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Profa.

Romina Paradizo
romina.paradizo@ufpi.edu.br
Nível de Renda e Ritmo de Crescimento na
Segunda Metade do Século XIX

™ Quanto cresceu a renda real da economia no


período de 1840-50 até 1890-1900?
™ Quantidade exportada (volume) 214%
™ Preços médios das exportações 46%
™ Preços médios das importações 8%
Cesta de bens considerada

™ Café, açúcar, cacau, erva-mate, fumo, algodão,


borracha e couro.

™ No decênio 1841-1850 estes produtos compunham


88,2% das exportações brasileiras e no decênio 1891-
1900 esta participação foi de 95,6%.
Cinco Regiões Produtoras

I - Economia do Açúcar e Algodão. Inclui o setor de


subsistência ligado a estas atividades. - Nordeste.
II - Economia de subsistência no sul do país.
III - Economia do Café - Região central, RJ e SP.
IV - Economia da Borracha - Amazônia
V - Economia do Cacau - Bahia
Economia do Açúcar (1530 a aprox. 1650)
e Algodão (XVIII até o começo do XIX)

™ Nordeste menos Bahia.


™ População = 35% da pop. do país.
™ Taxa de crescimento populacional = 1,2% ano.
™ Crescimento pop. no meio século = 80%
™ Crescimento da renda real gerada pelo setor
exportador = 54%.
™ Conclusão - declínio da renda per capita. (-0,6%
ano)
Ciclo do algodão

™ Em áreas do semiárido do Nordeste do Brasil, surgiram


lavouras de algodão, que produziam matéria-prima para as
pequenas manufaturas e para as industrias têxteis inglesas,
durante a Guerra da Secessão nos Estados Unidos da
América.

™ Após um período de crescimento, o surgimento da praga do


bicudo e a restauração do comércio entre Inglaterra e
Estados Unidos da América puseram fim ao ciclo do
algodão no Nordeste brasileiro.
ALGODÃO

Imagem: Planta de aldodão / Autor: USDA Natural Resources - United States Department of Agriculture /
public domain.
Ciclo da borracha

™ No final do século XIX e XX (1870 a 1910), ocorreu o surto


da borracha na região amazônica. Da seringueira retirava-se
o látex, que produzia borracha usada na produção de pneus.

™ O surto durou pouco, pois a Inglaterra passou a


produzir a borracha em sua colônia na Oceania e sudeste
asiático e foi inventada a borracha sintética.

™ Essa atividade extrativa favoreceu o povoamento e o


crescimento urbano na região norte, além da incorporação
do Acre ao território nacional
Economia da Borracha (final do século XIX
e início do XX)

™ Participação no total das exportações:


™ 0,4% em 1840
™ 15% em 1890

™ População = 3% da população do país


™ Taxa de crescimento populacional = 2,6 % ano.
™ Crescimento pop. no meio século = 261%
™ Conclusão - renda per capita aumentou. (6,2% ano)
Extração do látex (seringueira)

Imagem: Extraindo borracha em árvore na Tailândia /


Autor: Blue Plover / Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported.

Fordlândia: https://youtu.be/U_NcH_9Qljo
Ciclo do Café

™ A partir de segunda metade do século XVIII e XIX, nas


Regiões Sudeste e Sul do Brasil, o café encontrou o solo
favorável (terra roxa) e tornou-se o principal produto de
exportação nacional.
™ O café favoreceu a vinda de imigrantes europeus para o
Brasil. Criou condições econômicas para a industrialização
de São Paulo, expansão da malha ferroviária,
desenvolvimento de portos e a expansão do povoamento
para o interior do Sudeste, norte do Paraná, de Mato Grosso
e Rondônia.
Economia do Café
(1870 a 1930)
™ População = 40% da população do país

™ Taxa de crescimento populacional = 2,2 % ano.

™ Crescimento pop. no meio século = 196%


™ Crescimento da renda real gerada pelo setor

exportador foi maior do que 803%.

™ Conclusão - renda per capita aumentou. (2,3% ano)


Cafeicultura

Imagem: Escravos numa fazenda de café no Brasil, c.1885 / Autor: Marc Ferrez (1943-1923) / public domain.
Economia de Subsistência
do Sul
™ Beneficiou indiretamente das exportações ao surgir um mercado
pelos seus produtos. Expandiu a faixa monetária de suas
atividades produtivas.
™ Erva-mate - Paraná Charque - RG do Sul
Vendas para o mercado externo e interno
™ População = 9% da população do país
™ Taxa de crescimento populacional = 3% ano.
™ Crescimento pop. no meio século = 332%
™ Crescimento da renda real gerada pelo setor
exportador foi maior do que 332%, talvez 396%.
™ Conclusão - renda per capita aumentou. (1,0% ano)
Economia do Cacau (século XIX e
século XX)

™ Bahia
™ Participação do cacau no total das exportações:
™ 1,5% em 1900

™ Exportava também fumo.


™ Taxa de crescimento populacional = 1,5 % ano.

™ Crescimento pop. no meio século = 110%


™ Conclusão - renda per capita estável. (0,0% ano)
Dinâmica da industrialização

™ A industrialização brasileira surgiu em São Paulo beneficiando-se


dos recursos econômicos oriundos da atividade cafeeira.
™

™ A industrialização intensificou a dinâmica de ocupação do


território brasileiro baseado na relação centro-periferia.

™ Intensificou os fluxos migratórios, principalmente de nordestinos


para São Paulo.

™ Acelerou a urbanização nacional, principalmente a região sudeste.


ECONOMIA E DINÂMICA DE
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
Imagem: Redesenhado a partir de Mapa das divisões dos estados brasileiros /
Autor: Felipe Menegaz / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported
Economia brasileira no século XVI (1600)
Imagem: Redesenhado a partir de Mapa das divisões dos estados brasileiros /
Autor: Felipe Menegaz / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0
Unported
Economia brasileira no século XVIII (1700)
de ocupação
Economia brasileira na atualidade e dinâmica

Imagem: Redesenhado a partir de Mapa das divisões dos estados brasileiros /


Autor: Felipe Menegaz / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported
Resumo

Região % da população do Taxa de Taxa de


País Crescimento da Crescimento da
população Renda per capita
Nordeste 35 1,2 -0,6
Bahia 13 1,5 0,0
Sul 9 3,0 1,0
Centro 40 2,2 2,3
Amazônia 3 2,6 6,2
Total 100 2,0 1,5
Brasil como um todo

™ Crescimento da renda real do país = 440%


™ Crescimento da renda real por ano = 3,5%
™ Crescimento da renda per capita 1,5% ano
™ Este é um valor relativamente alto. A renda per
capita nos EUA na época era um pouco menor
pois sua população crescia rapidamente.
™ Porém, o Brasil saiu de 75 anos de estagnação para
atingir este nível de crescimento. Os EUA este
crescimento vinha desde antes da independência.
Contrafatuais

™ Renda per capita do Brasil em 1800 - US$ 50.


™ Renda per capita do Brasil em 1850 - US$ 50. (ou
menos)
™ Se o Brasil tivesse crescido a 1,5% desde 1850 até
1900 a renda per capita teria sido US$ 106.
™ Se o Brasil tivesse crescido a 1,5% desde 1850 até
1950 a renda per capita teria sido US$ 224. Isto é
aproximadamente a marca observada na realidade.
Logo esta taxa de 1,5% deve ter se mantido
estável.
Contrafatuais

™ Se o Brasil tivesse crescido a 1,5% desde 1800


até 1950 a renda per capita teria sido US$ 500.
Isto é aproximadamente a marca observada na
Europa em 1950.
™ Portanto o atraso do Brasil pode ser creditado à
estagnação do período 1775 - 1850 e não ao
período mais recente.
Então...

™ A expansão territorial brasileira teve uma relação


indissociável das atividades econômicas.
™ Os ciclos econômicos foram o motor propulsor da
expansão territorial e da dinâmica de ocupação.
™ A população quase sempre se deslocavam para os
polos de maior desenvolvimento econômico em
cada época.
Situação favorável para o setor cafeeiro
brasileiro no fim do século XIX

™ Competidores com problemas (Ceilão).


™ A República agilizou a imigração ao descentralizar
o poder. (Estado de SP).
Situação favorável para o setor cafeeiro
brasileiro no fim do século XIX
™ Como consequência a produção do café aumentou
drasticamente. Enquanto o café fosse rentável sua
produção continuaria aumentando. Enquanto houvesse
terra e mão de obra disponível os lucros seriam reinvestidos
no café.
™ Porém eventualmente o preço teria de cair para o nível de
competição.
™ O Brasil controlava mais de 75% da produção mundial de
café, o que permitia manipular a oferta.
Novo instrumento de defesa do
interesse do café.

™ Em 1893 houve uma crise nos EUA e o preço do


café caiu.
™ A desvalorização da moeda nacional defendeu a
renda dos cafeicultores.
™ Em 1897 o mercado mundial estava em baixa e
novamente o preço do café caiu.
™ Agora não era mais possível usar novas
depreciações. Intranquilidade social.
™ Justamente nesta época há superprodução de café.
Qual a solução de mercado.

™ O preço baixo reduziria o lucro dos cafeicultores.


™ Os mais ineficientes iriam à falência.
™ Haveria menos reinvestimento e aumento de
plantações.
™ A produção cairia e o preço voltaria a subir nos
períodos subsequentes.
™ Seria doloroso mas o problema da superprodução seria
resolvido.
™ O efeito multiplicador afetaria o mercado interno
incipiente.
Qual a solução encontrada?

™ Redução da oferta através da estocagem.


™ Convênio de Taubaté (1906):
™ governo compra excedentes
™ financiamento via empréstimos estrangeiros
™ serviço do empréstimos coberto por imposto sobre
o café exportado
™ desencorajar novas plantações.
Convênio de Taubaté

™ A proposta gerou polêmica entre os diversos


grupos sociais: cafeicultores, comerciantes
importadores, industriais, banqueiros externos,
classe média urbana, burocracia civil e militar.
™ O esquema foi implementado pelos governos
estaduais.
™ O êxito do programa foi total. Segurou o preço do
café e os estoques foram vendidos nos anos
seguintes a bons preços gerando até um lucro.
Convênio de Taubaté

™ O êxito do programa levou à consolidação do


poder dos cafeicultores, que irá durar até a década
de trinta.
™ Problema: esta solução dava incentivos para o
aumento na capacidade de produção do café, que
foi justamente a fonte do problema.
™ Era racional o reinvestimento em café dado que a
expectativa era de que seu preço seria defendido.
™ “…transferência para o futuro da solução de um
problema que se tornaria cada vez mais grave.”
Política de defesa do café

™ Antes de 1906 - desvalorizações.


