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FACULDADE MARIA MILZA


BACHARELADO EM FARMÁCIA

JAIRO RODRIGUES DOS SANTOS

Avaliação da procura de antibióticos sem receita médica por


clientes de três farmácias no município de Cruz das Almas – BA

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2017
2

JAIRO RODRIGUES DOS SANTOS

Avaliação da procura de antibióticos sem receita médica por


clientes de três farmácias no município de Cruz das Almas – BA

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Farmácia da Faculdade
Maria Milza, como requisito parcial para
obtenção do título de graduado.

Orientadora: Profa MSc. Danielle Figuerêdo da Silva

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2017
3

Dados Internacionais de Catalogação


Santos , Jairo Rodrigues dos
S237a Avaliação da procura de antibióticos sem receita médica por
clientes de três farmácias no município de Cruz das Almas - Bahia /
Jairo Rodrigues Dos Santos. – Governador Mangabeira – Ba, 2017.

58f.

Orientadora: Profª. Me. Danielle Figuêiredo da Silva

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) –


Faculdade Maria Milza, 2017.

1. Automedicação. 2. Antimicrobianos. 3. Resistência bacteriana.


I.Silva, Danielle Figuêiredo da. II. Título.

CDD 615.58
4

JAIRO RODRIGUES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA PROCURA DE ANTIBIÓTICOS SEM RECEITA MÉDICA POR


CLIENTES DE TRÊS FARMÁCIAS NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS – BA

Aprovado em: ______/______/______.

BANCA DE APRESENTAÇÃO

______________________________________________________
Orientadora: Profa MSc. Danielle Figuerêdo da Silva
Faculdade Maria Milza-FAMAM

_____________________________________________________
Prof. Dr. Paulo R. R. Mesquita
Faculdade Maria Milza-FAMAM

_______________________________________________________
Profª MSc. Carine Raísa Barbosa de Andrade
Faculdade Maria Milza-FAMAM

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2017
5

Dedico esse trabalho a minha família


por toda força, amor e carinho e aos
meus amigos nessa longa jornada.
6

“Bom mesmo é ir à luta com determinação,


abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante”.
Augusto Branco
7

RESUMO

A automedicação vem se tornando um dos grandes problemas de saúde pública


haja vista que está diretamente relacionado a índices consideráveis de intoxicação e
até mesmo mortalidade. O uso indevido de antimicrobianos, adquiridos sem
prescrição médica, aumenta a resistência bacteriana dificultando a cura de infecções
simples e tratáveis. O farmacêutico é uma grande arma no combate a
automedicação com antibióticos, desde que a sua presença foi exigida por lei nas
farmácias, ele é quase sempre o último contato com o paciente por isso é
necessário que ele explique de forma correta a posologia para que não ocorram
erros na terapia e evite a venda sem receita médica. Outra grande força nesse
combate foram as resoluções da Anvisa RDC 44/2010 e RDC 20/2011 que proibiu a
venda sem prescrição em todo território nacional, freando o uso indiscriminado.
Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo principal analisar a procura de
antibióticos sem receita médica por clientes de três farmácias no município de Cruz
das Almas – BA. A pesquisa teve como base de dados resultados inferidos do
questionários sócio demográficos aplicados em 3 farmácias da cidade de Cruz das
Almas – BA, afim de definir o perfil dos clientes que procuram por antibióticos sem
prescrição médica dentro do ambiente amostral analisado, o qual foi composto de 72
pessoas. A partir dos dados coletados foi utilizado o programa Microsoft Excel 2010,
onde os resultados serão apresentados através de tabelas e gráficos. O perfil dos
clientes que mais procuram antibióticos sem prescrição médica foi do sexo feminino
com 58%, com nível de escolaridade médio completo de 43%, renda média de até
um salário mínimo 57%, idade entre 19 e 30 anos 35% e por influência de receitas
médicas antigas 27%, por se aconselhar com “farmacêuticos” 21% e cônjugues
25%, comprovando desse modo o conhecimento da importância da atuação do
farmacêutico na indicação e venda de antibióticos. Outro aspecto relevante na
pesquisa foi o grande total de 83% de pessoas que utilizam do serviço de saúde
pública, sendo este dado diretamente relacionado a renda e escolaridade dos
entrevistados. Dessa forma o presente trabalho mostra que apesar do controle pela
Anvisa, a busca por antibióticos sem receita médica é muito frequente, sendo
importante promover através dos profissionais de saúde, como o farmacêutico, ou
de programas do governo, campanhas que visem conscientizar a população sobre
os possíveis problemas do uso indiscriminado dessa classe de medicamentos, bem
como a importância de existir esse controle em sua venda.

Palavras-chave: Automedicação. Antimicrobianos. Resistência Bacteriana.


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ABSTRACT

Self-medication has become one of the major public health problems since it is
directly related to considerable levels of intoxication and even mortality. Misuse of
antimicrobials, purchased without a prescription, increases bacterial resistance,
making it difficult to cure simple and treatable infections. The pharmacist is a great
weapon in the fight against self-medication with antibiotics, since its presence has
been required by law in pharmacies, it is almost always the last contact with the
patient so it is necessary that he explains correctly the dosage so that it does not
Errors in therapy and avoid over-the-counter Another great force in this fight was the
resolutions of Anvisa RDC 44/2010 and RDC 20/2011 that prohibited the sale without
prescription in all national territory, stopping the indiscriminate use. In this sense, the
main objective of this study was to analyze the demand for antibiotics without a
prescription by clients of three pharmacies in the municipality of Cruz das Almas -
BA. The research was based on inferred results of the socio-demographic
questionnaires applied to 3 pharmacies in the city of Cruz das Almas - BA, in order to
define the profile of clients seeking antibiotics without prescription in the analyzed
sample environment, which was composed Of 72 people. From the collected data
was used the program Microsoft Excel 2010, where the results will be presented
through tables and graphs. The profile of the clients who sought the most antibiotics
without prescription was female with 58%, with a complete average level of education
of 43%, average income up to a minimum wage 57%, age between 19 and 30 years
35% and by influence Of old medical prescriptions 27%, for advising with
"pharmacists" 21% and spouses 25%, proving in this way the knowledge of the
importance of the performance of the pharmacist in the indication and sale of
antibiotics. Another relevant aspect in the survey was the large total of 83% of people
who use the public health service, which is directly related to the income and
education of the interviewees. Thus, the present study shows that despite the control
by Anvisa, the search for antibiotics without a prescription is very frequent, and it is
important to promote through health professionals, such as the pharmacist, or
government programs, campaigns aimed at raising public awareness about The
possible problems of the indiscriminate use of this class of medicines, as well as the
importance of having this control in its sale.

Keywords: Self-medication. Antimicrobial. Bacterial Resistance.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAFARMA – Associação Brasileira das Redes de Farmácia e Drogarias


AMECI – Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial de Saúde
RDC – Resolução de Diretoria Colegiada
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 53


APÊNDICE B - DECLARAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CO-PARTICIPANTE ............... 56
APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO............ 59
11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismo de ação dos antibióticos ................................................................ 19


Figura 2- Sexo dos entrevistados....................................................................................... 34
Figura 3- Nível de escolaridade .......................................................................................... 35
Figura 4- Renda salarial....................................................................................................... 36
Figura 5- Faixa Etária ........................................................................................................... 37
Figura 6- Antibióticos mais procurado ............................................................................... 38
Figura 7- Indicação a cerca do medicamento para uso ................................................. 39
Figura 9- Importância do farmacêutico .............................................................................. 40
Figura 10- Atendimento Médico ......................................................................................... 41
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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Desenvolvimento de resistência bacteriana. .......................................... 23


13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 16
2.1 AUTOMEDICAÇÃO ............................................................................................. 16
2.2 ANTIMICROBIANOS E SEU USO INDISCRIMINADO ....................................... 18
2.3 RESISTÊNCIA BACTERIANA............................................................................. 21
2.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CONTROLE DA AUTOMEDICAÇÃO COM
ANTIMICROBIANOS ................................................................................................. 24
2.5 VENDA DE ANTIMICROBIANO APÓS AS RDC N° 44/2010 E RDC N° 20/2011
.................................................................................................................................. 28
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 32
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 32
3.2 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 32
3.3 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS ............................................................ 32
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 45
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
APÊNDICES ............................................................................................................. 53
14

