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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Das Provas em Espécie

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Das Provas em Espécie
Anderson Ferreira

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Das Provas em Espécie................................................................................................................... 4
Da Ata Notarial................................................................................................................................. 5
Do Depoimento Pessoal.. ................................................................................................................ 6
Da Confissão..................................................................................................................................... 8
Do Prova Documental.. .................................................................................................................. 10
Da Força Probante do Documento.............................................................................................. 11
Da Exibição do Documento ou da Coisa.....................................................................................12
Da Falsidade Documental............................................................................................................ 14
Da Prova Testemunhal...................................................................................................................15
Da Prova Pericial............................................................................................................................ 20
Da Inspeção Judicial...................................................................................................................... 24
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................40

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Apresentação
Olá, querido(a) estudante! É com grande alegria e imenso entusiasmo que início, junto com
você, companheiro(a) virtual, mais um encontro para tratar do nosso maravilhoso Processo
Civil. O tema da aula de hoje será sobre provas em espécie. Vamos lá, vamos trabalhar!

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DAS PROVAS EM ESPÉCIE


Bem, na aula passada, tratamos acerca da teoria geral das provas e, doravante, trabalharei
as provas em espécie. Veja, a temática relativa às provas pode ser dívida em:

No que se refere às provas em espécie, a Nova Codificação Processual Civil disciplinou o


tema, a partir do artigo 384, com os seguintes meios de prova:

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As provas mencionadas são típicas, porquanto encontram previsão no Código de Proces-


so Civil de 2015. Saliento que esse rol é exemplificativo, uma vez que o artigo 369 da Lei de
Ritos permite que as partes empreguem todos os meios legais e legítimos, mesmo que sem
previsão na Codificação hodierna, para provar a veracidade dos fatos alegados e influenciar
na convicção de Juiz, ou seja, permite a produção de provas atípicas, a fim de convencer o
Julgador sobre aquilo que é alegado, desde que o elemento probatório não afronte a eticidade
e moralidade.

Da Ata Notarial
A ata notarial era considerada uma prova atípica no Código de Buzaid (1973). No entanto,
com o advento da nova legislação processual, ela está expressa a partir do artigo 384.
Essa prova em espécie possui o condão de atestar ou documentar a existência ou modo
de existir de algum fato percebido por um tabelião (que possui fé pública), o qual verifica uma
situação e a descreve mediante ata (certifica o fato por meio de instrumento público).

Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

Diante do raciocínio apresentado, suponha que Bill celebrou um contrato de compra e ven-
da de cem gravatas borboletas verde cana com Pepe. Conquanto Bill tenha pagado pelo ador-
no, Pepe não entregou o objeto da relação contratual. Inconformado, Bill resolve ajuizar uma
ação e solicita ao Tabelião que veja as mensagens entre os contratantes, por meio das quais
Pepe negocia as gravatinhas e afirma que mesmo tendo recebido o valor acordado, não iria
entregá-las. Bem, o tabelião poderá atestar a situação mediante a lavratura da ata.

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos pode-
rão constar da ata notarial.

A ata verifica a existência ou modo de existir de algum fato, porém, não comprova a veracidade
deles (dos fatos).

001. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Não havendo processo anterior que trate


da situação, a demonstração de que determinado fato ocorreu em rede social acessível pela
Internet poderá ser realizada com a juntada aos autos
a) de declaração pessoal do autor.
b) de prova emprestada.
c) do computador.

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d) da prova pericial.
e) de ata notarial

A assertiva E se harmoniza com o que estabelece o artigo 384 do Novo Código de Processo Civil.
Letra e.

Do Depoimento Pessoal
Bem, ocorrerá o depoimento pessoal quando as partes (autor e réu) forem chamadas a
prestar esclarecimentos acerca de fatos relativos ao processo. Antes de verticalizar um pouco
mais acerca do depoimento das partes, é necessário que se estabeleça uma diferença entre
depoimento pessoal e interrogatório, haja vista o artigo 385 do Código de Processo Civil citá-
-los em seu texto.
Veja, o depoimento visa o esclarecimento da parte acerca de fatos relativos ao processo,
poderá ser requerido pelo adverso (a parte contrária) e ocorrerá na audiência de instrução e
julgamento. Noutro giro, o interrogatório se presta a esclarecer algum ponto que não tenha
ficado claro e pode ser determinado pelo Juiz a qualquer momento.
Veja que interessante!
O novo CPC trouxe o depoimento pessoal de ofício, que é chamado de interrogatório. Um
dos poderes do Juiz é interrogar as partes sobre a causa (artigo 139, VIII). A distinção prin-
cipal é o fato de que o depoimento pessoal da parte admite a pena de confissão ficta (a parte
não comparece ou se nega a responder), enquanto o interrogatório não pode ser feito sob
pena de confissão ficta (artigo 139, VIII). Veja o que estabelece o artigo 385 do Novo Código
de Processo Civil:

Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interro-
gada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

O autor possui legitimidade para requerer o depoimento do réu e o réu do autor. No entanto, a
parte não poderá requerer o próprio depoimento pessoal.

002. (CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017/ADAPTADA) No


que se refere às provas no processo civil, assinale a opção correta.
É permitido ao advogado requerer o depoimento pessoal da parte que esteja sob o seu
patrocínio.

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Segundo o artigo 385 da Lei de Ritos:

Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja inter-
rogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
Errado.

Ok, a parte será intimada pessoalmente para prestar o depoimento e Juiz irá adverti-la
sobre a pena de confesso, a qual significa que serão presumidos verdadeiros os fatos alega-
dos pela parte contrária (presunção relativa, juris tantum) caso o intimado não compareça à
audiência ou compareça, mas se recuse a depor, se a parte não responder as perguntas a ela
dirigidas ou for evasivo (se desviar das perguntas feitas) o Juiz irá avaliar os outros elementos
probatórios e, com base neles, irá declarar se a parte se recusou a depor.

A confissão, no depoimento pessoal, decorre não apenas do não comparecimento, mas decor-
re também do comparecimento sem depoimento.

Amigo(a), muitas vezes o pretenso depoente reside em local diverso de onde tramita o
processo e, em razão disso, por meio dos recursos tecnológicos disponíveis, é admissível a
colheita do depoimento via videoconferência ou outro recurso de transmissão de dados em
tempo real, situação possível na audiência de instrução.
No momento do depoimento a parte irá responder acerca dos fatos que interessem ao
processo. Porém, para isso, não poderá levar o depoimento escrito, afinal, imagine as partes
levarem um Best Seller com o mesmo número de páginas de um Vade Mecum para a audiên-
cia... Aí, não! Contudo, a boa notícia, para o depoente, é que o artigo 387 da Lei de Ritos permite
a consulta a breves apontamentos, cujo objetivo seja complementar esclarecimentos.
Agora, o artigo 388 da Lei de Ritos prevê alguns casos em que as partes não precisarão de-
por e sobre elas não incidirá a pena de confesso. Vamos analisar o dispositivo e seus incisos,
venha comigo!

Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:


I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;

Quer dizer, a parte não estará obrigada depor sobre fatos que acarretem autoincrimina-
ção (olha aí o princípio do nemo tenetur se detegere, visto nas aulas de Direito Penal e Pro-
cesso Penal)

II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;

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O inciso mencionado evidencia a situação de psicólogos, médicos, advogados e líderes


religiosos, por exemplo, aos quais segredos recônditos são confiados e, em razão da ética
profissional, devem ser resguardados.

III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companhei-
ro ou de parente em grau sucessível;

É... Se houver desonra própria ou do cônjuge ou parente em grau sucessível, não há obri-
gatoriedade em depor. Situação interessante se refere ao fato de não haver menção ao amigo
íntimo na codificação processual contemporânea.

IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.

Querido(a), alguns processos podem apresentar riscos à integridade física da parte ou dos
parentes dela e, se assim for o caso, também não haverá obrigatoriedade em depor.
Chamo sua atenção para o parágrafo único do artigo 388, que estabelece não serem apli-
cáveis as disposições mencionadas às relações familiares, até porque esses relacionamentos,
muitas vezes, imprimem uma maior dificuldade em se angariar provas.

Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.

Da Confissão
Estimado(a) estudante, a confissão ocorre quando uma das partes admite fatos desfavorá-
veis aos seus interesses e, por conseguinte, favoráveis ao adversário. Ela pode ser:
• Judicial: quando a parte admite fatos contrários ao próprio interesse durante o transcor-
rer do processo. Esse tipo de confissão poderá ser espontânea, por meio da qual a parte
confessará em outro momento que não seja no depoimento pessoal (a qual poderá ser
emitida pela parte ou representante com poderes especiais) ou provocada, que ocorre
durante o depoimento pessoal.
• Extrajudicial: quando a parte confessar fora do processo. Esse tipo de confissão deverá
ser provada por meio de documentação ou por prova testemunhal, por exemplo. Esse
tipo de confissão, caso tenha sido feita de forma oral, somente será válida se a lei não
exigir prova literal, conforme o artigo 394 da Legislação Processual Civil.

Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário
ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.

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A confissão espontânea pode ser feita pelo procurador, desde que a procuração confira a
ele esse poder especial, como, por exemplo, uma procuração ad judicia et extra, com o empo-
deramento para confessar ou transigir.
A confissão também poderá ser:
• Expressa: quando uma das partes admite algo que lhe é desfavorável por meio de escri-
to o externa de modo verbal
• Ficta ou presumida: quando a parte, diante da pergunta, não responde à indagação ou
é evasivo (parece uma minhoca ensaboada) ou não comparece à audiência. Essa con-
fissão acarreta presunção de veracidade (juris tantum) acerca daquilo sobre o que se
discute.

Se a relação processual contiver mais litigantes no polo passivo ou ativo (litisconsórcio), a


confissão de um não prejudicará os demais litisconsortes. Nas ações que versem sobre bens
imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um dos cônjuges ou compa-
nheiros não terá efeitos sem a do outro, exceto se o regime de casamento for de separação
absoluta de bens (consoante o parágrafo único do artigo 391). Aliás, quando se casa, a vida
muda um pouquinho, e é preciso pedir autorização para confessar, assim como para jogar
futebol com os amigos, respirar, gastar o próprio dinheiro... Essas coisinhas básicas... Rs...
Brincadeira, viu?

Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios,
a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casa-
mento for o de separação absoluta de bens.

Querido(a), chamo sua atenção para o fato de que o artigo 392 da Codificação Processual
estabelece casos nos quais a confissão não será válida ou será ineficaz, vamos analisá-los:

Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

Ou seja, não valerá a confissão de fatos relativos a direitos indisponíveis, sobre os quais
não é possível transigir, como saúde, a dignidade humana, dentre outros.

§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem
os fatos confessados.

Se não houver capacidade de dispor sobre o direito, não há de se falar em confissão e, por
conseguinte, na atribuição dos efeitos a ela atribuídos.

§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular
o representado.

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Bem, se o representante não pode tratar sobre determinado assunto, menos ainda poderá
incidir a confissão.

Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

Veja que interessante!


Sobre a confissão, os artigos do 213 e 214 do Código Civil foram incorporados pelo NCPC.

Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que
se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que
este pode vincular o representado.
Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

Obs.: Veja bem!


 Aquele que confessou não pode voltar atrás e dizer que não quer mais confessar (irre-
vogável), mas pode desfazer a confissão caso prove algum defeito (anulável).
 Por que não cabe anular uma confissão por dolo? Veja, a confissão é ciência de fato.
Só tem sentido invalidar a confissão se comprometer a declaração de ciência sobre o
fato. Não há nenhuma razão para se invalidar por dolo, se ele não levou ao erro. Se o
dolo não levou a erro, é irrelevante para a anulação da confissão.

O artigo 393 da Lei de Ritos versa sobre a anulação da confissão caso ela seja obtida por
meio de erro de fato (falsa percepção da realidade), bem como por coação (física ou moral), o
que, diga-se de passagem, são vícios de consentimento em sede de Direito Civil e ensejam a
anulação do negócio jurídico.
Consoante o artigo 395 do Código de Processo Civil, a confissão, em regra, é indivisível
de modo que a parte não pode aceitá-la no trecho que a beneficiar e rejeitá-la no tópico que
lhe for desfavorável. Entretanto, a confissão pode sofrer cisão (separação) caso o confitente
(aquele que confessa) acoste fatos novos ao processo, os quais sejam capazes de constituir
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção (a qual amplia os limites objeti-
vos da demanda).

Do Prova Documental
Querido(a), quando falo a respeito de documentos, faço menção a informações que foram
captadas e cristalizadas em um determinado suporte, seja o papel, DVD, CD, pen drive, Disque-
te (o que é isso professor? Esse suporte é pré-histórico!!!), fotografias, enfim, algum meio que
registre uma informação escrita, captadas por sons ou imagens em um determinado momento

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e a mantém. Bem, nossa cultura fomenta esse tipo de prova, uma vez os contratos, em regra,
são escritos (embora a legislação civilista permita relações contratuais verbais).

Da Força Probante do Documento


Os documentos, no que se refere a quem o produziu, podem ser classificados em:
• Públicos: são documentos produzidos por servidores públicos, os quais atestam fatos
que ocorreram na presença deles.

Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o
escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
• Privados: São produzidos por particulares, ou seja, não contam com a participação de
servidores públicos.

Algumas provas dependem de solenidade, de modo que, caso elas não estejam presentes,
não poderão ser supridas por outra forma, como, por exemplo, a exigência de escritura pública
para a celebração de contrato de compra e venda de imóveis. Noutro giro, se a lei não exigir
formalidades, o documento é denominado não solene. Chamo sua atenção para o fato de que
o documento público produzido por oficial público incompetente ou sem as formalidades exi-
gidas pela legislação, com assinatura das partes, é equiparado, em termos de força probante,
a documentos particulares.

Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova,
por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalida-
des legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

Amigo(a), as cópias autenticadas com firma reconhecida possuem a mesma força pro-
bante dos documentos originais, entendimento previsto no artigo 425, III. Além disso, o Novo
Código estabelece que as cópias dos processos contam com a mesma força probatória das
originais quando declaradas pelo advogado, o qual pode autenticá-las e, com efeito, se respon-
sabiliza pela autenticação.
Bem, nos tempos atuais, vivemos na era da informática e o suporte em papel tende a ser
muito diminuído nas repartições públicas, vide os processos judiciais eletrônicos. Sendo as-
sim, as reproduções digitalizadas de documentos públicos ou particulares acostadas (junta-
das) aos autos pelo Ministério Público e seus auxiliares, Defensoria Pública e seus auxiliares
bem como pelas procuradorias e repartições públicas serão equiparados ao documento ori-
ginal, salvo se houver alegação motivada e com fundamentação de adulteração, consoante o
inciso VI do artigo 425 da Lei n. 13.105 de 2015.

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Da Exibição do Documento ou da Coisa


Muitas vezes, durante a marcha processual, uma das partes pode requerer (pedir) e o Juiz
requisitar (ordenar) a apresentação de documento ou coisa em poder da parte ou de terceiro.
Trata-se de um incidente processual cuja intenção é a de que sejam exibidos documentos ou
coisas. Seria o caso de um requerimento do autor para que um banco, o qual financiou o seu
imóvel, apresente todos os valores recebidos por demonstrativo (exiba a documentação perti-
nente ao caso). Nesse exemplo, teríamos a figura do requerente (quem financiou o imóvel) e o
requerido (o banco).
Quando esse pedido ou requisição é endereçado à parte, ela não tem a obrigação de apre-
sentá-lo, mas um encargo. Isso significa que se o documento não for apresentado, o Juiz ad-
mitirá os fatos alegados como verdadeiros, caso o requerido não evidencie que a coisa ou
documento não estão em seu poder, que as alegações não correspondem à verdade ou que a
recusa foi dada por ilegítima, isto é, a parte arca com o ônus da não apresentação.
Já o terceiro para quem ocorreu o encargo de exibir o documento ou a coisa estará obri-
gado a apresentá-la. Caso não faça, o Juiz poderá utilizar-se dos poderes a ele conferidos e
expedir mandado de busca e apreensão, sem embargo de imputar o crime de desobediência e
multa àquele que não atendeu à ordem para apresentar aquilo que o Julgador requisitou. Para
que o terceiro exiba a coisa ou documento, o requerente irá propor uma ação incidente, uma
vez que o terceiro não figura na relação jurídica originária, o que nos leva a verificar que será
por meio de petição inicial com todas as formalidades previstas pela peça vestibular.

Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.

Amigo(a), o pleito formulado pela parte deverá trazer individualização da coisa ou docu-
mento a ser exibido, bem como a finalidade da apresentação e as circunstâncias as quais
fundamentaram o pedido do requerente no sentido de afirmar que a documentação ou coisa
se acha em poder da parte adversa.

Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:


I – a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa;
III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe
e se acha em poder da parte contrária.

Uma vez cientificado acerca da necessidade de exibir o documento ou a coisa, o requerido


responderá a nos 5 (dias) subsequentes, lapso temporal no qual poderá apresentar o que foi
exigido, alegar que não possui mais o documento ou coisa ou provar que a declaração não
corresponde à verdade.

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Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que
o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.

Cumpre destacar que o Julgador não admitirá que o requerido recuse a apresentação
do documento ou da coisa nos casos previstos no artigo 399 da Lei de Ritos, o qual cola-
ciono abaixo:

Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:


I – o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II – o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III – o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento
ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I – o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398;
II – a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamen-
tais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.

O prazo para que o terceiro responda acerca da exibição da coisa ou documento sob sua
posse é de 15 (quinze dias), consoante o artigo 401 do Código de Processo. O artigo 404 esta-
belece que tanto a parte como terceiro podem se eximir de exibir o documento nas seguintes
hipóteses:

Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
I – concernente a negócios da própria vida da família;
II – sua apresentação puder violar dever de honra;
III – sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consan-
guíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV – sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam
guardar segredo;
V – subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa
da exibição;
VI – houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas
uma parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída
cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.

O parágrafo único nos dá a ideia de que o documento poderá ser exibido, em parte, no
cartório do Juízo para extração de cópias sobre o que não versar sobre os incisos I a VI do
artigo 404.

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Da Falsidade Documental
Prezado(a), muitas vezes o documento, seja público ou particular, que fora acostado aos
autos, pode ser falso e, por conseguinte, deverá ser desentranhado (extraído) dos autos e im-
putada a responsabilidade criminal a quem procedeu à falsidade.
O novo Código de Processo Civil estatui que a falsidade ocorre quando for formado um
documento não verdadeiro (confeccionar uma certidão de nascimento falsa, por exemplo),
alterar um documento verdadeiro (uma assinatura falsa) ou a fé relativa a ele (a crença na
veracidade do documento). A autenticidade pode ser impugnada quando o documento for as-
sinado em branco e houver preenchimento abusivo (como um documento assinado em um
local e preenchido indevidamente em momento posterior) ou quando existir a impugnação do
documento (quanto a sua autenticidade) até que se possa verificar se ele é ou não autêntico.
Veja como a Legislação Processual trata o tema:

Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular sendo-lhe declarada judicialmente a falsi-
dade.
Parágrafo único. A falsidade consiste em:
I – formar documento não verdadeiro;
II – alterar documento verdadeiro.
Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:
I – for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade;
II – assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo.
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não
escrito no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando o pacto
feito com o signatário.

Infelizmente, algumas pessoas assinam documentos em branco no afã de conseguirem


um empréstimo para que esses papéis sejam preenchidos depois. Bem, caso o preenchimento
ocorra posteriormente, de modo indevido, estará caracterizado o abuso, o qual poder acarretar
sanções criminais.

Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:


I – se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
II – se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento.

Ok, feitas as considerações acima, saliento que os artigos 430 ao 433 do Código de Pro-
cesso permitem e disciplinam a arguição de falsidade documental por meio da qual o autor ou
réu suscitam o falso.
Consoante o artigo 430 da Lei de Ritos, a falsidade deverá ser suscitada na contestação
(momento em que o réu aponta o falso) ou na réplica (peça por meio da qual o autor indica a
existência da falsidade). O prazo para arguição é de 15 (quinze) dias (prazo preclusivo, o que

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não impede que seja manejada ação autônoma de declaração de falsidade), contados da inti-
mação da juntada do documento aos autos.

Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias,
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.

Amigo(a), a arguição de falsidade será resolvida pelo Juiz como uma questão incidental no
processo, ou seja, um questionamento que orbita a marcha processual, mas não recairá sobre
o mérito, exceto se a parte requerer que o julgador decida a falsidade como questão principal,
por meio da qual o autor limita-se a declaração da autenticidade ou falsidade do documento.
Nas arguições de falsidade, a parte deverá expor os motivos da pretensão, consoante o ar-
tigo 431 da Lei de Ritos, bem como pretende provar a alegação. Seria o caso de um documento
em que a parte verifica que a assinatura não é sua e solicita um exame pericial grafotécnico, a
fim de provar o que alega. Após a oitiva do adverso, no prazo de 15 (quinze) dias, a perícia será
realizada, consoante ditames do artigo 432 da Lei n. 13.105 de 2015. Agora, se a parte concor-
dar em retirar o documento, não haverá perícia na documentação contestada.

Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a
parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios
com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame peri-
cial.
Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concor-
dar em retirá-lo.

Prezado(a) estudante, se a declaração sobre a falsidade documental for suscitada como


questão principal, ela constará na parte dispositiva da sentença (elemento essencial por meio
do qual o Juiz resolve as questões principais a ele carreadas) e fará coisa julgada, o que a tor-
na atacável por meio de recurso de apelação. Noutro giro, se a questão for incidental, existe
divergência, porquanto há entendimento no sentido de ser cabível agravo de instrumento (art.
1.015, II), mas, há quem compreenda ser adequado o manejo da apelação (art. 1.009, § 2º).

Da Prova Testemunhal
Quando falamos em prova testemunhal, estamos diante de fatos que foram presenciados
ou conhecidos por pessoas (captados por meios sensoriais, tais como: visão e audição), cujo
teor será reduzido a termo (escrito) e subscrito (assinado ao final), pois interessam ao processo.
A princípio, a prova testemunhal é admitida sempre, essa é a regra, excepcionalizada caso
a lei traga disposição em contrário. Mesmo com a admissão das provas testemunhais pelo
Código, o Juiz indeferirá a oitiva quando os fatos estiverem sido provados por documentos,

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houver confissão da parte ou quando os fatos só puderem ser comprovados por meio de do-
cumentação ou avaliação do perito (prova pericial).
Veja que interessante!
O CPC/73 e o Código Civil previa que, para contratos acima de 10 salários mínimos, não
cabia prova exclusivamente testemunhal. Essas regras não existem mais.

Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:


I – já provados por documento ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal
quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir
a prova.

Uma vez arroladas as testemunhas elas deverão ser qualificadas, isto é, serão indicados
dados pessoais como nome, estado civil, profissão, número da identidade, local de trabalho,
onde reside. Agora, é preciso destacar que essa qualificação ocorrerá sempre que possível,
com base no artigo 450 da Lei de Ritos, porquanto, em alguns casos a parte não tem como
indicar com precisão quem é a testemunha, pois só a conhece pelo primeiro nome ou sabe
apenas onde ela reside e necessitará do auxilio do Poder Judiciário para identificar o preten-
so depoente.
A parte pode provar os fatos por meio de testemunhas nas hipóteses do artigo 446, as
quais examino como você:

Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas:


I – nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;

Esse é um tema comentado nas aulas de Direito Civil e ocorre, por exemplo, quando al-
guém realiza uma simulação no negócio jurídico, como no caso em que um devedor, o qual
não pagou uma dívida assumida por contrato, simula uma alienação (venda) de um bem para o
nome de um amigo, mas de fato continua a utilizá-lo, ou seja, fez isso apenas para não cumprir
a obrigação, a qual se satisfaria no patrimônio “alienado”, o que caracteriza um vício.

