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ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA


CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP.

Livre distribuição
(Ação Cautelar Preparatória – CPC, art. 796 c/c art. 800 )

___________, solteira, universitária, residente e


domiciliada na Rua ______, nº. _____, CEP _________ São Paulo(SP), possuidora
do CPF(MF) nº. _____, vem, com o devido respeito à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina, para ajuizar, com
supedâneo no arts. 798 e segs. da Legislação Adjetiva Civil, a presente

AÇÃO CAUTELAR INESPECÍFICA PREPARATÓRIA


COM PEDIDO DE “MEDIDA CAUTELAR

contra ____________, pessoa jurídica de direito privado, estabelida na Av. ___, nº.
_______, em São Paulo(SP) – CEP nº. _________, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº.
_______, em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo
delineadas.

SÍNTESE DOS FATOS

A Autora é pessoa idônea, estudante universitária da


Universidade -------, onde cursa Medicina desde 2007. A mesma, no mês de março
de 2008, iniciou relacionamento de namoro com o senhor Francisco ------, tendo dito

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namoro sido rompido no mês de março de 2013. Os motivos não convém aqui
declinar.

Insatisfeito com o rompimento, aludido senhor passou a


ofender a Promovente dentro da faculdade, inclusive a difamando perante os
demais colegas com inverdades fáticas alusivas a uma pretensa opção sexual.

Por meio de amigas da faculdade, a Promovente


presenciou que Francisco ainda não estava saciado com os ataques anteriores,
visto que o citado senhor postou um vídeo no YouTube nominado:

“Juliana de tal, dá pra todos/as “.

No referido vídeo, além de termos pejorativos, há uma


indevida foto estampada da Autora, a qual alvo de comentários do Réu.

O vídeo pode ser visualizado no seguinte endereço


eletrônico: http://www.youtube.com.br/Watch/37669cpp&cmm=135557.

Igualmente perceba que já existem inúmeros comentários,


também ofensivos, à pessoa da Autora, tais como “Jamais imaginaria que essa gata
fosse sapata”, “Quero transar com ela”, “Tenho tara por essa mina”, entre inúmeros
outros.

Apresenta-se como titular da conta/canal “flagostosao”.

Com isso, diversos colegas da Autora tiveram acesso à


página do YouTube ( aberto a todos ), onde, na descrição do canal de vídeos,
encontramos como descrição a seguinte frase:

“Este canal é para acolher a todos os homens e mulheres que de alguma


forma já se envolveram com a piranha da Juliana de tal. Postem seus vídeos. “

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O conteúdo do vídeo inserido no YouTube, ressalte-se, é


inverídico, ofensivo, difamatório e ilegal, maiormente quando atenta para o
sagrado direito de imagem prevista na Constituição Federal.

Importa ressaltar que todo esse quadro fático fora


constatado pelo Tabelião do Cartório do 00º Registro de Títulos e Documentos e
Pessoas Jurídicas de São Paulo(SP), por intermédio de ata notarial, onde
devemos a ter como prova incontroversa (doc. 01).

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 364 – O documento público faz prova não só da sua formação, mas também
dos fatos que o escrivão, ou o funcionário declarar que ocorreram na sua presença.

LEI FEDERAL nº. 8.935/94

Art. 6º - Aos notários compete:


...
II – intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar
forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos
adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu
conteúdo;
III – autenticar fatos.

Art. 7º - Aos tabeliães de notas compete com exclusividade:


...
III – lavrar atas notariais;
...

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Assim, não se pode admitir que essa situação permaneça


incólume, maiormente com o auxilio dos serviços prestados em ambiente eletrônico
pelo grupo representado pela Ré.

De bom alvitre que relembremos que a conduta do usuário


da aludida conta do Google é claramente contrária aos “Termos de Uso” do site
que hospeda a mencionada comunidade ( www.youtube.com ), cuja cópia ora
anexamos(doc. 02).

Urge asseverar, mais, que apesar de regularmente


notificada(por e-mail e por correspondência enviada via Correios), a Ré não
excluiu o vídeo, consoante provas ora acostadas. (docs. 03/04)

São sérios os constrangimentos sofridos pela Autora em


face dos aludidos acontecimentos, o que recomenda providências imediatas deste
Juízo, especialmente para obstar tais ilícitos imediatamente.

DO DIREITO

DA LEGITIMIDA PASSIVA

De boa prudência que evidenciemos, de pronto,


fundamentos concernentes à legitimidade passiva da Ré nesta querela.