1 INTRODUÇÃO

Quando se trata de saúde pública é inegável o avanço que a introdução da


terapia através dos antibióticos representa, no entanto, a seleção de bactérias
resistentes tornou-se inevitável principalmente pela utilização de forma
indiscriminada na prevenção e tratamento de infecções (TRAVASSOS; MIRANDA,
2012).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) defende que o crescimento da
resistência seja aguardado ao longo do tempo, porém, o excesso na utilização dos
antibióticos acelerou esse processo, tornando medicamentos até então resolutivos
em ineficazes para grande parte da população. O problema é que são escassas as
opções de substituição antibacteriana, somada ao fato que a última classe de
medicamentos totalmente nova foi descoberta há 27 anos (AMECI, 2014).
Dados da OMS revelam que num período de poucas décadas o uso irracional
de antibióticos fez com que a sua eficácia se perdesse de tal modo que as pessoas
estão morrendo por causa de infecções simples e que antes eram tratáveis, e
segundo o mesmo relatório estamos caminhando para uma era denominada “Pós-
antibiótica” (FIOCRUZ, 2014).
Oliveira e Munaretto (2010) observam que a insuficiência no processo de
realização do diagnóstico através de testes laboratoriais acelera o tratamento
precoce com medicamentos, tornando as condições ainda piores, pelo erro na
condução da assistência e na prescrição desnecessária de antibióticos.
O uso abusivo de medicamentos mesmo com o diagnóstico médico, tem
muita relação com a questão sociocultural de cada população. O ato de utilizá-los
sem receita médica pode ser feito quando são atribuídas a distúrbios menores e
ainda que não seja por um longo período, não significa estar fora de perigo. Utilizar
fármacos de forma consciente vem desde um diagnóstico correto e uma
dispensação adequada, a um armazenamento de qualidade, o que geralmente não é
encontrado nesses medicamentos domiciliares (BARROS; LIMA; NUNES, 2010).
Os estudos realizados em diferentes continentes apontaram que mais de 50%
dos casos de enfermidade eram por causa da automedicação, sendo que os
medicamentos mais utilizados sem prescrições são antimicrobianos, analgésicos e
antigripais. Nos países latino-americanos foi observado o uso exacerbado dessa
prática, onde essas três classes medicamentosas foram adquiridas em farmácias
sem prescrições, correspondendo a cerca de 42% no Brasil, cerca de 50% no
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Equador e no Chile cerca de 40%. Nos Estados Unidos a população admitiu que
usar antibióticos sem receita médica era um ato considerado normal entre eles
(LOPEZ; GÁZQUEZ; CAMPOS, 2012).
Segundo Gutiérrez (2012), o uso indiscriminado de antibióticos acarreta em
bactérias multirresistentes, tornando a antibioticoterapia mais susceptível a falha e
agravo de doenças mais simples, podendo até levar a morte, e cada vez mais
evidenciando um grave problema de saúde mundial. Todo esse impasse requer uma
atenção maior do sistema de saúde junto com as vigilâncias sanitárias vigentes em
cada país.
Nesse sentido, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) buscando
controlar a venda de antimicrobianos e diminuir os impactos causados pelo uso
irracional dessa classe de medicamentos, publicou as medidas regulatórias RDC n°
44 (ANVISA, 2010) e RDC n° 20 (ANVISA, 2011). No entanto, a procura e a venda
indiscriminada de antibióticos sem receita médica ainda persiste de forma
preocupante.
Por isso a ideia desse estudo está em ampliar o conhecimento acerca do
perfil dos clientes que procuram por antibióticos sem receita médica em três
farmácias no município de Cruz das Almas – BA, sendo importante fomentar a
discussão sobre o tema, uma vez que o presente trabalho tem relevância para o
desenvolvimento no campo da assistência farmacêutica e social, visando tratar
problemas de saúde como mascaramentos de doenças, intoxicações, resistência
bacteriana dentre outros. Este trabalho parte da premissa que clientes que procuram
por antibióticos não prescritos nem sempre conhecem a indicação correta desses
medicamentos, nem os malefícios da automedicação.
Dentro deste contexto, o presente estudo teve como objetivo principal avaliar
a automedicação e perfil de clientes de três farmácias no município de Cruz das
Almas - BA, trazendo como objetivos específicos evidenciar qual o perfil
sociodemográfico dos clientes que procuram por antibióticos não prescritos;
identificar quais antibióticos são mais procurados; analisar o conhecimento do cliente
acerca da indicação do medicamento procurado e das consequências do uso
indevido de antimicrobianos.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 AUTOMEDICAÇÃO

Segundo a OMS, o ato de utilizar fármacos para tratar doenças e


determinados problemas de saúde sem prescrição médica é conhecido como
automedicação (BECKHAUSER et al., 2010). A prática de se automedicar é um
processo utilizado ao longo dos anos por quase toda população, sendo um ato
caracterizado pela ação da pessoa doente ou de seu responsável de utilizar
medicamentos que acredite possuir fins curativos para o tratamento de
enfermidades e determinados sintomas (SÁ; BARROS; SÁ, 2007).
Loyola Filho et al. (2002) indicam que a automedicação também acontece de
outras formas como, utilização de prescrições antigas, aumento no tempo do
tratamento, ingestão de uma dose maior do que o prescrito, além de compartilhar os
medicamentos com parentes, amigos e vizinhos. Outro grande problema da
automedicação é a fragilidade encontrada no sistema de saúde brasileiro. É muito
comum encontrar postos de saúde e até hospitais sem médicos, o que facilita a
procura de medicamentos em farmácias, onde, com o intuito de apenas vender para
ganhar comissão, os balconistas acabam induzindo o cliente à compra de
determinados medicamentos (SÁ; BARROS; SÁ, 2007).
Arrais et al. (2016) reforçam a ideia de que a prática de se automedicar ainda
permanece devido o estado precário de atendimento no Sistema Único de Saúde
(SUS) e no sistema privado. Também acredita que a propaganda comercial, os
estoques domiciliares e a confiança de que os fármacos têm fins curativos para tudo,
são fatores que somados favorecem a automedicação.
De acordo com a OMS, uma das principais causas do uso irracional de
medicamentos são prescrições inadequadas, uso incorreto pelos pacientes e falta de
campanhas que promovam o uso racional pelas secretarias de saúde dos
municípios. Alguns elementos favorecem esse problema, como médicos que
buscam informações nas indústrias farmacêuticas acerca de um determinado
fármaco, em vez de buscar evidências na literatura, o que acarreta em análises
errôneas afetando o tratamento correto, além das propagandas tanto na televisão,
como no mundo virtual que induzem a automedicação (BRASIL, 2012).
A falta de informação é um grande aliado ao uso incorreto de medicamentos,
fazendo com que quase metade da população brasileira não utilize o fármaco da
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mesma forma que prescrito, com isso, a OMS há algum tempo vem enfatizando a
ideia de aumentar as políticas nacionais acerca dos medicamentos. Infere-se
também, que a propaganda tem influência direta na automedicação, pois os
espectadores veem quais medicamentos não necessitam de prescrição e adquirem
medicamentos nas farmácias que nem sempre são ideais para o problema
apresentado (CORRÊA et., 2013). Cerca de um terço dos medicamentos vendidos
no Brasil é usado sem qualquer assistência de um profissional de saúde, o que
acarreta no aumento da automedicação, agravando ainda mais esse problema de
saúde no país (AQUINO, 2008).
Segundo Corrêa et al. (2013), essa prática ocorre por determinadas causas,
como a forte interferência das indústrias farmacêuticas que influencia autoridades,
prescritores, cientistas e ao defasado sistema de saúde público. Também ressalta os
poucos profissionais farmacêuticos atuantes no mercado de trabalho, as vendas
livres de medicamentos sem prescrição por pessoas não capacitadas, e as
prescrições incorretas. O uso abusivo da prática de se automedicar está relacionado
com a formação de cada indivíduo e seu nível de escolaridade, além do seu
conhecimento sobre fármacos, e do seu acesso ao sistema de saúde pública
(TOMASI et al., 2007).
De acordo com as pesquisas de Pereira et al. (2007), o ato de se automedicar
é uma prática constante entre crianças e adultos jovens, onde a automedicação em
crianças de 0 a 7 anos foi analisada como muito preocupante, sendo um ato
cometido pelos responsáveis com intuito de aliviar sintomas de algumas doenças.
No Brasil essa prática muitas vezes é influenciada por balconistas em farmácias ou
feita na própria casa através das mídias sociais (facebook, instagram, entre outras).
Segundo Schmid, Bernal e Silva (2010), as mulheres se automedicam mais
do que os homens, principalmente abaixo de 47 anos, as quais fazem esse uso
frequentemente. A pesquisa também analisou que os indivíduos que trabalham
aderiam muito à automedicação em relação aos que não trabalham. O grau de
escolaridade foi fator determinante para esse ato, sendo que as pessoas que
possuíam maior grau se automedicavam mais que os que possuem menor grau.
O tratamento com fármacos é o de primeira escolha nos países emergentes,
onde um terço dos valores repassados para a saúde pública é destinado para
aquisição de medicamentos. Segundo dados da OMS, metade de todos os
medicamentos utilizados em todo o mundo são adquiridos, dispensados ou
comercializados de maneira incorreta. Números alarmantes também mostram que
18

66% dos antibióticos utilizados são adquiridos sem prescrição médica, tornando o
uso indevido de medicamentos uma das 10 principais causas de mortalidade nos
Estados Unidos da América (EUA) (TOURINHO et al., 2008).
No Brasil, estudos mostram que cerca de 56% das crianças entre 11 meses a
4 anos são automedicadas pelos responsáveis sem prescrição médica, sendo os
antibióticos um dos fármacos mais utilizados, e destes, a amoxicilina é o mais
consumido (MEDEIROS; PEREIRA; MEDEIROS, 2011). A utilização em excesso de
medicamentos em criança é um ato perigoso que pode trazer danos à saúde, devido
à insegurança de alguns fármacos e a falta de testes confiáveis que comprovem seu
efeito no organismo. Segundo Cruz et al. (2014), dentre os fármacos mais utilizados
por crianças de 0 a 14 anos estavam os antigripais, analgésicos, antitérmicos, anti-
inflamatórios e antibióticos. O antibiótico amoxicilina foi o mais utilizado, o que gerou
uma grande preocupação devido à possibilidade da resistência bacteriana com o
seu uso abusivo, ratificando o estudo de Medeiros, Pereira e Medeiros.
Outra preocupação da automedicação com antibióticos está relacionada aos
adolescentes devido ao uso abusivo de medicamentos junto com a utilização de
álcool, o que muitas das vezes acaba interferindo no tratamento podendo trazer
complicações maiores ao paciente (BRASIL, 2010).