II – nos contratos em geral, os vícios de consentimento.

Seriam os negócios celebrados por meio de dolo, estado de perigo, coação, erro, ou seja, si-
tuações que comprometem a higidez da celebração do negócio jurídico e admitem a anulação.
Querido(a), nosso sistema processual civil prevê alguns casos de pessoas que não pode-
rão ser testemunhas haja vista serem incapazes (acometidas por enfermidade mental anterior
ou contemporânea aos fatos), os cegos e surdos (quando essa função sensorial seja necessá-
ria para instrução) e os menores de 16 (dezesseis anos).

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Outro motivo para que não seja admitida a testemunha se refere ao fato de ela ser impedi-
da, isto é, quando for cônjuge ou companheiro, ascendente ou descendente, em qualquer grau
civil da parte e colateral até o terceiro grau civil, seja por afinidade ou consanguinidade (exceto
se o caso se relacionar com o interesse público, a causa se relacionar ao estado da pessoa a
situação não puder ser obtida por outro modo e o Julgador entenda ser necessária ao exame
de mérito).
Além do exposto, também será considerada impedida a testemunha que é parte na causa,
ou que intervenha em nome da parte (como tutor, representante da pessoa jurídica, o próprio
Juiz, o advogado e outras pessoas que tenham sido ou sejam assistentes das partes). As alu-
didas hipóteses estão previstas no § 2º incisos I a III do artigo 447 do Código de 2015.
Ademais, o § 3 do artigo 447 do Código de Processo estabelece as testemunhas que po-
dem ser consideradas suspeitas nos seguintes casos: inimigos da parte ou amigos íntimos
delas (porque aí fica difícil agir com imparcialidade, né?), ou se o pretenso depoente tiver inte-
resse no litígio.
Veja que interessante!
O condenado por crime de falso testemunho e o que, por seus costumes, não for digno de
fé não estão mais no rol dos suspeitos.
Veja, estimado(a) estudante, embora o Código trate acerca da impossibilidade de incapa-
zes (menores), impedidos e suspeitos figurarem como testemunhas, a mesma codificação
permite ao Juiz colher o depoimento deles quando necessário sem que prestem compromis-
so de dizer a verdade. No entanto, o Julgador irá valorar os depoimentos conforme o caso e
merecimento.
Bem, cumpre destacar que as testemunhas não são obrigadas a depor em relação a tudo,
pois existem fatos que podem prejudicar os parentes dela ou violar sigilos relacionados ao
exercício profissional do pretenso depoente, como nos casos dos médicos.

Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:


I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

Quanto à produção de provas, o Código prevê que o rol de testemunhas está limitado a
10 (dez) que podem ser substituídas nos seguintes casos previstos pelo artigo 451 da Lei
Processual:

Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4º e 5º do art. 357, a parte só pode subs-
tituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada.

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Se a testemunha residir em local diverso da sede do Juízo (onde, em regra são ouvidas) a
oitiva poderá ser realizada por videoconferência ou outro meio tecnológico, que poderá ocorrer
durante a audiência de instrução. Os aparatos para a realização da oitiva mencionada deverão
ser disponibilizados pelos Juízos.
Amigo(a), existem pessoas que, em razão do cargo ocupado, serão inquiridas na própria
residência ou no local onde exercem as funções laborais. O artigo 454 do Novo Código prevê o
rol de testemunhas nessa condição, as quais veremos abaixo:

Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:
I – o presidente e o vice-presidente da República;
II – os ministros de Estado;
III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e
os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleito-
ral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV – o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o
defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI – os senadores e os deputados federais;
VII – os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – o prefeito;
IX – os deputados estaduais e distritais;
X – os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Con-
tas dos Estados e do Distrito Federal;
XI – o procurador-geral de justiça;
XII – o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomá-
tico do Brasil.

Caso as autoridades sejam arroladas como testemunhas, o Juiz remeterá a elas uma cópia
da petição inicial, a qual conterá informações acerca dos fatos, e solicitará à testemunha que
indique o dia, hora e lugar para que seja realizada a inquirição. Caso a autoridade não faça a
indicação no prazo de 1 (um) mês, o Julgador marcará a inquirição, a qual se dará, de modo
preferencial, na sede do Juízo, o que é a regra. O mesmo ocorrerá se o pretenso depoente não
comparecer, de forma injustificada, no dia, hora e lugar determinado.
Nos tempos atuais, o advogado poderá intimar testemunhas que reputar relevantes para
o processo. Nesse caso, deverá informar à testemunha o dia, hora e lugar da inquirição e dis-
pensar a intimação do Juízo. O artigo 455, § 1º, consigna que a intimação deverá ser feita por
carta com aviso de recebimento (AR) e cópia da correspondência relativa à intimação e com-
provante do recebimento acostados aos autos com antecedência, de, pelo menos, 3 (três) dias
da data da audiência.

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A parte também pode se comprometer a levar a testemunha sem intimá-la, porém, caso
não ela não compareça, presume-se que a parte desistiu da inquirição.
Bem, amigo(a) do Gran Cursos Online, muitas vezes a intimação feita pelo Poder Judiciário
se faz necessária, sendo assim, o artigo 455, § 4º, estabelece as hipóteses nas quais a comu-
nicação será feita pela via judicial, vamos ver:

§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:


I – for frustrada a intimação prevista no § 1º deste artigo;

Esse é o caso da intimação feita pelo advogado.

II – sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;

Como nos casos das testemunhas que se recusam a comparecer em Juízo quando a par-
te solicita.

III – figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao
chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir;

No inciso acima, o Juiz oficiará ao órgão para que o servidor compareça para depor em dia,
hora e lugar marcados.

IV – a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
V – a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.

São as testemunhas inquiridas na própria residência ou onde exercem as funções.


Bem, feitas as considerações acima, antes de o Juiz iniciar os depoimentos, qualificará a
testemunha e verificará se há algum grau de parentesco com a parte ou interessado no pro-
cesso (em caso afirmativo, poderá escutá-la como informante) e perguntará se há algum caso
de impedimento suspeição ou incapacidade que comprometa a inquirição além de informar à
testemunha acerca do compromisso de dizer a verdade e adverti-la sobre a sanção penal (cri-
me de falso testemunho) em caso de afirmação falsa, calar ou ocultar a verdade. Saliento que
é permitido à parte contrária contraditar a testemunha, ou seja, alegar que sobre ela recaem
incapacidade, suspeição ou impedimento para oitiva.
As testemunhas são ouvidas separadamente, primeiro as do autor e depois as do réu de
modo que uma não ouça o depoimento das outras. Embora a Codificação Processual traga
essa ordem, ela poderá ser alterada, caso as partes concordem.
As perguntas direcionadas às testemunhas serão feitas a elas diretamente, isto é, não
precisam ser feitas ao Juiz para que sejam reperguntadas ao inquirido (típico de um sistema
de condução presidencialista de inquirição, previsto no Tribunal do Júri, quando um jurado
faz uma pergunta). O Julgador não permitirá preguntas que possam induzir a resposta, não

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tiverem relação com a atividade probatória (tipo perguntar qual cor preferida da testemunha,
rs) ou que tiverem sido respondidas.
Caso o Juiz indefira as perguntas, elas serão transcritas no termo de audiência, se a parte
assim o requerer, além do que as testemunhas devem ser tratadas com urbanidade.
Querido(a), quando as testemunhas divergirem em determinado ponto relevante, que pode
influenciar no julgamento, o Juiz poderá determinar uma acareação, por meio da qual a ques-
tão controvertida será reperguntada as testemunhas e reduzidas a termo em auto de acarea-
ção (a qual pode ser realizada por videoconferência ou outro meio tecnológico em tempo real).
Esse ato pode ser ordenado pelo Juiz de ofício ou requerido pela parte, consoante o artigo 461
do Código de Processo Civil.

Da Prova Pericial
Quando se analisa a prova pericial, está-se diante de uma prova técnica, mais complexa, a
qual depende de um perito (auxiliar da justiça que detém uma expertise, uma qualificação em
determinado assunto) que emitirá um laudo, a fim de nortear a decisão do Juiz.
A prova pericial pode consistir em:
• Exame: recai sobre pessoas ou coisas.
• Vistoria: é realizada sobre bens imóveis.
• Avaliação: sobre um bem (valor).

