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Universidade de Pernambuco

Escola Politécnica de Pernambuco


Departamento de Engenharia Civil

HIDROLOGIA APLICADA

Profª. Simone Rosa da Silva


Semestre 2014.1
O Hidrograma Unitário - HU
• Para simplificar a análise e os cálculos, é
comum admitir-se que existe uma relação
linear entre a chuva efetiva e a vazão,
lembrando que a chuva efetiva é a parcela
da chuva que gera escoamento superficial.
• Uma teoria útil, mas não inteiramente
correta, baseada na relação linear entre
chuva efetiva e vazão em uma bacia é a
teoria do Hidrograma Unitário (Sherman,
1932).
Simplificações adotadas pelo HU
• Linearidade: o modelo admite que a
transformação da chuva efetiva em vazão é linear
invariante, ou seja, admite a superposição dos
efeitos e o HU constante no tempo.

• Distribuição espacial uniforme: P é a mesma em


toda a bacia no intervalo de tempo de cálculo.

• Distribuição temporal uniforme: a intensidade de


P é constante no intervalo de tempo.

• Intervalo de tempo Δt: a escolha do Δt (duração


do HU) depende do tempo de resposta da bacia.
Objetivos do estudo do HU

• Obter um HU, a partir de um hidrograma


observado e vice-versa.

• Transformar um HU em outro, de duração


unitária diferente, a partir da Curvas S.

• Obter um HU sintético, a partir das


características da bacia.
Hidrograma Unitário
• O Hidrograma Unitário (HU) é o hidrograma
resultante do escoamento direto, causado por
uma chuva efetiva unitária (por exemplo, uma
chuva de 1mm ou 1 cm), por isso o método é
chamado de Hidrograma Unitário.

1 mm de chuva efetiva P
em toda a bacia com
uma duração D gera uma resposta
Q no exutório da bacia
que é um hidrograma
unitário
Hidrograma Unitário
• A teoria do hidrograma unitário considera
que a precipitação efetiva e unitária tem
intensidade constante ao longo de sua
duração e distribui-se uniformemente
sobre toda a área de drenagem.
• Portanto, o HU representa o escoamento
superficial fictício de uma precipitação
unitária e uniforme sobre a bacia.
• É caracterizado por uma altura e uma
duração: HU (h, Δt)
O HU é linear

• Considera-se que a bacia hidrográfica tem


um comportamento linear.
• Isso significa que podem ser aplicados os
princípios da proporcionalidade e
superposição

• podemos sobrepor hidrogramas!


1 mm de chuva efetiva P
em toda a bacia com
uma duração D gera uma resposta
Q no exutório da bacia
que é um hidrograma
unitário

t
2 mm de chuva efetiva gera uma resposta
P no exutório da bacia onde
em toda a bacia com
uma duração D D
cada valor de vazão é
B
Q o dobro do hidrograma
unitário
C
A

t
Princípios do HU
1° Princípio (da Constância do Tempo de Base).
• Para chuvas efetivas de intensidade constante e de mesma
duração, os tempos de escoamento superficial direto são
iguais. Precipitações de igual td produzem hidrogramas de
igual tb.
12 0

10 10

8 20

Precipitação (mm)
Vazão (m3/s)

6 30

4 40

2 50

0 60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tempo (h)
Princípios do HU
2° Princípio (Proporcionalidade das Descargas)
• Chuvas efetivas de mesma duração, porém com volumes de
escoamento superficial diferentes, irão produzir em tempos
correspondentes, volumes de escoados proporcionais às
ordenadas do hidrograma e às chuvas excedentes

12 0

i1
Q1 i1
10  10

i2 Q2 i2
8 20

Precipitação (mm)
Vazão (m3/s)

6 30

4 Q2 40

2 50

Q1
0 60

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tempo (h)
Princípios do HU
2° Princípio (Proporcionalidade das Descargas)
• Precipitações de mesma duração, produzem hidrogramas
cujas ordenadas são proporcionais aos volumes totais
escoados.
Considerando
Q1(t) = Q2(t)
Ve1 Ve2

Q1(t) = Q2(t) x Ve1 ; Q1(t) = Q2(t) x he1 x A


Ve2 he2 x A

Considerando que P2 gerou o HU:

Q(t) = Qu(t) x he
hu
Princípios do HU
3° Princípio (Princípio da Aditividade)
• A duração do escoamento superficial de uma determinada
chuva efetiva independe de precipitações anteriores. O
hidrograma total referente a duas ou mais chuvas efetivas é
obtido adicionando-se as ordenadas de cada um dos
hidrogramas em tempos correspondentes
12 0

10 10

8 20

Precipitação (mm)
Vazão (m3/s)

6 30

4 40

2 50

0 60

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tempo (h)
Somando Hidrogramas
• Os hidrogramas de saída da bacia são
somas de hidrogramas unitários.
Somando Hidrogramas

• Os hidrogramas de saída da bacia são


somas de hidrogramas unitários.
Somando Hidrogramas
• Os hidrogramas de saída da bacia são somas
de hidrogramas unitários
Somando Hidrogramas
• Os hidrogramas de saída da bacia são somas
de hidrogramas unitários
Hidrograma discretizado
Normalmente os cálculos são feitos com hidrogramas
discretizados.

Processo contínuo
representado com
intervalos de tempo
discretos
O HU e a duração da chuva
• O HU depende da duração da chuva

• Chuvas com diferentes durações dão


origem a HU diferentes
Como obter o HU
• Existem três formas de obter o
hidrograma unitário:
– diretamente, a partir de dados de
hietogramas e hidrogramas medidos,
– indiretamente, a partir de equações
baseadas em características físicas da
bacia,
– Supor que a bacia se comporta como um
reservatório ou um sistema de
reservatórios em série e ou paralelo.
O intervalo de tempo Δt do HU
• O tempo de pico (tp) tem sido utilizado como
indicador para obtenção de Δt. Quanto maior a
precisão desejada, menor o Δt.

• Snyder (1938) utilizou Δt = tp/5,5.


• SCS (1957) utilizou Δt = tp/3.

• Sherman (1949) sugere para bacias com:


a. A < 250 km2: tp/5 ≤ Δt ≤ tp/3;
b. 250 km2 ≤ A ≤ 2500 km2: 6h ≤ Δt ≤ 12h;
c. A > 2500 km2: 12h < Δt ≤ 24h.
O tempo de concentração
• Equação empírica proposta por Kirpich:
0 , 385
L  3
tc  57   
 h 
tc = tempo de concentração em minutos.
L = comprimento do rio (km).
h = diferença de altitude ao longo do talvegue, entre o ponto
mais remoto da bacia e o exutório (m).

• Mockus, citado por Gray (1970):


tc = tp/0,6
tm = √tc + 0,6 tc
tm = tempo de retardo.
O tempo de pico
n
 L.LCG 
tp  C   
 S 
tp = tempo de pico em minutos.
LCG = comprimento pelo rio principal da foz até o ponto mais
próximo do centro de gravidade da bacia (km).
L = comprimento do rio principal (km).
S = declividade.
n e C = parâmetros estimados para cada local.

Linsley at. al (1975) apresentou resultado para n e C a partir de


dezoito bacias americanas com áreas variando entre 6 e 1670
km2.
Obtendo o HU numa bacia
• São necessários dados históricos de precipitações
e hidrogramas.
• Selecionar precipitações uniformes
espacialmente com: tp/5 ≤ td ≤ tp/3.
• Identificar eventos com as seguintes
características:
– chuva intensa
– chuva de curta duração
– chuva ocorrendo de forma isolada (evento simples)
– todos os eventos com a duração da chuva semelhante.