2.2 ANTIMICROBIANOS E SEU USO INDISCRIMINADO

De origem natural ou artificial, os antimicrobianos são medicamentos


fabricados a base de diversas classes de microrganismos ou a base de substâncias
sintéticas com o intuito de evitar a propagação de outro patógeno (CHAMBERS,
2003).
Desde a antiguidade havia a busca incansável por substâncias que fossem
capazes de tratar determinados tipos de infecções que causavam febre, lesões
purulentas, entre outros. Baseando-se nas pesquisas de determinados estudiosos,
alguns autores analisam a era antimicrobiana em três períodos, sendo a era dos
alcaloides com Joseph Lister em 1860; dos compostos sintéticos, introduzida por
Paul Ehrlich em 1909; e, por fim, a era moderna dos antibióticos (SERRA, 2002).
Na perspectiva de Fiol, Filho e Groppo (2000) os antimicrobianos devido seu
amplo espectro de ação e boa qualidade têm salvado milhões de vidas. Seus
mecanismos podem ser destruir o patógeno ou impedir seu crescimento, levando em
consideração que não haja danos para o hospedeiro (Figura 1). Porém, o uso
19

incorreto e inadequado desses fármacos tem causado a resistências de algumas


bactérias.

Figura 1- Mecanismo de ação dos antibióticos

Fonte: Boletim em dia com as Ciências Naturais. Ed. Moderna. N. 9

Segundo Pereira et al. (2007), o uso indiscriminado de antibióticos sistêmicos


pode estar relacionado a diversos fatores, como a sobra de medicamentos de
tratamentos utilizados em infecções anteriores, muitos até com prazo de validade
esgotado, bem como uso de receitas médicas velhas, que provavelmente eram para
outras doenças. De acordo com Carneiro et al. (2011), fatores que podem influenciar
nesse mecanismo de resistência vão desde a utilização incorreta, dose maior do que
habitual, até a utilização para uma febre na qual não se conhece se é infecção
bacteriana ou viral (CARNEIRO et al., 2011). Outro grande problema que influencia
de forma direta são as propagandas que induzem as pessoas a comprar
medicamentos sem necessidade, favorecendo o uso irracional e o excesso da
utilização de medicamentos (NAVES, 2010).
Segundo Lee et al. (2013), antibióticos têm sua influência no tratamento das
infecções já há algumas décadas, onde puderam salvar milhares de vidas
combatendo as infecções. Porém a partir dos anos 2000 houve um surto de
resistência bacteriana em todo o mundo evidenciando um revés na terapia,
principalmente nas Unidades de Tratamento Intenso (UTI), acarretando em várias
mortes por ano.
Segundo Tavares, Bertoldi e Muccillo-Baisch (2008), o uso indiscriminado de
antibióticos é uma adversidade encontrada tanto no Brasil, quanto em vários países.
20

Para prevenção deste problema foram sugeridos métodos e medidas que


controlassem esse uso de forma equivocada. Os antimicrobianos até 2010 eram
vendidos livremente nas drogarias e farmácias do Brasil, sem retenção de receita e
muitas vezes sem prescrição médica. Esse fator atrapalhava a análise das
prescrições em termos de consumo e de utilização adequada, contribuindo para o
aumento da automedicação e da resistência bacteriana. (CAMARGO, 2012).
Porém em outubro de 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) com a Resolução (Nº 44, de 26 de outubro de 2010), que dispõe do controle
da venda de antibióticos, mediante receitas de controle especial, fez com que esse
acesso fosse controlado. Em 2011 ela foi revogada pela RDC N° 20, que trouxe
escrituração eletrônica dessas substâncias no Sistema Nacional de Gerenciamento
de Produtos controlados, entre outras mudanças. Essas medidas regulatórias
conseguiram fazer com que as vendas de antibióticos fossem controladas,
dificultando o consumo livre a essa classe medicamentosa.
Segundo a Abrafarma (2013), as resoluções impostas pela Anvisa, num
período de 2010 a 2011 contribuíram para redução nas vendas de antibióticos em
cerca de 18%. Porém em 2012, foi percebido um aumento de 6% das vendas
desses fármacos, assim ratificando que apesar dessas medidas estabilizarem esse
consumo por certo tempo, o uso exacerbado ainda persiste favorecendo a
resistência bacteriana.
Cerca de um quarto das mortes no mundo são causadas por infecções, sendo
quase metade nos países menos desenvolvidos, o que, em parte, fica evidente a
inadequação das prescrições de antibióticos (NICOLINI et al., 2013).
As prescrições de antimicrobianos podem contribuir tanto para o uso correto,
quanto para o uso indiscriminado. Abrantes et al. (2007) separaram os erros de
prescrições em níveis, em que no nível 1 era avaliado se o fármaco foi efetivo ou se
foi indicado corretamente para o problema apresentado. No nível 2 observou-se o
erro na escolha do fármaco, assim favorecendo a segunda opção, no nível 3
analisaram erros na prolongação da terapia e no quarto nível foi avaliada a dose e a
vias de acesso do medicamento.
Fiol et al. (2010) trazem ainda que em casos de infecções do trato
respiratório, como amidalites e otites, 68% dos antibióticos prescritos para crianças
na faixa etária menor que sete anos, como de forma aguda, foram inadequadas. A
prescrição de forma equivocada acarreta no manejo inadequado da terapêutica
21

antimicrobiana, o que leva a dados assustadores nos níveis de resistência


bacteriana.
De acordo Faria, Pessalacia e Silva (2016), o uso inadequado de antibióticos
contribui para o aumento da resistência bacteriana, principalmente em hospitais,
local de fácil disseminação. Em sua pesquisa observou que nos 275 casos de
infecções em hospitais, em apenas 158 dos casos foram feitos exames de cultura
para iniciar o tratamento de forma correta, ou seja, nos outros 117 casos a terapia foi
aplicada de forma empírica, o que não é o ideal. Ainda assim nos exames onde
foram feitas as culturas, houve a necessidade de trocar de antimicrobianos por
causa da resistência das bactérias.

2.3 RESISTÊNCIA BACTERIANA

A terapia medicamentosa a base de antibióticos é largamente utilizada no


tratamento de diversas morbidades, com grande variedade de princípios ativos. A
administração racional desses agentes não apenas exige uma seleção criteriosa do
antimicrobiano e da duração da terapia, como também sua indicação apropriada
para microrganismos específicos causadores da enfermidade (MOTA, 2005).
Na prática isso nem sempre acontece, ocorrendo então a resistência aos
antibióticos, proveniente, em sua grande maioria, pela utilização equivocada desses
medicamentos, sendo usado de forma desnecessária e abusiva gerando graves
problemas de saúde para o indivíduo, e uma preocupação mundial (SANTOS, 2004).
A resistência bacteriana vem intimidando a saúde de forma global e
interferindo de forma direta no tratamento escolhido pelo médico. Algumas bactérias
além de possuírem ferramentas para criarem resistências, também podem criar uma
base de vários monossacarídeos e proteínas que bloqueiam a chegada de
antimicrobianos e outras células de defesas fazendo com que a infecção não seja
eliminada (ALVO et al., 2016).
Segundo Rego et al (2016), devido ao uso inadequado ser preponderante
para o índice de mortalidade, programas de controles internacionais foram criados.
Esses estudos avaliam relatórios sobre resistências e outras gravidades ao longo
dos anos. A resistência varia de acordo com os medicamentos utilizados e dos
microrganismos isolados, e esses relatórios ajudam na escolha da qual terapia
empírica seguir. Os autores afirmam que há uma preocupação muito grande com as
22

bactérias da família Enterobacteriaceae, que produzem a beta-lactamase, tornando-


se microrganismos multirresistentes.
Desde o começo da inserção dos antimicrobianos na terapia medicamentosa
que a resistência bacteriana vem crescendo lentamente, e atualmente vem
alcançando grandes proporções. As bactérias podem criar resistência modificando
ou destruindo as enzimas dos antibióticos, reduzindo a permeabilidade celular e
modificando a estrutura das moléculas da bactéria fazendo com que os antibióticos
não consigam atingir o sítio alvo (LOUREIRO, et al., 2016). Chambers (2005)
descreve alguns dos mecanismos de desenvolvimento de resistência bacteriana,
como é mostrado no Quadro 1.
Existem também as chamadas superbactérias, encontradas em infecções
hospitalares e possuem alto poder de destruição, sendo que a cada ano faz novas
vítimas no continente europeu. Mesmo com os novos fármacos, o tratamento contra
essas superbactérias é quase impossível, tornando a terapia mais complicada a
cada dia que passa. A cada droga antimicrobiana administrada, algumas bactérias
morrem, mas muitas cepas sofrem uma transformação tornando-se mais resistente
um processo natural que essas bactérias fazem para sobreviver (ESTEVÉZ, 2015).
Segundo Valverde et al (2015), alguns trabalhos apresentados mostram a
resistência de bactérias aos antimicrobianos utilizados para septicemia do trato
urinário. No Peru, um estudo mostra que o cotrimaxozole é um fármaco
antimicrobiano de primeira escolha para o tratamento empírico para infecções do
trato urinário. Porém já existem casos de resistência da Escherichia coli a esse
medicamento, mostrando o quanto essa resistência pode interferir na
antibioticoterapia.
23

Quadro 1 - Desenvolvimento de resistência bacteriana.

Mecanismo de desenvolvimento de resistência


Mutação Mecanismo que constitui a base do modelo
molecular da resistência de diversos organismos.
Ocorre através de alteração do gene que codifica
uma proteína-alvo, uma proteína de transporte,
uma proteína relacionada com a ativação do
alvo, ou ainda um gene regulador ou promotor
da expressão do alvo.

Transdução Aquisição de DNA bacteriano por um


bacteriófago que incorpora material de uma
bactéria hospedeira anterior.

Transformação Captação e incorporação de material genético


livre no ambiente para o genoma do hospedeiro.