Como estamos diante de uma prova que pode demandar dinheiro e tempo, ela poderá ser
indeferida nos casos elencados pelo artigo 464, § 1º, que passamos a analisar abaixo:

§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:


I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;

Ou seja, fatos que podem ser avaliados por pessoas desprovidas de conhecimento espe-
cializado ou cientifico.

II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

Como o Juiz não está obrigado a decidir com base na prova pericial, em virtude da persua-
são racional, o corpo probatório pode ser suficiente para proferir a sentença.

III – a verificação for impraticável.

Há casos em que não há possibilidade de realização da perícia, como, por exemplo, uma
perícia em um barco que afundou em alto mar e o local é inacessível.

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Além disso, a perícia poderá ser substituída pela prova técnica simplificada, que consiste
na inquirição de especialista sobre ponto controverso relativo à causa, o qual possui menor
complexidade, o que deve ser requerido pelas partes ou de ofício pelo Juiz.

§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a


produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre
ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.

Chamo sua atenção, atento(a) estudante, que o especialista deverá ter formação acadê-
mica específica na área de seu depoimento. Amigo(a), destinei uma aula própria para tratar a
respeito do perito, bem como do assistente técnico. Porém, nesse ponto da nossa caminhada,
irei relembrar algumas características desses profissionais, haja vista o tema ora tratado exigir.
Bem, o perito é um auxiliar da justiça que deve agir com diligência e imparcialidade o qual
responde por prejuízos causados e tem por objetivo entregar um laudo, cujo escopo é auxiliar
o Juiz a emitir a decisão sobre o processo. Além disso, compete ao aludido profissional res-
ponder a quesitos (perguntas) formulados pelas partes acerca do assunto objeto da perícia.
Chamo sua atenção para o fato de que sobre o perito recairão as hipóteses de impedimento
e suspeição (artigos 144 e 145 do Código de Processo Civil), que podem ser arguidas pelas
partes no prazo de 15 dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito (nor-
malmente no saneamento do processo).

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomea-
ção do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.

Vamos relembrar outros conceitos, em apertada síntese, sobre alguns pontos relativos ao
perito, os quais foram trabalhados em aula passada:
• O Novo CPC estatui que perito tem que ser legalmente habilitado, ou seja, aquele que se
cadastrou.
• Artigo 156, § 1º, estabelece que os peritos serão nomeados entre os profissionais legal-
mente habilitados nos órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadas-
tro mantido pelo tribunal ao qual o Juiz está vinculado.
• Consoante o § 2º da legislação processual, para formação do cadastro, os tribunais de-
vem realizar consulta pública.

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Querido(a), o inciso II do artigo 465 versa sobre o assistente técnico, que, tal qual o perito,
fora analisado em aula própria. No entanto, vale relembrar alguns conceitos acerca desse pro-
fissional. Veja, o assistente é parcial (ao contrário do perito) e é contratado pela parte (o perito
é nomeado pelo Juiz) para emitir parecer (não é laudo) e sobre ele não recaem as hipóteses
de suspeição ou impedimento. Contudo o assistente não deverá agir com má-fé. O assistente
terá acesso às diligências e exames realizados pelo perito.

§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligên-
cias e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência
mínima de 5 (cinco) dias.

Os honorários do perito serão arbitrados no inicio da atividade pericial e o Julgador poderá


autorizar o pagamento no importe de até cinquenta por cento do valor quando o aludido auxiliar
da justiça iniciar a atividade laborativa e o restante ao final, com a entrega do laudo. No entan-
to, esse valor poder ser reduzido quando a perícia não estiver a contento ou for inconclusiva.

§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de
entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.

Querido(a), essa é uma regra nova. O Juiz pode dizer que o perito poderá ser pago até 50 %
dos honorários. E, ao final, ser exigido o restante.

§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmen-
te arbitrada para o trabalho.

Quando a perícia tiver de ser realizada por cartas (precatória, rogatória, de ordem) a no-
meação de perito ou assistente pode ser realizada por nomeação no Juiz deprecado, ou seja,
onde deva ser realizada a perícia.

§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação
de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.

O perito pode não aceitar o encargo ou ser recusado quando sobre ele recaírem as hipóte-
ses de impedimento ou suspeição, as quais, caso sejam aceitas pelo Juiz, acarretam substi-
tuição por outro profissional. Além disso, o artigo 468 da Legislação Processual estabelece os
casos nos quais o perito poderá ser substituído, acompanhe comigo:

Art. 468. O perito pode ser substituído quando:


I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.

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§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional res-
pectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível
prejuízo decorrente do atraso no processo.

Nos casos acima mencionados, o perito deverá restituir os valores recebidos, pois não
realizou a atividade para a qual estava incumbido, sob pena de ficar impedido de atuar como
perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos, conforme o § 2º do artigo 468 do Código de Pro-
cesso Civil.
Conforme comentei, linhas acima, o perito deverá responder a quesitos formulados pe-
las partes, porém, algumas inquirições serão indeferidas pelo Juiz, caso sejam impertinentes
bem como o Julgador poderá formular perguntas que entenda necessárias ao esclarecimento
do assunto.
O Juiz poderá escolher o perito em cadastro do Tribunal. Agora, as partes também podem
convencionar a escolha do aludido profissional desde que sejam plenamente capazes e a cau-
sa admita autocomposição.

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimen-
to, desde que:
I – sejam plenamente capazes;
II – a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para acom-
panhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo
fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado
pelo juiz.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pesso-
ais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

 Obs.: A perícia deve se ater o objeto da perícia. Qualquer violação a esse artigo é violação ao
requisito formal do laudo, que implicará em nulidade.

§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos
os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com
planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimen-
to do objeto da perícia.

Estimado(a) estudante, existem casos em que as perícias são complexas e exigem mais
de uma área de conhecimento de modo que o Juiz pode nomear mais de um perito, bem como
as partes indicar mais de um assistente técnico. Além, disso, algumas perícias podem ser mais
trabalhosas e, por essa razão, permitem que o perito, de modo justificado, solicite prorrogação

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de prazo, uma vez, com acréscimo de metade do tempo inicialmente solicitado, conforme o
artigo 476 da Lei n. 13.105 de 2015.
Após as atividades laborais, o perito irá protocolar o laudo em juízo com antecedência mí-
nima de 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento de modo que as partes
serão intimadas e poderão se manifestar, no prazo comum de 15 (quinze) dias, bem como os
assistentes técnicos poderão apresentar em igual prazo o parecer com suas conclusões.
Caso a perícia não tenha sido clara, poderá ser determinada nova perícia pelo Juiz, ou a
requerimento da parte. A segunda perícia recairá sobre os mesmos fatos e visa corrigir omis-
sões ou inexatidões da primeira e compete ao Juiz valorar as duas perícias, conforme estabe-
lece o artigo 480 do Código de Processo Civil.

Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quan-
do a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-
-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.

Veja que interessante!


O Juiz poderá desconsiderar o que o laudo pericial concluiu. Contudo, deverá fazê-lo de
forma motivada. (vide STJ, 4ª Turma, REsp 1.095.668-RJ, Rel. Min Luís Felipe Salomão, julgado
em 12/3/2013 (Info 519)). Ademais, com base no convencimento motivado, as conclusões do
laudo pericial podem ser desconsideradas com estribo em outras provas (vide STF. Plenário.
RE 567708/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em
8/3/2016 (Info 817)).

Da Inspeção Judicial
A inspeção judicial ocorre quando o Juiz vai ao encontro de coisas ou pessoas com o
objetivo de examiná-las, observá-las e, ao inspecioná-las, esclarecer os fatos que importem à
demanda e interessem no processo decisório. Essa inspeção poderá ocorrer em qualquer fase
do processo.

Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecio-
nar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.