™ 1906 - Convênio de Taubaté.
™ 1917/20 - operação de defesa do café financiado
através de emissão de moeda pelo governo federal.
3,1 milhões de sacas estocadas em uma nova rede
de armazens, principalmente no portos de Santos e
do Rio de Janeiro.
Política de defesa do café

™ 1921- super-safra leva a nova operação de defesa


do café. Efeito demonstração das defesas
anteriores leva o governo federal a conduzir a
operação.
™ Passa a vigorar a consciência de que a defesa do
café era vital não só para o setor cafeeiro mas
também para a economia como um todo.
™ O preço do café estimulava novas plantações e
aumento da oferta de outros países.
Política de defesa do café

™ Durante a terceira valorização do café foi


instituída a defesa permanente do café a ser
conduzida pelo estado de SP.
™ Instituto Paulista de Defesa Permanente do Café.
™ Haviam brigas internas, pressão por cotas maiores,
mas o esquema funcionava.
™ De 1924 a 1927 a situação do preço do café era
favorável.
Política de defesa do café

™ 1927/28 nova super-safra de café.


™ Acionou-se o esquema de defesa novamente.
™ 1928/29 a safra foi reduzida.
™ 1929/30 nova super-safra. A produção exportável de café dobrou
de 1925 a 1929.
™ 1929/30 Grande Depressão.
™ Crise de demanda e crise de oferta.
™ O Instituto do Café acaba e a nova etapa de defesa do café será
feita pelo Governo Federal.
Desequilíbrio na Oferta e
Demanda de Café
™ A renda dos EUA cresceu 35% per capita na
década de 1920 e o consumo de café se manteve
em 12 libras por habitante. Demanda inelástica
com relação a renda.
™ Os estoques ao começar a GD não tinham
possibilidade de serem absorvidos pelo mercado.
™ O valor dos estoques em 1929 era mais de 10% do
PIB.
Paralelo

™ A defesa do café de 1927 foi feita com


empréstimos. Estas divisas, mais aquelas
derivadas da exportação do café, cujo preço estava
artificialmente sustentado, levaram a uma situação
de acumulo de divisas.
™ O governo adotou novamente a conversibilidade.
™ Ao começar a crise em 1929 as reservas sumiram
em poucos meses.
Situação em 1929

™ Crise de oferta - excesso de oferta. Produção máxima


alcançada em 1933.

™ Crise de Demanda - Grande Depressão.


™ Impossível obter créditos externos para reter novos
estoques. Governo sem reservas.
Situação em 1929

™ Colher o café ou deixar apodrecer?


™ Se colher o que fazer com o café?
™ Caso estocar ou destruir o café, como financiar?
Quem iria arcar com o prejuízo?
™ “… conforme já vimos, a economia havia desenvolvido
uma série de mecanismos pelos quais a classe dirigente
cafeeira lograria transferir para o conjunto da
coletividade o peso da carga nas quedas cíclicas
anteriores. Seria de se esperar, portanto, que buscasse
por esse lado a linha de menor resistência.”
Mecanismo de Defesa do
Café
™ O preço do café caiu em torno de 60%.
™ A crise externa e o fim do sistema de
conversibilidade levaram a uma desvalorização da
moeda de 40%.
™ Logo boa parte das perdas foram socializadas.
™ A baixa do preço aumentou o volume de café
vendido em 25% de 1929 a 1937.
™ Porém sobrava uma boa parte do café que não
podia ser vendida.
Mecanismo de Defesa do
Café

™ A produção prevista para os dez anos a partir


de 1929 excedia a a capacidade de absorção
dos mercados.
™ A recuperação dos preços dos produtos
primários em 1934 e 1935 não afetou o preço
do café que continuou deprimido.
Mecanismo de Defesa do
Café
“Ao garantir preços mínimos de compra
remuneradores para a grande maioria dos
produtores, estava-se na realidade mantendo o
nível de emprego na economia exportadora e,
indiretamente, nos setores produtores ligados ao
mercado interno. Ao evitar-se uma contração de
grandes proporções na renda monetária do setor
exportador, reduziam-se proporcionalmente os
efeitos do multiplicador de desemprego sobre os
demais setores da economia”
Os governos da República Oligárquica e a
política dos governadores
™ Revolução de 1930 e o fim da República Velha
™ As eleições presidenciais de 1930 foram vencidas, pela contagem oficial,
pelo candidato Júlio Prestes, presidente de São Paulo, que tinha o apoio do
presidente Washington Luís. Contudo, a oposição, não aceitou a derrota de
Getúlio Vargas e iniciou a Revolução de 1930
™ começou em 3 de outubro de 1930, sem enfrentar grande resistência, uma
vez que a repulsa ao modelo liberal-oligárquico da Velha República, com o
apoio de vários presidentes de Estado fora do eixo São Paulo/Minas Gerais.
™ Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas toma posse como presidente da
República, pondo fim à República Velha.

™ A crise de 1929 deu condições políticas para a vitória de Vargas

™ Esta crise causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto


interno bruto, com grande queda na produção industrial, no preço das ações,
e em praticamente todos os indicadores de atividade econômica, em diversos
países no mundo
A Era Vargas

Crise e industrialização no Brasil entre


1929-1954
CONTEXTO HISTÓRICO

™ O período 1929-1945 vai representar a ruptura


com um passado político liberal e com uma
política econômica livre-cambista;

™ Era o fim das seguidas repúblicas “da Espada” e


“oligarcas”;
CONTEXTO HISTÓRICO

® Ela exigiu não só uma rápida e efetiva política estatal


de defesa da renda e do emprego, mas também a
construção de uma política de industrialização, única
rota para sair da grave crise e ingressar em formas
econômicas urbanas mais modernas e progressistas.

® Exigiu, acima de tudo, uma firme vontade política e a


ousadia de utilizar o que se tinha de soberania
nacional.
A Era Vargas
™ Em 1929 candidatou-se à presidência da República na
chapa oposicionista da Aliança Liberal.
™ Chefiou o movimento revolucionário de 1930, por meio do
qual assumiu o Governo Provisório.
™ Em 1934, foi eleito presidente, de forma indireta, com
mandato até 1938.

™ Em 1937 instaurou o Estado Novo, determinou o


fechamento do Congresso, outorgou uma nova
Constituição, que lhe conferiu o controle dos poderes
Legislativo e Judiciário, e determinou o fechamento dos
partidos políticos.
A Era Vargas

™ Com o fim da Segunda Guerra em 1945, as pressões em prol da


redemocratização ficaram mais fortes, e então Vargas foi deposto em
29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por
generais que compunham o seu próprio ministério.
™ Nas eleições presidenciais de 1950, Vargas é eleito presidente da
república com ampla margem de votos.
™ No segundo período, o seu governo foi marcado pela retomada da
orientação nacionalista, cuja expressão maior foi a luta para a
implantação do monopólio estatal sobre o petróleo, com a criação da
Petrobrás.
™ Assim podemos observar que durante os 20 anos de poder, Vargas
imprimiu profundas transformações no sistema político, econômico e
administrativo brasileiro.
A Era Vargas

™ Assumiu o poder, em 3 de novembro de 1930, após perder para


Washington Luís.
™ Vargas tentou conter as críticas ao seu governo organizando
uma comissão responsável por organizar o novo Código
Eleitoral
™ Mas... Frente Única Paulista (FUP): constitucionalização do
país e autonomia de São Paulo
™ Morte de 4 estudantes – Revolução de 32 – restrita a São Paulo,
durou 3 meses
™ Após a revolução de 32, foi redigida a Constituição de 1934,
que manteve Vargas no poder até 1938, quando então foram
realizadas novas eleições.
A Era Vargas
™ Em 1937, Getúlio institui o Estado-Novo; fechou o Congresso;
dissolveu os partidos políticos; e passou a governar de modo
ditatorial até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
™ Retirado do poder por um golpe militar, que convocou uma
Assembléia Constituinte e promoveu eleições gerais em 1946,
Getúlio volta como candidato em 1950, e se elege presidente da
República.
™ Entre 1950 a 1954, quando ele se suicidou, dentro do palácio do
governo, no dia 24 de agosto, após se ver confrontado com a
eminência da renúncia ou deposição na reunião ministerial
realizada na madrugada de 23 para 24 de agosto.
™ Vargas deixou escrita uma carta-testamento, em que acusava os
inimigos da nação como os responsáveis por seu suicídio.
A Era Vargas
™ No plano político:
™ produziu um movimento de centralização que transferiu o poder dos
estados da federação para o governo central assumir papel crescente
na sociedade e na economia.

™ No plano econômico:
™ gerou um intenso movimento de industrialização e urbanização que,
nos anos 50, se fez acompanhar de políticas deliberadas de
desenvolvimento.

™ No plano social:
™ foi criado o Ministério da Justiça, assim como a Justiça do Trabalho,
para atuar nas relações entre o capital e o trabalho

™ No plano cultural:
™ criou instituições que atuaram nos campos da educação formal, do
teatro, da música, do livro, do rádio, do cinema, do patrimônio
cultural, da imprensa. Abriu espaço para a crescente participação dos
intelectuais no projeto de construção de uma identidade nacional.
A Era Vargas

™ A organização do Estado
™ Getúlio Vargas organizou o aparelho do Estado seguindo o modelo
burocrático weberiano.
™ A estrutura administrativa era ocupada por funcionários recrutados
via concurso público e promovidos meritocraticamente.
™ profissionalização da administração
™ O início do modelo burocrático ocorreu durante o primeiro período
do governo Vargas, por meio de uma linha autoritária-
modernizadora, porém modernizante e includente.
™ Foram criados Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o
Ministério da Educação e Saúde em 1930, a Universidade do Brasil
e o Serviço do Patrimônio Histórico Nacional em 1937, além do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 1938.
A Era Vargas
™ Para organizar a seleção e treinamento do funcionalismo
público, foi criado, em 1938, o Departamento Administrativo do
Serviço Público (DASP), que implantou o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis da União
™ Quanto às políticas trabalhistas.
™ aprovação, em 1931, da Lei de Sindicalização, que estabeleceu a
unicidade sindical;
™ implantação, em 1932, da jornada de trabalho de 8 horas
(concedida aos comerciários e aos industriários), das férias
remuneradas (concedidas aos bancários e industriários) e da
carteira de trabalho, que deu acesso aos direitos trabalhistas e
previdenciários;
™ criação, em 1933, dos Institutos de Aposentadoria e Pensões,
precursores do INSS;
™ fundação, em 1939, da Justiça do Trabalho; e
™ instituição, em 1940, do Salário Mínimo.
A Era Vargas