Conjugação Captação e incorporação de material genético


livre no ambiente para o genoma do hospedeiro.
Fonte: Adaptado de Chambers 2005

De acordo com Oliveira et al (2015), mais de 50% dos microrganismos


separados em hospitais dos Estados Unidos da América (EUA) possuem resistência
a pelo menos um antimicrobiano, o que justifica tal preocupação com a situação
atual. Por isso toda e qualquer suspeita evidenciada vem sendo notificada pela OMS
com a intenção de fornecer medidas para que haja o controle dessa resistência.
Esse estudo trouxe que na maioria dos casos em que a terapia foi de forma empírica
apresentou resultados significativos de resistência bacteriana.
Segundo Tavares (2005), essa resistência pode ser de forma natural ou
adquirida, sendo a segunda a mais disseminada atualmente em todo o mundo. Esse
mecanismo ocorre devido a uma excitabilidade que alguns microrganismos
apresentam quando são expostos a determinados antibióticos, deixando de ser
sensíveis aos antimicrobianos e criando resistência sobre os mesmos. Outros
fatores também são levados em consideração como clima, região e exposição aos
patógenos.
O aparecimento da resistência aos antibióticos é provavelmente um dos
maiores desafios da medicina relacionada à saúde pública, uma vez que
microrganismos em exaustivo contato com antimicrobianos acabam fazendo uma
seleção, formando bactérias mais resistentes, além de ampliarem significativamente
24

a resistência bacteriana através de diversos mecanismos, principalmente pela


transferência de genes de resistência (ANVISA, 2007).
Ainda hoje é muito comum a utilização de antimicrobianos em afecções de
etiologia viral, levando em consideração apenas o tratamento sintomático,
desconhecendo ou ignorando dessa forma sua especificidade terapêutica. A
exemplo dos EUA, onde se tem dados que apontam que a metade das prescrições
são direcionadas a tratamentos com antibióticos, feitas de forma inadequada.
Contudo, caso fossem realizadas de maneira correta haveria uma redução de alguns
milhões de prescrições de antibióticos (WANNMACHER, 2004).
Outro aspecto a ser abordado refere-se ao abuso dos antimicrobianos em
animais de abate e para uso com finalidade de pesquisa médica, usando este
recurso para promover a aceleração do crescimento destes animais e prevenção de
doenças. No entanto, existe o risco potencialmente perigoso de disseminação de
cepas bacterianas resistentes através destes animais, principalmente em países em
desenvolvimento, nos quais o controle e a fiscalização do uso destes fármacos em
animais estão longe de ser a ideal. É importante e desejável que haja um
fortalecimento no que se refere à legislação para utilização de medicamentos
veterinários uma vez que tem impacto direto na saúde humana (OMS, 2012).

2.4 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CONTROLE DA AUTOMEDICAÇÃO COM


ANTIMICROBIANOS

O médico e o farmacêutico têm grande influência na promoção do uso


racional discriminado de antimicrobianos. O primeiro tem o papel de prescrever de
forma correta e dar as informações necessárias para que o doente compreenda a
terapia, enquanto o segundo precisa avaliar as receitas e esclarecer as formas do
uso. Nesse sentido o farmacêutico tem como papel primordial a orientação de todo e
qualquer cliente que faz uso deste medicamento, alertando quanto à posologia,
dosagem prescrita, tempo de tratamento, descarte das sobras, tornando o
tratamento efetivo. Esses fatores contribuem para a adesão do tratamento
favorecendo a melhora do paciente, além de evitar a persistência da doença, e
mantendo o controle da resistência bacteriana (NICOLINI et al., 2013; NOVARETTI;
AQUINO; PISCOPO, 2014).
Portanto, é necessário investir nas políticas educacionais de prevenção,
trazendo estratégias e campanhas para que as pessoas se conscientizem a respeito
25

do uso indiscriminados de antimicrobianos. Para que esse problema seja


amenizado, é importante a união de todos os profissionais de saúde para que o
objetivo seja alcançado (PAIM; LORENZINE, 2014).
Na antiguidade o farmacêutico era visto como boticário, tendo o papel de
produzir e dispensar os produtos para população, sendo este, portanto, um trabalho
rápido e de pouca interação com o paciente. Mas com o avanço das construções
das indústrias farmacêuticas, o farmacêutico passou a ter novas funções,
principalmente na descoberta de novos fármacos (VIEIRA, 2004).
As farmácias por muito tempo eram vistas apenas como um comércio e
predominou assim por muito tempo. Desde a Lei nº 5.991/73 que a presença do
farmacêutico já era exigida, porém em farmácias de pequeno porte como as de
bairro nas capitais e as do interior é comum ter o funcionamento sem o responsável
técnico. Isso ocorre ineficiente das vigilâncias sanitárias que não faziam a inspeções
corretas, desse modo facilitando o funcionamento da farmácia. Outro fator que
atrapalhava era a ideia do lucro, em que visavam apenas as vendas e deixava a
saúde de lado, sendo mais cômodo pagar para que o farmacêutico apenas
“assinasse” pela responsabilidade da farmácia, mas que não estivesse presente,
permitindo assim a comercialização de medicamentos sem orientação e dessa forma
contribuindo para que a automedicação se disseminasse (AYRES, 2004).
No entanto, em novembro de 2008 surgiu uma lei que reforça a exigência do
farmacêutico presente na farmácia. Baseando-se no fato dos fármacos
apresentarem diversas características inerentes, em que é exigida uma orientação
específica para sua utilização, o farmacêutico conforme resolução do Conselho
Federal de Farmácia nº 492 de 26 de novembro de 2008 fica sendo o responsável
por selecionar, promover e garantir o uso seguro e racional na dispensação de
medicamentos (MENDES, 2015).
É do conhecimento deste profissional que em determinadas circunstâncias os
fármacos podem ter efeitos tanto benéficos quanto maléficos, sendo necessário,
portanto, a atenção do profissional farmacêutico sobre o uso consciente de
medicamentos e os verdadeiros riscos da automedicação, em especial relacionados
aos antibióticos (SOUZA; SILVA; NETO, 2008).
O farmacêutico é o profissional capacitado a exercer com ética e
responsabilidade seu serviço, aplicando ações conjuntas com outros profissionais de
saúde, visando promover o uso racional dos medicamentos, efetividade e segurança
do tratamento. Além disso, dando instruções a respeito do medicamento,
26

principalmente quando se trata de antimicrobianos, visto que é uma classe


medicamentosa que vem apresentando problemas aos pacientes devido seu uso
incorreto e ocasionando a resistência bacteriana (OLIVEIRA et al., 2005).
Segundo Oliveira et al (2015), em uma farmácia é imprescindível a presença
do responsável técnico, pois além de treinar os atendentes, é ele que terá de
promover o uso racional dos medicamentos, orientando de forma correta o uso,
duração e o descarte, principalmente dos antimicrobianos para que não ocorra a
possibilidade de resistência bacteriana.
A OMS e Ministério de Saúde (MS) trazem dados que demonstram que no
Brasil muitos donos de farmácias não são farmacêuticos, e alguns apenas visam o
lucro e acabam cometendo graves delitos como comercializar antibióticos sem
receita. É comum, nos dias de hoje, a compra de medicamentos sem receitas
médicas daqueles que necessitam de retenção destas. Além disso, muitas pessoas
ainda não enxergam as farmácias como uma unidade de saúde, o que atrapalha na
aceitação do farmacêutico atuante e contribui para a automedicação (SOUZA;
SILVA; NETO, 2008).
Um grande problema que contribui para que o uso racional de antibióticos
seja ineficaz é a qualidade de informação que o paciente tem a respeito do uso do
medicamento. A ausência de informações no ato da consulta médica, seguida por
pouca ou nenhuma orientação por farmacêuticos do nas farmácias ou postos de
saúde, faz com que muitos pacientes ou usuários abandone o tratamento
precocemente (TEIXEIRA, 2012).
É importante salientar que a escolha de qual antimicrobiano utilizar é feita
pelos prescritores. Avaliação dos fármacos prescritos, dúvidas sobre interações e
posologias são feitas pelo farmacêutico para que sejam minimizados os erros e a
automedicação. Além disso, o farmacêutico tem o papel de conscientizar os
cidadãos sobre as doenças, como podem ser tratadas e promover o uso racional de
medicamentos e consequentemente minimizando o uso inadequado (NICOLINI,
2008).
O farmacêutico é quase sempre o último contato do paciente antes de iniciar
um tratamento, sendo assim, o tipo de atendimento e a qualidade da orientação
fornecida é essencial para o sucesso ou até mesmo para a adesão ao tratamento, e
a falta dela é causa frequente de retorno aos serviços de saúde (DUQUE, 2006).
É exigido deste profissional, uma escuta e postura diferenciada para
identificar e avaliar as necessidades do paciente, pois cada um traz um contexto de
27

vida diferente, com conhecimentos que em alguns momentos precisam ser


desmistificados e em outros respeitados, construindo uma relação de confiança
(PASQUALI, 2005).
Segundo Brandão (2010), a prática de dispensar medicamentos deve ser
feita mediante a receita médica ou odontológica carimbada pelo profissional da área.
A dispensação deve ser feita seguindo o que está prescrito, e no momento da
aquisição do medicamento, é imprescindível que a pessoa seja orientada sobre a
forma de uso e duração do tratamento. É necessário também que seja feita
avaliação dos fármacos utilizados para que não haja interação medicamentosa, nem
efeitos adversos.
Na atenção à saúde, é necessária que fique bem clara a interação entre o
paciente e o farmacêutico a fim de que, o primeiro com seu conhecimento histórico
passado de gerações anteriores possa mostrar o que sabe, e o segundo com
entendimento prático, teórico e científico possa erradicar as perguntas acerca da
automedicação e fazer com que esse ato seja minimizado (AYRES, 2004).
A busca pela conscientização dos perigos da automedicação, bem como a
importância da relação próxima com o farmacêutico, deve ocorrer de maneira
incansável, na expectativa de minimizar as morbimortalidades causadas pelo uso de
medicamentos sem a devida prescrição e orientação (VINHOLES; ALANO;
GALATO, 2009).
Segundo Loureiro et al. (2016), a indicação inapropriada de antimicrobianos é
um dos grandes vilões, que interfere de forma direta no tratamento. Essa
interferência pode ocorrer por erros nos diagnósticos, ou pressão dos pacientes ou
familiares junto ao médico pela prescrição de antibióticos. Evidencia também uso
incorreto na posologia, devido a erros de prescrições, o que pode levar ao aumento
do tempo do tratamento por não entender a posologia correta, usar dose maior do
que o prescrito, levando a uma péssima adesão ao tratamento e favorecendo o
aumento da resistência bacteriana. Por isso, o farmacêutico é o profissional que
pode contribuir para a mudança desse cenário.
A presença do profissional farmacêutico desde a Lei nº 5.991/73 já era
obrigatória por lei, o que seria de suma importância para que se evite a
automedicação, principalmente de antibióticos que vem crescendo de forma
desordenada em todo o mundo. Sendo assim, o farmacêutico é o profissional
capacitado a orientar o paciente acerca dos riscos desses medicamentos, avaliando
a farmacoterapia e analisando os problemas farmacoterapêuticos que podem
28

ocorrer. Desta forma, a atenção farmacêutica é uma ferramenta valiosa no combate


a automedicação.
A atenção farmacêutica é imprescindível para a assistência à saúde, pois
através dela o farmacêutico pode fazer essa interação com o paciente e reduzir os
problemas relacionados aos medicamentos, minimizando os erros e
consequentemente controlando a automedicação e a resistência bacteriana
(CEARÁ, 2003).