É consabido que a Promovida, de regra, sempre alega sua


ilegitimidade passiva, alegando, em linhas vesgas, ser impossível cumprir
determinação judicial. Sustenta que não teria ingerência sobre dados mantidos nos
servidores das empresas Google Inc e Google Internacional LLC, ambas localizados
nos Estados Unidos da América.

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Tais argumentos, entretanto, mostram-se tão-somente com


o propósito de descumprir ordem judicial ou, no mínimo, tentar retardar sua
obrigação.

Ora, transnacionalidade do serviço oferecido via internet


não pode constituir uma escusa a que fornecedores fisicamente radicados em outro
país – embora encabecem grupos econômicos de atuação global – cumpram com
as obrigações ditadas pela lei do país em que se dá a prestação. Dentre estes
deveres está o de colaborar com a administração da Justiça (CPC, art. 339), para
elucidação de fatos danosos, como na hipótese ora em estudo.

Ademais, as empresas acima citadas, bem como a Ré, são


todas do mesmo grupo econômico, não havendo qualquer óbice para eventual
cumprimento da ordem judicial ora almejada.

A propósito:

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

(…)

VIII – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou


administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil
(art. 88, parágrafo único);

Sabe-se mais que a Google Inc inclusive exerce controle


direto sobre os atos de gerência da Ré, o que se afirma existir cláusula nesse
sentido no contrato social da Promovida, fato este que, se negado, deverá ser
cabalmente comprovado por documentos. (CPC, art. 300).

Vejamos o sentido da jurisprudência majoritária:

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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA E OBRIGAÇÃO DE FAZER.


CONTEÚDO OFENSIVO VEICULADO NA INTERNET. PROVEDOR DE
PESQUISA. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. INTERESSE DE AGIR.
EXISTENTES. INSTAURAÇÃO DO CONTRADITÓRIO E PRODUÇÃO DE
PROVAS. NECESSIDADE.
I. O Google possui legitimidade para figurar no polo passivo da ação em que os
autores visam indenização decorrente de omissão do provedor de pesquisas. III.
Diante da plausibilidade das alegações de responsabilidade da empresa
demandada, necessária a reforma da sentença a fim de que seja possibilitada a
instauração do contraditório e a produção de provas. (TJMA; Rec 0031841-
40.2012.8.10.0001; Ac. 149327/2014; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Jorge
Rachid Mubárack Maluf; Julg. 26/06/2014; DJEMA 08/07/2014)

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. INTERPOSIÇÃO. PERFIL NO ORKUT COM


OFENSAS GRAVES À REPUTAÇÃO DE TERCEIROS. GOOGLE. LEGITMIDADE
PASSIVA. RECONHECIMENTO. RESPONSABILIDADE. CONDENAÇÃO POR
DANOS MORAIS. CABIMENTO. DIMINUIÇÃO DA INDENIZAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
O Google possui legitimidade passiva para responder por ação de indenização por
danos morais em casos que envolvem a criação de perfis no Orkut com ofensas à
honra de terceiros. Provado que foi hospedado no Orkut perfil com manifestações
ofensivas a terceiros, cabe ao provedor Google reparar os danos morais, com a
devida indenização. Uma vez que o valor da indenização tenha sido fixado aquém
daquele que melhor atenderia aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, não há como ser reduzido o montante da condenação. V.V.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. ELEMENTOS CARACTERIZADORES
DA RESPONSABILIDADE CIVIL. AUSÊNCIA. VEICULAÇÃO DE CONTEÚDO
DIFAMATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE DEVER LEGAL OU CONVENCIONAL DE
CONTROLE PREVENTIVO DO MATERIAL POSTADO NO SITE ORKUT.
RESPONSABILIDADE DO PROVEDOR DE HOSPEDAGEM NÃO CONFIGURADA.

