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Maria Pereira Sequeira nº41239

KANT, Immanuel. A Paz Perpétua.

pp. 34-44

À parte de todos os três artigos enunciados por Kant (páginas 10 a 22), o mesmo sugere
ainda um artigo secreto com vista ao alcance da Paz Perpétua. O artigo secreto, presente na
proposição: “As máximas dos filósofos sobre as condições de possibilidade da paz pública devem
ser tomadas em consideração pelos Estados preparados para a guerra”, no entanto um artigo
secreto pertencente ao direito público acaba por ser considerado como uma contradição.

Este artigo aparente minimizar a autoridade e capacidade de um Estado em legislar, pois


o mesmo deve requerer auxílio e conselhos aos súbditos (filósofos). Assim, o Estado, solicitará,
ainda que em segredo, aos filósofos sob a forma de lhes atribuir permissão para nas suas obras
falarem livremente sobre “as máximas gerais da condução da guerra e do estabelecimento da
paz”, obras a que, tacitamente, o Estado recorrerá sempre que estiver em dúvida com alguma
situação ou aspeto referente à dicotomia guerra/paz.

A todos os juristas também lhes foi implícito que fizessem jus dos símbolos (balança e
espada) e interviessem não só a aplicar as leis existentes, mas também a investigar se tais
normas necessitam de melhoramento. Kant afirma que é imprescindível que os reis ou povos
soberanos cedam a liberdade aos filósofos de falarem e abordarem os temas de acordo com os
seus ideais pois, devido à sua classe, jamais o seu discurso seria entendido como uma mera
forma de propaganda.

No apêndice I, é debatida a discrepância entre moral e a política sempre objetivando


claro a Paz Perpétua. Kant considera a moral como um conjunto de normas que devem gerir os
atos e os comportamentos de cada um. Existe um conflito entre moral e política se os preceitos
de cada um limitarem os preceitos do outro. É feita ainda a alusão aos deuses: “O deus-término
da moral não recua perante Júpiter (o deus-término do poder) pois ambos se encontram perante
o mesmo destino.

Basicamente, defende que um Estado dotado de poder e soberania jamais permitirá que
o povo lhe prescreva leis nem perderá a autonomia dos seus tribunais perante outros Estados.
Quando não existe leis nem liberdade tudo o que acontecerá está apenas entregue ao destino.
Considera-se ainda nesta obra a possibilidade de “unir” as duas correntes
fundamentando um pensamento um pensamento em ambas correntes.

Kant, segundo esta união, descreve um “politico-moral” que iria implementar a sua moral às
conveniências do Estado. Essa união poderia provocar o “choque” por entre os moralistas
despóticos com a prudência política.

São apresentadas na obra três máximas sufistas:

1. “Fac et excusa” em que após uma ocasião favorável o individuo fica assim “protegido”
pelo acontecimento para dissimular a violência;
2. “Si fecisti nega” que consiste em negar a culpa da violência associando tal
comportamento natureza do homem residindo assim a culpa na “obstinação do
súbdito”;
3. “Divide et impera” esta última máxima subdivide-se em duas situações no caso de
discórdias em casos exteriores ao país e conflitos internos. Nos conflitos internos esta
máxima afirma que caso haja indivíduos com personalidades privilegiadas deve-se
afastar todos estes indivíduos para, afastados, serem menos importante e influentes.
No caso de conflitos exteriores aponta para a criação de desordem e discórdia entre
eles, acabando por “atraí-los” ao poder dos mais fortes. (Todas estas máximas são
universais).

Em relação ainda à dicotomia moral/politica é certo que uma poderosa nação apenas se humilha
devido ao seu fracasso perante nações tanto ou mais poderosas que ela, nunca às inferiores,
quando isso se sucede apenas lhe resta a honra politica pois, independentemente da moral
subjetiva, resta sempre a honra do engrandecimento do seu poder.

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