2.5 VENDA DE ANTIMICROBIANO APÓS AS RDC N° 44/2010 E RDC N° 20/2011

Em 28 de outubro de 2010, o Brasil ganha uma nova força contra a


resistência microbiana, com a publicação pela Anvisa da resolução de diretoria
colegiada (RDC) 44/10. Resolução que dispõe do controle da venda de
antimicrobianos, mediante receita médica carimbada e assinada, em duas vias.
Sendo que uma via fica retida na farmácia e a outra com o paciente, medida que
causou impacto muito grande na produção de antibióticos, mas que teve resultados
significativos no controle das vendas (BRANDÃO, 2011).
Em 05 de maio de 2011, a Anvisa revogou a RDC 44/10 substituindo pela
RDC 20/11, que dispõe do controle da venda de fármacos à base de substâncias
antimicrobianas, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Nessa nova
resolução a primeira via da receita é do paciente e a segunda passa a ficar retida na
farmácia, a receita também passa a ter validade de 10 dias. Além de algumas
mudanças trouxe um fator muito importante que foi acrescentar os serviços do
farmacêutico na dispensação desses produtos, promovendo o uso racional dos
antibióticos (ANVISA, 2011).
As vendas a partir de 2010 passaram a ser com receita, mas, além disso,
precisavam ser escriturados no Sistema Nacional de Gerenciamento de produtos
controlados (SNGPC), assim como os psicotrópicos. Essa escrituração passou a ser
obrigatória em 25 de abril de 2011. As receitas com antimicrobianos tem prazo de 10
dias para aquisição do medicamentos e inclusão das informações de vendas no
sistema de controlados (PFARMA, 2010).
Segundo o Art.17 da RDC no 20/11, os rótulos dos fármacos antibióticos só
poderão ser vendidos, conforme o anexo I da Resolução estando em caixa alta, a
frase:
29

"VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO COM


RETENÇÃO DA RECEITA".
Nos rótulos das embalagens secundárias, a frase deve estar disposta
dentro da faixa vermelha, nos termos da Resolução RDC nº. 71/2009 ou da
que vier a substituí-la (BRASIL, 2011).

Segundo Valencio (2012), o controle da venda de antimicrobianos fez com


que houvesse uma diminuição considerável no mercado, afetando de forma
negativa. Houve uma perda de quase três milhões de reais em 2010, o que deixou
muitos empresários insatisfeitos. Porém esse declínio perdurou apenas por 6 meses,
depois desse tempo houve uma melhora nesse segmento.
Após as resoluções impostas pela Anvisa, as vendas de antibióticos sem
prescrição médica tiveram uma queda significante, contribuindo para o controle do
uso indiscriminado. Porém esse controle funcionou apenas nos primeiros anos, entre
2010 e 2011, sendo que a partir de 2012 foi observado o aumento no consumo de
antimicrobianos sem receita, favorecendo para aumento da automedicação e
resistência bacteriana (NOVARETTI; AQUINO; PISCOPO, 2014).
Segundo Coelho (2013), um ponto negativo que facilita a venda de
antimicrobianos sem prescrição é a disputa das farmácias de pequeno porte com as
farmácias de grande porte. Devido à grande concorrência dos altos números de
farmácias, alguns proprietários acabam infringindo as resoluções da Anvisa,
comercializando esses medicamentos sem receita médica, o que é ilegal e pode
prejudicar o responsável técnico deste estabelecimento.
Em 2012 foram registrados números preocupantes do aumento da venda de
antibióticos, chegando a quase 6% em relação a 2011. Mesmo após as medidas
regulatórias, as vendas de antibióticos superam a venda de medicamentos como
analgésicos e antitérmicos (ANVISA, 2012).
Segundo Monteiro e Pedreira (2012), um estudo realizado em Salvador em
uma farmácia comercial, em um período de oito meses, mostrou que mesmo após
as resoluções da Anvisa o consumo de antibióticos continuou muito grande. Houve
cerca de quase 7000 prescrições de antimicrobianos, separados entre médicos,
dentistas e veterinários. Os médicos foram os que mais receitaram, cerca de 90%
das prescrições e o fármaco mais prescrito foi o amoxicilina, seguido do azitromicina
e amoxicilina+ clavulanato de potássio.
Ainda assim, muitos profissionais que atuam na área de dispensação de
fármacos ratificam a importância do SNGPC para o controle das vigilâncias
sanitárias locais, porém, alertam para o estabelecimento que não possui o
30

farmacêutico presente, o que facilita a venda sem controle dos antimicrobianos,


dificultando o trabalho das vigilâncias e contribuindo para a automedicação
(SAMPAIO, 2014).
Esse controle ineficiente das vigilâncias é comumente encontrado em cidades
do interior, onde as inspeções não são frequentes. Desse modo facilitando o
funcionamento do estabelecimento sem a presença do farmacêutico, favorecendo os
erros cometidos por balconistas, que são induzidos por donos de farmácias a
venderem os medicamentos visando apenas o lucro. Muitas pessoas divergem
sobre esse controle não dando importância ao grande problema de saúde em
questão (CAMARGO, 2012).
Segundo Silva, Galato e Alano (2012), mesmo após as regulamentações da
Anvisa, a população ainda consegue comprar antibióticos sem receita médica. Em
seu estudo envolvendo 383 pessoas, 78 entrevistados teriam utilizados antibióticos
nos últimos seis meses, sendo que 14 deles conseguiram adquirir sem receita
médica. Alguns ainda relataram que não tinha dificuldade alguma para comprar
antibióticos, quando foram perguntadas sobre a nova regulamentação de controle de
venda dos antimicrobianos, as mulheres tinham mais conhecimento a respeito das
resoluções que os homens.
Outro estudo realizado em Brasília aponta que depois das RDC 44/10 e
20/11, foi observado uma queda considerável nas vendas de antibióticos. Relatam
também que 80% dos clientes tiraram dúvidas com o médico ou com o farmacêutico
a respeito dos fármacos antimicrobianos. O trabalho também traz dados
significativos sobre o uso de antibióticos sem receita médica, onde foi observado
que mais de 50% dos entrevistados utilizaram esses medicamentos dessa forma e
que mais de 60% conheciam os riscos do uso indiscriminado de antimicrobianos
(MARTINS; NEGREIROS, 2013).
Uma nova preocupação é com os idosos, no trabalho de Muller et al (2015) foi
notado que a maioria desses pacientes não tem entendimento algum sobre o
controle de antimicrobianos pela Anvisa. Deve-se ressaltar ainda que esta é uma
classe que precisa de atenção especial, pois os órgãos primordiais na excreção dos
fármacos já não funcionam perfeitamente, podendo trazer problemas renais e
hepáticos. Além disso, o trabalho traz dados expressivos que mostram quanto maior
é o poder aquisitivo, maior é tentativa de adquirir os antibióticos sem receita médica.
As farmácias atualmente são consideradas estabelecimento de saúde, sendo
assim, a presença do farmacêutico indispensável para que se tenha uma atenção
31

farmacêutica de qualidade. O farmacêutico é o profissional capacitado a orientar,


tirar dúvidas, analisar receitas, observar as possibilidades de interações
medicamentosas para que os riscos da automedicação sejam amenizados. Por isso,
a sua presença numa farmácia comercial é de grande importância para população,
visando sanar problemas como intoxicações e automedicação principalmente com
antibióticos (LOUREIRO et.,al 2016).
32

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quali-


quantitativa, tendo como objetivo principal descobrir com precisão a frequência,
relação e conexão com que um determinado fenômeno ocorre. Logo, busca
conhecer as diversas situações e demais aspectos do comportamento humano,
tanto do indivíduo, quanto de grupos e comunidades mais complexas, e cujo registro
não consta em documentos (MANZATO; SANTOS, 2012).

3.2 ASPECTOS ÉTICOS

Por se tratar de uma pesquisa direta com pessoas, o trabalho foi submetido
ao Comitê de Ética em Pesquisa, seguindo as normas da Lei de Pesquisa
Envolvendo os Seres Humanos e foi aprovado sob parecer 2.029.727.