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PRELIMINAR REJEITADA. NO MÉRITO, RECURSO PROVIDO. Não deve ser


considerada como atividade intrínseca do "provedor de hospedagem" da internet a
fiscalização prévia do conteúdo das informações que serão postadas pelos
usuários. Compete ao provedor, tão somente, a fim de evitar que terceiros sejam
prejudicados com atitudes ilícitas dos usuários, que postam matérias ofensivas ou
proibidas por qualquer outra razão, promover a exclusão desse conteúdo da
internet, assim que instado a fazê-lo e oferecer meios de identificação dos usuários,
através do fornecimento do número do "IP". In casu, não estão configurados os
requisitos da responsabilidade civil, vez que restou comprovado que a ré, instada a
retirar o perfil injurioso da web, por meio da ferramenta "denunciar abuso", utilizada
pela autora, promoveu a exclusãoda página, em prazo razoável. Preliminar
rejeitada. No mérito, recurso provido. (TJMG; APCV 1.0145.07.417858-6/001; Rel.
Des. Evandro Lopes Da Costa Teixeira; Julg. 28/02/2013; DJEMG 12/03/2013)

Desta maneira, entendemos que ficou cabalmente


demonstrada a legitimidade passiva da Ré, sendo a mesma parte legitima para
figurar no pólo passivo desta demanda judicial.

RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA

Saliente-se, por oportuno, que o desenvolvimento desta


ação deve seguir sob o prisma da Legislação Consumerista, visto que a relação em
estudo é de consumo indireto, aplicando-se, maiormente, a inversão do ônus da
prova(CDC, art. 6º, inc. VIII).

A propósito, reza o Código de Defesa do Consumidor


que:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de

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produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,


distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° (...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

É notório que a Ré obtém remuneração indireta pelo


serviço do site YouTube, quando promove a divugação de publicidade de terceiros
que a remuneram, daí se enquadrar no contexto de fornecedor de serviços.

Sábias são as lições de Cláudia de Lima Marques,


quando, com maestria, nos leciona o que seja a mens legis da expressão “mediante
remuneração”, contida no § 2º, do art. 3º, do Código de Defesa do Consumidor:

Frise-se, assim, que a expressão utilizada pelo art. 3º do CDC para incluir todos os
serviços de consumo é “mediante remuneração”. O que significaria esta troca entre
a tradicional classificação dos negócios como “onerosos” e gratuitos por
remunerados e não-remunerados? Parece-me que a opção pela expressão
“remunerado” significa uma importante abertura para incluir os serviços de consumo
remunerados indiretamente, isto é, quando não é o consumidor individual que paga,
mas a coletividade (facilidade diluído no preço de todos) ou quando ele paga
indiretamente o “benefício gratuito” que está recebendo. A expressão
“remuneração” permite incluir todos aqueles contratos em que for possível
identificar, no sinalagma escondido (contraprestação escondida), uma remuneração
indireta do serviço de consumo.

Como a oferta e o marketing da atividade de consumo “gratuitas” estão a aumentar


no mercado de consumo brasileiro (transporte de passageiros idosos gratuito,
viagens-prêmio, coquetéis gratuitos, lavagens de carro como brinde, etc.),
importante frisar que o art. 3º, §2º, do CDC refere-se à remuneração dos serviços

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e não a sua gratuidade. “Remuneração” (direta ou indireta_ dignifica um


ganho direito ou indireto para o fornecedor. “Gratuidade” significa que o
consumidor não “paga”, logo não sofre um minus em seu patrimônio. “Oneroso” é o
serviço que onera o patrimônio do consumidor. O serviço de consumo (por exemplo,
transporte) é que deve ser “remunerado”; não se exige que o consumidor (por
exemplo, o idoso destinatário final do transporte – art. 230, §2º, da CF/1988) o
tenha remunerado diretamente, isto é, que para ele seja “oneroso” o serviço;
também não importe se o serviço (o transporte_ é gratuito para o consumidor, pois
nunca será “desinteressado” ou de “mera cortesia” se prestado no mercado de
consumo pelos fornecedores que são remunerados (indiretamente) por este serviço.
(MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor. 6ª Ed.
São Paulo: RT, 2011. Pág. 409 ( os destaques são nossos )

No mesmo sentido seguem as linhas de entendimento de


Rizzatto Nunes:

“O CDC define serviço como aquela atividade fornecida mediante ‘rumuneração’.


