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Tipos de Assincronia
Fase Disparo
Fase Inspiratória
Fase Ciclagem
Fase Expiratória
Modo NAVA
Modo PAV
Considerações Finais
Referências
Sincronia versus Assincronia
Nesta seção, será abordado o conceito de sincronia e assincronia entre paciente e ventilador.
No disparo do ventilador.
Na fase inspiratória.
Na fase expiratória.
FIGURA 1
Assincronia Paciente-Ventilador
A interação paciente-ventilador depende de fatores relacionados ao paciente e fatores
relacionados ao ventilador.
TABELA 2
Fatores Entre Paciente-Ventilador
Step 1
Hardware
Modo Ventilatório
Step 3
Dessa forma, é fundamental que o pro ssional que lida com ventilação mecânica
tenha o entendimento do processo de ventilação, da resposta siológica frente aos
ajustes dos parâmetros ventilatórios, além do conhecimento aprofundado dos modos
ventilatórios, a m de escolher o melhor modo e ajuste frente as necessidades de
cada paciente.
Modo Ventilatório
saiba mais
–
O entendimento aprofundado de cada modo ventilatório disponível no ventilador é de extrema
importância aos pro ssionais que atuam com ventilação mecânica, pois permite minimizar a
assincronia decorrente de fatores relacionados ao ventilador.
Muitas vezes, não há necessidade de utilizar modos ventilatórios especí cos para melhorar a
sincronia paciente-ventilador.
FIGURA 2
Assincronia Paciente-Ventilador
bras musculares entre o grupo caso (mais de 18 horas de ventilação mecânica) versus o grupo
controle (tempo menor que 18 horas de ventilação mecânica), demonstrando a redução do tamanho
da bra muscular a nível microscópico. O grá co ao lado direito demonstrando a diferença da área
transversa da bra muscular de contração rápida e contração lenta entre os dois grupos,
representando menor área transversa no grupo caso (mais de 18 horas de ventilação mecânica
modo controlado).
Concluindo
Nesta seção, você conheceu o conceito de sincronia, assincronia e sua importância na prática
clínica. Reforçamos que as fases do ciclo respiratório em que a assincronia pode ocorrer são:
no disparo do ventilador; na fase inspiratória; na ciclagem (mudança da fase inspiratória para
a expiratória) e na fase expiratória.
Por m, reiteramos que a interação paciente-ventilador depende de fatores relacionados ao
paciente e ventilador, conforme descrito a seguir:
Inspiratória.
Expiratória.
Por isso, os diferentes tipos de assincronia dependem da fase do ciclo respiratório, em que o
paciente não se acople bem ao ventilador. A gura 3 representa tais fases.
Analise-a:
FIGURA 3
Fases do Ciclo Respiratório
FIGURA 3
Fases do Ciclo Respiratório
1 Disparo inefetivo.
2 Duplo disparo.
3 Autodisparo.
1. Disparo inefetivo
Esforço respiratório do paciente incapaz de ser reconhecido pelo ventilador, não permitindo o
início do ciclo respiratório frente à demanda do paciente. Esse evento é siologicamente
caracterizado pelo aumento da pressão transdiafragmática ou por atividade elétrica do
diafragma incapaz de ser identi cada pelo ventilador para iniciar o ciclo respiratório.
Causas
–
•Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
• Uso de valores de pressão de suporte elevado (sobre assistência).
• Uso de alto volume corrente.
• Alcalose.
• Sensibilidade do ventilador baixa.
• Fraqueza muscular.
• Presença de AutoPEEP.
FIGURA 4
Exemplo de Esforço Respiratório Inefetivo
2. Duplo disparo
Consiste na ocorrência de dois ciclos inspiratórios consecutivos com intervalo menor que a
metade do tempo inspiratório entre cada ciclo.
Causas
–
Suporte ventilatório fornecido ao paciente insu ciente (baixo volume corrente, baixo
volume minuto).
Causas
–
Vazamento no circuito.
Oscilações cardíaca.
