Você está na página 1de 4

Os pontos quânticos (QDs) são semicondutores de tamanho extremamente pequeno, não

passando de alguns nanômetros de diâmetro. São interessantes por possuírem propriedades


únicas, pelo fato de emitirem em espectros diferentes conforme o seu tamanho, ou seja,
permitindo o controle da faixa de espectro que queremos emitir se controlarmos o
crescimento dos QDs, além de terem propriedades diferentes de seus mesmos compostos em
tamanho “tradicional”, sem ser um QD. Isso acontece em razão do confinamento quântico. São
resistentes à fotodegradação e rendimento quântico de fluorescência elevado.

OBJETIVO

A síntese sistemática e a caracterização de amostras a base de SiO2-Nb2O5 dopadas com


CdTe/Er3+, variando a concentração de QDs e a inserção de nióbio/érbio foram relatadas. Este
estudo preliminar é da maior relevância para descobrir a razão molar adequada para a
formação da matriz de sílica dopada com QDs.

USO DO MPA

Geralmente os QDs não são estáveis e nem solúveis em água são produzidos usando moléculas
que tenham agentes estabilizadores como o MPA, para evitar que nanocristais cresçam e se
agreguem aos qds. Outros ligantes de proteção (capping ligands) também podem ser usados.
Evitar difusão de íons, tipo Cd+.

CARACTERIZAÇÃO

As análises de caracterização realizadas nas amostras foram a TGA, DSC, DRX, FTIR, espectros
de absorção e emissão e a microscopia eletrônica de alta resolução

SÍNTESE DOS QDs

Os QDs de CdTe-MPA foram feitos com base num procedimento relatado num trabalho do
autor Fernando Silva (2012). Primeiro foi diluído Te em pó e borohidreto de sódio em água.
Essa solução foi aquecida a 80°C sob fluxo de argônio (para atmosfera inerte) durante 30min
para obtermos o NaHTe (telureto de Hidrogênio de Sódio).

Depois, usamos o NaHTe e misturamos com CdCl2 e MPA e água. Aquecemos a 100°C sob fluxo
de argônio com o pH previamente ajustado para 10, usando NaOH, meio básico). Após
adicionar o NaHTe nesse segundo balão, deixamos as condições de reação por 1h.

SÍNTESE DA MATRIZ COM O NANOCOMPÓSITO

Preparado via sol-gel. A matriz de sílica foi preparada baseada num outro trabalho do Leandro
ravaro da USP, onde uma solução de TEOS (precursor de materiais a base de sílica), etanol,
água e HCl foi agitada por 2h. As amostras foram preparadas em frascos de vidro com
diferentes proporções molares dos reagentes: TEOS hidrolisado, CdTe-MPA em suspensão
coloidal aquosa, NbCl5 em solução de etanol, Er2O3 dissolvido em HCl (2M) e diluído em
solução de etanol 0,05M. As proporções são mostradas pela tabela.

RESULTADOS

TABELA 1

Após adicionar os reagentes ao frasco, agitou a solução por 2 min. Formou um gel que foi
mantido a temperatura ambiente por 4 semanas num frasco parcialmente coberto para
evaporar o máximo possível de solvente e densificar o material. Uma vez seco, o material foi
recozido a 50°C por um dia.

UV-VIS / coordenadas CIEE / Microscopia de eletrônica de transmissão

figura mostra o espectro UV-vis, com banda de absorção a 480nm relacionada com os QDs de
CdTe.

O lambda máximo de fluorescência dos QDs de CdTe é de 568nm. Este lambda foi usado para
calcular o diâmetro médio estimado do QD como 3,3nm, de acordo com a equação proposta
por Yu. A largura total a meio máximo (fwhm) da banda de fluorescência é estreita (56nm) e
simétrica, que sugere uma pequena variação no diâmetro dos QDs. A figura 1B mostra a cor CIE
coordenadas. Um cálculo das coordenadas de cromaticidade resulta exatamente no amarelo-
alaranjado dos coloides de QDs de CdTe.