Antes de mais nada, consigne-se que praticamente nada é gratuito no mercado de
consumo. Tudo tem, na pior das hipóteses, um custo, e este acaba, direta ou
indretamente, sendo repassado ao consumidor. Assim, se, por exemplo, um
restaurante não cobra pelo cafezinho, por certo seu custo já está embutido no preço
cobrado pelos demais produtos.
Logo, quando a lei fala em ‘remuneração’ não está necessariamente se referindo a
preço ou preço cobrado. Deve-se entender o aspecto ‘remuneração’ no estrito de
absolutamente qualquer tipo de cobrança ou repasse, direto ou indireto. “ (NUNES,
Luiz Antônio Rizzatto. Comentário ao Código de Defesa do Consumidor. 6ª Ed. São
Paulo: Saraiva, 2011. Pág. 189)

Neste sentido apresentamos o seguinte julgado,


proveniente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:

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CIVIL E CONSUMIDOR. INTERNET. RELAÇÃO DE CONSUMO. INCIDÊNCIA DO


CDC. PROVEDOR DE COMPARTILHAMENTO DE VÍDEOS. VERIFICAÇÃO
PRÉVIA E DE OFÍCIO DO CONTEÚDO POSTADO POR USUÁRIOS.
DESNECESSIDADE. IMAGEM DE CONTEÚDO OFENSIVO. DANO MORAL.
RISCO NÃO INERENTE AO NEGÓCIO. CIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE
CONTEÚDO ILÍCITO OU OFENSIVO. RETIRADA DO AR EM 24 HORAS. DEVER.
DISPONIBILIZAÇÃO DE MEIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE CADA USUÁRIO.
DEVER, DESDE QUE INFORMADO O URL. DISPOSITIVOS LEGAIS
ANALISADOS. ARTS. 5º, IV E IX, 220 DA CF/88. 6º, III, 14 E 84, § 4º, DO CDC.
461, § 1º, DO CPC. E 248 E 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC/02.
1. Ação ajuizada em 27.01.2009. Recurso Especial concluso ao gabinete da relatora
em 12.08.2013, discutindo os limites da responsabilidade dos sites de
compartilhamento de vídeos via internet pelo conteúdo postado pelos usuários. 2. A
exploração comercial da internet sujeita as relações de consumo daí advindas à Lei
nº 8.078/90. Precedentes. 3. O provedor de compartilhamento de vídeos é uma
espécie do gênero provedor de conteúdo, pois se limita a disponibilizar as imagens
postadas pelos usuários, sem nenhuma participação na criação ou na edição dos
arquivos digitais. 4. A verificação de ofício do conteúdo das imagens postadas por
cada usuário não constitui atividade intrínseca ao serviço prestado pelos provedores
de compartilhamento de vídeos, de modo que não se pode reputar defeituoso, nos
termos do art. 14 do CDC, o site que não exerce esse controle. 5. O dano moral
decorrente de mensagens com conteúdo ofensivo inseridas no site pelo usuário não
constitui risco inerente à atividade dos provedores de compartilhamento de vídeos,
de modo que não se lhes aplica a responsabilidade objetiva prevista no art. 927,
parágrafo único, do cc/02. 6. Não se pode exigir do provedor de compartilhamento
de vídeos a fiscalização antecipada de cada novo arquivo postado no site, não
apenas pela impossibilidade técnica e prática de assim proceder, mas sobretudo
pelo risco de tolhimento da liberdade de pensamento. Não se pode, sob o pretexto
de dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na web, reprimir o direito
da coletividade à informação. Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial
de violação de cada um deles, o fiel da balança deve pender para a garantia da

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liberdade de criação, expressão e informação, assegurada pelo art. 220 da cf/88,


sobretudo considerando que a internet representa, hoje, importante veículo de
comunicação social de massa. 7. Ao ser comunicado de que determinada imagem
postada em seu site possui conteúdo potencialmente ilícito ou ofensivo, deve o
provedor de compartilhamento de vídeos removê-lo preventivamente no prazo de 24
horas, até que tenha tempo hábil para apreciar a veracidade das alegações do
denunciante, de modo a que, confirmando-as, exclua definitivamente o vídeo ou,
tendo-as por infundadas, restabeleça o seu livre acesso, sob pena de responderem
solidariamente com o autor direto do dano em virtude da omissão praticada. 8. O
cumprimento do dever de remoção preventiva de imagens consideradas ilegais e/ou
ofensivas fica condicionado à indicação, pelo denunciante, do url da página em que
estiver inserido o respectivo vídeo. 9. Ao oferecer um serviço por meio do qual se
possibilita que os usuários divulguem livremente vídeos, deve o provedor de
compartilhamento ter o cuidado de propiciar meios para que se possa identificar
cada um desses usuários, coibindo o anonimato e atribuindo a cada imagem uma
autoria certa e determinada. Sob a ótica da diligência média que se espera do
provedor, do dever de informação e do princípio da transparência, deve este adotar
as providências que, conforme as circunstâncias específicas de cada caso,
estiverem ao seu alcance para a individualização dos usuários do site, sob pena de
responsabilização subjetiva por culpa in omittendo. 10. Recurso Especial a que se
nega provimento. (STJ; REsp 1.403.749; Proc. 2013/0202618-6; GO; Relª Min.
Nancy Andrighi; DJE 25/03/2014)

Destarte, como antes afirmado, a lesão à honra e imagem


da pessoa natural ou jurídica, decorrente do serviço “YouTube”, deve ser
averiguada à luz da Legislação Substantiva Civil, Constituição Federal, assim
como ajoujado ao Código de Defesa do Consumidor.

