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INTOXICAÇÃO POR METANOL

O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico


com fórmula CH3OH e é um líquido volátil, incolor, altamente polar, inflamável e
tóxico. Além disso, possui um odor característico mais leve e adocicado do que o
odor do álcool etílico. Uma das principais vantagens do metanol é a sua natureza
renovável, pois pode ser produzido a partir de diversas fontes, como biomassa, gás
natural e até mesmo emissões de dióxido de carbono, o que o torna uma alternativa
promissora aos combustíveis fósseis e reduz a dependência de fontes não
renováveis.

O metanol é um agente tóxico que pode ser absorvido por ingestão, inalação
e contato com a pele. Os sintomas de intoxicação são semelhantes,
independentemente da via de absorção. Após a absorção, o metanol se distribui
rapidamente nos tecidos, causando sintomas de depressão do sistema nervoso
central. Após um período assintomático de 18 a 24 horas, sintomas graves se
desenvolvem, incluindo alterações visuais, acidose metabólica e deterioração da
função do sistema nervoso central. Além disso, o metanol pode causar sequelas
crônicas, como neuropatia óptica, cegueira, parkinsonismo, polineuropatia e
encefalopatia tóxica. Essas sequelas estão associadas à ingestão de grandes
quantidades de metanol, demora na busca por atendimento médico e gravidade da
acidose metabólica.

O ser humano pode ser exposto ao metanol de várias formas. A principal


fonte de exposição é através da alimentação, encontrando-se em leguminosas e
vegetais, como cenoura, batata e cebola, além de frutas frescas, sucos naturais e
aditivos como o aspartame. Além disso, o metanol pode ser encontrado em bebidas
alcoólicas, fumaça de cigarros e escapamentos de carros. O metanol volatilizado no
ar também é uma fonte constante de exposição, no entanto, geralmente os níveis
estão muito abaixo dos limites recomendados para exposição segura. Vale ressaltar
que o metanol é biodegradável no ambiente e não se espera que se acumule em
grandes concentrações.

A maioria dos casos de intoxicação por metanol ocorre devido à ingestão


aguda de grandes quantidades da substância, seja através de bebidas alcoólicas
adulteradas ou por acidente ao consumir produtos que contenham metanol. Alguns
casos também estão relacionados a tentativas de suicídio. Ademais, tem havido um
aumento nos casos de intoxicação por inalação de produtos contendo metanol,
como drogas recreativas, enquanto os casos de intoxicação por exposição
transdérmica são raros.

A intoxicação por metanol é causada pelos produtos tóxicos resultantes do


seu metabolismo, como o formaldeído e o ácido fórmico. Em termos de exposição
oral, a quantidade letal mínima é estimada em cerca de 240 mL de metanol a 100%
para um indivíduo de 70 kg. A exposição inalatória é considerada a via mais
importante, e concentrações a partir de 300 ppm já podem causar sintomas
crônicos, como cefaléia, enquanto valores entre 1.200 ppm e 8.300 ppm podem
causar alterações visuais. Atualmente, os valores de tolerância estimados para
vapores de metanol são inferiores a 200 ppm em ambientes de trabalho. Embora
menos comum, a exposição transdérmica também representa risco de intoxicação,
com absorção significativa ocorrendo mesmo em pequenas áreas de exposição.

Felizmente, há tratamento para intoxicação por metanol, e as fatalidades


estão relacionadas à quantidade de metanol exposto e à demora em buscar ajuda
médica. O uso de antídotos como etanol e fomepizol, juntamente com métodos mais
agressivos como hemodiálise, permite salvar indivíduos em situações graves.
Existem relatos impressionantes de casos em que pessoas foram salvas, mesmo
com níveis séricos de 980 mg/dL.

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