Durante a inspeção, o Julgador pode ir acompanhado de um ou mais peritos, quando en-


tender que esse acompanhamento se faz necessário, a fim de melhor verificar ou interpre-
tar os fatos. São hipóteses que tornam viável a inspeção judicial: o Juiz julgar necessário, a
fim de melhor verificar ou interpretar os fatos que devam ser observados, quando as coisas

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não puderem ser apresentadas em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificulda-
des ou quando determinar a reconstituição dos fatos, conforme estabelece o artigo 483 da
Lei de Ritos.

Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I – julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II – a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III – determinar a reconstituição dos fatos.

Querido(a), é vedada a visita “surpresa”, ou seja, que o Juiz vá ao local da inspeção sem co-
municar as partes, porquanto elas têm direito de assistir à inspeção, prestar esclarecimentos e
fazer observações que entenderem relevantes para a causa. Por fim, ao final da inspeção, será
produzido um auto circunstanciado, no qual será mencionado tudo aquilo que for relevante
para o julgamento da causa.
Bem, feitas as considerações acima, vamos iniciar nossa habitual bateria de exercícios, a
qual nos ajuda a fixar os conceitos vistos no decorrer da aula.

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QUESTÕES DE CONCURSO
003. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Não havendo processo anterior que trate
da situação, a demonstração de que determinado fato ocorreu em rede social acessível pela
Internet poderá ser realizada com a juntada aos autos
a) de declaração pessoal do autor.
b) de prova emprestada.
c) do computador.
d) da prova pericial.
e) de ata notarial.

Amigo(a), esse é um meio de prova admitido no parágrafo único do artigo 384 da Codificação
Processual hodierna.

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos pode-
rão constar da ata notarial.
Letra e.

004. (CESPE/PC-MA/MÉDICO LEGISTA/2018) De acordo com o Código de Processo Civil, o(a)


I – perito, para o desempenho de sua função, poderá ouvir testemunhas, faculdade que não se
estende aos assistentes técnicos.
II – laudo pericial deverá conter a indicação do método utilizado.
III – perito poderá ser intimado para audiência por meio eletrônico.
IV – escolha do perito é prerrogativa exclusiva do juiz.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.

I – Errado. Conforme o artigo 473, § 3º, os assistentes técnicos, tais quais os peritos, podem
ouvir testemunhas.
II – Certo. Segundo ao artigo 473 da Lei Processual, o laudo deverá conter o método utilizado.
III – Certo. Tanto o perito como o assistente técnico podem ser intimados por meio eletrônico
com antecedência de 10 (dez) dias da audiência, conforme estabelece o artigo 477, § 4º, da
Lei de Ritos.

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IV – Errado. As partes podem convencionar a escolha do perito desde que o sejam plenamente
capazes e a causa possa ser resolvida por autocomposição.
Letra c.

005. (CESPE/TRT - 7ª REGIÃO/CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) De-


signada a audiência de instrução e julgamento relativa a ação ajuizada pelo Ministério Pú-
blico contra determinada empresa por supostas irregularidades, o Ministério Público arrolou
testemunhas.
Nessa situação, conforme disposições do CPC, a intimação das testemunhas deverá ser re-
alizada por
a) via judicial.
b) edital.
c) carta com aviso de recebimento.
d) carta simples.

Bem, essa é uma das hipóteses previstas pelo artigo 455, § 4º, IV, do Código para que a intima-
ção seja feita por meio da via judicial.
Letra a.

006. (CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) No que se refere às


provas no processo civil, assinale a opção correta.
a) Foi adotado o sistema do livre convencimento puro na valoração das provas pelo juiz.
b) O ônus da prova incumbirá à parte que produziu o documento, quando for contestada a au-
tenticidade deste.
c) Devido ao fato de os indivíduos com menos de dezesseis anos de idade serem incapazes
para depor, o juiz não pode admitir que eles deponham.
d) É permitido ao advogado requerer o depoimento pessoal da parte que esteja sob o seu
patrocínio.
e) São admitidos os meios típicos e atípicos para a prova dos fatos em juízo, ainda que tais
meios sejam moralmente ilegítimos.

a) Errada. Não há de se falar em livre convencimento puro como sendo adotado pela Codifica-
ção de Ritos, o convencimento deve ser motivado.
b) Certa. A questão consigna o que o artigo 429, II, consigna a respeito da produção de provas.
c) Errada. Opa! Embora o critério biológico seja importante, o Juiz pode sim ouvir os menores
de dezesseis anos, consoante o artigo 447, § 4º, da Lei Adjetiva.

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d) Errada. Não, consoante o artigo 385 da Lei n. 13.105 de 2015 o depoimento pessoal deve ser
requerido pela parte ou pelo Juiz.
e) Errada. Conquanto sejam admitidos meios típicos e atípicos de provas, eles devem ser mo-
ralmente legítimos, ao contrário do que afirma a questão. (Vide artigo 369).
Letra b.

007. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/2018) Acerca do procedimento co-


mum, julgue o item que se segue.
Por ser matéria de ordem pública, a distribuição diversa do ônus da prova não é possível por
convenção das partes.

Amigo(a), vimos que é possível a convenção do ônus da prova. Essa previsão poder ser eviden-
ciada por meio do artigo 373, § 3º, do Novo Código de Processo Civil.
Errado.

008. (CESPE/ STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-


RAL/2018) À luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue o próximo item.
No que se refere à formação do conjunto de provas no processo, a possibilidade de o magistra-
do atuar de ofício está expressamente prevista em lei e é compatível com a adoção, pelo CPC,
de um modelo de processo cooperativo.

Bem, o Novo Código adota o princípio da Cooperação, estudado logo em nossas lições intro-
dutórias. Essa atividade cooperativa pode ser evidenciada no artigo 6º da Lei de Ritos e vista,
também, nos artigos 370 e 421 da Codificação hodierna.
Certo.

009. (CESPE/PC-MA/MÉDICO LEGISTA/2018) Nas perícias cíveis, quando a prova do fato


depender de conhecimento técnico e científico, o juiz será assistido por perito. Após a ciência
de sua nomeação, caso não apresente escusa, o perito deverá
a) comprovar regularidade com órgão fiscalizador da profissão em quinze dias.
b) apresentar seu laudo em vinte dias.
c) confirmar, em três dias úteis, a aceitação do encargo pericial.
d) apresentar, em cinco dias, proposta de honorários.
e) oferecer quesitos, caso deseje, em dez dias.

Conforme o artigo 465, § 2º, I, da Lei de Ritos:

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Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:


I – proposta de honorários;
Letra d.

010. (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2017/ADAPTADA) Julgue


os itens a seguir, a respeito de provas, revelia, sentença e coisa julgada.
Nos casos em que a causa possa ser resolvida por autocomposição, as partes, se plenamen-
te capazes, poderão consensualmente escolher o perito, antecipando-se à nomeação deste
pelo juiz.

Vimos, no decorrer da aula, que as partes podem escolher o perito desde que atendidas as
exigências do artigo 471, veja:

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimen-
to, desde que:
I – sejam plenamente capazes;
II – a causa possa ser resolvida por autocomposição.
Certo.

011. (FCC/TRT - 15ª REGIÃO/SP/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/OFICIAL DE


JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Sobre provas, considere:
I – O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o contraditório.
II – O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formali-
dades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento
particular.
III – Se for arrolado como testemunha, o juiz da causa declarar-se-á suspeito, ainda que nada
saiba sobre os fatos, por ficar demonstrado seu vínculo pessoal com a parte que o arrolou.
IV – O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apre-
sentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que con-
siderar suficientes.
V – O juiz, apenas por ato de ofício, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas
ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato ou direito que interesse à solução da causa.
Está correto o que consta APENAS de
a) III, IV e V.
b) II, III e V.
c) I, II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e V.

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I – Correto. O Item está em conformidade com o que estabelece o artigo 372 do Código, o qual
consagra a prova emprestada.

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o contraditório.
II – Correto. O item descreve o que está disciplinado no artigo 407 da Lei de Ritos.

Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalida-
des legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.
III – Errado. Veja, o item contraria o artigo 452, I e II, do Código, o qual estatui que o Juiz, se
nada souber, mandará excluir seu nome do rol de testemunhas e se declarará impedido se tiver
conhecimento dos fatos que possam influir na decisão.

Art. 452. Quando for arrolado como testemunha, o juiz da causa:


I – declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos que possam influir na decisão, caso em
que será vedado à parte que o incluiu no rol desistir de seu depoimento;
II – se nada souber, mandará excluir o seu nome.
IV – Correto. O item está em consonância com o artigo 472 da Lei Adjetiva.

Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apre-
sentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que conside-
rar suficientes.
V – Errado. Consoante o artigo 481 da Codificação, a inspeção judicial pode ser requerida pela
parte e não somente pelo Juiz de ofício.

Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecio-
nar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Letra d.

012. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/REAPLICAÇÃO/2018) Considere as asserti-


vas abaixo.
I – O depoimento pessoal da parte não pode ser determinado de ofício pelo juiz.
II – Em ações de estado e de família, a parte não é obrigada a prestar depoimento sobre fatos,
ainda que venham a resultar em desonra própria.
III – Haverá confissão ficta quando a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento
pessoal e advertida da pena de confesso, não comparece em juízo.
IV – É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
V – A parte não tem legitimidade para requerer o seu próprio depoimento pessoal.

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Em consonância com as disposições do Código de Processo Civil, está correto o que se afir-
ma APENAS em
a) II e IV.
b) II, III e V.
c) I, II e V.
d) III, IV e V.
e) I, III e IV.

I – Errado. Vimos que o depoimento pessoal pode sim ser determinado pelo Juiz de ofício,
conforme assevera o artigo 385 do Código.
II – Errado. No decorrer da aula, expliquei que, com base no artigo 388, parágrafo único da Lei
Processual Civil, a não obrigatoriedade do depoimento da parte não se aplica as ações de es-
tado de família.

Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:


I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companhei-
ro ou de parente em grau sucessível;
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.
III – Correto. O item se alinha ao conceito de confissão ficta ou presumida, a qual pode ser
verificada por meio do artigo 385, § 1º.

§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de


confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
IV – Correto. Bem, o item está disciplinado no artigo 385, § 2º.

§ 2º É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.


V – Correto. De fato, o artigo 385, caput, evidencia que a parte não pode requerer o próprio
depoimento pessoal, apenas o seu adverso.
Letra d.

013. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) No que se refere às regras da confis-


são previstas no CPC, a confissão
a) em juízo vale como admissão de fatos relativos a direitos indisponíveis, se feita por agente
maior e capaz.
b) é revogável, como regra, por se tratar de ato jurídico unilateral, podendo ainda ser anulada se
decorreu de erro de fato, de dolo ou de coação.

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c) judicial só pode ser espontânea, já que a confissão provocada é exclusiva do procedimento


extrajudicial.
d) judicial faz prova contra o confitente, prejudicando os litisconsortes.
e) extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija pro-
va literal.

a) Errada. Veja, consoante o artigo 392 do Código, a confissão não vale se os fatos versarem
sobre direitos indisponíveis.

Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
b) Errada. Opa! Cuidado com essa questão, pois a confissão é irrevogável, em regra, e anulável
se decorrer de erro de fato ou coação. Não há de se falar em dolo.

Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
c) Errada. A confissão judicial poderá ser espontânea ou provocada, conforme o artigo 390 da
Lei n. 13.105 de 2015.

Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada


d) Errada. Vimos, no decorrer da aula, que a confissão de um dos litisconsortes não se estende
aos demais.

Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litiscon-
sortes.
e) Certa. Aí sim! Veja a dicção do artigo 394 do Novo Código:

Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei
não exija prova literal.
Letra e.

014. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Sobre as provas, segundo


as normas do novo Código de Processo Civil, considere:
I – É assegurado à parte requerer o próprio depoimento pessoal, assim como o da parte
contrária.
II – A confissão judicial faz prova contra o confitente e em prejuízo dos litisconsortes, caso se
trate de litisconsórcio unitário.
III – Cabe à parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-
-lhe-á o teor e a vigência, independentemente de determinação do juiz.
IV – Quando contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular pro-
va a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua
veracidade.

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V – A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação,


ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e V.
b) II e III.
c) IV e V.
d) II e IV.
e) I e III.

I – Errado. Veja, compete à parte requerer o depoimento pessoal do adversário processual,


conforme estabelece o artigo 385 da Codificação Processual.
II – Errado. O artigo 391 da Lei de Ritos assevera que a confissão feita por um dos litisconsor-
tes não prejudicará os demais, mas fará prova contra o confitente. No caso do litisconsórcio
unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais. Contudo, poderão beneficiá-
-los, consoante o artigo 117 do NCPC.

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de deci-
dir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como liti-
gantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litiscon-
sortes.
III – Errado. Nesse caso, a prova recairá sobre direito e dependerá da determinação do Juiz,
consoante o artigo 376 da Lei Adjetiva.
IV – Correto. O item se coaduna com o teor do artigo 408 da Lei de Ritos.

Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assi-
nado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
V – Correto. O item mantém uma relação de compatibilidade com o artigo 416 da Lei n. 13.105
de 2015, acompanhe comigo:

Art. 416. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação,
ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
Letra c.

015. (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) O novo Código de Processo Civil


a) não prevê expressamente o princípio da identidade física do juiz.
b) impõe ao advogado e ao defensor público o ônus de intimar a testemunha por ele arrolada
do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.

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c) abandonou completamente o sistema de distribuição do ônus da prova diante do polo ocu-


pado pela parte na demanda.
d) exige para a produção antecipada de provas prova de fundado receio de que venha a tornar-
-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação.
e) mantém o sistema de reperguntas para a produção da prova testemunhal.

a) Certa. A nova Lei de Ritos não prevê o princípio da identidade física do Juiz, o que era previs-
to na codificação de Buzaid.
b) Errada. Veja, conquanto o advogado possa intimar a testemunha, esse regramento não é
extensivo ao Defensor Público, o qual se valerá da intimação judicial para exercer o seu mister.
c) Errada. Negativo, vimos que o ônus da prova compete a quem alega (teoria da carga está-
tica) e admite a inversão (teoria da carga dinâmica), nos casos previstos no artigo 373, § 1º.
d) Errada. O artigo 381 do Novo Código traz as hipóteses para a antecipação de prova, o que
significa dizer que a aludida antecipação não se dará, apenas, em razão de fundado receio de
tornar-se muito difícil ou impossível a verificação de certos fatos na pendência da ação produ-
ção da prova.

Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos
fatos na pendência da ação;
II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado
de solução de conflito;
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
e) Errada. O artigo 459 admite perguntas diretas à testemunha, ou seja, não há o sistema de
reperguntas.
Letra a.

016. (FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS – SP/PROCURADOR/2016) Quanto à produção da


prova testemunhal, é correto afirmar:
a) É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou
a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a
contradita, somente com documentos.
b) As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela
que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem rela-
ção com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra
já respondida.
c) A intimação da testemunha só será feita pela via judicial quando ela houver sido arrola-
da pelo Ministério Público ou pela Defensoria, ou ainda quando se frustrar a intimação por
via postal.

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d) Cabe ao Juízo informar ou intimar a testemunha arrolada pela parte do dia, da hora e do
local da audiência designada, dispensando-se a intimação postal.
e) O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do réu e depois as
do autor, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras; o juiz poderá alterar
essa ordem, a seu livre arbítrio.

a) Errada. A produção de provas não está adstrita a documentos, também poderá ser compro-
vada por provas testemunhais, consoante o artigo 457, § 1º, da Lei Adjetiva.
b) Certa. A questão está de acordo com a dicção do artigo 459 do Novo Código.
c) Errada. Negativo, o artigo 455, § 4º, elenca mais hipóteses para as quais é possível a intima-
ção pela via judicial. Acompanhe comigo:

§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:


I – for frustrada a intimação prevista no § 1º deste artigo;
II – sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
III – figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao
chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir;
IV – a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
V – a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.
d) Errada. Conforme o artigo 455 da Lei de Ritos, cabe ao advogado o informar ou intimar a
testemunha, não ao juízo.
e) Errada. Embora o Juiz possa mudar a ordem das oitivas, isso não ocorrerá ao livre arbítrio
do Julgador, haja vista o parágrafo único do artigo 456 consignar a necessidade da anuência
das partes para a mencionada alteração.
Letra b.

017. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A existência e o modo de existir de algum fato


podem ser atestados ou documentados
a) por qualquer servidor público, dada a fé pública dos atos por ele praticados.
b) por simples declaração do interessado, que se presume verdadeira.
c) somente pelo registro de documento particular em cartório de títulos e documentos.
d) por tabelião em ata notarial, a requerimento do interessado.
e) apenas por escritura pública de declaração, lavrada em notas de tabelião.

A questão nos traz o conceito de ata notarial expressa pelo artigo 384 da Lei n. 13.105 de 2015,
o qual passo em revista com você:

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Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Letra d.

018. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO/2017) Para que a sentença declare o direito, faz-se necessário que o magistrado se
certifique da verdade dos fatos alegados, o que se dá por meio das provas. Com relação às
provas, analise as afirmativas abaixo:
I – Em hipótese alguma o magistrado pode modificar a ordem legal da produção das provas,
sob pena de ferir o princípio da legalidade.
II – A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha
a ser produzida.
III – Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão
constar da ata notarial e servir como meio de prova.
IV – O CPC/2015 extinguiu a exigência das reperguntas às testemunhas, cabendo às partes
formularem as perguntas diretamente às testemunhas.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I e III.

I – Errado. Os poderes instrutórios atribuídos a Juiz permitem que ele modifique a ordem das
provas, consoante o artigo 139, VI, da Legislação Processual.
II – Correto. Esse é o entendimento do artigo 381, § 3º, do Código.
III – Correto. O item se refere à ata notarial, prevista no parágrafo único do artigo 384 da
Lei Adjetiva.
IV – Correto. O artigo 459 da Lei de Ritos permite o sistema de inquirição direta às testemu-
nhas, o que torna o item acertado.
Letra b.

019. (CONSULPLAN/TJ-MG/ TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO/2016) Relativamente à arguição de falsidade, dentre as alternativas abaixo, apenas
uma é INCORRETA. Assinale-a:
a) A falsidade deverá ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de vinte dias, conta-
do a partir da intimação da juntada do documento aos autos; uma vez arguida, a falsidade será
resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão
principal.

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b) A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios
com que provará o alegado.
c) Depois de ouvida a outra parte no prazo de quinze dias, será realizado o exame pericial; se
a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo, não se procederá ao exame pericial.
d) A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal,
constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coi-
sa julgada.

a) Errada. A incorreção da questão se refere ao prazo dá para apresentar o falso, que pode ser
na contestação na réplica, ou no prazo de 15 (quinze) dias, não vinte como afirma a questão.
b) Certa. A questão se compatibiliza com o artigo 431 do Código.
c) Certa. A questão se alinha com o artigo 432 do Código.
d) Certa. A questão se compatibiliza com o artigo 433 do Código.
Letra a.

020. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO-


ÇÃO/2016) Sabidamente, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. A esse
respeito, é correto afirmar:
a) No corpo do laudo pericial, o perito deverá apresentar sua fundamentação em linguagem
simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões, sendo-lhe vedado
ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o
exame técnico ou científico do objeto da perícia.
b) O juiz não poderá, de ofício ou atendendo a requerimento de qualquer das partes, determinar
a produção de prova técnica simplificada em substituição à perícia, ainda que se trate de ponto
controvertido de menor complexidade, porque não se pode subtrair das partes a amplitude do
debate sobre o objeto do litígio.
c) O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, mediante aposição de
assinatura em termo de compromisso especialmente lavrado para assumir o encargo pericial.
d) Ainda que a perícia seja inconclusiva ou deficiente, o juiz não poderá reduzir a remuneração
inicialmente arbitrada para o trabalho pericial.

a) Certa. A questão evidencia o que é consignado não artigo 473, §§ 1º e 2º, do Código.

§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência
lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pesso-
ais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

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b) Errada. Negativo, o 464, § 2º, permite que haja a substituição da perícia por prova técnica
simplificada.

§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a


produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade.
c) Errada. Veja o perito cumprirá de modo escrupuloso o encargo independente de termo de
compromisso.

Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente
de termo de compromisso.
d) Errada. O artigo 465, § 5º, do Código prevê a redução da remuneração do perito quando a
perícia for inconclusiva.

§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmen-
te arbitrada para o trabalho.
Letra a.

021. (IBFC/TJ-PE/OFICIAL DE JUSTIÇA/2017) Sobre as provas em direito processual civil,


analise os itens abaixo.
I – É reconhecido o direito das partes de empregar todos os meios legais, bem como os moral-
mente legítimos, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz.
II – O ônus da prova em direito processual civil incumbe a quem alegar o fato, sendo vedada a
inversão do ônus da prova sob qualquer hipótese.
III – Apenas os fatos notórios e aqueles admitidos no processo como incontroversos indepen-
derão de prova.
IV – O juiz poderá se utilizar de prova emprestada de outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e III são corretos
b) Apenas II e IV são corretos
c) Apenas II e III são corretos
d) Apenas I e IV são corretos
e) I, II, III e IV são corretas

I – Correto. A assertiva está em harmonia com o que assevera o artigo 369 da Lei de Ritos.
II – Errado. O artigo 373, § 1º, traz hipóteses nas quais se admite a inversão do ônus da prova,
ao contrário do que afirma o item.

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III – Errado. Além dos fatos notórios, o artigo 374 do Código traz outras hipóteses que indepen-
derão de provas, as quais reviso com você:

Art. 374. Não dependem de prova os fatos:


I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – admitidos no processo como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
IV – Correto. Essa é a dicção do artigo 372 do Novo Código de Processo, o que torna o
item acertado.
Letra d.

022. (FGV/TRT - 12ª REGIÃO/SC/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Milena


celebrou um contrato de adesão com a empresa Céu S.A., tendo por objeto o fornecimento de
sinal de TV a cabo. Em determinada cláusula do contrato de prestação de serviços consta con-
venção das partes, atribuindo à adquirente dos serviços o ônus de provar, em caso de eventual
litígio judicial, que o local de sua residência oferece as condições técnicas adequadas para o
fornecimento do sinal de TV a cabo com a qualidade contratada.
Diante dessa situação hipotética, e de acordo com o CPC, é correto afirmar que a cláusula é:
a) nula, pois o CPC não admite convenção das partes sobre distribuição do ônus da prova;
b) nula, pois torna excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito;
c) válida, pois tem amparo no CPC;
d) nula, pois recai sobre direito indisponível da parte;
e) válida, pois tem amparo no Código de Defesa do Consumidor.

Querido(a), pode-se dizer que a cláusula mencionada pela questão é nula, porquanto na aludi-
da relação de consumo há vulnerabilidade e hipossuficiência por parte do consumidor, o qual
não possui a capacitação técnica para comprovar os aspectos exigidos pelo fornecedor como
no caso em tela, o que tornaria o ônus da prova excessivamente oneroso para o contratante e
afrontaria o artigo 373 § 3º, II, do Código de Processo Civil de 2015.
Letra b.

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GABARITO
3. e 10. c 17. d
4. c 11. d 18. b
5. a 12. d 19. a
6. b 13. e 20. a
7. e 14. c 21. d
8. c 15. a 22. b
9. d 16. b

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Ok, estimado(a) companheiro(a) virtual, após as questões anteriores, encerro mais uma
aula com aquele habitual agradecimento pela companhia durante essa marcha preparatória.
Fique com Deus e até o nosso próximo encontro!
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de
imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunida-
de, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo”.
Hermann Hesse

Anderson Ferreira
Servidor Público desde 2007, aprovado em diversos concursos públicos, dentre os quais: Professor da
Secretaria de Educação do Distrito Federal; Analista do Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região; Agente
de Polícia Civil do Distrito Federal e Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal (cargo ocupado nos tempos
atuais)

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