A LIDE E SEU FUNDAMENTO(CPC, ART. 801, III)

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A inércia da Ré, quando foi regularmente notificada


premonitoriamente, fez com que surgisse à Autora o interesse processual para
pleitear judicialmente a solução do problema narrado nesta peça vestibular( CPC,
art. 3º).

VIOLAÇÃO AO DIREITO DE IMAGEM E A HONRA


Consta da ata notarial antes citada (doc. 01) que, em
verdade, que houve o uso indevido da imagem da Autora, além de trechos
depreciativos insertos na citada comunidade contra a pessoa da Promovente,
causando-lhe situação de humilhação, vexatória, desrespeitosa, bem assim
clara ofensa à sua imagem, honra e moral, gerando-lhe danos incontestáveis.

É consabido que a Constituição Federal prevê a


inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

É evidente que não se pretende, com a ação


principal, em uma ação civil, imputar a prática de um delito penal à Ré. Não

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obstante, é importante lembrar o conceito criminal para entender o que a sociedade


visa punir.

Constitui difamação imputar fato ofensivo à


reputação, ainda que verdadeiro. O que se busca coibir é a “fofoca”, a invasão a
vida alheia. Entende-se, dessarte, que não se pode invadir a privacidade de alguém,
e espalhar fatos sobre sua vida, ofendendo a sua fama.

Tal conceito deve ser transportado para o âmbito civil. Da


mesma forma que no direito penal, constitui ilícito civil o atentado a honra nas
três modalidades previstas: calúnia, injúria e difamação. Assim, a conduta do
"fofoqueiro" deve ser coibida, devendo ser preservada a intimidade do ofendido.

A propósito, dispõe a Legislação Substantiva Civil que:

CÓDIGO CIVIL

Art. 953 – A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na


reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único – Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz
fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias
do caso.

Constatou-se, de pronto com esta inicial, pelos


documentos colacionados, que houve imputação à Autora de fatos injuriosos e
difamatórios, sobretudo com expressões: “ Juliana de tal, dá pra todos/as “.

E, frise-se, a repercussão da difamação foi


tamanha, que todos seus colegas da faculdade tomaram conhecimento das
colocações ofensivas espampadas no referido site de relacionamento, tanto que,
vários, a procuraram para noticiar estes fatos ora objetados.

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ADVOCACIA

Assim, entende-se que a difamação perpetrada pelo “dono”


da conta no YouTube causou dano moral a Autora, devendo o dano sofrido ser
indenizado.

Nesse enfoque, convém ressaltar o magistério de Sílvio de


Salvo Venosa, quando professa que:

“O dispositivo acrescenta a difamação, que sempre se entendeu como


possibiltadora de indenização, completando a trilogia referente aos clássicos crimes
contra a honra. Sob o aspecto criminal, que define essas três condutas puníveis,
caluniar alguém é imputar-lhe falsamente fato definido como crime (art. 138 do CP).
A difamação é a imputação de fato ofensivo à reputação da vítima (art. 139 do CP).
Esse fato deronsoso pode ser verdadeiro ou não, bastando a intenção de difamar.
Ao contrário da calúnia, não se exige que o ofensor tenha consciência de eventual
falsidade da imputação. A injúria, de acordo com o art. 140 do Código Penal, é a
ofensa à dignidade ou decoro. Nesta última, o agente ofende a honra subjetiva do
ofendido, atingindo seus atributos morais, sua dignidade, ou físicos, intelectuais ou
sociais, seu decoro.“ (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Responsabilidade Civil.
12ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012. Pág. 337-338)

Nos respeitáveis dizeres de Yussef Said Cahali, temos


que:

“Por outro lado, ‘para a caracterização do crime de difamação é irrelevante a


veracidade ou não das afirmações proferidas pelo agente, pois ainda que estas
sejam verdadeiras o delito persiste, já que o seu núcleo é imputar fato ofensivo,
nada se mencionando acerca de ser verdadeira ou não a imputação. “ (CAHALI,
Yussef Said. Dano Moral. 4ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Pág. 249)

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ADVOCACIA

De outro importe, esclarecido antes que a natureza do


contrato com o provedor Google é de ordem contratual, com obtenção indireta de
remuneração, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à espécie,
abrindo, no caso, a responsabilidade objetiva do referido provedor.

