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O Realismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa, em meados do século XIX, em reação aos
ideais românticos anteriormente em voga.
Na literatura universal, o marco inicial do Realismo foi a publicação, entre 1856 e 1857, do romance
Madame Bovary, do escritor francês Gustave Flaubert. Em 1867, com a publicação do romance Thérèse Raquin,
outro escritor francês, Émile Zola, inaugurou a segunda vertente do estilo realista: o Naturalismo.
Na literatura brasileira, o período realista-naturalista se inicia em 1881, com a publicação de três obras:
Memórias póstumas de Brás Cubas e O alienista, ambas de Machado de Assis; e O mulato, de Aluísio Azevedo.
Contexto Histórico
Em meados do século XIX, a Europa viveu a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado por
significativos avanços científicos e tecnológicos, que produziram mudanças no pensamento e no comportamento das
sociedades. Assim, a industrialização e a ordem econômica capitalista transformaram paisagens e populações,
criando centros urbanos e novas classes sociais (a burguesia e o proletariado).
Porém, o progresso material resultante do desenvolvimento de máquinas e da exploração de novos
materiais e fontes de energia não alcançou a todos da mesma maneira. As condições de vida e de trabalho
degradantes a que estavam sujeitos operários e outros grupos humanos marginalizados contrastavam com a
situação e os costumes da elite burguesa, denunciando profundas desigualdades.
Em meio a essas contradições, não parece mais fazer sentido idealizar o mundo. Ao invés disso, o que se
busca fazer é lançar um olhar crítico e objetivo sobre a realidade, como propõem as seguintes correntes de
pensamento vigentes nessa época:
• O Segundo Reinado enfrentava tensões políticas entre liberais, que buscavam mais participação política
reivindicando autonomia para suas províncias, e conservadores, que apoiavam o centralismo do governo
imperial.
• A Guerra do Paraguai (1864-1870) provocou uma crise econômica, que enfraqueceu a monarquia brasileira e
fortaleceu os ideais republicanos.
• A Abolição da Escravatura ocorreu tardiamente, em 1888, deixando os recém-libertos sem direito à terra
nem ao trabalho assalariado na lavoura.
• A partir de 1889, com a Proclamação da República, o Brasil passou por um processo de deslocamento do
poder, com a ascensão da oligarquia do café no interior e das burguesias industrial e comercial nos centros
urbanos.
Portanto, embora ainda fosse uma sociedade patriarcal organizada em torno da produção agrícola, o país
mudava de um regime monárquico escravocrata para um regime republicano capitalista, que, assim, constituía o
cenário sociopolítico da produção literária do Realismo-Naturalismo brasileiro.
Características Gerais
Características do Realismo
Características do Naturalismo