Nebulização.
GRÁFICO 1
Exemplos de Autodisparo
Nesta fase, pode-se observar a assincronia de uxo, que ocorre quando o uxo inspiratório
(tempo de subida da pressão inspiratória) é insu ciente para responder à demanda do
paciente. Trazemos a seguir as possíveis causas para sua ocorrência. Con ra.
GRÁFICO 2
Assincronia por Aceleração do Fluxo Inspiratório
GRÁFICO 3
Assincronia de Fluxo de Entrega Lenti cada
Fase Ciclagem
1. Atraso na ciclagem
Ocorre quando o tempo inspiratório programado no ventilador é maior que o tempo neural do
paciente, isto é, o paciente quer nalizar a inspiração e iniciar a expiração, porém, a válvula
exalatória não se abre no momento adequado, gerando assincronia devido aos ajustes
realizados no ventilador.
2. Ciclagem precoce
O tempo inspiratório do ventilador é programado por tempo inferior ao tempo neural do
paciente, isto é, o ventilador abre a válvula exalatória antes de o paciente realizar a expiração,
gerando um novo ciclo respiratório, na sequência, pelo paciente, para prolongar a fase
inspiratória.
Fase Expiratória
Esse tipo também re ete os ajustes realizados no ventilador pelo pro ssional, nalizando o
tempo expiratório de maneira precoce à demanda do paciente, gerando a presença de
AutoPEEP (devido ao tempo expiratório insu ciente para exalar todo o ar antes de iniciar o
próximo ciclo respiratório).
A Assincronia Paciente-Ventilador pode ser avaliada por meio da análise das curvas de uxo,
volume e pressão de via aérea. No entanto, se não houver interpretação correta dessas curvas,
a assincronia não será detectada e corrigida adequadamente.
No grá co anterior, pode-se observar que o ventilador envia diversos ciclos respiratórios,
porém o paciente apresenta apenas um estímulo elétrico (exemplo de autodisparo do
ventilador). Para avaliar a Incidência de Assincronia (IA) paciente-ventilador, é necessário
quanti car a frequência respiratória total (FR total) que o paciente está realizando (observar
todos os ciclos respiratórios dentro de uma hora) e o número de eventos desse tipo que
ocorrem nesse intervalo de tempo. Logo, o cálculo da IA deve ser:
Recentemente, vem sendo discutido em alguns estudos a detecção automática do evento pelos
ventiladores, mas estes ainda apresentam diversas limitações para o uso na prática, por
exemplo:
Como essa informação será
repassada ao profissional?
O ventilador irá
automaticamente corrigir esses
eventos por meio de algoritmos
específicos?
Segundo o estudo de Epstein2 e colaboradores, algumas doenças especí cas estão mais
suscetíveis à assincronia do que outras. Dessa forma, torna-se essencial uma maior
monitorização nesses grupos de pacientes, conforme grá co a seguir:
GRÁFICO 5
Monitorização dos Grupos de Pacientes com Doenças Especí cas mais Suscetíveis à
Assincronia
GRÁFICO 6
Como Tratar Assincronia do Paciente-Ventilador
NAVA
–
Assistência ventilatória ajustada neurologicamente (NAVA).
PAV
–
Ventilação proporcional assistida (PAV).
PAV plus
–
Ventilação proporcional assistida plus (PAV plus).
VS
–
Volume de suporte e pressão de suporte variável (VS).
ASV
–
Ventilação de suporte adaptativa (ASV).
ATC
–
Compensação automática do tubo endotraqueal (ATC).
Infelizmente, até o momento há poucas evidências dos benefícios desses
modos avançados em relação os desfechos clínicos dos pacientes.
Modo NAVA
O modo NAVA trata-se de um modo ventilatório assistido que fornece pressão proporcional à
atividade elétrica do diafragma, permitindo que o disparo e a ciclagem sejam comandados pelo
estímulo neural do paciente.