™ 1932, foi aprovado o Código Eleitoral, que estendeu o direito de


voto às mulheres, implantou o sistema de voto secreto, além de
criar a Justiça Eleitoral.
™ Na área econômica, o governo Vargas deu forte impulso à
industrialização do país, principalmente no setor de base.
™ Em 1941- Companhia Siderúrgica Nacional
™ Em 1942 - Companhia Vale do Rio Doce
™ Em 1952 - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDE)
™ Em 1953 - Petrobrás.
A Era Vargas

™ Durante o período de 1931 a 1954 (Vargas e Dutra), a


inflação anual média do país foi de 9,17 % e o
crescimento anual médio do PIB foi de 5,31 %.
™ Crise de 29 e II GM (1939-1945)

™ Na Era Vargas: surgiram as bases para a modernização


econômica, política e administrativa do país.
™ Sua passagem pelo comando do setor público brasileiro
estabeleceu um verdadeiro divisor de tempo.
O PERÍODO 1929-1950

Foram principalmente duas radicais mudanças:


® Uma profunda reorganização do Estado Nacional, que
passaria a ser fortemente intervencionista;

® E uma radical mudança do processo de acumulação de


capital, que alterou a mudança do Centro Dinâmico da
Economia Nacional, como disse Furtado, agora comandado
pelo investimento autônomo;
O PERÍODO 1929-1950

Para tanto, teve que se construir um novo estado e


redesenhar o painel da política econômica com os
instrumentos necessários para aquela tarefa:
® A moratória da dívida externa, sempre que necessária;
® O controle (e a desvalorização) do câmbio;
® Uma nova política de comércio exterior, de crédito, de juros e
tributária;
® Organização de normas para reger os contratos e o mercado de
trabalho;
O PERÍODO 1929-1950

Para tanto, teve que se construir um novo estado e


redesenhar o painel da política econômica com os
instrumentos necessários para aquela tarefa:
® Uma mais avançada legislação política, social e trabalhista.
® Formar equipes técnicas para dar conta desse empreendimento
vultoso (uma burocracia que administrasse o planejamento e a
execução dos principais projetos de desenvolvimento).
®A (re)construção do Estado exigiu também a reformulação
ou a criação de inúmeros órgãos:
• Conselho Técnico de Economia e Finanças (CTEF)
• Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE),
• O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP)
• Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial;
• Comissão de Planejamento Econômico (não aprovada no Legislativo)
• Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 1945;
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), em 1952;
• vários Departamentos, Comissões ou Conselhos de âmbito setorial (café, açúcar e
álcool, sal, pinho, mate, cacau, petróleo, minerais, etc) que passaram de órgãos de
âmbito político/econômico regional para o nacional.
O PERÍODO 1929-1950

A mudança de orientação da política econômica que se


mantém durante esses 15 anos, só se tornou possível por uma
série de fatos complementares:
™ Embora tivéssemos transitado para uma economia capitalista, as
condições para o funcionamento desse embrionário capitalismo
estavam concentradas no estado de São Paulo;
™ Essa trajetória paulista já é marcante desde a segunda década do
século XX:
® Entre 1911 - 13 e 1919, enquanto a indústria de transformação crescia à taxa
média anual de 4,4% no Brasil, em São Paulo ela havia sido de 7,5%.
® Entre 1920 e 1928, essas taxas respectivas foram 4,4% e 6,6%.
O PERÍODO 1929-1950

Essa trajetória paulista já é marcante desde a segunda


década do século XX:
® Entre 1911 - 13 e 1919, enquanto a indústria de
transformação crescia à taxa média anual de 4,4% no
Brasil, em São Paulo ela havia sido de 7,5%.
® Entre 1920 e 1928, essas taxas respectivas foram 4,4% e
6,6%.
O PERÍODO 1929-1950

Em São Paulo, as transformações ensejadas por esse


nascente capitalismo já mostravam que, ao final dos
anos 1920, a hegemonia da economia cafeeira já não era
plena:
® Pesado ônus que causava ao estado — financiamento para expansão do
plantio e de estoques;
® Outros compartimentos da economia haviam crescido tanto quanto ou
mais do que o café, e, portanto, suas massas econômicas (de produção
e/ou de circulação) situavam-se em níveis muito próximos ao da massa
da cafeicultura.
O PERÍODO 1929-1950

Assim ocorreu com a indústria de transformação —


que havia gerado grande capacidade produtiva ociosa
—, e diversificado sua estrutura produtiva com a
inclusão de novos segmentos, notadamente da
metalúrgica e da química.
® Essa expansão ampliou o mercado interno para seus produtos e para a agricultura
mercantil produtora de alimentos e matérias-primas (exclusive café), expandindo a
urbanização e os principais segmentos de serviços.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS
Entre 1930-45, avançou a industrialização, graças à inequívoca
condução de uma política nacional de desenvolvimento.
Tal política continha muitas falhas temáticas e sociais, e não
poderia conter, para saná-las, maiores recursos e uma estrutura
específica de planejamento.
A política anticíclica aplicada na economia cafeeira gerou o efeito
renda que permitiu a manutenção da demanda interna em elevado
nível, estimulando a indústria a produzir, substituindo as
importações para as quais não contávamos com divisas.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS
Isto estimulou o processo de industrialização, que forçou a
integração do mercado nacional. Mas também o restante do Brasil
recebeu fortes impactos positivos desse processo:
® Entre 1928 e 1939 a indústria de transformação cresceu em
São Paulo, à taxa média anual de 7,3%, e a do restante do
Brasil foi de 6,4%;
® Entre 1939 e 1949, elas foram, respectivamente, 9.8% e 7,8%.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS
No início, o processo de industrialização foi mais facilitado pela
existência de grande capacidade ociosa industrial. Depois, à medida
que essa capacidade se esgotava, e que a implantação de novas
plantas em novos segmentos exercia altas pressões sobre as
importações, os problemas também cresceram:
® De caráter financeiro e cambial;
® De caráter da administração pública, do planejamento e da
inflação.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS
O menor interesse do capital estrangeiro e a debilidade do capital
nacional obrigaram o Estado a assumir também uma função
produtora, notadamente em setores considerados prioritários,
com a implantação de várias empresas estatais no período, entre
as quais:
® A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN);
® A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD);
® A Companhia Nacional de Álcalis (CNA) e
® A Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF);
® Fábrica Nacional de Motores (FNM), em 1943 - Guerra e segurança
nacional, para reparação e construção de motores de avião, convertida
em fábrica de caminhões.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS

Mas esse estado não produziu


apenas mercadorias e serviços,

também produziu vários


empresários nacionais.
1930-1945 / O 1º Governo
VARGAS
No início, o processo de industrialização foi mais facilitado pela
existência de grande capacidade ociosa industrial. Depois, à medida
que essa capacidade se esgotava, e que a implantação de novas
plantas em novos segmentos exercia altas pressões sobre as
importações, os problemas também cresceram:
® De caráter financeiro e cambial;
® De caráter da administração pública, do planejamento e da
inflação.
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

§ Historiadores e economistas desenvolvimentistas creem


que o avanço nos países de industrialização tardia,
como a Alemanha, Japão e Itália, só fora possível em
razão da ação estatal, contrariamente de países de
industrialização clássica (Inglaterra e França).

§ Já nos países de industrialização no século XX, as forças


de industrialização estavam muito acima das forças
capitalistas locais.
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL
Ê Período do capitalismo monopolista;
Ê Predomínio das grandes corporações;
Ê Escalas técnicas e financeiras exigidas;
Ê Anos 1930 - Os capitais privados nacionais ainda eram frágeis ou não fazia
parte da estratégia das grandes empresas capitalistas produzir em outros
países, especialmente se subdesenvolvidos;
Ê Somente após a 2ª Guerra o movimento de expansão das multinacionais se
intensificaria;
Ê A única possibilidade de implantar projetos de indústrias de bens de
produção concentrava-se na ação estatal (como proposto por Vargas).
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL
Novembro/1937 – Golpe de Getúlio Vargas
è Eleito indiretamente em 1934, eleito pela Assembleia
Nacional Constituinte, cujo mandato iria até 1938;
è Dissolveu-se Parlamento, assembleias estaduais, câmaras
municipais; governadores estaduais foram substituídos por
interventores;
è Esse período ficou conhecido como ESTADO NOVO, e se
estendeu até 1945.
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL
è Logo após o golpe (1937) o forte aumento das importações
(40% entre 1936-37) fez o Governo adotar o monopólio
cambial, com taxa de câmbio única e desvalorizada e
controle cambial como o vigente entre 1931-34;
è Uma situação comum na economia brasileira era a
convivência quase permanente com crises cambiais,
permeada por momentos de tranquilidade com relação às
divisas externas e a capacidade de cumprir compromissos
assumidos;
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL
Assim, tem-se que:
Ê Havia escassez de divisas;
Ê Buscava-se reduzir o nível agregado das importações;
Ê Somente a partir de 1941 (início da 2ª guerra) o país passou a
ter uma balança comercial superavitária com aumento de
exportações p/ países aliados e recuperação do preço do café e
uma forte redução das importações;
Ê Apesar da diminuição das importações, a produção industrial
(após sofre uma forte queda no crescimento, voltou a crescer
mesmo com escassez de insumos e de bens de capital
importados;
O ESTADO NOVO E A
2ª GUERRA MUNDIAL
Assim, tem-se que:
Ê Fim da 2ª Guerra;
Ê País se redemocratizou;
Ê Acordo de Bretton Woods;
Ê Governo Gal. Eurico Gaspar Dutra (1946-51), seguindo
politicamente o governo Harry S. Truman (anticomunista);
Ê Dutra era liberal e contrário ao intervencionismo de Vargas.
PÓS-GUERRA E O
CRESCIMENTO INDUSTRIAL
Apoiava-se no que Sérgio Besserman Vianna chamou de
‘ilusão de divisas’:
Ê Nível de reservas parecia confortável;
Ê Julgava-se credor dos EUA por ter colaborado com os aliados;
Ê Crença de que a política liberal do câmbio poderia atrair investimentos
estrangeiros diretos, equilibrando o balanço de pagamentos;
Ê A paridade se manteve nos níveis de 1939 (Cr$ 18,5/US$) e o mercado foi
livre foi instituído com a abolição de restrições de controle de fluxo de
divisas pelo Governo central, exigidos desde os anos de 1930.
Ê Resultou em uma queima de divisas, somente em parte para aquisição de
bens de máquinas e matérias-primas;
PÓS-GUERRA E O
CRESCIMENTO INDUSTRIAL
è Até 1949 a política de Dutra era ortodoxa, com
preocupação com a inflação, que chegou a 20% em 1944 e
15% em 1945;
è Em julho de 1947 voltam os controles cambiais, quando o
país enfrenta uma escassez de divisas, particularmente o
dólar;
è O sistema de licenciamento de importações reduziu o
déficit comercial de US$ 313 milhões em 1947 para US$
108milhões, em 1948, resultando em um superávit de US$
18 milhões em 1949 (particularmente coma recuperação do
preço do café);
PÓS-GUERRA E O
CRESCIMENTO INDUSTRIAL
è A conjunção de sobrevalorização cambial e controle
de cambio a partir de 1947 provocou efeito triplo em
benefício da industrialização:
Ê Subsídio às importações de bens de capital e bens intermediários;
Ê Protecionismo contra importação de bens competitivos;
Ê Aumento da rentabilidade do mercado interno;