3.3 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS

Para a coleta dos dados foi elaborado um questionário sócio demográfico


semiestruturado composto de 20 questões (Apêndice A) adaptado para atender aos
objetivos do estudo.
O local de estudo foi no município de Cruz das Almas- BA, uma cidade do
recôncavo baiano que possui cerca 75.000,00 habitantes, antes existia um grande
número de farmácias chegando a 42. Atualmente devido a exigência da presença do
farmacêutico o total caiu quase pela metade sendo apenas 22 farmácias. O material
obtido foi coletado através de amostras realizadas em três farmácias localizadas no
centro da cidade de Cruz das Almas- BA. O critério de escolha dessas farmácias foi
devido à localização no centro da cidade, sendo essa uma área de grande fluxo de
pessoas gerando demanda nesses estabelecimentos para a realização da pesquisa.
Os questionários foram preenchidos durante a procura dos medicamentos, as quais
autorizaram previamente a realização do estudo, conforme (Apêndice B).
Foi coletado um total de 72 amostras, onde 6 foram excluídas por não
possuírem assinatura e identidade, dessas amostras 42 foram feitas pelo
pesquisador responsável em uma das farmácias, 16 pelo farmacêutico responsável
na segunda farmácia e 14 pelo outro farmacêutico na terceira farmácia,
33

considerando apenas as pessoas que procuram por antibióticos sem a prescrição


médica. Após a abordagem, as pessoas que aceitaram participar da pesquisa,
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C) e
responderam ao questionário.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram coletados através da aplicação de questionários a clientes de


3 farmácias da cidade de Cruz das Almas – BA. A partir dos dados coletados foi
utilizado o programa Microsoft Excel 2010, no qual os resultados foram
apresentados através de tabelas e gráficos, afim de melhor ilustrar os resultados
obtidos e facilitar a análise.
34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa foi feita de maneira quantitativa tendo como base de dados um


universo amostral de 72 pessoas. Foi aplicado um questionário acerca da procura de
medicamento sem prescrição médica, e deste foram inferidos os resultados abaixo
descritos.
A Figura 2 ilustra o total amostrado, onde foram entrevistados 42 mulheres e
30 homens, correspondendo a 58% e 42% respectivamente. Pode-se inferir que as
mulheres procuram mais antibióticos que os homens, e consequentemente tendem a
se automedicar mais, concordando deste modo aos estudos que afirmam que as
mulheres se preocupam mais com a saúde, e de maneira mais rápida e emergencial
procuram tratamento para determinada patologia, logo após os primeiros sintomas,
analogamente aos dados inferidos da pesquisa de Costa e Júnior (2009) onde 68%
das mulheres se automedicavam. Já Arrais et al (2005) relata que o consumo de
medicamentos pelas mulheres foi de 55,6%. O estudo de López, Gázquez e
Campos (2012) abordava a automedicação de diversas classes medicamentosas, e
nesse estudo o uso de antibióticos pelas mulheres foi de 21,6% enquanto que o uso
por homens foi de 10,9%, ou seja, reforçando a ideia apresentada.

Figura 2- Sexo do entrevistado

42%

58% Feminino
Masculino

Fonte: Autor (2017)


35% 65%
35

A Figura 3 ilustra o gráfico do nível de escolaridade dos entrevistados,


correspondendo a 43% com o nível médio completo, 15% o nível médio incompleto,
14% o nível superior completo, 12% nível superior incompleto, 10% nível
fundamental completo e 6% nível fundamental incompleto, demonstrando deste
modo, que quem possuem nível médio completo procuram mais por antibióticos,
estando de acordo com a literatura de Tavares, Bertold e Muccillo-Baisch (2008), e
Martins (2013), que relataram que o grau de escolaridade é fator determinante para
a procura de antibióticos sem prescrição.

Figura 3- Nível de escolaridade

14% 6%
10%

12% Fundamental Incompleto


15%
Fundamental Completo
Médio Incompleto
Médio Completo
43%
Superior Incompleto
Superior Completo

Fonte: Autor (2017)

Segundo os dados obtidos (Figura 4), os entrevistados que tem renda salarial
de 0 a 1 e 2 a 3 salários mínimos, foram os que mais relataram a procura por
antibióticos sem prescrição médica, demonstrando resultados similares aos do
trabalho de Arrais et al. (2016), que reforça a ideia de que a prática de se
automedicar ainda permanece pelo estado precário de atendimento no Sistema
Único de Saúde (SUS) e no sistema privado.
A dificuldade ao acesso médico e a escassez de profissionais nos postos de
saúde podem ser um fator preponderante para o resultado inferido na pesquisa.
Desse modo, faz-se necessário que a população busque alternativas, como procurar
medicamentos sem prescrição o que favorece a automedicação com antibióticos,
demostrando com isso, o quanto foi importante a implantação das resoluções da
36

Anvisa que proibiram a venda sem receita médica de antimicrobianos. Os demais


resultados de quem possui renda superior a 3 salários mínimos, mostram valores
bem pequenos devido a essa parcela dos entrevistados possivelmente possuírem
plano de saúde.

Figura 4- Renda salarial

1% 3%

39% 0a1
57%
2a3
4a5
mais de 5

Fonte: Autor (2017)

A Figura 5 representa o gráfico da faixa etária dos entrevistados, sendo


possível observar que a procura por antibióticos sem receita médicas é praticamente
equivalente em todas as faixas etárias analisadas, sendo um pouco mais acentuada
na faixa dos adultos jovens de 19 a 30 anos, sendo 35%, seguido dos adultos de 30
a 40 anos, correspondendo a 33%, e acima de 40 anos 32%. De acordo com dados
da literatura de Brasil (2010) este alto percentual de adultos jovens, correspondendo
a mais da metade do universo amostral, demonstra a preocupação crescente devido
ao uso abusivo com álcool ingerido com medicamentos mal administrados na faixa
etária entre 19 e 30 anos.
37

Figura 5- Faixa Etária

32% 35%

19 a 30 anos
30 a 40 anos
> 40 anos
33%

Fonte: Autor (2017)

A Figura 6 representa o gráfico dos antibióticos mais procurados, no qual três


tiveram maior procura, dentre estes, a amoxicilina corresponde a 37%, em que a
grande maioria dos entrevistados acredita que sua indicação é para inflamação na
garganta, seguido da procura de outros antibióticos de usos variados com 28%. A
procura da azitromicina corresponde a 18% dos clientes que acreditam que este
medicamento é indicado para inflamações na garganta e no dente, e o ciprofloxacino
com 17% dos entrevistados acreditando que é indicado para infecção urinária.
Monteiro e Pedreira (2012) apontam que a amoxicilina foi o fármaco mais
utilizado no seu estudo, e Feitosa (2006), por sua vez, traz a amoxicilina com sendo
o fármaco mais dispensado através de receitas antigas em uma farmácia
comunitária em Olinda. Os resultados da pesquisa de Feitosa mostram que a
amoxicilina, era o medicamento mais receitado pelos médicos, acreditando nestes
resultados em decorrência deste medicamento ser de amplo espectro. Cerca de
33,35% corresponde a outros antibióticos procurados apenas uma vez cada,
indicados para tratamentos variados.
38

Figura 6- Antibiótico mais procurado

28%
37%
Amoxicilina
Azitromicina
17% Ciprofloxacino

18% Outros

Fonte: Autor (2017)

De acordo com Figura 7 podemos inferir que a grande maioria dos


entrevistados procura antibióticos por indicação dos médicos, conhecimento
adquirido em consultas antigas correspondendo a 27%, seguido de outros (cônjuge
ou sem influência de terceiros) com 25%, seguido por indicação de farmacêuticos,
parentes, amigos e vizinhos.
A influência do farmacêutico na indicação desses medicamentos foi em média
21% do valor amostrado. É importante relatar que os entrevistados muita das vezes
podem confundir as atribuições do atendente de farmácia e do farmacêutico, assim
como na pesquisa de Silva e Mengue, (2000) afirmando que o farmacêutico indicou,
o que na verdade não aconteceu. Por isso a importância da presença desse
profissional nas farmácias é primordial para o uso racional de antimicrobianos.
Segundo Nicolini et al. (2013) o médico e o farmacêutico têm grande
influência na promoção do uso racional discriminado de antimicrobianos, sendo que
o primeiro tem o papel de prescrever de forma correta e dar as informações
necessárias para que o doente compreenda a terapia, enquanto o segundo precisa
avaliar as receitas e esclarecer as formas do uso. A pesquisa de Martins e Negreiro
(2013) relata que cerca de 80% dos clientes tiraram dúvidas com o médico ou com o
farmacêutico a respeito dos fármacos antimicrobianos.
39

Figura 7 – Indicação a cerca do medicamento para uso

25%
27%
Médico
10% Farmacêutico
15% Amigo
Vizinho
21%
4% Parente
8%
Outros

Fonte: Autor (2017)

Quando foi analisada a importância do farmacêutico na adesão ao tratamento


(Figura 8) 47% disseram ser muito importante, 26% necessário e 20% indispensável,
ou seja, 93% reconhecem a importância desse profissional para que o tratamento
seja alcançado, reforçando a ideia do quanto é importante sua presença no ato da
dispensação, para que esse processo ocorra sem dúvidas, erros e de forma correta
contribuindo para o sucesso na terapia, conforme comprovam dado da pesquisa
feita por Oliveira et al (2015), que mostram ser imprescindível a presença do
responsável técnico, pois além de treinar os atendentes é ele que ajudará na
promoção do uso racional dos medicamentos.
Uma pequena parte disse que não era importante e que os médicos sanavam
essas dúvidas, mas deve-se levar em consideração que nem sempre isso ocorre,
principalmente quando se trata do SUS, por isso é necessário a presença do
farmacêutico no ato da dispensação. Novaretti, Aquino e Piscopo (2014), concluem
através de sua pesquisa que o farmacêutico tem como papel primordial a orientação
de todo e qualquer cliente que faz uso de um determinado medicamento, alertando
quanto à posologia, dosagem prescrita, tempo de tratamento, descarte das sobras,
tornando o tratamento efetivo, e estes fatores contribuem para adesão do tratamento
favorecendo a melhora do paciente, além de evitar a persistência da doença, e
mantendo o controle da resistência bacteriana.
40