No uxo a seguir, pode-se observar que a entrega do ciclo respiratório do NAVA é bem mais
rápido que os modos convencionais de ventilação, no entanto, necessita-se de uma sonda
nasogástrica para a captação da atividade elétrica do diafragma (método invasivo).
FIGURA 6
Entrega do Modo NAVA
Figura 6. No uxo, é possível observar que a entrega do ciclo respiratório do NAVA
é bem
mais rápida que os modos convencionais de ventilação.
Fonte: Adaptado de Suarez-Sipmann F et al. Med Intensiva 2008;32(8):398-403.
Modo PAV
O modo PAV fornece pressão na via aérea proporcional ao esforço do paciente, variando o
volume corrente fornecido ao paciente frente às suas alterações de esforço a cada ciclo
respiratório, uma vantagem quando comparado ao modo de pressão de suporte convencional,
em que a mesma pressão é fornecida em todos os ciclos respiratórios independentemente da
demanda do paciente.
FIGURA 7
Comparação do Modo de Pressão PSV versus PAV
FIGURA 8
Entrega do Modo PAV Plus
Outro modo com o objetivo de melhorar sincronia paciente-ventilador é o modo VS, no qual
ocorre o controle de duas variáveis durante a ventilação, conhecido como modo de duplo
controle.
Ajusta-se um volume corrente mínimo a ser atingindo, nos três primeiros ciclos o ventilador
calcula a mecânica e o pico de pressão inspiratória gerada, para que nos próximos ciclos o
ventilador forneça 75% da pressão de pico observada para atingir o volume corrente mínimo.
saiba mais
–
Esse modo tenta auxiliar o desmame dos pacientes em ventilação mecânica, tentando usar a
menor pressão de via aérea possível.
Concluindo
Nessa seção, foram apresentados os tipos de sincronia e assincronia paciente-ventilador e os
modos avançados disponíveis que tentam auxiliar a sincronia.
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Considerações Finais
fase inspiratória).
2 Ciclagem (mudança da fase inspiratória para a fase expiratória).
3 Inspiratória.
4 Expiratória.
Dessa forma, torna-se importante saber identi car em qual fase do ciclo respiratório o evento
está ocorrendo, não apenas para identi car o tipo, mas também para saber quais parâmetros
ventilatórios são possíveis de serem ajustados para melhorar a sincronia paciente-ventilador
durante a ventilação mecânica.
A maioria das ocorrências pode ser tratada ou evitada por ajustes simples do ventilador nos
modos convencionais. No entanto, em algumas situações ela permanece, deve-se pensar na
possibilidade de dor ou ansiedade do paciente que podem causá-la. Caso a dor e ansiedade
estejam controladas e mesmo assim o quadro permaneça, deve-se pensar na possibilidade do
uso de modos avançados de ventilação e, em último caso, usar sedação para controlar a
ventilação do paciente. O uso de sedação, ao invés de auxiliar, pode piorar a assincronia
paciente-ventilador, assim como aumentar a incidência de delirium dos pacientes.
Deve-se lembrar que é preciso entender os modos avançados,
a m de escolher o melhor modo para cada situação clínica e
para o sucesso do ajuste ventilatório.
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Referências
1 EPSTEIN S.K. How often does patient-ventilator asynchrony occur and what are
the consequences? Respir Care 2011; 56(1): 25-35.
5 SCHMIDT, M., KINDLER, F., CECCHINI. J., et al. Neurally adjusted ventilatory assist
and proportinal assist ventilation both improve patient-ventilator interaction.
Critical Care Med 2015; 19: 56.
6 MELLOTT. K. G., GRAP, M.J., MUNRO, C. L., et al. Patient ventilator asynchrony in
critically ill adults: frequency and types. Heart Lung. 2014;43(3):231-43.
MaCINTYRE, N1, NISHIMURA, M., Usada, Y., TOKIOKA, H., TAKEZA WA, J.,
9 SHIMADA, Y. The Nagoya conference on system design and patient-ventilator
interactions during pressure support ventilation. Chest. 1990; 97(6):1463-6.