• Escolha de Δt e h, em função das características


da bacia.
Determinação do HU
1) Calcular o volume de água precipitado sobre uma
bacia hidrográfica
2) Fazer a separação do escoamento superficial, onde
para cada instante t, a vazão que escoa
superficialmente é a diferença entre a vazão
observada e a vazão de base
3) Determinar o volume escoado superficialmente,
calculando a área do hidrograma superficial
4) Determinar o coeficiente de escoamento
5) Determinar a chuva efetiva, multiplicando-se a
chuva total pelo coeficiente de escoamento
6) Determinar as ordenadas do HU
Para cada hidrograma fazer:
1) Calcular o volume de água precipitado
sobre uma bacia hidrográfica, que é dado
por
• Vtot = Ptot . A
onde:
Vtot é o volume total precipitado sobre a
bacia;
Ptot é a precipitação;
A é a área de drenagem da bacia.
Para cada hidrograma fazer:
2) Fazer a separação do escoamento superficial, onde
para cada instante t, a vazão que escoa
superficialmente é a diferença entre a vazão observada
e a vazão de base
• Qe = Qobs – Qb
• onde: Qe é a vazão que escoa superficialmente; Qobs é a vazão
observada no posto fluviométrico; e Qb é a vazão base.
Tempo (h) Qobs. (m3/s) Qsup.
Qbase (m3/s) (m3/s)
10 0.7 0.7 0
12 13 0.9 12.1
14 43.9 1.5 42.4
16 62 2 60
18 57.5 2.1 55.4
20 46 2.5 43.5
22 33.9 2.9 31
24 22.9 3.2 19.7
26 14.5 3.6 10.9
28 9.3 4 5.3
30 4.6 4.3 0.3
32 1.8 1.8 0
Para cada hidrograma fazer:
3) Determinar o volume escoado superficialmente,
calculando a área do hidrograma superficial, que
pode ser obtida conforme
Ve = Qei . Dt
onde:
Ve é o volume escoado superficialmente;
Qei é a vazão que escoa superficialmente;
Dt é o intervalo de tempo dos dados.

4) Determinar o coeficiente de escoamento


Ve
C
Vtot
Para cada hidrograma fazer:
5) Determinar a chuva efetiva, multiplicando-se a
chuva total pelo coeficiente de escoamento
Pef = C . Ptot
onde: Pef é a chuva efetiva; C é o coeficiente
de escoamento e Ptot é a precipitação total.

6) Determinar as ordenadas do HU
Pu
Qu   Qe
onde:
Pef
Qu é a ordenada do hidrograma unitário;
Pu é a chuva unitária (10 mm, 1 mm);
Pef é a precipitação efetiva;
Qe é a ordenada do hidrograma de escoamento
superficial.
Resultado com 4 eventos
Resultado com 4 eventos

aproximação gráfica do hidrograma unitário


Aplicações do HU

• Aplicação direta:
Dada a P e o HU, determinar o
hidrograma resultante.

• Aplicação inversa:
Dados P e Qt (hidrograma), obter o
HU.
Exemplo 1
Determine o HU de uma precipitação Tempo Vazão
(h) (m3/s)
isolada de 1h, cujos dados de
1 5
escoamento superficial estão
relacionados tabela ao lado. A área 2 25

da bacia é de 35 km2. 3 50

4 45

5 38

6 25

7 15

8 5
Resolução do exemplo 1
O volume total de escoamento
Tempo HU
superficial é de 208 m3/s. (h) (m3/s)
A precipitação efetiva é: 1 0,234

he = 208 .3600 = 21,4 mm 2 1,168

35 x 103 3 2,336

Adotando-se Δt=1h e h=1mm, as 4 2,103


ordenadas do HU são calculadas 5 1,776
dividindo as ordenadas do
6 1,168
hidrograma por h.
7 0,701

8 0,234
Aplicação do HU para eventos complexos

• Aplicando os princípios da
proporcionalidade e da superposição é
possível calcular os hidrogramas
resultantes de eventos complexos, a partir
do hidrograma unitário.

• Este cálculo é feito através da


convolução.
Convolução
O hidrograma Q(t) é obtido pela soma, em cada tempo, das
resposta de todas as precipitações, que pode ser calculado através
de equações.
120
P1 P2 P8
P3 P4 P5 P6 P7
Precipitação
Q1=f (P1)
100
Q2=f (P2)
Q3=f (P3)
Q4=f (P4)
80
Q5=f (P5)
Q6=f (P6)
Vazão (l/s)

60
Q7=f (P7)
Q8=f (P8)
Q total
40

20

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Tempo (horas)
Continuação do Exemplo 1
Após determinar o HU de uma precipitação isolada de
1h, determine o escoamento superficial resultante
para outro evento, com as precipitações
apresentadas a seguir.

