou ainda
mais perigoso quando descobri que o descendente enlouque-
cido daquele que a prendeu no amuleto, estava nos arredores.
Precisava fazer algo e por isso convenci o Vizir de que ele pode-
ria ganhar muito poder político se viesse clamar pela posse dos
objetos!” 
Ela estende a mão para as personagens dramáticas
e então apela: “Sei que não têm culpa sobre o que aconteceu
no passado e que recuperar o amuleto foi o motivo de terem
sido contratadas. Mas agora que sabem da verdade, deixarão
essa injustiça se prolongar?”
A Djinniya, então promete que irá fazer o possível
para reparar a situação diplomática causada e afirma
que o Vizir certamente a ajudará, pois ela pode forne-
cer o poder político que ele tanto deseja! No entanto
para libertarem a Djinniya presa no Kan Kalbi, ele de-
verá ser destruído!
A decisão das personagens dramáticas decidirá o
rumo que a história tomará. Se decidirem ajudar Sa-
mia, Emin se levanta subitamente e ataca a Djinni-
ya imediatamente! Aparentemente seus ferimentos
eram menores do que ele estava fazendo parecer! Um
combate então se inicia contra o mago e após ele ter-
minar, siga para o epílogo.
  Se as personagens dramáticas insistirem em
ficar com a posse do amuleto ou ajudar Emin,
Samia adota uma postura agressiva e fala: “Atra-
vessei o continente por esse amuleto! Superei todos que
ousaram ficar em meu caminho! Todos os muros que
construíram para me deter caíram! E vocês acham que
serão capazes de me impedir!? Eu quero vê-las tentar!”
Nesse caso o mago se levanta para ajudá-las e um
combate se inicia. Após ele terminar pule para o
epílogo.
14 O ROUBO DO CORAÇÃO DE SANGUE
 EPÍLOGO
O que decidirem fazer com o Kan Kalbi vai decidir
a maneira como a história terminará.
Caso as personagens se aliem à Enim e derrotem
Samia, o mago faz o ritual para destruir a Djinniya que
existe dentro do Kan Kalbi e recebem o Amuleto de
volta. Se pouparem a vida de Samia, ela não faz nada
contra as personagens dramáticas nesse momento,
mas promete que um dia voltará para se vingar do
que foi feito. Caso a intérprete seja destruída, a con-
sequência que elas terão é que o Vizir volta às suas
terras, mas começa um plano junto com Lorde Peter
Asmouth e outros lordes do Vapor para minar o po-
der da rainha. Nesse caso, as personagens podem ser
convidadas por Sir Joseph Holt para lidarem com a
situação posteriormente. As personagens dramáticas
são congratuladas pessoalmente pela Rainha, passam
a serem convidadas para jantares da nobreza e rece-
bem, inclusive, seus próprios títulos de nobreza, caso
ainda não tenham.
Se as personagens dramáticas ajudarem Samia,
uma Djinniya aparece após o ritual ser completado
e o Kan Kalbi destruído. Ambas agradecem profun-
damente as personagens dramáticas e cumprem sua
promessa de tentar reparar a situação diplomatica-
mente. O Vizir pessoalmente vai até a rainha e lhe
PUNKVERSO
explica a situação. Para remediar a perda do Coração
de Sangue e tudo o que aconteceu (inclusive o rou-
bo), ele desiste de clamar a coleção de Sir George Pe-
nell e considera que ela foi doada ao Museu Britânico.
Essa solução parece agradar a nobreza britânica, que
não teve que recuar ou lutar diante de um problema
diplomático, e as personagens recebem condecora-
ções pessoais (e o Título de Sir/Lady, caso ainda não
o tenham). O Vizir também parece particularmente
agradado pela situação e convida as personagens dra-
máticas a visitarem suas terras, no ImpérioTurco Oto-
mano. No entanto, Lorde Peter Asmouth se ressente
pela possibilidade de conseguir vantagem contra a fa-
míla real britânica e pode considerar as personagens
dramáticas como potenciais perigos para seus planos.
Independente da solução que tenha sido tomada,
as personagens dramáticas recebem fama e prestígio
sobre o acontecimento. Sir Arthur Conan Doyle pede
uma entrevista particular com elas para que possa es-
crever uma de suas histórias de detetives utilizando-
-as como personagem! Logo todos os jornais passam a
estampar essa história com o chamativo título de: “O
Roubo do Coração de Sangue!” 
Fim
15 FEVEREIRO/2022