è Apesar da pouca preocupação do Governo com a


indústria, a Banco do Brasil foi importante na oferta
de crédito que cresce.
PÓS-GUERRA E O
CRESCIMENTO INDUSTRIAL

è No mundo capitalista desenvolvido (em


particular os europeus em reconstrução do
pós-guerra) o planejamento estatal era
amplamente utilizado;
è No Brasil a única intervenção planejada foi o
plano SALTE (saúde, alimentação, transporte
e energia), estabelecendo investimentos para os
anos de 1949-1953:
Ê Sem assegurar a fonte dos recursos, o plano mal saiu do papel;
™ Planos das: Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(Chesf); Comissão do Vale do São Francisco (CVSF);
Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA).
“a excepcionalidade do período não significa que
estávamos trilhando o almejado caminho do
desenvolvimento econômico, que nos pudesse levar,
algum dia, a atingir o mesmo padrão de vida dos
países desenvolvidos. (...)
Tentávamos desde os anos 1930, isto sim, alterar
nosso padrão de crescimento via industrialização,
como sabiamente teorizou a Cepal, ao final da
década de 1940, e melhorar o nível de vida da
nação”.
(Furtado, em O mito do desenvolvimento econômico, 1974).
CELSO FURTADO E O M.I.S.I.
CEPAL (1948)/Prebish já delineara o modelo de
SI...
è Países exportadores de matérias primas com países
desenvolvidos tinham relação caracterizada pela
deterioração das relações de trocas:
Ê Preço dos produtos primários de depreciavam em relação a
produtos industrializados;
Ê Isso obrigava os países subdesenvolvidos a exportar um
volume cada vez maior de bens para fazer frente a suas
importações.
Ê Fatores externos como crises e guerras prejudicavam esse
relacionamento industrial, mas promovia o “CHOQUE
ADVERSO”, o desenvolvimento voltado pra dentro, com o
avanço da industrialização
CELSO FURTADO E O MODELO
DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR
SUBSTITUIÇÃO DE
IMPORTAÇÕES

Saldo do processo:
è Rápida ascensão da indústria:
Ê Passa a ser o fator dinâmico / Principal fonte de criação de renda interna

è Resultado das crises e desvalorizações cambiais:


Ê Diminuição das importações
Ê Aumento da produção interna;
Ê Novo nível de preços relativos – novas indústrias para substituir as importações.
CELSO FURTADO E O M.I.S.I.
èGrande Depressão é o momento de ruptura com o
Na interpretação de Maria da

modelo primário exportador em favor do


desenvolvimento voltado para o mercado interno;
èO conceito de ‘substituição de importações’ revela:
Conceição Tavares

ÊInício de produção interna de bens antes importados;


ÊUma mudança qualitativa na pauta de importações;
ÊCria novos produtos, que antes não eram importados.

èApesar da dinâmica ter passado a ser interna após os


anos de 1930, tratava-se de um processo de
industrialização ainda incompleto, uma vez que
produtores de bens de capital e bens intermediários
(bens de produção) eram muito pouco desenvolvidos
no país.
CELSO FURTADO E O M.I.S.I.

è Denomina esse período, que vai até o início da


Cardoso de Mello,

implantação do Plano de Metas (JK) como


Corroborado por

industrialização restringida.
que...
CELSO FURTADO E O M.I.S.I.

è Lembra que uma economia cujo setor de bens de


Francisco de Oliveira

produção “se localiza” no exterior transfere àqueles


países exportadores estímulos e interações
interdepartamentais que são condições essenciais
para que ocorra o processo de acumulação
capitalista.
Três períodos no processo
de industrialização
™ I. Até 1929

™ II. 1930 - 1956

™ III. 1957 - 1980

™ Quais os objetivos do governo e qual o resultado da


política econômica em cada período.
Período I - Até 1929

™ Objetivo - pouco ou nenhum interesse em promover a


industrialização. O objetivo da política econômica era
a defesa do setor comercial e agrícola (café).
™ Visconde de Mauá, Souza Franco, Rui Barbosa e
outros tentaram dar início à industrialização, mas estas
tentativas sempre foram retardadas pelas políticas
liberais da época.
™ Teoria das Vantagens Comparativas - David Ricardo
™ Resultado - Surtos espontâneos de industrialização sem
apoio explícito do governo.
Período II - 1930 - 1956

™ Objetivo - Medidas esparsas de apoio ao


crescimento da produção industrial. A política
econômica permanecia prioritariamente ocupada
com o suporte ao setor agrícola em crise.
™ Período de transição entre o café e a indústria. O
café começa a perder nas relações de troca.
™ Resultado - Crescimento da indústria a taxas mais
elevadas baseado em capacidade instalada e com
atraso tecnológico.
Período III - 1957 - 1980

™ Objetivo - A política econômica passa a promover


o desenvolvimento industrial prioritariamente.
™ A economia se fecha e passa-se a praticar um
protecionismo exagerado a certas categorias de
bens.

™ Resultado - O desenvolvimento industrial se


consolida. A taxa de crescimento da indústria se
acelera e passa a variar menos no curto prazo.
Taxas de Crescimento do Produto
Industrial 1912 - 1988

Períodos Crescimento Anual Médio (%)


(Ind. De Transformação)
1912-1920 5,0
1920-1928 6,3
1928-1932 -1,7
1932-1939 10,0
1939-1949 7,9
1949-1962 9,5
1962-1967 2,7
1967-1973 13,3
1973-1980 6,8
1980-1988 0,6
Participação relativa dos gêneros da industria de
transformação no valor da transformação industrial
Gêneros de Indústira 1919 1939 1959 1980
Grupo I
Metalurgia 3,8 7,6 11,8 11,5
Mecânica 0,1 1,3 3,5 10,2
Material de Transporte 1,4 3,3 7,6 7,6
Papel e Papelão 1,4 1,5 3,0 3,0
Prods. Químicos -5,0 10,7 13,5 19,6
Material Elétrico - 0,8 4,0 6,4

Grupo II
Têxtil 24,4 22,0 12,0 6,4
Prods. Alimentares 32,9 23,6 16,4 10,0
Bebidas 5,4 4,3 2,9 1,2
Fumo 3,4 2,3 1,3 0,7
Couros e Peles 2,2 1,7 1,0 0,5
Madeira 5,7 3,2 3,2 2,7

Grupo II
Prods. Minerais n-Metal. 4,0 5,3 6,6 5,8
Editorial e Gráfica - 3,6 3,0 2,6
Mobilário 1,8 2,1 2,2 1,8
Vestuário e Calçados 7,3 4,8 3,6 4,8
Borracha 0,1 0,6 3,0 1,3
Outros Generos 1,2 1,2 4,8 6,6
Total 100 100 100 100
Principais medidas e instrumentos
de política econômica
™ Política Comercial
™ política cambial
™ política aduaneira

™ Política Fiscal (inclusive incentivos regionais, setoriais


ou a atividades específicas).
™ Política Monetária e Creditícia (inclusive administração
da dívida externa e desenvolvimento do sistema
financeiro).
™ Programa setoriais do governo (por exemplo energia,
aço, etc.)
Industrialização por Substituição
de Importações

™ Mercados abertos vs. Protecionismo


™ Friedrich List - 1830-40 - Teoria da Industria Infante.
™ Contraposição a Adam Smith e David Ricardo
™ Teoria das Vantagens Comparativas: mercados abertos
levam à especialização, trocas e maior consumo e bem-
estar para todos.
Industrialização por Substituição
de Importações

™ Armadilha Listiana - a política econômica


pode ser capturada pelas industrias protegidas
que investem na manutenção do sistema.
™ Na América Latina quase todos países
adotaram a ISI após a IIa Guerra Mundial e
todos caíram na armadilha Listiana.
Industrialização por Substituição
de Importações

™ Os países da America Latina adotaram a ISI por


causa de:
™ repulsa ao sistema colonial
™ Grande Depressão e queda do preço de bens primários
™ Termos de troca declinantes

™ Raul Prebisch - mercados abertos servem para


transferir renda de países dependentes para países
desenvolvidos.
Industrialização por Substituição
de Importações

™ ISI envolve:
™ taxa de câmbio sobre valorizada
™ cotas de importação
™ taxas de câmbio diferentes para diferentes produtos.

™ Vitimas da ISI:
™ consumidores
™ industrias não protegidas
™ agricultura
Industrialização por Substituição
de Importações

™ Somente em raros casos as industrias protegidas se


tornariam competitivas a níveis internacionais.
™ Uma das falhas é que a proteção não gera
incentivo para a atualização da tecnologia.
™ Também não se aproveita as economias de escala:
™ na América latina em 1960 se produzia 600.000 carros
em 90 montadoras. Eram 6.700 carros por montadora,
enquanto que a escala eficiente na época era de 50.000
carros por montadora.
Industrialização por Substituição
de Importações

™ Os lucros obtidos pelas firmas protegidas eram


parcialmente gastos mantendo o sistema.
™ Outra parte era apropriada pelos trabalhadores
sindicalizados das firmas protegidas.
™ Isto fazia com que as firmas substituíssem capital
no lugar de trabalho apesar do grande número de
trabalhadores desempregados.
™ Isto levava a um menor crescimento econômico e
piora na igualdade distributiva.
Funcionamento da ISI

™ A economia brasileira periodicamente se


encontrava em dificuldades no balanço de
pagamentos.
™ Estes desequilíbrios tornavam necessário
instituir controle das importações.
™ Propósito: reduzir as importações.
™ Critério: prioridade de importação aos produtos
sem similar nacional
Funcionamento da ISI

™ Ao não desvalorizar a moeda mesmo quando os


preços internos subiam, deixava-se a moeda
nacional sobrevalorizada.
™ Tornava-se portanto necessário raciona-la.
™ Isto foi feito de diversas formas ao longo do
tempo:
™ taxas de câmbio múltiplas
™ proibição de importação de bens com similar nacional
™ licenças de importação
Funcionamento da ISI

™ O resultado era proteção ao produtor nacional.