Tempo P
(h) (mm)
1 30

2 20
Resolução da sequência do exemplo 1
Com as ordenadas do HU e aplicando-se a Convolução,
calculam-se as vazões relativas ao evento.
Por exemplo:
Tempo HU Q
a) para t=1 (h) (m3/s) (m3/s)
Q1 = P1h1 = 30.0,234 = 7,02 1 0,234 7,02
2 1,168 39,72
3 2,336 93,44
b) para t=2:
4 2,103 109,81
Q2 = P2h1 + P1h2 5 1,776 95,34
Q2 = 20.0,234 + 30.1,168 6 1,168 70,56
7 0,701 44,39
Q2 = 39,72 m3/s
8 0,234 21,04
9 4,68
Exemplo 2
Calcule as ordenadas do HU cujas precipitações
efetivas são, respectivamente, P1=10mm/h e
P2=20mm/h. As vazões resultantes são Q1=3mm/h,
Q2=9mm/h, Q3=12mm/h e Q4=6mm/h.
Solução:
Q1 = P1h1
Q2 = P2h1 + P1h2
Q3 = P3h1 + P2h2 + P1h3

3 = 10.h1
9 = 20.h1 + 10.h2
12 = + 20h2 + 10h3
6= 20h3
Resolução do Exemplo 2
Solução:
3 = 10.h1
9 = 20.h1 + 10.h2
12 = + 20h2 + 10h3
6= 20h3
• Por substituição, no sentido da vazão menor para a maior:
h1 = 3/10 = 0,3
h2 = (9-20.0,3)/10 = 0,3
h3 = (12 – 20.0,3)/10 = 0,6
∑hi = 1,2, o que representa uma grande diferença da unidade.

• Por substituição, no sentido da vazão maior para a menor:


h3 = 6/20 = 0,3
h2 = (12-10.0,3)/20 = 0,45
h1 = (9 – 10.0,45)/20 = 0,23
∑hi = 0,98, mais próximo da unidade.

A soma total das ordenadas deve ser igual a 1. Pode-se distribuir o erro
de forma ponderada.
Equações de convolução
• A vazão em um intervalo de tempo t é calculada a
partir da convolução entre as funções Pef (chuva
efetiva) e h (ordenadas do hidrograma unitário
discreto).
t
Q t   Pef i ht i 1 para t < k
i 1
t
Qt   Pef i ht i 1 para t  k
i t  k1

onde:
Qt é a vazão do escoamento superficial no intervalo de tempo t;
h é a vazão por unidade de chuva efetiva do HU (h1, h2,...,hk);
Pef é a precipitação efetiva do bloco i;
k é o número de ordenadas do hidrograma unitário, que pode ser obtido por
k = n – m +1, onde m é o número de pulsos de precipitação (P1, P2,...Pm) e n é o
número de valores de vazões do hidrograma (Q1, Q2, ...., Qn).
HU – Exemplo gráfico

• Ilustração do
processo de
convolução
Princípio da Convolução
Hidrograma Chuva
unitário efetiva
HU(10 mm; 30 min)
Q final
t (horas) Q=Qsup*10/20,25 (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU
(m3/s)
0 0 20 0.00 0.00 0.00 0.00
0.5 0.4 50 0.80 2.00
Neste exemplo o HU0.80é a resposta
3.60
1 3.73 20 7.46 18.65 7.46 33.57
1.5 15.96
da
31.92
bacia a uma
79.80
chuva
31.92
unitária
143.64
2 29.63
de
59.26
10 mm que
148.15
tem uma
59.26
duração
266.67
2.5 26.52 de 30 minutos.
53.04 132.60 53.04 238.68
3 21.9 43.80 109.50 43.80 197.10
3.5 17.78 35.56 88.90 35.56 160.02
4 14.59 Mas queremos
29.18 72.95 a resposta
29.18 da 131.31
bacia
4.5 11.39 22.78 56.95 22.78 102.51
a uma chuva com 1,5 horas de
5 9.14 18.28 45.70 18.28 82.26
duração, em que a chuva
5.5 6.89 13.78 34.45 13.78 62.01
6 4.59
efetiva
9.18
total é
22.95
de 90 mm
9.18 41.31
6.5 2.77 5.54 13.85 5.54 24.93
7 1.38 2.76 6.90 2.76 12.42
7.5 0 0.00 0.00 0.00 0.00
8 0 0.00 0.00 0.00 0.00
Convolução
Pef * QHU = Qsup
HU(10 mm; 30 min)
10
Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução
HU(10 mm; 30 min)

