1. A vinda da família real para o Brasil provocou algumas mudanças do
ponto de vista da cultura. Identifique algumas delas, apontando a sua importância.
– A biblioteca Real (1810), futura Biblioteca Nacional: composta por 60 mil
volumes trazidos por D. João VI; em 1814 foi franqueada ao público. Foi um passo importante rumo a algumas melhorias no sistema educacional, facilitando, em alguns casos, o autodidatismo nas províncias mais distantes e periféricas já que era uma biblioteca pública.
– Jardim Botânico do Rio (1810): incentivou os estudos de botânica e zoologia,
fez o levantamento das variedades de plantas e animais, bem como estimulou expedições científicas.
– Missão cultural francesa (1816): foram convidados artistas franceses, como
Lebreton, Debret, Taunay, Montigny e outros, que influenciaram a criação da Escola Nacional de Belas Artes. Apesar do valor dessa obra, convém lembrar que a estética estrangeira se firmou à revelia do estilo barroco brasileiro, interrompendo a tradição da arte colonial.
– Imprensa Régia (1808): até então as publicações eram proibidas; surgiram
sob proteção oficial: a Gazeta do Rio de Janeiro (1808) e, na Bahia, A idade de ouro no Brasil (1811); já o Correio Braziliense, impresso em Londres, era o único jornal de oposição à política de D. João VI.
2. Por quê, no período joanino, houve um maior interesse pela criação
de escolas superiores? Explique qual o critério para privilegiar essa escolha.
O interesse pela criação de escolas de nível superior foi de atender às
necessidades do momento, ou seja, formar oficiais do exército e da marinha para defender a colônia, engenheiros militares, médicos (para a marinha e o exército) e cursos especiais de caráter prático. 3. Apesar da intenção de valorizar o ensino elementar, esse projeto não se realizou. Analise as dificuldades alegadas e discuta quais foram as causas econômicas e sociais que prevaleceram para o abandono daquele projeto e a priorização das faculdades jurídicas.
A atenção especial dada ao ensino superior reforçava o caráter elitista e
aristocrático da educação brasileira, que privilegiava o acesso aos nobres, aos proprietários de terras e a uma camada intermediária, surgida da ampliação dos quadros administrativos e burocráticos. Não se priorizava o ensino elementar e muito menos que fosse público.
Os cursos jurídicos eram os que mais atraíam os jovens na segunda metade do
século XIX, época de ouro do bacharel, cujo prestígio vinha sobretudo do uso da tribuna. A camada intermediária procurava esses cursos, não só para seguir a atividade jurídica, mas para ocupar funções administrativas e políticas ou dedicar-se ao jornalismo. Além disso, o diploma exercia uma função de “enobrecimento”. Letrados e eruditos, com ênfase na formação humanística, cada vez mais se distanciavam do trabalho físico, “maculado” pelo sistema escravista.
4. O que era o método de ensino mútuo?
Era um ensino de monitoria, onde alunos mais avançados ensinavam os alunos
iniciantes como se fossem professores já que havia falta de professores. O objetivo de instruir o maior número de alunos com o menor gasto possível.
O fracasso da experiência deveu-se a várias causas. A necessidade de salas
bem amplas para abrigar grande número de alunos certamente não foi contemplada, porque os prédios usados, sempre de improviso, não eram apropriados. Faltava, ainda, material adequado, tais como bancos, quadros, fichas, sinetas, compêndios etc. Apesar de terem sido criadas escolas normais em vários estados para a instrução do método mútuo, os professores, além de descontentes com a remuneração, nem sempre estavam bem preparados. 5. Considerando que no império foi distribuída por lei a responsabilidade dos três segmentos da educação, responda: a) o que ficou a cargo da coroa e o que ficou sob a incumbência das províncias? b) como essa divisão prejudicou o ensino elementar? a) A Coroa tinha a função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto às províncias (futuros estados) foram destinadas a escola elementar e a secundária. Desse modo, a educação da elite ficou a cargo do poder central e a do povo, confiada às províncias b) A descentralização impedia a unidade orgânica do sistema educacional, com o agravante de deixar o ensino elementar para a iniciativa das províncias, com suas múltiplas e precárias orientações. Como resultado, muitos decretos e projetos de lei apresentados às câmaras legislativas transformavam-se rapidamente em letra morta.
6. Podemos dizer que até hoje prevalece a ideia do ensino secundário
propedêutico? Justifique explicando quais os prejuízos para a educação integral do aluno.
Sim. O ensino propedêutico é um ensino preparatório para o ensino superior
por exemplo, porém, quando se usa desse método, o aluno não tem uma visão ampla de outras áreas que ele pode seguir a não ser aquela na qual ele está sendo preparado. O estudante precisa ter um ensino de qualidade, que o incentive a pensar, a ser um bom cidadão, a ter um senso crítico para decidir sobre diversas áreas da vida, porém, quando isso é tirado e somente se dá importância a parte profissionalizante/mercado de trabalho, prejudica o cidadão em todas as esferas da vida.