™ Efeito protecionista - reserva de mercado.
™ Efeito subsídio - custo de operação baixo
(equipamentos e insumos importados baratos).
™ Efeito lucratividade - Passou a ser mais
rentável produzir para o mercado interno do
que para exportar.
“As políticas de industrialização implementadas
desde os anos cinquenta foram
predominantemente defensivas, e se caracterizam
por um protecionismo exagerado e permanente.
O resultado foi o desenvolvimento de uma
indústria com elevado grau de ineficiência, e por
isso mesmo não-competitiva interna e
internacionalmente, e com pouca ou nenhuma
criatividade em termos tecnológicos. A proteção
proporcionada constituía-se em ‘protecionismo
frívolo’, no sentido que não teve um objetivo de
aprendizagem, apoiado num processo
concomitante de geração de exportações e de
desenvolvimento científico e tecnológico.”
“A questão fundamental é que a substituição de
importações não requer a absorção e
desenvolvimento de tecnologia. Isto contribuiu
para incutir no empresariado industrial brasileiro
uma mentalidade protecionista, que encara o
protecionismo como um fim e não como um meio
para que, num determinado horizonte de tempo,
se implante uma indústria eficiente e competitiva,
voltada tanto para o mercado interno quanto para
o mercado internacional. Muitas industrias
contam até hoje com o mercado interno cativo, e
essa mentalidade protecionista se constituiu em
verdadeira barreira a ser vencida para que se possa
implantar um processo amplo de assimilação,
adaptação e desenvolvimento de tecnologia.”
O Estado
desenvolvimentista de JK
™ Juscelino Kubitschek (JK) tomou posse em 31 de janeiro de
1956.
™ O novo presidente criou uma agenda progressista baseada
num programa de obras públicas, denominada de Plano de
Metas.
™ O PIB brasileiro cresceu 47,5%, uma média anual de 8,08%.
Contudo: forte crescimento da inflação e de um descontrole
das contas públicas.
™ No final do governo, a inflação anual ultrapassou a 30% e o
déficit público superou 25% das receitas.
O Estado
desenvolvimentista de JK
™ Houve uma mudança na estrutura produtiva do país.
™ No início do governo JK, o setor agropecuário passou de uma
participação no PIB de 23,5% para 17,8%
™ E o setor industrial de 25,6% para 32,2% do PIB.

™ Brasil - forte processo de industrialização, durante o governo JK.


™ O modelo que deu sustentação ao crescimento do setor industrial
foi aquele proposto pelos membros da Escola Cepalina, qual seja:
™ industrialização via substituição de importações, com financiamento
externo e forte presença do setor público.

™ Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), criado em julho


de 1955.
™ Propôs a criação da Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste (Sudene) em dezembro de 1959
O Estado
desenvolvimentista de JK
™ O Plano de Metas
™ 50 anos de progresso em 5 anos de realizações
™ consistia num conjunto de 30 objetivos, abrangendo os setores
de energia, transporte, indústria de base, alimentação e
educação.
™ A construção de Brasília tornou-se um objetivo à parte, por
decisão pessoal do presidente da República.

™ A maior contribuição do Plano de Metas foi na área do


planejamento. Com um cronograma rigoroso e um
acompanhamento sistemático, a maioria das ações
propostas pelo Plano foi realizada com bastante sucesso.
O Estado
desenvolvimentista de JK
™ O financiamento fora previsto para ser custeado em: 50%
pelo orçamento da União, 35% pela iniciativa privada e 15%
por meio de agências de crédito governamentais.
™ No entanto, a participação financeira da iniciativa privada
foi pequena, deixando para o Estado a responsabilidade
pela grande maioria dos recursos despendidos.
™ O desconserto financeiro do setor público, durante o
governo de JK, acabou sendo um dos principais
responsáveis pela crise econômica que o país viveu durante
os governos de Jânio e João Goulart, que culminou com o
golpe militar de 1964.
O Estado
desenvolvimentista de JK
Juscelino fez do embate entre a matriz desenvolvimentista e a matriz monetarista,
que privilegiava a estabilização, um poderoso instrumento de ação política, capaz
de mobilizar diferentes setores da sociedade a partir da evocação de um ideário
nacionalista. Foi assim que transformou em gesto de soberania nacional o
rompimento com o FMI, em junho de 1959, e a exoneração de Lucas Lopes do
Ministério da Fazenda e de Roberto Campos da presidência do BNDE. Sua
imagem pública, ao final de seu governo, estava associada à do grande
empreendedor da modernização da economia brasileira, processo esse, no entanto,
que viria a cobrar seus ônus nos anos seguintes. JK legou ao seu sucessor uma
economia que crescia à média de 8,2% ao ano, mas que passara a conviver com
taxas de inflação anuais da ordem de 23% e com um progressivo descontrole das
contas externas.

Carlos Eduardo
Sarmentohttp://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/Desenvolvimentismo
energia, alimentação, educação e indústria de base No total, o plano continha

O Estado
31 metas, entre elas estava a construção da nova capital federal, Brasília,
que foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960. De modo geral, costuma-se

desenvolvimentista de JK
dizer que o plano foi bem sucedido, pois uma parte significativa das metas
propostas foi atingida, conforme pode ser observado na tabela abaixo:

Plano de Metas – Previsão e Resultados (1957-1961)

Meta Previsão Realizado %


Energia Elétrica (mil quilowatts) 2.000 1.650 82
Carvão (mil toneladas) 1.000 230 23
Petróleo – produção (mil barris/dia) 96 75 76
Petróleo – refino (mil barris/dia) 200 52 26
Ferrovias (mil quilômetros) 3 1 32
Rodovias – construção (mil 13 17 138
quilômetros)
Aço (mil toneladas) 1100 650 60
Cimento (mil toneladas) 1400 870 62
Carros e caminhões (mil unidades) 170 133 78
O regime militar e as
reformas de Estado
™ A instabilidade política, com a renúncia de Jânio Quadros em
agosto de 1961 e a posse de João Goulart, somada aos altos
índices de inflação e estagnação do crescimento econômico,
alimentaram o Golpe de Estado de 1964.
™ Durante os dois primeiros anos do período Jânio/Jango, ainda
sob os efeitos do Plano de Metas de JK, o crescimento do PIB
foi bastante significativo: 8,6% em 1961 e 6,6% em 1962.
™ No entanto, em 1963, a estagnação econômica aparece, com um
crescimento do PIB de apenas 0,6%, algo inédito na história do
país até então.
™ Quanto à inflação, a situação foi ainda mais negativa. Em 1961
o índice geral de preços registrou aumento de 34,7%, em 1962
subiu para 50,1% e em 1963 chegou a 78,4%.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Castelo Branco

™ 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967


™ prioridade do governo Castello Branco foi o ajuste das contas
públicas e o controle da inflação, que chegava a 80% ao ano
™ Octávio Gouveia de Bulhões (ministro da fazenda) e Roberto
Campos (ministro do planejamento), realizaram profundas
reformas na área fiscal e financeira e criaram o Plano de Ação
Econômica do Governo (PAEG).
™ Orientação monetarista
™ defende ser possível manter a estabilidade de uma economia
através da utilização de instrumentos monetários, como
quantidade de moeda em circulação, taxa de juros, compra e
venda de títulos públicos e depósitos compulsórios.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O excesso de déficit público e os reajustes salariais
concedidos pelo governo anterior eram identificados
como as principais causas do aumento dos preços.
™ Para combater a inflação, o PAEG propôs um programa
de ajuste fiscal rigoroso, com aumento das receitas e
redução das despesas públicas e um controle rígido de
emissão de moeda.

™ Para conter a expansão dos salários, o plano recomendou


reajustes vinculados ao aumento da produtividade.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Principais medidas:
™ criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS –, que
substituiu o modelo de estabilidade no emprego, vigente até então;
™ unificação do sistema de Previdência, sob um regime geral,
administrado pelo governo federal;
™ criação do Imposto sobre Serviço – ISS – arrecadado pela esfera
municipal, do Imposto sobre Circulação de Mercadoria – ICM –
pela esfera estadual e do Imposto sob Produtos Industrializados –
IPI – pela esfera federal;
™ permissão do pagamento dos tributos por meio da rede bancária, o
que facilitou a operação para os contribuintes e ajudou bastante na
fiscalização do pagamento e na ampliação da base tributária; e
™ criação do Fundo de Participação de Estados e Municípios, para
garantir a distribuição, aos estados e municípios, de parte dos
tributos arrecadados pela União.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Essas medidas contribuíram para um aumento expressivo
da arrecadação tributária no país, que passou de 16% do
PIB em 1963 para 21% em 1967.
™ Sistema de instituições especializadas, ou seja, um tipo de
instituição para cada tipo de atividade financeira. Como
frutos desta reforma tivemos:
™ os bancos comerciais;
™ os bancos de investimentos;
™ o sistema financeiro da habitação;
™ as sociedades de crédito, financiamento e investimento;
™ as corretoras e distribuidoras de valores;
™ o Conselho Monetário Nacional, órgão máximo do Sistema
Financeiro Nacional; e
™ o Banco Central do Brasil, substituindo a antiga
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC).
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Para incentivar a poupança, principal fonte de recursos para
os investimentos produtivos, e garantir a arrecadação fiscal, o
governo criou a Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional
(ORTN), que garantia ao poupador retornos reais em suas
aplicações financeiras e mantinha atualizados os tributos
recolhidos pelo setor público.

™ Implantado o SFH: BNH, Caixas Econômicas, as Sociedades


de Crédito Imobiliário e as Associações de Poupança e
Empréstimo
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Durante o governo Castello Branco, o PIB cresceu a uma
média anual de 4,2% e a inflação, no final do mandato, ficou
em torno de 40%.
™ Embora os resultados do PIB e da inflação tenham sido piores
do que os períodos de Vargas e de JK, as reformas estruturais,
realizadas pela equipe econômica do governo, permitiram
ajustar as contas públicas, controlar o processo inflacionário,
organizar o sistema financeiro, atrair poupança interna e
externa
™ Condições necessárias para a expansão da economia nos
governos de Costa e Silva e Médici, período conhecido como
Milagre Econômico Brasileiro.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Os governos Costa e Silva e Médici
™ Milagre Econômico Brasileiro
™ Começou no governo Costa e Silva, que vai de 15
de março de 1967 a 31 de agosto de 1969, quando,
devido a problemas de saúde, deixa a presidência
par uma junta militar
™ Esta Junta Militar transfere o poder para o General
Médici que governou de 30 de outubro de 1969 até
15 de março de 1974.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Entre 1967 e 1974, o PIB do país cresceu 96,37%, o que
equivale a uma média anual de 10,12%. A inflação foi de
257% ou média anual de 19,93%.
™ Embora a inflação não possa ser considerada pequena,
pode-se considerar satisfatória, diante do grande
crescimento da economia.
™ No mesmo período, o PIB mundial cresceu 37,35%,
equivalente a 4,64% ao ano.
™ Estes resultados justificam a alcunha de “milagre” dada pelos
analistas econômicos.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ No governo Costa e Silva, a equipe econômica foi liderada por
Delfim Netto, que implantou o Plano Estratégico de
Desenvolvimento (PED).
™ O PED dava prioridade à estabilização da inflação e ao incentivo ao
crescimento do PIB.