Figura 8- Importância do farmacêutico

7%
20%
26%
Não é importante
Necessário
Muito Importante
47%
Indispensável

Fonte: Autor (2017)

Analisando a figura 9 foi observado que cerca de 83% dos entrevistados que
procuram por antibióticos sem receita médica utilizam a rede pública de saúde,
denotando com isso, a relação direta deste índice com os resultados obtidos em
relação ao grau de escolaridade e renda salarial, o quais determinam maiores
valores percentuais para pessoas no perfil de ensino médio completo e com renda
salarial entre 0 e 1 salário mínimo, respectivamente. Os resultados comprovam a
pesquisa de Tomasi et al., 2007, a qual relata que uso abusivo da prática de se
automedicar está relacionado com a formação de cada indivíduo e seu nível de
escolaridade, além do seu conhecimento sobre fármacos, e do seu acesso ao
sistema de saúde pública.
41

Figura 9- Atendimento Médico

17%

SUS
83%
Particular

Fonte: Autor (2017)

A Tabela 1, ilustrada abaixo, explana 12 questões apresentadas aos


entrevistados, e as respostas destas, serão discutidas em termos percentuais, de
modo a esclarecer os resultados da pesquisa.
Baseado nos dados obtidos na pesquisa percebe-se que boa parte da
população, cerca de 84,73%, embora saiba dos malefícios da automedição ainda
tentam utilizar essa prática. Foi observado também que 56,94% dos entrevistados
disseram ter conhecimento acerca do uso irracional desses fármacos, mas ainda
assim 90,27% afirmaram que já compraram antibióticos sem prescrição médica, e o
fazem principalmente em decorrência da dificuldade em obter as receitas médicas
com a frequência estimada e de maneira legal, haja vista a deficiência no
atendimento médico na rede pública de saúde além dos altos custos no atendimento
médico da rede particular, conforme analisa Arrais et al (2016).
42

Tabela 1- Avaliação do Perfil dos Entrevistados

QUESTIONÁRIO SIM NÃO


Sobre o perfil do paciente, saber se tem alguma 19,45% 80,55%
doença crônica como hipertensão, diabetes, etc

Conhece a indicação deste medicamento? 90,27% 9,73%

Já ouviu falar ou tem conhecimento sobre o uso 56,94% 43,06%


irracional de antibióticos?

Procura medicamentos através de receitas antigas? 34,72% 65,28%

Já comprou antibiótico sem receita médica antes? 90,27% 9,73%

Tem conhecimento que a automedicação pode ser 84,73% 15,27%


prejudicial à saúde?

Sempre que sente esse sintoma usa esse mesmo 51,38% 48,62%
medicamento que foi procurar?

Já procurou o farmacêutico ou balconista para se 79,17% 20,83%


aconselhar para o uso desse medicamento?

Lê a bula antes de usar o medicamento e se segue as 31,94% 68,06%


instruções?
Você sabia que antibióticos são vendidos apenas 88,00% 12,00%
com receita?

Sabe por que os antibióticos tiveram sua venda 30,55% 69,45%


controlada a partir de 2010?
Você concorda com a venda controlada de 58,34% 41,66%
antibióticos?

Fonte: Autor (2017)

Embora 88,00% dos entrevistados tenham dito saber da ilegalidade da venda


de antibióticos sem prescrição médica, 34,72% se automedica apenas por receitas
médicas antigas, embora tenham ciência de que a automedicação acarreta uma
série de inconvenientes sob aspectos de saúde pública.
Segundo Galato et al (2007), a prática de se automedicar pode trazer fins
benéficos, porém na maioria das vezes apenas está mascarando uma doença mais
grave, provocando efeitos indesejáveis, colaterais, interações entre medicamentos e
até promovendo o aumento da resistência bacteriana, que em alguns casos pode
levar a morte.
43

Quando foram questionados quanto à frequência do uso desses


medicamentos 45,83% disseram utilizar anualmente, 25% semestralmente, 8,33%
mensalmente, 4,17% semanalmente e 16,67% nunca usaram, mostrando que
apesar das resoluções da Anvisa essa prática ainda continua. E o mais preocupante
é que 51,38% dos entrevistados afirmaram procurar sempre o mesmo medicamento
para o problema apresentado o que pode desencadear a resistência bacteriana a
esse fármaco.
De acordo com Camargo (2012), até 2010 os antimicrobianos eram vendidos
livremente nas drogarias e farmácias do Brasil, sem retenção de receita e muitas
vezes sem prescrição médica. Esse fator atrapalhava a análise das prescrições em
termos de consumo e de utilização adequada, contribuindo para o aumento da
automedicação e da resistência bacteriana. Porém em outubro de 2010, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com a Resolução (Nº 44, de 26 de outubro
de 2010), que dispõe do controle da venda de antibióticos, mediante receitas de
controle especial, fez com que esse acesso fosse controlado.
Apesar muitos desconhecerem a motivação desse controle, sendo que
aproximadamente 69,45% dos entrevistados desconhecem a motivação da proibição
na venda de antibióticos sem prescrição médica, instituída a partir de 2010,
denotando com isso uma má divulgação à população de uma resolução de tamanha
relevância social e de saúde pública. No entanto, 58,34% dos participantes concorda
que a venda seja controlada, o que é muito importante para o uso racional de
antibióticos.
Cerca de 50% dos entrevistados eram solteiros, 48,61% casados mostrando
que, dependendo ou não do estado conjugal a procura por antimicrobianos foi quase
à mesma e 1,39% viúvos. Quando indagados se possuíam algum tipo de doença
crônica 80,55% responderam que não e 19,45% afirmaram que sim. Pode-se sugerir
que os pacientes que possuem alguma doença crônica, são acompanhados
periodicamente por médicos e que em casos de alguma patologia, conseguem mais
facilmente a prescrição medica não buscando esses medicamentos sem orientação
médica trazendo dados semelhantes à pesquisa de Sousa (2006).
A maioria dos participantes relataram que não tem o hábito de ler a bula,
cerca de 68,06% nunca pegaram a bula para se informar sobre medicamento
utilizado, o que pode trazer danos maiores ou até mesmo interferir no tratamento e
piorar o quadro clinico do paciente. Duque (2006) relata que o farmacêutico é quase
44

sempre último contato do paciente antes de iniciar um tratamento, por isso a


orientação fornecida é essencial para o tratamento.
Mais da metade dos entrevistados, cerca de 79,17%, demonstraram conhecer
a importância da orientação do farmacêutico na compra de medicamentos,
solicitando inclusive seu auxílio, demonstrando saber da importância da atuação do
farmacêutico na indicação de fármacos adequados, haja vista que este profissional
orienta de maneira eficiente as possibilidades a serem utilizadas pelos pacientes.
Analisando os questionários foi observado que 58,34% dos entrevistados que
procurou antibióticos sem receita médica foi prevalente em uma das farmácias que
não tinham o farmacêutico presente. Dessa forma mostra o quanto é necessária a
presença do farmacêutico, visto que nas farmácias que tinham o responsável técnico
presente essa procura foi de 22,22% e 19,44%, respectivamente. Sendo assim a
presença do farmacêutico é indispensável para coibir práticas como essa, além da
automedicação, intoxicações e resistência bacteriana.
A maioria dos entrevistados achou o trabalho importante, alguns clientes
trouxeram ideias enriquecedoras como: “O trabalho é muito importante, porém a
automedicação é recorrente devido a escassez de médicos no SUS”. “O trabalho é
superinteressante, de relevância ímpar, porque trata de um problema social, ético e
de saúde pública”. “Achei construtivo, com base nos dados adquiridos sugiro a
formação de uma cartilha educativa para ser distribuída entre os usuários”.
“Trabalho muito bom e acredita que a pesquisa precisa ser levada a frente para
conscientização da população”.
Em síntese, a pesquisa amostral foi bastante esclarecedora sob aspectos de
conhecimento da população acerca da administração de fármacos controlados,
ilustrando com as respostas obtidas através dos questionários o panorama social a
respeito desta prática considerada banal e corriqueira, mas que por sua vez,
acarreta uma série de inconvenientes sociais e de saúde pública, conforme foi
descrito ao longo das avaliações discutidas até então.
45

5 CONCLUSÃO

A automedicação é um grande problema de saúde encontrado atualmente,


principalmente quando se trata do uso indiscriminado de antimicrobianos que
favorecem o aumento da resistência bacteriana. As RDC’s contribuíram de forma
significante para que houvesse a redução do uso desses fármacos com a venda
mediante a receita médica, porém a procura e o uso dessa classe medicamentosa
ainda persistem.
De acordo com o presente estudo, pode-se observar que o perfil dos clientes
que procuram por antibióticos sem prescrição médica são mulheres, indivíduos que
possuem nível médio de escolaridade, renda salarial entre 0 a 1 salário mínimo e
idade entre 19 e 30 anos.
A amoxicilina foi o fármaco mais procurado nas três farmácias, e quanto ao
conhecimento acerca do medicamento procurado 90,27% responderam saber da
indicação quanto ao uso. Sobre as consequências do uso sem prescrição 56,9%
disseram ter conhecimento sobre o uso irracional, mas ainda assim de 90,27% dos
entrevistados afirmaram que já compraram antibióticos sem receita médica.
Dessa forma o presente trabalho mostra que é muito relevante evidenciar o
uso indiscriminado de antibióticos, uma vez que quando utilizados de forma incorreta
podem destruir bactérias mais fracas e fortalecer bactérias mais resistentes, desse
modo favorecendo o aumento da resistência bacteriana. Sendo assim o controle
feito pela Anvisa com as RDC 44 e RDC 20 foi uma grande arma nesse combate,
embora sozinha ainda é muito pouco.
A presença do farmacêutico é indispensável para adesão ao tratamento, ele é
o profissional responsável por tirar as dúvidas, analisar as receitas observando
possíveis interações medicamentosas, além de promover o uso racional dos
medicamentos. Por isso é necessário que esse profissional use esses artifícios e
também outras formas, como através da promoção de campanhas que
conscientizem a população, podendo por exemplo, ser desenvolvidas em farmácias
com folders explicativos sobre os problemas causados pelo uso irracional de
antibióticos e ressaltando a importância dos farmacêuticos no controle e no uso
racional desses medicamentos.
46

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53

APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Avaliação da procura de antibióticos sem receita médica por clientes de três


farmácias no município de Cruz das Almas.