Q=Qsup*10/20,25 Q final
t (min) (m3/s) Pef (mm) P1 * HU P2 * HU P3 * HU (m3/s)
0 0 20 0 0
0.5 0.4 50 0.8 0 0.8
1 3.73 20 7.46 2 0 9.46
1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37
2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52
2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11
3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66
3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1
4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88
4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29
5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41
5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26
6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91
6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27
7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79
7.5 0 0 6.9 5.54 12.44
8 0 0 0 2.76 2.76
0 0 0
0 0
Convolução

250 Pef (mm) 0


P1 * HU
5
P2 * HU
P3 * HU
200 10
Q final (m3/s)
15

Precipitação (mm)
150 20
Vazão (m3/s)

25

100 30

35

50 40

45

0 50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tempo (horas)
Outro exemplo

Q1 = Pef1.h1
Q2 = Pef2.h1+ Pef1.h2
Q3 = Pef3.h1 +Pef2.h2+ Pef1.h3
Q4 = Pef3.h2+ Pef2.h3+Pef1.h4
Q5 = Pef3.h3+Pef2.h4+Pef1.h5
Q6 = Pef3.h4+Pef2.h5+Pef1.h6
Q7 = Pef3.h5+Pef2.h6+Pef1.h7
Q8 = Pef3.h6+Pef2.h7+Pef1.h8
Q9 = Pef3.h7+Pef2.h8+Pef1.h9
Q10 = Pef3.h8+Pef2.h9
Q11= Pef3.h9
Mais um exemplo
• Repetidas medições mostraram que uma pequena bacia respondia
sempre da mesma forma à chuvas efetivas de 10 mm e de meia
hora de duração, apresentando um hidrograma unitário definido
pela tabela A abaixo. Calcule qual é a resposta da bacia ao evento
de chuva definido pela tabela B.
Tabela A: Hidrograma unitário

Intervalo de tempo 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tempo (horas) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
H (m3.s-1/10mm) 0,5 2,0 4,0 7,0 5,0 3,0 1,8 1,5 1,0

Hidrograma Unitário
Tabela B: Evento de chuva
8.0
Tempo 7.0 10mm
Intervalo (horas) Chuva efetiva 6.0
Vazão (m3/s)

de Tempo (mm) 5.0


4.0
1 0,5 20
3.0
2 1,0 25 2.0
1.0
3 1,5 10 0.0
0 2 4 6 8 10
tempo (intervalos de 1/2 hora)
A resposta da bacia é calculada por convolução da função Pef que é a
chuva efetiva e da função H que é a função que descreve o hidrograma
unitário, como mostrado abaixo.

Ordenadas do Hidrograma unitário


Chuva
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Chuva efetiva
Intervalo efetiva (multiplos
de Tempo mm de 10 mm) 0.5 2.0 4.0 7.0 5.0 3.0 1.8 1.5 1.0 Q
1 20 2.0 1.0 1.0
2 25 2.5 1.3 4.0 5.3
3 10 1.0 0.5 5.0 8.0 13.5
4 2.0 10.0 14.0 26.0
5 4.0 17.5 10.0 31.5
6 7.0 12.5 6.0 25.5
7 5.0 7.5 3.6 16.1
8 3.0 4.5 3.0 10.5
9 1.8 3.8 2.0 7.6
10 1.5 2.5 4.0
11 1.0 1.0

Portanto o hidrograma de saída tem 11 intervalos de tempo de meia


hora cada um, e a vazão máxima ocorre no quinto intervalo, atingindo
31,5 m3.s-1.
Método matricial - otimização

• Com dados de chuva e vazão observados


• Para um dado evento, separar
escoamento conforme método anterior
Método matricial - otimização

Q1 = Pef1.h1
Q2 = Pef2.h1+ Pef1.h2
Q3 = Pef3.h1 +Pef2.h2+ Pef1.h3
Q4 = Pef3.h2+ Pef2.h3+Pef1.h4
Q5 = Pef3.h3+Pef2.h4+Pef1.h5
Q6 = Pef3.h4+Pef2.h5+Pef1.h6
Q7 = Pef3.h5+Pef2.h6+Pef1.h7
Q8 = Pef3.h6+Pef2.h7+Pef1.h8
Q9 = Pef3.h7+Pef2.h8+Pef1.h9
Q10 = Pef3.h8+Pef2.h9
Q11= Pef3.h9

as ordenadas do hidrograma unitário (termos hi) são as incógnitas


do problema

sistema superdeterminado (mais equaçoes do que incógnitas)