™ No campo administrativo, no final do governo Castello Branco, foi


criada, por meio do decreto-lei no 200/67, a administração indireta,
com autarquias, empresas públicas, empresas de economia mista e
fundações.
™ Essas novas instituições tinham maior autonomia em relação à
administração direta.
™ Através das estatais, foi possível contratar profissionais de destaque no
setor privado e agilizar os procedimentos administrativos e financeiros,
condição necessária para atender às necessidades impostas pela
velocidade do crescimento econômico.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Surgiram a Embraer, a Telebrás, a Embrapa e a Embratel,
dentre outras estatais, e também foi executado o Plano de
Integração Nacional, que levou à construção das rodovias
Santarém-Cuiabá e Perimetral Norte, da Ferrovia do Aço e
da ponte Rio-Niterói.

™ O Plano de Integração Nacional fazia parte do primeiro


Plano Nacional de Desenvolvimento, o I PND, que tinha
como marca registrada, além dos grandes projetos de
integração nacional, a expansão das fronteiras do
desenvolvimento.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ No campo social, foi criado o Plano de Integração Social
(PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL),
que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos
serviços de saúde aos trabalhadores rurais.

™ Também foi feita uma grande campanha de alfabetização


de adultos, por meio do Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL), e foi promovida a ampliação
das unidades federais de ensino superior.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O modelo econômico implantado no período foi de viés
desenvolvimentista, baseado na substituição de
importações, com financiamento internacional, liderado
pela ação do Estado.

™ O acesso a recursos externos foi facilitado pela alta


liquidez e pelas baixas taxas de juros do mercado
internacional. Durante o período, a dívida externa
brasileira passou de US$ 3,4 bilhões para US$ 14,9
bilhões, um crescimento de mais de 300%.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O aumento dos juros internacionais e a forte
dependência da importação de petróleo (73 e 79)
levaram o Brasil a uma situação de insolvência em
relação aos seus compromissos financeiros externos
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O Governo Geisel
™ Após a primeira crise do petróleo, que elevou o preço do
produto de cerca de US$ 2 para o patamar de US$ 12,
assume a Presidência da República o general Ernesto
Geisel, que governou de março de 1974 a março de 1979.

™ Deu continuidade ao programa de desenvolvimento


econômico dos governos anteriores, porém com aceno
para o processo de distensão no campo político.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Mesmo em meio a uma profunda crise, o novo governo não
reduziu o volume de investimentos e gastos públicos.
™ O processo, conhecido como "Crescimento Forçado”, trouxe
grandes avanços para a economia brasileira, porém, com custos
que levaram ao desequilíbrio das contas públicas e à disparada
da dívida externa.
™ Crescimento Forçado: ao invés de desacelerar o crescimento
econômico como consequência da Crise do Petróleo, continuou
mantendo um ritmo acelerado de investimentos.
™ acabou deteriorando bastante as contas públicas
brasileiras.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Primeira crise do petróleo ocorreu em 1973
™ OPEP aumentou o preço do produto em mais de 300%.

™ No governo Geisel, o país cresceu 38,29%, equivalente a


uma média de 6,7% ao ano. A inflação acumulada nos
cinco anos foi de 398%, uma média de 38% ao ano.
™ A dívida externa bruta passou de US$ 14,9 bilhões, no
início do governo, para US$ 52,2 bilhões no final. Um
crescimento de 250%.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O comando da equipe econômica foi dado ao engenheiro e
professor de economia, Mario Henrique Simonsen, que
assumiu o Ministério da Fazenda, e a João Paulo dos Reis
Velloso, que continuou à frente do Ministério do
Planejamento.
™ Foi implantado II PND, que deu ênfase ao investimento em
indústria de base e à busca de autonomia na produção de
insumos industriais.
™ Já na área energética foram iniciados:
™ a prospecção de petróleo em águas marítimas profundas;
™ o Programa Nuclear;
™ o Pró-álcool; e
™ a construção de hidroelétricas, como Itaipu e Tucuruí.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ No governo Geisel, a potência instalada de energia elétrica
cresceu 65%, a produção de petróleo 44%, a capacidade das
refinarias 73%, a produção de aço 70%, de alumínio 78%,
de produtos petroquímicos 117%, de fertilizantes 395% e de
celulose 83%.
™ A Usina Nuclear de Angra dos Reis foi construída após a
assinatura do acordo com a Alemanha, para o fornecimento
de 10 reatores nucleares, em 1976.
™ Companhia Siderúrgica de Tubarão foi fundada em junho de
1976 e representou importante complemento para a produção
da CSN.
™ Na área petroquímica, em 1972, foi inaugurada a Refinaria do
Planalto (Replan), em Paulínia, região de Campinas.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O II PND, elaborado sob a orientação de João Paulo dos
Reis Velloso, foi a mais ampla e articulada experiência
brasileira de planejamento após o Plano de Metas.
™ Partindo da avaliação de que a crise e os transtornos da
economia mundial eram passageiros e de que as condições
de financiamento eram favoráveis, o II PND propunha
uma fuga para frente”, assumindo os riscos de aumentar
provisoriamente os déficits comerciais e a dívida externa
™ mas construindo uma estrutura industrial avançada que
permitiria superar conjuntamente a crise e o
subdesenvolvimento.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ Em vez de ajuste macroeconômico recessivo, conforme
aconselharia a sabedoria econômica convencional, o II
PND propunha uma transformação estrutural.
™ Geisel, ao promover as indústrias pesadas, conseguiu
que o Brasil completasse a fase difícil da
industrialização, em que as escalas de produção são
enormes e a densidade tecnológica é elevada.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ O governo Figueiredo: Março de 1979
™ abertura política
™ crise econômica.

™ Em 28 de agosto de 1979, o Presidente da República


assina a lei no 6.683, que concede a anistia a todos que
tiveram seus direitos políticos suspensos durante o
regime militar.
™ construção dos mecanismos de transição para o Estado
de Direito, que somente vem a se concretizar com a
promulgação da nova Constituição, em 1988.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ No campo econômico, a situação se agravou quando, em meados de 1979
o preço do barril de petróleo passou de US$ 12 para cerca de US$ 40
(Revolução iraniana).
™ segundo choque do petróleo atinge a economia brasileira. Crescimento
baseado no consumo de petróleo. =,$%@%&( N( _( )@( 5&C2B"$#@( X&"R@( @0T( *( O$+
™ como a produção doméstica não conseguiu acompanhar a velocidade
do consumo, a importação de petróleo continuou a crescer.
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O regime militar e as
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™ No âmbito internacional, o aumento dos preços do petróleo desequilibrou a
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balança comercial 7,
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™ Esses países
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custo do serviço da dívida externa brasileira.
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O regime militar e as
reformas de Estado
™ O aumento das importações e o crescimento do custo da
dívida externa acabaram levando a economia brasileira a
um estado de insolvência em suas contas externas, com
altos déficits no Balanço de Pagamentos, baixo volume de
reserva em moeda estrangeira e aumento assustador da
dívida externa
™ Somente no período entre 1979 e 1983, o déficit em
Balanço de Pagamentos chegou a mais de US$ 10 bilhões, e
as reservas em moedas estrangeiras recuaram de US$ 12
bilhões, no final de 1978, para US$ 4,5 bilhões, no final de
1983. Neste mesmo período a dívida externa passou de
US$ 52 bilhões para US$ 94 bilhões, um aumento de US$
42 bilhões ou de 81%.
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OBS: onde se lê ”milhões”, leia-se ”bilhões”.


O regime militar e as
reformas de Estado
™ Saída: reduzir fortemente o ritmo de crescimento da
economia.
™ Em 1979 e 80 o crescimento do PIB ainda foi elevado,
devido a inercia provocada pela taxa de investimentos
do governo anterior.

™ Entre 1980 e 1983, o país passa por uma situação de


recessão jamais vista até então.
™ Já no ano de 1984, a economia recupera em parte seu
ritmo de crescimento e o PIB cresceu 5,5%.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ A média anual do crescimento do PIB durante o governo
Figueiredo foi de 2,21%, a menor já ocorrida num
governo durante a história da República.
™ A inflação, em 1979, chegou a 54,4%, e em 1980 subiu
para 90,4%. Em 1981, 1982 e 1983 ultrapassou os três
dígitos, com 100,5%, 101,0% e 131,5%, respectivamente.
Já em 1984, a inflação anual alcançou 201,7%.

™ clima de insatisfação contra o regime militar.


™ No segundo semestre de 1983, começa o movimento das
”Diretas Já”.
O regime militar e as
reformas de Estado
™ A herança do regime militar
™ Embora tenha transformado as estruturas produtiva e
financeira do país, com forte investimento em infraestrutura,
implantação de um parque industrial diversificado e
desenvolvimento de um promissor mercado de capitais, o
regime militar deixou um passivo que levou muito tempo
para ser equacionado.
™ A elevada dívida externa, somada ao descontrole
inflacionário, compôs um quadro de dificuldades que
monopolizou as agendas política e econômica do país
durante a segunda metade da década de 80 e a primeira
metade da década de 90.
™ LER: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45960213
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ Tancredo é eleito presidente da República, de forma indireta,
em 15 de janeiro de 1985, tendo como vice José Sarney.
™ Na véspera da posse como presidente, Tancredo adoeceu e foi
levado às pressas para o Hospital de Base de Brasília, onde sofreu
sua primeira cirurgia.

™ Diante deste cenário José Sarney assumiu a Presidência em 15


de março, o estado de saúde de Tancredo se agravou, vindo a
falecer em São Paulo no dia 21 de abril, aos 75 anos.

™ José Sarney enfrentou, desde o primeiro dia de governo, uma


situação econômica crítica, com inflação galopante e
dificuldade de negociação da dívida externa.
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ Plano Cruzado:
™ programa heterodoxo de congelamento de preços e salários e troca
de moeda. No início o Plano Cruzado foi um retumbante sucesso. O
congelamento dos preços eliminou a corrosão do poder de compra
da população, que respondeu com aumento do consumo,
impulsionando a atividade econômica do país.

™ Porém:
™ a explosão da demanda, não acompanhada do aumento
correspondente da oferta;
™ a dificuldade de ampliar a produção;
™ a baixa disponibilidade de importação, consequência da política de
substituição de importações; e
™ a resistência dos produtores ao congelamento de preços, o que
desestabilizou o fornecimento de alimentos e bens de consumo
básicos e levou à escassez de produtos e à cobrança de ágio no
comércio.
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ O Plano Cruzado acabou sendo minado, o que levou o
governo à criação, em novembro de 1985, do Plano
Cruzado II.
™ também fracassou em pouco tempo.