NOME: _____________________________________________
IDADE:_____
SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
PROFISSÃO:____________________________

ESCOLARIDADE: ESTADO CIVIL:


( ) Ensino Fundamental completo ( ) Solteiro(a)
( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Casado(a)
( ) Ensino Médio completo ( ) Divorciado(a)
( ) Ensino Médio incompleto ( ) Viúvo(a)
( ) Ensino superior completo
( ) Ensino superior incompleto

RENDA MENSAL:
( ) 0 a 1 salário mínimo
( ) 2 a 3 salario mínimo
( ) 4 a 5 salario mínimo
( ) Mais de 5 salário mínimo

1- SOBRE O PERFIL DO PACIENTE, SABER SE TEM ALGUMA DOENÇA


CRONICA COMO HIPERTENSAO, DIABETES, ETC.
( ) SIM ( ) NÃO

2- QUAL MEDICAMENTO ANTIBIÓTICO ESTÁ A PROCURA?

3- CONHECE A INDICAÇÃO DESTE MEDICAMENTO?


54

( ) SIM ( ) NÃO

4- QUEM INDICOU O MEDICAMENTO QUE VOCÊ BUSCA?


MÉDICO ( ) FARMACÊUTICO ( ) AMIGO ( ) VIZINHO ( ) PARENTE ( )
( ) OUTROS

5- PARA QUAIS SINAIS/SINTOMAS ESTÁ BUSCANDO TRATAMENTO?

6- COM QUAL FREQUÊNCIA FAZ USO DESSE MEDICAMENTO?


( ) NUNCA USOU ( ) SEMANALMENTE ( ) MENSALMENTE ( )
SEMESTRALMENTE ( ) ANUALMENTE ( )

7- JÁ OUVIU FALAR OU TEM CONHECIMENTO SOBRE O USO IRRACIONAL DE


ANTIBIOTICOS?
( ) SIM ( ) NÃO

8- PROCURA MEDICAMENTOS ATRAVÉS DE RECEITAS ANTIGAS?


( ) SIM ( ) NÃO

9- JÁ COMPROU ANTIBIÓTICO SEM RECEITA MÉDICA ANTES? QUANDO

10- TEM CONHECIMENTO QUE A AUTOMEDICAÇÃO PODE SER PREJUDICIAL À


SAÚDE?
( ) SIM ( ) NÃO

11- SEMPRE QUE SENTE ESSE SINTOMA USA ESSE MESMO MEDICAMENTO
QUE FOI PROCURAR?
( ) SIM ( ) NÃO

12- JÁ PROCUROU O FARMACEUTICO OU BALCONISTA PARA SE


ACONSELHAR PARA O USO DESSE MEDICAMENTO?

( ) SIM ( ) NÃO

13- QUAL É A IMPORTANCIA DO FARMACEUTICO PARA ADESÃO AO


TRATAMENTO?
55

NÃO É IMPORTANTE ( ) NECESSÁRIO ( ) MUITO IMPORTANTE ( )


IMPRESCINDÍVEL ( )

14- LÊ A BULA ANTES DE USAR O MEDICAMENTO E SE SEGUE AS


INSTRUÇÕES?
( ) SIM ( ) NÃO

15- POSSUI PLANO DE SAÚDE OU USA O SUS?


PLANO DE SAÚDE ( ) SUS ( )

16- VOCÊ SABIA QUE ANTIBÍOTICOS SÃO VENDIDOS APENAS COM RECEITA?

( ) SIM ( ) NÃO

17- SABE POR QUE OS ANTIBIÓTICOS TIVERAM SUA VENDA CONTROLADA A


PARTIR DE 2010?

18- VOCÊ CONCORDA COM A VENDA CONTROLADA DE ANBÍOTICOS? POR


QUÊ?

19- TEM CONHECIMENTO DO QUE O USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIOTICOS


PODEM CAUSAR?

20- O QUE ACHOU DO TRABALHO TEM ALGUMA SUGESTÃO OU ALGUMA


CRITICA.
56

APÊNDICE B - Declaração da Instituição Co-Participante


57
58
59

APÊNDICE C - Termo de Consetimento Livre e Esclarecido


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(conforme Resolução CNS no 466/2012)

O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do estudo intitulado “A
procura de antibióticos não prescritos por clientes de farmácias no município
de Cruz das Almas”.
A justificativa para realização desse trabalho é que mesmo após as medidas
regulatórias RDC n° 44 (ANVISA, 2010) e RDC n° 20 (ANVISA, 2011) a procura e a
venda indiscriminada de antibióticos sem receita médica ainda persistem de forma
preocupante. Por isso a ideia desse estudo está em ampliar o conhecimento acerca
do perfil dos clientes que procuram por antibióticos sem receita médica em farmácias
no município de Cruz das Almas. É importante fomentar a discussão sobre o tema,
uma vez que o presente trabalho tem relevância para o desenvolvimento no campo
da assistência farmacêutica e social, visando tratar problemas de saúde como
mascaramentos de doenças, intoxicações, resistência bacteriana dentre outros.
O objetivo geral é analisar a procura de antibióticos sem receita médica por
clientes de farmácias no município de Cruz das Almas, trazendo como objetivos
específicos definir qual a frequência da procura por antibióticos sem receita médica;
identificar quais antibióticos são mais procurados; analisar o conhecimento do cliente
ou indicação do medicamento procurado e das consequências do uso indevido de
antimicrobianos.
O presente estudo trata-se de um estudo descritivo, transversal de
abordagem quali-quantitativa que será realizado através da aplicação de um
questionário contendo 20 questões, além de aspectos socioeconômicos.
Solicito gentilmente que o (a) senhor (a) leia atentamente este Termo de
Consentimento, em toda sua íntegra, antes de decidir sobre a sua participação
voluntária na pesquisa.
Gostaríamos de também informar que o (a) senhor (a) poderá se recusar a
participar do estudo, ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem precisar
justificar, e caso desejar sair da pesquisa, tal fato não terá prejuízos para o (a)
senhor (a).
Informamos que sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou
qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, identificá-lo (a),
será mantido em sigilo.
Caso o senhor (a) se sinta à vontade em participar da pesquisa, informamos
que uma via deste termo de consentimento livre e esclarecido será assinado na
página final, pelo (a) senhor (a) e pelo (a) pesquisador (a) responsável Jairo
Rodrigues dos Santos; contendo rubricas em todas as folhas do TCLE .
A pesquisa não contará com nenhum ressarcimento, ou seja, compensação
material, exclusivamente de despesas do participante e seus acompanhantes,
quando necessário, tais como transporte e alimentação, cobertura de despesas, pois
a pesquisa será realizada com recursos financeiros próprios, eliminando assim,
qualquer possibilidade das instituições de saúde e de todas as gestantes envolvidas
na pesquisa terem custos financeiros. Para participar deste estudo o (a) senhor (a)
não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Apesar disso,
caso seja identificado e comprovado danos provenientes desta pesquisa, o (a)
senhor (a) tem assegurado o direito a indenização.
Como a pesquisa será efetuada a partir da análise descritiva por meio da
resposta de um questionário, o risco da pesquisa seria a divulgação dos dados sem
respeito a Resolução 466/2012, e alteração do comportamento real do pesquisado
60

(constrangimento dos sujeitos) observados durante a pesquisa. Esses riscos serão


minimizados a partir da descrição prévia feita pelo pesquisador sobre a pesquisa, a
não interferência do pesquisador, fidelidade na coleta e interpretação dos dados,
além da imparcialidade do pesquisador.
Como benefício da pesquisa, tem-se que o (a) senhor (a) pode ajudar na
pesquisa para entender a importância do uso racional de antibióticos, bem como
esclarecer suas dúvidas a respeito do tema com os pesquisadores responsáveis,
tendo também acesso aos resultados da pesquisa.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Danielle Figuerêdo
da Silva (Endereço comercial: Rodovia BR 101, KM 215, Governador Mangabeira-
BA, tel: 75-99126-1191) e Jairo Rodrigues dos Santos (Endereço: Praça da
Bandeira, 78, Centro, Cruz das Almas-BA, tel: 75-99249- 2541) da Faculdade Maria
Milza. É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como é garantido o
livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e
suas consequências, enfim, tudo o que o (a) senhor (a) queira saber antes, durante
e depois da participação.
Eu, _____________________________________________, portador do
documento de Identidade ____________________ fui informado (a) dos objetivos da
pesquisa “A procura de antibióticos não prescritos por clientes de farmácias no
município de Cruz das Almas”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e
modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que foi-me
concedido um prazo adequado, para que eu pudesse refletir ou consultar familiares,
ou ainda terceiros, para ajudar na tomada de decisão quanto a minha adesão à
pesquisa. E tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e
compreendido a natureza e o objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre
consentimento em participar. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre
e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Cruz das Almas,Ba ....... de ............................ de 2017.

_____________________________________
Nome e assinatura do (a) participante da pesquisa

______________________________________
Danielle Figuerêdo da Silva
Pesquisadora responsável

________________________________________
Jairo Rodrigues dos Santos
Estudante de graduação

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