E, ademais, em se tratando da responsabilidade pelo fato


do produto ou do serviço regulada nos arts. 12 a 14 da Lei 8.078/90, “equiparam-se
aos consumidores todas as vítimas do evento”, consoante prescreve
expressamente o art. 17 do mesmo diploma legal.

Nessa ótica, mesmo que – apenas por argumentar -- o


serviço prestado pela Ré não tivesse natureza remuneratória, requisito
indispensável à emolduração do conceito de consumidor-padrão insculpido no art.
2º da Lei Protecionista, haja vista a dicção de seu art. 3º, § 2º, não resta dúvida de
que, em sede de responsabilidade pelo simples fato da prestação do serviço,
qualquer pessoa lesada ostenta a qualidade de consumidor.

A corroborar o texto acima, insta transcrever as lições de


Fábio Henrique Podestá:

“Aos sujeitos que pertencerem à categoria de prestadores de serviço, que não


sejam pessoas físicas, imputa-se uma responsabilidade objetiva por defeitos de
segurança do serviço prestado, sendo intuitivo que tal responsabilidade é fundada
no risco criado e no lucro que é extraído da atividade. “(PODESTÁ, Fábio; MORAIS,
Ezequiel; CARAZAI, Marcos Marins. Código de Defesa do Consumidor Comentado.
São Paulo: RT, 2010. Pág. 147)

Por esse passo, como ação principal futura, a ser


ajuizada no trintídio legal do cumprimento da medida acautelatória almejada( CPC,
art. 806), a Autora, com fulcro nas disposições da Legislação Adjetiva Civil(CPC, art.

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ADVOCACIA

801, inc. III), tendo como fundamentos a ofensa ao direito de imagem e à


honra,

indica que ajuizará a competente

AÇÃO COMINATÓRIA C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS

PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR

É de geral ciência que são requisitos da medida cautelar a


presença do fumus boni iuris e do periculum in mora.

A propósito, no tocante ao poder geral de cautela,


maiormente no tange aos requisitos à concessão de medidas acautelatórias,
professa Antônio Cláudio da Costa Machado que:

“Trata-se de poder cautelar a ser exercido quando a situação de emergência não se


enquadra em nenhuma das previsões de medidas típicas (arresto, sequestro, etc,
de acordo com os arts. 813, e segs.), de sorte que o cabimento da medida fica a
depender do preenchimento do fumus boni iuris e do periculum in mora genérica e
abstratamente previstos no texto (aqui não existe prederteminação específica do
conteúdo da medida, nem do interesse tutelado como acontece com as medidas
típicas – v. nota ao Capítulo II). Observe-se, entretanto, que, seja qual for a medida
que se deseje (v. exemplos referidos na nota ao art. 799), o requerente sempre
precisará propor ação cautelar inominada. “ (MACHADO, Antônio Cláudio da Costa.
Código de Processo Civil interpretado e anotado: artigo por artigo, parágrafo por
parágrafo. 4ª Ed. São Paulo: Manole, 2012. p. 1457)

Nesse mesmo sentido, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria


Andrade Nery anotam que:

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ADVOCACIA

"Para que a parte possa obter a tutela cautelar, no entanto, é preciso que comprove
a existência da plausibilidade do direito por ela afirmado (fumus boni iuris) e a
irreparabilidade ou difícil reparação desse direito (periculum in mora), caso se tenha
de aguardar o trâmite normal do processo. Assim, a cautela visa assegurar a
eficácia do processo de conhecimento ou do processo de execução (Nery,
Recursos, 3.5.2.9, pp. 472/473).” (In, Código de Processo Civil Comentado e
legislação processual civil extravagante em vigor. 12ª ed. São Paulo: RT, 2012. p.
1.327).

Portanto, os requisitos para se alcançar uma providência


de natureza cautelar são, basicamente, dois:

I - Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil
ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco
esse que deve ser objetivamente apurável;

II - A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretenda


segurança, ou seja, o fumus boni iuris.