™ Com o fim do Plano Cruzado, o ministro da Fazenda


Dílson Funaro foi substituído pelo economista Luis Carlos
Bresser Pereira, que implanta um plano de estabilização
composto de medidas ortodoxas tais como:
™ aumento dos juros;
™ reajuste de tarifas e redução de gastos públicos; e
™ medidas heterodoxas como: congelamento de preços e
salários.
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ O Plano Bresser também teve vida curta, durando poucos meses.
™ A descrença popular, à época, praticamente impedia a eficácia de
qualquer plano de estabilização que dependesse, para seu sucesso, do
comportamento do consumidor. Após tentar aplicar uma política
gradualista de controle inflacionário, com medidas ortodoxas, Maílson
se vê obrigado a reeditar, ainda que parcialmente, as experiências
heterodoxas de congelamento de preços e salários.

™ No início de 1988, Bresser Pereira pede demissão e é substituído por


Maílson da Nóbrega

™ No início de 1989 foi implantado o Plano Verão, que iria se arrastar até o
final do governo Sarney, que acabou entregando para o seu sucessor um
país com inflação mensal de 80%, ou seja, um estado de hiperinflação.
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ Ainda durante a vigência do Plano Cruzado I, são eleitos
os deputados e senadores para compor a Assembléia
Nacional Constituinte, órgão responsável pela redação
de uma nova Constituição para o país.
™ Promulgada a sétima Constituição Brasileira em 5 de
outubro de 1988.
™ Já sob as regras impostas pela nova Constituição, é
convocada a eleição direta para presidente da República,
a ser realizada em primeiro turno em 15 de novembro de
1989 e em segundo turno em 17 de dezembro do mesmo
ano.
A eleição de Tancredo
Neves e o governo Sarney
™ Nos cinco anos de governo Sarney:
™ o PIB do país cresceu 23,66%, dando uma média anual de
4,34%. Crescimento elevado, dadas as condições
inflacionárias e a frustração popular com o fracasso dos
planos de estabilização.
™ A inflação anual média do período foi de 507%, o que já
configurava uma situação de total descontrole dos preços.
Os governos Collor e
Itamar Franco
™ Em 15 de março de 1990, com inflação fora do controle, Collor
assume a presidência

™ Plano Collor
™ mudou a moeda do país,
™ liberou o câmbio,
™ congelou os preços e salários e
™ reteve, por um prazo de 18 meses, todos os depósitos e aplicações
financeiras, que ultrapassavam a Cr$ 50.000,00 (US$1.000)
™ redução do número de ministérios de 23 para 12
™ uma série de autarquias, fundações e empresas públicas foram
extintas
™ milhares de funcionários públicos foram colocados à disposição e
™ diversos ativos da União foram colocados à venda
Os governos Collor e
Itamar Franco
™ O bloqueio dos recursos criou uma crise de liquidez no
país, reduziu bastante a inflação nos primeiros meses,
mas causou uma enorme retração na atividade
econômica, levando a um decréscimo do PIB de 4,3%
em 1990.
™ após um período de dormência, a inflação retornou com
toda a força.

™ Plano Collor II, implantado em fevereiro de 1992, mas


que acabou em pouco tempo.
Os governos Collor e
Itamar Franco
™ Apoio político e a popularidade do governo minados;

™ Em outubro de 1992 – Impedimento

™ Itamar assume interinamente a presidência em 2 de


outubro de 1992, sendo formalmente aclamado
presidente em 29 de dezembro de 1992.

™ Em fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o


Plano Real
O governo Itamar Franco
™ Plano Real
™ Criou o Real
™ Estabilizou a economia
™ Acabou com a crise hiperinflacionária

™ Recomposição da base de apoio ao governo no Congresso e monta


um ministério que contempla grande parte do espectro político
nacional.

™ Em maio de 1993, Itamar convida o então ministro das Relações


Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, para assumir o cargo de
ministro da Fazenda. Fernando Henrique, com a colaboração de
renomados economistas, como Edmar Bacha, André Lara Resende
e Pérsio Arida, elaborou um novo plano de combate à inflação.
O Primeiro governo FHC

™ Deu continuidade ao Plano Real

™ Fez profundas reformas na área econômica e financeira e na


administração pública do país.

™ Na área econômica e financeira destacam-se:


™ reforma da Previdência Pública;
™ proibição da indexação nos contratos trabalhistas;
™ fim do monopólio estatal nas áreas de energia (o que acabou
permitindo ao Brasil alcançar, na década seguinte, a autossuficiência
em produção petrolífera), siderurgia e telecomunicações;
™ execução da maior parte do Plano Nacional de Desestatização; e
™ Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional (PROER).
O Primeiro governo FHC
™ Dentro do Plano Nacional de Desestatização, foram
vendidos diversos ativos de propriedade da União e outros
com participação minoritária do Estado.
™ Para regular e fiscalizar as diversas empresas privatizadas, o
governo criou as Agências Reguladoras, como a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional
de Telecomunicações (ANATEL), a Agência Nacional de
Petróleo e Gás (ANP), e a Agência Nacional de Águas
(ANA).
O Primeiro governo FHC
™ Crises financeiras do México, em 1995, do sudeste asiático, em
1997 e da Rússia, em 1998
™ Fuga de capitais

™ Para segurar no país o capital necessário para equilibrar o


Balanço de Pagamentos, o governo brasileiro elevou
drasticamente as taxas de juros.
™ Como grande parte da dívida pública era indexada a taxas de
juros, o aumento dessas taxas inflou o volume da dívida
™ Em 1998 - ajuda ao FMI e ao governo dos Estados Unidos
empréstimo de mais de US$ 40 bilhões.
™ Este socorro permitiu alcançar o final do ano, quando seria
realizada a eleição presidencial.
O Primeiro governo FHC

™ FHC terminou seu mandato com o país em situação de


apreensão.
™ Para corrigir o problema das contas externas era necessário
liberar o câmbio, o que poderia trazer de volta a inflação.
™ Se não...as contas externas continuariam deficitárias e as reservas
em moeda estrangeira logo terminariam.
O Segundo governo FHC
™ Fernando Henrique Cardoso tomou posse, do seu segundo
mandato, em 1 de janeiro de 1999.

™ Logo no primeiro mês: liberação do câmbio. O dólar, que vinha


sendo mantido preso a um sistema de banda cambial, passou a
flutuar livremente.
™ E a moeda americana, que estava cotada a R$ 1,21 no início de
janeiro, chegou a R$ 2,16 no final de fevereiro, um aumento de 78%
Figura 6: Saldo mensal da balança comercial (em US$ milhões)
Fonte: Banco Central do Brasil
O Segundo governo FHC
™ Na área social foi implantada uma rede de proteção à população
carente.
™ programa Bolsa-Escola, as famílias que mantinham seus filhos
matriculados e frequentando regularmente a rede escolar passaram a
contar com uma ajuda de custo.
™ programa foi considerado como modelo, uma vez que combinava
transferência de renda para as famílias carentes com incentivo à
frequência escolar, considerada como a melhor porta de saída da
pobreza.
™ Outros programas sociais tiveram início neste período, como o
Auxílio-Gás e o Cartão- Alimentação.
O Segundo governo FHC
™ Quanto à economia internacional, a situação continuou difícil
para os países em desenvolvimento.

™ Entre 1999 e 2002, o PIB da Argentina recuou 20%, uma


situação jamais vista na economia mundial, desde a grande
depressão dos anos 30.
™ A crise argentina, embora não tenha contaminado diretamente a
economia brasileira, atrapalhou bastante o processo de
recuperação das nossas contas externas.
™ Como a Argentina é um dos principais parceiros comerciais
do Brasil, a crise afetou as exportações das empresas
brasileiras, principalmente de produtos manufaturados
O Segundo governo FHC
™ Internamente, o longo período de estiagem, somado à falta de
investimentos necessários para geração e distribuição de
energia, levou à crise do “apagão” em 2001.
™ Ainda, o crescimento das intenções de voto no candidato
oposicionista Lula, na segunda metade de 2002, assustou o
mercado financeiro
™ o dólar chegou a R$ 4,00, a inflação mensal a 3,0% e o risco país
(diferença de juros exigidos para adquirir um título da dívida
brasileira em relação àquele exigido para adquirir um título da
dívida americana, multiplicado por 100) chegou à casa dos 2.400
pontos.
O Segundo governo FHC

™ Não obstante as crises da Argentina, os ataques nos


Estados Unidos, o racionamento de energia e o receio da
eleição de Lula...
™ o PIB acumulou um crescimento de 8,63%, equivalente a
uma média anual de 2,09%. A inflação acumulada no
período foi de 39,88% ou uma média anual de 8,75%.

™ Em outubro de 2002, Lula foi eleito Presidente da


República, assumindo no primeiro dia de janeiro de 2003
Plano Real

n ô Não utilizou o instrumento de congelamento


de preços nem provocou quebra nos contratos da
economia.
n Ä Dois motivos:
n 1. os agentes já estavam suficientemente experientes
em relação a como agir perante o congelamento de
preços, então se protegiam elevando seus preços mais
que o necessário.
n 2. os agentes já não acreditavam mais nesse tipo de
medida, devido ao fracasso dos planos que,
anteriormente, adotavam esse tipo de procedimento.
Plano Real
n ô Foi implementado em três etapas: ajuste fiscal através
da criação do IPMF – Imposto Provisório sobre
Movimentações Financeiras – e criação dos FSE – Fundo
Social de Emergência; a criação da Unidade Real de
Valor – URV e a criação da nova moeda – o Real.
n ô Inflação vista como problema estrutural, para resolvê-
lo, seriam necessárias reformas mais profundas, como as
tributárias e administrativas.
n ô Para controlá-la teria antes que sanar alguns desajustes,
tais como: 1. uma redução dos gastos da União; 2. um
aumento da receita tributária; 3. um controle mais rígido
dos bancos estaduais e 4. a redução da participação do
Estado na economia através da privatização das estatais.
Plano Real
a A redução dos gastos da União incidiu, por exemplo, nos gastos
em educação e na redução dos cargos públicos administrativos.
a O ajuste da política fiscal se fazia importante na medida que ao
impedir déficits fiscais, não se faz necessário o financiamento
desses com empréstimos externos, contendo assim um aumento
ainda maior do endividamento externo.
a IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras, que
depois passaria a ser a CPMF, ou Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira)

a Aprofunda o processo de privatização. Na verdade, as


privatizações transformaram monopólios estatais em
monopólios privados.
a Nesse período muitos Bancos Estaduais considerados
deficitários, ou ineficientes, foram privatizados.
Plano Real