A imagem da microscopia de alta resolução mostra os QDs com um formato quase esférico e
bem dispersos, de diâmetros entre 3 e 4nm, comparável com o calculado pelo espectro de
emissão.

A Figura 8 mostra a imagem TEM da amostra Si/QD (1,2mol) pra fornecer mais pormenores
sobre a nanoestrutura da amostra. As imagens TEM de campo claro mostram as interfaces
entre a rede amorfa e os nanocristais. As micrografias indicam a presença de QDs de CdTe
homogeneamente dispersos e um diâmetro médio que varia entre 3 e 5nm para as amostras
que contêm QDs de CdTe, que é inferior ao tamanho dos poros da amostra meso-porosa, que
tem média de 6nm. Corroborando o pressuposto de que os QDs foram eficazmente adsorvidos
nos nanocompósitos.

DRX

Os difratogramas das amostras dos nanocompósitos estão apresentados na figura 4. Podemos


ver um halo de difusão entre 15 e 40° que corresponde à fase amorfa de SiO2.

Não foi possível observar nenhuma cristalização da estrutura devido a inserção de íons de
érbio ou Ox. De nióbio nos limites de deteção do drx

TGA/DSC

As curvas TGA são representadas pela figura 5. A primeira perda de massa de até 25% é
observada a 120°C devido a evaporação da água e do álcool presos a rede de sílica. As
amostras com Nb e Er apresentam maior perda de massa em razão da maior quantidade de
álcool utilizada em suas sínteses. Quanto maior o teor de QDs também torna maior a perda de
massa devido à maior quantidade de água fisicamente adsorvida nas amostras. Esse processo
foi acompanhado pelo pico endotérmico dsc com o máximo em torno de 90 a 100°C. Uma
perda de peso de 5-10% ocorre na faixa de temperaturas de 150 – 700°C devido a
decomposição térmica dos grupos hidroxilo e etoxilo da superfície. Nessa faixa de temperatura,
as curvas de DSC mostram eventos exotérmicos causados pela reação de oxidação e eliminação
de grupos orgânicos residuais nos xerogéis. Para amostras com QDs de CdTe, é observada uma
maior perda de peso devido à pirólise do ligante de superfície MPA.
Já nas amostras dopadas com QDs são percebidas perdas de massa acima de 760°C devido a
decomposição completa das moléculas orgânicas residuais de MPA.

FTIR

A Figura 6 mostra os espectros FTIR na faixa de 600-1300cm-1 para todas as amostras. Todos os
espectros mostram 4 bandas de absorção, ao redor de 1235, 1045, 935 e 780cm-1, que são
atribuídas a diferentes modos vibracionais das ligações Si-O-Si.

há um claro aumento na intensidade da banda a 950 cm-1 com a adição do nióbio

EMISSÃO PL VISIVEL

A figura 7.a mostra os espectros de PL para os nanocompósitos dopados com QDs sob
excitação de 355nm. O diâmetro médio dos QDs adsorvidos nos nanocompósitos aumenta com
o teor de QDs. O pico de emissão desloca-se para comprimentos de ondas longos e torna-se
mais estreito. Por exemplo, o diâmetro calculado das partículas de QDs foi de 2,7, 3,3 e 3,4nm
para adição de 0,4, 1,2 e 2 mol% de QDs nos nanocompósitos, respectivamente

O deslocamento das posições dos picos de PL ocorre devido ao crescimento das partículas em
poros de maior tamanho. Já o estreitamento ocorre devido à menor distribuição do tamanho
das partículas

As coordenadas de cromaticidade CIE correspondentes a figura 7.b. Observa-se que o teor de


QDs altera a cor de emissão, mas a adição de nióbio e érbio não altera significativamente a
emissão do material na região visível.
ADSORÇÃO/DESSORÇÃO

As isotermas de adsorção/dessorção de N2 podem fornecer informações sobre a área


superficial específica dos materiais, a distribuição de tamanho de poros, a capacidade
de armazenamento de gases e outras propriedades porosas relevantes. Essas
informações são úteis para entender a estrutura e as propriedades dos materiais
compostos que contêm QDs e podem influenciar seu desempenho em aplicações
específicas.

Você também pode gostar