Sobre o fumus boni iuris, esclarece-se que, segundo a


melhor doutrina, para a ação cautelar, não é preciso se demonstrar cabalmente a
existência do direito material em risco. Mesmo porque esse frequentemente é
litigioso e só terá sua comprovação e declaração no processo principal. Para
merecer a tutela cautelar o direito em risco há de se revelar apenas como o
interesse que justifica o "direito de ação", ou seja, o direito ao processo de
mérito.

Nesse trilhar, é de todo oportuno trazer à colação o


entendimento do processualista Alexandre Freitas Câmara:

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ADVOCACIA

“Por tal razão, a concessão da medida cautelar não pode estar condicionada à
demonstração da existência do direito substancial afirmado pelo demandante,
devendo o Estado-Juiz contentar-se com a demonstração da aparência de tal
direito. Em outros termos, o que se quer dizer é que a tutela jurisdiconal cautelar
deve ser prestada com base em conginição sumária, ou que signfica dizer que a
medida cautelar será deferida ou não conforme um juízo de probabilidade.
Verifica-se, pois, que a tutela jurisdicional cautelar será prestada com base em
cognicação sumária, e não em cognição exauriente (como se dá, como regra, com a
tutela jurisdicional de natureza cognitiva). A exigência de certeza quanto à
existência do direito substancial para que se pudesse prestar a tutela cautelar
tornaria a mesma um instrumento absolutamente inútil. “ (CÂMARA, Alexandre
Freitas. Lições de direito processual civil. 19ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, vol. 3, p.
40)

Não discrepa desse entendimento Daniel Amorim


Assumpção Neves:

“O fumus boni iuris, ou fumaça do bom direito, é entendido pela doutrina majoritária
como o convencimento parcial do juiz – fundado num juízo de mera probabilidade
em razão da cognição sumária que faz para conceder a tutela cautelar – de que o
direito material que corre perigo provavelmente exista. É interessante notar que
a doutrina majoritária permite que o juiz não tenha certeza a respeito da existência
do direito material em prigo, mas exige do juiz uma análise superficial de sua
provável existência. “ (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito
Processual Civil. 4ª Ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1.217)

Nesse sentido:

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ADVOCACIA

AGRAVO REGIMENTAL. MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA. LIMINAR


CONCEDIDA. ANÁLISE DE COGNIÇÃO SUMÁRIA. PRESENÇA DOS
REQUISITOS- RECURSO IMPROVIDO.
O fumus boni iuris encontrase presente na medida em que comprova o agravado
estar na posse do imóvel a ser esbulhado há mais de vinte anos, tendo ali realizado
diversas benfeitorias eventualmente passíveis de serem indenizáveis nos termos da
Lei, circunstância apta a legitimar a oposição dos embargos de terceiros nos autos
da ação principal para fins de averiguação do direito de posse sobre o imóvel. Do
mesmo modo, o periculum in mora se justifica pelos prejuízos a serem causados
caso a carta precatória seja cumprida, por tratar-se de fazenda toda cercada, com
divisões, supostamente com mais 4.500 hectares de pastos formados com capim
artificial, mais de 6.000 cabeças de gado, casas de sede e de empregados, 15
empregados e suas famílias, além de outras benfeitorias e estrada de penetração.
(TJMS - AgRg 0019465-68.2012.8.12.0000/50000; Campo Grande; Primeira
Câmara Cível; Rel. Des. Divoncir Schreiner Maran; DJMS 30/11/2012; Pág. 30)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO JULGADO


MONOCRATICAMENTE. ART. 557, CAPUT, C/C ART. 527, I, DO CPC.
MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. LIMINAR CONCEDIDA EM SEDE DE
CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL. MANUTENÇÃO DA INTERLOCUTÓRIA
DO JUÍZO A QUO. REGIMENTAL IMPROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA
MANTIDA. 1. O relator está autorizado a negar seguimento a recurso
manifestamente improcedente, na espécie agravo de instrumento, à luz do disposto
no art. 557, caput, e art. 527, I, do CPC;
2. Para tanto, permitese ao relator isoladamente analisar o próprio meritum causae
recursal;
3. Como se sabe, a tutela cautelar visa resguardar o resultado útil do processo, a
efetividade do provimento jurisdicional final, evitando decisões judiciais inócuas e
inexequíveis;
4. Os requisitos da liminar em tutela cautelar são fumus boni iuris ou a fumaça
do bom direito, em que o julgador, fundado numa cognição sumária e