n ô A segunda fase do Plano Real, em março de 1994,


teve como marco a introdução da URV, um índice que
serviria de transição para uma nova moeda: o Real. A
URV – Unidade Real de Valor, foi implementada em
maio de 1994.
n ô Os negócios passam a ter um valor fixo.Os
consumidores “apagam a memória inflacionária”, o
componente autônomo da inflação seria eliminado.
Plano Real

n A terceira fase foi marcada pela introdução da


nova moeda – o Real – em julho de 1994. Na
reforma monetária, um Real correspondia a uma
URV (equivalente a Cr$ 2.750,00).
n O Plano Real foi implementado em uma situação
mundial de abundância de recursos externos. O
governo acreditava que seria essa a forma de
financiar seu déficit.
Ä O modelo de abertura econômica e a disposição de
fazer ajustes fiscais, tributários e cambiais perseguem
o objetivo da atração de capitais.
Plano Real

n Regime de Bandas Cambiais: O câmbio seria regulado


pela livre interação das forças de mercado. Mas não
flutuava livremente...
n Sabia-se que uma estabilização monetária geraria uma
expansão da demanda. Como o setor produtivo
nacional não tinha condições de ajustar sua oferta de
forma automática, causaria como efeito imediato a
pressão inflacionária. Para contê-la, incentivaram-se as
importações.
Plano Real

n Com a diminuição da inflação, os ganhos com


aplicações financeiras também diminuem, assim as
linhas de crédito concedidas pelos bancos aumentam,
já que estes ganham mais emprestando o dinheiro do
que aplicando.
n Pelo lado da demanda aumentou-se a taxa de juros
n Já pelo lado da oferta, com a sobrevalorização do Real,
as importações foram estimuladas...
Plano Real

n ô A “fórmula” de estabilização utilizada


conseguiu seus objetivos de curto prazo,
estabilização da moeda e queda da inflação, mas a
médio e longo prazo suas conseqüências foram
maléficas para a economia.
Ä Os empréstimos tomados para o financiamento do
déficit aprofundaram, ainda mais, a crise do
endividamento externo.
Ä O endividamento público que, em 1994 era de R$60
bilhões, alcançou a cifra de R$320 bilhões em junho de
1998.
Plano Real

n ô Entre 1993 e 1997 as importações aumentaram


143% e as exportações cresceram 37%.
n ô O Plano Real logrou, portanto, a derrocada da
inflação e a estabilização do valor da moeda,
mas, por outro lado, trouxe à economia um
desequilíbrio externo insustentável.
ô A abertura comercial e financeira, juntamente com
a manutenção da taxa de câmbio, foi utilizada
para ajudar na estabilização dos preços, mas por
outro lado desestimulou as exportações e
aumentou o déficit da Balança Comercial.
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O Primeiro governo Lula
™ Ainda antes da posse, o presidente Lula fez questão de afirmar
que não iria fazer nenhuma mudança de rota que pusesse em
risco a estabilidade econômica do país
™ Lula deu plena liberdade à equipe econômica para aumentar as
taxas de juros e elevar a meta de superávit primário do governo
federal.
™ Enviou ao Congresso um projeto de reforma da Previdência
ainda mais profundo do que a reforma executada no governo
anterior.
™ Tudo isto foi feito contrariando a opinião da direção do Partido
dos Trabalhadores, que, por meio de diversas manifestações
públicas, fez duras críticas ao governo.

™ Desta forma, o risco-país e o dólar começaram a cair e a


confiança no presidente Lula subiu de forma acentuada.
O Primeiro governo Lula
™ Outras medidas foram:
™ a instituição de operações de crédito consignado em folha de
pagamento;
™ a definição de patrimônio de afetação (somente o patrimônio da
empresa responde por suas dívidas, impedindo que
empreendimentos imobiliários, por exemplo, fossem bloqueados
em caso de falência da construtora ou incorporadora);
™ a facilitação do mecanismo de alienação fiduciária de imóveis e
veículos;
™ a instituição do sistema de informação de crédito do Banco
Central, que ajuda na simetria de informações sobre o histórico
dos tomadores de crédito;
™ o fim da cumulatividade do PIS/PASEP e do Cofins;
™ as alíquotas decrescentes de Imposto de Renda nas aplicações de
longo prazo;
O Primeiro governo Lula

™ o incentivo ao microcrédito;
™ a Reforma do Judiciário;
™ a nova Lei de Falência, que busca a recuperação da
empresa falida ao invés de sua liquidação;
™ a Lei das Parcerias Público-Privadas, que permite a
participação da iniciativa privada nos investimentos
públicos;
™ a abertura do mercado de resseguros; e
™ a instituição de instrumentos de crédito e securitização do
mercado imobiliário, que permite alongar os prazos de
financiamento e facilitar o acesso a fontes de recursos para
investimentos de longo prazo
O Primeiro governo Lula
™ Na área social
™ unificou os programas de proteção social, do governo anterior, em torno do
programa Bolsa- Família. O novo programa foi ampliado, em termos de
cobertura e de valores unitários.
™ Até o final do governo, o Bolsa-Família atendia a 10 milhões de famílias e
tinha um orçamento anual de R$ 8 bilhões.
™ crescimento do mercado consumidor do interior do país, principalmente na
região Nordeste.

™ Situação da economia internacional durante o governo Lula foi favorável.


™ O crescimento da economia dos países emergentes ampliou a demanda por
alimentos e commodities.
™ Lula diversificou o número de parceiros comerciais e atuando de forma
agressiva no comércio exterior.

™ Nos quatro anos de governo houve um crescimento de 128% no volume de


exportações, que passou de US$ 60,3 bilhões em 2002 para US$ 137,8
bilhões em 2006, e um crescimento de 254% no saldo da Balança
Comercial, que passou de US$ 13,1 bilhões para US$ 46,4 bilhões no
período.
melhoras significativas, conforme mostram as Figuras 7 e 8.

Figura 7: Resultado do balanço em transações correntes (em US$ milhões)


Fonte: Banco Central do Brasil
Figura 8: Reserva em moeda estrangeira (US$ milhões)
Fonte: Banco Central do Brasil
O Primeiro governo Lula

™ Com a queda do valor do dólar e o acúmulo de


reservas, foi possível reduzir o volume da dívida
externa e liquidar os compromissos com o Fundo
Monetário Internacional.

™ A queda da inflação permitiu reduzir a taxa básica de


juros e impulsionar o volume de crédito na economia.
as Figuras 9 e 10.

Figura 9: Taxa Selic (em % ao ano) e inflação (IPCA em 12 meses)


Fonte: Banco Central do Brasil
Figura 10: Volume de crédito em relação ao PIB (em %)
Fonte: Banco Central do Brasil

Este cenário, de estabilidade econômica, contribuiu para o


O Primeiro governo Lula
™ Com estabilidade econômica
™ Cresceu o número de empregos formais e para a caiu o índice de
desemprego no país.
™ redução do déficit do sistema previdenciário.

™ Em relação à política administrativa, a necessidade de manter


apoio no Congresso mediante uma política de acomodação de
base governamental na estrutura do governo federal, levou a
uma ampliação do número de ministérios e secretarias e à
elevação dos gastos correntes do governo.
™ Sob este ponto de vista, houve um retrocesso em relação aos
governos anteriores.
™ Mas, o crescimento da arrecadação tributária permitiu que os
resultados fiscais primários continuassem melhorando, mesmo
com o crescimento das despesas correntes.
Figura 11: Dívida líquida do setor público consolidado (em % do PIB)
Fonte: Banco Central do Brasil

Mais importante, no entanto, do que os resultados positivos,


O Primeiro governo Lula

™ Mais importante, no entanto, do que os resultados positivos,


nos campos econômico e social, alcançados pelo governo
Lula, foi a consolidação do processo democrático, com a
participação da sociedade civil como agente importante na
composição da agenda política e administrativa do país.

™ A eleição de Lula representou uma etapa necessária dentro do


processo de desenvolvimento brasileiro

™ Com bons resultados econômicos e uma ampliação na rede de


proteção social, Lula se reelege para o mandato 2007 – 2010.
O Segundo governo Lula
™ A principal tarefa do segundo mandato de Lula
™ retomar o processo de crescimento do PIB, através do aumento
dos investimentos em infraestrutura urbana, energética e
logística.
™ Para realizar esta tarefa, o governo lançou o Plano de Aceleração
do Crescimento (PAC).
™ Um plano de investimentos para o período 2007-2010.
™ O PAC contou com um orçamento de R$ 504 bilhões, sendo R$
275 bilhões para a área de infraestrutura energética, R$171 bilhões
para a área de infraestrutura social e urbana e R$ 58 bilhões para a
infraestrutura logística.
™ A gestão do PAC foi centralizada na Secretaria da Casa Civil da
Presidência da República, Dilma Roulssef.
O Segundo governo Lula

™ Durante o segundo mandato de Lula houve um aumento


do fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil.
™ Em 2008, os investimentos estrangeiros diretos líquidos
chegaram a US$ 40 bilhões, maior valor entre os países da
América Latina.

™ Também merece destaque o fortalecimento do mercado de


capitais no Brasil
™ A elevação dos preços das commodities agrícolas e
minerais e a cotação do petróleo acabou inflacionando todo
o sistema de formação de preços ao redor do mundo.
™ Recrudescimento da inflação em 2008
2007 e 2008.

Figura 12: Aumento do preço das commodities (2007-2008)


Fonte: Banco Central do Brasil
O Segundo governo Lula
™ No Brasil, o aumento da inflação mudou o comportamento do
Banco Central em relação à política monetária. Os juros
básicos de economia, que vinham caindo, voltaram a subir.
™ prejudicando a expansão da produção e o ritmo de crescimento
do PIB.

™ No entanto, a desaceleração das economias norte-americana,


européia e japonesa acabou esvaziando o movimento de alta
das commodities, cujos preços, a partir da metade de 2008,
começaram a cair.
™ Desta forma, a inflação, que ameaçava estourar o limite da
meta fixada pelo CMN, acabou recuando.
O Segundo governo Lula
™ Mas, a crise de 2008 trouxe grande aflição aos agentes econômicos
no Brasil através da acentuada queda da Bovespa e da restrição do
crédito que comprometeram o crescimento econômico de 2009 e
2010.
™ No entanto, o sistema bancário brasileiro, com pouca exposição ao
mercado internacional e com a maior parte de suas operações
lastreadas em títulos do governo federal, não foi afetado por ela.
™ Os bancos estão bastante capitalizados e já passaram pelo processo de
saneamento que os bancos americanos e europeus estão passando no
momento.

™ Porém, independente da magnitude do impacto futuro da crise


financeira internacional sobre a economia brasileira, este impacto
tem sido muito menor do que o seria em tempos passados.
™ A resistência da economia nacional aos choques externos, cresceu
muito nos últimos anos, e as dificuldades econômicas mundiais
podem inclusive ressaltar os pontos positivos do Brasil.

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