Usando o solver
Dificuldades HU a partir dos dados observados

• Dados são de chuva observada não de chuva


efetiva.
• Vazão observada inclui parte de
escoamento sub-superficial
• HU obtido vai depender das hipóteses feitas
na separação de escoamento.
• Como separar dois efeitos?
Conversão de HUs para diferentes
durações
• O método do retardamento é uma
possibilidade.
• Se existe um HU de 1 hora (entende-se
causado por uma chuva de 1 hora), é
possível achar o HU resultante de uma
chuva unitária de 2 h, plotando dois HUs
de 1 hora, deslocados de 1 hora e
extraindo a média aritmética das
ordenadas.
HU para duração 1 hora

16000

14000

12000

10000
Flow (cfs/inch)

8000

6000

4000

2000

0
0 10 20 30 40 50 60
Time (hrs)
Dois HUs de Δt =1hora
defasados de 1hora
16000

14000

12000

10000
Flow (cfs/inch)

8000

6000

4000

2000

0
0 10 20 30 40 50 60
Time (hrs)

Somar e dividir por dois!


Obtenção do HU
E se fossem 3 horas?
• HU 1
• HU 2 (defasado de 1 hora)
• HU 3 (defasado de mais 1 hora)
• Soma
• Divide por 3

• Δt < Δt1:
Δt1 = n.Δt; desloca-se o HU n vezes.
Exemplo 3
A tabela a seguir apresenta o HU (10mm, 1/3h) para
uma determinada bacia. Determine o HU (1h), com
base no HU (1/3h).

t HU
(20min.) (10mm,1/3h)
1 0,15
2 0,25
3 0,25
4 0,15
5 0,10
6 0,10
Exemplo 3
A tabela a seguir apresenta o HU (10mm, 1/3h) para
uma determinada bacia. Determine o HU (1h), com
base no HU (1/3h).
Solução:
t HU HU
(20min.) (10mm,1/3h) (10mm,1h)
1 0,15 0,005
2 0,25 0,15 0,133
3 0,25 0,25 0,15 0,217
4 0,15 0,25 0,25 0,217
5 0,10 0,15 0,25 0,167
6 0,10 0,10 0,15 0,127
7 - 0,10 0,10 0,067
8 - 0,10 0,033
E se fosse ½ hora?
• Δt < Δt1 (duração desejada):
Δt1 = n.Δt; desloca-se o HU n vezes.

• Δt > Δt1 → deseja-se melhorar a


discretização do HU.
Curva S
A curva S
• A curva S pode ser definida como o
hidrograma unitário causado por uma chuva
(unitária) de duração infinita.

Evento finito: HU Evento infinito: curva S


A curva S
• Para obter a curva S a partir de um HU conhecido, basta
acumular progressivamente as ordenadas do HU original para
se obter as respectivas ordenadas da curva S.
60000.00

50000.00

40000.00
Flow (cfs)

30000.00

20000.00

10000.00

0.00

102
108
114
120
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
90
96
0
6

Time (hrs.)
A curva S
• Resultado de chuva contínua.
• Permite o cálculo do HU para qualquer
duração.
• Para obter ordenadas do HU desejado, a
partir da Curva S, desloca-se a curva S um
intervalo de tempo Δt. As ordenadas do
novo HU de duração Δt serão obtidas pela
diferença entre as ordenadas das duas
curvas S.
A curva S
• A grande utilidade da curva S é que ela permite o
cálculo de HUs de qualquer duração. Para isso se
desloca a curva S um intervalo de tempo t, igual à
duração do HU desejado.
Cálculo do HU(D2)
• As ordenadas do novo HU são calculadas pela
diferença entre as duas curvas S, corrigidas pela
relação D1/D2 (onde D1 é a duração da chuva que
originou a curva S e D2 é a duração da chuva do novo
HU).
Limitações do HU
• Chuva uniformemente distribuída no
espaço e no tempo implica em:
• Só pode ser aplicado em bacias
relativamente pequenas.
• Um limite superior de 1800 km2 foi
sugerido historicamente
• Aceitável para bacias até 5000 km2.

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