19
ADVOCACIA

perfunctória, juízo de mera probabilidade, se convence de que o direito


material que corre perigo provavelmente exista. O periculum in mora, configura a
situação de urgência derivada do perigo que o tempo necessário para a concessão
da tutela definitiva no caso concreto representa para a efetividade da proteção
jurisdicional, sendo flagrante que não sendo tutelado imediatamente o direito
material, correrá sério e iminente risco de perecer;
5. In casu, o douto Magistrado planicial concedeu a liminar observando os requisitos
em alusão, razão pela qual prescinde de censura a interlocutória ora vergastada;
6. Ratificação do instrumental neste agravo regimental;
7. Agravo regimental improvido. (TJCE - AG 003253912.2002.8.06.0000/50000;
Oitava Câmara Cível; Relª Desª Maria Iraneide Moura Silva; DJCE 09/11/2012; Pág.
83)

No caso ora em análise, claramente restaram


comprovados, objetivamente, os requisitos do "fumus boni iuris" e do "periculum in
mora", a justificar o deferimento da medida ora pretendida. Sobretudo quanto ao
segundo requisito, a demora na prestação jurisdicional ocasionará gravame
diário à imagem e à honra da Autora, quando expostos em site de
relacionamento acessível a um número expressivo de pessoas, maiormente
ligada à mesma.

Diante disso, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia


da parte contrária (CPC, art. 804), medida cautelar no sentido de:

a) determinar que a Ré, no prazo de 24 horas, cesse a publicação do vídeo


identificado como “Juliana de Tal, dá para todos/as” – cujo endereço eletrônico foi
evidenciado nas considerações fáticas --, hospedada no site do YouTube (
www.youtube.com ), tornando-o inacessível;

b) pede, mais, seja a mesma instada a apresentar a este juízo, no prazo de 10(dez)
dias,

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ADVOCACIA

(i) os dados cadastrais e os registros de conexão da conta do usuário


“flagostosao”, registrado no site YouTube, desde sua origem/criação até a data
do cumprimento da medida cautelar, identificando o(s) número(s) de endereço
IP( “Internet Protocol” ) de origem da conexão aos seus servidores, com indicação
de data e hora de conexão, entre outras informações relevantes para a identificação
do responsável pela utilização da conta referida;

c) em ambas as situações acima citadas (itens ´a´ e ´b´), pede a aplicação de multa
diária de R$ 1.000,00(mil reais), em caso de infração à ordem judicial.

PEDIDOS e REQUERIMENTOS

POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Cautelar Inespecífica, a Autora requer que
Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:

a) Determinar a CITAÇÃO e INTIMAÇÃO da Promovida, POR CARTA, no


endereço constante do preâmbulo, para, no prazo de 05 (cinco) dias(CPC, art.
802, caput), apresentar, querendo, sua defesa e, mais, cumprir a medida
acautelatória pleiteada;

b) que ao final sejam JULGADOS PROCEDENTES OS PEDIDOS formulados


nesta demanda cautelar, acolhendo os pedidos estipulados em sede liminar e
tornando-a definitiva, condenando a Ré no ônus de sucumbência.

Protesta, ademais, justificar os fatos que se relacionam


com os pressupostos desta Ação Cautelar, por todos os meios admissíveis em
direito, assegurados pela Lei Fundamental(art. 5º, inciso LV, da C.Fed.),
notadamente pelo depoimento do Rep. Legal da Requerida, pena de tornar-se
confitente ficta, oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore, junta
posterior de documentos como contraprova, perícia, tudo de logo requerido.

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ADVOCACIA

Atribui-se a presente Ação Cautelar o valor


estimativo de R$100,00 (cem reais).

AÇÃO CAUTELAR. VALOR DA CAUSA. O VALOR DA CAUSA NA AÇÃO


CAUTELAR NÃO SE FIXA À VISTA DO ART 259 DO CPC, MAS DO ART. 258
QUE O ANTECEDE.
Significando a ação cautelar um minus em relação ao plus que é a ação principal,
naturalmente seu valor não é o que se atribuiria a esta. Recurso da apelante a que
se dá parcial provimento para o fim de reduzir- se o valor da causa fixado em
primeiro grau. (TJSP - APL 9095571-64.2008.8.26.0000; Ac. 6387690; São Paulo;
Décima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cesar Ciampolini; Julg. 27/11/2012;
DJESP 08/01/2013)

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de setembro de 0000.

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Advogado – OAB

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