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ANANINDEUA-PA
2020
O texto de Paulo Meneses aborda como temas principais o etnocentrismo e o relativismo
cultural. Em relação ao etnocentrismo, apresenta conceitos a respeito do mesmo, como as
pessoas podem praticar isso sem perceber – tanto por ser uma prática que pode ter sido
enraizada com o tempo na cultura em que está inserida, quanto por simplesmente pensar que
as ações que ela faz que podem ser consideradas etnocêntricas são mundanas, banais e sem
consequências – como essa prática pode fazer os indivíduos terem uma visão distorcida da
realidade em relação a outras culturas, tendo como a sua cultura a superior em relação ao
Outro e criticando essa outra cultura como inferior por ser diferente, coisa essa que no próprio
texto é dito que culturas não são inferiores ou superiores às outras e sim possuem diversidade
entre elas, tendo visões diferentes sem denegrir a imagem de nenhuma. E é presente na obra
como essa intolerância continua sendo presente desde tempos mais remotos, como na
colonização onde os padres colocaram seus dogmas e religiões acima de qualquer cultura
“gentia” existente na terra dominada, no caso os indígenas nativos, isso sendo uma das
ideologias etnocêntricas que o texto apresenta, que era de exaltar a cristandade em detrimento
de outras fés existentes.
Meneses também aborda como essas diferentes culturas podem ser modificadas para o
entretenimento da sociedade dita como “avançada” em relação a esses povos “primitivos”,
que pode se passar por uma forma de respeito à tradição desses grupos quando, na verdade, é
um total descaso com tudo o que o grupo e suas culturas representam.
A respeito da obra de Meneses, a maneira como ele exemplifica, desde pequenos até grandes
atos, os meios de etnocentrismo e como o relativismo cultural pode ser uma maneira de se
conviver em harmonia com as outras pessoas, é incrível. O texto, como um todo, foi de fácil
entendimento, ainda mais se você tem uma base a respeito do assunto, porém até mesmo os
ditos leigos a respeito do aprofundamento desses conceitos pode se aventurar nessa obra, pois
ela levanta questionamentos bem interessantes sobre como todos os indivíduos podem ser
etnocêntricos e apresenta maneiras de contornar isso para que não venha a virar uma futura
intolerância ao Outro, o que é realmente necessário nos dias de hoje, onde por haver muita
diversidade cultural existe muito preconceito e racismo, e é aí onde a antropologia brilha com
o conceito de relativismo cultural. É uma ótima leitura para se refletir sobre as relações
sociais como um todo, não só como pessoa isolada, mas também como uma pessoa inserida
em uma cultura repleta de valores diversificados que, do mesmo jeito que são normais para o
Mesmo, pode ser algo estranho para o Outro, e o texto se desenvolve e trabalha justamente
com esses conceitos de modo que o leitor reflita sobre suas ações com o Outro e perceba o
que pode ser mudado em suas relações sociais ou, até mesmo, leva o leitor a debater com
pessoas que apresentem esse comportamento intolerante para que, assim, mudem sua forma
de pensar, trazendo assim a nossa sociedade para mais perto de um bem-estar social mais
estável e tolerante.
BIBLIOGRAFIA